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SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM ANÁLISE E DESENVOLVIMENTO DE

SISTEMAS
PIM II

IMPLANTAÇÃO DE
UNIDADE DE COWORKING

AMANDA ABREU NICIOLI

JACUTINGA - MG
2021
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.........................................................................................................................3

2.1. MISSÃO..........................................................................................................................6
2.2. VISÃO.............................................................................................................................6
2.3. OBJETIVO DA IMPLANTAÇÃO................................................................................6
2.4. PRODUTO: O ESPAÇO COWORKING...................................................................6
3. ASPECTOS DO MERCADO E TENDÊNCIAS........................................................9
3.1. O Mercado Internacional e Doméstico de TI.......................................................9
3.2. Dimensionamento do Mercado.............................................................................12
3

INTRODUÇÃO

O segmento de Tecnologia da Informação (TI) é um dos mais dinâmicos e


agregadores de valor de uma economia, na medida em que contribui para o ganho
de produtividade dos processos ao mesmo tempo em que eleva qualidade dos
produtos e serviços ofertados pelas organizações. A Tecnologia da Informação
permite aos agentes econômicos acessarem, organizarem e processarem o
extraordinário volume de dados gerados pela sociedade contemporânea,
transformando informação em conhecimento e melhorando a qualidade do processo
de tomada de decisões.

Em um ambiente caracterizado pela globalização, abertura e desregulamentação de


mercados e, consequentemente, pelo aumento da concorrência entre as economias
internacionais, o fortalecimento da indústria tecnológica se transforma em ação
estratégica e obrigatória para que um país se posicione competitivamente em
relação aos seus pares. A tecnologia garante ganhos sistemáticos de produtividade,
uma vez que permite a otimização alocativa dos fatores de produção, garantindo a
maximização de seus retornos. De acordo com pesquisa realizada pela CompTIA.
Todd Thibodeaux, mais de 80% das empresas brasileiras afirmaram que a
tecnologia é importante, ou muito importante, para o seu sucesso e, ainda, que 97%
planejam aumentar seus desembolsos com TI neste ano¹.

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4

¹Extraída do endereço eletrônicohttp://assespro.org.br/biblioteca/dados-mercado/2013-05-24-80-por-


cento-das-empresas-brasileiras-entendem-ti-como-sucesso-de-seus-negocios-aponta-estudo/.
5

1. AÇÕES INSTITUCIONAIS PARA O DESENVOLVIMENTO DOS SEGMENTOS


DE TI EM JACUTINGA MG E REGIÃO
Do ponto de vista social, os desenvolvimentos dos setores relacionados à indústria
da tecnologia de informação impactam diretamente no processo de desenvolvimento
socioeconômico de um país, seja através do incremento de valor aos serviços
prestados pelo próprio setor, seja pela capacidade do segmento de TI em atender a
demanda de outros setores produtivos.
Segmentos financeiros, comerciais, industriais, de serviços para a saúde, de
educação, entretenimento, entre outros, têm na plataforma digital um meio
convergente e natural de estruturarem seus negócios. Assim, a inter-relação do
setor de TI com outros setores cria um efeito multiplicador que permeia toda a
economia, reforçando, dessa forma, o seu papel estratégico no processo de
desenvolvimento socioeconômico do país.
Existe, por parte dos gestores públicos, um senso comum de que a competitividade
de uma economia dependerá, cada vez mais, da capacidade inovadora e de
agregação de tecnologia de sua base produtiva. Em relação aos aspectos
institucionais, observa-se, nos três níveis de governo, a existência de marcos
regulatórios que criam contornos legais favoráveis ao desenvolvimento do ambiente
de inovação, premissa básica para a consolidação do setor de TI de uma economia.
De uma forma geral, a preocupação da administração pública é de criar um
ambiente que fortaleça a consolidação da cultura empreendedora e da inovação no
país e, com isso, estimular a expansão dos investimentos diretos nos segmentos
ligados à indústria de tecnologia, permitindo que o Brasil, por exemplo, melhore sua
colocação de sétimo para quinto, no ranking internacional de produção de software e
prestação de serviços de TI, até 2022.
Na esfera Federal, destaca-se a Lei 10.973, de 02 de dezembro de 2004,
denominada Lei da Inovação, que tem por objetivo desenvolver no país uma cultura
de inovação, na medida em que o conhecimento se apresenta como elemento
central do processo de criação e distribuição de riquezas das novas economias. A
Lei em questão apoia-se em três pilares que visam estimular uma maior contribuição
do setor produtivo em relação à alocação de recursos financeiros na promoção da
inovação, a saber:
I) Constituição de ambiente propício às parcerias estratégicas entre as
universidades, institutos tecnológicos e empresas;
II) Estimulo à participação de instituições de ciência e tecnologia no processo de
inovação;
III) Incentivo à inovação na empresa²

