Você está na página 1de 43

Disciplina de Genética Básica

Bacharelado em Ciências Biológicas


UNIVALI – Brasil

Dr. André Oliveira de Souza Lima


Ligação e mapeamento genético

▪ Ligação, recombinação e crossing-over.


▪ Mapeamento cromossômico.
▪ Mapeamento citogenético.
▪ Recombinação e evolução.
O primeiro mapa cromossômico

▪ Série de observações:
 Morgan – olhos brancos – cromossomo X
 Estudantes de Morgan – vários gene no X
 Cada gene em um determinado ponto -
locus
 Disposição linear de genes.
 Alfred H Sturtevant – procedimento para
mapeamento cromossômico (trabalhava no
lab. Morgan – 1911)
 Baseou seu trabalho na análise dos
resultados dos cruzamentos experimentais.
Ligação, recombinação e crossing-over.
▪ Os genes que estão no mesmo cromossomo “viajam”
juntos durante a meiose; possibilidade de
recombinação entre os genes por meio de crossing-
over.

 Ligação – ligação entre genes adjacentes.

 Recombinação – genes do mesmo cromossomo podem se


separar e formar novas combinações de genes.

 Crossing-over – processo de troca – quiasmas.

 Quiasma – grego “cruz” – conformação possível de ser


observada de troca de material genético entre cromossomos
homólogos.
Exceções ao princípio mendeliano da distribuição
independente
Exceções ao princípio mendeliano da distribuição
independente
Exceções ao princípio mendeliano da distribuição
independente
▪ Experimento de Bateson e Punnet
– resultados que não seguiam a
distribuição independente.
▪ Observaram proporção distinta da
9:3:3:1.
▪ Superior representação dos tipos
parentais.
▪ Reduzida presença de
combinações entre os parentais.
▪ Os genes não se distribuíam de
forma independente.
Hipótese de ligação entre os genes
▪ Genes no mesmo
cromossomo tendência a
serem distribuídos juntos.
▪ Caso estejam muito próximos
reduzida possibilidade de
ocorrência de crossing-over
entre eles.
▪ Quanto menor a
possibilidade de crossing
inferior o número de
recombinantes.
Hipótese de ligação entre os genes
▪ Genes no mesmo
cromossomo tendência a
serem distribuídos juntos.
▪ Caso estejam muito próximos
reduzida possibilidade de
ocorrência de crossing-over
entre eles.
▪ Quanto menor a
possibilidade de crossing
inferior o número de
recombinantes.
Hipótese de ligação entre os genes
▪ Genes no mesmo
cromossomo tendência a
serem distribuídos juntos.
▪ Caso estejam muito próximos
reduzida possibilidade de
ocorrência de crossing-over
entre eles.
▪ Quanto menor a
possibilidade de crossing
inferior o número de
recombinantes.
Hipótese de ligação entre os genes
▪ Genes no mesmo
cromossomo tendência a
serem distribuídos juntos.
▪ Caso estejam muito próximos
reduzida possibilidade de
ocorrência de crossing-over
entre eles.
▪ Quanto menor a
possibilidade de crossing
inferior o número de
recombinantes.
Hipótese de ligação entre os genes
▪ Genes no mesmo
cromossomo tendência a
serem distribuídos juntos.
▪ Caso estejam muito próximos
reduzida possibilidade de
ocorrência de crossing-over
entre eles.
▪ Quanto menor a
possibilidade de crossing
inferior o número de
recombinantes.
Frequência de ligação como uma medida de
intensidade de ligação

▪ Genes fortemente ligados,


raramente se recombinam.
▪ Cruzamento teste – permite
estimar a frequência de
recombinação.
▪ No exemplo - entre os 1000
descendentes = 920 são parentais
e somente 80 recombinantes.
Logo, genes estão próximos.
▪ Frequência de recombinantes =
0,08 (8%)
▪ Frequência máxima é de 0,5 ou
50% - genes nas extremidades ou
em cromossomos distintos
Frequência de ligação como uma medida de
intensidade de ligação

▪ Genes fortemente ligados,


raramente se recombinam.
▪ Cruzamento teste – permite
estimar a frequência de
recombinação.
▪ No exemplo - entre os 1000
descendentes = 920 são parentais
e somente 80 recombinantes.
Logo, genes estão próximos.
▪ Frequência de recombinantes =
0,08 (8%)
▪ Frequência máxima é de 0,5 ou
50% - genes nas extremidades ou
em cromossomos distintos
Frequência de ligação como uma medida de
intensidade de ligação

