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ENERGIA
Unidade 01
Neste capítulo será visto, inicialmente, informações sobre relés de sobrecorrente, e depois, a
aplicação destes para proteção de sistemas primários de distribuição.
3.2 Relés de sobrecorrente
Conforme o próprio nome sugere, têm como grandeza de atuação a corrente elétrica do sistema. Isto
ocorrerá quando esta atingir um valor igual ou superior ao ajuste previamente estabelecido
(corrente mínima de atuação).
No caso de serem usados para proteção de circuitos primários (classe 15kV, por exemplo), são
ligados de forma indireta através de transformadores de corrente.
Quanto ao tempo de atuação, possuem curvas características de dois tipos: de tempo definido e
de
tempo dependente.
a) De tempo definido
Uma vez ajustados o tempo de atuação (ta) e a corrente mínima de atuação (IMIN,AT), o relé irá atuar
neste tempo para qualquer valor de corrente igual ou maior do que o mínimo ajustado (Fig.3.1).
3.2 Relés de sobrecorrente
b) De tempo dependente
O tempo de atuação do relé é inversamente proporcional ao valor da corrente. Isto é, o
relé irá atuar em tempos decrescentes para valores de corrente igual ou maior do que a
corrente mínima de atuação ( corrente de partida ou starting current) (Fig.3.2).
3.2 Relés de sobrecorrente
b) De tempo dependente
Essas curvas são definidas, por norma, a partir de equações exponenciais do tipo:
Atualmente, com o emprego de relés digitais, os quatro relés do esquema da Fig. 3.5 são
substituídos por um único que realiza as funções 50 e 51 de fase e terra. Além disso,
desempenham outras funções tais como: medição de corrente, registros de dados, de
perturbações, etc. São conhecidos como relés de multifunções.
A relação do TC (RTC) que alimenta um relé deve atender aos seguintes requisitos:
A corrente nominal primária do TC deve ser maior do que a razão entre o curto-circuito
máximo (no ponto da instalação) e o fator de sobrecorrente do TC (FS). Geralmente, FS=20 .
A corrente nominal primária do TC deve ser maior do que a máxima corrente de carga a ser
considerada:
A máxima corrente de carga a ser considerada deverá levar em conta duas situações:
Se a subestação não possuir circuito de transferência, a máxima corrente de carga a ser considerada
deverá ser : o somatório da corrente nominal do circuito em estudo com a carga de outro circuito que
eventualmente venha a ser interligado na mesma subestação.
Se a subestação possuir circuito de transferência, a máxima corrente de carga a ser considerada deverá
ser: o somatório da corrente nominal do circuito em estudo com a carga de outro circuito considerado
contingência usual, com interligação na rede de distribuição.
3.4 Critérios para ajustes de corrente mínima de
atuação
Na medida do possível, os ajustes de corrente mínima de atuação de relés de
sobrecorrente devem observar os critérios dados a seguir.
I) Unidade 51 de fase
a) Quando o relé for instalado no circuito alimentador da subestação, a qual não possui
equipamento de proteção para transferência, sua corrente mínima de atuação deverá
ser maior que a somatória da máximac orrente de carga do circuito em estudo com a
máxima corrente de carga do circuito que eventualmente venha a ser transferido,
multiplicada pelo fator de crescimento de carga (k) e dividida pela respectiva RTC.
3.4 Critérios para ajustes de corrente mínima de
atuação
b) Quando o relé for instalado no circuito alimentador da subestação, a qual
possui equipamento de proteção para transferência, sua corrente mínima
de atuação deverá ser maior que a corrente de carga máxima multiplicada pelo
fator de crescimento de carga (k)e dividida pela respectiva RTC.
Onde, a% é a taxa anual prevista para o crescimento e n o número de anos para o qual o estudo
está sendo planejado.
3.4 Critérios para ajustes de corrente mínima de
atuação
c) A corrente mínima de atuação deverá ser ajustada num valor menor do que a
corrente de curto-circuito bifásico dentro da sua zona de proteção, incluindo
sempre que possível os trechos a serem adicionados quando em condição de
manobras consideradas usuais.
II) Unidade 51 de neutro
a) Quando o sistema for ligado em estrela aterrado, ou delta aterrado através de um
transformador de aterramento, e não possuir cargas ligadas entre fase e terra ou neutro,
o relé de neutro deverá ter a sua corrente mínima de atuação ajustada para um valor
menor que a corrente de curto-circuito fase-terra mínimo dentro da sua zona de proteção. E
deverá ser maior do que 10% da corrente de carga do circuito devido erros admissíveis
nos transformadores de corrente.
Observações :
Fora das subestações, os curtos-circuitos fornecidos são os trifásicos, bifásicos e fase-terra mínimos;
Os valores das correntes de curtos-circuitos no ponto de entrega da concessionária (barra de alta
tensão da subestação do consumidor) devem ser fornecidos pela mesma;
Para calcular os curtos-circuitos na barra de baixa tensão do consumidor, considere a resistência de
terra da malha igual a 10W.
Resolução: passo a passo
1) Fator de crescimento de carga (k)
a) Concessionária
b) Consumidor
Para dimensionar a RTC do consumidor, é necessário calcular a corrente de carga. Para isso, será usado a
carga nominal do transformador: I C ,CONS. = 2000 / (13,8 x 1,732) = 84 A
Aplicando um fator de crescimento de 1,4 (k=1,4) e os mesmos critérios anteriores, obtêm-se: 150/5 ou 30:1
3) Dimensionamento do elo e da chave-fusível
a) Elo-fusível
b) Chave-fusível
Será considerado um fator de assimetria (f ASSIM. ) igual a 1,4 .
Para atender aos critérios e à classe de tensão do circuito (15kV), a chave deverá ter a seguinte especificação
básica:
corrente nominal = 100 A;
capacidade de interrupção = 5kA;
tensão nominal = 14,5kV;
NBI = 95kV.
4) Ajustes das correntes de atuação dos relés da concessionária
a) Unidades 51 de fases
b) Unidades 50 de fases
c) Unidade 51 de neutro
d) Unidade 50 de neutro
5) Determinação das curvas dos relés da concessionária
Estas curvas deverão coordenar com as curvas do elo-fusível e dos relés do consumidor.
Este estudo de coordenação será feito pelo método ponto a ponto.
As curvas de tempo dos relés deverão coordenar com o elo-fusível 40K na faixa de
correntes entre 1593 A e 2900 A.
Como geralmente as curvas de tempo dos relés são fornecidas em função de múltiplo (m), então deve-se
calcular os múltiplos para essas correntes
A seletividade está garantida quando as duas condições seguintes são satisfeitas conjuntamente :
A seletividade está garantida quando as duas condições seguintes são satisfeitas conjuntamente :
Os múltiplos são :
a) Unidades 51 de fases
b) Unidade 51 de neutro
7) Determinação das curvas dos relés do consumidor
Para se fazer este estudo, será empregado o critério de seletividade relé x relé. Para isso, será
considerarado que os relés de fases e neutro do consumidor têm as curvas MI apresentadas na Fig.
3.14.
Para a determinação da curva do relé de neutro do consumidor será usada a corrente de curto-circuito fase terra
mínimo (220 A), uma vez que para o sistema em estudo, o fase-terra franco (1630 A), praticamente, é
impossível de acontecer.
A seguir, as Figuras 3.15 e 3.16 mostram os coordenogramas elo x relé e relé x relé. É importante observar
que os gráficos não estão em escala aproximada.
Roteiro de aula: REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
José Wanderson
jose.silva@educador.facimed.edu.br