Na mesma linha, a Lei 11.196 / 05, conhecida também como “Lei do Bem”, dispõe
de incentivos fiscais que as empresas podem usufruir de forma automática, desde
que realizem pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica³. Já a
Lei Federal
Complementar no123 estabelece margem de preferência em licitações e oferece
adicional de preferência de até 25% para produtos com tecnologia desenvolvida no
país

²Extraída do endereço eletrônico


http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/8477/Lei_de_Inovacao.html.
³Extraída do endereço eletrônico http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
2006/2005/lei/l11196.htm
6

Nesse contexto, o Decreto 7.174 regulamenta a contratação de bens e serviços


de informática pela administração pública federal.
Quanto aos programas destinados a fomentar o segmento de TI, destaca-se o
Programa do Governo Federal, lançado em agosto de 2012, intitulado TI MAIOR que
tem por objetivo estimular o desenvolvimento de software no Brasil, a partir de
investimentos de R$500 milhões, até 2015. Do ponto de vista regional, tanto o
Governo de Minas Gerais quanto alguns municípios do estado têm criado arranjos
institucionais convergentes àqueles oferecidos pelo Governo Federal, através de
leis, decretos, programas e projetos setoriais.
Assim, a Rede de Inovação Tecnológica foi criada pela Secretaria de Estado de
Ciência e Tecnologia e Ensino Superior (SECTES) com o objetivo de “Ampliar a
capacidade de geração e difusão de inovações tecnológicas em Minas Gerais,
fomentando e articulando os diferentes agentes empresariais, governamentais, do
setor acadêmico e da sociedade”. Tal rede, por sua vez, vem dinamizando o
Sistema Mineiro de Inovação que tem por objetivo criar o adensamento de
conhecimento através da consolidação dos Arranjos Produtivos Locais e da
implantação de ambientes inovadores como parques tecnológicos, incubadoras,
polos de excelência e polos de inovação.

Existe, portanto, um senso comum quanto ao fato de que a competitividade de uma


economia dependerá, cada vez mais, da capacidade inovadora e de agregação de
tecnologia de sua base produtiva. Invariavelmente, observa-se que os modelos de
desenvolvimento socioeconômico adotados pelos gestores públicos e privados
contemplam ações de fomento à cultura empreendedora, inovadora e de
fortalecimento dos setores tecnológicos. Na Zona da Mata Mineira, os projetos de
implantação do Parque Científico e Tecnológico de Jacutinga MG e região, a criação
da Rede de Inovação da Zona da Mata, a Regionalização do Programa MGTI e a
sanção da Lei de TI no município de Jacutinga MG reforçam a importância da
agenda tecnológica no processo de desenvolvimento socioeconômico da região.
A implantação de um espaço coworking público, a partir de uma parceria técnica,
onde o CRITT ficaria responsável por disponibilizar um espaço estruturado como um
grande escritório a ser compartilhado pela comunidade afeta ao tema tecnológico e
o MGTI Zona da Mata assumiria a responsabilidade de “desenvolver processos de
mentoria técnica, de promover ações de treinamento e capacitação no espaço
coworking, bem como de fomentar o espírito empreendedor e inovador da
comunidade envolvida com o projeto em questão”.

