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Gregório José Pereira de Queiroz

AS QUALIDADES
PRIMITIVAS
NA ASTROLOGIA
A Formação dos Elementos, dos Signos
e dos Planetas

Coleção Técnicas de Interpretação Astrolõgica


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AS QUALIDADES
PRIMITIVAS
NA ASTROLOGIA
A Formação dos Elementos, dos Signos
e dos Planetas
GREGORIO JOSÉ PEREIRA DE QUEIROZ

AS QUALIDADES
PRIMITIVAS
NA ASTROLOGIA
A Formação dos Elementos, dos Signos
e dos Planetas

COLEÇÃO
TÉCNICAS DE INTERPRETAÇÃO ASTROLÓGICA

EDITORA PENSAMENTO
São Paulo
Copyright © 1989 Gregório José Pereira de Queiroz

Edição Ano
1-2-3-4-5-6-7-8-9-10 92-93-94-95-96.97

Direitos reservados
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Rua Dr. Mário Vicente, 374 — 04270 — São Paulo, SP — Fone: 272-1399

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Sumário

INTRODUÇÃO 7

Parte I QUALIDADES PRIMITIVAS 15


Quente, Frio, Úmido e Seco 17
Formação dos Quatro Elementos 21
Formação dos Doze Signos 27
Signos de Fogo 31
Signos de Ar 33
Signos de Água 37
Signos de Terra 41
Os Símbolos 45
Formação dos Sete Planetas da Antiguidade 47
Os Dez Planetas 53
Planetas e Signos 57

Parte II APLICAÇOES PRÁTICAS NA INTERPRETA-


ÇÃO 59
Análise das combinações planeta/signo 67
1. quando predomina a qualidade Quente 67
2. quando predomina a qualidade Frio 69
3. quando predomina a qualidade Seco 70
4. quando predomina a qualidade Úmido 71
5. quando não há predomínio por se tratar de
qualidades opostas 72
6. quando não há predomínio por haver equilí-
brio entre as qualidades 73
Breve interpretação do mapa natal do Brasil 77
Introdução

O tema Qualidades Primitivas dentro da Astrologia, a


meu ver, ocupa uma posição especial. E talvez a forma mais
básica de se abordar os elementos, os signos e os planetas.
No entanto, é difícil, ou aparentemente pouco produtiva,
sua aplicação na interpretação astrológica.
As Qualidades Primitivas constituem um modo bastan-
te abstrato e racional (por vezes mecanicista) de se lidar com
os elementos, signos e planetas. Elas permitem que se enten-
da como estes "funcionam", como se fossem engenhos mo-
vidos por leis e forças físicas, ao contrário de boa parte das
outras abordagens dos elementos, signos e planetas, que os
analisa num contexto psicológico e humano.
A Astrologia, e especialmente a Astrologia mais anti-
ga, a da Renascença, por exemplo, aplicava os conceitos
astrológicos, não só aos seres humanos, mas também às
plantas, aos animais, aos minerais, às pedras preciosas, às con-
dições meteorológicas e a muitas outras situações e fenôme-
nos que não possuem propriamente uma psicologia huma-
na. E fruto de uma visão muito recente a aplicação quase
exclusiva da Astrologia ao psiquismo humano.
A abordagem "mecânica" das QPs* permite que as con-
clusões a respeito dos elementos, signos e planetas sejam apli-

* QP — abreviação utilizada daqui em diante para Qualidades Primitivas.

7
cadas a qualquer nível da natureza de maneira direta. Num
período mais antigo, as QPs eram a base da Astrologia e cons-
tituíam uma ponte de união com a Alquimia.
Os elementos, signos e planetas, quando descritos pe-
la linguagem das QPs, assemelham-se muito a engenhos me-
cânicos dotados de um determinado tipo de funcionamen-
to, e que à medida que algo os aciona, reagem sempre da manei-
ra prevista, como se fossem uma máquina. Esta idéia inco-
moda à mente moderna, centrada no ser humano e no seu
interior psicológico, mas é bem conhecida em várias linhas
filosóficas tradicionais, tanto no Ocidente como no Orien-
te. Enquanto a mente moderna considera o interior psico-
lógico livre para existir e perceber o mundo, o pensamento
ocultista tradicional localiza a liberdade humana num nível
que transcende o psicológico, atribuindo ao psiquismo a ta-
refa de relacionar-se com a existência, de acordo com um
tipo predeterminado de percepção. Em resumo, o psiquis-
mo é visto como um elemento mais reativo e mecânico do
que criativo.
O eixo central desse mecanismo de reações é descrito
pelas QPs no que se refere aos elementos, aos signos e aos pla-
netas. Pode parecer desumana ou destituída de sentimen-
tos, mas a visão de mecanicidade, através das QPs, aproxima
o ser humano de toda a Natureza mais do que o fariam dis-
cursos poéticos. Processos simples (doze modelos básicos
equivalentes aos signos) estão presentes na vida vegetal, no
clima, na formação dos minerais e da crosta terrestre, na for-
ça da gravidade, na vida animal, na disposição dos corpos
celestes e também no ser humano.
As QPs descrevem, acima de tudo, tipos de movimen-
to, resultantes de uma situação de adaptação entre várias
forças. Os tipos de movimentos podem ser chamados tam-
bém de leis ou forças da natureza, que atuam em tudo o que
existe.

8
Ainda que seja vago chamar de "tipos de movimento"
aos signos e às leis naturais, o leitor poderá compreender mais
claramente esta denominação na parte que descreve os signos.
A impressão final dessa descrição é a de que cada signo cor-
responde a um determinado tipo de movimento, com cer-
tas características próprias resultantes da interação das QPs.
Esses tipos de movimentos existem nos diversos planos
da natureza (mineral, vegetal, animal e hominal). Num pla-
no, no vegetal por exemplo, algo pode assimilar o mesmo
tipo de movimento intrínseco presente em outro plano, di-
gamos, no mineral. Esta interação entre os mesmos conteú-
dos (as mesmas classes de movimentos) presentes em dife-
rentes níveis da natureza é a base para todo tipo de corre-
lação existente entre os signos, os planetas, as cores, as pe-
dras preciosas, as plantas, os animais, etc., e é a base para
os processos de cura, de estímulo e de sedação de determi-
nadas características do temperamento e do organismo hu-
mano, através da utilização de componentes dos outros rei-
nos da natureza que não o humano (os mais conhecidos são
os metais, as pedras preciosas, as plantas e os perfumes).
Nos homens, os diversos tipos de movimento não ocor-
rem, na maioria das vezes, de forma evidente. Por exemplo,
alguém que pertença ao signo de Aquário, cujo movimen-
to típico pode ser resumido como sendo uma "expansão con-
tínua sem tensões internas que a refreiem", não é visto por
aí dissolvendo-se no ar em várias direções, pelo menos não
de modo visível, nem tem em sua vida um progresso isento
de aborrecimentos, inclusive porque há outros fatores em
jogo na sua existência, além do temperamento aquariano.
As diferentes modalidades de movimento comandam,
nos seres, "algo" que não tem uma denominação bem de-
finida no Ocidente; não se trata de aparência, nem de ní-
vel atômico ou de nível celular propriamente; esse algo po-
de ser chamado de nível de vitalidade. Algumas linhas filo-

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sóficas do Oriente chamam-no de prana, no qual se manifes-
tam os vários tipos de movimento.
É através dessa vitalidade (prana), comum a todos os
reinos da natureza, e através da semelhança e da complemen-
taridade que os "tipos de movimento" presentes, por exem-
plo, nas plantas podem beneficiar o homem, assim como os
"tipos de movimento" presentes no psiquismo humano po-
dem beneficiar os minerais, os animais, etc.
Como será melhor explicado em capítulo posterior, ca-
da elemento, signo ou planeta é formado pela combinação
de duas QPs (às vezes três, no caso dos signos). Conforme
se acrescente uma ou outra QP a um signo, por exemplo,
ele se transformará em outro signo, abrindo caminho para
a transmutação de fatores astrológicos que costumam ser
considerados fixos e totalmente estáveis. E, ainda mais, as
QPs não são fatores isolados. No limite de uma qualidade
ela se transforma em outra, e numa terceira, e numa quar-
ta qualidade, para retornar à primeira (ver os aforismos 36
a 43 para uma explicação desse processo). É possível assim,
através de certas manipulações, transformar um tipo de mo-
vimento do prana em outro tipo, permitindo uma transmu-
tação ainda mais ampla entre as qualidades dos elementos,
dos signos e dos planetas. Um elemento que contenha de-
terminadas QPs poderá ser transmutado em outro que pos-
sua QPs diametralmente opostas. Este é um dos fundamen-
tos da Alquimia, a irmã mais ousada da Astrologia.

Todas essas idéias, aplicadas à interpretação do mapa


natal, mostram que o psiquismo humano é mecânico, em
sua maior parte, e que tem leis e movimentos definidos. O
psiquismo não é tão subjetivamente indefinível como se po-
deria desejar. O mapa astrológico dá uma visão bem organiza-
da sobre o psiquismo de cada indivíduo, ao menos em sua
maior parte.

10
Estas idéias revelam ainda que há duas maneiras prin-
cipais de lidar com o psiquismo humano. Uma delas utiliza
as reações mecânicas do psiquismo, estimulando umas e se-
dando outras, para conseguir determinado resultado, sem
que se altere o tipo de reação ou o tipo de movimento pâ-
nico característico dessa pessoa. A segunda maneira de li-
dar com o psiquismo humano envolve a transmutação do
tipo de reação. Os elementos, signos e planetas são fixos na
sua maneira de ser, mas a base em que se assentam, as QPs,
trazem um potencial transmutativo, conforme será expli-
cado nos aforismos de número 36 a 43.
Esta é uma visão mais alquímica dos fatores astroló-
gicos e está fora dos limites do ajustamento do temperamen-
to do indivíduo. Trata-se de fazer com que um determina-
do temperamento produza outro tipo de produto, ou te-
nha outro tipo de reação, ou se transforme num outro ti-
po de movimento ou, ainda, passe a ter um novo fluxo vi-
tal ou prânico. Isso está mais perto da visão correta sobre
o livre-arbítrio no pensamento astrológico do que a discus-
são sobre o "quanto" os planetas "influem" na existência
humana.
As duas maneiras de lidar com o psiquismo humano par-
tem da mesma base: o conhecimento astrológico do mapa
natal do indivíduo.
A primeira maneira tenta ajustar os ingredientes do ma-
pa da melhor maneira possível, de acordo com certas conve-
niências.
A segunda maneira quer modificar os ingredientes bá-
sicos do mapa: quer que um Marte não seja mais aquele Mar-
te e um signo de Virgem não seja mais aquele signo de Vir-
gem, e sim que sejam outros. Na prática, é tão difícil ima-
ginar o que isto significa como é difícil (mas tentador) imagi-
nar o modo de transformar vários quilos de chumbo em ou-
tros tantos de ouro.

