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SOLDAGEM

A Soldagem é o processo de união de materiais (particularmente os metais) mais


importante do ponto de vista industrial sendo extensivamente utilizada na fabricação e
recuperação de peças, equipamentos e estruturas. A sua aplicação atinge desde
pequenos componentes eletrônicos até grandes estruturas e equipamentos (pontes,
navios, vasos de pressão, etc.).

Existe um grande número de processos de soldagem diferentes, sendo necessária a


seleção do processo (ou processos) adequado para uma dada aplicação. A tabela abaixo
lista algumas das principais vantagens e desvantagens dos processos de soldagem.

Vantagens

1. Juntas de integridade e eficiência elevadas


2. Grande variedade de processos
3. Aplicável a diversos materiais
4. Operação manual ou automática
5. Pode ser altamente portátil
6. Juntas podem ser isentas de vazamentos
7. Custo, em geral, razoável
8. Junta não apresenta problemas de perda de aperto.

Desvantagens

1. Não pode ser desmontada


2. Pode afetar microestrutura e propriedades das partes
3. Pode causar distorções e tensões residuais
4. Requer considerável habilidade do operador
5. Pode exigir operações auxiliares de elevado custo e duração (ex.: tratamentos
térmicos)
6. Estrutura resultante é monolítica e pode ser sensível a falha total

Algumas definições usuais para soldagem são:

"Processo de junção de metais por fusão". (Deve-se ressaltar que não só metais são
soldáveis e que é possível soldar metais sem fusão).

"Operação que visa obter a união de duas ou mais peças , assegurando, na junta soldada,
a continuidade de propriedades físicas, químicas e metalúrgicas".

"Processo de união de materiais baseado no estabelecimento, na região de contato entre


as peças que estão sendo unidas, de ligações químicas de natureza similar às atuantes no
interior dos próprios materiais."

Idealmente, a soldagem ocorre pela aproximação das superfícies das peças a uma
distância suficientemente curta para a criação de ligações químicas entre os seus átomos
(figura 1). Este efeito pode ser observado, por exemplo, quando dois pedaços de gelo
são colocados em contato. Para outros materiais, a soldagem não ocorre tão facilmente
pois a aproximação das superfícies a distâncias suficientes para a criação de ligações
químicas entre os seus átomos é dificultada pela rugosidade microscópica e camadas de
óxido, umidade, gordura, poeira e outros contaminantes existentes em toda superfície
metálica.

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Figura 1 - Formação teórica de uma solda pela aproximação das superfícies das
peças.

Esta dificuldade é superada de duas formas principais, das quais originam os dois
grandes grupos de processos de soldagem:

Deformar as superfícies em contato, rompendo as camadas de contaminantes e


permitindo a sua aproximação e a formação de ligações químicas (figura 2). As
superfícies de contato podem ser aquecidas para facilitar a sua deformação.

Aquecer localmente a região a ser soldada até a sua fusão, destruindo, assim, as
superfícies e produzindo a solda com a solidificação do material fundido (figura 3).

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Figura 2 - Soldagem por pressão (esquemática).

Assim, os diferentes processos de soldagem podem ser agrupados em dois grandes


grupos baseando-se no método dominante de se produzir a solda, isto é, (a) processos de
soldagem por pressão (ou por deformação) e (b) processos de soldagem por fusão.

Figura 3 - Soldagem por fusão (esquemática).

O primeiro grupo inclui os processos de soldagem por ultra-som, por fricção, por
forjamento, por resistência elétrica (figura 4), por difusão, por explosão, entre outros.
Alguns destes processos, como a soldagem por resistência a ponto, apresentam
características intermediárias entre os processos de soldagem por fusão e por
deformação.

O segundo grupo inclui um grande número de processos, entre os quais se destacam os


processos de soldagem a arco que são os mais utilizados industrialmente. Estes utilizam,
como fonte de calor para a fusão da junta, uma descarga elétrica em meio gasoso (arco
elétrico) entre dois eletrodos ou, mais comumente, entre um eletrodo e a(s) peça(s),
figura 5.

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Figura 4 - Soldagem por resistência a ponto (a) e costura (b). I - corrente de
soldagem.

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Figura 5 - Soldagem manual a arco.

Por sua grande importância em inúmeras utilizações dos metais é fundamental que o
engenheiro metalúrgico tenha, pelo menos, um conhecimento básico da tecnologia e
fundamentos da soldagem. Por outro lado, a soldagem afeta a estrutura do material,
podendo causar o aparecimento de descontinuidades como trincas e poros (figura 7) e,
assim, influencia de forma importante o desempenho futuro da peça ou estrutura
soldada. Estas mudanças são estudadas essencialmente com base em princípios da
metalurgia. Assim, é também importante que as pessoas envolvidas o projeto e a
supervisão de trabalhos de soldagem conheçam esses princípios.

Figura 5 - Descontinuidades de soldagem.

