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UNIDOCTUM -TEÓFILO OTONI

PORTARIA N° 092, DE 03 DE OUTUBRO DE 2012 MECRua Gustavo Leonardo, 1127 Bairro São Jacinto
Teófilo Otoni/MG CEP: 39801-260 www.doctum.edu.br

Tiristor
Apresentação
A eletrônica de potência é a área da Engenharia Elétrica que mescla eletrônica e sistemas de potência com o
objetivo de empregar a flexibilidade dos dispositivos eletrônicos com as elevadas demandas energéticas do
sistema elétrico. As aplicações originárias da eletrônica de potência podem ser vistas nos dispositivos caseiros,
nas indústrias e nas aplicações comerciais.

Os primeiros componentes que você deve conhecer ao estudar a Eletrônica de Potência são os tiristores, pois
todas as aplicações da área os empregam ou têm componentes que podem ter seu comportamento baseado
neles. Além disso, por serem ainda utilizados em muitas aplicações de grande porte (conversoras de energia
e linhas de transmissão DC), saber reconhecer suas características é essencial para sua formação profissional.
Neste momento, você vai reconhecer a simbologia e as curvas características de um tiristor, vai estudar suas
características reais e vai aprender sobre os circuitos de comando e acionamento com tiristores. Bons estudos!

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Reconhecer a simbologia e a curva característica de um tiristor.


 Analisar as características reais dos tiristores.
 Descrever circuitos de comando e acionamento com tiristores.

Infográfico
Durante o dia a dia de trabalho do engenheiro, você vai lidar com plantas, rascunhos, projetos e diferentes documentações que
empregam sinais, signos e símbolos próprios. A exemplo dos textos técnicos que têm a sua própria linguagem, os diagramas
elétricos também são sua simbologia própria e consolidada.
Neste Infográfico você vai conhecer os símbolos para os tiristores mais comuns: SCR e GTO. Veja.

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Conteúdo do Livro
Para iniciar os estudos nesta área, é necessário compreender os componentes elementares da eletrônica de
potência: os tiristores. Eles são os elementos básicos que compõem os diversos circuitos que são conhecidos.
No capítulo Tiristor, da obra Eletrônica de potência I, você vai estudar sobre os diferentes tipos de tiristores e
como é o funcionamento de cada um deles, para assim consolidar sua base de conhecimentos para o estudo de
circuitos de eletrônica de potência mais avançados. Cabe ressaltar que este capítulo é de grande relevância, pois
nele você vai ver detalhes construtivos, particularidades e informações que serão relevantes no futuro no seu
trabalho como engenheiro da área.
Boa leitura.

 Livro de apoio : arquivo 11.01 livro de apoio”

 “Vídeo de Apoio” : https://youtu.be/F8GXpIJSZK4 : A aplicação industrial e comercial é o grande foco de


fabricantes de tiristores no mundo, o uso desses componentes é em geral feito a fim de atender uma demanda
específica. A inversão de frequência e a retificação são as duas principais tarefas executadas por esses componentes,
porém, reconhecer as particularidades de cada uma das aplicações é fundamental para que o engenheiro saiba quais
tiristores podem ser empregados em projetos dessa natureza.
Neste vídeo, você vai ver uma das aplicações mais comuns para SCR: os retificadores controlados, embora a ideia
não seja esgotar o assunto, e sim servir como uma base para apreender em quais soluções o SCR pode ser
empregado e quais as vantagens na adoção dessa tecnologia.

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Exercícios

1. O SCR é um dos tiristores mais conhecidos e mais empregado no setor elétrico. Embora atualmente
esteja sendo substituído por outros componentes em razão de sua intrínseca limitação, esse componente
permanece tendo um grande espaço de soluções de eletrônica de potência. Considerando isso, qual a
limitação que o SCR apresenta diante de outros componentes?

A. Tem severa restrição de corrente de gate máxima.


B. Disponível apenas para tensões baixas (1 kV a 10 kV).
C. Disponível apenas para baixas intensidades de correntes (1 A a 100 A).
D. Requer grande quantidade de corrente no gate para funcionar corretamente.
E. Não permite controle de desligamento.

Respondendo: Em razão do tipo de construção do SCR, após receber corrente pelo gatilho e permitir a passagem de corrente
pelo anodo para o catodo, a condução só é interrompida quando a tensão do anodo se torna menor que a catodo. Caso
contrário, permanecerá conduzindo a corrente. Consequentemente, não há meio de interromper a passagem de corrente,
inexistindo, portanto, um meio de desligamento. R: E

2. Além do SCR, existe também o GTO, uma variação do próprio SCR que permite que a corrente de gatilho
interrompa a passagem de corrente entre anodo e catodo. Embora essa característica seja uma vantagem
diante do SCR tradicional, por qual razão o GTO é pouco empregado?

A. Em certas aplicações, o valor da corrente a ser interrompida é muito elevada, exigindo uma elevada
corrente de gatilho reversa.
B. Em certas aplicações, o uso do GTO é pior, pois tem uma taxa de variação de tensão menor que a da do
SCR.
C. Em algumas aplicações, o uso do GTO é desaconselhado dado seu risco iminente de falha ao se trabalhar
com procedimentos de interrupção.
D. O GTO tem um processo fabril mais complexo e custoso que o do SCR, o que torna menos atrativo a
despeito de ter melhor características.
E. O emprego do GTO é limitado em razão das restrições de corrente e tensão que esses componentes
apresentam.

