Você está na página 1de 7

RELATO DE EXPERIÊNCIAS

Ambiente de qualidade em
uma biblioteca universitária:
aplicação do 5S e de um
estilo participativo de
administração

Nadia Vanti INTRODUÇÃO que também vem ganhando espaço nos


últimos anos é a administração demo-
A busca por um ambiente de qualida- crática e participativa. Esta forma de
de é uma preocupação cada vez mais gestão procura o completo envolvimen-
freqüente dos administradores para to das pessoas na tomada de deci-
atingir os objetivos das organizações sões, tornando-as mais comprometi-
que presidem de forma eficiente. O das e responsáveis pelos rumos da
estilo norte-americano, voltado exclu- organização na qual trabalham. Cons-
sivamente para a organização, estaria tituindo-se, assim, em um estilo dinâ-
ultrapassado, cedendo lugar a outras mico e aberto que cria oportunidades,
maneiras de administração, mais cen- libera potencialidades e estimula a ini-
tradas nas relações humanas. A bibli- ciativa pessoal.
oteca, como uma organização sem fins
lucrativos, porém com objetivos bem As unidades de informação, devido à
definidos como a prestação de servi- necessidade de estarem constante-
ços de informação e o atendimento ao mente em mudança, incorporando no-
usuário, não poderia deixar de estar vas tecnologias e procurando tornarem-
atenta às novas formas de gerencia- se cada vez mais atrativas e essenci-
mento e filosofias organizacionais. ais para seus usuários, constituem-
se em ambientes propícios para estas
Resumo Entre estas filosofias, encontra-se o novas formas de gestão. Os dirigentes
movimento dos 5S, nascido no Japão destas unidades, em sintonia com as
O artigo divide-se em duas partes. no final da década de 60, quando pais modificações de paradigmas adminis-
A primeira analisa o Programa 5S de
administração, nascido no Japão no final ensinavam a seus filhos princípios edu- trativos que estão se produzindo no
da década de 60, e o estilo participativo de cacionais que os acompanhariam até mundo, enfrentam o desafio de adequa-
gerenciamento organizacional. A segunda a fase adulta. Nas organizações, o rem-se a tais mudanças, visando à
parte apresenta, a partir desta análise, uma desenvolvimento deste programa tem melhoria da qualidade dos serviços que
experiência de aplicação conjunta destas
duas formas de gestão em uma biblioteca por finalidade aprimorar o ambiente prestam a sua comunidade de usuári-
universitária. Procura-se demonstrar que é de trabalho, gerar estímulos para rela- os.
possível, em um contexto de recursos cionamentos mais humanos e melho-
escassos, encontrar soluções originais, rar a qualidade de vida dos funcionári- O PROGRAMA 5S E A GESTÃO
alcançando significativa melhoria na
prestação dos serviços aos usuários e os.
criando um clima de confiança,
responsabilidade e qualidade no local de Outra modalidade de gerenciamento
trabalho.

Palavras-chave

Programa 5S; Gestão participativa;


Ambiente de qualidade; Administração de
bibliotecas; Biblioteca universitária.

Ci. Inf., Brasília, v. 28, n. 3, p. 333-339, set./dez. 1999 333


Ambiente de qualidade em uma biblioteca universitária: aplicação do 5S e de um estilo participativo de administração

