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EXCELENTISSÍMO 3° JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE GOIÂNIA

FRANCIELE MAGALHÃES CROSARA, divorciada, professora, brasileira, portadora


do RG sob o n° 3011663 - 2° via SSP/GO, CPF: 587.155.921-20, domiciliada na
Rua Uberaba, quadra 11, lotes 1 a 9, s/n, Condomínio Bella Vita, Ed. Cspd, Apt.
803, bloco B, Jardim Ana Lúcia, Goiânia-GO, CEP 74.315-340, vem
respeitosamente à ínclita presença propor AÇÃO DE DANOS MORAIS em desfavor
do Sr. MAURO ALVES PIRES, divorciado, pedagogo, brasileiro, recebendo
intimações no endereço comercial: Centro Federal de Educação Tecnológica de
Goiás - Unidade de Inhumas (CEFETGO-UNED
Inhumas), Avenida Universitária, s/n, Vale das Goiabeiras, Inhumas-GO, CEP 75400-
000.

a presente IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO

I - DOS FATOS

A Requerente estando estado sob tratamento


tratamento médico e psicológico há alguns meses, e tendo estado sob licença
médica por um período de 15 (quinze) dias durante o mês de maio do ano de 2021,
FRANCIELE MAGALHÃES CROSARA resolveu, sob recomendação médica,
realizar uma viagem com o objetivo de tentar reduzir o nível de estresse no qual se
encontrava.

O Sr. MAURO ALVES PIRES, tendo tomado


conhecimento de que ela realizaria uma viagem ao exterior durante a vigência de
licença médica, fez uso de fato divulgando no local de trabalho a que ambos
pertencem, a saber, o Centro Federal de Educação Tecnológica de Goiás (CEFET-
GO), Unidade de Inhumas, que a requerente estaria agindo de má fé, aproveitando
de um recurso legal, a licença médica, para viajar, deixando assim, de cumprir com
suas responsabilidades enquanto professora da Instituição.

Além de difamar Franciele verbalmente, entre o


corpo docente escolar e os alunos da rede, sendo clara a intenção de caluniar,
maculando a sua imagem e credibilidade , o Sr. MAURO ALVES PIRES enviou
correios eletrônicos a terceiros. Um desse foi o professor Ronaldo Ferreira Vaz. Na
conversa que Ronaldo posteriormente entregou para Franciele, é possível perceber
que o Requerido divulgou fotos referentes a viagem que estavam disponíveis em
um site na internet de um rapaz que Franciele conheceu na viagem.
Como consequências, causou a imagem da requerida constrangimentos diversos e
dificuldades na Instituição em diversos níveis de relacionamento profissional e
pessoal.
É válido ressaltar ainda que dentro do ambiente de
trabalho Franciele sempre tratou o requerido de forma harmónica e respeitosa,
jamais tendo alguma atitude que os levassem a ter uma “intriga” ou “rixa” para no
referido Centro Federal.

Constam abaixo os documentos que comprovam o que fora dito acima. Que
foi inclusive a médica quem recomendou que a ora requerente se ausentasse do
local de trabalho com forma de tratamento e também as mensagens enviadas pelo
requerido com o intuito de difamar a imagem de Franciele.

1- Receita médica emitida pela Dra. Josela


Palineira Pacheco, CRM-GO 10380, médica do
CEFET-GO, em fevereiro deste ano, de
medicamento anüâepressivo com sua respectiva
bula.
2- Encaminhamento da Dra. Josela Palmeira Pacheco
ao Dr. Paulo Célio Costa Monteiro, CRM-GO
2881, médico psiquiatra, em março deste ano.
3- Atestado de licença médica emitido pela Dra.
Josela Palmeira Pacheco, em maio deste ano.
4- Emails enviados pelo Sr. MAURO ALVES PIRES ao
Professor Ronaldo Ferreira Vaz com o objetivo de
causar difamação e constrangimento, sendo
passível de confirmação de recebimento por
todos os destinatários aos quais esse os
reenviou e por todos os demais servidores do
CEFET — GO, Unidade de lnhumas. (Os
nomes dos servidores que fomeceram os emails
foram apagados dos documentos para que os
mesmos não venham a sofrer retaliações.)

II - DO DIREITO

Trata-se de INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS ante aos comentários e


envio de emails efetuados pelo requerido sobre a requerente. A requerente informa
que gozou licença médica e que o requerido afirmou aos demais colegas de profissão e
alunos da instituição CEFET, Unidade Inhumas, que a mesma estava agindo de má
fé ao utilizar-se da referida licença para viajar, burlando o seu real sentido.

Para caracterizar os DANOS MORAIS, é necessário que se demonstre que da


ação do requerido tenha resultado em dano, que haja culpa do agente, e por fim,
que exista um nexo de causalidade entre as condutas.
O Requerido, MAURO ALVES PIRES teve como objetivo demonstrar aos seus
demais colegas, alunos e a instituição que Franciele aproveitou-se da situação de
sua licença médica para poder fazer mais uma de suas viagens, desmoralizando,
difamando, caluniando com sua reputação profissional e pessoal.

