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UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ-UNOPAR

CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM

ANAILE DE FREITAS AZEVEDO DOS REIS

ENFERMAGEM E TECNOLOGIA LEVE NA ASSISTÊNCIA À


DEPRESSÃO PÓS PARTO: revisão integrativa

TERESINA/PI
2021
ANAILE DE FREITAS AZEVEDO DOS REIS

ENFERMAGEM E TECNOLOGIA LEVE NA ASSISTÊNCIA À DEPRESSÃO PÓS


PARTO: revisão integrativa

Artigo apresentado como requisito


obrigatório para a conclusão do curso,
orientado pelo tutor à distância do curso de
Bacharelado em Enfermagem.
Orientador: Flávia Rayamme

TERESINA/PI
2021
SUMÁRIO

Pág.
LISTA DE QUADROS E FIGURAS 04
RESUMO 05
1 INTRODUÇÃO 06
2 OBJETIVOS 08
2.1 OBJETIVO GERAL 08
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 08
3 METODOLOGIA 09
4 RESULTADOS 12
5 DISCUSSÃO 15
5.1 TECNOLOGIAS LEVES E OS CUIDADOS DE ENFERMAGEM 15
5.2 CONTRIBUIÇÕES DA TECNOLOGIA LEVE PARA A ASSISTÊNCIA 15
ÀS GESTANTES E PUÉRPERAS, NO ENFRENTAMENTO E
PREVENÇÃO DA DEPRESSÃO PÓS-PARTO
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 18
7 REFERÊNCIAS 19
4

LISTA DE QUADROS, FIGURAS E GRÁFICOS

Pág.

Quadro 1. Estratégia de busca via plataforma BVS. Teresina PI, 2021. 10

Quadro 2. Estratégia de busca via plataforma PubMed. Teresina PI, 2021. 11

Figura 1. Fluxograma de seleção dos artigos, Teresina PI, 2021. 11

Quadro 3. Amostra para revisão integrativa. Teresina PI, 2021. 12

Gráfico 1. Percentual das Publicações quanto ao ano. Teresina PI, 2021. 06

Gráfico 2. Percentual das publicações quanto à apresentação do tema 14

Tecnologia Leve. Teresina, PI, 2021.


5

RESUMO

Este estudo visa analisar a utilização da tecnologia leve no cuidado às gestantes e puérperas
nos artigos disponíveis na literatura científica, no período de 2016 a 2021. A metodologia
adota uma abordagem qualitativa, utilizando como método a revisão integrativa da literatura
e usa como estratégia de busca a teoria PICO, muito utilizada na prática clínica para estruturar
questões inferenciais. A partir da questão norteadora: "Quais as contribuições da tecnologia
leve para a assistência de enfermagem no enfrentamento e prevenção da depressão pós-
parto em mulheres?", a sigla PICO distribuiu-se da seguinte forma: P = Gestantes e
Puérperas; I = Assistência de Enfermagem/Tecnologia Leve; C = sem comparação (Ø); O =
Depressão Pós-Parto. Como critérios de inclusão elencou-se: artigos publicados em
português, inglês ou espanhol, disponíveis na íntegra, oriundos de pesquisas originais, relatos
de caso ou relatos de experiência que abordassem a temática definida, publicados entre os
anos de 2016 a 2021. Como critérios de exclusão ficou estabelecido: artigos duplicados nas
bases pesquisadas, revisões integrativas e textos sem elemento relevante ao escopo do
estudo. A pesquisa foi executada nos meses de junho e julho de 2021. As buscas foram
realizadas na plataforma Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e plataforma United Station
National Library of Medicine (PubMED), sendo detectadas as bases de dados: Literatura
Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Medical Literature Analysis
and Retrieval System Online (MEDLINE), BDEnf e IBECS. Os descritores foram validados nas
plataformas Medical Subject Headings (MeSH) e Descritores Ciências da Saúde (DeCS),
utilizando ainda palavras-chave, como: "Gestante", "Puérpera", "Tecnologia Leve", "Cuidados
de Enfermagem", “Depressão Pós-Parto” e "Transtorno Puerperal", com a aplicação do
operador booleano “AND”, para cruzamento entre os descritores. Após aplicação da estratégia
totalizaram-se duzentos e vinte artigos, que após análise foram descartados duzentos e onze,
restando para a amostra final nove artigos. Em tempo, foi perceptível os atributos da
tecnologia leve para a assistência às gestantes e puérperas, no enfrentamento e prevenção
da depressão pós-parto, como o acolhimento, autonomia, diálogo, escuta, vínculo e
sensibilidade. Em detrimento da escassez de material científico publicado referente ao objeto
de estudo, há de se refletir e questionar a respeito da pertinência dada na dinâmica do cuidado
oferecido às gestantes e puérperas em risco de depressão pós-parto