________________________________
4 Extraída do endereço eletrônico http://www.tecnologia.mg.gov.br/projetos-estrategicos.php.
7

2. O ESPAÇO COWORKING NA CIDADE DE JACUTINGA MG

É nesse contexto de construção de um arranjo institucional formado por


representantes de Governos, Universidades e Sociedade Produtiva, destinado a
promover o desenvolvimento do ambiente de empreendedorismo e inovação em
Jacutinga MG e região que se pauta o processo de implantação do ESPAÇO
COWORKING.
O equipamento em questão contribuirá, principalmente, com o fortalecimento da
indústria de TI regional, segmento estratégico na cadeia produtiva dos setores
intensivos em utilização e desenvolvimento de tecnologias.

2.1. MISSÃO

Permitir que empreendedores inovadores tenham acesso democrático a uma


estrutura completa de escritório para o desenvolvimento de produtos e serviços
intensivos em TI.

2.2. VISÃO

Ser reconhecido como um dos mais importantes coworking de TI do Brasil.

2.3. OBJETIVO DA IMPLANTAÇÃO

A Implantação do ESPAÇO COWORKING tem como principal objetivo, contribuir


para o desenvolvimento do ambiente tecnológico em Jacutinga MG e região através
da criação de um espaço.

2.4. PRODUTO: O ESPAÇO COWORKING

A seguir é apresentado um descritivo quanto aos aspectos físicos, estruturais,


funcionais e operacionais do ESPAÇO COWORKING, bem como as características
do público alvo, potencialmente interessado em utilizar o referido equipamento.

O que é o espaço coworking

Trata-se de um espaço público, estruturado fisicamente como um escritório


compartilhado e colaborativo, destinado a atender as demandas técnico-
operacionais originadas de estudantes universitários, empreendedores e empresas
ligadas às de atividades de TI. Os empreendedores trabalharão em um mesmo
ambiente, trocando experiências, informações e conhecimentos de forma natural e
espontânea, recebendo mentorias, treinamento e capacitação de profissionais já
consolidados nesse mercado.

Apesar de o ambiente ser compartilhado, algumas reuniões exigem privacidade,


necessitando, portanto, a disponibilização de espaços privativos. Nesse caso o
layout contempla 4 (quatro) salas individuais de reuniões que totalizam 86,00 m2.
8

Existe, também, uma sala de descompressão de 51,00 m2, uma vez que é muito
importante, nesse tipo de ambiente, onde se exigem grandes esforços mentais,
locais destinados para o relaxamento dos usuários. Tal espaço é fundamental para
reduzir perdas de produtividade.

O ESPAÇO será equipado com recursos tecnológicos destinados a viabilizar o


acesso dos usuários a uma rede de internet wi-fi exclusiva e com capacidade de
trafegar 100 MB (2 MB para cada usuário). Da mesma forma, será disponibilizada
toda a estrutura operacional de um escritório, tais como impressoras, scanner, café,
água, central telefônica.

Quais necessidades serão atendidas pelo espaço coworking?

O ESPAÇO COWORKING tem por objetivo democratizar o acesso à infraestrutura


de recursos de escritório para a comunidade a partir de um ambiente inovador, hi-
tech, compartilhado e colaborativo. Nesse sentido, o ESPAÇO COWORKING alinha-
se perfeitamente às demandas emanadas de empreendedores interessados em
desenvolverem seus empreendimentos afetos, preferencialmente, às áreas de TI,
aproveitando uma estrutura física completa, gratuita, em um ambiente criativo, de
elevada massa crítica tecnológica e altamente colaborativo.

Esta modelagem de espaço de trabalho permite aos usuários estabelecerem


relacionamentos onde podem ser mutuamente oferecidos e/ou contratados serviços,
o que, muitas vezes, favorece o surgimento e amadurecimento de ideias e projetos
em grupo.

