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Universidade do Estado do Pará

Campus XIX – Salvaterra


Centro de Ciências Sociais e Educação – CCSE
Licenciatura em História
Disciplina: Teoria da História II
Docente: Jerusa Barros Miranda

MAYANNE CORDEIRO VILLAR

Resenha do livro “ Apologia da História ou O Ofício de


Historiador”, de Marc Bloch

SALVATERRA/ PA
Abril de 2021
Universidade do Estado do Pará
Centro de Ciências Sociais e Educação
Curso de História
Salvaterra – PA
www.uepa.br
BLOCH, Marc. Apologia da História ou O Ofício de Historiador, Rio de
Janeiro: Jorge Zahar, 2002

Marc Bloch no seu livro, A Apologia da História ou Oficio do historiador,


trabalha as práticas e os objetivos de um historiador, ou seja, falar o que um
historiador deveria fazer, ou como a história deveria ser, ou como a história deveria
ser produzida. Bloch começa dizendo em seu livro que os historiadores devem ser
capacitados a ponto de conseguirem falar com doutores e leigos, é necessário falar
com os doutos e os indoutos. O historiador deve ter, e tem, uma missão, que é
propagar o seu conhecimento. Bloch fala também que a própria historiografia já é
um fenômeno histórico, pois ela já está dentro da história – a historiografia faz parte
da vida humana das relações humanas de dentro do ocidente.
No segundo capitulo, A observação histórica; falando sobre a informação
histórica e suas peculiaridades, Bloch fala dos fatos históricos, onde nenhum
historiador pode constatar em loco os seus fatos de estudo. O historiador se
movimenta como investigador e fala segundo as testemunhas, não como uma
testemunha, isso é um trabalho bem complicado e difícil.
Para Bloch, a história é a ciência que estuda os “ homens no tempo”, ou seja,
o presente passa a ser objeto de estudo do historiador, ela tange a metodologia.
Além disso, para ele ela é distrativa, pois não é somente algo acadêmico, mas
também uma parte da experiência humana, do gosto, da curiosidade e ao mesmo
tempo uma parte de alegria.
O autor Marc Bloch, traz o paradigma ou a ideia da história problema para
dentro da historiografia, a história problema é aquela que anula a concepção que o
historiador faz sobre a ciência do passado. Para ele a história é feita do presente, ou
seja, a historiografia parte do presente, em uma busca de aproximação do passado
para explicar a problemática, que surgi no presente. O historiador Marc, veste a
historiografia de uma nova roupagem, dizendo ser esta, não apenas uma busca pelo
passado, mas uma tentativa de entender o presente, pois os questionamentos
surgem antes das respostas, partindo do presente, se aproximando do passado e
entendendo o passado para entender o presente, pois para ele o passado é uma
estrutura em constante progresso, logo os questionamentos sempre mudarão, então
sempre voltaremos ao passado para entender ou descobrir algo que era
desconhecido. Isso é o que ao autor chama de método regressivo. Diante disso, a
observação do presente, na história é de extrema complexidade. As pessoas que
vivenciam os fatos, qualquer que seja no tempo, tem uma percepção parcialmente
limitada dos sentidos, diferentemente do historiador, que indaga e propõe questões.
Bloch chama de “intermediários” da produção do objetivo de estudo, aquelas
pessoas que viveram o fato, e que seus relatos são estudados.
Ademais, segundo ele a história é a rainha das ciências humanas, e a
considera uma ciência no que tange a dermaquê, ao recorte, a metodologia, pois
carece a sua delimitação ao tempo em que esta aproximado através da
interpretação. Nesse sentido, o tempo é determinante na história, assim como o
tempo está em marcha a historiografia precisa se mexer e está em marcha também,
para história ser uma ciência ela precisa caminhar e estar em eterno movimento.
Além disso os vestígios fazem parte da constituição de um fato, particularmente da
percepção histórica do conhecimento dos fatos humanos. O autor faz uma crítica a
visão limitada da observação histórica por parte do historiador que se coloca em
uma posição de ostracismo da testemunha ocular de um evento.
É valido salientar que não só os testemunhos devem nos guiar, mais a
investigação sobre a veracidade e alteração dos documentos, pois para Bloch as
fontes ou documentos não falam por si mesmos, só falam quando sabemos
interrogar.
Diante disso, percebe-se o quanto Marc Bloch, queria provar para o mundo o
quanto a história é relevante enquanto uma disciplina acadêmica e o quanto é
necessário o seu estudo para os historiadores e nos fala da privação do historiador
no que diz respeito a descoberta e ao acesso aos documentos na pesquisa.

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