PARTICIPATIVA neira a impedir a formação de labirin-


Os objetivos centrais do processo 5S tos e aumentar a eficiência.
Programa 5S consistem em melhorar o ambiente de
trabalho, promovendo o bem-estar dos O senso de limpeza, de acordo com
Os cinco sensos que dão nome ao funcionários e aumentando sua auto- todos os autores mencionados, pode
Programa 5S têm sua origem nas ini- estima; racionalizar o uso de documen- ser definido como a eliminação da su-
ciais das palavras japonesas seiri, sei- tos, materiais e equipamentos; reduzir jeira sob todos os aspectos, incluindo
ton, seiso, seiketsu, s hitsuke. Em por- custos e agilizar os processos de tra- a boa preservação dos equipamentos,
tuguês são conhecidos como os sen- balho; facilitar a participação de todos ambiente de trabalho limpo, com agra-
sos de utilização, organização, limpe- e o inter-relacionamento pessoal, es- dável sensação de bem-estar e elimi-
za, saúde e autodisciplina. O 5S é um timulando a execução de tarefas em nação de estoques desnecessários.
sistema organizador, mobilizador e equipe, e contribuir para a melhoria Pode ser feita pelos próprios funcio-
transformador de pessoas e organiza- da imagem da instituição (Osada4, nários, cada um tornando-se respon-
ções. Assim como as filosofias do just- Ribeiro5, Rosa e Bolson6 ). Para atingir sável pela manutenção de seu espa-
in-time (no tempo certo), kaizen (me- estes objetivos, o programa firma-se ço. A limpeza é considerada uma opor-
lhoria contínua), controle de qualidade nos cinco sensos já mencionados, a tunidade para o monitoramento, inspe-
total, jidoka (autodetecção) e manuten- serem examinados a seguir. ção ou reconhecimento do local de tra-
ção produtiva total, o 5S também apon- balho, permitindo descobrir e atacar as
ta para a melhoria do desempenho O senso de utilização, segundo Silva2 causas da sujeira e facilitando, desta
global da organização (Masiero) 1. De e Prazeres7 , favorece a eliminação do forma, a criação de um ambiente
acordo com Silva2 (p.23), “o 5S deve ser desperdício de inteligência, tempo e impecável (Silva2, Prazeres7 , Osada4,
implementado com o objetivo específi- matéria-prima. Significa usar os recur- Ribeiro5).
co de melhorar as condições de traba- sos disponíveis, com bom senso e equi-
lho e criar o ambiente de qualidade”. líbrio, evitando desatualizações e ca- O quarto senso é denominado de for-
Encaminha-se para um espaço de tra- rências. Todos os funcionários devem mas diferentes segundo os diversos
balho limpo e bem organizado e é pré- identificar e manter no seu lugar os autores citados: senso da saúde, higi-
vio a qualquer outra inovação que obje- itens verdadeiramente úteis ao seu ene ou padronização. Silva2 considera
tive melhorar as condições de trabalho serviço. Ribeiro5 , assim como Osada4, que este refere-se ao estágio alcança-
e a qualidade dos produtos e serviços, denominam este primeiro senso, sen- do com a prática dos três sensos an-
envolvendo o quotidiano de toda orga- so de organização, enfatizando o ob- teriores, acrescido de hábitos rotinei-
nização. jetivo de separar as coisas neces- ros de higiene, segurança no trabalho
sárias das desnecessárias a partir de e saúde mental. Segundo ele, exces-
A satisfação do cliente, qualidade, se- critérios de estratificação, classifican- so de materiais, má ordenação e su-
gurança, motivação e a economia de do os objetos segundo a ordem de im- jeira são, reconhecidamente, causas
recursos escassos são as metas prin- portância. de acidentes de trabalho e estresse.
cipais deste programa. Propõe criar as Combater essas causas já significa
condições básicas ao desenvolvimen- O senso de ordenação, para Silva2 grande iniciativa para conservar a vida
to de organizações responsáveis soci- (p.41-42), facilita o desenvolvimento do da empresa e dos empregados em
almente, sem perder de vista o seu primeiro senso, ao diminuir o tempo de boas condições. Para Ribeiro5, o sei-
objetivo principal, seja este o lucro ou busca dos objetos. Implica “dispor os ketsu é traduzido como asseio, o que
a utilização plena dos seus recursos. recursos de forma sistemática e esta- implica conservar a higiene, sem des-
De acordo com Campos3 (p.28), “o 5S belecer um excelente sistema de co- cuidar os estágios de organização, or-
promove o aculturamento das pessoas municação visual para o rápido aces- dem e limpeza alcançados, padronizan-
a um ambiente de economia, organi- so a eles”. Para Prazeres7 , este sen- do hábitos, normas e procedimentos.
zação, limpeza, higiene e disciplina, so consiste em dar lugar a cada item e Já para Osada4 (p.31), este quarto sen-
fatores fundamentais à elevada produ- colocar cada item em seu lugar, pa- so consiste na padronização, objetivan-
tividade”. dronizando as nomenclaturas e evitan- do manter a organização, a arrumação
do, assim, mais de uma interpretação e a limpeza contínua e constantemen-
A motivação coletiva é um conceito- para o mesmo objeto. Segundo Osa- te. Enfatiza o gerenciamento visual, a
chave neste sistema. Motivar as pes- da4 (p.27-28), este senso, denomina- manutenção das condições-padrão,
soas para a ação, para agir com entu- do por ele princípio de arrumação, “sig- permitindo agir com rapidez.
siasmo e para comprometer-se dando nifica colocar as coisas nos lugares cer-
o melhor de si são requisitos fundamen- tos ou dispostas de forma correta para O quinto e último senso, o senso de
tais para alcançar a qualidade total. que possam ser usadas prontamente. disciplina, procura a manutenção da
Como afirma Silva2 (p.23), “somente É uma forma de acabar com a procura nova ordem estabelecida. Implica cum-
quando os empregados se sentirem de objetos”. Enfatiza o gerenciamento prir rigorosamente as normas e tudo
orgulhosos por terem construído um funcional e permite que se encontre o aquilo que for decidido pelo grupo. Con-
local de trabalho digno e se dispuse- que se precisa quando se quer. Busca
rem a melhorá-lo constantemente, ter- formular regras claras que governem a
se-á compreendido a verdadeira essên- estratificação, permitindo um leiaute
cia do 5S”. flexível que possa ser alterado, de ma-