Como funcionará O ESPAÇO COWORKING?

O ESPAÇO fará parte da estrutura organizacional do CRITT e por isso terá seu
orçamento vinculado ao da própria entidade. O equipamento possuirá um estatuto
de funcionamento onde serão estabelecidas todas as normas e rotinas funcionais.

O ESPAÇO COWORKING funcionará em instalação a ser construída na unidade do


CRITT, de segunda a sexta-feira, das 8h às 23h. No sábado, o espaço permanecerá
aberto das 8h às 18h. A partir de um edital público específico, serão selecionados
estudantes universitários, empreendedores e empresas de TI que utilizarão o
espaço por 12 meses, podendo prorrogar o uso por igual período, ocupando
estações de trabalhos rotativas para trabalharem em seus próprios Laptops.

No caso das empresas selecionadas, as mesmas poderão utilizar até duas


estações de trabalho, no total de 16 estações que serão destinadas a este tipo de
usuário. O critério de seleção dos usuários do espaço considerará a qualidade do
projeto a ser desenvolvido e terá como benchmark parâmetros utilizados em
concursos internacionais de projetos de TI.

Observa-se que os usuários do ESPAÇO COWORKING deverão atender a critérios


de produtividade no desenvolvimento de seus projetos. A cada mês será realizada
uma avaliação quanto à evolução do desenvolvimento do projeto. Caso o usuário
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não atinja os parâmetros mínimos estabelecidos em três avaliações consecutivas,


será sumariamente descredenciado a frequentar o ambiente. O acesso à rede será
através de sistema wi-fi a partir de senhas pessoais.

Os usuários do ESPAÇO COWORKING terão à sua disposição armários para


guardar seus pertences.

As salas de reunião privativas serão utilizadas mediante agendamento e cada


usuário terá um limite de horas mensais para a sua utilização. Serão disponibilizados
para os usuários, na sala de descompressão, café, água mineral e geladeira para
uso compartilhado.

A frequência dos usuários será controlada por um ponto eletrônico de entrada e


saída do espaço, podendo, inclusive, ser estabelecido um limite de tempo máximo
de permanência, viabilizando, assim, um número de usuários superior à capacidade
instalada estática da estrutura a ser implantada. A limpeza será diária e realizada
pela própria estrutura do CRITT, uma vez que o empreendimento será implantado
nas instalações da instituição. Quanto à manutenção, haverá uma rotina regular
preventiva

A gestão do ESPAÇO COWRKING ficará sob a responsabilidade de um


administrador especializado em TI e a ele caberá gerenciar a estrutura quanto aos
aspectos operacionais e financeiros, bem como realizar a prestação de contas para
o CRITT. O administrador deverá realizar avaliações periódicas de desempenho dos
usuários do espaço, devendo, ainda, organizar cursos de capacitação e treinamento
que serão oferecidos por profissionais, empresas e demais instituições públicas e
privadas parceiras do projeto.

Qual é o perfil do potencial Público-Alvo do ESPAÇO COWORKING?


O perfil do potencial usuário de uma unidade coworking é caracterizado pelo espírito
empreendedor de alguém que procura realizar alguma coisa sempre. Assim,
observa-se que são indivíduos que possuem motivações para despender esforços
pessoais com o objetivo de materializar sonhos, ideias e projetos de
empreendimentos executáveis, assumindo, para tanto, riscos inerentes às atividades
empreendedoras.
No ESPAÇO COWORKING são considerados como público-alvo estudantes
universitários, empreendedores e empresas afetas à área de TI interessados em
desenvolver novos produtos e serviços fundamentados na Economia do
Conhecimento e na Economia Criativa, como, por exemplo, startups, engenheiros de
softwares e desenvolvedores de web.
De uma forma geral, são jovens empreendedores que enxergam uma unidade de
coworking como um ambiente ideal para aprender, conviver colaborativamente, e
elevar suas redes de oportunidades, sem precisar despender esforços em funções
administrativas e operacionais de um escritório, tudo isso a um baixíssimo custo,
adequado à realidade de quem esta começando um negócio5. Participam de redes
sociais e trabalham ou se interessam por TI, design, moda, artes, jogos virtuais.
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3. ASPECTOS DO MERCADO E TENDÊNCIAS