▪ Genes fortemente ligados,


raramente se recombinam.
▪ Cruzamento teste – permite
estimar a frequência de
recombinação.
▪ No exemplo - entre os 1000
descendentes = 920 são parentais
e somente 80 recombinantes.
Logo, genes estão próximos.
▪ Frequência de recombinantes =
0,08 (8%)
▪ Frequência máxima é de 0,5 ou
50% - genes nas extremidades ou
em cromossomos distintos
Fases de ligação no duplo heterozigoto
acoplamento ou repulsão

RL/rl Rl/rL
Crossing-over como base física da recombinação

▪ Crossing-over – evento físico da troca de material genético entre duas


das quatro (tétrade) cromátides homólogas.
▪ Cada crossing-over terá como produto a geração de duas cromátides
recombinantes.
Crossing-over como base física da recombinação

▪ Crossing-over – evento da troca de material genético entre duas das


quatro (tétrade) cromátides homólogas.
▪ Cada crossing-over terá como produto a geração de duas cromátides
recombinantes.
Crossing-over múltiplo

▪ Estudos com Saccharomyces


cerevisiae, permitiram observar a
ocorrência de múltiplos crossing-
over.
▪ O crossing é sempre entre duas
cromátides.
▪ Se o crossing ocorrer entre
cromátides irmãs não gera
recombinantes.
▪ Formação do crossing-over –
emaranhado das fibras das
cromátides se entrelaçam, podem
quebrar e se religar.
▪ Quebra e ligação pode ser
intermediada por enzimas.
Evidência de que o crossing-over causa recombinação
Cromossomo 9 de milho

▪ Creighton e Barbara McClintock –


descrevem evidências da
recombinação usando cromossomo 9
anormal de milho.
▪ C- coloração de grão (C- colorido; c-
incolor).
▪ Wx – textura do grão (Wx-amiloso; wx-
gorduroso).
Evidência de que o crossing-over causa recombinação
Cruzamento teste

▪ C- coloração de grão (C- colorido; c- incolor).


▪ Wx – textura do grão (Wx-amiloso; wx- gorduroso).
Quiasmas e o momento do crossing-over

▪ Crossing-over ocorre na prófase da


meiose I.
▪ Quiasma é a evidência citológica
do crossing-over.
▪ Contato entre os cromossomos
homólogos ocorre no centrômero
e nos quiasmas.
▪ O pequeno afastamento entre os
cromossomos permite visualizar os
quiasmas.
▪ Experimentos posteriores (com
tratamento térmico dos
cromossomos) evidenciaram que o
crossing ocorre do inicio para a
metade da prófase.
Cinco estágios da prófase I da meiose

▪ Infere-se que os quiasmas sejam os vestígios do crossing que já


ocorreu.
Pontos principais

▪ A ligação entre genes é detectada como um desvio


das expectativas com base no Princípio da
Distribuição Independente de Mendel.

▪ A frequência de recombinação mede a intensidade


da ligação. Na ausência de ligação, essa frequência é
de 50%; para uma ligação muito próxima ela tende a
zero.
Pontos principais

▪ A recombinação é causada por uma troca física entre


cromossomos homólogos pareados no inicio da prófase
da primeira divisão da meiose.

▪ Em qualquer ponto ao longo de um cromossomo, o


processo de troca (crossing-over) envolve apenas duas das
quatro cromátides em uma tétrade meiótica.

▪ No final da prófase I, os crossings tornam-se visíveis como


quiasmas.
Mapeamento cromossômico

▪ Genes ligados podem ser mapeados em um


cromossomo estudando com que frequência seus
alelos se recombinam.
▪ O crossing-over durante a prófase I da meiose tem 2
resultados observáveis:
 Formação de quiasmas na prófase tardia.
 Recombinação entre genes em lados opostos do ponto de
crossing (observável somente após a expressão dos genes)
▪ Determinar número de crossing – contar quiasmas
(citológica) ou cromossomos recombinantes (análise
genética)
Crossing-over como medida de distância genética
Mapa genético - distâncias

▪ Genes mais próximos – menor


ocorrência de crossing.
▪ Genes mais distantes – superior
ocorrência de crossing.
▪ Trabalhar com número médio de
crossings na população.

▪ A distância entre dois pontos no mapa


genético de um cromossomo é o
número médio de crossings entre eles.
Crossing-over como medida de distância genética
Mapeamento de recombinação com um
cruzamento de dois pontos
▪ Na prática não é possível ver quantos
pontos de troca ocorreram. Estuda-se a
recombinação entre genes adjacentes.

▪ Parentais – mais frequentes.


▪ Recombinantes – fenótipos raros.
▪ Recombinantes < 50% = genes ligados
(próx. no mesmo cromossomo).