334 Ci. Inf., Brasília, v. 28, n. 3, p. 333-339, set./dez. 1999


Ambiente de qualidade em uma biblioteca universitária: aplicação do 5S e de um estilo participativo de administração

sidera-se a disciplina como um sinal uma organização do trabalho extrema- zir as pessoas e administrar as dife-
de respeito aos outros. À medida que mente autoritária. renças entre elas de forma democráti-
as pessoas se mantêm comprometi- ca, comunicativa, justa e não-arbitrá-
das com o fiel cumprimento dos pa- Segundo assevera Kanaane9 (p.21), “as ria, preocupando-se com as questões
drões técnicos e éticos, é produzida organizações necessitam adotar pos- humanas dos membros da equipe (Ka-
uma evidente melhoria individual e or- turas mais flexíveis com relação às naane9 , Chiavenato8, Alencar10).
ganizacional. Este último senso apre- concepções sobre poder e influência,
goa a luta permanente para manter e o que implica a adoção de estratégias Outro aspecto de extrema importância
melhorar os quatro sensos anteriores compatíveis com o envolvimento e o a ser considerado para a obtenção de
e a capacidade de fazer as coisas como engajamento dos trabalhadores, pos- sucesso em uma administração parti-
devem ser feitas, demonstrando sibilitando a valorização do potencial cipativa é a motivação. Além de uma
como, em definitivo, os cinco sen- humano”. liderança eficaz, faz-se necessária uma
sos estão interligados (Silva2 , Ribei- contínua motivação da equipe, atuan-
ro5 , Osada4 ). O gerente que se propõe a dar um en- do como dinamizadora do comporta-
foque mais humano ao seu estilo de mento humano, a partir de uma ênfase
Gestão participativa administração deve sempre tentar cri- na liberdade pessoal, valorização da
ar melhores condições de trabalho e criatividade inovadora e reafirmação do
A gestão participativa caracteriza-se um ambiente psicológico mais favorá- senso de responsabilidade individual
por uma administração profundamente vel, melhor qualidade de vida para os (Chiavenato8). Como ressalta Alencar10
democrática, permitindo aos membros funcionários, assegurando, desta for- (p. 25), no mesmo sentido, “a motiva-
de toda organização manifestar suas ma, produtividade mais elevada, melhor ção é considerada o componente mais
opiniões em relação aos caminhos a relacionamento interpessoal e maior importante tanto no âmbito do indiví-
serem seguidos. Esta forma de geren- satisfação por parte do cliente ou usu- duo quanto da organização. Embora
ciar representa o estilo moderno de ário. Deve procurar, outrossim, evitar a sejam recursos e competências de
administração que Chiavenato8 identifi- superespecialização e a rotinização de gerenciamento que tornam a inovação
ca com as seguintes características tarefas, ampliando e diversificando os possível, a motivação é o elemento
em relação à natureza do ser humano: cargos e multiplicando a gama de ati- catalisador das ações voltadas para a
as pessoas não necessariamente sen- vidades, para que todos possam en- inovação”.
tem desprazer em trabalhar, o trabalho tender melhor o que fazem e perceber
pode ser fonte de grandes satisfações, a sua contribuição individual no proces- Em síntese, o administrador que pos-
as pessoas contam com motivação so geral de trabalho. Masiero1 assina- sibilite que cada um assuma a gestão
individual e ambições e ainda são ca- la que cabe ao chefe atuar como facili- do seu próprio tempo, torne as tarefas
pazes de assumir novas responsabili- tador e assumir o papel de líder social, compatíveis com as habilidades de
dades e desafios. criando um clima favorável na organi- cada um, estimule processos empáti-
zação que preside ou administra. cos, gerencie de forma amigável e fo-
Este estilo de administração prioriza a mente a participação dos funcionári-
tomada de decisões por consenso, pro- Como destaca este último autor, “o os nas decisões – propiciando a res-
curando contemplar todas as opiniões princípio básico da Administração Par- ponsabilidade pelos resultados, orgu-
e pontos de vista dos integrantes de ticipativa é valorizar e respeitar o tra- lho e reconhecimento de todos –, es-
uma equipe de trabalho. Para isto, es- balhador enquanto ser humano, como tará, de alguma maneira, contribuin-
timula a exposição constante de ra- fundamental para a condução dos ne- do para a melhoria contínua do con-
zões, argumentos, críticas, sugestões gócios, e não simplesmente um com- texto social de trabalho e da redução
e idéias por parte de todos os mem- ponente da estrutura produtiva como da alienação. Todos estes elementos
bros, inclusive dos mais introvertidos. uma máquina qualquer” (Masiero 1 , configuram a essência da gestão par-
Esta proposta busca um permanente p.111). ticipativa e democrática, tão necessá-
envolvimento mental e emocional, ria na conjuntura social e econômica
apontando para a motivação e a assun- Em uma gestão participativa, a comu- em que se encontram as organizações
ção de maiores responsabilidades por nicação fluida entre os integrantes do no limiar do século XXI.
parte dos integrantes do grupo. Pres- grupo de trabalho e seu condutor é fun-
supõe ampla liberdade de ação e pen- damental. Sem comunicação, é difícil APLICAÇÃO EM UMA BIBLIOTECA
samento, tanto nos relacionamentos manter um bom desempenho em equi- UNIVERSITÁRIA
humanos dentro do local de trabalho, pe. Todas as decisões devem sujeitar-
quanto na forma de levar a cabo as di- se à ratificação dos trabalhadores en- Pretende-se relatar, nesta seção, a
versas tarefas. Como destaca Silva2, é volvidos, ampliando, para isto, os ca- experiência de aplicação em uma bi-
imprescindível criar um clima de serie- nais de comunicação, enfatizando o blioteca universitária das duas formas
dade, mas também de absoluta demo- aspecto humano e gerando situações de administração organizacional des-
cracia, em que todos tenham oportuni- estimuladoras. Em um processo com
dade de expressão e predominem ati- estas caraterísticas, o estilo de lide-
tudes que favoreçam o trabalho em rança é determinante para o grau de
equipe. Isto implicaria deixar para trás sucesso que possa ser alcançado. Um
o sistema taylorista, que resulta em bom administrador há de saber condu-