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS


MORAIS. JUSTIÇA GRATUITA. CONCESSÃO. OCORRÊNCIA DE
DANO MORAL POR SUPOSTOS XINGAMENTOS E INJÚRIAS.
PROVAS TESTEMUNHAIS. FIXAÇÃO, EM OBSERVÂNCIA AOS
PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE.
QUANTUM INDENIZATÓRIO. REDUÇÃO. SENTENÇA
REFORMADA. 1. Cumpre deferir o pedido de justiça gratuita, diante
da comprovação da hipossuficiência financeira da Apelante. 2. As
provas coligidas ao processo demonstram os requisitos exigidos
para caracterização do dever de indenizar (conduta ilícita, dano e
nexo causal), porquanto o apelante proferiu ofensas contra o
apelado, ultrapassando os limites da liberdade de manifestação,
extrapolando as barreiras da licitude e as raias da cordialidade. 3.
Dessarte, presentes os elementos essenciais para a configuração
do dano moral, bem como as hipóteses de calúnia, difamação e
injúria, há que se reconhecer o direito da parte autora em receber
indenização por danos morais, mormente porque restou configurado
o abuso no exercício do direito à liberdade de expressão. 4. Para a
fixação da indenização a título de dano moral, deve-se considerar
os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, evitando-se o
enriquecimento ilícito da parte e a reprimenda inócua para o
causador do dano, ensejando a redução do quantum arbitrado pelo
juízo a quo. 5. Deve ser minorado o valor fixado a título de danos
morais para R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por obedecer aos
princípios da razoabilidade e proporcionalidade. 6. Tendo em vista
que a redução do montante indenizatório não corresponde à
improcedência do pedido do autor, além de o apelante continuar
vencido na demanda, mantém-se a sua condenação ao pagamento
dos honorários advocatícios sucumbenciais, deixando, porém, de
majorá-los, tudo nos termos do artigo 85, §§ 3º e 11, do CPC.
APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA E PARCIALMENTE PROVIDA.

(TJGO, PROCESSO CÍVEL E DO TRABALHO -> Recursos ->


Apelação Cível 0113348-27.2017.8.09.0146, Rel. Des(a). MARCUS
DA COSTA FERREIRA, 5ª Câmara Cível, julgado em 10/05/2021,
DJe de 10/05/2021)

De acordo com o Código Civil (CC) em seu art. 932, inciso III, dispõe que o
empregador que no caso é o ( CEFET, Unidade de Inhumas) também é
responsável pela reparação civil, por seus empregados, quando no exercício do
trabalho que lhes competir ou em razão dele, local onde ocorreu os danos morais
contra a requerente Franciele.

Há que se frisar que, muito embora a legislação brasileira não preveja quais os
critérios objetivos que devem ser levados em consideração quando da
quantificação dos danos morais, a doutrina e jurisprudência recomendam a
aplicação da TEORIA DO VALOR DO DESESTÍMULO, segundo a qual a
indenização deve ter função dúplice, prestando tanto para uma compensação
pelos sentimentos negativos suportados pelo Promovente (caráter
compensatório), quanto servindo de punição pela conduta desenvolvida pelo
agente lesivo (CARÁTER PUNITIVO). Ato abusivo.

Art 285 CPC - A distribuição, que poderá


ser eletrônica, será alternada e aleatória,
obedecendo-se rigorosa igualdade.

Parágrafo único - A lista de distribuição


deverá ser publicada no Diário de
Justiça.

O entendimento da doutrina de Aguiar Dias, acima citado , confirma o defeito da


lesão ao lesado (Franciele Magalhães Crosara), o dano moral deve ser
compreendido e reparado de acordo com seu conteúdo, houve dano pessoal
emocional, que gera a responsabilidade civil.

Art. 285. Estando em termos a petição


inicial, o juiz a despachará, ordenando a
citação do réu, para responder; do mandado
constará que, não sendo contestada a ação,
se presumirão aceitos pelo réu, como
verdadeiros, os fatos articulados pelo autor.
(Redação dada pela Lei nº 5.925, de
1º.10.1973)

“O dano moral encontra fundamento legal nas disposições contidas no art.


5º, V e X, da CF, sendo considerado aquele proveniente da violação dos
direitos individuais relativamente à sua intimidade, privacidade, honra e imagem, de
natureza íntima e pessoal em que se coloca em risco a própria dignidade da
pessoa humana, diante do contexto social em que vive. O artigo 186 do CC
consagra a regra de que todo aquele que causa dano a outrem é obrigado a
repará-lo”

Conforme preceitua Wilson Melo da Silva:

Danos morais são lesões sofridas pelo sujeito físico ou pessoa natural de direito
em seu patrimônio ideal, entendendo-se por patrimônio ideal, em contraposição ao
patrimônio material, o conjunto de tudo aquilo que não seja suscetível de valor
econômico

Portanto, demonstrado a conduta da Ré, o dano sofrido pela Autora e o nexo de


causalidade entre a conduta e o dano, deve ser imputada a responsabilidade civil
objetiva à Ré, culminando em sua condenação
III - DO PEDIDO

Por fim, o autor deve reiterar o pedido já feito na petição inicial e solicitar a
desconsideração dos argumentos apresentados pelo réu.

A citação do requerido para que responda á presente ação nos termos do


art. 285 do CPC - A distribuição, que poderá ser eletrônica, será alternada e
aleatória, obedecendo-se rigorosa igualdade. Seja julgado procedente, condenando
o requerido a pagar ao requerente a importância de 20 salários mínimos por dano
moral.

seja JULGADA PROCEDENTE A AÇÃO para condenar o réu para pagar-lhe a


título de reparação por dano moral, com base no art. 953 do Código Civil c.c. art.
5o, inciso X, da CF, no valor Dá-se a presente ação o valor de 20 salários mínimos.

Nestes termos,

Pedem e aguardam deferimento.

Goiânia, 01 e Outunro de 2021.

ADVOGADOS

João Omar Correia Neto – OAB/GO 37245

Caio Jose Caetano Jayme – OAB/GO 49208

Vinicius Arimatea Carmo – OAB/GO 49205

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