▪ A frequência de recombinação entre vg e b


é 0,18 ou 18%.
▪ 18% = 18 unidades de mapa ou 18
centiMorgans (cM) em um mapa genético.
Mapeamento de recombinação com um
cruzamento de dois pontos
▪ Na prática não é possível ver quantos
pontos de troca ocorreram. Estuda-se a
recombinação entre genes adjacentes.

▪ Parentais – mais frequentes.


▪ Recombinantes – fenótipos raros.
▪ Recombinantes < 50% = genes ligados
(próx. no mesmo cromossomo).

▪ A frequência de recombinação entre vg e b


é 0,18 ou 18%.
▪ 18% = 18 unidades de mapa ou 18
centiMorgans (cM) em um mapa genético.
Mapeamento de recombinação com um
cruzamento de dois pontos
▪ Na prática não é possível ver quantos
pontos de troca ocorreram. Estuda-se a
recombinação entre genes adjacentes.

▪ Parentais – mais frequentes.


▪ Recombinantes – fenótipos raros.
▪ Recombinantes < 50% = genes ligados
(próx. no mesmo cromossomo).

▪ A frequência de recombinação entre vg e b


é 0,18 ou 18%.
▪ 18% = 18 unidades de mapa ou 18
centiMorgans (cM) em um mapa genético.
Mapeamento de recombinação com um
cruzamento deste de três pontos
▪ Cruzamento para
determinar a ordem
e distância entre
genes.
▪ 3 genes no
cromossomo X de
Drosophila.
▪ Sc – cerdas; ec –
olho; cv- asas.
▪ F2 – equivalente a
um cruzamento
teste (macho era
recessivo para os 3
genes)
Determinando a ordem gênica
▪ São três as possíveis ordens para os 3 genes:
1. sc - ec - cv
2. ec - sc - cv
3. ec - cv - sc

▪ As duas classes mais comuns são as parentais (sem


ocorrência de crossing)
▪ Entre os recombinantes, as duas classes mais raras
são aqueles que sofreram 2 crossing-overs.
▪ O gene “trocado” nos casos de duplo crossing é o gene
do meio exemplo - ec)
Cálculo da distância entre os genes’

▪ Sc – 9,1 – ec – 10,5 – cv
▪ 9,1 cM + 10,5 cM = 19,6 cM
Mapa de 7 genes Drosophila
Coeficiente de interferência e coincidência

▪ O crossing de uma região interfere/inibe a ocorrência de


crossing nas proximidades?

▪ No exemplo anterior - assumindo independência – a


frequência esperado para o duplo crossing é
0,091  0,105 = 0,0095

▪ A frequência observada de duplo crossing foi


2/3248 = 0,0006

▪ Observado (0,0006) < Esperado (0,0095)


Interferência e coeficiente de coincidência

▪ Coeficiente de coincidência c é a razão entre:


crossing duplos observados
crossing duplos esperados
c = 0,0006 / 0,0095 = 0,063

▪ Coeficiente de Interferência (I) = 1 - c


I = 1 – 0,063 = 0,937

▪ Ensaios indicam que interferência é elevada


em distâncias inferiores a 20cM.
Frequência de recombinação e distância
genética de mapa

▪ Quando a distância entre


os genes é muito grande,
o cálculo pelo número de
recombinantes não
reflete exatamente a
distância.
Frequência de recombinação e distância
genética de mapa

▪ Possibilidade de
ocorrência de crossing
não “detectáveis” nos
recombinantes (2, 4, etc
crossings).
▪ Distâncias menores que
20cM cálculo é mais
preciso (coincidente
entre distância e
recombinantes).
Frequência de recombinação e distância
genética de mapa
Frequência de quiasmas e distância genética de
mapa

▪ Quiasma é a indicação
citológica da ocorrência
de crossing-over.
▪ Número de quiasmas
permite estimar o
tamanho do mapa
genético.
Pontos principais

▪ Os mapas genéticos dos cromossomos são baseados


no número médio de crossings que ocorrem durante a
meiose.

▪ As distâncias genéticas de mapa são estimadas


calculando-se a frequências de recombinação entre
genes em cruzamentos experimentais.
Pontos principais

▪ Frequências de recombinação menores que 20%


estimam diretamente a distância de mapa; entretanto,
frequências de recombinação maiores que 20%
subestimam a distância de mapa porque eventos de
crossing múltiplos nem sempre produzem
cromossomos recombinantes.

▪ Uma média de um quiasma durante a meiose é


equivalente a 50 centiMorgans de distância genética de
mapa.

Você também pode gostar