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Para citar um caso atual da atuação da ONG “Human Rights Watch”, sabemos

que ela prontamente enviou seu representante para exigir a punição de


policiais que, num confronto contra os “sem terra”, em Eldorado, no Pará,
mataram 19 pessoas.
Sem dúvida a Polícia é, frequentemente, violenta e corrupta e, à miúde, age
com crueldade e se excede no cumprimento de suas missões, envolvendo-se
com bandidos. Porém as cenas apresentadas pela TV mostram, claramente,
que 2.800 “sem terra” investiram contra 155 policiais, provocando a reação,
sob a pena de serem trucidados a foiçadas, como foi um policial militar,
degolado pelo MST, em Porto Alegre, sem que disto resultasse qualquer
condenação. Ademais não se justifica esta intromissão, nos assuntos internos
do país.
Cabe indagar por quê, em 12/6/96, quando 600 famílias de “sem terra”, bem
armados, conforme testemunhos, (* O Globo de 15/6/96) invadiram a fazenda
Cikel, no Maranhão, e mataram três empregados, um deles a pancadas
(conforme laudo pericial) e seqüestraram um quarto, supostamente morto, não
lhes deu nenhum apoio? Muito ao contrário, o Movimento Nacional dos Direitos
Humanos imediata e precipitadamente se manifestou, em um “relatório de sete
páginas, assinado simultaneamente pelo PT, Pastoral da Terra e CNBB,
justificando que o conflito havia sido provocado por pistoleiros da fazenda” (* O
Globo, pg. 11 de 18/6/96). Versão que é desmentida por investigações
procedidas pelas autoridades e testemunhos. Este fato demonstra serem estas
organizações e agitadores de esquerda, “batatas de um mesmo saco”, e
desmoraliza seus alegados propósitos humanitários.
Tecnicamente, o desrespeito à lei e às instituições, a qualquer pretexto, como
as invasões agrárias, sob a pueril alegação de que precisam de terra para
trabalhar, está abrindo precedentes altamente perigosos. Quem acha que
alguém pode ter a prerrogativa de transgredir uma lei, está lhe dando o direito
de que decida quais leis deve cumprir e quais desrespeitar. É equivalente a que
“sem teto” invadam suas casas, por não terem onde morar, “sem carro” os
assaltem, por não terem um veículo, ou “sem mulher” estuprem, por não terem
esposa. São violências e arbitrariedades injustificáveis. As alegações
apresentadas, só podem ser aceitas por mentecaptos.
Além disto, é preciso considerar que durante muitos séculos o homem se
concentrou nos campos, onde produzia artesanalmente, apenas os produtos
que necessitava para seu sustento e de sua família. Contudo, com a
modernização, esta situação se modificou completamente. A industrialização
concentrou, nas vilas e cidades, enormes massas humanas que outrora
produziam seu próprio alimento, e que agora apenas consomem. Os meios de
produção da agropecuária se tornaram, então, tão importantes para o
abastecimento das cidades, quanto a produção industrial. É uma contingência
do progresso. Isto forçou a atividade no campo a se mecanizar e se organizar
empresarialmente, para a tornar mais produtiva e atender à crescente
demanda. Sem o que a fome seria generalizada, como a que matou milhões de
pessoas na Rússia, no início do século, e está se repetindo, nos dias de hoje, na
Coréia do Norte, e teríamos um caos. Despreparados, os “sem terra” não têm
recursos para atender a esta demanda tecnológica.
O problema agrário tem que ser, portanto, abordado em função da
produtividade e das necessidades globais de alimentação do país e não de
interesses particulares, de partidos ou grupos que querem se promover ou
implantar, na marra, o comunismo no país, como se evidencia pelas bandeiras
vermelhas e retratos de Karl Marx, Che Guevara e do anarquista Bukanin, que
ornamentam os seus acampamentos, conforme fotos exibidas em todos os
jornais. (* O Globo, 29/9/96)
As ferramentas da agricultura artesanal, utilizadas pela mão de obra
despreparada e desprovida de recursos, exceção feita ao cinturões verdes que
circulam as cidades e as abastecem de hortigrangeiros, só permite o
abastecimento familiar e a própria subsistência, o que se conflita com os
interesses coletivos. A distribuição de vastas áreas aos sem terra não só não
resolverá nenhum problema agrícola, como custará ao país vastos
investimentos, que irão agravar o seu colossal déficit orçamentário, pois cada
“sem terra”, custa ao governo nada menos que R$50 mil. É, portanto, uma
solução infrutífera e nociva. A maioria dos “sem terra” não só apresenta
baixíssima produção, como freqüentemente vende suas propriedades a
terceiros, e vai gastar o dinheiro facilmente ganho. Mesmo o M.S.T. reconhece
que 40% dos assentados o fazem. Sobretudo, as invasões são atos criminosos,
infelizmente incentivados pela mídia e setores que se proclamam
“progressistas” do país.

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