Respondendo: Para se interromper a corrente entre anodo e catodo no GTO, é necessário que uma corrente de até 1/3 da
corrente nominal do dispositivo seja injetada no gatilho. Como muitas aplicações trabalham com correntes na ordem de 10 kA,
a injeção de correntes superiores a 1 kA são um desafio tecnológico de difícil solução.
Por essa razão, outros tipos de componentes são utilizados no lugar do GTO, em particular se há a necessidade de se
interromper a corrente antes do término do ciclo de onda. R: A

3. Conceitualmente, compreender o significado da tensão RMS (root mean square) é fundamental para
quase toda a análise de circuito alimentados por ondas periódicas. Essa abstração permite que os
cálculos em torno do circuito sejam simplificados e reduzidos. Sabendo disso, em circuitos com a
presença de tiristores, é possível empregar valores RMS?

A. Não, pois como os componentes alteram a característica de linearidade do circuito, o emprego do valor RMS
ocasionará em cálculos incorretos.
B. Não, pois o emprego do chaveamento torna a análise matemática por valor RMS incorreta.
C. Sim, pois o valor RMS é estimado por meio do somatório infinito das diversas harmônicas de um sinal
periódico.
D. Sim, pois o chaveamento não altera o sinal original.
E. Sim, pois o chaveamento não muda a característica de não linearidade do circuito, portanto, pode-se manter
utilizando o valor RMS.

Respondendo: Qualquer sinal periódico pode ser decomposto em um somatório infinito de suas componentes. Considerando
que um sinal chaveado preserva sua característica periódica, o valor RMS continua a ser empregado normalmente. R: C

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4. O MOSFET é um dispositivo semicondutor empregado extensivamente na indústria de eletrônica de
potência, pois apresenta algumas vantagens diante do SCR e do GTO, entretanto, tem uma severa
restrição quanto à faixa de operação de corrente, pois opera normalmente em altas frequências. Sabendo
que o MOSFET também pode desligar o fluxo de corrente, qual a principal vantagem dele diante do GTO?
A. Nenhuma, o MOSFET e o GTO operam de forma similar e podem ser cambiados indistintamente sem
nenhum prejuízo ao projeto do circuito.
B. Não há vantagem, o GTO apresenta maior relação custo-benefício por operar com frequências mais
baixas
C. O MOSFET tem um desempenho teórico superior ao GTO, por essa razão, sempre que possível prefere-
se o primeiro ao segundo.
D. O desligamento do MOSFET exige uma corrente menor que a do GTO.
E. O desligamento do GTO exige uma corrente muito menor e uma frequência muito maior que a do GTO.

Respondendo: Em termos de projeto de circuitos, o MOSFET é preferível por necessitar de uma corrente de desligamento
menor que a do GTO. Além disso, por operar em altas frequência, o MOSFET produz menos harmônicas que sua contraparte
de menor frequência. R: D

5. O IBGT é um transistor bipolar de junção com a base isolada. Construtivamente, ele é distinto do BJT
conhecido da eletrônica, embora apresente um comportamento similar. Por essa razão, é um tiristor
empregado na indústria, em particular de acionamentos de máquinas. Por que a base isolada é uma
vantagem em relação ao BJT tradicional?

A. Ao ter a base isolada, o transistor permite segregar o circuito de acionamento de potência.


B. Ao ter a base isolada, a produção em larga escala do IGBT fica mais barata que a do BJT tradicional.
C. Por ter a base isolada, é possível empregar maior ganho beta no transistor.
D. A presença da base isolada impede que surtos de tensão se propaguem pelo emissor e pelo coletor.
E. A presença da base isolada melhora a qualidade de energia, reduzindo o sag, o swells e o efeito flicker na
rede.
Respondendo: A base isolada permite que o transistor tenha um circuito de comando distinto daquele de potência, implicando
em menores correntes de acionamento e maior segurança do circuito como um todo. R: A

Na prática
O estudo de sistemas de eletrônica de potência implica em, muitas vezes, saber reconhecer qual componente é
mais adequado para um certo projeto. Dificilmente você vai encontrar uma resposta única, pois, em função dos
requisitos de seu cliente, talvez mais de um tipo de componente possa servir como solução para o seu problema.
Veja um exemplo Na Prática.

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Saiba mais
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

 Eletrônica de potência

O livro de Hart (2012) apresenta uma excelente discussão em seu primeiro capítulo sobre os principais
tiristores.

 Eletrônica - diodos, transistores e amplificadores

Você pode consultar também o livro de Malvino et al. (2011), que apresenta a fundamentação necessária
para dúvidas a respeito dos componentes desta UA.

 Motores Elétricos e Acionamentos

Para conhecer mais sobre aplicações dos tiristores e alguns dos circuitos na área de máquinas, consulte o
capítulo 9 da obra de Frank Petruzella (2013).

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