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ÁREA DE INTEGRAÇÃO

MÓDULO 1
TEMA I

Homem – Natureza,
uma relação
sustentável
Apontamentos das aulas

Professora Graça Sintra

1ºs Anos
Ano Letivo 2021/2022
Tema I – Homem – Natureza, uma relação sustentável

Homem – Natureza, uma relação sustentável?

🡪 A nossa casa comum

A Terra é a nossa casa comum, proporcionando-nos os recursos que necessitamos para viver.
É, então, da nossa responsabilidade cuidar dela para que possamos continuar a usufruir de tudo
o que ela nos pode dar.

 Seattle foi um chefe índio norte-americano, cujo nome foi dado à cidade do estado de
Washington. Em 1854, escreveu uma carta ao presidente dos Estados Unidos, Franklin Pierce,
como resposta a uma proposta de compra de uma vasta extensão de terras, com o
compromisso de criar uma "reserva" destinada a preservar a segurança e integridade cultural
do povo Suquamish. Esta carta é considerada um dos mais belos documentos até hoje
escritos a respeito da defesa do meio ambiente.

▫ Excerto da carta do chefe índio Seattle ao presidente dos EUA, 1854

Mas, como pode comprar ou vender o céu e o calor da


TTerra? Tal ideia é estranha para nós. Se não somos os
proprietários da pureza do ar ou do resplendor da água,
ccomo pode comprá-los a nós?
(…) Ensinem aos vossos filhos o que temos ensinado aos
nossos: que a Terra é nossa mãe e que tudo o que acontece à
terra acontecerá aos filhos da terra. Se os homens cospem no
cchão, é sobre eles próprios que cospem. Uma coisa sabemos:
aA terra não pertence ao homem, é o homem que pertence
àà terra. Disto temos a certeza. Todas as coisas estão
interligadas, como o sangue que une uma família.
(...) Onde está a floresta virgem? Destruída. Onde está a
ááguia? Desapareceu. Termina a vida e começa a
sobrevivência.
Seattle (1786-1866). Líder das tribos
Duwamish e Suquamish do noroeste
americano. Fotografado em 1865 por
E.M. Sammis.

🢩 Mathis Wackernagel e William Rees criaram em 1990 a Pegada Ecológica, uma forma de
calcular a quantidade de terra ou oceano necessária para manter o padrão de consumo e
absorver o lixo gerado por ano.
Ao medir a Pegada de uma população podemos saber qual é a pressão desta sobre o
planeta, possibilitando uma análise ecológica mais consciente e, a partir dos resultados, tomar
decisões pessoais ou coletivas que possam levar a um consumo de recursos naturais que não
comprometa as gerações futuras ➔ DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.
A Pegada Ecológica da humanidade ultrapassou a biocapacidade total da terra na década
de 80 e desde então continua a aumentar.

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Tema I – Homem – Natureza, uma relação sustentável

 As agressões à natureza, que observamos com frequência nos nossos dias, têm provocado
situações de DEGRADAÇÃO AMBIENTAL que ameaçam a nossa sobrevivência.

Em Portugal:

➔ Incêndios Florestais

Os incêndios florestais são das catástrofes naturais mais graves em Portugal, não só pela
elevada frequência com que ocorrem e extensão que alcançam, como pelos efeitos destrutivos
que causam. Para além dos prejuízos económicos e ambientais, podem constituir uma fonte de
perigo para as populações e bens.
São considerados catástrofes naturais mais pelo facto de se desenvolverem na Natureza e
porque a sua possibilidade de ocorrência e características de propagação dependem fortemente
de fatores naturais, do que por serem causados por fenómenos naturais.
A intervenção humana pode desempenhar um papel decisivo na sua origem e na limitação
do seu desenvolvimento. A importância da ação humana nestes fenómenos distingue os
incêndios florestais das restantes catástrofes naturais.
A propagação de um incêndio depende das condições meteorológicas: direção e intensidade
do vento; humidade relativa do ar; temperatura; do grau de secura e do tipo do coberto vegetal;
orografia do terreno; acessibilidades ao local do incêndio; tempo de intervenção (tempo entre
o alerta e a primeira intervenção no ataque ao fogo, vulgarmente designada como ataque
inicial); etc. (Fonte: Autoridade Nacional de Proteção Civil)

TOTAL ANUAL DO NÚMERO DE OCORRÊNCIAS E ÁREA ARDIDA


EM PORTUGAL, NO PERÍODO DE 2001 a 2010
Ocorrências
Hectares

Área Ardida (ha) Nº ocorrências

Fonte dos dados: Sistema de Gestão de Informação sobre Fogos Florestais (SGIF).