11
A visão mecânica e matemática dos elementos, dos sig-
nos e dos planetas produzida pelas QPs facilita uma defini-
ção racional da sua natureza essencial. A definição, através
das QPs, constitui uma fonte de confirmação da validade ou
não de diversas características secundárias, derivadas dos sig-
nos e dos planetas, pois cada característica derivada deve
possuir o mesmo tipo de movimento que sua característica
mais essencial.
O texto explicativo do desenvolvimento das QPs mon-
tado através de aforismos facilita o pensamento lógico e se-
qüencial necessário ao estudo das QPs, apesar de isso exigir
um pouco de fôlego e concentração por parte dos leitores.
A seqüência lógica da dedução das QPs pode parecer
um caminho percorrido em ponte estreita, no qual um pas-
so mais à direita ou à esquerda colocaria a perder todos os
conceitos. Realmente, alguns pontos da seqüência lógica das
QPs seriam difíceis de ser comentados ou de receber uma
explicação mais ampla. Mas em outros pontos surgem idéias
sugestivas para o pensador, no campo da Astrologia (esteja
ele voltado para a filosofia ou para a prática), que poderiam
ser desenvolvidas. Num caso e no outro mantive-me na se-
qüência dedutiva, passando ao largo da possibilidade de ex-
pandir certos conceitos, sem dúvida bem interessantes, e pas-
sando por alguns trechos estreitos, em que a lógica aplica-
da é bastante tênue, sem fazer caso da necessidade de anga-
riar provas ou conceitos acessórios, que reforcem o cami-
nho lógico.
O estudo das QPs forma a mente num pensar astroló-
gico.
Este modo de pensar, próprio da Astrologia, não é nem
a lógica científiá, nem é feito de analogias poéticas ou de
metáforas. Não se pode reduzir as QPs a um mero meca-
nismo (apesar de esse fator ser forte), nem se pode abordar
os elementos, signos e planetas como conceitos psicológicos

12
ou nascidos de uma sensibilidade emocional. O pensamen-
to astrológico faz uso de segmentos lógicos, de valores ana-
lógicos (ou sensíveis) e de conceitos psicológicos, mas não
se situa em nenhum desses pontos apenas. O pensamento
astrológico tem uma visão mais universal do que aquela que
cabe nos diversos tipos de lógica acima citados.
No contato com a Astrologia, o mais importante é for-
mar uma mente astrológica. Decorar preceitos, obter informa-
ções, ter habilidade técnica ou tornar-se um agudo observa-
dor dos seres humanos, tudo isso tem importância acessória.
Ao desenvolver a mente astrológica, a pessoa torna-se
um astrólogo. A partir da formação da mente astrológica,
o indivíduo modifica sua percepção da existência. A men-
te treinada astrologicamente não só tem uma percepção me-
lhor, mas tem sua percepção de vida transformada.
Com o desenvolvimento dessa mente astrológica, sur-
ge na interpretação de mapas natais a intuição astrológica,
que é um tipo de intuição treinada. O estudo de matérias
como as QPs, a Teoria das Determinações com a Determi-
nação Local e o Estado Cósmico* são elementos indispen-
sáveis para o treinamento mental de um astrólogo, muito
mais do que o estudo de simples regras para resolver ques-
tões relativas à interpretação. Estes temas de estudo, entre
outros, formam a mente astrológica.
Pode-se ser um bom jogador de tênis de mesa com ba-
se no reflexo e na agilidade natural do corpo, assim como
se pode ser um bom astrólogo com base na sensibilidade e
na argúcia espontânea da mente. Mas, treinado, os reflexos
do corpo do tenista de mesa são aprimorados e modifica-
dos, assim como a mente treinada do astrólogo se modifi-
ca para tornar-se capaz de entender o mundo segundo a óti-
ca da Astrologia.

* Ver o livro "Determinação Local e Estado Cósmico" desta mesma coleção.

13
Sem este treinamento, a pessoa estará fadada a utili-
zar-se das informações astrológicas com parcialidade, para
dar vazão à própria percepção pessoal de vida. Para tornar-se
um astrólogo, porém, é necessário possuir uma percepção
astrológica de si e do mundo.
A transformação da mente comum (ou lógica) em uma
mente astrológica consiste numa universalização da percepção.
O astrólogo deixa de ver as coisas segundo a própria per-
cepção em nome da compreensão de que existem outras ma-
neiras de viver e de sentir que não são aquelas naturais do
seu próprio temperamento, sendo capaz de entender nas pes-
soas estas outras maneiras de viver e de sentir, ao momento
em que se relaciona com elas; consiste ainda na percepção
de que todos os fatores psicológicos em jogo são mutáveis
e não absolutos, na compreensão da existência de valores
absolutos e superiores, além dos diversos coloridos de per-
cepções e temperamentos individuais.

14
Parte I

AS QUALIDADES PRIMITIVAS
QUENTE, FRIO, ÚMIDO E SECO

1. O cosmos está em constante expansão e/ou contração.


Estes são os dois movimentos básicos de qualquer ma-
nifestação. Expansão e contração são, então, duas das
qualidades primitivas da manifestação. No Taoísmo,
são denominadas, respectivamente, Yang e Yin. Na As-
trologia são denominadas Quente e Frio.

2. As formas e coisas existentes no cosmos são recepti-


vas ou respondem tensamente ao que, de fora, lhes to-
ca. Essa fluidez ou tensão são as outras duas qualida-
des primitivas existentes na manifestação. Na Astro-
logia, são denominadas, respectivamente, de (Mudo
e Seco.

3. Fluidez/tensão podem ser consideradas irmãs gêmeas


de expansão/contração, pois constituem característi-
cas conceitualmente semelhantes. Mas tensão/fluidez
diz respeito a um comportamento passivo, próprio da
forma, enquanto expansão/contração diz respeito a uma
atitude ativa, própria da energia.

4. Uma pessoa assopra um pedaço de brasa. A ação (o so-


pro) sobre a brasa mostra que esta reage ao estímulo
avermelhando-se ainda mais, aumentando o calor, isto é,

17
não cederá terreno e ainda se tornará mais ela mesma.
Essa é a qualidade primitiva Seco (tensão, coesão inter-
na, rigidez).

5. Uma pessoa assopra a chama de uma vela. A ação (o


sopro) apaga a chama ou, no mínimo, desloca sua po-
sição e modifica a forma da labareda, isto é, a chama
sofre fortemente a influência da ação, tomando para
si uma forma de acordo com a ação recebida, pratica-
mente obedecendo a ela. Essa é a qualidade primitiva
(-ávido (fluidez, elasticidade, receptividade).

6. A pessoa que assopra a chama da vela provoca uma ati-


tude bem definida no ambiente: apaga a vela. Todos
vêem o que se passa: o ambiente é afetado pela atitu-
de que é imposta pela sua vontade. Essa é a qualidade
primitiva Quente (expansão, mobilidade, calor, atuação).

7. Depois de assoprada a vela, a pessoa inala para recupe-


rar o ar exalado no momento anterior. E aí ela está à mer-
cê do ambiente, isto é, ao inalar ela recebe em suas na-
rinas o odor característico de vela recém-apagada. Aqui-
lo que se passou no ambiente é interiorizado. Essa é
a qualidade primitiva Frio (contração, adesão, absor-
ção, condensação).

8. A manifestação de Quente consiste em energia, vivaci-


dade, voluntariosidade, natureza imediata e impulsiva,
decisão, valor, iniciativa, espírito empreendedor; o co-
ração se impõe ao intelecto; natureza moral brilhante;
desejos vivos, alegria, otimismo e entusiasmo.

9. A manifestação de Frio consiste em interiorização, re-


traimento, acumulação, lentidão, contemplação, como-

18
didade, reserva, frieza; predisposição ao desalento, à
tristeza e ao pessimismo; desenvolvimento da individua-
lidade à custa do próximo, absorvendo-o em si; o cére-
bro domina o coração.

10. O Úmido produz uma natureza suave, de sentimentos


delicados, sonhadora, instável, contrária à agressão, sub-
missa e caprichosa, conformada ao modelo e ao apoio
do "próximo, impressionável, de viva fantasia e, em al-
to grau, capaz de adaptar-se e de assimilar; inclinações
versáteis, devoção, bondade espontânea, ingênua, in-
consciente e descuidada.

11. O Seco produz uma natureza veemente, exagerada, per-


severante, tensa, inflexível, disciplinada, rigorosa e com
o afã de comandar; egocêntrica, seu eu é absoluto e re-
chaça a comunidade; apetite de tudo para si; obstina-
ção e passionalismo; leva tudo a um alto grau de inten-
sidade.

12. As qualidades primitivas favorecem o desenvolvimento


das seguintes naturezas:
Quente — da natureza instintiva e intuitiva
Frio — da natureza reflexiva e meditativa
Úmido — da natureza sensitiva
Seco — da natureza apaixonada

13. Nas relações humanas as qualidades primitivas corres-


pondem:
Quente — à influência ativa do seu próprio eu sobre os
demais
Frio — à absorção dos demais pelo seu próprio eu
Úmido — à fusão com os demais pela rendição passiva
Seco — ao domínio dos demais pelo seu próprio eu

19
FORMAÇÃO DOS QUATRO ELEMENTOS

1 4. As qualidades primitivas Quente e Frio são as mais ener-


gizantes, pois se definem a partir de um conceito ati-
vo-masculino de "energia", sendo Quente mais energé-
tico que Frio.

15. As qualidades emido e Seco são as menos energizantes,


pois definem-se a partir de um conceito passivo-feminino
de "forma", sendo Seco mais energético que Úmido.

21
16. Resulta daí que Quente é inteiramente ativo. Frio é
ativo, com um aporte passivo. Seco é passivo com um
aporte ativo. E Úmido é inteiramente passivo. Escrito
através de uma fórmula:
Quente + +
Frio +—
Seco — +
Úmido — —

17. As características dos elementos, dos signos e dos pla-


netas nascem das combinações possíveis entre as qua-
lidades primitivas:
Quente e Frio
Quente e Úmido
Quente e Seco
Frio e Úmido
Frio e Seco
Úmido e Seco

18. A combinação Quente e Frio e a combinação Úmido


e Seco causam uma paralisação e uma anulação recí-
procas, pois são qualidades opostas. Você consegue ina-
lar e exalar simultaneamente? É possível ceder e resis-
tir ao mesmo tempo?

19. Temos, então, quatro combinações realmente possíveis:


Quente e Seco
Quente e Úmido
Frio e Seco
Frio e Úmido
que correspondem à presença, em cada mescla, de uma
qualidade masculina e de uma qualidade feminina. Pa-
ra existir, cada manifestação precisa de um lado femi-
nino e de um lado masculino.

22
20. As quatro combinações possíveis correspondem aos qua-
tro elementos:
Quente e Seco: Fogo
Quente e Úmido: Ar
Frio e Seco: Terra
Frio e Úmido: Água

21. Fogo caracteriza-se por uma expansão tensa, impondo


seu valor sobre os demais de modo inflexível.
Quente + + Seco — + Fogo + + + —
Ar caracteriza-se por uma expansão fluida, que mani-
festa seus princípios de forma adaptável e versátil, atra-
vés da comunicação.
Quente + + Úmido — — Ar + + — —
Terra caracteriza-se por uma contração tensa, o que
o leva a arraigar firmemente os valores externos a si mes-
mo, com inércia e coesão.
Frio + — Seco — + Terra + + — —

23
Água caracteriza-se por uma contração fluida, comple-
tamente plástica ao ambiente, absorvendo-o e fundin-
do-se a ele, sem forma própria.
Frio + — Úmido — — Água — — — +

22. Não há nenhum elemento totalmente masculino ou to-


talmente feminino. No Taoísmo, diz-se que o Yang con-
tém o Yin, contendo Yin o Yang.

23. Nos elementos em que há desequilíbrio entre masculi-


no e feminino, entre Fogo (+ + + —) e Agua (— — — +),
há predominância do caráter emocional, sendo esses
elementos caracterizados por excessos e por uma dis-
posição impulsiva (ou compulsiva) de caráter exterio-
rizante (Fogo) ou interiorizante (Agua).

24. Nos elementos em que há equilíbrio entre masculino


e feminino, entre Ar (+ + — —) e Terra (+ + — —), há
predominância do caráter racional, caracterizando-se
esses elementos pela moderação e pelo receio de sair
do estado de equilíbrio. Por isso, esses elementos são
mais estáveis e previsíveis.

25. O elemento Ar (+ + — —), formado por qualidades pri-


mitivas tão opostas como Quente (+ +) e Úmido (— —),
revela no seu interior uma contradição conceitualmen-
te caracterizada por ter de "expandir-se receptivamente"
e caracterizada na prática pela dificuldade de unir (de
expandir) uma idéia à prática concreta (plasticamente).

26. O elemento Terra (+ + — —), formado por qualidades


primitivas tão semelhantes como Frio (+ —) e Seco (— +),
revela um sentido de coerência que o faz ver o mundo
de uma só e da mais óbvia maneira: através da forma

24
sensível e concreta. Não há grande contradição, mas
não há também grandes vôos da imaginação.

