Você está na página 1de 7

Universidade Federal de Pernambuco

Centro de Tecnologia e Geociências


Departamento de Engenharia Química
Curso de Química Industrial
Análise Instrumental
Prof: Eleonora Freire

Potenciometria e Condutimetria

Aluno: Catarine Alves

Recife,
Agosto 2021
INTRODUÇÃO

Potenciometria

A Potenciometria é um tipo de técnica analítica instrumental baseada na medida


do potencial elétrico de amostras líquidas, na ausência de corrente significativa. Fornece
informações sobre os íons ou gases dissolvidos na solução de amostra. A base da
potenciometria foi estabelecida por Nernst, em 1888, descrevendo a origem do
potencial de eletrodo entre um metal e uma solução contendo íons deste metal, e o
potencial redox entre um metal inerte e uma solução contendo um sistema redox.
Métodos Potenciométricos de análise baseiam-se na medida de diferença de
potencial (E) entre dois eletrodos, sendo um de referência e outro indicador, imersos na
solução em estudo, e equipamento para leitura de potencial (denominado
potenciômetro) ligado a este sistema. Tem vasta aplicação para detectar ponto final de
titulações (titulações potenciométricas) e determinação direta da concentração das
espécies iônicas a partir do potencial do eletrodo de membrana seletiva a íons.
Uma das grandes vantagens é que o método dispensa o uso de indicadores para
visualizar o ponto de equivalência, e este é determinado quando há uma mudança
brusca no potencial, desta forma, tornou-se um método generalizado e confiável para
ser aplicado em volumetria em Química Analítica.

Figura 1. Potenciômetro e seus componentes.

Este método também permite a determinação direta de substâncias específicas,


evitando o uso de vidrarias e reagentes como na volumétrica clássica, e por isso tornou-
se bastante difundida pelo crescente desenvolvimento da eletrônica e uso de
equipamentos simples, como um eletrodo, e redução de custo das análises. Medidas
potenciométricas diretas provêm um método rápido e conveniente para determinar a
atividade de uma variedade de cátions e ânions. A técnica requer apenas uma
comparação do potencial desenvolvido na célula quando o eletrodo indicador é imerso
na solução do analito, com seu potencial quando imerso em uma ou mais soluções
padrão de concentrações conhecidas do analito. Se a resposta do eletrodo é específica
para o analito, como geralmente é, nenhuma etapa prévia de separação é necessária.
As medidas potenciométricas diretas também são prontamente adaptadas para as
aplicações que requerem o registro contínuo e automático de dados analíticos
Já a potenciometria indireta, ou mais conhecida como, titulação potenciométrica
envolve medidas do potencial de um eletrodo indicador adequado em função do volume
do titulante. A informação fornecida por uma titulação potenciométrica não é a mesma
daquela obtida a partir de uma medida potenciométrica direta. As titulações
potenciométricas fornecem dados que são mais confiáveis que aqueles gerados por
titulações que empregam indicadores químicos e elas são particularmente úteis com
soluções coloridas ou turvas. Neste método, o ponto de equivalência será revelado por
uma abrupta mudança no pH. Para a medida do pH, é necessário um potenciômetro que
fornece diretamente os valores variáveis do pH à medida que a titulação avança. Uma
variação brusca de potencial ocorre em torno do ponto de equivalência. Neste
procedimento, a preocupação é com as variações do potencial do eletrodo e não com o
seu valor exato numa dada solução. As titulações potenciométricas manuais,
entretanto, sofrem da desvantagem de consumirem mais tempo que aquelas
envolvendo indicadores.