Palavras-Chave: Cuidados de Enfermagem; Tecnologia Leve; Depressão Pós-Parto;


Transtornos Puerperais.
6

1 INTRODUÇÃO

A depressão pós-parto é atualmente reconhecida como um problema de saúde


pública que afeta milhares mães por todo o mundo, ela pode acontecer desde o
momento da concepção até o primeiro ano após o nascimento do bebê. Dados
internacionais apontam que 15% das mulheres apresentam depressão no transcorrer
da gestação e cerca de 20% no Pós-Parto (FISHER et al., 2012), já estudo publicado
por Tema Filha et al. (2016) estima que cerca de 25% das mulheres brasileiras
sofreram ou ainda sofrem com esse tipo de transtorno puerperal, uma média de uma
em cada quatro mães.
A mulheres afetadas pela depressão pós-parto podem apresentar distúrbios
de humor (triste ou irritadiço), perda de interesse por atividades outrora consideradas
prazerosas, alterações no apetite e no sono, cansaço extremo, dificuldade de
concentração, sentimentos de inutilidade e culpa, bem como ideação suicida (TEME
FILHA et al., 2016).
Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (2014), a
avaliação dos sintomas deve descartar, primeiramente entre outros fatores, o quadro
de saúde conhecido como baby blues, o qual é transitório e provoca na mãe choro,
irritabilidade, reatividade emocional e alterações no sono. O baby blues afeta, em
média, 75% das novas mães, sendo que comumente inicia nos dois primeiros dias
após o parto e cessa espontaneamente em torno do décimo dia, somente após
descartar essa possibilidade e ainda, avaliar as causas multifatoriais (sociais, físicos,
psíquicos, entre outros) é possível realizar um diagnóstico mais preciso.
Os resultados decorrentes de uma depressão pós-parto prejudicam
expressivamente o vínculo afetivo entre mãe e bebê e, por esse motivo, danos podem
afetar o bom desenvolvimento desse recém-nascido, bem como o autocuidado da
mulher. Dessa forma, os cuidados de enfermagem são imprescindíveis, visto
possibilitar a detecção precoce dos sintomas advindos desse transtorno, tornando-se
relevante a aplicação da tecnologia leve na assistência preventiva, em caráter
assistencial e colaborativa na redução dos agravos a saúde da mulher (ALBERICI et
al., 2018).
7