Ci. Inf., Brasília, v. 28, n. 3, p. 333-339, set./dez. 1999 335


Ambiente de qualidade em uma biblioteca universitária: aplicação do 5S e de um estilo participativo de administração

critas nas páginas precedentes. Con- Sistema de Bibliotecas da UFRGS, nea possível, com objetivo de estimu-
cretamente, examinar-se-á quais têm aprendi, na teoria, a filosofia do 5S e lar a capacidade de autoditatismo de
sido os resultados da implementação os princípios que norteiam sua aplica- cada um, apontando para a realização
prática destes estilos gerenciais na ção. Considerei que seria de suma uti- de resultados visíveis e concretos.
Biblioteca da Faculdade de Veterinária lidade, naquele momento, sua imple-
da Universidade Federal do Rio Gran- mentação na Biblioteca da Veterinária. Tentou-se produzir melhorias imediatas
de do Sul (UFRGS), onde desempe- dentro das limitações orçamentárias e
nhei a função de bibliotecária-chefe de Antes de efetuar qualquer aplicação do de pessoal que tínhamos, em relação
abril de 1997 a março de 1999. Programa 5S, foi feito um diagnóstico a questões que vinham sendo reivindi-
da situação inicial da biblioteca, a fim cadas pelos usuários e pelos próprios
A Biblioteca de Veterinária ‘Desidério de detectar os principais problemas, funcionários há algum tempo. Com um
Finamor’ foi fundada em 1962 e se des- suas causas, possíveis soluções, co- melhor e mais imaginativo uso dos re-
tina a ser suporte de informação para nhecer melhor os recursos disponíveis cursos existentes, conseguiram-se al-
o ensino, pesquisa e extensão do Cur- e estabelecer certas prioridades. Quan- guns resultados que serviram para
so de Medicina Veterinária da UFRGS. do se pretende reorganizar uma biblio- motivar e mobilizar a equipe. No de-
Seu acervo é composto, aproximada- teca, como postula Maciel12 (p.20), a correr desta gratificante experiência,
mente, por 5000 livros, 1900 folhetos, primeira fase a ser cumprida é o co- percebeu-se que é fundamental educar
130 títulos de periódicos correntes e nhecimento minucioso da organização dando o exemplo, mediante real com-
280 não correntes, 33 fitas de vídeo, que apresenta... problemas em todos prometimento com as ações do coleti-
12 fitas-cassete e uma base de dados os seus setores, serviços, rotinas e vo, ganhando assim credibilidade, e
em CD-ROM. Possui uma área física recursos e, após este levantamento, a também ressaltar, constantemente, a
de 164m2 no total, divididos entre hall análise dos dados obtidos para o con- importância da contribuição dos funci-
de entrada, sala de processamento seqüente estabelecimento das causas onários. Desta maneira, começou um
técnico, sala da chefia e um espaço reais e das falhas estruturais que os processo de melhoria contínua no fun-
único para o acervo e consulta ao ma- ocasionaram. cionamento da biblioteca.
terial bibliográfico (composto de cinco
mesas para trabalhos em grupo, sete De tal forma, buscou-se avaliar, mes- No que se refere ao senso de utiliza-
individuais e 32 assentos para leitura). mo que informalmente e de maneira ção, procurou-se descartar todo aque-
Os usuários da biblioteca são os alu- nem sempre sistemática, como teria le material bibliográfico desatualizado
nos matriculados na graduação (1751) sido desejável, o nível de satisfação e que não estava sequer processado.
e pós-graduação (95), professores e dos usuários e funcionários da unida- Nos casos em que havia dúvidas quan-
funcionários. Em relação aos recursos de. Partiu-se do pressuposto de que to à sua utilidade, pediu-se a opinião
humanos, a biblioteca conta com um era fundamental, como explica Silva2, dos professores especialistas no as-
chefe, quatro funcionários permanen- levar em conta as condições preexis- sunto para avaliá-los e, quando eram
tes e um bolsista*. tentes para não traumatizar as pesso- realmente considerados importantes,
as com as mudanças a serem realiza- foram incorporados ao acervo. Materi-
Ao assumir a administração da biblio- das. ais em outros idiomas que jamais ha-
teca, procurei desempenhar um papel viam sido consultados, como em ale-
empreendedor, incorporando idéias de Após o diagnóstico, a primeira atitude mão antigo, foram repassados ao pro-
inovação, mudança e criatividade, vi- foi realizar uma limpeza geral – pré-re- fessor que possuía conhecimento deste
sando a modificar o ambiente organi- quisito para a implementação do Pro- idioma e tinha interesse no assunto.
zacional e melhorar os serviços de in- grama 5S – que permitiu a verificação Dissertações e teses em duplicata fo-
formação oferecidos. Como bem sali- dos problemas mais sérios. A apli- ram colocadas no depósito. Ao des-
enta Dias11 (p.19), são características cação deste Programa na Biblioteca da cartar material que não servia, conse-
fundamentais no papel do empreende- Veterinária foi quase que intuitiva, pois guimos ganhar espaço para aquilo que
dor... planejar e implementar mudan- pessoalmente tenho por hábito fazer realmente interessava e era de maior
ças do serviço, estimular mudanças, muitas coisas que o programa sugere, valor para o usuário. Tentamos justifi-
resolver problemas através da introdu- porém foi necessário transmitir aos car a utilidade de cada item, o que não
ção de mudanças, identificar melhori- colegas estes conceitos para conse- podia ser justificado foi eliminado da
as que possam ser introduzidas no guir que todos colaborassem na cria- biblioteca.
serviço. Acompanhar as mudanças ção de um verdadeiro ambiente de qua-
advindas com o surgimento das novas lidade. Seguindo a Osada4 (p. 45), o senso de
tecnologias também faz parte de uma utilização (seiri) é realmente a arte de
visão empreendedora na gestão de Discordando em parte com o que su- eliminar as coisas desnecessárias.
uma unidade de informação. gerem alguns autores, para os quais Considerou-se importante, na bibliote-
usar e divulgar a nomenclatura 5S se- ca, saber o que eliminar e o que guar-
Um mês após o início da gestão como ria um elemento fundamental para atin- dar (e quanto), estabelecendo a estra-
chefe da biblioteca, ao ser convidada a gir o sucesso, neste caso não foi reali- tificação dos materiais por ordem de
fazer um curso de 5S oferecido pelo zada uma campanha explícita para a importância, a partir do qual foi deter-
aplicação do Programa. Procurou-se minado o que conservaríamos e o que
* Dados correspondentes ao ano de 1998. gerar entusiasmo e sensibilizar as pes- descartaríamos e onde colocaríamos
soas da forma mais natural e espontâ- cada coisa. Orientaram-se os funcio-

