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ESCOLA POLITÉCNICA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
C E A S P - 9 7
SISTEMAS DE MEDIÇÃO
1 Generalidades
Um canal de medição perfeito deveria permitir adquirir uma informação estritamente
proporcional à grandeza física medida. De fato, os elementos constituintes do canal de
medição (sensor, condicionador de sinais, cabo de conexão, dispositivo receptor) apresentam
inevitavelmente imperfeições (ruídos de componentes, ruído produzido nos acoplamentos);
além disso, eles estão expostos à perturbações no ambiente (vibração, umidade, temperatura,
radiações eletromagnéticas... )
A concepção de uma canal de medição requer uma análise detalhada das diferentes
fontes de ruídos, para domina-los, e assim melhorar a qualidade da medição.
Para este análise vamos considerar, que o canal de medição é constituída pela
eletrônica associada e o cabo de conexão entre vários elementos.
Para os componentes ativos, tem que se lembrar que os três parâmetros do transistor
VBE, α e ICBO (corrente inversa de saturação), variam com a temperatura, e que a tensão de
junção e correntes de polarização dos amplificadores operacionais aumentem com a
temperatura.
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Para proteger contra a umidade, freqüentemente os elementos são cobertos com uma
camada de verniz isolante ou uma camada de resina.
Temos que considerar que uma reação química devida aos vários gases da atmosfera
úmida, pode aparecer no interior de condutores e especialmente ao nível de conexões. A
umidade tem o efeito de aumentar resistências de contato (uma boa conexão entre dois
condutores tem que dar uma resistência de contato inferior a 10-4 Ohm). Uma camada de ouro
é muito eficiente para proteger contra esta reação química.
Exemplo numérico:
R = 1 MΩ
T = 293 K
∆f = 16 MHz
Veff = {4 * 1.3 * 10-23*106 * 293 * 16 * 106}0,5 = 16 µV
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3 Interferências eletromagnéticas
Quando duas partes de um sistema (ou dois sistemas separados) apresentam, cada um,
um sinal, o sinal de um deles gera no outro um sinal indesejável, então se diz que há
interferência eletromagnética.
V2 = V1 C12 × 1 (1)
C12 +C2m 1+ 1
Rp(C12 +C2m )
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wo = 1 / [R * (Cl2 + C2m)]
R << 1 / [ p * ( C l 2 + C 2 m)]
V2 = p * R * Cl2 * V1 (2)
Exemplo numérico:
R = 50 Ω, C12 = 50pF, C2m = 150 pF
V1 = 10 Volts, f = 100 kHz
1 / [w * (C12 + C2m)] = 1 / [2 * π * 105 * (50 + 150) * 10-12 = 8 * 103 Ω
com estes dados: R << 8 * 103 Ω
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Esta solução é pouco eficiente e difícil de realizar na prática. Supondo que os dois
condutores têm as seções circulares de diâmetros d.
O condutor 2 é protegido por uma malha metálica (cabo blindado). A figura 4 mostra
em detalhe todas as capacitâncias em jogo. Para simplificar, vamos supor que R não existe (a
resistência de R é infinita).
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Por efeito das capacitâncias C1e, e Cem., a malha é levada então ao potencial Vem em
relação à massa:
Par que Ce2 não se carregue, a tensão entre seus bornes deve ser nula, ou seja:
Vem = V2
quer dizer:
V2 = j * w * C12 * R * V1 (6)
Exemplo numérico:
R = 50 Ω, V1 = 10 volts, f = 100 KHz
C12 = 2 pF. {o comprimento do condutor não protegido pela malha metálica é
desprezível)
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A tensão parasita V2 é atenuada pela malha metálica conectada à massa, mas ele não é
nula por causa do acoplamento residual:
V2 = j * w * C12 * R * V1
| V2 | = 630 µV
V2 = p * B * S*cos Θ (7)
V2 = p * M * I1 (8)
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Para reduzir o campo radiado pela corrente I1 no condutor 1, é suficiente fazer circular
no condutor 1’, perto do precedente uma corrente, I’1 idêntica I1 porem com sentido inverso
(figura 7).
Observação: Caso a fonte e a carga não possam ser isoladas em relação à massa, a
figura 10 mostra que a corrente Ie que atravessa a malha é inferior a I1.
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Ie = [ j * w * M / ( Re + j * Le * w ) ] * I1
Ie = [ j * w / ( j * w + Re / Le ) ] * I1 (9)
(a) (b)
A primeira solução que consiste em orientar os circuitos para diminuir o termo cos Θ
Nem sempre é possível na prática.
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3.3.1 Generalidades
Sabendo que todo condutor se comporta como uma resistência em série com uma certa
indutância, toda passagem de corrente no condutor gera uma tensão em seus terminais. Pode-
se imaginar perturbações criadas pela circulação de correntes em cabos de ligação, em malhas
metálicas e em ligações entre as massas locais.
