Marshall SAHLINS. Metáforas Históricas e Realidades Míticas. Rio de Janeiro.
Zahar. (Apresentação; Introdução: História e Teoria estrutural; Cap. 1 - Reprodução: estruturas de longa duração; Conclusão: estrutura na História).
1 Vida e Obra:
Primeiramente conhecer a vida e obra do nosso teórico Marshall Sahlins,
estudado em sala de aula, se faz necessário para contextualizar os motivos que o levaram a escrever e teorizar “Metáforas Históricas e Realidades Míticas”. Marshall Sahlins, nascido em 27 de dezembro de 1930 (idade 90 anos) Chicago Ilinois EUA. Antropólogo que, em 1954, se tornou PhD em antropologia pela Universidade de Columbia, com a tese Social Stratification in Polynesia, publicada em 1959. Lecionou na Universidade de Michigan de 1964 a 1973 e, depois disso, se tornou professor emérito da Universidade de Chicago. Tornou- se conhecido por suas teorias sobre a história do contato entre europeus e nativos na Polinésia. Além dos doze meses de pesquisa de campo nas Ilhas Fiji, em Moala, entre 1954 e 1955, foi à Turquia (1951) e à Nova Guiné (1964). Sua carreira acadêmica, de repercussão internacional, inclui estadas como professor visitante em universidades estrangeiras (Paris x – Nanterre, Tóquio e Havaí) e honras de renomadas universidades e centros de pesquisa do mundo (American Anthropological Association, Harvard, CNRS e National Academy of Sciences). Escreveu dezenas de artigos para revistas acadêmicas de prestígio, entre elas American Anthropologist, Scientific American e Man, e mais de dez livros. Atualmente, é editor executivo da Prickly Paradigm Press. Para conhecer mais do autor, em português temos as obras: Esperando Foucault, Ainda. São Paulo, 2018; Cultura e Razão Prática; Metáforas Históricas e Realidades Míticas: Estruturas nos primórdios dos habitantes na História do Reino das Ilhas de Sandwich; Cultura na Razão; Ilhas de História; Sociedades Tribais. Curso de Antropologia Moderna; História e Cultura apologias a Tucídedes. Todas as obras mais relevantes do nosso autor que expressam seus pensamentos e suas pesquisas antropológicas. 2. Contextualizando: Debate Histórico
Para apreender a obra “Metáforas Históricas e Realidades Místicas” de Marshall
Sahlins (1981), se faz necessário a contextualização em que se encontravam as suas pesquisas, Marshall (1954), nosso antropólogo estudado inicia suas pesquisas como um neoevolucionista, a partir das teorias de Morgan, no qual resulta o trabalho Evolution and Culture(1960), Marshall Sahlins(1954), tinha como referência dois grandes centros intelectuais da escola americana, as universidades de Michigan e Columbia, opondo -se ao culturalismo de Boas e seus discípulos. Ele procurou enxergar a cultura de forma paralela à biologia, onde cada cultura era moldada pelas peculiaridades geográficas e temporais do local onde é exercida, mas ao longo do tempo torna-se mais complexa. Também bebeu da fonte de Karl Marx, e o conceito de materialismo histórico, em que Marx afirmava “que sistemas sociais mudam por um processo contínuo, no qual condições externas geradas criam tensão”, esses conceitos do materialismo associado ao estruturalismo, torna Marshall Sahllins um “estruturalista histórico”, Sahlins (, P 11). No início da década de 1980, o debate estava em torno de Clifford Geertz, onde assume a cultura como “culturas”, tirando o foco da estrutura, e nesse contexto a obra peculiar de Marshall é publicada e aparece defendendo um conceito teórico de “Cultural Histórica”, Sahlins (1981, P,11) como orientando de Levi Strauss, ele nesse momento se desvia do conceito apenas de Estrutura e passa a partir daí a teorizar suas célebres categorias de análises que o fazem ver pelos olhos da Antropologia e da História, e a formular suas pesquisas, refuta conceitos onde Estruturas e Sociedades são permanentes, e passa a se basear em Indivíduos e Sociedades, procurando conceituar todo seu trabalho a partir da estrutura ação e evento. Entretanto a crítica feita a obra de “Metáforas históricas e Realidades Míticas”, apesar de trazer uma grande mudança no estruturalismo funcional recebe também suas críticas, do africano Gananath Obeseyekere, que se constre a partir da visão dos havaianos, reforçando que jamais Cook, será o Deus Lono, é em torna dessa crítica que se faz da grande e celebre obra , está para muito além das interpretações literais e sim de suas contribuições metodológicas e epistemológicas, e de certo assim como Sahlins também muda de escola de pensamento, aliás todos devemos também mudar com o tempo, com os estudos com as pesquisas, a crítica também é válida.
