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Psicologia Hospitalar é o campo de entendimento e tratamento dos aspectos psicológicos em

torno do adoecimento (…) não trata apenas das doenças com causas psíquicas, classicamente
denominadas ”psicossomáticas”, mas sim dos aspectos psicológicos de toda e qualquer doença.
(Simonetti, 2004, p.15).

O Conselho Federal de Psicologia reconhece a Psicologia Hospitalar como área de atuação do


psicólogo brasileiro e a inclui nas especialidades descritas na Resolução CFP nº 013/2007.

1) Para que serve a psicologia hospitalar?

O psicólogo trabalha para ajudar o paciente a passar pela experiência de adoecimento, que

costuma ser angustiante e dolorosa. Neste sentido, não se limita apenas aos sintomas emocionais,

mas engloba qualquer tipo de manifestação da doença, ou seja, causas psicológicas, físicas e

psicossomáticas.

A intenção do profissional é restabelecer o equilíbrio que foi privado a uma pessoa e seus familiares

pelo quadro de doença.

2) Como atua um psicólogo hospitalar?

O profissional oferece ao paciente uma escuta imparcial, livre de julgamentos e expectativas.

Enquanto o tratamento medicamentoso toma o seu caminho, o apoio psicológico ajuda o paciente a

encontrar respostas para as suas angústias.

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Isso permite encarar o problema de uma forma mais positiva, reencontrando, ainda que

parcialmente, o equilíbrio perdido. Como parte do acompanhamento do processo de adoecimento em

serviços de saúde, o psicólogo hospitalar realiza ainda:

• Suporte a familiares
• Avaliações psicológicas, tanto do paciente como da família
• Evolução do prontuário
• Protocolos de saúde mental (casos de abuso de drogas, suicídio, etc.) E de óbito

3) Tarefas básicas da Psicologia Hospitalar

função de coordenação: relativa às atividades com os funcionários do hospital;

função de ajuda à adaptação: em que o psicólogo intervém na qualidade do processo de adaptação e


recuperação do paciente internado;

função de interconsulta: atua como consultor, ajudando outros profissionais a lidarem com paciente;

função de enlace: intervenção, através do delineamento e execução de programas junto com outros
profissionais, para modificar ou instalar comportamentos adequados dos pacientes;

função assistencial direta: atua diretamente com o paciente;

função de gestão de recursos humanos: para aprimorar os serviços dos profissionais da organização.

4) Em quais locais o psicólogo hospitalar atua?

Instituições de saúde.

O que faz nesse local?

Participa da prestação de serviços de nível secundário ou terciário da atenção a saúde.

Instituições de ensino superior e/ou centros de estudo e de pesquisa.

O que faz nesse local?

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Visa o aperfeiçoamento ou a especialização de profissionais em sua área de competência, ou a

complementação da formação de outros profissionais de saúde de nível médio ou superior, incluindo

pós-graduação lato e stricto sensu.

5) Atividades do Psicólogo Hospitalar:

Atende a:
Pacientes;
Familiares e/ou responsáveis pelo paciente;
Membros da comunidade dentro de sua área de atuação
Membros da equipe multiprofissional e eventualmente administrativa, visando o bem-estar físico e
emocional do paciente;
Alunos e pesquisadores, quando estes estejam atuando em pesquisa e assistência.

Oferece e desenvolve:
Atividades em diferentes níveis de tratamento, tendo como sua principal tarefa
a avaliação e acompanhamento de intercorrências psíquicas dos pacientes que estão ou serão
submetidos a procedimentos médicos, visando basicamente a promoção e/ou a recuperação da
saúde física e mental.

Promove:
Intervenções direcionadas à relação médico/paciente, paciente/família, e paciente/paciente e do
paciente em relação ao processo do adoecer, hospitalização e repercussões emocionais que emergem
neste processo.

6) Modalidades de intervenção no hospital:

As modalidades de intervenção dependerão da demanda e da área específica de atuação. São elas:

• Atendimento psicoterapêutico;
• Grupos psicoterapêuticos;
• Grupos de psicoprofilaxia;
• Atendimentos em ambulatório e Unidade de Terapia Intensiva;
• Pronto atendimento;
• Enfermarias em geral;
• Psicomotricidade no contexto hospitalar;
• Avaliação diagnóstica;

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• Psicodiagnóstico;
• Consultoria e interconsultoria.