No cuidar voltado para mulheres gestantes e puérperas, percebe-se a


importância de uma assistência de enfermagem preventiva, que coloque como
prioridade o tratamento individualizado e holístico e a adoção de uma prática
fundamentada no bem-estar biopsicossocial e espiritual das clientes, possibilitando
assim melhor qualidade de vida, dirimindo agravos como a depressão pós-parto.
Sendo assim, deve-se considerar, essencialmente, a utilização da tecnologia leve,
ideal para suprir essa necessidade, pois confere qualidade às relações interpessoais,
pautando-se nos quatro dispositivos da produção do cuidado: acolhimento, vínculo,
responsabilização e autonomia (VIEIRA, 2016).
Compreendendo, portanto, a problemática da depressão pós-parto, bem como
seus indicadores de acometimento e assimilando, ainda, os atributos da tecnologia
leve, foi oportuno o seguinte questionamento: Quais as contribuições da tecnologia
leve para a assistência de enfermagem no enfrentamento e prevenção da depressão
pós-parto em mulheres?
Para encontrar respostas, este trabalho realizou revisão integrativa da
literatura, em bases de dados oficiais das informações em saúde, a fim de apresentar
fatores contribuintes da tecnologia leve, na assistência de enfermagem às mulheres
gestantes e puérperas, no contexto do enfrentamento à depressão pós-parto.
Acredita-se que a depressão pós-parto é uma doença negligenciada, carregada de
preconceitos, sendo vista por vezes como uma maneira de chamar atenção, por isso,
esta investigação contribuirá para o julgamento clínico do enfermeiro e,
consequentemente, com a definição de metas e intervenções significativas para um
contexto de novas experiências e significados positivos na vida da mulher nesta fase
tão especial da vida, que é a gestação e parto.
8

2 OBJETIVOS

2.1. Objetivo geral

Analisar a utilização da tecnologia leve no cuidado às gestantes e puérperas


nos artigos disponíveis na literatura científica, no período de 2016 a 2021.

2.2. Objetivos específicos

 Sistematizar os estudos voltados às tecnologias leves conforme sua utilização


nos processos gerenciais do cuidado à gestante e à puérpera;
 Descrever o conceito de tecnologias leves na produção do cuidado em saúde,
enfocando sua aplicabilidade no cenário da assistência às gestantes e
puérperas;
 Identificar na literatura científica disponível nas bases de dados oficiais a
temática voltada às contribuições da tecnologia leve no cuidado pré-natal e
pós-parto.
9

3 METODOLOGIA

Este trabalho faz uma análise da literatura científica, coletando informações


atualizadas sobre a temática da assistência em saúde às gestantes e puérperas, com
aplicabilidade da tecnologia leve para o enfrentamento e prevenção da depressão
pós-parto. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, utilizando como
método a revisão integrativa da literatura.
A revisão integrativa sistematiza os resultados de estudos ora realizados, a fim
de alcançar objetivos novos, realizando uma síntese crítica dos resultados
encontrados, possibilitando a ampliação de discussões da problemática abordada.
Este método apresenta seis fases para o processo de elaboração: construção da
pergunta norteadora; busca ou amostragem na literatura; coleta de dados; análise
crítica dos estudos incluídos; discussão dos resultados e apresentação sistemática da
revisão integrativa (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010; CROSSETTI, 2012; SOARES
et al., 2014).
Como estratégia de busca foi adotada a teoria PICO, muito utilizada na prática
clínica para estruturar questões inferenciais. A sigla é um acrônimo, em que “P” =
população; “I” = intervenção; “C” = comparação e “O” = desfecho (do Inglês outcomes)
(CAÑÓN; BUITRAGO-GÓMEZ, 2018). Esta teoria facilita a identificação de evidências
acerca de determinado tratamento, diagnóstico ou planos interventivos, com base na
natureza clínica aplicada em diferentes contextos profissionais, a fim de subsidiar
tomada de decisão ou avaliar a eficácia destes procedimentos/processos (SANTOS;
PIMENTA; NOBRE, 2007; ERCOLE; MELO; ALCOFORADO, 2014).
Sendo assim, para realização da busca nas bases de dados, elencou-se a
seguinte questão norteadora: "Quais as contribuições da tecnologia leve para a
assistência de enfermagem no enfrentamento e prevenção da depressão pós-parto
em mulheres?", na qual P = Gestantes e Puérperas; I = Assistência de
Enfermagem/Tecnologia Leve; C = sem comparação (Ø); O = Depressão Pós-Parto.
Os critérios de inclusão para busca foram: artigos publicados em português,
inglês ou espanhol, disponíveis na íntegra, oriundos de pesquisas originais, relatos de
caso ou relatos de experiência que retratassem a temática definida e publicados entre
os anos de 2016 a 2021. Como critérios de exclusão ficaram estabelecidos: artigos
que apresentaram duplicidade nas bases pesquisadas, revisões integrativas e textos
10