Fonte: www.demet.ufmg.br
Dia do Soldador

23 de Setembro
A profissão de soldador exige perícia e cuidados. A evolução tecnológica obrigou cada
vez mais que as técnicas de soldagem fossem refinadas e melhoradas, e mesmo criadas.
Alguns tipos de soldagem:

Soldagem à chama

A fusão origina-se do calor gerado pela queima de um gás, com o material de adição
introduzido separadamente. É atualmente o processo mais rudimentar de soldagem.

Soldagem elétrica a arco voltaico

A fusão origina-se da ação direta e localizada de um arco voltaico.

Vantagens

O arco permite obter elevadas temperaturas num pequeno espaço, limitando a zona de
influência calorífica. Permite o uso de qualquer atmosfera gasosa, que quando neutra,
proporciona menor contaminação do banho metálico.

Origens e evolução

O arco voltaico aplicado à soldagem foi introduzido por N.R.Bernardos em 1887. O


princípio era um arco voltaico entre um eletrodo de carvão e a peça. Fundia-se o
material da zona a unir sem consumir o eletrodo. O material de adição era introduzido
separadamente.

Em 1889, Zerener introduziu no processo um segundo eletrodo, fazendo o arco entre os


dois eletrodos, sendo que a corrente não mais percorria a peça, permitindo, portanto a
soldagem de materiais não condutores.

A Importância da soldagem na indústria

Em nosso cotidiano utilizamos uma série de objeto que de alguma forma foram
soldados, por isso se pesquisa esse tipo de processo, pois com todos os avanços
tecnológicos existentes a soldagem não poderia ficar para trás.

Há alguma forma de solda desta aquela aplicada nos portões de nossas casas até aquelas
existentes em foguetes espaciais, porém se não valorizarmos esse tipo de pesquisa
estaremos nos distanciando cada vez mais tecnologicamente do restante do mundo, pois
se pode avaliar o nível de desenvolvimento industrial de um país através do processo de
soldagem mais freqüentemente utilizado na indústria, ou seja, se usamos mais o
processo de soldagem eletrodo revestido estará indicando um atraso tecnológico tendo
em vista que países como E.U.A e Japão usam em seus pólos industrias mais o processo
arame tubular e outros até mais modernos que já utilizam máquinas eletrônicas
intercambiáveis a computador, que geram mais produtividade e uma melhor qualidade.
Diante de tal situação a indústria brasileira que já avançou muito nas últimas décadas
tem que cada vez mais

procurar avançar no setor primordial da fabricação à soldagem.

Referências bibliográficas:

GUERRA, I. G.: “Soldagem & Técnicas Conexas:Processos”. Livro, Editado pelo


Autor, Porto Alegre, 1996.
BARROS, S. M. “Processos de Soldagem”. Petrobrás, Rio de Janeiro, 1975.

A evolução da soldagem MIG

Os avanços científico e tecnológico registrados nas últimas décadas do século XX em


todas as áreas do conhecimento humano têm sido marcados pelo contínuo
desenvolvimento da engenharia, seja na concepção, seja no aperfeiçoamento de
materiais e processos alternativos de fabricação que beneficiam as diversas atividades
industriais como a automobilística, naval, aeroespacial, metalúrgica, química,
telecomunicações, os bens de serviços etc.

A soldagem MIG convencional é um exemplo dessa evolução, pois mesmo sendo a


mais comumente utilizada, esta possui limitações quanto ao controle da transferência
metálica.

Estas limitações têm sido superadas com o advento de uma nova vertente da soldagem
MIG, a que utiliza corrente pulsada.

A importância do processo pulsado pode ser ressaltada quando se utilizam materiais


como o alumínio.

Hoje já existe o processo MIG com pulsação térmica ou MIG duplamente pulsado que
representa uma variante do processo MIG pulsado.

Toda essa evolução do processo MIG deve-se bastante aos avanços vindos da
eletrônica, principalmente agora que podemos conectar um computador em uma
máquina de solda, podendo assim acompanhar todo o processo obtendo respostas mais
rápidas e eficientes.

Referências bibliográficas:

Manual de Soldagem. ALCAN. 1993


ALMEIDA, H. A. L., "Uma Contribuição ao estudo da soldagem MIG de chapas finas
de liga Al-Mg". Dissertação de Mestrado, UFPA, 2003.
MOTA, C. A. M.: “Estudo de Porosidade em Soldas de Alumínio Fabricadas pelo
Processo de Soldagem MIG”, Dissertação de Mestrado, UFMG, 1985.

NORMAS PARA EPI´S

USO DE EPI´S:

1- Botas com solado isolante

2- Perneiras em couro

3- Avental em couro

4- Mangotes

5- Luvas de raspa

6- Mascaras tipo escudo ou capacete

Fumos e gases são gerados durante a soldagem e é prejudicial à saúde, é aconselhável a


utilização de sistemas de ventilação ou exaustão para proteção do soldador.

