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CONSTITUCIONAL III
Introdução
O mandado de injunção foi inserido no ordenamento jurídico com a
Constituição Federal de 1988, com a finalidade essencial de suprir uma
omissão legislativa para que se viabilize o exercício de direitos, liberdades
ou prerrogativas constitucionais inerentes à nacionalidade, à soberania
e à cidadania. É uma ação constitucional com regulamento específico,
que pode ser impetrada nas formas individual ou coletiva.
O mandado de injunção não pode ser confundido com a ação direta
de inconstitucionalidade por omissão. Ambas são ações constitucionais
que se destinam a suprir a falta de normas, mas são instrumentos dife-
rentes, com diversos aspectos importantes e específicos de cabimento,
competência e efeitos decisórios.
Neste capítulo, você vai ler sobre o mandado de injunção e as suas
principais definições, as hipóteses de cabimento e competência, bem
como o seu procedimento e as diferenças em relação à ação direta de
inconstitucionalidade por omissão.
Conceitos fundamentais
Alguns autores entendem que o mandado de injunção teve origem no Direito
americano, no mecanismo conhecido como writ of injunction, utilizado sempre
que a norma legal for insuficiente para solucionar determinado caso. Já outros
2 Mandado de injunção
Art. 5º [...]
LXXI — conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitu-
cionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania
(BRASIL, 1988, documento on-line).
[...] não se aplica ao direito de greve dos servidores públicos, repito-o, exclu-
sivamente, e em sua plena redação, a Lei nº. 7.783/89, devendo o Supremo
Tribunal Federal dar os parâmetros de seu exercício. Esses parâmetros hão
de ser definidos por esta Corte de modo abstrato e geral (FERREIRA, 2018,
documento on-line).
Nesse sentido, a Suprema Corte entende que, entre outros aspectos, o direito
de greve dos servidores públicos deverá atender a critérios como:
O mandado de injunção poderá ser ajuizado por qualquer pessoa cujo exercício de um
direito, liberdade ou prerrogativa constitucional tornar-se inviável em decorrência da
falta de norma que regulamente na Constituição Federal. São legitimados, portanto,
todos os indivíduos que atendem a esse requisito, da mesma forma que também é
admissível o mandado de injunção coletivo.
Art. 4º [...]
§ 2º quando o documento necessário à prova do alegado encontrar-se em
repartição ou estabelecimento público, em poder de autoridade ou de terceiro,
havendo recusa em fornecê-lo por certidão, no original, ou em cópia autêntica,
será ordenada, a pedido do impetrante, a exibição do documento no prazo de
10 (dez) dias, devendo, nesse caso, ser juntada cópia à segunda via da petição
(BRASIL, 2016, documento on-line).
A petição inicial poderá ser, ainda, desde logo indeferida quando verificado
que é manifestamente incabível ou improcedente. Dessa decisão, caberá agravo
no prazo de 5 dias para o órgão colegiado.
Após as informações, será ouvido o Ministério Público no prazo de 10
dias e, com ou sem parecer, os autos estarão conclusos para decisão. Uma vez
reconhecida a mora legislativa, nos termos do art. 8º, será deferida a injunção:
Inter partes refere-se aos efeitos da decisão apenas entre as partes. Ultra partes é quando
o efeito da decisão incide sobre um grupo de pessoas, geralmente, quando se trata
de direitos coletivos. E erga omnes é o efeito da decisão para todos os indivíduos.
Ação de inconstitucionalidade
Mandado de injunção
por omissão
Os efeitos são inter partes, podendo ser Os efeitos são sempre erga omnes
erga omnes dependendo da situação
Leitura recomendada
BARROSO, L. R. O controle de constitucionalidade no Direito brasileiro: exposição siste-
mática da doutrina e análise crítica da jurisprudência. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.