3 Interpretando “Metáforas Históricas e Realidades Míticas”
Inicialmente se falando da obra em questão Sahlins (1981), tem o objetivo de
trazer a historicidade para dentro de seu debate e à abordagem antropológica, esse era o debate internacional em questão, proposta por Claude Lévi Strauss (1908-2009) três décadas antes, “traz um instrumental teórico metodológico novo para o tratamento da questão da noção de ‘estrutura da conjuntura’” Sahlins (1981, p.13). No entanto o que poderíamos interpretar da obra? Seria apenas a questão histórica entrelaçada? A obra é complexa porém explicativa em si mesma e nos traz questões próximas da experiência como Geertz afirmava. A obra fala da “mudança cultural historicamente possível -e da mudança histórica culturalmente possível Sahlins” (1981, p. 13), conceitos como “A forma cultual”, o que seria? É a junção da Estrutura e da Ação, para Sahlins (1981), olhar o mito havaiano e quais seriam sua operacionalização nos rituais, colocam as estruturas na prática, ele olha como uma espécie de “reesperiência”, onde se coloca o mito na prática, o rito como forma de colocar o ritual em prática, onde o Drama mitológico é atualizado na prática, logo por uma cosmologia, é a atualização de uma experiência histórica- ONDE O RITO ATUALIZA O MITO- No momento em que a estrutura nos dá conta do mito ele está preocupado em quando o conhecimento histórico colocam estrutura em cheque, por que eles passam a reinventar a Estrutura, logo, a estrutura pode ser mudada, essa á grande “sacada”, que Marshal Sahlins (1954), quebra o estruturalismo de Strauss (1908-2009). A história ser engolida pela estrutura eles matam o capitão Cook então assim mantém a estrutura, logo, a cultura pode ser transformada quando colocada em prática. A estrutura da Conjuntura foi perpassada pela história, quando o mito muda a prática, daí o termo “mitopraxe”., ou seja, dinâmica e prática. O que ele está discutindo é importante e muito delicado, é também um discursão política, ele fala dos povos havaianos, o que ele está mostrando é a resistência que os Havaianos construíam em torno da colonização. Acaba com o conceito dos funcionalistas e evolucionistas que a cultura estava acabando, e que era necessário estudar os povos originários, mas “ele afirma que a cultura estava se transformando, pois a cultura não acaba”, o que é relevante politicamente, muito pertinente, pois ele diz que a cultura se readapta, ela se recria, refazem e por fim, ressignificam, pois cultura não é estática, pois faz parte da tática cultural. Enfim Sahlins (1981) vai afirmar o que se fazer da ação social, ou seja, os indivíduos em relação criam a ação, pois elas são relações culturais, são permeadas de estrutura, ação e evento, ou seja as interelações. Essa análise é permeada de signos, a semiologia é usada para construir o fato, onde os povos havaianos contam suas experiências com seus colonizadores e assim resistem a colonização para manter a “estrutura da conjuntura”.
OBS: o relatório é feito após a explicação da professora em sala de aula com a prévia leitura da Obra.