336 Ci. Inf., Brasília, v. 28, n. 3, p. 333-339, set./dez. 1999


Ambiente de qualidade em uma biblioteca universitária: aplicação do 5S e de um estilo participativo de administração

nários para que eles próprios pudes- os funcionários quanto para os usuári- higiene resultou da estandardização de
sem avaliar a importância de cada item os. Por outro lado, foi reforçada a si- certos comportamentos e da instaura-
e poder decidir o que fazer, com vistas nalização visual em diferentes lugares ção de controles visuais, facilitando a
a evitar que adotassem a idéia do sim- da biblioteca: nas estantes, no setor detecção de anormalidades. Foi im-
ples descarte, ao invés da concepção de empréstimo, de referência etc., fa- plantada a ‘carteirinha’ da biblioteca
da plena e efetiva utilização dos recur- cilitando a orientação. Mudou-se, tam- para fiscalizar melhor a saída e retor-
sos existentes. Equipamentos que bém, o setor de empréstimo para um no do material bibliográfico para em-
estavam encostados dentro de armári- ponto mais estratégico e adquiriu-se préstimo e criado um registro para o
os foram encaminhados para o Depar- um balcão – na biblioteca ainda não controle dos periódicos retirados para
tamento de Patrimônio da Universida- existia balcão de empréstimo, contá- cópia. Por outro lado, houve uma preo-
de, ou, quando houve possibilidade, vamos apenas com uma pequena mesa cupação da equipe com a manutenção
consertados e colocados novamente para o funcionário realizar esta tarefa. de uma iluminação adequada na bibli-
em uso. Em definitivo, foi feito um re- oteca, trocando as lâmpadas queima-
manejamento dos recursos não utiliza- Quanto ao senso de limpeza, a primei- das para não prejudicar a visão tanto
dos, com o propósito de evitar o des- ra providência foi distribuir recipientes de funcionários quanto de usuários no
perdício. de coleta de lixo nos diferentes locais trabalho ou pesquisa.
da biblioteca, estimulando as pes-
No que diz respeito ao senso de or- soas a não jogarem papéis no chão. Visando a melhorar a organização das
denação, modificamos o leiaute da Também foram forradas pequenas es- instalações e a comodidade dos usu-
biblioteca com a perspectiva de apro- tantes que estavam enferrujadas, co- ários, adquiriu-se mais um armário de
veitar melhor o espaço, para ampliar locando sobre elas vasos coloridos e aço para que estes pudessem deixar
as possibilidades de circulação dos de tamanho padronizado com violetas, seus pertences guardados antes de
funcionários e usuários, facilitar a lim- tornando o ambiente mais agradável. entrar na biblioteca. Além disso, se-
peza e o controle de entrada e saída guindo a sugestão de um dos profes-
de pessoas e material de empréstimo. Um dos funcionários sugeriu a limpe- sores da Faculdade, foi confeccionado
A localização dos móveis e materiais za dos vidros internos da biblioteca, um armário de madeira com portas de
foi disposta de acordo com a freqüên- cada um encarregando-se de sua par- vidro para a exposição das obras raras
cia de uso. Tentou-se definir um lugar te, o que nos motivou ainda mais a criar que estavam atiradas num canto pe-
para cada coisa, criando assim regras e manter um ambiente físico agradá- gando pó, permitindo assim que estas
de arrumação. Procurou-se guardar as vel. Mediante a conscientização de que fossem notadas e valorizadas por to-