3.1. O Mercado Internacional e Doméstico de TI

Devido ao dinamismo mercadológico e ao papel estratégico que assumem nas


organizações modernas, as expectativas quanto à evolução do mercado de TI
apontam para um crescimento vigoroso e sustentado nos próximos anos. Segundo
estudos da consultoria mundial Booz & Company, os investimentos das 1.000
empresas de capital aberto que maisi nvestem em P&D no mundo totalizaram, em
2013, U$ 638 bilhões6, perfazendo um crescimento de 5,8% frente aos investimentos
realizados em 2012. Dentre os segmentos que mais investiram em P&D no mundo,
estão as indústrias de computadores e eletrônicos, farmacêutica e automotiva, que
representaram 65% das inversões globais.
Estudos publicados pela ABES SOFTWARE7 demonstram que o valor total do
investimento global no segmento de TI somou em 2012, aproximadamente, U$ 2
trilhões, representando um crescimento médio de 5,9% em relação aos
investimentos observados no período anterior. Desse total, foram investidos no
Brasil U$ 64,5 bilhões, garantindo ao país a 7º colocação no ranking internacional e
um crescimento de 10,8%, quando comparado ao ano anterior.
Quando analisados os setores de Software e Serviços de TI, os números são ainda
mais expressivos: em 2012, as inversões setoriais totalizaram R$ 27,2 bilhões (R$
17,5 bilhões em Serviços e R$9,7 bilhões em Software) perfazendo um crescimento
de 26,7%, em relação ao ano de 2011. Nota-se que o referido crescimento não pode
ser considerado um resultado isolado, uma vez que no período compreendido entre
os anos de 2004 até 2012, o volume observado foi de 352,8%, ou seja, uma
expressiva expansão média anual de 44,1%.

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6 Estudo Global Innovation 1000, elaborado pela consultoria mundial Booz & Company e extraído do
endereço eletrônicohttp://www.strategyand.pwc.com/br/home/imprensa/mostrar/2013global-innovation-
1000-br.7Estudo Mercado Brasileiro de Software e Serviços – 2013. ABES SOFTWARE
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Quanto ao setor de Serviços, destacam-se os segmentos de Gerenciamento de


Operações/Outsourcing, Serviço De Suporte E Serviços De Integração De
Sistemas/Implantação que representam 67,6% dos investimentos setoriais. Já, em
relação ao setor de Software, destacam-se os segmentos de Aplicativos e o de

Ambientes de Desenvolvimento que representaram 73,3% do total investido em


2012.
As expectativas quanto à evolução do mercado de TI no Brasil apontam para um
longo período de crescimento, sustentadas, principalmente, pela expansão dos
investimentos privados associados ao apoio governamental e pela aproximação da
Academia com o mercado.

De uma forma geral, os segmentos de TI são fundamentais para elevar a


competitividade e produtividade da economia nacional. Assim sendo, o
desenvolvimento de novos produtos e processos, o desenvolvimento de softwares, a
criação de mecanismos de gerenciamento de dados, a comercialização de serviços
digitais com segurança e rapidez e a gestão remota, têm se transformado em
elementos estratégicos na estruturação dos negócios das companhias modernas.
A utilização de TI pela sociedade será cada vez maior. A disseminação da internet, a
partir dos anos 2000, tem influenciado diretamente na maneira do indivíduo
trabalhar, se divertir e se relacionar, fazendo com que o volume de informação
produzida e consumida pela comunidade global dobre a cada ano. No Brasil, tal
tendência é reforçada pelo crescimento da classe média e, consequentemente, pela
expansão, cada vez maior, do consumo de plataformas computacionais, como, por
exemplo, PCs, Laptops, Tablets e Smartphones.