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3 . - por ultimo, no caso de edifícios ligados por cabos elétricos (cadeia de sensores de
instrumentação, telecomunicações...) e que cada um tem seu próprio circuito de terra, estes
circuitos de terra devem ser unidos entre eles por um condutor espesso.
A titulo de exemplo, para uma haste de terra vertical (figura 12), tem-se:
R = 0, 366 *( ρ / L )* log ( 3 * L / d )
A resistividade ρ da terra varia entre 30 Ω (para uma terra pantanosa) e 3000 Ω (terra
pedregosa).
Os valores de resistência aceitáveis para um poço de terra são fixados por normas, e
elas dependem das instalações. Tem-se por exemplos os seguintes valores:
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Alguns dos valores citados permitem destacar o fato que a realização de um cabo de
terra deve ser feita com muito cuidado (em particular, quando é necessário realizações de
performance maior que a de um simples haste vertical de Terra).
Conexão (a) : É a estrutura mais comum utilizada nos sistemas eletrônicos. Ela é a mais
simples. As massas locais estão a potenciais diferentes da massa principal (0 volt). O erro
provocado por este potencial é considerável em medições de tensões de baixo nível. O
potencial de uma massa local depende de todos os sistemas.
Conexão (b) : Os sistemas são conectados diretamente à massa principal; as conexões são
independentes. Pode-se ver que para os subsistemas que tem os fios de ligação muito
compridos, a queda de tensão entre os extremos é importante. Este tipo de ligação deve ser
utilizado só em sistemas de tamanho reduzido.
Conexão (c) : Para freqüências elevadas, é essencial evitar a acoplamento indutivo gerado
pelos fios compridos. A partir de alguns megahertz, as placas eletrônicas têm que usar
conexões do tipo (c). A impedância do plano de massa é muito pequena, além este plano
geralmente é prateado, porque a superfície representa um papel importante por causa do
“efeito pelicular”.
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Terceira solução: Unindo CD, a tensão entre os bornes de C3 é nula. A tensão nos bornes
de entrada do amplificador também é anulada:
Ve = 0
Se a conexão de massa gera alguns erros importantes, os erros tem que ser eliminados
com a utilização de um transformador de isolamento, um acoplador ótico ou uma estrutura
diferencial simétrica.
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Princípio:
A figura 18 dá um exemplo da configuração diferencial simétrica. Mostra-se a seguir
que os efeitos de acoplamento (capacitivo, indutivo e por condução) podem ser eliminados
perfeitamente.
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Como Vid é o verdadeiro sinal de entrada, a equação (14) apresenta um termo de erro
dado por:
2 * [(A2 - A1 ) / (A2 + A1 )] * V i c (16)
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a tensão de saída deveria ser também nula, porém pode-se notar a existência de um termo de
erro:
V i d = {[(R s1 + Zd)2 - (R s2 + Zd)2] / [(R s2 + Zd) * (R s 1 + Zd)]} * Vi c
Vi d = {[(2 *Zd +R s1 + R s2)*(R s1 + R s2)] / [(R s2 + Zd) *(R s1 + Zd)]}*Vi c (19)
Exemplo numérico:
Z d = 100 MΩ, ∆R s = R s 1 - R s 2 = 1000 Ω
TRMC = 20 * log 10 [(100 * 10 6 ) / (2 * 10 3 )] = 94 dB
Uma simetria perfeita do circuito de medição corresponderia a uma taxa infinita.
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Exemplo numérico:
R s = 10 KΩ, C1 = 110 pF, C2 = 100 pF
f = 150 Hz, tem-se:
R s * C1 * w e R s * C2 * w << 1 e
TRMC = 1 / [R s * (10 * 10 -12) * 2 * π * 150] = 1 / 10 -4
TRMC = 80 dB
Quando se deve medir tensões de baixo nível em presença de uma tensão de modo
comum alta, é necessário usar outros circuitos que serão estudados mais adiante.
3.3.7.1 Generalidade
Nos sistemas eletrônicos de medição, é freqüente encontrar vários circuitos que são
alimentados por única uma fonte de tensão contínua. O acoplamento entre estes circuitos é
uma fonte de ruído do canal de medição.
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Uma alimentação estabilizada ideal tem que ter uma impedância interna nula. Na
prática esta impedância interna não é nula e é somada às impedâncias da linha de distribuição
caracterizadas pelos parâmetros RT, CT, LT. A impedância característica é:
Z c= LT
CT
3.3.7.2 Filtragem
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Durante a comutação de um circuito tem-se correntes elevadas. Para evitar injetar uma
perturbação na alimentação, é necessário reduzir a impedância interna da alimentação a nível
dos circuitos inserindo-se os capacitores de desacoplamento.
É importante notar que as linhas de massa digital são em geral muito ruidosos e
apresentam alguns picos de corrente importantes. É necessário então separar as linhas de
massa digital dos pontos comuns (COM) dos circuitos analógicos (figura 26).
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