27. O elemento Fogo (+ + + —), formado por qualidades


não-contraditórias — Quente (+ +) e Seco (+ —) re-
vela-se unilateralmente expansivo, considerando ape-
nas suas próprias manifestações, sem ver nisso nenhum
exagero, chegando essa unilateralidade a constituir a
fonte do seu orgulho.

28. O traço feminino do Fogo está na rigidez de suas pro-


postas e valores. E passivo ao seu próprio valor, deixan-
do-se imbuir completamente dele.

29. O elemento Água (— — — +), também formado por qua-


lidades não-contraditórias — Frio (+ —) e Úmido (— —)
revela-se profundamente impressionável com o que se
passa a seu redor, considerando apenas aquilo que sente
diante do imediatamente exterior e tornando-se prisio-
neiro das impressões que recebe.

30. O traço masculino da Água está no fato de recriar tu-


do aquilo que recebe do ambiente. É ativo com rela-
ção às impressões que recebe, ou seja, é reativo.

31. Em seu desenvolvimento, biologicamente, a vida é fa-


vorecida pelo calor e pela umidade. Nas qualidades pri-
mitivas, Quente e Úmido favorecem a vida. O elemen-
to Ar, combinação de Quente e Úmido, é o elemento
que melhor representa o conceito de vida. Ar, alento
e vida unem-se num só conceito na filosofia tradicional.

32. O Fogo, predominantemente masculino, representa a


geração da vida. A Agua, predominantemente feminino,

25
representa a gestação da vida. Estes são os dois elemen-
tos em que não há um equilíbrio entre partes masculi-
nas e femininas (Fogo + + + — e Água — — — +), atuan-
do sempre de modo a criar vida.

33. Dos elementos em equilíbrio (Terra + + — — e Ar + + — —),


o equilíbrio de Terra representa a forma final da vida:
o corpo. O equilíbrio contraditório de Ar (Quente + + e
Úmido — —) representa a vida em si, aquilo que ao mes-
mo tempo está em tudo o que é vivo mas que não se encon-
tra em nenhuma de suas partes.

26
FORMAÇÃO DOS DOZE SIGNOS

34. À medida que variam as proporções entre as qualida-


des primitivas de cada elemento, temos os signos astro-
lógicos. Essa variação ocorre pela predominância da
qualidade masculina ou da qualidade feminina ineren-
te em cada elemento, o que gera as diferenças existen-
tes entre signos que pertencem a um mesmo elemento.

35. O elemento Fogo, formado pelas qualidades Quente e


Seco, apresenta numa de suas manifestações predominân-
cia do Quente sobre o Seco e, em outra, a predominância
do Seco sobre o Quente. E, assim com os demais elemen-
tos, forma oito tipos diferentes, dois de cada elemento.

36. As qualidades primitivas Úmido e Seco podem ser con-


sideradas como princípios de transição, intermediários
entre o Quente e o Frio, segundo o esquema:
Q

27
37. A qualidade primitiva Quente é expansiva. Ao final de
sua expansão, quando sua força centrífuga começa a
diminuir, Quente passa a ser mais plástico, seu movi-
mento está à mercê das condições exteriores, dando
origem ao momento de transição denominado Úmido.

38. Começa então o movimento contrário, de contração, cada


vez mais intenso, caracterizado como a qualidade primitiva
Frio. No máximo de contração, a força centrípeta gera um
tensionamento interior, Frio passa a ser rígido, seu mo-
vimento é paralisado pela falta de espaço, dando origem
ao momento de transição denominado Seco. A tensão
deste reverterá o processo, criando um movimento exter-
nalizante, que mantém a continuidade do ciclo.

39. Observa-se esse mesmo processo no nosso corpo. No


verão, soltamos o corpo, relaxando-o, deixando-o o mais
à vontade possível, na tentativa de esfriá-lo. No inver-
no, contraímo-nos, com os músculos tensos e o corpo
retraído, na tentativa de aquecê-lo.

40. Temos então um momento em que se está saindo de


Seco para Quente (ver figura). Num momento é mais
Seco, em outro já é mais Quente e num terceiro passo
recebe algumas características de Úmido.

41 Assim como, saindo de Quente para Úmido (ver figu-


ra), num primeiro momento características do elemen-
to Seco ainda não conservadas, em outro já prevalecem
definitivamente as de Quente sobre Úmido e, num ter-
ceiro momento, as de Úmido sobre Quente.

42. Idêntico fato ocorre no pólo da qualidade Frio, com as


transições Úmido e Seco.

28
43. Como Úmido e Seco não são verdadeiramente pólos,
mas momentos de transição, não é possível aplicar a
eles o mesmo procedimento.

44. Das qualidades primitivas resultam as doze combinações


seguintes:
Quente e Seco (Fogo): mais Quente que Seco
mais Seco que Quente
mais Quente que Seco, com apor-
te Úmido

Quente e Úmido (Ar): mais Quente que Úmido


mais Úmido que Quente
mais Quente que Úmido, com
aporte Seco

Frio e Seco (Terra): mais Frio que Seco


mais Seco que Frio
mais Frio que Seco, com aporte
Úmido

Frio e Úmido (Água): mais Frio que Úmido


mais Úmido que Frio
mais Frio que Úmido, com apor-
te Seco

45. Essas doze combinações das qualidades primitivas — as


únicas possíveis, conforme demonstração — dão origem
aos doze signos do Zodíaco, constituindo as doze qua-
lidades básicas de manifestação.

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SIGNOS DO FOGO

46. A principal característica do elemento Fogo é a von-


tade e o idealismo, isto é, o movimento externalizan-
te (Quente) e dirigido (Seco).

47. Quando o Quente predomina sobre o Seco, a força ex-


pansiva da qualidade Quente se manifesta sem grande
tensão, tornando sua atuação sobre o ambiente cons-
tante e harmoniosa. Os princípios pessoais comandam

31
tudo. A vontade é forte e pouco incisiva. E difícil mo-
dificar esse movimento, pois a rigidez de Seco mantém
a coesão dentro do seu âmbito de domínio, que pro-
gressivamente tende sempre a se expandir. Este signo
denomina-se Lao e tem por símbolo o leão, animal de
grande força, embora ele a use com alguma parcimônia.

48 Quando o Seco predomina sobre o Quente, há uma gran-


de tensão em cada movimento, entrecortando-o, tor-
nando-o contundente e veemente. O movimento tem
dificuldade para romper a inércia de Seco e, quando
o faz, surge abruptamente. A fonte de vida, a qualida-
de Quente, está a serviço de sua própria estrutura (Seco),
pois esta qualidade é mais forte que aquela. O idealismo
atua de modo impositivo. Tem necessidade de que algo
reforce sua vontade para vencer a tensão e, então, poder
realizar seus intentos. Este signo denomina-se Áries e tem
por símbolo o carneiro, animal de chifres muito duros,
sem grande vontade própria, mas que às provocações
reage com ímpeto e pouco controle de sua força.

49. Quando o predomínio de Quente sobre Seco tem apor-


te (ávido, a natureza harmoniosa e criativa (análoga à
de Leão) ganha um caráter comunicativo e, de certa
forma, mental (Quente e Úmido combinados corres-
pondem a uma parcela de Ar neste signo). Há um grau
maior de flexibilidade que facilita a união das aspira-
ções pessoais às da coletividade. O espírito de coman-
do une-se à disposição de entender as necessidades alheias,
caracterizando um sentido de justiça. Este signo deno-
mina-se Sagitário, que é metade animal (Quente e Se-
co), e metade homem (Quente e Úmido), constituindo
uma ligação entre os signos de Fogo e de Ar. Sagitário
representa a busca da verdade ideal.

32
SIGNOS DO AR

50. A característica principal do elemento Ar é o relacio-


namento, isto é, a atuação (Quente) com uma co-par-
ticipação (Úmido). Inclui-se nele, ainda, a função men-
tal, a atuação através da comparação.

51. Quando o Quente predomina sobre o Úmido, há uma po-


derosa expansão das impressões recebidas. Uma peque-
na impressão vinda de um fato qualquer provoca uma

33
forte reação criativa, gerando um estado de constante
excitação e uma tendência a participar dos relaciona-
mentos comandando-os, devido à força (Quente) de
suas percepções (Úmido). Não há tensão para conter
essa expansão, atingindo portanto essa combinação,
sempre, o limiar de suas possibilidades. Há uma busca
de liberdade, de novos conceitos e de tudo o que su-
gira ampliação de limites. Seus conceitos tornam-se su-
premos a tudo o mais por terem uma aparência mais
criativa e verdadeira (mais Quente) do que aquilo que
é percebido da realidade (que Umido). Este signo deno-
mina-se Aquário, o aguadeiro, que expande suas per-
cepções sobre o mundo. Signo do homem, talvez pela
analogia com a expressão máxima da vida, caracteri-
zada pela combinação do Quente predominando so-
bre o Úmido.

52. Quando o Ümido predomina sobre o Quente, há uma


atuação no sentido de tornar coesas as inúmeras im-
pressões recebidas. Como o Umido predomina, a atua-
ção do Quente é regida pelas circunstâncias, por aqui-
lo (ou aquele) com que se mantém relação. A criati-
vidade está a serviço do outro, do ambiente, no sen-
tido de acalentar a relação entre si e o outro. A inde-
cisão predomina, pois são muitas as impressões rece-
bidas para um poder relativamente menor de uni-las.
No entanto, dar unidade e direção às impressões e re-
lações é fundamental, pois essa é a participação da
qualidade masculina Quente, que é o fator que lhe dá
vida. Este signo denomina-se Libra, cujo símbolo, a
balança, representa o constante jogo de harmoniza-
ção com as impressões recebidas. Pela predominância
do Úmido, Libra tem acentuadas características femi-
ninas, apesar de ser um signo masculino (Quente). A fi-

34
gura feminina da justiça sempre aparece em segundo
plano no símbolo, evidenciando que é mais importan-
te o equilíbrio — a balança — do que o fator que causa
o equilíbrio.

53. Quando o predomínio de Quente sobre Úmido tem apor-


te Seco, a natureza não é tão plástica nem abstrata, e
as percepções (Úmido) têm como contraparte alguma
forma de atuação prática (Seco). Há uma pequena ten-
são que objetiva as inspirações, tornando-as racionais
e lógicas. As relações são motivadas, em parte por ra-
zões mentais e abstratas, em parte por razões estraté-
gicas e práticas. A expansão desta combinação deveria
ser ilimitada (como a de Aquário), mas o aporte Seco
a mantém dentro de um círculo restrito, criando uma
dicotomia, a de ter que se expandir sempre dentro de
um mesmo quadro de possibilidades. Isso traz o dese-
jo de constante variação deste signo, denominado Gê-
meos. Seu símbolo são os dois irmãos gêmeos, compa-
rados com Cástor e Pólux, um de origem divina (o es-
pírito, Fogo, Quente e Seco), outro de origem huma-
na (as relações humanas, Ar, Quente e Úmido). A res-
piração é regida por esse signo e tem a característica
de ser um movimento constante (Quente), cujo coman-
do pode ser voluntário (Seco) ou involuntário (passi-
vo ou Úmido), com a predominância deste sobre aquele.

35
SIGNOS DE AGUA

54. O elemento Água tem por característica principal as


emoções, isto é, as percepções (Úmido) interiorizadas
(Frio) a ponto de se tornarem uma realidade interior.