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As causas dos incêndios florestais são das mais variadas. Têm, na sua grande maioria, origem
humana, quer por negligência e acidente (queimadas, queima de lixos, lançamento de foguetes,
cigarros mal apagados, linhas elétricas, etc), quer intencionalmente.
Os incêndios de causas naturais (ex: trovoadas) correspondem a uma pequena percentagem
do número total de ocorrências.

Entre estas causas podemos destacar:


- ateamento propositado de fogos, de forma não segura e controlada: queimadas;
- deficiente limpeza de matas: leva à acumulação de materiais orgânicos secos e
altamente inflamáveis
- estrutura da vegetação: a plantação intensiva de árvores para exploração
industrial cria materiais inflamáveis.
- falta de sensibilização da população para o uso e cuidados a ter com a floresta e
no ateamento e controlo do fogo.

Nas áreas ardidas as consequências ambientais são variadas:


- destruição dos solos
- destruição de espécies vegetais e da fauna;
- morte e ferimentos nas populações e destruição de bens;
- corte das vias de comunicação.

Algumas medidas podem ser intensificadas por forma a minimizar este problema:
- maior sensibilização e esclarecimento das populações para a gestão do fogo;
- alteração da estrutura das florestas: criação de florestas mistas, compostas de
espécies folhosas – retardadoras dos incêndios – e não folhosas.
- limpeza e conservação das florestas.

➔ Degradação das águas

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Outro problema que assola Portugal, bem como o resto do mundo, é a degradação das águas
dos rios, ribeiras e outros cursos de água, como os lençóis freáticos. Para além da destruição de
um ecossistema complexo, este problema afeta também o abastecimento de água às
populações.

As causas são as mais variadas:

- descargas procedentes das fábricas;


- esgotos que desaguam diretamente nas águas
sem serem previamente tratados;
- deposição de lixo nas águas dos rios ou mares;
- uso de produtos químicos na agricultura que são
transportados pela chuva para as águas dos rios ou
mares.

Algumas medidas podem ser tomadas:

- tratamento das águas residuais: das


indústrias e dos esgotos;
- sensibilização das populações para que não
depositem lixo nas margens dos rios.

O mundo enfrenta uma "bancarrota de água"


devido a problemas como a urbanização e a
atividade económica nas principais bacias fluviais do mundo e o aquecimento das águas
oceânicas, indica um relatório da ONU divulgado hoje.

Ver mais em: http://sicnoticias.sapo.pt/vida/2012/09/24/onu-diz-que-planeta-enfrenta-uma-bancarrota-de-agua

🡪 Esgotamento dos recursos naturais


A natureza tem à nossa disposição recursos essenciais à vida. A utilização destes recursos
naturais depende, em grande parte, do conhecimento e da tecnologia de que a sociedade dispõe
em dado momento. Por exemplo, a energia obtida a partir do sol, só começou a ser utilizada
quando se descobriu como, facto extremamente recente.

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Sabemos que muitos recursos naturais são bens finitos. Já outros, se não forem devidamente
preservados e utilizados com responsabilidade, podem por em risco a própria sobrevivência da
humanidade. Com o aumento brutal da população mundial – que atinge agora os 7 bilhões –
aumenta a pressão sobre a utilização dos recursos. Este consumo exacerbado provoca um
efeito dominó que se reflete também no meio ambiente que já não suporta a carga de tanta
poluição e lixo produzida por nós.

Recursos naturais:

➔ Renováveis - estão sempre disponíveis: vento; sol; água; fauna e flora.