coisas em locais onde posteriormente cada um é responsável pela limpeza dos.
pudessem ser achadas com maior fa- de sua própria área de trabalho, possi-
cilidade e menor perda de tempo. bilitou-se o entendimento das vanta- Procurou-se, na medida do possível,
gens de não sujar. Foi solicitado ao eliminar as causas de acidentes de tra-
O ambiente destinado à exposição de pessoal de limpeza da universidade, no balho e estresse, com o objetivo de
periódicos foi trocado para um local mesmo sentido, que encerassem o manter a saúde física, mental e emoci-
mais próximo à entrada da Biblioteca, chão com maior freqüência, causando onal dos integrantes da equipe. Apoi-
possibilitando melhor visualização e uma boa impressão de asseio e brilho ando, em conseqüência, a realização
aumentando a freqüência de uso da- aos olhos dos usuários e visitantes. de controles médicos e a prática de
quele espaço. Além disso, disserta- esportes. No mesmo sentido, buscou-
ções, teses e fitas de vídeo, que esta- Houve, ainda, um movimento coopera- se distribuir as tarefas de forma racio-
vam guardadas no setor interno da bi- tivo para a pintura das paredes: um fun- nal e estimular um clima de confiança,
blioteca, foram expostas junto ao res- cionário da biblioteca se dispôs a pin- amizade e solidariedade entre todos
tante do acervo para que pudessem ser tar, o diretor da Faculdade providenciou nós. As reuniões-almoço para confra-
encontradas mais facilmente pelo usu- a tinta, e o restante da equipe ajudou ternização e discussão dos problemas
ário. Os relatórios, que estavam colo- na pintura das portas e janelas e lim- tornaram-se uma constante em nosso
cados nas estantes, amarrados com pou a sujeira produzida na realização trabalho.
cordão por ordem cronológica, foram de tal tarefa. Este exemplo da pintura
mudados para um lugar mais próximo serviu, também, como excelente opor- Por último, no que se refere ao senso
das dissertações e teses e dispostos tunidade para reforçar ainda mais a de disciplina, considerando que este é
com a mesma ordenação destas últi- união dos integrantes da equipe em fundamental para a cooperação na equi-
mas (alfabética por autor). torno de objetivos comuns. Desta for- pe, procurou-se que cada um conse-
ma, o grupo sentiu-se orgulhoso por guisse internalizar as regras de forma
Havia, outrossim, documentos internos construir e trabalhar em um lugar lim- espontânea, sem coerção. A geração
da biblioteca e folhetos para consulta po, e os próprios usuários demonstra- de bons hábitos é chave para o bom
dos usuários em um só arquivo, já sem ram maior prazer em permanecer na desenvolvimento do trabalho de toda a
espaço. Foi solicitado um segundo ar- biblioteca. Um ambiente limpo, claro, equipe, junto à plena aplicação dos
quivo para separar material interno e tranqüilo e com bom aspecto atrai quatro sensos anteriores. Cada funci-
externo e ter, desta maneira, distintos muito mais às pessoas. onário foi tomando consciência das
materiais em locais diferentes, propor- tarefas que devia desempenhar e as-
cionando maior comodidade tanto para O senso de padronização, saúde ou sumindo pouco a pouco mais respon-
sabilidade pessoal por suas atividades.

Ci. Inf., Brasília, v. 28, n. 3, p. 333-339, set./dez. 1999 337


Ambiente de qualidade em uma biblioteca universitária: aplicação do 5S e de um estilo participativo de administração

zações. Essa plataforma tem como resto da equipe.