55. Quando o Frio predomina sobre o Úmido, há uma in-


tensa e total interiorização de uma pequena parcela de
impressões vindas do ambiente. As percepções são acu-
muladas no interior, até que a contração (Frio) se torne

37
absoluta, pois o Úmido não oferece resistência. O pro-
cesso de acumulação e condensação de percepções che-
ga a um ponto limite — o "Frio absoluto" — quando
então as percepções ou emoções deixam de existir, isto
é, desaparecem do espectro visível, morrem. Há uma
transformação pela pressão levada à máxima potência.
A concentração cria uma rigidez e um poder que se as-
semelha à vontade. Toda e qualquer percepção se cris-
taliza num desejo, numa relação na qual se está atado
ao ambiente, mas sobre o qual se busca um domínio
e uma transformação. Este signo denomina-se Escor-
pião. Seu símbolo é o próprio escorpião, animal cuja
fulminante atuação ocorre ao menor contato.

56. Quando o Úmido predomina sobre o Frio, a natureza


plástica e moldável tem pouca condição de tornar-se
coesa. As percepções predominam sobre as motivações.
Há muita passividade em relação ao exterior (muito
Úmido) e uma reação inoperante ou instável (pouco
Frio). Há o sentido de acolhida sem prender-se às coi-
sas ou às pessoas. Praticamente, é impossível organizar,
isto é, dar direção (Frio) aos sentimentos, gerando uma
permanente disponibilidade às impressões. Há necessi-
dade de que uma força superior, externa venha colo-
car ordem (redimir) esse estado de sentimentos osci-
lantes. Há a sensação de que não adianta fazer nada por
si mesmo. Este signo denomina-se Peixes. Seu símbolo,
dois peixes voltados para direções opostas, representa
a disponibilidade interior às oscilações exteriores (o
mar), sem que se possa antepor uma direção que se deseje.

57. Quando o predomínio do Frio sobre o Úmido tem apor-


te Seco, a natureza emocional ganha condições de mol-
dar coisas e de persistir (assemelha-se ao elemento Terra,

38
por constituir-se, em parte, de Frio e Seco). A facili-
dade para reter as impressões e para amoldar-se às si-
tuações é contrabalançada pela capacidade de moldar
as situações. Não há um aprofundamento das emoções
(como em Escorpião), devido à tensão do Seco, mas
sim uma resposta ao ambiente acerca daquilo que foi
sentido interiormente. Isso gera uma atuação motiva-
da por fantasias e caprichos. A índole é protetora, de-
vido à sensibilidade ao ambiente e à capacidade de agir
por ele (não de agir sobre ele, pois o Úmido prevale-
ce sobre o Seco). Este signo denomina-se Câncer. Sua
principal característica é a de se impressionar com o
que ocorre à sua volta e agir de acordo com as necessi-
dades do ambiente, sendo seu símbolo o caranguejo,
mais senhor de seus passos que os peixes do mar, mas
ainda restrito à situação ideal para sua sobrevivência,
a beira-mar.

39
SIGNOS DE TERRA

58. A característica principal do elemento Terra é a lida


com o mundo sensível e concreto, isto é, a reação ati-
va e resistente (Seco) às condições que se apresentam
(Frio).

59. Quando o Frio predomina sobre o Seco, tem-se o má-


ximo de retenção com inércia, ou seja, há a manuten-
ção de tudo o que esteja ao redor. As formas do mun-

41
do à sua volta são imitadas, pois o processo de interio-
rização (Frio) encontra uma resistência (Seco), crian-
do como que uma tela onde o mundo sensível é repro-
jetado. Há inércia e obstinação a qualquer tipo de mu-
dança, pois aquilo que existiu um dia, que marcou (Se-
co) o seu interior (Frio), e qualquer outro fato que não
se encaixe na concepção formada, criará um atrito. Es-
te signo denomina-se Touro e sua lida com o mundo
sensível e material tem o fito de preservação e de es-
truturação das formas concretas, de modo a criar uma
estética. Seu símbolo é o touro, o mais famoso dos ru-
minantes, conhecido por sua grande massa física e, não
obstante, por sua grande mansidão.

60. Quando o Seco predomina sobre o Frio, a natureza


é mais tensa que absorvente, criando uma espécie de
barreira ou filtro a tudo o que é absorvido. Nada é acei-
to com facilidade, devido ao espírito de comparação
e de análise. Na verdade, absorve-se muito pouco, ape-
sar de a sua motivação básica ser esta. E muito do que
passa pelo processo de comparação é mantido na su-
perfície, pois a forte tensão do Seco não permite um
fácil recolhimento em si. A seleção efetuada nem é
completamente interiorizada nem exerce atuação so-
bre as circunstâncias (característica do Quente, enquan-
to aqui há Frio). A seleção ocorre então numa faixa
restrita, que é a da análise dos meios de contato com
o ambiente. Não há nem uma análise do interior, nem
uma análise do exterior, mas sim dos meios materiais
de contato (a tênue pele) entre esses dois mundos. O
caráter é restrito à eficiência e à utilidade na lida com
o mundo material. Há uma ausência de sentido de fi-
nalidade e uma busca de facilitar a mecânica de fun-
cionamento das coisas. Este signo denomina-se Virgem.

42
Tem por símbolo a figura de uma virgem, indicando
a importância dos meios de contato entre ela e o mundo.

61. Quando o predomínio do Frio sobre o Seco tem apor-


te Úmido, a contração material é atenuada, diminuin-
do a rigidez e permitindo um impulso próprio, ausen-
te nos dois outros signos de Terra. Não está sob a tira-
nia da matéria apenas, mas tem a capacidade de discer-
nir sobre o que o sensibiliza (Frio e Úmido) e para li-
dar com as circunstâncias a partir disto (Frio e Seco).
Surge a ambição, isto é, o desejo de cumprir a fantasia da-
quilo que julga ser o seu desígnio. Como a sensibilida-
de quanto ao que existe fora do mundo material é ape-
nas parcial (o Seco predomina sobre o Úmido), na ver-
dade apenas pressente a possibilidade de sair da limi-
tação material, de seu destino. Isso cria uma tensão in-
terior que o faz atuar para que o mundo material ul-
trapasse os limites daquilo que ele já é, para conter va-
lores ligados à sensibilidade interior. Este signo deno-
mina-se Capricórnio. O símbolo é uma cabra no cume
de uma montanha, sendo este o local onde, sem sair
da terra, pode-se chegar o mais próximo possível do
céu, das nuvens e do sol. A cabra é o animal que me-
lhor representa o labor e a destreza na escalada. No
entanto, essa cabra tem rabo de peixe, denotando que,
além do parentesco com o elemento Água (Frio e Úmi-
do), há algo de impossível na sua escalada.

43
OS SÍMBOLOS

62. Os três símbolos dos signos de Água, o escorpião, os


peixes e o caranguejo, são seres vivos, mas ainda urna for-
ma primitiva de vida dentro da escala zoológica. O Úmido
é uma das qualidades da vida; a outra é o Quente. No
elemento Água, temos o Úmido, isto é, a receptivida-
de à vida, mas sem o fator que a expande ao máximo
de suas possibilidades, que é a qualidade Quente. Daí
os seres vivos que representam uma etapa de vida pri-

45
mitiva, quase vegetativa, no sentido de que têm pouca
capacidade de ação e de dependerem muito do meio
ambiente imediato.

63. Os signos de Fogo, pelo contrário, são representados


por animais de grande força, pois este elemento é for-
mado pelo Quente, fator vitalizante mas que não pode
expandir-se ao máximo devido à tensão do Seco. O leão,
o carneiro e o cavalo (a metade animal de Sagitário)
são animais de exuberante instintividade e nobreza.

64. Os signos de Ar são representados por figuras huma-


nas, expressões máximas da vida, pois este é o elemen-
to em que se combinam o Quente e o Úmido, fatores
de vida.

65. Os signos de Terra (Frio e Seco) não têm nada dos fato-
res de vida. Terra é a forma final, a cristalização da vi-
da, e tem por símbolo seus signos, representantes de
cada uma das etapas da vida. No entanto, esses repre-
sentantes, que já não evoluem, não possuem vida em
si para ser multiplicada. São formas acabadas. Tem-se
isso na virgindade da figura feminina de Virgem, no hi-
bridismo da cabra com rabo de peixe de Capricórnio
e na forma perfeita, que já não precisa evoluir, de um
bovino no signo de Touro.

46
FORMAÇÃO DOS SETE PLANETAS DA ANTIGUIDADE

66. Com a descrição dos doze signos, temos todas as com-


binações possíveis entre as qualidades primitivas. São
como doze matrizes básicas de manifestação.

67. As proporções das qualidades primitivas que compõem


os planetas não são deduzidas como nos signos. Os pla-
netas são variações das matrizes básicas (os signos) car-
regados de poder de atuação.

47
68. Tradicionalmente, a Astrologia indica as seguintes pro-
porções das qualidades primitivas para os planetas:
Planeta Quente Frio Úmido Seco
Sol 5,5 2
Lua 5 6 —
Saturno 3,5 — 3
Júpiter 1,5 — 1
Marte 2,5 — — 3
Vênus 0,5 4
Mercúrio 1,5 — 1

69. A cada qualidade primitiva atribui-se um coeficiente


total de 10 pontos, distribuídos entre os sete planetas
conhecidos na antiguidade, constituindo-se assim a na-
tureza essencial desses planetas.

70. Mais da metade da qualidade Quente está presente no


Sol (5,5). Os outros 4,5 estão distribuídos entre Mar-
te (2,5), Júpiter (1,5) e Vênus (0,5). Nestes quatro pla-
netas concentra-se o poder de expansão e de iluminação.

71. Metade da qualidade Frio está presente na Lua (5), en-


quanto o restante está em Saturno (3,5) e em Mercú-
rio (1,5). Nesses planetas concentra-se o poder de con-
tração e de reflexão.

72. A qualidade Úmido está presente apenas na Lua (6)


e em Vênus (4), dando a estes planetas características
femininas e neles concentrando o poder da receptivi-
dade, da fluidez e da amoldagem.

73. A qualidade Seco é a mais distribuída entre os pla-


netas. Está mais presente em Saturno (3) e em Mar-
te (3), vindo a seguir o Sol (2) e, por fim, Júpiter e

48
Mercúrio (1). Todos esses planetas são masculinos e
neles concentra-se o poder de tensão e coesão.

74. Entre os planetas femininos, a Lua é mais feminina que


Vênus, pois é constituída por Frio (5) e Úmido (6).
A Lua é o planeta de maior poder de receptividade e
reflexão.

75. Vênus, apesar de predominantemente feminina, com


Úmido (4), possui uma parcela de característica mas-
culina através do Quente (0,5). Isso gera uma reação
interior ativa, a capacidade de atuar em nome da sua
sensibilidade.

76. Marte e Saturno são os planetas mais Secos (3). Neles


é maior a rispidez, o rigor, a tensão e o gume afiado
da atuação em Marte (Quente), ou da condensação, cha-
mada realidade, em Saturno (Frio). Qualquer oposição
a estes planetas torna-os mais tensos, rígidos e secos
(como no exemplo inicial da brasa).

77. Seco predomina sobre as qualidades primitivas ativas


(Quente e Frio), apenas no caso do planeta Marte.
É o planeta caracteristicamente mais Seco. Há nele
muita coesão interior, o que o torna uno e concen-
trado. Mas, uma vez partida a coesão, não tem Mar-
te poder de ação tão grande quanto o de resistência,
como um guerreiro de espírito medianamente valen-
te, que confia mais na dureza de sua armadura e armas
para a luta.

78. Mercúrio e Saturno se parecem. Neles predomina o Frio


sobre o Seco. Em Saturno na proporção 3,5 para 3; em
Mercúrio na proporção de 1,5 para 1. Os dois têm signi-

49
ficado semelhante: representam aquilo que se mostra
na sua forma mais condensada, isto é, a realidade con-
creta e objetiva.

79. Saturno faz a realidade ser percebida pressionando a


nossa pele, pois é muito Frio e é muito Seco. Mercú-
rio faz a realidade ser percebida ou entendida sem
pressão. Em Mercúrio, a realidade está lá, para quem
quiser vê-la.