Devido a tais mudanças de comportamento cultural e do relacionamento da


sociedade com a TI, estudos desenvolvidos pelo IDC Technologies sugerem que, a
partir de 2013, 90% do mercado de TI será direcionado para tecnologias de “3ª
12

Plataforma Tecnológica”, ou seja, tecnologias fundamentadas no desenvolvimento


de softwares, de aplicativos, de sistemas de gestão de dados, de segurança de
informação, na computação em nuvem, nas redes sociais, na mobilidade, na análise
de grandes bancos de dados e no desenvolvimento de soluções para indústrias
inteligentes.

Observa-se que as expectativas de crescimento da participação dos setores de TI


coincidem com o movimento de empreendedorismo no Brasil. Em 2012 o Brasil,
entre 54 países, ocupava a 12ª posição do ranking GEM10 , que monitora a
atividade empreendedora nacional dos países participantes. Segundo dados
divulgados pela Endeavor, em uma pesquisa com jovens no país, 52% dos
pesquisados afirmaram: “gostaria de me ver como um empreendedor”, 48,2%
afirmaram: “muitas vezes penso me tornar um empreendedor”.

Dados da mesma pesquisa apontam que se tornar empreendedor é o maior sonho


de vida de 4% dos jovens. Quanto aos adultos, 26% afirmaram que pretendem abrir
um negócio e 14% estavam começando um negócio.
Outra pesquisa financiada pelo SEBRAE e realizada pelo Instituto Brasileiro de
Qualidade e Produtividade (IBQP) em parceria com a Fundação Getúlio Vargas
(FGV), e que reforça a força do empreendedorismo no Brasil, aponta que, em 2013,
71% de uma amostra formada por 10.000 pessoas que abriram suas empresas, o
fizeram por identificar como sendo oportuno ganhar dinheiro sendo dono do próprio
13

negócio. A pesquisa do empreendedorismo por oportunidade mostrava, em 2002,


que apenas 42% acreditavam na força do mercado brasileiro.
Quase a metade dos novos empreendedores tem pelo menos o segundo grau
completo e quando considerado apenas aqueles que estão cursando ou já
concluíram o terceiro grau, o percentual sobe para 92%. Observa-se, portanto, uma
correlação direta entre o nível de escolaridade e a ação empreendedora.
Tais indicadores fazem com que o Brasil se aproxime de países como Estados
Unidos
(78%) e Reino Unido (84%), no ranking de empreendedorismo por oportunidade e
fique à frente de seus principais pares, como Índia, China, Rússia e África do Sul,
demonstrando o potencial de crescimento da participação nacional no mercado de
TI, uma vez que tais setores são diretamente influenciados pelo espírito
empreendedor.
É nesse contexto que as unidades de coworking têm sido disseminadas pelo mundo
e pelo Brasil. Segundo artigo de Rodrigo Felipe intitulado “O planejamento
estratégico e a inovação no ambiente de trabalho: o coworking”, em agosto de 2012
contabilizavam-se, no mundo, 2.150 espaços coworking, representando um
crescimento de 61% em relação ao mesmo período, em 2011. Já no Brasil, até
agosto de 2013 eram identificados 45 espaços.
O crescimento de 61% em apenas um ano ilustra o potencial de desenvolvimento
para esse tipo de empreendimento no mercado internacional e doméstico.