Para ajudar neste processo, valorizou- base a presença de sentimento de con-
se a utilização do painel já existente, fiança e respeito à harmonia nas equi- Em síntese, estas mudanças causa-
destinado à exposição de cartazes com pes, a prática das virtudes de compar- ram um forte impacto e contribuíram
informações de cursos, congressos e tilhar idéias, respeitar as diferenças, de forma fundamental na motivação do
seminários na área de veterinária, atu- valorizar o trabalho do indivíduo e do grupo. Como coordenadora, tentei sem-
alizados diariamente por um membro grupo, reconhecer as potencialidades pre demonstrar um verdadeiro compro-
da equipe que se propôs a responsabi- e oferecer oportunidades para a pro- metimento pessoal com a realização
lizar-se por tal tarefa. Foi criado, por dução e fertilização de idéias”. das mudanças, com o objetivo de dar
outra parte, um quadro para recados, um bom exemplo. Para uma gestão
onde os funcionários podiam fixar avi- Encontros de confraternização como participativa, é fundamental haver coe-
sos para os colegas ou para os usuári- forma de integrar a equipe e melhorar rência entre discurso e ação. A equipe
os da Biblioteca. Houve, enfim, uma o relacionamento interpessoal foram da biblioteca, ao receber visitas exter-
mudança na mentalidade do grupo e bastante freqüentes na Biblioteca. nas e elogios por parte de funcionários
na percepção que tínhamos da organi- Como foi já exposto em páginas ante- de outros setores, dos professores e
zação, favorecendo a autodisplina e o riores, este tipo de reuniões contribuiu do diretor da Faculdade, sentiu-se al-
autocontrole, sempre levando em con- para o maior envolvimento de todos na tamente estimulada, o que proporcio-
sideração as possibilidades e capaci- melhoria do ambiente de trabalho, maior nou uma renovada motivação e foi ra-
dades de cada um. confiança e disposição para enfrentar zão de orgulho para todos nós.
os desafios do dia-a-dia. Assuntos que
Associado ao Programa 5S, adotou-se poderiam ter sido desmotivadores em CONCLUSÃO
uma decidida política de plena partici- outro contexto, como os baixos salári-
pação do conjunto dos funcionários na os, por exemplo, foram mais um fator Ficou claro, com esta experiência de
gestão da biblioteca. No início, houve de união entre todos, ao envolver-nos administração na Biblioteca de Veteri-
alguma resistência de todos fazerem e participar de forma ativa nos movi- nária da UFRGS, que é possível, com
tudo, mas aos poucos fomos entenden- mentos de protesto por melhorias sa- a aplicação do 5S associado a um es-
do que era necessária a contribuição lariais organizados pelo sindicato da tilo participativo de gestão, encontrar
de cada um em todas as tarefas para categoria no primeiro semestre de soluções originais para os problemas
a melhoria do processo. Muitas pes- 1998. mais urgentes em um contexto de re-
soas não estão preparadas para uma cursos escassos. Conseguiu-se alcan-
gestão democrática, ficando descon- Cabe ressaltar que certas circunstân- çar substancial melhoria na prestação
certadas quando são consultadas e têm cias facilitaram bastante a implemen- dos serviços e criar um clima de confi-
de participar na tomada de decisões, tação destes novos estilos gerenciais, ança, autodisciplina e responsabilida-
ou não sabem como agir quando de- pois sabe-se que é mais factível obter de que resultaram em um ambiente de
vem decidir por si mesmas, tamanho o sucesso num processo de mudanças qualidade no local de trabalho. Perce-
peso das regras autoritárias com que como o experimentado, para alguém beu-se aumento na motivação e coe-
fomos socializados desde a infância. que provém de fora da organização, são grupal, conscientização dos inte-
como bem destaca Silva2. Audácia e grantes da equipe, despertar da alegria,
Ao implementar procedimentos da de- sinal verde de cima, para produzir as maior interesse e boa vontade no de-
mocracia consensual, favoreceu-se a transformações, também foram fatores sempenho das diversas tarefas. Notou-
discussão e negociação intensas, pro- determinantes do sucesso alcançado. se, principalmente, a diferença em
curando contemplar os desejos, opini- E, logicamente, todo o processo foi gerenciar com as pessoas e não as
ões e aspirações de todos. Buscou-se mais fácil ainda em se tratando de um pessoas. O espírito crítico, quando
compartilhar missão, visão e princípi- grupo reduzido de funcionários. adequadamente aproveitado e canali-
os, melhorar a comunicação e indicar zado, pode contribuir para o crescimen-
maiores responsabilidades a cada um, Solicitou-se sempre a opinião dos in- to da organização.
fazendo com que as pessoas se sen- tegrantes da equipe, pedindo a cada
tissem responsáveis pelas decisões e um que dissesse o que poderia fazer Estas transformações incidiram sobre
ações realizadas. Recorreu-se cons- para melhorar seu desempenho e o fun- o clima organizacional, gerando maior
tantemente ao diálogo, mecanismo cionamento do conjunto, visando a coragem, determinação e ousadia para
que, segundo Chiavenato8, auxilia a melhorar o atendimento do usuário. a tomada de decisões na biblioteca.
administrar e superar melhor os confli- Olhamos criticamente para o lugar Entretanto e apesar de esta ter se ca-
tos, possibilitando, desta forma, extra- onde estávamos trabalhando e discuti- racterizado por ser uma gestão alta-
ir resultados positivos, e descobrindo mos que modificações poderíamos re- mente participativa no âmbito interno,
maneiras criativas e inovadoras de re- alizar para facilitar a vida de todos nós, com a contribuição de funcionários,
alizar as tarefas. e fomos avaliando os avanços que ía- professores e do próprio diretor da Fa-
mos conseguindo. Ao fomentar o de- culdade, faltou, talvez, envolver de for-
Concordando também com Alencar10 senvolvimento de nossos melhores atri- ma ainda mais efetiva e direta os usu-
(p. 25), “é necessário que uma plata- butos pessoais, a mobilização deu-se ários. Cabe ressaltar, porém, que res-
forma para a criatividade individual es- mais pelo prazer do que pelo dever, eli- ta muito a ser feito. Seria interessante
teja presente no ambiente das organi- minando hierarquias rígidas e flexibili- tentar conservar o mesmo ritmo de tra-
zando as relações entre o chefe e o