80. Saturno (3,5) e Lua (5), os planetas mais Frios, estão


ligados ao conceito de contração universal, de retorno
e de realidade material. Saturno, Seco como é, é a pró-
pria matéria rígida. A Úmida Lua é a maneira como
recebemos a realidade dentro de nós. É a fluidez (o hu-
mor) que surge do contato com a realidade e a supe-
ra em importância (mais Úmida que Frio). É onde a
maneira de percebermos a realidade é mais viva do que
a própria realidade.

81. Mercúrio nos coloca em contato com a realidade ma-


terial (Frio) de maneira Seca, rígida e racional. A Lua
estabelece o contato com o mundo objetivo (Frio) de
maneira mimética (Úmido): passamos a fluir como se
fôssemos iguais à realidade.

82. Os luminares, o Sol e a Lua, são os únicos corpos ce-


lestes que concentram em si mais da metade de uma
qualidade primitiva, e justo das qualidades que repre-
sentam a vida, o Quente e o Úmido.

83. O Sol concentra mais da metade da qualidade Quen-


te (5,5 em um total de 10) e representa o pólo mais
ativo e criativo dos planetas. Um verdadeiro gerador.

50
84. A Lua concentra mais da metade de Úmido (6 num to-
tal de 10) e metade de Frio (5 em um total de 10), re-
presentando o pólo mais passivo entre os planetas, mais
ligado à forma. Um verdadeiro receptor.

85. Os demais planetas situam-se entre ambos, no que se


refere à distribuição das qualidades primitivas.

86. Os planetas constituídos pelas qualidades Quente e Se-


co têm idêntica constituição à do elemento Fogo. Ca-
da um tem sua composição análoga a um dos signos
fogosos: o Sol, mais Quente que Seco análogo a Leão,
rege este signo; Marte, mais Seco que Quente, análo-
go a Aries, rege este signo; Júpiter, moderadamente
Quente e Seco, análogo a Sagitário, rege este signo.

87. Saturno e Mercúrio, constituídos pelas qualidades Frio


e Seco, têm constituição idêntica à do elemento Terra,
mas não têm constituição idêntica aos signos desse ele-
mento que, tradicionalmente, regem.

88. Vênus, Quente e Úmida, é constituída das mesmas qua-


lidades que o elemento Ar. Rege o signo de Libra, mais
Úmido que Quente, ao qual é análoga.

89. A Lua, Úmida e Fria, é constituída das mesmas quali-


dades do elemento Agua. Não tem constituição idên-
tica ao signo de Câncer deste elemento, que tradicio-
nalmente rege.

51
OS DEZ PLANETAS

1-
O)OOO)+
)

90. O Sol (5,5 Quente e 2 Seco) é o centro energético ra-


diante e vitalizador. Sua vontade baseia-se na auto-ex-
pansão e no grande calor que tem em si. O Seco esta-
belece a tendência de predominar sobre os demais a
partir da sua vontade. Por ser muito Quente, sua atua-
ção é completamente autocentrada e irradia brilho pa-
ra aqueles que se relacionam com ele.

53
91. Marte (3 Seco e 2,5 Quente) reage fortemente ao que
lhe toca, mostrando paixão e sentido de luta. Sua coesão
surge mais da rigidez do que da movimentação. Há lu-
ta no seu interior: a expansão do Quente tenta romper
a tensão do Seco. Há luta, explosão e impulso na sua
afirmação, cada vez que a força do Quente supera a do
Seco (com o apoio de uma força suplementar exterior).
Enquanto. o Seco mantém-se rígido, está sob a pressão
do Quente: há tensão interior, uma arma pronta para
o disparo.

92. Júpiter (1,5 Quente e 1 Seco), uma combinação mo-


derada das qualidades primitivas, possui característi-
cas parecidas com as do Sol, só que de forma mais bran-
da. expansivo sem ser radicalmente dominador. Sua
rigidez, proporcionalmente à dos outros planetas, é pe-
quena. Sua movimentação é constante e suave, mas por
isso mesmo oscila entre a liberdade e o descaso às cir-
cunstâncias.

93. Vênus (0,5 Quente e 4 Úmido) prevalece como princí-


pio feminino, suavizante e receptivo. Calor úmido re-
presenta afeto; união com os demais por afinidade ele-
tiva, por amabilidade e atuação em benefício da for-
ma (Úmido supera Quente); grande impressionabili-
dade carregada com certa vontade própria. Essa von-
tade pode ser afogada pelo excesso de Úmido, decor-
rendo daí uma ausência de caráter próprio, passando
a existir só pelo envolvimento com as sensações.

94. Saturno (3,5 Frio e 3 Seco) é o planeta que represen-


ta a cristalização e o mundo da matéria. O Frio apor-
ta contração e o Seco coesão interior: ascetismo, em-
pobrecimento, diminuição da atividade ao mínimo, ex-

54
tremo egocentrismo, rigidez e limitação. E, o foco de
máxima realização concreta, pela absorção e cristali-
zação. Uma máquina de concretizar o que existe.

95. Mercúrio (1,5 Frio e 1 Seco) é análogo a Saturno, mas sem a


sua veemência ou poder de cristalização. Tudo se passa num
nível um pouco mais abstrato: o da razão. Existe habilidade
para perceber e organizar a matéria, sem a compulsão de
prender-se a ela, mas prende-se à habilidade em organizar.
Como Júpiter, atua de modo brando, oscilando entre o en-
genho para lidar com a realidade e o desinteresse por ela.

96. A Lua (5 Frio e 6 Úmido) é muito feminina e recepti-


va. Varia conforme as condições que se lhe apresen-
tam, absorvendo (Frio) aquilo que recebe (Úmido) do
ambiente. Representa tudo o que é passivo. Sensível,
espelha tudo o mais. Como o Úmido prevalece, a flui-
dez receptiva tende a interferir distorcendo as imagens
recebidas e gerando mais sensação de realidade do que
realidade propriamente.

97. Urano, Netuno e Plutão têm constituição análoga às


de Mercúrio, Vênus e Marte, respectivamente. Mas são
constituídos de outra qualidade de "qualidades primi-
tivas" e atuam num plano diferente de existência.

98. Urano, como Mercúrio, representa a percepção de situa-


ções existenciais, mas a percepção intuitiva que oscila entre
a genialidade e a rebeldia diante dos fatos, não é apenas
inteligência ou desinteresse. Urano extravasa os limites da
própria realidade.

99. Netuno, como Vênus, representa a união aos demais,


não os elegendo por uma afinidade pessoal, mas pela

55
afinidade com o "calor úmido" da fonte da vida. Não
é apenas afeto. Netuno extravaza os limites da reali-
dade pessoal inebriando.

100. Plutão, como Marte, representa a luta pela vida, mas


a luta pela origem da vida. Não é auto-afirmação. É a
afirmação daquilo que nos torna vivos. Extravasa a vi-
da e a morte individual.

101 Esses três planetas têm um conceito em comum: o de


transmutarem a individualidade nela semeando algo
mais universal, seja um modismo popular, seja uma ex-
periência de amplitude cósmica.

56
PLANETAS E SIGNOS

102. Como são constituídos de formas mais precisas pelas


qualidades primitivas, os planetas possuem uma per-
sonalidade mais caracterizada e tendenciosa que os sig-
nos. Os signos são modelos puros; os planetas são ten-
denciosos, como os deuses olímpicos na mitologia grega.

103. Os modelos puros de manifestação, ou seja, os signos,


se sucedem numa determinada seqüência, indicando

57
as fases necessárias para que uma manifestação exista
e se desenvolva.

104. Essa seqüência é a ordem do Zodíaco: Aries, Touro, Gê-


meos, Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião, Sagi-
tário, Capricórnio, Aquário e Peixes.

105. Essa seqüência de modelos está presente em todos os


processos de manifestação, inclusive dos planetas, isto
é, todo planeta em dado momento está atravessando
(transitando) por uma dessas fases de desenvolvimento.

106. Não conhecemos a atuação pura destes planetas. Só


percebemos sua natureza essencial através de uma das
fases de desenvolvimento, o que resulta no nível de ma-
nifestação em que vivemos.

107. Na interação entre estes "planetas-deuses" e os mode-


los puros é que têm início os acontecimentos como os
conhecemos.

108. Na mescla dos planetas com os signos, mediante a aná-


lise de suas qualidades primitivas, inicia-se a interpre-
tação astrológica.

58
Parte II

APLICAÇÕES PRATICAS NA INTERPRETAÇÃO


A interpretação astrológica se inicia com a combina-
ção de planetas e signos.
As Qualidades Primitivas organizam os signos e plane-
tas de forma que estes possam ser combinados de maneira
mais técnica do que o fazem as combinações de significados
psicológicos, pois combinam qualidades definidas que exis-
tem tanto nos planetas como nos signos.
Por exemplo: Marte é composto de Seco (coeficiente
3) e Quente (2,5); quando num mapa natal, Marte está no
signo de Virgem, que é composto de Seco predominando
sobre o Frio, essa manifestação de Marte em Virgem ocor-
rerá da mescla destas qualidades.
A mescla de "Seco (3) e de Quente (2,5)" de Marte,
com o "Seco predominando sobre Frio" de Virgem resul-
tará numa soma da qualidade Seco, tornando-a preponde-
rante, e numa espécie de equiparação das qualidades Quen-
te e Frio, que são contrárias.
Quente e Frio são qualidades ativas, isto é, geradoras
de movimento exteriorizante e interiorizante, respectiva-
mente. Como esses dois movimentos se equiparam ocorrerá
um tipo particular de neutralização: Marte em Virgem é uma
combinação capaz de atuar sobre o ambiente; mas, pela equi-
paração dessas qualidades, nenhuma delas se manifestará de
modo especial, ficando como dois potenciais à disposição

61
de um estímulo (como numa brincadeira de cabo-de-guer-
ra que está em equilíbrio entre as duas equipes nas pontas da
corda, bastando uma pequena ajuda de um lado ou de ou-
tro para que haja uma predominância e resulte numa dire-
ção de movimento).
Marte em Virgem será uma mescla de planeta e signo
que não se caracteriza por nenhum tipo de ação definida,
mas sim por um estado de tensão, de veemência, de vigor
e de rigidez próprios da qualidade Seco, que é a predomi-
nante.
Marte em Virgem caracteriza-se, então, por um forte
estado de tensão e de coesão interior que a qualquer estí-
mulo reagirá de maneira veemente, cortante e rigorosa, quer
este venha do interior da pessoa ou do seu meio ambiente.
A capacidade de dissecar qualquer situação, sentimento ou
idéia que esteja ao seu alcance, sem, no entanto, ter uma mo-
tivação definida para fazê-lo é uma das características des-
sa posição de Marte. A ausência de rumo para as ações, mes-
mo quando apaixonadas, bem estruturadas e marcadas, é
outra característica desta posição.
Não é minha intenção sugerir, e menos ainda afirmar,
que a análise dos planetas nos signos através das QPs seja su-
ficiente para se entender toda a gama de significados resul-
tantes destas combinações, pois elas são muito ricas. A aná-
lise pelas QPs fornece apenas a estrutura central de como
ocorre a mescla entre planeta e signo.
Quando, porém, conhecemos a mescla de QPs, é mui-
to mais fácil nos orientarmos, no quadro das diversas inter-
pretações possíveis, selecionando as mais acertadas, corri-
gindo desvios, deduzindo características novas e compreen-
dendo como surgiram as explicações constantes nos manuais
de Astrologia. Utilizar apenas as explicações dos manuais
pode tornar o astrólogo um tanto superficial, pois ele pas-
sa a utilizar idéias sem entendê-las ou experimentá-las. Por

62
outro lado, valer-se apenas as QPs, leva a uma interpretação
rude, concentrada e conceitual.
Fica aqui a minha sugestão para se estudar as QPs co-
mo embasamento e como compreensão do "funcionamen-
to interno" dos planetas nos signos, para que os astrólogos
possam se orientar e ampliar os conceitos com que já lidam,
gerados pela sua experiência e pela leitura dos manuais.
Continuando com o exemplo de Marte em Virgem ana-
lisado acima, comparemo-lo com a descrição dessa posição
planetária constante num manual que considero exemplar,
o Curso Bdsico de Astrologia - Vol. I - Princípios fundamen-
tais,* das professoras March e McEvers.
Na descrição da posição de Marte em Virgem, lemos
nesse manual que a palavra-chave é disciplinado. Comparan-
do essa definição com a explicação dada pelas QPs, enten-
de-se o porquê de disciplinado: a tensão e a coesão interior
não têm grande força e rigor; recebido um estímulo externo,
haverá uma tendência para reagir à risca, isto é, para não criar
nada por si, mas para manter a forma daquilo que veio do
ambiente exterior através da sua tensão interior; e isso gera
a qualidade da disciplina. A disciplina de Marte em Virgem
não significa necessariamente uma obediência submissa, mas
representa uma garantia de que essa mescla se aterá àquilo
que lhe for proposto, seja a favor (agindo metodicamente
em nome da proposta), ou contra (criticando ou desconfian-
do, mas nunca desconsiderando o estímulo).
Sobre Marte em Virgem, o manual continua dizendo
que "você é frio, científico e lógico" — qualidades ineren-
tes ao Seco e à sua capacidade de rigor e agudeza. "Adora
trabalhar e fica entusiasmado quando acha que pode ajudar
em uma boa causa" — qualidades ligadas à veemência de Seco e à
coesão interior sem vontade própria, à disposição das esti-

* Editora Pensamento, SR) Paulo, 1989.