sem elemento relevante ao escopo do estudo. A pesquisa foi executada nos meses
de junho e julho de 2021.
As buscas foram realizadas por meio do acesso à plataforma Biblioteca Virtual
em Saúde (BVS) e ainda, plataforma United Station National Library of Medicine
(PubMED), sendo detectadas as bases de dados: Literatura Latino Americana e do
Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Medical Literature Analysis and Retrieval
System Online (MEDLINE), BDEnf e IBECS.
Os descritores foram validados nas plataformas Medical Subject Headings
(MeSH) e Descritores Ciências da Saúde (DeCS). Além destes foram utilizadas
palavras-chave, normalmente aplicadas em textos referenciais à temática, como:
"Gestante", "Puérpera", "Tecnologia Leve", "Cuidados de Enfermagem", “Depressão
Pós-Parto” e "Transtorno Puerperal". O quadro 1 apresenta a estratégia de busca
realizada na plataforma BVS, com a aplicação do operador booleano “AND”, para
cruzamento entre os descritores, a fim de atingir o máximo de achados bibliográficos
para posteriores seleções.

Quadro 1. Estratégia de busca via plataforma BVS. Teresina PI, 2021.


Base Estratégia de busca Resultados
de
dados
Medline (Depressão Pós-Parto) AND (Cuidados de enfermagem) 135
BDEnf (Depressão Pós-Parto) AND (Cuidados de enfermagem) 12
Lilacs (Depressão Pós-Parto) AND (Cuidados de enfermagem) 10
IBECS (Depressão Pós-Parto) AND (Cuidados de enfermagem) 6
Medline (Transtorno Puerperal) AND (Cuidados de enfermagem) 13
BDEnf (Transtorno Puerperal) AND (Cuidados de enfermagem) 2
Lilacs (Transtorno Puerperal) AND (Cuidados de enfermagem) 1
Lilacs (Gestante) AND (Cuidados de enfermagem) AND 2
(Tecnologia Leve)
BDEnf (Gestante) AND (Cuidados de enfermagem) AND 1
(Tecnologia Leve)
TOTAL ESTUDOS 182
Fonte: a autora
11

Já o quadro 2 apresenta busca realizada na plataforma PubMed, também com


a utilização do operador booleano “AND” entre os descritores, conforme apresentado
a seguir:
Quadro 2. Estratégia de busca via plataforma PubMed. Teresina PI, 2021.
Base de Estratégia de busca Resultados
dados
Medline ((Depression, Postpartum) AND (Nursing Care)) 38

TOTAL ESTUDOS 38
Fonte: a autora

Portanto, após aplicação dos descritores e filtros de seleção, totalizou-se 220


(duzentos e vinte) artigos, que após analisados por meio da leitura dos resumos,
objetivos e resultados, 211 (duzentos e onze) foram descartados por não atenderem
ao escopo do estudo ou estarem repetidos nas diferentes bases de dados, restando
para a amostra final 09 (nove) artigos. A figura 01 ilustra como aconteceu o fluxo de
seleção dos artigos:
Figura 1. Fluxograma de seleção dos artigos, Teresina PI, 2021.