➔ Não renováveis – esgotam-se: recursos energéticos fósseis como o petróleo e o gás


natural.

Energias Renováveis Energias não Renováveis

A crescente intensidade das atividades humanas é responsável pela probabilidade, cada vez
maior, do esgotamento dos recursos naturais:

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 As reservas de combustíveis fósseis são limitadas, isto devido à sua lenta capacidade de
renovação. Mais, a própria natureza tem uma capacidade limitada em absorver os resultados da
sua combustão. Esta combustão traduz-se no reforço da emissão de gases com efeito de estufa,
responsáveis pelas alterações climáticas do planeta.

 Carvão: apesar de existir em quantidade considerável, o seu uso será limitado pela
capacidade que a atmosfera tem em absorver o CO2 produzido pela sua utilização.
 Petróleo: se a gestão do uso deste recurso não for repensada, este poderá vir a
esgotar-se durante este século. Esta gestão torna-se ainda mais importante como forma de
controlar os efeitos da sua combustão sobre o meio ambiente: reforço do efeito de estufa.
 Gás natural: ainda que seja o combustível fóssil menos poluente, o aumento da sua
utilização poderá levar ao seu esgotamento num prazo relativamente curto.

Consultar: Os 10 maiores emissores de CO2 disponível em:


http://static.publico.pt/homepage/infografia/ambiente/co2/

 A poluição provocada pela combustão destes recursos está a destruir o equilíbrio


ambiental do nosso planeta. O que podemos fazer?

Reduzir as emissões de gases e outros poluentes

Mesmo que seja pouco provável que esgotemos os combustíveis fósseis, a ameaça da
alteração climática força-nos a reduzir o seu uso drasticamente enquanto grandes reservas estão
ainda no subsolo.
Alterações na política tecnológica e nas técnicas no uso de combustíveis, poderão provocar
grandes diferenças nas emissões de dióxido de carbono se seguirmos três vias principais:
- aumentar a eficiência da energia;
- modificar a mistura de hidrocarbonos utilizados, descendo a níveis mais baixos o conteúdo
em carbono;
- introduzir e promover ativamente as energias renováveis.
A passagem dos combustíveis fósseis para as fontes de energia renovável, trará uma
reestruturação fundamental da economia, impulsionada por mudanças de política tanto ao nível
nacional como internacional. Se o ajuste for bem-sucedido, resultará não apenas na redução de
emissões dos gases que produzem o efeito de estufa, mas proporcionará também uma solução
a longo prazo para o problema das necessidades de energia dos países em desenvolvimento.
Adaptado de Cuidar o Futuro, Comissão Independente População e Qualidade de Vida. In Área I – A Pessoa, p.243,
2007, Plátano Ed.

➔ Degradação dos recursos renováveis

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Para além da concentração de dióxido de carbono na atmosfera provocada pela queima


de combustíveis fósseis, que tem como consequência a alteração do clima do planeta, a
intensificação das atividades humanas tem provocado estragos consideráveis sobre o solo, as
águas e a biodiversidade.

 Devido ao crescimento da população mundial:

- Aumento da área cultivada e da criação de gado, destruindo floresta e habitats


naturais, com recurso a químicos que poluem os solos e os lençóis de água;

- Atividade piscatória intensiva está a colocar em risco a vida de várias espécies


marinhas, dado que novas tecnologias permitem efetuar capturas que estão acima das
capacidades de regeneração das espécies

Formas de Poluição

 Poluição das águas


Origens:
- Aumento da poluição atmosférica levando à intensificação da transferência de partículas
poluentes do ar para a água (ex.: chuvas ácidas);
- Aumento de substâncias tóxicas lançadas nas águas dos mares, rios, lagos e oceanos;
- Contaminação dos lençóis freáticos, através de fossas séticas, de ruturas de aterros
sanitários ou das águas residuais da agricultura, pecuária, etc.

 Poluição dos solos


Origens:
- Resíduos sólidos domésticos e urbanos (ex.: aterros sanitários e lixeiras);
- Produtos químicos industriais;
- Uso de produtos químicos na agricultura e pecuária;
- Poluição atmosférica e das águas.