3.2. Dimensionamento do Mercado

No dimensionamento de mercado, referente à implantação do ESPAÇO


COWORKING, foram considerados os seguintes aspectos:

a) Perfil do Púbico alvo: estudantes universitários, empreendedores e empresas


inovadoras afetas às áreas de TI interessados em desenvolver novos produtos e
serviços fundamentados na Economia do Conhecimento.

b) Área de Influência Geográfica: mesmo que o ESPAÇO COWORKING tenha


condição de atrair interessados de todo o território nacional e de outros países, a
segmentação geográfica considerou como área de influência mercadológica apenas
Jacutinga MG , pelo fato do município apresentar uma demanda potencial
suficientemente densa para gerar uma gravidade mercadológica capaz de viabilizar
o empreendimento.

c) Mercado Potencial: Formado por um conjunto de potenciais usuários que


apresentam um significativo grau de interesse por um determinado bem e ou
serviço. No caso específico, considerou-se como sendo pertencente ao Mercado
Potencial do ESPAÇO COWORKING, universitários, empreendedores e empresas
ligadas à área de TI. Dessa forma, foi realizado um levantamento da população
universitária local, ligadas aos cursos das áreas de tecnologia, bem como o número
de registros de empresas e autônomos (empreendedores), da área de TI

4. Formulação Estratégica

I. Matriz SWOT
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A Matriz SWOT é uma ferramenta de apoio à decisão utilizado pelas organizações


para auxiliar em seus processos de definição de formulação de suas políticas
estratégicas, a partir da avaliação dos ambientes externo e interno referente ao
espectro de atuação mercadológica das mesmas. Nesse sentido, após realizar a
análise ambiental referente à implantação do ESPAÇO COWORKING, observou-se
condições favoráveis à realização dos investimentos, uma vez que se constatou a
existência de um ambiente predominantemente de oportunidades, ao mesmo tempo
em que o empreendimento apresenta forças que elevam sua competitividade
organizacional. Dessa forma, tal ambiente potencializa a probabilidade de sucesso
dos investimentos a serem realizados.

O quadro a seguir ilustra as condições do referido ambiente estratégico, formado


pelo
quadrante criado pela intercessão entre os ambientes de Oportunidades e os Pontos
Fortes do empreendimento:

AMBIENTE EXTERNO
Predominância de
Oportunidades Ameaças
O quadrante que caracteriza as
condições ambientais relativas à
implantação do ESPAÇO
COWORKING é formado,
predominantemente, por
Oportunidades e pelos Pontos
Fortes do empreendimento. Tais
condições sugerem uma maior
probabilidade de sucesso da ação
empreendedora, uma vez que
configura um ambiente que
favorece seu posicionamento
competitivo, justificando, assim, a
realização do investimento.
Quadro 01 - Matriz SWOT

II. Ações Estratégicas

A definição das ações estratégicas a serem tomadas considerará as condições


ambientais externas e internas analisadas e tem por objetivo potencializar as
oportunidades.
Mercadológicas Identificadas Através Do Perfeito Gerenciamento Dos Recursos
organizacionais, disponibilizados pelo empreendimento, e que são percebidos como
Forças frente a possíveis concorrentes.
Na tabela a seguir são listadas algumas ações estratégicas que visam melhor o
posicionamento do empreendimento frente ao seu mercado. As ações foram
segmentadas por Grupos Gerenciais que concorrem para garantir que o ESPAÇO
COWORKING cumpra sua Missão e atinja sua Visão.
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Tabela - Ações Estratégicas


GRUPO AÇÕES ESTRATÉGICAS
GERENCIAL
Financeiro Garantir orçamento adequado ao custeio e investimento
do COWORKING.

Fomentar parceiras com MCTI, SECTES, SEBRAE, MGTI


para ampliar a capacidade de financiamento das atividades
do COWORKING.

Executar um rígido controle do fluxo do caixa.

Operacional Controlar o desempenho dos usuários dos espaços quanto ao


desenvolvimento de seus projetos.

Implantar programas de aceleração para elevar o


desempenho
das startups.

Criar mecanismos para minimizar os impactos referente a


burocracia gerencial.

Promover ações que favoreçam o intercâmbio de


conhecimento
e interação tecnológica entre usuários.

Desenvolver parcerias institucionais com entidades nacionais


e internacionais do segmento de TI e inovação.