“ Cuidados de Enfermagem”; “Depressão Pós-Parto”; “Transtorno


Puerperal”; “Gestante”; “Tecnologia Leve”

Medline BDEnf Lilacs IBECS

185 artigos 16 artigos 12 artigos 01 artigo


excluídos excluídos excluídos excluídos
após análise após análise após análise após análise

07 artigos 01 artigo 01 artigo 0 artigo


restantes restante restante restante

TOTAL DE ARTIGOS PARA AMOSTRA FINAL: 09

Constituída a amostra, realizou-se a extração dos conteúdos e formulação da


discussão de acordo com os seguintes detalhamentos: Autor/Ano, Contribuições da
Tecnologia leve, Conclusão (Quadro 03). Após este processo, os artigos foram lidos
novamente e discutidos conforme a temática em questão.
12

4 RESULTADOS

As publicações científicas selecionadas para a pesquisa compreenderam um


total de 09, distribuindo-se em 01 artigo descritivo quali-quantitativo, 02 relatos de
experiência de caráter descritivo-qualitativo, 01 artigo qualitativo com análise
retrospectiva, 01 artigo quantitativo, conforme consta no Quadro 03, a seguir:

Quadro 3. Artigos selecionados para a revisão integrativa. Teresina PI, 2021.


Autor/ Ano Contribuições da Conclusão
Publicação Tecnologia Leve
MACHINSKI, E.; Autonomia Conclui-se que o material educativo proposto no
RAVELLI, A. P. X., Vínculo referido projeto foi uma ferramenta eficaz no
2020. Corresponsabilidade processo ensino (enfermeiro) e aprendizagem
(puérperas), a partir da educação em saúde
desenvolvida sobre o pós-parto e aleitamento.

SOUZA, D. V. R. et Acolhimento A elaboração de uma tecnologia leve proporcionou


al., 2020 Autonomia o compartilhamento de informações para melhor
Diálogo esclarecer as causas e os tratamentos para
Escuta depressão durante e após o parto, além de
Vínculo fortalecer a necessidade de acompanhamento com
Sensibilidade equipe multiprofissional e a importância do apoio
Empatia/Alteridade familiar, também as consequências após este
período, como comportamental, psíquico, e os
fatores causadores da depressão.

CHRZAN-DETKO, Diálogo A depressão perinatal é evitável e o


M.; WALCZAK- Vínculo aconselhamento é um candidato principal para uma
KOZŁOWSKA, T., Escuta prevenção inovadora e baseada na ciência da
2020. Sensibilidade depressão perinatal

COREY, K. M. A et Acolhimento O feedback qualitativo revelou temas importantes,


al., 2019. Vínculo incluindo o efeito da intervenção nos estados
Sensibilidade mentais, emocionais e físicos das mães e o efeito
calmante da música em seus recém-nascidos,
atenuando riscos para depressão pós-parto.

VIANA, R. R. et al., Acolhimento Os processos de diálogo e atenção fazem parte do


2019 Diálogo acolhimento da mulher e possuem comprovação
Escuta científica no desfecho do parto. A utilização de
Vínculo técnicas relaxantes durante o parto pode propiciar
Sensibilidade um melhor conforto físico, oferecendo a tecnologia
Empatia/Alteridade para dar qualidade à assistência e proporcionar à
parturiente uma experiência positiva, evitando
transtornos puerperais.
13

SANTOS, I. D. L. et Acolhimento Nos casos de gestações e partos de alto risco,


al., 2018. Autonomia deve-se compreender acompanhamento clínico
eficiente, uso de tecnologias leves para
empoderamento da mulher sobre seu diagnóstico e
autocuidado, bem como condições efetivas de
acesso à instituição de referência para o parto
adequado, minimizando riscos e evitando agravos
à saúde da mulher.

SILVA, et al., 2018. Acolhimento O contato e a permuta de vivências entre as


Escuta gestantes foi relevante, e compartilhar sentimentos
Diálogo e experiências propiciou aprendizado mútuo. Falou-
Autonomia se sobre a similaridade das vivências, facilitando a
Empatia/Alteridade passagem pelo período gestacional com mais
tranquilidade e reduzindo a sensação de medo que
afetava as gestantes que vivenciavam a gestação
pela primeira vez

RODRIGUES, M; S. Corresponsabilidade Sendo o plano de parto uma tecnologia leve, ele


2017 Autonomia contribui para o exercício da autonomia da mulher
no processo de parto e nascimento, uma vez que
as parturientes reportaram terem tido experiências
repletas de informações de qualidade, serenidade,
segurança e humanização, dirimindo assim as
incidências de depressão pós-parto.