 Poluição atmosférica
Origens:
- Atividade industrial, através do lançamento de gases e poeiras em quantidades superiores
à capacidade de absorção do meio ambiente;
- Circulação rodoviária, através da utilização intensiva de combustíveis fósseis.


🖑 Consequências da poluição atmosférica

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🢩 Chuvas ácidas: resultam da dissolvência dos poluentes (ex.: dióxido de enxofre ou óxido
de azoto) nas nuvens e nas gotas de chuva, formando-se ácido sulfúrico e ácido nítrico. Esta
chuva provoca efeitos nocivos sobre as florestas, os solos e a agricultura, os ecossistemas, bem
como sobre as pessoas e animais.

🢩 Redução da camada de ozono: resulta da emissão para a atmosfera de CFCs


(clorofluorcarbonetos), cuja decomposição provoca a destruição da frágil camada de ozono que
envolve a Terra e que protege animais, plantas e seres humanos das radiações ultravioletas
emitidas pelo Sol. O excesso de raios ultravioleta na superfície da Terra pode causar danos como
o aumento do cancro de pele, problemas oftalmológicos, enfraquecimento do sistema
imunológico ou a destruição do plâncton dos oceanos e a rutura das cadeias alimentares.

🢩 Perturbação do efeito de estufa: resultam da emissão de gases poluentes na atmosfera,


principalmente o CO2, um gás que absorve o calor e impede a dispersão das radiações
infravermelhas emitidas pela superfície terrestre, originando o aumento da temperatura média
do ar e, consequentemente, alterações climáticas

Fontes de Poluição

 Fixas: localizam-se num espaço determinado – indústrias; centros urbanos.

 Difusas: dispersas no espaço – gases emitidos por automóveis; resíduos de lixo


acumulado.

 Sistemáticas: emissão regular de um poluente.

 Acidentais: acontecimentos ocasionais com efeitos a médio e longo prazo.

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A maré negra provocada pelo naufrágio do petroleiro Préstige, ao largo da Galiza,


Espanha, é um exemplo de uma fonte de poluição acidental.

☺ Por um FUTURO SUSTENTÁVEL

O crescimento económico acentuado que se tem verificado nos dois últimos séculos tem
vindo a causar agressões graves sobre o ambiente, colocando em perigo a capacidade da
natureza continuar a oferecer os recursos indispensáveis à nossa vida.
Na sociedade capitalista, caracterizada pelo consumo indiscriminado e irrefletido, o
desenvolvimento assenta, principalmente, em modelos de crescimento económico que têm
levado à delapidação dos recursos naturais e à degradação ambiental. Só na década de 70 do
século passado se começa a tomar consciência da questão ambiental, sobretudo devido à
ocorrência de desastres naturais provocados pelo Homem, como a maré negra, provocada pelo
petroleiro Torrey Canyon em 1967.

“Os limites do crescimento” publicado em 1972, foi o resultado do trabalho de investigação


realizado por uma equipa do Massachusetts Institute of Technology (MIT) coordenada por Donella
Meadows, a pedido do Clube de Roma, uma associação informal de empresários, estadistas e
cientistas. Vendeu mais de 30 milhões de cópias em 30 idiomas, tornando-se o livro sobre ambiente
mais vendido da história.
O referido Relatório, conhecido por Relatório de Roma, trata essencialmente de problemas
cruciais para o futuro desenvolvimento da humanidade tais como: energia, poluição, saneamento,
saúde, ambiente, tecnologia, crescimento populacional, entre outros.
Utilizando modelos matemáticos o MIT chegou à conclusão que o Planeta Terra não suportaria

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mais o crescimento populacional devido à pressão sobre os recursos naturais e energéticos e o


aumento da poluição, mesmo considerando o avanço das tecnologias.
O relatório, que também é usualmente conhecido por
Relatório Meadows (em referência a seus dois autores
Donnela Meadows e Dennis Meadows, Jørgen Randers e
William Behrens) teve duas novas atualizações:
▫ 1993. Beyond the Limits. Confronting Global
Collapse, Envisioning a Sustainable Future
▫ 2004. Limits to Growth. The 30-Year Update.
Os Limites do Crescimento torna-se assim um relatório
muito atual, face à crise global e nacional em que vivemos.