Considerar a possibilidade de transferência do ESPAÇO


COWORKING para o Parque Tecnológico como forma de
minimizar as restrições fiscais e, ainda, potencializar a
geração
de massa critica no Parque.

Extender o Know-How de gestão da cadeia da inovação e


transferência de tecnologia do CRITT para o ambiente
COWORKING.
Marketing Promover campanhas publicitárias sobre o ESPAÇO para
reduzir o
baixo conhecimento da comunidade quanto aos serviços
ofertados.

Desenvolver e implantar um Portal destinado a garantir o


acesso
da comunidade criativa ao ESPAÇO.
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Realizar eventos nacionais e internacionais de startups com o


objetivo de promover o equipamento dando visibilidade aos
seus resultados junto ao segmento de TI.

Promover visitações de escolas no ambiente para disseminar


a
cultura do empreendedorismo e inovação junto ao público
jovem futuro usuário do espaço.

RH Promover ações de capacitação e qualificação dos usuários,


adequadas às demandas específicas do setor.

Promover cursos de formação gerencial para os usuários do


ESPAÇO.

Desenvolver programas de mentorias técnicas concedidas


pelas
empresas instaladas no COWORKING para os universitários e
os
Empreendedores.

5. ESULTADOS ESPERADOS DA IMPLANTAÇÃO DO ESPAÇO COWORKING

A análise dos possíveis impactos socioeconômicos advindos da implantação do


ESPAÇO COWORKING concentra-se, principalmente, na capacidade de contribuir
para o fortalecimento regional das atividades ligadas à geração e difusão de
conhecimento intensivo em tecnologia. Como foi mostrado nos capítulos iniciais do
presente documento, observa-se na região da Zona da Mata Mineira um esforço
institucional realizado por Governos, Academias e Empresas em engendrar uma
agenda alinhada aos mais modernos modelos de desenvolvimento econômico do
mundo, estruturada principalmente pelo incremento da inovação tecnológica em
suas matrizes econômicas.
Nesse contexto marcado pela preocupação com o desenvolvimento regional,
deverão
ser analisados os resultados esperados com a implantação do coworking , na
medida
em que o equipamento se apresenta como um importante elo da cadeia de geração,
difusão e transferência de tecnologia, principalmente quando considerados os
segmentos de TI e de Inovação.
Dentre os principais resultados esperados destacam-se:
 a criação de um espaço gerador de oportunidades para empreendedores
qualificados, o que amplia a capacidade do município e região de atrair e reter
capital humano;
 o fortalecimento do ecossistema tecnológico observado na região e que
contribui para a aglutinação de profissionais de diversas formações e
comunidade acadêmica presentes em um mesmo ambiente, colaborando com
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a troca de ideias e compartilhamento de experiências;


 a identificação de novos talentos em áreas vanguardistas da economia do
conhecimento;
 a criação de um ambiente capaz de promover processos de treinamentos e
capacitação para profissionais da economia do conhecimento;
 a maior interação entre universitários, empreendedores e empresas de TI,
favorecendo, assim a transferência de conhecimentos e habilidades entre
empresas âncoras, empreendedores apoiados e o ecossistema local de
startups;
 o fortalecimento institucional da Rede de Inovação da Zona da Mata Mineira;
 o fortalecimento do ecossistema tecnológico observado na região, que
contribui para a maior densidade de massa crítica necessária para garantir a
ocupação funcional plena do Parque Científico e Tecnológico;
 A criação de um clima amistoso e de cooperação criado pelo espaço,
tornando
o trabalho mais leve e prazeroso;
 a aceleração do desenvolvimento de produtos e serviços intensivos em
tecnologia;
 o uso de recursos compartilhados do espaço que reduz os custos de se
empreender de seus usuários e que favorece a ação empreendedora 24 ;
 a criação de um espaço aberto à comunidade que estimula a interação social;
uma maior visibilidade junto à comunidade criativa nacional e internacional.

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