PAIVA, B. R. P; Vínculo A aplicação da tecnologia facilitou o processo de


SOUZA, E. T., 2015. Autonomia ensino-aprendizagem entre as puérperas e os
profissionais de saúde, no que se refere à
orientação sobre período puerperal, como
mudanças biológicas, psicológicas e sociais,
revelando-se uma maneira mais estimulante e
atrativa, por meio de dicas e ilustrações, facilitando
o processo de esclarecimento de dúvidas dessas
mães, diminuindo assim a sensação de angústia,
medo, insegurança, agravantes para a depressão
pós-parto.

Fonte: a autora

Analisando os artigos, pode-se observar que praticamente todas as produções


foram elaboradas por pesquisadores e profissionais da enfermagem. Quanto ao ano
de publicação, 03 artigos foram publicados em 2020 (30%), 02 em 2019 (22%), 02 em
2018 (22%), 01 em 2017 (11%) e 01 em 2015 (11%), totalizando 09 artigos. O gráfico
01 demonstra esse resultado:
14

Gráfico 1. Percentual das Publicações quanto ao ano.


Teresina PI, 2021.

11%
11% 34% Ano - 2020
Ano - 2019

22% Ano - 2018


22% Ano - 2017
Ano - 2015

Fonte: da autora

As publicações encontradas expressam um predomínio da homogeneidade na


composição das tecnologias leves utilizadas no contexto pré-natal, evidenciada pelo
equilíbrio entre as mesmas na distribuição dos trabalhos científicos. A distribuição da
temática tecnologia leve ficou então distribuída da seguinte maneira: Autonomia
(19%), Corresponsabilidade (2%), Acolhimento (16%), Escuta (13%) e Vínculo (19%).
O gráfico 2 mostra claramente essa distribuição:

Gráfico 2. Percentual das publicações quanto à


apresentação do tema Tecnologia Leve. Teresina, PI, 2021.

Autonomia
9% 19% Corresponsabilidade
12%
6% Acolhimento
15% Diálogo
15%
Escuta
12% 12%
Vínculo
Sensibilidade
Empatia/Alteridade

Fonte: da autora
15

5 DISCUSSÃO

5.1 Tecnologias leves e os cuidados de enfermagem

As tecnologias leves na assistência de enfermagem representam o cuidar e a


atitude reflexiva, a fim de assimilar de maneira individualizada e holística, esse
cuidado recebido pela usuária. O aspecto comunicacional desta ferramenta de saúde,
sobretudo o não verbal, é o que promove as relações interpessoais. Dessa forma, o
profissional de enfermagem deve ser responsivo às expectativas das pacientes
gestantes e puérperas, visto esta clientela estar em situação vulnerável e que requer
cuidados específicos (MACHINSKI, E.; RAVELLI, A. P. X., 2020).
Sendo assim, as tecnologias relacionais estão fortemente vinculadas à
prestação de um serviço que assegure viabilidade do exercício da cidadania e que se
solidarize com as particularidades que convive a gestante e a puérpera. Devido a essa
magnitude, as principais (acolhimento, vínculo, autonomia e responsabilização) e as
secundárias (empatia, sensibilidade, escuta e diálogo) foram introduzidas ao que
concerne à assistência pré-natal (SILVA et al., 2018).

