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Universidade Federal da Paraíba

Centro de Ciências de Sociais Aplicadas


Departamento de Finanças e Contabilidade
Curso de Ciências Atuariais

A PRIMEIRA METADE DOS ANOS 90


(1990 – 1994)

João Pessoa
2021
Introdução
 Milagre Econômico (1973)
 Década de 80 (Década Perdida)
 Inflação superou 80% ao mês e economia crescia a taxa média de 7% entre 1930-
1980.
 Primeira metade dos anos 90 – Primeiro Presidente Eleito pelo voto direto.
 As reformas propostas por Collor:
1. Ruptura com o modelo brasileiro de crescimento com elevada participação do
Estado;
2. Proteção tarifária
3. Abertura Comercial e Financeira
 Plano Collor I e II – Fracasso para reduzir a inflação - Provocaram recessão e
perda de credibilidade das instituições de poupança.
 1992 – Impeachment de Collor
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A mudança de Modelo
 Período de 1950-80 – Crescimento a uma taxa média de 7,4% a.a.
 Crescimento associado a política de Substituição de Importações
 1968-73 (Milagre Econômico)

 Modelo de Industrialização Brasileira:


1) Participação DIRETA do Estado na Economia
2) Elevada proteção a Indústria Nacional
3) Fornecimento de crédito em condições favoráveis

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A mudança de Modelo
 O Modelo de Substituição de Importações (MSI)
 Livre-Comércio
 O MSI defendia três papéis fundamentais:
1) O de indutor da industrialização através da concessão de crédito
2) O de empreendedor (eliminar pontos de estrangulamento)
3) Gerenciador dos recursos escassos cambiais (a fim de evitar crises cambiais
recorrentes)

Aumento da Redução das 4

Produção Interna importações


Privatização e Abertura
 Política Industrial e de Comércio Exterior (PICE), lançada no início do
Governo Collor
 PICE foi concebida como uma “pinça”, com uma perna para incentivar a
competição e a outra para incentivar a competitividade.

Competitividade proporciona um
Competição proporciona um ambiente desafiador, inovador e
ambiente centralizador, precisa-se criativo, onde as mentes são postas
se sobressair sobre os demais. a trabalhar para realizarem um bom
trabalho, desenvolverem ideias para
produzirem mais e melhor.
Competição Competitividade

COMPETIÇÃO X COMPETIVIDADE 5
Privatização e Abertura
 A condição do atraso industrial era visto como algo prioritário para trazer
estabilidade aos preços.
 Gastos com P&D aconteceram, em 1989 foi de 0,5% do PIB, já em 1994 foi de
1,3% como resultado da PICE.
 A perna de competição foi mais forte do que a de competitividade.
 Diante do cenário precário que o país vivia de total insatisfação nos diversos
setores da sociedade a PICE deu o pontapé para a Privatização.
 Nos anos 90 surgiu o Plano Nacional de Desestatização (PND)
 Objetivos dos PND:
1. Contribuir para um redesenho do Parque Industrial e para consolidação da
estabilidade.
2. Reduzir a dívida pública
3. Utilizados os cruzados bloqueados como recursos para a privatização. 6
Privatização e Abertura

 Entre o Governo de Collor e Itamar Franco 33 empresas foram


privatizadas. O Principais setores foram a siderurgia, petroquímica e
fertilizantes.

Total de receitas obtidas = US$ 8,6 bilhões

Total de transferências para empresas


privadas= US$ 3,3 bilhões

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Privatização e Abertura

 Mudanças na Política de Comércio Exterior


 Adoção do câmbio livre
 Programa de liberalização da política de importações

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Os Planos Collor
 PLANO COLLOR I:

o Lançado em 15/03/1990.
o Reintrodução do Cruzeiro como moeda
o Novo Congelamento de Preços de bens e serviços
o Aumento da Arrecadação (Criação de novos impostos)
o Aumento do IPI
o IOF (Imposto sobre Obrigações Financeiras)
o Redução dos prazos de recolhimento
o Suspensão de benefícios fiscais garantidos pela Constituição
o Medidas de combate à Sonegação
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o Redução do número de ministérios (23 para 12 ministérios)
Os Planos Collor
 PLANO COLLOR I:

o Implantação do Regime de Câmbio Flutuante


o Sequestro da liquidez (Impacto na área financeira)
o Todas as aplicações que ultrapassassem US$ 1.200 foram bloqueadas
por 18 meses.
o Os recursos bloqueados receberiam correção monetária mais juros de
6% a.a.
o Existia uma fragilidade financeira do Estado
o O bloqueio dos recursos gerou criticas severas a intervenção estatal,
pois tirava a confiança dos poupadores em investimentos no SFN.
(Limite imposto era muito baixo)
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Os Planos Collor
 PLANO COLLOR I:

o Congelamento dos preços e ajuste fiscal também gerou críticas ao


governo.
o O plano tinha um caráter recessivo
o O plano havia confundido “fluxo e estoque” – TQM
o Overnight
o RISCO DE CAIXA
o Banco Central promovia operações chamadas go around, vendendo e
comprando títulos públicos
o Zeragem automática (BC comprava os títulos em excesso), com isso o
risco de caixa era Zero.
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o Plano Collor I baixou a inflação de 80% a.m. para 10% a.m.
Os Planos Collor
 PLANO COLLOR II:

o Controle da inflação através da racionalização dos gastos nas


administrações públicas, corte nas despesas e aceleração da
modernização industrial.
o Extinção do BTN (Bônus do Tesouro Nacional) – servia de base para
indexação dos impostos e também fundos de investimento de curto
prazo – overnight
o Criação do Fundo de Aplicações Financeiras (FAF)
o Tara Referencial – média das taxas do mercado interbancário
o Circulo Virtuoso
o Impeachment
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Plano Real
 Itamar Franco assume o poder
 Primeira metade de 1994 é criada a Unidade Real de Valor (URV)
 1º de Julho de 1994 – Introdução do Plano Real