Condutimetria

A condutimetria é baseada na medição da condutância eletrolítica de soluções


iônicas. Nos condutores eletrolíticos, quem conduz corrente elétrica são os íons, logo, a
natureza desses irá determinar a condutância da solução.
A condutância de uma solução revela a capacidade da mesma de conduzir
corrente elétrica. No transporte de corrente elétrica os cátions e ânions têm diferentes
contribuições devido as suas características, como por exemplo, suas mobilidades. A
corrente elétrica total conduzida pela solução é igual à soma das correntes
transportadas pelos cátions e da corrente transportada pelos ânions. Cada solução
possui uma condutividade específica, que é medida através de uma célula padrão.
Na condutimetria podemos utilizar dois tipos de análise: a condutimetria indireta
e condutimetria direta. Titulação condutimétrica ou condutimetria indireta avalia as
variações de condutância, que podem ser explicadas através da mudança de
concentração das espécies iônicas presentes na solução, pela troca de um íon com uma
mobilidade mais acentuada por outro com uma menor mobilidade, etc. O final da
titulação é indicado por uma descontinuidade na variação da condutância.
Na condutimetria direta, temos a medição da condutância avaliando em apenas
uma medida a capacidade de conduzir corrente elétrica de uma determinada solução.
Nesta técnica, o condutivímetro que irá fazer as medições necessita de uma calibração,
pois deve indicar o valor tabelado de condutância.
Como cada solução possui uma condutividade específica, através da mesma
podemos calibrar um condutivímetro variando a sua constante da célula até que o
mesmo nos mostre a condutância exata da solução padrão. De acordo com a cinética,
sabemos que quem define a velocidade de uma reação é a etapa lenta, na condutimetria
a etapa lenta é a condução de corrente elétrica através dos íons. Para que este processo
seja facilitado podemos aproximar os eletrodos, utilizar soluções mais concentradas,
aumentar a área do dos eletrodos, aumentar a temperatura ou simplesmente manter o
sistema sob agitação constante.

METODOLOGIA
Determinação do pH

Inicialmente realizou-se a calibração do pHmêtro com as soluções tampões de


pH=4 e pH= 7 (faixa ácida). Seguindo as recomendações do leitor do equipamento, e em
seguida realizou-se a leitura de pH da amostra.

Determinação da Condutividade
Efetuou-se a calibração do condutivímetro com uma solução de KCl 1409 µScm-1.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados obtidos estão descritos na tabela 1 abaixo.

Tabela 1. pH e condutividade da amostra

Análise Resultado Temperatura


pH 6,29 23,1°C
Condutividade 145,2µS 25°C

CONCLUSÃO

As análises de pH e condutimetria são operacionalmente simples, porém


bastante completas no que diz respeito ao fundamento. Além disso, fazem parte do
escopo de análises de controle de qualidade de vários tipos de insumo, bem como,
controle de qualidade da água. O pH da amostra analisada é considerado neutro, e a
condutividade da mesma encontra-se na faixa de condutividade da água mineral (de 50
a 500uS/cm2) á 25°C.
REFERÊNCIAS

OHLWEILER, Otto Alcides. Química Analítica quantitativa. 2a. ed, volume 3, Rio de
Janeiro, Livros Técnicos e Científicos, 1976.

VOGEL, A. I e outros. Análise Química Quantitativa. 5a. ed, Rio de Janeiro: Livros
Técnicos e Científicos, 1992.

GODINHO, M.I.C.C; Análise Instrumental II: Parte Teórica. Instituto Superior de


Engenharia de Lisboa. Departamento de Engenharia Química. Fevereiro, 2005.

Harris, D.C.; ANÁLISE QUÍMICA QUANTITATIVA, Livros Técnicos Científicos, 5 ed.,


2001

Questões:
1) Em que estão baseados os métodos eletroanalíticos?

Em medidas de potencial de células eletroquímicas na ausência de correntes


apreciáveis. Sendo possível determinar atividade da espécie iônica medindo a f.e.m. da
célula. Utiliza, para tanto, uma única medida do potencial do eletrodo para determinar
a concentração de uma espécie iônica em solução.

2) O que você você entende por análise condutivimétrica de uma solução?

Análise que determina a capacidade da amostra de conduzir corrente elétrica devido


aos íons dissolvidos na mesma.

3) Explique os fundamentos da potenciometria.

Baseiam-se na medida de diferença de potencial (E) entre dois eletrodos, sendo um


de referência e outro indicador, imersos na solução em estudo, e equipamento para
leitura de potencial (denominado potenciômetro) ligado a este sistema.

4) Quais as medidas de pH e de condutividade encontradas na amostra analisada?