338 Ci. Inf., Brasília, v. 28, n. 3, p. 333-339, set./dez. 1999


Ambiente de qualidade em uma biblioteca universitária: aplicação do 5S e de um estilo participativo de administração

balho, sempre com a participação de REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


todos, procurando manter o Programa
1. MASIERO, Gilmar. Introdução à Administra-
5S vivo. Considerando que esta ges- ção de Empresas . São Paulo: Atlas,
tão durou somente dois anos, acredito 1996. 149 p.
ter contribuído no que estava a meu
2. SILVA, João Martins de. O ambiente da
alcance para atingir os objetivos pro-
qualidade na prática - 5S. 3. ed. Belo
postos, implementando a parte inicial Horizonte: Fundação Christiano Ottoni,
necessária para a futura consagração 1996. 260 p.
de um ambiente de Qualidade Total
dentro da Biblioteca de Veterinária da 3. CAMPOS, Vicente Falconi. TQC: gerencia-
mento da rotina de trabalho do dia-a-dia.
UFRGS. Belo Horizonte: Fundação Christiano
Ottoni, 1994. 274 p.

4. OSADA, Takashi. Housekeeping, 5S’s :


seiri, seiton, seiso, seiketsu, shitsuke.
São Paulo: IMAM, 1992. 212 p.

5. RIBEIRO, Haroldo. 5S : um roteiro para uma


implantação bem sucedida. Salvador:
Quality House, 1994. 79 p.

6. ROSA, Antônio Sérgio Michels; BOLSON,


Cátia. Programa 5S’s . Porto Alegre:
FUNDATEC, [1998]. Folder

7. PRAZERES, Paulo Mundin. Minidicionário


de termos de qualidade . São Paulo:
Atlas, 1997. 244p.

8. CHIAVENATO, Idalberto. Gerenciando pes-


soas: o passo decisivo para a adminis-
tração participativa. 3. ed. rev. e ampl.
São Paulo: Makron Books, 1997. 257 p.

9. KANAANE, Roberto. Comportamento hu-


mano nas organizações : o homem
rumo ao século XXI. São Paulo: Atlas,
1994. 99 p.

10. ALENCAR, Eunice M.L. Soriano de. Pro-


movendo um ambiente favorável à criati-
vidade nas organizações. Revista de Ad-
Quality environment in an
ministração de Empresas, São Paulo, v.
universitary library: aplication of 38, n. 2, p. 18-25, 1998.
5S’s program and a participatory
style of administration 11. DIAS, Eduardo José Wense. O papel de
empreendedor na gerência de bibliote-
cas e serviços de informação. R. Esc.
Abstract Biblioteconomia UFMG, Belo Horizon-
te, v. 20, n. 1, p. 9-22, jan./jun. 1991.
This article consists of two parts. The first
analyses the Administration’s 5S’s 12. MACIEL, Alba Costa. Planejamento de bi-
Program, borned in Japan on the last 60s, bliotecas: o diagnóstico. Niterói: EDUFF,
and the Participatory Style of 1993. 91 p. Agradeço muito especialmente a Denise, Eu-
Organizational Management. The second gênia, Ronaldo, Rosemeri e Tatiana, dedica-
part exposes an experience in the co- dos funcionários da Biblioteca da Veterinária
application of these two forms of da UFRGS, sem os quais esta experiência não
management in an Universitary Library. teria sido possível. E a oportunidade e apoio
Attemps to demonstrate that is possible, in oferecidos pelo diretor da Faculdade, Profes-
a context of escarce resources, to find sor Carlos Marcos Barcellos de Oliveira.
original solutions, reaching substantial
advances in the services offered to the
users and creating an environment of trust,
responsability and quality in the work
space.
Nadia Vanti

Keywords Bibliotecária da Universidade Federal do Rio


Grande do Sul (UFRGS); mestranda do curso
5S’s Program; Participatory management; de biblioteconomia da PUC-Campinas.
Quality environment; Library administration;
Universitary library. E-mail: nvanti@ilea.ufrgs.br

Ci. Inf., Brasília, v. 28, n. 3, p. 333-339, set./dez. 1999 339

Você também pode gostar