5.2 Contribuições da Tecnologia leve para a assistência às gestantes e


puérperas, no enfrentamento e prevenção da depressão pós-parto

Dentre as tecnologias leves que podem ser empregadas na assistência às


gestantes e puérperas, a empatia desponta como a capacidade de assimilar o modo
de ver e viver do outro, sem com isso perder sua identidade. Sendo assim é uma
importante contribuinte nos cuidados de enfermagem, pois abrange componentes
cognitivos, afetivos e comportamentais. Sousa et al. (2020) asseveram que essa
aplicação da tecnologia leve proporciona o compartilhamento de informações para
melhor esclarecer as causas e os tratamentos para depressão durante e após o parto,
além de fortalecer o vínculo entre profissionais e usuárias dos serviços de saúde.
O reconhecimento das emoções constitui um dos requisitos cognitivos da
empatia, assim, o componente afetivo da empatia expressa uma tendência a
16

experimentar sinais de simpatia e de compaixão pelos outros, além de preocupação


genuína com o bem-estar do outro (VIEIRA, 2016).
Outro conceito que surge a partir da tecnologia leve é a sensibilidade, a qual
permite os profissionais de enfermagem experimentarem sentimentos de compaixão,
simpatia pela humanidade; piedade, empatia, ternura. Essa receptividade afetiva
contribui no cenário de vulnerabilidades de cunho biológico, social, emocional em que
se encontram mulheres gestantes e puérperas, sendo práticas com resultados muito
positivos. Neste escopo, Viana et al. (2019) explicam que a sensibilidade é
fundamental para a humanização do cuidado, isso requer substituições de paradigmas
meramente intervencionistas e mecânicos, e a priorização do aperfeiçoamento da
qualidade do apoio que será prestado às gestantes e puérperas. Silva et al (2010)
destacam que um dos papéis do enfermeiro nesse cuidado é “acolher com mais
sensibilidade e resolutividade quando houver agentes complicadores como o
abandono do parceiro ou da família, discriminação e isolamento social”.
A autonomia é um benefício advindo da tecnologia leve, mas que no entanto,
pode ser um desafio, uma vez que pode ser confundida com um autoritarismo
arbitrário por parte dos profissionais de saúde, prejudicando a qualidade na
assistência. É o momento em que o profissional de saúde costuma influir nas decisões
de saúde dos usuários. Visto que esse atributo é primordial para manter a vitalidade
do processo de humanização do cuidar, Rodrigues (2017) pontua que esta tecnologia
leve contribui para o exercício da autonomia da mulher no processo de parto e
nascimento, uma vez que as parturientes reportaram terem tido experiências repletas
de informações de qualidade, serenidade, segurança e humanização, dirimindo assim
as incidências de depressão pós-parto, resta, portanto, o profissional de saúde
respeitar a decisão da paciente sem exercer influência sobre suas vontades, contanto
que estas não provoquem agravos à saúde desta.
No que se refere à corresponsabilidade, entende-se esta tecnologia leve como
condição fundamental para o processo de reorientação da organização e de práticas
em saúde (VIEIRA, 2016). Dessa forma, Rodrigues (2017) ao abordar sobre a
aplicação e valorização do plano de parto em uma unidade pública de saúde, ilustra a
importância da corresponsabilidade como tecnologia leve. Quando o plano de parto é
realizado pela paciente de forma consciente e quando o profissional que a recebe na
17

maternidade acolhe e valoriza esse documento, ambos promovem um ambiente de


compromisso e respeito, promovendo uma sensação de segurança e felicidade na
gestante/puérpera em função da consolidação da assistência humanizada.
A escuta e o diálogo estão diretamente conectados por meio de uma relação
mútua, “baseada na autêntica intencionalidade do protagonismo de todos os
envolvidos no cuidado” (VIEIRA, 2016). Os autores Paiva e Souza (2015); Machinsky
e Ravelli (2020), Chrzan-Detko e Walczak-Kozłowska (2020), Viana et al. (2019), Silva
et al. (2018). Starfield (2005, p. 148) apresentam as mesmas colocações sobre estas
duas tecnologias leves, asseverando que os processos de diálogo e atenção possuem
comprovação científica no desfecho do parto. A utilização destas técnicas dá
qualidade à assistência e proporciona às gestantes e puérperas uma experiência
positiva, evitando possíveis transtornos puerperais.
A partir da estruturação propiciada pelas tecnologias leves, o vínculo torna-se
um produto consequencial da compostura, pois o mesmo só se forma a partir do
momento em que se mostra interesse pelos problemas e experiências do outro.
18