63
mulações ambientais, podendo-se acrescentar que a "boa
causa" de Marte em Virgem será voltada para interesses prá-
ticos e pessoais, sem conotações humanitárias. "Como é me-
ticuloso e cuidadoso, gosta da rotina e consegue efetuar bem
as tarefas mais monótonas", sendo também a tensão de Se-
co responsável pelas capacidades de cuidado e meticulosi-
dade (Seco define tudo de modo estrito, sublinhado e com
limites definidos) e sendo a falta de vontade própria ou de
criatividade (qualidades de Quente e de Frio, que neste ca-
so se equiparam), responsável pela capacidade de obedecer
a uma rotina. "Sexualmente, é romântico embora não ne-
cessariamente platônico" — refere-se à necessidade de con-
tato com alguém para que venha à tona a força apaixona-
da que existe em seu interior; é da relação com o ambiente,
na troca de gestos que nasce o exagero de sentimentos tí-
pico do romantismo. E o texto segue com outras idéias que
poderiam ser igualmente enriquecidas pela comparação com
as QPs.
O que me parece ser o melhor da comparação e da
análise entre as QPs e as descrições de planetas nos signos
é que assim se pode entender melhor o "tom" que está
por trás de cada uma das palavras e das idéias. Elas não fi-
cam soltas, nem há necessidade de se "acreditar" nelas,
pois temos uma espécie de padrão ou guia dado pelas QPs
para medir até onde se estende cada significado dos plane-
tas nos signos.
Posso estar sendo repetitivo ao afirmar o quanto é im-
portante utilizar as QPs como base para o entendimento dos
elementos, dos signos e dos planetas, mas não conheço ou-
tra teoria astrológica que permita tanta precisão e indepen-
dência para as pessoas que se interessam em pensar sobre
esses temas. Reconheço que a maneira de ser matemática
e árida das QPs torna-as pouco digeríveis, exigindo concen-
tração acima da média, e reconheço também que alguns tem-

64
peramentos poderão preferir uma abordagem mais metafó-
rica e generosa de conceitos; alguém que tenha em seu ma-
pa natal Mercúrio em Aries terá uma natural predisposição
para este estudo, mais do que alguém com Mercúrio em Aquá-
rio ou em Câncer, por exemplo.

65
ANÁLISE DAS COMBINAÇÕES PLANETA/SIGNO

Vamos analisar agora, a título de exemplo e sugestão


para o leitor, algumas combinações entre planetas e signos.
Não se pretende aqui esgotar em número ou em profundi-
dade essas análises, mas mostrar os principais casos para ser-
virem de orientação.
Numa primeira divisão, a combinação das QPs dos pla-
netas nos signos poderá apresentar seis resultados diferentes:
1. o predomínio da qualidade Quente
2. o predomínio da qualidade Frio
3. o predomínio da qualidade Seco
4. o predomínio da qualidade Úmido
5. não haver predomínio, por haver qualidades opostas
6. não haver predomínio, pelo equilíbrio entre as qua-
lidades.

1. Quando predomina a qualidade Quente, a combina-


ção planeta/signo causará um movimento enérgico e exte-
riorizaste, atuando sobre o ambiente a partir de uma mo-
tivação interior (de índole emocional); haverá pouca dispo-
sição para ser receptivo e para se deixar moldar ou influen-
ciar por situações do ambiente; o impulso, a decisão e a ini-
ciativa surgirão de modo espontâneo e vibrante; haverá a ten-
dência para doar energia, calor e entusiasmo, com uma atua-
ção marcante.

67
As seguintes posições planetárias resultam no predomínio
da qualidade Quente: o/ a,o/=,o/ 1,0/x, o/
/r , 2-í / u , 24 / 3 2 /1',9
SL ,è /^ e È / .
Sol e Júpiter, compostos pelo Quente predominando
sobre o Seco, já trazem em si uma preponderância do Quente.
Quando posicionados nos signos em que o Quente predomina
( a , =, 1 e X ) essa qualidade será reforçada e aparecerá
como a motivação essencial dessas combinações. Quando ocu-
pam o signo de , onde o Úmido predomina sobre o Quente,
haverá uma equiparação entre as qualidades opostas Seco e
Úmido, realçando-se o Quente.
Usando um caso de cada planeta como exemplo:
—o Sol (mais Quente que Seco) em Leão (mais Quente
que Seco) resultará em duas partes maiores de Quente e em
duas menores de Seco;
— e Júpiter (mais Quente que Seco) em Aquário (mais
Quente que Úmido) resultará em duas partes maiores de Quen-
te, uma parte de Seco e uma de Úmido.
Nos casos de Vênus e de Marte, esses planetas têm pre-
domínio de Úmido e de Seco, respectivamente, sobre a qua-
lidade Quente. Mas quando combinados com signos forma-
dos pela qualidade Quente e uma qualidade oposta àquela
que predomina nos planetas, o Quente será salientado, en-
quanto o Úmido e o Seco serão contrabalançados. É o caso
das seguintes posições:
— Vênus (mais Úmido que Quente) em Leão (mais Quen-
te que Seco) resulta em duas partes de Quente, uma de Úmi-
do e uma de Seco;
— Vênus (mais Úmido que Quente) em Aries (mais Se-
co que Quente) resulta em duas partes de Quente, uma de
Úmido e uma de Seco;
— Marte (mais Seco que Quente) em Aquário (mais Quen-
te que Úmido) resulta em duas partes de Quente, uma de
Seco e uma de Úmido;

68
— e Marte (mais Seco que Quente) em Libra (mais Úmido
que Quente) resulta em duas partes de Quente, uma de Seco
e uma de Úmido.
Deve ficar claro que nem todas as combinações on-
de resulta o predomínio de Quente são idênticas, apesar
dessa característica em comum. Comparemos, para exem-
plo, u /a Em lt / St ambos, planeta e signo,
são formados por um predomínio de Quente sobre Seco.
Há uma perfeita sintonia, permitindo que o planeta atue
através do signo com um mínimo de distorção em relação
à sua natureza essencial. A qualidade resultante, Quente,
atuará sem conflitos, apenas com a somatória de Seco, que
lhe dá direção, firmeza e coesão. No caso de a / s , es-
tes são formados por qualidades opostas, além da concor-
dância em Quente: Marte é mais Seco que Quente e Libra
é mais Úmido que Quente. Haverá uma perfeita transmis-
são da natureza essencial do planeta para o signo no que
diz respeito a Quente, mas o contato entre Seco de Marte
e Úmido de Libra traz um conflito entre o desejo de diri-
gir e a necessidade de ponderar. O movimento ativo de
Quente ficará oscilante, com ímpetos e perda de força, pela
presença dessas qualidades opostas.
A partir desses dois exemplos extremos, um de total
sintonia e outro de oposição, espero que o leitor possa vi-
sualizar o que ocorre nas demais combinações em que há
predomínio de Quente.

2. Quando predomina a qualidade Frio, a combinação


planeta/signo causará um movimento de retração, de acu-
mulação e de interiorização, atuando a partir de um estí-
mulo do ambiente; haverá predomínio do racionalismo e
do espírito contemplativo; tendência a absorver em si aqui-
lo que está à sua volta; reserva, contenção e desalento mar-
cam a maneira de ser.

69
As seguintes posições planetárias resultam no predo-
mínio da qualidade Frio: -5 / u , 3 / , 3 / nt , 3 / ,
5/ , / , / nt,
D / nR e D / b .
Saturno e Mercúrio são compostos por Frio predomi-
nando sobre Seco, isto é, já trazem em si uma predominân-
cia de Frio. Quando ocupam um signo em que também pre-
domina Frio ( ts , b , nt e 5 ) essa qualidade será reforçada
e aparecerá como motivação essencial dessas combinações.
Quando ocupam o signo de X , onde Úmido predomina sobre
Frio, haverá uma equiparação entre as qualidades opostas
Úmido e Seco, prevalecendo o Frio.
No caso de Saturno (mais Frio que Seco) em Touro
(mais Frio que Seco) o resultado será duas partes maiores de
Frio e duas partes menores de Seco. Para conhecer como
atuará esta posição planetária, basta olhar o aforismo 59,
no qual se descreve essa combinação.
Num outro exemplo, em contraste com o anterior,
no caso de Mercúrio (mais Frio que Seco) em Peixes (mais
Úmido que Frio) o resultado será duas partes de Frio, uma
maior de Úmido e outra menor de Seco, combinação na
qual o poder de concentração e de racionalização (Frio)
ganharão um caráter tanto de rigidez (Seco) como de ins-
tabilidade (Úmido), causando uma indefinição no rumo a
seguir.
A Lua é composta de Úmido predominando sobre Frio,
mas quando esse planeta ocupa signos de Terra (formados
por Frio e Seco), as qualidades Úmido e Frio se equiparam,
e passa a predominar a qualidade Frio, criando um forte re-
traimento e interiorização, favorecendo uma natureza que
tanto é perseverante como sonhadora e instável.

3. Quando predomina a qualidade Seco, a combina-


ção planeta/signo produzirá uma natureza veemente, tensa,

70
perserverante, disciplinada, egocêntrica e passional; haverá
mais uma reação tensa aos estímulos do que um movimento
dirigido; haverá tendência a formar uma espécie de cerco à
sua volta e a esforçar-se por manter-se assim estruturado, re-
chaçando a participação com o ambiente.
As seguintes posições planetárias resultam no predomí-
nio da qualidade Seco: Júpiter nos signos de Terra, o Sol nos
signos de Terra, Marte em Aries e nos signos de Terra, Sa-
turno nos signos de Fogo e Mercúrio nos signos de Fogo.
De todas essas combinações, Marte em Aries e Marte em
Virgem são as mais marcadamente Secas e, portanto, as que
apresentam maior veemência, egocentrismo e capacidade
de disciplina em reação a um comando exterior.
O Sol e Júpiter nos signos de Terra terão uma equipa-
ração entre as qualidades Quente e Frio e a preponderância
de Seco, havendo uma forte tensão interior devido ao ímpeto
de movimento próprio desses planetas refreado pela inércia
dos signos de Terra, resultando no desejo de sempre ampliar
(Quente) a posse (Frio) daquilo que lhe possa fornecer uma
estrutura adequada de vida (Seco).
Saturno e Mercúrio nos signos de Fogo terão caracte-
rísticas bastante semelhantes às acima descritas, com Se-
co predominando sobre Frio e Quente, só que o resulta-
do aqui será o desejo de garantir (Frio) aquilo que já con-
quistou (Quente) de modo a formar uma estrutura de vida
(Seco).
Marte nos signos de Touro e de Capricórnio terá atuação
semelhante à do Sol e Júpiter nos signos de Terra, só que com
maior passionalismo, exagero e inflexibilidade.