Soares, J. (2008). “Os Limites do Crescimento ou Relatório


de Meadows ou Relatório de Roma”. [em linha].
BioTerra. Consultado em 1 de Outubro de 2012.
Disponível em
http://bioterra.blogspot.pt/2008/12/os-limites-do-
crescimento-ou-relatrio.html.

É de facto necessário repensar os modelos de desenvolvimento, promovendo o


crescimento mas com limites, isto é, crescer de forma sustentável.
A débil situação em que a nossa casa comum se encontra tem de ser invertida. Se prezamos
a nossa qualidade de vida e, acima de tudo, a nossa sobrevivência, devemos agir, promover um
empenhamento coletivo de forma a alcançar um desenvolvimento sustentável.
A eco-cidadania deve ser o primeiro passo na imprescindível mudança de atitude. Para isso
é necessário tomar um conjunto de iniciativas:

 reduzir, reutilizar e reciclar;


 implementar e desenvolver as energias alternativas;
 desenvolver processos de produção com impacto mínimo sobre o ambiente – agricultura
biológica/ indústrias limpas, etc.;
criação de eco-empresas que desenvolvem a sua atividade no campo da proteção
ambiental.

➔ Em 1987, a Comissão Mundial para o Ambiente e Desenvolvimento (WCED) alerta, no


seu relatório O nosso Futuro Comum, para uma nova perspetiva do conceito de
desenvolvimento, incorporando-lhe o elemento ambiental. Cria-se um conceito mais alargado,
centrado no equilíbrio entre a natureza e o ser humano – o desenvolvimento sustentável.

Comissão de Brundtland, 1987:


O desenvolvimento que satisfaz as necessidades das gerações presentes sem
comprometer a capacidade de gerações futuras de satisfazer as suas necessidades.

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(WCED,1991)

O desenvolvimento sustentável tem como objetivo a satisfação das necessidades básicas


das populações e a melhoria da qualidade de vida, nomeadamente das populações mais pobres.
Para tal é necessário crescimento económico que tenha em conta os limites da natureza, ou
seja, ponderando a capacidade que o ambiente tem na resposta às necessidades de hoje e do
futuro.

O desenvolvimento sustentável envolve progressivas transformações na economia e na


sociedade e, acima de tudo, estabelece o diálogo intra e intergeracional.
O desenvolvimento sustentável implica esforços para estabelecer a equidade entre gerações
e dentro de cada geração.
A satisfação das necessidades é a maior aspiração do desenvolvimento. As necessidades
básicas de um vasto número de pessoas nos países em desenvolvimento – alimentação,
vestuário, emprego, saúde – não estão a ser alcançadas.
Num mundo onde a pobreza e a desigualdade é endémica, estaremos sempre em confronto
com crises ecológicas ou outras. O desenvolvimento sustentável requer a satisfação das
necessidades básicas, o alargamento das oportunidades de toda esta população, de forma a
poderem usufruir de um nível de vida melhor. No entanto, é também necessário assegurar que
as futuras gerações também possam vir a satisfazer as suas necessidades e a usufruir de um bom
nível de vida.

Adaptado de O Nosso Futuro Comum. WCED. (1991). In Área I – A Pessoa, p.256, 2007, Plátano Ed.

Não temos mais escolha. Ou a humanidade adapta o seu comportamento para dar suporte
ao desenvolvimento sustentável – o que significa parar de poluir o ambiente, permitindo a
renovação dos recursos naturais e contribuindo para melhorar o bem-estar de todos – ou assina
a sua própria, mais ou menos iminente, sentença de morte.
A educação desempenha um papel crucial no treino dos cidadãos.

Koichira Matsuura, Diretor-geral da ONU para a Educação, Ciência e Cultura. 2005.

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