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A experiência da maternidade é o momento em que emergem sentimentos


ambivalentes na mulher e, com a concepção e chegada do bebê, esse turbilhão de
emoções e mudanças físicas podem gerar problemas de saúde emocional devido
fatores biopsicossociais que colocam as gestantes e puérperas suscetíveis à
depressão pós-parto.
Foram notórias as dificuldades para a implantação da tecnologia leve na
assistência pré-natal identificadas nos estudos da amostra, considerando a
manifestação de entraves diversos, como a falta de recursos físicos, ambientação
adequada, escassez de fomento para implantação das políticas públicas em saúde,
despreparo profissional quanto ao lidar as tecnologias em saúde, comunicação falha
tanto do profissional, como das usuárias, entre outros.
Em tempo, foi perceptível os contribuintes da tecnologia leve para a
assistência às gestantes e puérperas, no enfrentamento e prevenção da depressão
pós-parto. Atributos como acolhimento, autonomia, diálogo, escuta, vínculo,
sensibilidade, entre outros. Nos artigos que discutem esse tema estes atributos
distribuíram-se de maneira irregular, logo, cabe refletir se elas de fato estão sendo
inseridas nas práticas de assistência às gestantes e puérperas, da mesma forma em
que são preconizadas.
Em detrimento da escassez de material científico publicado referente ao
objeto de estudo, há de se refletir e questionar a respeito da pertinência dada na
dinâmica do cuidado oferecido às gestantes e puérperas em risco de depressão pós-
parto, sendo que, essa carência, embora explícita na teoria, também revela
implicitamente, uma lacuna na atuação do profissional de saúde no contato com esta
clientela, de maneira a atender o que preconiza o atendimento humanizado.
Cabe-se também referir que as tecnologias leves, apontadas como
condutoras da linha de cuidado, não são inseridas em mesma magnitude na Política
Nacional de Humanização do Pré Natal e Parto (PNPH), perdendo espaço para as
tecnologias leve-duras e duras. E não sendo abarcadas profundamente nesse
documento norteador, dificilmente serão tidas como prioridades no manejo dessa
população específica.
19

7 REFERÊNCIAS

ALBERICI, A. S. R. et al. Visão holística acerca da depressão pós-parto. Anais de


Congresso Internacional de Pesquisa, Ensino e Extensão. CIPEEX, v.2, p. 991-
1001, dez. 2018. Disponível em:
http://anais.unievangelica.edu.br/index.php/CIPEEX/article/view/2895. Acesso em:
02 jul. 2021.

CAÑÓN, M.; BUITRAGO-GÓMEZ, Q. La pregunta de investigación en la práctica


clínica: guía para formularla. Revista Colombiana de Psiquiatría, v. 47, n. 3, p. 193-
200. jul., 2018. Disponível em: http://www.scielo.org.co/pdf/rcp/v47n3/0034- 7450-rcp-
47-03-00193.pdf. Acesso em: 02 jul. 2021.

CROSSETTI, M. G. O. Revisão integrativa de pesquisa na enfermagem o rigor


cientifico que lhe é exigido. Rev Gaúcha Enferm. Porto Alegre, v. 33, n. 2, p. 8–9,
jun. 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rgenf/v33n2/01.pdf. Acesso em: 02
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CHRZAN-DETKO, M.; WALCZAK-KOZŁOWSKA, T. Depressão pré e pós-parto – as


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