4. Quando predomina a qualidade Úmido, a combina-


ção planeta/signo produz uma natureza moldável, suave, ins-
tável, submissa e impressionável, há urna reação ao ambien-
te no sentido de adaptar-se a ele, de assimilar e conformar-se

71.
aos modelos exteriores de forma espontãnea; tendência à
participar e a compartilhar as sensações com o ambiente,
de maneira ingênua e solícita.
As seguintes posições planetárias resultam no predo-
mínio de Úmido: Vênus em Libra e nos signos de Água e
Lua em Peixes e nos signos de Ar. Comparativamente, este
é o menor número de combinações, sendo portanto a qua-
lidade mais rara de se encontrar num mapa natal: apenas 9
combinações planeta/signo resultam no predomínio do Úmi-
do (num total de 84 combinações possíveis).
Dessas combinações, Vênus em Libra e em Peixes, e
Lua em Libra e em Peixes são as mais marcadamente Úmi-
das, portanto as que apresentam maior moldabilidade, im-
pressionabilidade, assimilação espontânea do ambiente e ca-
pacidade de interação e mimetismo.
A Lua nos signos de Ar atua de maneira Úmida mas
contraditória, devido à presença de Frio (Lua) e de Quen-
te (Ar), dando-lhe a capacidade tanto de se impressionar com
o ambiente como de criar fantasias ou idéias a respeito dele.
A Lua no signo de Peixes terá reforçada a sua característi-
ca mais Úmida que Fria, caso em que as percepções e sen-
sações interiores são mais fortes que a realidade.
Vênus nos signos de Agua atua de maneira Úmida, mas
combinando as qualidades Quente e Frio, dando-lhe a capa-
cidade de querer realizar os sonhos criados pela sensoriali-
zação da realidade, isto é, gerando desejos e identificações
emocionais. Vênus no signo de Libra terá reforçada sua ca-
racterística de Úmido predominando sobre Quente, indican-
do a capacidade de unir-se aos demais por afinidade eletiva
e de colocar sua criatividade a serviço da relação com o outro.

5. Quando não há predomínio por serem opostas as qua-


lidades, estão presentes as quatro QPs. Trata-se do tipo de
combinação mais complexa e completa, que pode criar um

72
atrito interno e uma espécie de ausência de habilidade em
geral, ou pode criar uma maior capacidade e riqueza de com-
preensão. Este tipo de combinação tende a facilitar a per-
cepção subjetiva e a dificultar a realização prática.
As seguintes posições planetárias resultam em quali-
dades opostas: o Sol, Júpiter e Marte nos signos de Água; a
Lua nos signos de Fogo; Vênus nos signos de Terra; Satur-
no e Mercúrio nos signos de Ar. Esses são os tipos de com-
binação mais comuns, pois 21 combinações planeta/signo
resultam em oposição de qualidades (num total de 84 com-
binações possíveis).
O Sol, Júpiter e Marte nos signos de Água criam um
movimento de ação (Quente e Seco) que termina por se amol-
dar ao ambiente (Frio e Úmido), descaracterizando-se, em
parte, da intenção original e realizando em parte a direção
original de movimento, dependendo das circunstâncias que
encontrar para a sua atuação.
A Lua nos signos de Fogo produz uma fantasia inte-
rior (Frio e Úmido) pela qual se lutará ativamente (Quen-
te e Seco).
Vênus nos signos de Terra cria o desejo de se relacio-
nar de maneira ideal (Quente e Úmido) dentro das limita-
ções impostas pelas circunstâncias (Frio e Seco).
Saturno e Mercúrio nos signos de Ar produzem uma
concentração objetiva em certos interesses (Frio e Seco),
sobre os quais focaliza sua capacidade abstrata de criação
(Quente e Úmido).
Pode não parecer à primeira vista, mas as quatro situa-
ções acima descritas são contraditórias e complexas, difí-
ceis de serem conciliadas ou solucionadas, sendo necessária
uma grande capacidade de compreensão.

6. Quando rido há predomínio por se equilibrarem as


qualidades, há a equiparação entre duas QPs, sem que ne-

73
nhuma delas se sobressaia; é o tipo de combinação que apre-
senta uma forte coesão interior, criando em alguns casos cer-
ta forma de paralisação e em outros uma coerência e unila-
teralidade de atuação. Este tipo de combinação tende a fa-
cilitar a atuação prática e a dificultar a compreensão e a per-
cepção objetiva.
As seguintes posições planetárias resultam em quali-
dades equilibradas: a / St , alt , 8 / IC , O / 1' , u /
p, 9 / 7:-, 9 , 4 /1 , / 1112,0 /I2 /ke
D/ 5 -
Marte (mais Seco que Quente) equilibra-se nos signos
mais , Quentes que Secos (Leão, Sagitário, Gêmeos) numa
combinação em que o Quente e o Seco se equiparam em for-
ça. Disto resulta um movimento de atuação bastante tenso
e agudo, no qual qualquer pequeno atrito com o ambiente
tende a criar aceleração e um rigor maior do movimento.
O Sol e Júpiter em Aries são combinações semelhantes.
Com Marte em Gêmeos, existe uma presença do Úmido, e o
movimento de atuação torna-se dispersivo, caprichoso e mais
versátil.
Vênus (mais Úmido que Quente) equilibra-se nos signos
mais Quentes que tímidos (Aquário, Gêmeos e Sagitário),
numa combinação em que o Úmido e o Quente se equipa-
ram em força. Disto resulta equilíbrio e moderação no mo-
do de agir, a preocupação de não agredir o ambiente. Quan-
do Vênus está em Sagitário, devido à presença do Seco, não
há tanta moderação assim.
Saturno e Mercúrio em Virgem se equilibram, equipa-
rando em força as qualidades Frio e Seco, o que resulta nu-
ma grande capacidade de análise e de crítica a situações con-
cretas; por vezes há uma tendência a perder o sentido da fina-
lidade da ação.
A Lua em Câncer e Escorpião se equilibra. Equiparam-se
em força as qualidades Frio e Úmido, o que resulta num for-

74
te retraimento e capacidade de introjeção de tudo o que acon-
tece no ambiente. Isso, no entanto, não facilita o discerni-
mento sobre o que se assimila.

Ê interessante noOr que os chamados "domicílios" dos


planetas (e suas outras dignidades: exaltação, exílio e queda)
não são formulados de maneira direta ou clara pelas QPs.
Os domicílios aéreos de Saturno e de Mercúrio, os signos
de Aquário e de Gêmeos, respectivamente, têm qualidades
opostas às dos planetas. Os domicílios aquáticos de Júpiter
e de Marte, Peixes e Escorpião respectivamente, também têm
qualidades opostas às dos planetas. O mesmo acontece ain-
da com o domicílio terroso de Vênus, o signo de Touro. O
domicílio da Lua, o signo de Câncer, tem proporções con-
trárias das mesmas qualidades dos planetas; o domicílio terroso
de Mercúrio, o signo de Virgem, também tem proporções con-
trárias às do planeta; nos outros cinco casos há concordân-
cia entre as qualidades dos planetas e as de seus domicílios:
O sl , /1, /T, u /6 e
Parece que existem algumas importantes relações a serem
estudadas na formulação dos domicílios, que pode ajudar no
entendimento dos chamados domicílios "diurnos" e "notur-
nos", e do porque alguns planetas domiciliados são mais po-
tentes e benéficos que outros.

75
BREVE INTERPRETAÇÃO DO MAPA NATAL DO BRASIL

Para a aplicação das Qualidades Primitivas utilizaremos


o mapa natal do Brasil, calculado para o dia 7 de setembro
de 1822, São Paulo. Adotou-se o Ascendente a O° de Pei-
xes, por aproximação, o que não interferirá na análise do
mapa, visto que a posição dos planetas nas casas não se mo-
dificará, caso o grau do Ascendente adentre mais uns graus
em Peixes.
No mapa natal do Brasil, será analisada a combinação
entre planetas e seus signos de posição atuando sobre as Ca-
sas de Posição. Poder-se-ia estender a análise planeta/signo
para as casas que o planeta rege, para as disposições que for-
ma e para os aspectos que troca; mas vamos nos ater à apli-
cação mais direta do que foi exposto na parte anterior des-
te livro.

Regente natal do Brasil: Júpiter (mais Quente que Se-


co) em Gêmeos (mais Quente que Úmido com aporte Seco).
Resulta numa combinação em que predomina o Quente, aces-
sorada pelo Seco e uma parte do Úmido. Há aqui um movi-
mento enérgico e exteriorizante, atuando a partir de uma
motivação interior, doando energia, calor e entusiasmo. Isso
acontecerá no âmbito de IV Casa, isto é, na índole da po-
pulação, nas condições da Natureza do país e na sua geogra-
fia. Com as co-participações de Seco e Úmido, haverá uma

77
Brasil
7 de setembro de 1822. MO Paulo, SP.
flexibilidade, uma forte aspiração e capacidade de adapta-
ção a qualquer circunstância, análogos aos do signo de Sa-
gitário.
A Lua (mais Úmida que Fria) em Gêmeos (mais Quen-
te que Úmido com aporte Seco) na IV Casa, com predomí-
nio do Úmido sobre o Quente e o Frio, embora haja tam-
bém um aporte Seco. Pode-se interpretar como sendo uma
combinação que contém as quatro qualidades ou como pre-
dominantemente Úmida. Haverá uma natureza suave, mol-
dável, submissa e ingênua por parte da população do país,
aliada a uma complexidade de caráter, onde é mais forte a
subjetividade e a capacidade de compreensão do que a ha-
bilidade par'a executar coisas práticas.
O Sol (mais Quente que Seco) em Virgem (mais Seco
que Frio) na VII Casa, dá predomínio ao Seco, com co-par-
ticipação do Quente e do Frio, o que resulta numa nature-
za veemente, passional e egocêntrica do Brasil em relação
às outras nações, tendendo a rechaçar uma participação efe-
tiva com elas. Através do Quente, ele pode tentar impor-se,
mas através do Frio o país terá de assimilar valores exter-
nos, enquanto a qualidade Seco, predominante, dará uma
tendência a extremismos nessas duas maneiras de ser.
Mercúrio (mais Frio que Seco) em Virgem (mais Se-
co que Frio) na VII Casa, resulta num equilíbrio entre as
qualidades Frio e Seco, uma forte coesão e unilateralidade
de atuação na relação do Brasil com as demais nações, per-
mitindo grande intercâmbio no nível prático, mas dificul-
tando uma relação compreensiva e integrada.
Vênus (mais Úmido que Quente) em Leão (mais Quen-
te que Seco) na VI Casa, faz predominar o Quente sobre o
Úmido e o Seco, o que resulta numa disposição para o im-
pulso, a iniciativa e a criação de energia, de calor e de en-
tusiasmo no que diz respeito aos assuntos da VI Casa: a saúde
pública, as forças armadas, a política e a classe trabalhadora

79
em geral. Como o Úmido é a segunda qualidade em força,
haverá também uma força de submissão e ingenuidade so-
lícita nesses assuntos.
Marte (mais Seco que Quente) em Escorpião (mais Frio
que Úmido) na IX Casa: não há predomínio porque as qua-
lidades são opostas. O resultado é uma forma de filosofia
da classe governante, de vida cultural e de vida universitá-
ria (e também de forma de governo, por Marte reger a X Ca-
sa) complexa, com grandes atritos internos e uma tendên-
cia a pouca habilidade para lidar com a realidade e resolver
as questões práticas imediatas, voltando-se o país para ques-
tões subjetivas e muito abrangentes.
Saturno (mais Frio que Seco) em Touro (mais Frio que
Seco) na III Casa: há um predomínio do Frio sobre o Seco
de forma harmoniosa, causando retração, reserva, desalen-
to, tendência à imitação e ao conservadorismo nas comuni-
cações internas do país, nos meios de transporte coletivos
e nas vias de tráfego, assim como nos meios de comunica-
ção, especialmente os escritos, nas atividades intelectuais
e no público leitor.
Como a teoria das Qualidades Primitivas não se aplica
diretamente à compreensão dos planetas transaturninos, não
os analisaremos no mapa natal do Brasil, apesar da impor-
tância que estes têm na configuração desse mapa.

