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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL

DA COMARCA DE SÃO PEDRO DA ALDEIRA – RJ

SEBASTIÃO MAIA, nacionalidade x, xxxxxxx, inscrito no CPF/MF sob o nº XXXX, RG nº


XXXXX/XX, residente e domiciliada na Rua Canal, número 01, São Pedro da Aldeia, Rio de
Janeiro, CEP nºXXXX, com endereço eletrônico timaia@gmail.com, vem por seus procuradores
in fine, conforme Procuração em anexo, com escritório profissional na Rua da Assembleia, CEP
nº 34410, Centro – Rio de Janeiro e endereço eletrônico: singeraa@lrc.adv.br, onde recebe
intimações, vem respeitosamente à honrosa presença de Vossa Excelência, com fulcro nos
arts. 5 º, incisos V e 37, § 6º ambos da Constituição Federal c/c arts. 186 e 927 do Código Civil,
propor a presente:

AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS

em face da UNIÃO FEDERAL, pessoa jurídica de direito público, representada pela Advocacia-
Geral da União, com escritório Avenida Paulista, n. 1.374 - 7º andar - Bela Vista - São Paulo - SP
– CEP: 01310-937 (Procuradoria-Regional da União da 3ª Região – Unidade de Contencioso
Judicial da União), pelos motivos aduzidos abaixo

I. DOS FATOS

Narra o autor que em 15 de março de 2021, por volta das 15 horas, uma peça de
helicóptero de propriedade das forças armadas, ao sobrevoar sua residência, desprendeu-se
do corpo do helicóptero atingindo sua propriedade destruindo parte da construção do autor,
situada no endereço supracitado.
O estrago causado pela peça desprendida destruiu a parte da adega e sauna do
autor, como demonstrado nas fotos anexadas aos autos. Vale ressaltar que no momento do
ocorrido a adega do autor encontrava-se lotada de vinhos, conforme documentos anexos
(fotos e notas fiscais).
Dessa forma, o autor procurou 3 escritórios de arquitetura para que orçassem o
valor do reparo ao dano causado na residência, estes ficaram em torno do valor médio de R$
25.000,00 (Vinte cinco mil reais), conforme orçamentos juntados.

II. DO DIREITO

No caso, conforme demonstrado acima, estão presentes todos os requisitos para a


responsabilização do estado de forma que os danos causados são inegáveis, como
demonstrado nas provas juntadas.

Há danos por toda estrutura da adega, sauna, estrutura de alvenaria, climatização


e estoque pessoal do autor.
Dessa forma, ao que tange aos danos morais essa é evidente ao caso, já que a
vida do autor foi prejudicada com a diminuição de utilização da sua residência em
plena pandemia de COVID-19 onde o autor e sua família, forçadamente, passam
seus dias em isolamento na residência citada.

A moral é reconhecida como um bem jurídico de estimado valor, sendo esta,


nas palavras de Luís Roberto Barroso, “a única condição que pode fazer de um ser
racional um fim em si mesmo, pois só por ela lhe é possível ser membro legislador
no reino dos fins”,[1] afirmando ainda, que enquanto as coisas materiais têm
preço, a pessoas têm valor (moral), o valor da própria dignidade humana.   

Por ser tão preciosa, a dignidade humana (moral) tem sua proteção
assegurada e amparada pela Constituição Federal de 1988, precisamente no que
disciplina seu inciso X do 5º artigo, ao afirmar que é inaceitável a inviolabilidade,
dentre outros importantes bens jurídicos, a violação da honra, assegurando-lhe o
direito a indenização por danos materiais e morais sofridos em face de sua
violação.  

 Regulamentando tal proteção à reparação por danos, o art. 186 Código Civil de
2002 (Lei n.º 10.406/02) estabelece que aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência, violar direito alheio, causando-lhe dano,
comete ato ilícito, mesmo que tais danos tenham caráter exclusivamente moral,
outrossim, determina ainda o art. 927 do mesmo mandamento legal, que “Aquele
que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-
lo”.

III. DOS PEDIDOS

a) a citação da Demandada no endereço supra, para que, querendo, venha


contestar os fatos narrados (art. 336 do CPC), sob pena de arcar com os efeitos da
revelia;

b) informar que não tem interesse na realização de audiência de conciliação, nos


moldes do que disciplina o inciso VII do art. 319 do CPC (Lei n.º 13.105/15);

c) Condenar a união a indenizar o autor pelos danos materiais por ele sofridos no
valor de R$: 30.000,00 (trinta mil reais)

d) Condenar a parte ré a pagar a parte autora a titulo de dano moral o valor de R$


15.000,00 (quinze mil reais)

d) que a Demandada forneça ao juizado a documentação de que disponha,


objetivando esclarecer da causa, nos moldes do artigo 11º da lei n.º 10.259/2001;

IV. DO VALOR DA CAUSA

Dá-se a causa o valor de R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais.)


Termos em que,
Pede deferimento

São Pedro da Aldeia, 15 de Abril de 2021

Laura Rosie Roberto Carlos

OAB/RJ 300.000 OAB/RJ 400.000

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