Devemos considerar o risco de choque elétrico lembrando que o equipamento de


soldagem possuir tensão de 60 80w terminais de saída, sendo necessário o uso de luvas
secas para a troca dos eletrodos.

Segurança X Soldagem MIG/MAG

Radiação do Arco x Seus Olhos


A luz produzida pela solda MIG/MAG, é extremamente brilhante. Se você olhar
diretamente para o arco de solda, mesmo que seja por um curto período, pode provocar
queimaduras na sua córnea, que é extremamente sensível a luzes brilhantes, tal como
olhar diretamente a luz do sol, neve, reflexos brilhantes, etc.

Exemplo de uma proteção tipo cortina em uma seção de soldas.

Tecnicamente a radiação do arco causa uma inflamação na córnea provocada pelo


excesso de raios ultra-violetas gerados pela soldagem, que é conhecida pelos
oftalmologistas como "Radiação do Arco". Um dos sintomas mais usuais que indicam
que você "queimou" sua córnea, é a sensação de que alguém está "cutucando" seus
olhos à noite.

A utilização de uma "máscara de solda" é mandatório e não opcional. Ela não serve
somente para proteger o soldador de respingos inerentes à soldagem, mas sim e
principalmente, da radiação do Arco/UV.

Durante uma soldagem em lugar com transeuntes, o recomendável é utilizar uma


cortina, e lembre de alertar quem esteja por perto, principalmente crianças e até
pequenos animais como gatos e cachorros, pois eles também podem se machucar.

DICA
Um dos artifícios para melhorar a proteção contra a "radiação do arco", é pintar a parede
do seu departamento de soldas na cor branca, com o objetivo de criar um efeito de
difusão da luz sendo gerada pela soldagem.

Fumos metálicos & Gases & Vapores

Soldagem MIG gera "fumos metálicos de solda", que são basicamente os vapores que
você enxerga.

Os vapores gerados, estão associados ao tipo de material que está se soldando,


amperagem, habilidade do soldador, limpeza da chapa que está sendo soldada,
ventilação do local, etc.

Há tipos de materiais que podem gerar gases extremamente venenosos, como na


soldagem de zinco, e é muito importante que o soldador conheça as variáveis do assunto
e se previna de contaminação.

Tudo isto é algo acumulativo e departamentos de soldagem devem ter boa ventilação ou
até mesmo sistemas de exaustão dos fumos. Nunca solde em lugar fechado como dentro
de uma garagem.

DICA

Não deixe de consultar um Técnico em Segurança sobre o assunto, pois ele é complexo
e não temos como passar aqui tudo que se precisa saber sobre o assunto. Fazer um
controle da exposição aos "fumos" em departamentos de soldagem e a utilização de
EPIS é mandatório.

Proteção UV e Metais Incandescentes

A luz da soldagem produz muito raios ultra-violetas (UV) e pode causar queimaduras,
tal qual se você estivesse exposto ao sol.

Proteger rosto, mãos, braços, pernas também é essencial. Como durante a soldagem
costuma "respingar" pequenos pedaços de metal incandescente, proteções tipo "raspa"
são as mais indicadas.
Cuidados com o EPI são essenciais, e a utilização deles é mandatória e não opcional.

DICA: EPI´S básicos sugeridos para um soldador

Botas com solado isolante

Perneiras em couro

Avental em couro

Mangotes

Luvas de raspa

Máscaras tipo escudo ou capacete

Touca de solda

Abafador de ruído

Segurança contra incêndios

Metal líquido oriundo da soldagem pode respingar/faiscar a vários metros, portanto


você deve antes de iniciar uma soldagem, fazer uma avaliação dos riscos do local.
Qualquer serragem, papel ou sacos plásticos podem iniciar um incêndio com os
respingos da solda, isto sem falar de inflamáveis como solvente e tintas, comumente
encontrados em oficinas e industrias.

Manter um extintor de CO2 ao lado do local de soldagem é uma excelente idéia, mas
também pode ser substituído por um balde de areia. Lembre-se que extintores tipo
espuma ou água não são recomendáveis por razões obvias: a eletricidade das máquinas
de solda e suas instalações.

DICA

extintores de incêndio devem estar posicionados sem lacres de segurança. É fato que
muita coisa já se queimou enquanto procuravam como liberar os lacres de extintores...

Proteção contra ruídos


Oficinas e indústrias costumam ser lugares ruidosos e utilizar abafadores de acordo com
a condição do local é importante. Uma máquina de solda sozinha pode até não ser
ruidosa, mas se tiver mais de uma, o colega ao lado esmerilhando alguma peça
preparando-a para uma soldagem, alguém descarregando material, pronto: o nível de
ruído acaba de ir para limites não recomendáveis para sua audição.

Escolha sempre EPIS que além de oferecer a segurança que necessita, também sejam
confortáveis para serem usados durante o seu turno de trabalho.

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