80
DESCUBRA O SEU SIGNO ASCENDENTE

Gregário José Pereira de Queiroz

Depois de conhecer as características do seu signo solar —


sempre o mais divulgado — para você ter um conhecimento mais
profundo das influências astrológicas e das características da sua
personalidade descritas por esta ciência tradicional é preciso co-
nhecer o seu Ascendente.
O signo Ascendente ou, simplesmente, o Ascendente de
uma pessoa é o signo que estava ascendendo ou despontando na
linha do horizonte leste no instante do nascimento.
No plano físico, o Ascendente determina a forma do corpo
físico e a fisionomia; no plano psíquico, determina as manifesta-
ções primordiais da personalidade; e no plano existencial, deter-
mina os primeiros anos de vida e todos os momentos em que al-
go se inicia na vida do indivíduo.
Este livro traz um método simplificado para o cálculo do
signo Ascendente e a descrição dos doze signos do Zodíaco
quando se referem ao mesmo. Ensina a calcular a posição dos
demais signos nas casas astrológicas e, conseqüentemente, a de-
linear os pontos básicos do horóscopo individual, além de pro-
por aos leitores uma maneira fácil de iniciarem o exercício de
interpretação do mapa astral através da análise dos signos zo-
diacais nas casas astrológicas.

EDITORA PENSAMENTO
OS SIGNOS E A CARREIRA PROFISSIONAL

Gregário José Pereira de Queiroz

A vocação profissional, do ponto de vista astrológico, considera


não apenas o fator "sucesso" na carreira, mas busca também a resso-
nância daquilo que o indivíduo traz em seu caráter — talentos, an-
seios, necessidades e aspirações —, com aquilo que ele vive e com a
atividade na qual depositará de modo principal o que de melhor e
mais legítimo possui: o trabalho profissional.
O primeiro passo desta visão da atividade profissional consiste
em adaptarmos nossas fantasias a respeito do trabalho à realidade
daquilo que somos.
A realização profissional está ao alcance de todos mas, para
todo indivíduo, dentro de condições que precisam ser respeitadas,
para que exista efetivamente realização e satisfação pessoal.
Este livro trata da carreira profissional do ponto de vista de
quem deseja encontrar a realização de sua pessoa no trabalho que
exerce.
As indicações da carreira profissional para os doze signos po-
derão ajudar as pessoas a redimensionarem suas fantasias e expecta-
tivas a respeito de vocação, ambição e sucesso profissional.

EDITORA PENSAMENTO
CURSO BÁSICO DE ASTROLOGIA
Vol. I — Princípios fundamentais

Marion D. March e Joan McEvers

Existem muitos livros de introdução à Astrologia, mas


somente esta série segue o método inédito e sistemático de
March e McEvers.
Este Curso básico mostra como o leitor deve proceder,
passo a passo, para aprender os conceitos fundamentais da Astro-
logia.
As lições são cuidadosamente elaboradas e terminam com
um questionário organizado para testar o progresso do leitor.
O segredo do sucesso deste curso está no modo como o
seu método envolve o leitor no processo de aprendizagem, atra-
vés de exercícios fáceis e de testes bem elaborados.
O Curso básico de Astrologia compreende três volumes:
VOLUME I — Princípios fundamentais
VOLUME II — Técnicas de cálculo e de interpretação
VOLUME III — Análise do horóscopo
Os volumes são autônomos, podendo ser adquiridos e estu-
dados separadamente.

Neste I volume, as lições versam sobre o simbolismo


básico dos signos, dos planetas, das casas e dos
aspectos, além de analisar cada planeta em relação
a cada signo, casa e aspecto. Como exemplos, são
estudados os horóscopos de algumas personalidades
de renome mundial no campo das letras, das artes,
dos esportes e da política.

EDITORA PENSAMENTO
OS ASTROS E O AMOR

Liz Greene

Os astros e o amor é o primeiro guia astrológico completo


sobre a vida, o amor e o relacionamento entre as pessoas.
Nele o leitor encontrará múltiplas informações, muitas ve-
zes inesperadas e surpreendentes, de como interpretar a sua
"rubrica" astrológica, assim como as estruturas sutis e comple-
xas que formam a sua personalidade, o papel representado pelo
ascendente, os mitos a que o signo astral está ligado e as per-
sonalidades que o ilustraram com o seu comportamento.
Esta obra de Liz Greene ensina ainda a descobrir por que
alguns traços do caráter das pessoas parecem opor-se aos do
signo sob o qual elas nasceram e, sobretudo, a desvendar
esse mistério que são "os outros". E é neste particular, segundo
a autora, que a astrologia mostra o seu lado mais prático: "Mais
do que qualquer outra coisa, ela ajuda na compreensão, e é da
compreensão que nasce a verdadeira tolerância (não a condes-
cendência). Dela também nasce a compaixão, que é uma das
pedras fundamentais da construção do amor."
Muitas das revelações contidas nestas páginas poderão
perturbar, divertir ou mesmo chocar o leitor, mas o objetivo
maior da autora é que cada um conheça a si mesmo e as pessoas
com as quais se relaciona como se fossem um livro aberto, com
vistas à busca de um equilíbrio e de uma felicidade sempre
crescentes.

EDITORA CULTRIX
MCENDENTE
&ia Porta Mímica
Martin chultnan
O Ascendente é um dos mais importantes pontos do
mapa astral. A maioria dos estudantes de astrologia aprende
que o Ascendente simboliza a aparência física e que ele rege
nossa visão pessoal da vida. Mas quantos de nós têm cons-
ciência de que o Ascendente é um importante indicador kár-
mico? Neste livro, Martin Schulman nos leva numa viagem
através do Zodíaco percorrendo signo por signo a fim de nos
mostrar como o Ascendente é, de fato, um ponto de conver-
gência que filtra o ser interior para o mundo. O Ascendente
é à "porta" que usamos para expressar o que está contido
no nosso horóscopo. São os seguintes os principais tópicos
abordados neste volume pelo autor:

* O karma impessoal;
* Como superar a negatividade;
* O Ascendente e os nodos lunares;
* Descrição dos 12 possíveis ascendentes e o que eles
significam em termos de karma pessoal.

Mapas exemplificativos fazem parte do livro, que é uma


leitura indispensável para todos quantos estiverem interessados
em entender as possíveis implicações kármicas do horóscopo.

EDITORA PENSAMENTO
RSTROLOGIR
A Escolha da Hora Certa
Gregory Szãnto

Há nos negócios humanos uma corrente


Cujo fluxo, ao ser seguido, leva ao sucesso;
Desprezado, todo o curso da vida do homem
Confina-se aos baixios e às tormentas.

(Shakespeare — Júlio César)

A astrologia de eleição ou astrologia eletiva é a arte de escolher


o momento certo para dar início a um empreendimento. A escolha do
tempo certo é a essência da vida. Para tudo existe uma hora certa e
uma hora errada. Agir na hora certa é garantia de sucesso; agir na hora
errada, sinal infalível de fracasso.
Astrologia — A Escolha da Hora Certa é um livro cujo objetivo é
mostrar como escolher a hora certa. O potencial da astrologia de eleição,
como sucintamente se costuma chamá-la, é grande, maior talvez do que
o de qualquer outra área da astrologia, pois é o único ramo dessa ciência
no qual podemos dizer que temos uma escolha, pois em vez de inter-
pretar um horóscopo já existente, criamos um.
Este livro tem o potencial de ajudá-lo a escolher o momento certo
para assinar contratos, começar a construção de uma casa, abrir firmas,
optar por um novo emprego, inaugurar uma loja, etc., etc., etc.

EDITORA PENSAMENTO
ASTROLOGIA, PSICOLOGIA
E OS QUATRO ELEMENTOS

Stephen Arroyo

Tendo como epígrafe a seguinte afirmação de Jung: "A


Astrologia merece o reconhecimento da Psicologia, sem restri-
ções, pois representa a soma de todo o conhecimento psicológico
da Antigüidade" — este livro trata da relação da Astrologia
com a moderna Psicologia e do uso da Astrologia como método
prático para compreender de que modo nos sintonizamos com
as forças do Universo. Ele mostra claramente como abordar a
Astrologia e inclui uma instrução prática para a 'tterpretação
dos fatores astrológicos com mais profundidade do que comu-
mente é encontrada nos manuais que tratam dessa ciência.
Destinado ao leigo em Astrologia, aos estudiosos da maté-
ria, aos profissionais e a todos os que, de algum modo, se
dedicam às artes de aconselhamento, este livro explica, em sua
I Parte, como a Astrologia pode ser um instrumento do maior
valor para a compreensão de nós mesmos e dos outros, enquanto
na II Parte são explicadas as técnicas e significados tradicionais
dentro de uma perspectiva que se preocupa em entender as
energias inerentes a todos os processos da vida.
O autor, Stephen Arroyo, é um dos pioneiros na introdu-
ção da Astrologia como disciplina integrada no curriculum
escolar de algumas Universidades norte-americanas.

EDITORA PENSAMENTO
A DIMENSÃO
GALÁCTICA DA
ASTROLOGIA
O Sol também é uma Estrela

Dane Rudhyar

Neste livro, Dane Rudhyar expande a filosofia astrológica tradicional


introduzindo uma visão galáctica do sistema solar:

"Quando o sol é visto como a es-


trela que fundamentalmente é, um plano
de referência galáctico toma forma na
consciência do homem, conferindo poten-
cialmente um novo significado a todos os
padrões e eventos do nosso tradicional
sistema solar. A princípio, os fatos plane-
tários permanecem o que são. As órbitas,
a velocidade de revolução e a inter-rela-
ção cíclica entre suas posições no céu
parecem aos olhos humanos não mu-
dar; mas a interpretação desses fatos se
altera. .. . Todo o sistema solar é visto
sob uma nova luz: a luz da relação
deste com a Galáxia."

Em A Dimensão Galáctica da Astrologia Dane Rudhyar demonstra


como uma compreensão aprofundada de Netuno, de Urano e de Plutão
podem conduzir-nos a experimentar o nível galáctico de consciência. O
"desafio da galacticidade" para a astrologia humanfstica revela e libera
novas perspectivas quando aplicado aos horóscopos individuais. Suas no-
vas interpretações dos planetas transaturninos oferecem um instrumento
para a transformação do planeta em que vivemos e do modo como usamos
a astrologia na vida diária.

EDITORA PENSAMENTO
AS QUALIDADES
PRIMITIVAS
NA ASTROLOGIA
A Formação dos Elementos, dos Signos
e dos Planetas

Gregário José Pereira de Queiroz

As Qualidades Primitivas, que se definem a partir de quatro


princípios: Quente, Frio, Úmido e Seco, são os conceitos primor-
diais dentro do estudo astrológico, sendo os fatores formativos dos
quatro elementos, dos signos e dos planetas.
Através do estudo das Qualidades Primitivas chega-se a uma
compreensão mais profunda e, num certo sentido, mais holística,
dos elementos, signos e planetas, pois os define a partir de quatro
qualidades básicas: expansão, contração, fluidez e tensão. Todo o
conjunto do mapa astrológico pode ser analisado resumindo-se a
esses conceitos.
Além da informação a respeito de Astrologia, este livro, atra-
vés da dedução de como os fatores mais complexos se formam a par-
tir das Qualidades primordiais, busca formar a mente do leitor den-
tro de um pensar astrológico, que é uma forma de pensar própria
desta Ciência Tradicional, voltado para uma universalização da per-
cepção humana.

EDITORA PENSAMENTO

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