Primeira família do real:


1994 – Lançamento das cédulas de R$ 1, R$ 5, R$ 10, R$ 50, R$ 100
2000 – Circulação da cédula de R$ 10,00 comemorativa pelos 500 anos do Brasil
2001 – Circulação da cédula de R$ 2
2002 – Circulação da cédula de R$ 20

Segunda família do real:


2010 - lançamento das novas notas de R$ 50 e R$ 100
2012 - lançamento das novas notas de R$ 10 e R$ 20
2013 - lançamento das novas notas de R$ 2 e R$ 5
2020 - lançamento da nota de R$ 200 13
1994

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2000

Cédula de 10 reais
comemorativa.

Comemoração dos
500 anos do Brasil

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2001

Circulação da
cédula de 2 reais

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2002

Circulação da
cédula de 20 reais

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2010

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2012

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2013

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O Plano Real
 Plano Real possuiu 3 fases:

1. Promover um ajuste fiscal que gerasse o equilíbrio das


contas do governo, que era considerada a principal causa
da inflação.
2. Criação da URV – Unidade Real de Valor (Padrão estável)
3. Estabelecia regras de emissão e lastreamento da nova
moeda de forma a garantir a estabilidade.

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O Plano Real

 1ª FASE DO PLANO REAL

o Marcado por dois esforços de ajuste fiscal:

o Programa de Ação Imediata (PAI)

o Fundo Social de Emergência (FSE)

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O Plano Real
o Programa de Ação Imediata (PAI)
1. Corte de gastos públicos – de aproximadamente 6 bilhões de dólares no
orçamento de 1993, em todos os ministérios.
2. - Recuperação da Receita – através do combate a evasão fiscal, inclusive das
grandes empresas.
3. - Austeridade no relacionamento com Estados e Municípios – através do corte de
repasses inconstitucionais, forçando Estados e Municípios a equilibrarem seus
gastos através de cortes.
4. - Ajustes nos Bancos Estaduais – em alguns casos, através da intervenção do
Banco Central, buscando cortes de gastos e punindo irregularidades com a Lei do
Colarinho Branco.
5. - Redefinição das funções dos Bancos Federais – buscando o enxugamento da
estrutura, evitar a concorrência recíproca e predatória, e punir irregularidades
através da Lei do Colarinho Branco.
6. - Privatizações - De empresas dos setores siderúrgicos, petroquímico e de
fertilizantes, por entender que as empresas públicas estarem reféns de interesses
corporativos, políticos e econômicos. 25
O Plano Real

 Fundo Social de Emergência (FSE)

o A emenda produziu a desvinculação de verbas do orçamento da União


o Direcionando os recursos para o fundo, que daria ao governo margem
para remanejar e/ou cortar gastos supérfluos.
o Os gastos do governo contribuíam grandemente para a hiperinflação,
uma vez que a máquina do Estado brasileiro era grande, dispendiosa e
ávida por mais recursos.

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O Plano Real

 As mudanças introduzidas pelo PAI e FSE não foram suficientes para


assegurar o equilíbrio fiscal.

 Desajuste fiscal – relação Dívida/PIB (afetando o crescimento)

 A inflação foi reduzida continuamente até 1999, quando ocorreu a


desvalorização cambial.

 Não quer dizer que o quadro fiscal brasileiro não era problemático e
que não ocasionou a falta de credibilidade com relação aos
investidores externos.

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O Plano Real

 2ª FASE DO PLANO REAL – URV

o Buscava eliminar o componente inercial da inflação.


o Zerar a memória inflacionária
o Não haveria congelamento de preços - Desindexação voluntária –
Através de uma quase moeda - Redução dos períodos de reajustes
de preços
o Mais fácil combater uma Hiperinflação que altas inflações
o Aceleração da taxa de inflação - Simular uma hiperinflação sem
viver suas consequências
o “Larida” (Pérsio Arida e André Lara Resende, em 1984)
o Na época a unidade monetária era a ORTN (Obrigação Reajustável
do Tesouro Nacional) 28
O Plano Real

 Semelhanças entre a proposta “Larida” e o Plano Real:

1. Livre-arbítrio para a adesão dos preços e contratos ao novo


indexador
2. Depósitos e ativos financeiros compulsoriamente
3. Conversão das rendas contratuais pelo seu valor real médio
4. Dólar atrelado à variação do indexador

Problema: A Hiperinflação da “velha moeda” poderia contaminar a


“nova”

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O Plano Real

 3ª FASE DO PLANO REAL

o Medida Provisória 542 – Conjunto de medidas sobrepostas:

1. Lastreamento da oferta monetária doméstica em reservas


cambiais – R$ 1,00 por US$ 1,00 – Paridade
2. Fixação de limites máximos para estoque de base monetária por
trimestre
3. Introdução de mudanças institucionais no CMN buscando dar
autonomia ao BC

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Evolução da Economia Brasileira

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