(Vide tabela 1)

Pesquisar os seguintes pontos:

1- Importância da medida do pH

A medida de pH é uma análise de controle de qualidade de diversos produtos que


garante por exemplo, se a acidez de um creme está aceitável para uso tópico do mesmo,
prevenindo queimaduras ou que haja instabilidade da fórmula farmacêutica. Além disso,
existem medicamentos que atuam e estão mais biodisponíveis em determinado pH,
sendo imprescindível que seja feita o controle do mesmo para ter um tratamento eficaz.

2- Eletrodos de referência: Ag- AgCl e Eletrodo de Calomelano

Ag-AgCl: Eletrodo de prata imerso em uma solução de KCl saturada com AgCl.
AgAgCl(sat.), KCl (X mol.L-1 ) AgCl(s) + e- Ag(s) + Cl

Obs.: Para se construir um eletrodo de Ag/AgCl(sat) aplica-se um potencial de + 0,30 V em um fio


de prata em contato com uma solução saturada de NaCl.

Calomelano: Eletrodo formado por mercúrio em contato com solução saturada de Hg2Cl2
(calomelano) e que contém uma quantidade conhecida de KCl.
HgHg2Cl= (sat), KCl (X mol.L-1 ) Hg2Cl2(s) + 2e- 2Hg(l) + 2Cl E0 = 0,241 V
Onde o potencial do eletrodo depende de X.

3- Eletrodo indicador

É o eletrodo cujo potencial se mede, e a sua resposta depende da concentração do analito.


O seu potencial é proporcional ao logaritmo da concentração do analito.

4- Solução tampão

É uma solução que tem a finalidade de evitar a variação do pH, e geralmente é uma
solução de um ácido fraco com um sal desse ácido, ou uma base fraca com o sal dessa
base.

5- Na determinação de pH > 10 que tipo de membrana de vidro deve ser usada?

Quanto à influência da composição química dos vidros no valor numérico do erro


alcalino, tem sido observado que membranas eletroativas à base de lítio, apresentam
erros insignificantes na extremidade superior da escala de pH.

Um eletrodo de vidro de lítio contendo, por exemplo, 63% de SiO2, 28% de Li2O, 2%
de Cs2O, 4% de BaO e 3% de La2O3, imerso em solução 0,2 M de NaCI e pH 12,8 apresenta
um erro alcalino de -0,12 pH, enquanto uma membrana construída com vidro Corning
015 de composição 22% de Na2O, 6% de CaO e 72% de SiO2, na mesma solução,
apresenta erro de -1,5 unidade de pH.

Disponível em:
<https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/97794/silva_rm_me_araiq.pdf;
jsessionid=4686D699E23C41E2CA030A52B1573B09?sequence=1 > Acesso em:
Ago/2021.
6- Importância do parâmetro da condutividade em análise de água.
A condutividade elétrica da água representa a facilidade ou dificuldade de passagem da
eletricidade na água.
Ela é representada em sua maioria por sólidos dissolvidos em água, dos quais se
destacam dois tipos: compostos aniônicos e compostos catiônicos. Os compostos
aniônicos (cargas negativas, que possuem elétrons livres na camada de valência) são
sólidos que se dissolvem em água e caracterizados como sendo cloretos, sulfatos,
nitratos e fosfatos. Os compostos catiônicos (cargas positivas, que perderam elétrons
na camada de valência) também interferem na condutividade elétrica da água e
possuem cátions de sódio, magnésio, cálcio, ferro, alumínio e amônio. Desta forma,
quando mensuramos a condutividade elétrica de uma amostra, estamos na realidade
quantificando uma grande quantidade de compostos nela contidos - uns positivos,
outros negativos - e que, em solução, permitem a passagem da eletricidade. Materiais
orgânicos, como óleos, graxas, álcool, fenóis não possuem a capacidade de conduzir
eletricidade. Assim quando se apresentam na forma dissolvida na água, a condutividade
elétrica é severamente reduzida; e chega a zero, quando o produto está em fase livre
(presença do produto em camada)
Logo, é um parâmetro importante que determina a qualidade da água de acordo com
as legislações vigentes.

Você também pode gostar