7) Trabalho em Equipe no Hospital

O profissional de psicologia participa de decisões em relação à conduta a ser adotada pela equipe,
objetivando promover apoio e segurança ao paciente e família, aportando informações pertinentes à
sua área de atuação, bem como na forma de grupo de reflexão, no qual o suporte e manejo estão
voltados para possíveis dificuldades operacionais e/ou subjetivas dos membros da equipe.

“A integração da equipe de saúde é imprescindível para que o atendimento e o cuidado alcancem a


amplitude do ser humano, considerando as diversas necessidades do paciente e assim, transcendendo
a noção de conceito de saúde, de que a ausência de enfermidade significa ser saudável”. (Fossi &
Guareschi2004,p.31).

IMPORTANTE! A equipe multidisciplinar é formada a partir das necessidades do paciente,


portanto, não é pré-definida. Com a demanda, os profissionais da saúde se integram, visando a
satisfação das necessidades.

8) Ética e Trabalho Em Equipe

Consta no Art. 12 do Código de Ética Profissional do Psicólogo que “nos documentos que embasam as
atividades em equipe multiprofissional, o psicólogo registrará apenas as informações
necessárias para o cumprimento dos objetivos do trabalho”.

O psicólogo presente nas instituições de saúde muitas vezes se depara com situações que exigem
habilidade para lidar com dilemas éticos que se estabelecem na relação dele com a pessoa atendida
e os familiares da mesma, ou na relação com a equipe de trabalho. Este profissional se vê diante de
questões como: até onde preservar o sigilo profissional? De que forma se deve agir diante de atitudes
antiéticas de colegas de trabalho? Que informações podem constar no prontuário do paciente?

Sua atuação é dirigida para os problemas psicoafetivos oriundos da doença e/ou da hospitalização
compreendendo a natureza do sujeito doente, seus desejos, esperanças, medos, aptidões,
dificuldades e limitações, seja através da observação ou da linguagem verbal e não verbal. A prática

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hospitalar impõe-nos alguns cuidados que são fundamentais para um bom atendimento sendo
importante que não confundamos a psicologia hospitalar com a psicologia clínica.

Para que nós, psicólogos, possamos adotar uma postura considerada ética é preciso pautar-se no
Código de Ética Profissional do Psicólogo, agir dentro dos princípios éticos que valem a todos, que
não priorizam crenças ou valores pessoais, agirem de acordo com os conceitos morais que permeiam
a sociedade na qual está atuando. Devemos atender o paciente de forma a fazer-lhe bem e evitar
qualquer prejuízo que possa ocorrer em virtude de sua intervenção.

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BIBLIOGRAFIA

Conselho Federal de Psicologia (2005). Código de Ética Profissional dos Psicólogos. Brasília, 2005.

Conselho Federal de Psicologia (2007). Resolução CFP N.º 013/2007 –Consolidação das resoluções

relativas ao título profissional de especialista em psicologia. Brasília: CFP.

Conselho Federal de Psicologia (2019). Resolução CFP Nº 06/2019 – Institui regras para a elaboração

de documentos escritos produzidos pela(o) psicóloga(o) no exercício profissional e revoga a

Resolução CFP nº 15/1996, a Resolução CFP nº 07/2003 e a Resolução CFP nº 04/2019. Brasília: CFP

Desafios da atuação ética do profissional de Psicologia Hospitalar. Encena. Disponível em:

https://encenasaudemental.com/comportamento/insight/desafios-da-atuacao-etica-do-profissional-
de-psicologia-hospitalar. Acesso em: 28, 08 de 2021.

Fossi, Luciana Barcellos, & Guareschi, Neuza Maria de Fátima. (2004). A psicologia hospitalar e as

equipes multidisciplinares. Revista da SBPH, 7(1), 29-43.

O que é a psicologia hospitalar. Mundo Psicólogos. Disponível em:

https://br.mundopsicologos.com/artigos/o-que-e-a-psicologia-hospitalar. Acesso em: 28, 08 de 2021.

Simonetti, A. (2004). Manual de Psicologia Hospitalar. São Paulo: Casa do Psicólogo.

Produzido por: Juliana Carvalho

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