Você está na página 1de 4

CURSO DE DIREITO

9° PERÍODO - NOTURNO

ÉTICA JURÍDICA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4ª


VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ITUIUTABA/MINAS
GERAIS
FRANCISCO ALCILÂNDIO FERREIRA LIMA, e GENILSON
FERREIRA DE MELO, requerentes previamente e devidamente qualificados nos
autos nº 34206079559-4, em tramitação neste respeitável juízo, comparecem
respeitosamente perante V. Exa., por intermédio de seu Advogado, infra-assinado, com
escritório, sito a Rua XXX, nº XXX, onde recebe intimações e notificações, art. 5º,
inciso LXV, da Constituição da República Federativa do Brasil, pelos fatos e
fundamentos que passa a requerer: REVOGAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA,
aduzindo em suas razões os termos que seguem.

DOS FATOS

O acusado foi preso no dia 04 de agosto de 2006, sob o argumento de estar


envolvido em latrocínio, conforme Boletim de Ocorrência anexado aos autos, o mesmo
se encontra preso e custodiado.
No dia dos fatos GENILSON, funcionário de JUVACI e FRANCISCO, cunhado
de GENILSON teriam matado JUVACI, utilizando um facão (arma branca). Segundo
relatos os requerentes teriam subtraído, após ceifar a vida de JUVACI, uma motocicleta,
uma carteira com documentos pessoais, talões de cheque, cartões de crédito e uma arma
de fogo.

Dos autos consta a versão dos requerentes, contendo confissão espontânea de


GENILSON, que alega ter cometido, crime de HOMICIDIO, motivado pela defesa de
sua esposa, ELDINEIDE, à qual estava prestes a ser estuprada por JUVACI.
DOS DIREITOS

A prisão cautelar é medida excepcional, regida pelo princípio da necessidade,


mediante a demonstração do fumus boni iurise do periculum in mora, porquanto
restringe o estado de liberdade de uma pessoa, que ainda não foi julgada e tem a seu
favor a presunção constitucional da inocência, nos termos do art. 5º da Constituição
Federal.
No mesmo sentido o artigo 7º da Convenção Americana sobre Direitos Humanos
– Pacto de San José da Costa Rica (1969) – que declara o direito a um julgamento em
prazo razoável, sob pena de incorrer em arbitrariedade.
A manutenção da prisão do acusado não merece prosperar, uma vez que este não
preenche os requisitos da prisão preventiva elencados no artigo 312 do CPP.
O acusado possui residência fixa e pretende colaborar com toda a persecução
penal, no que couber. Não oferece risco à instrução criminal e tampouco aos possíveis
envolvidos na persecução penal, razão pela qual não justifica a prisão preventiva. É um
trabalhador honesto e tem família que precisa de seu trabalho para o próprio sustento.
A previsão dos artigos 316 e 319 do CPP é clara quanto a possibilidade de sua
revogação, bem como do caráter excepcional da prisão preventiva. Esses dois
dispositivos legais deixam claro que a prisão preventiva é medida subsidiária e não pode
ser decretada ou convertida sem que antes tenha sido imposta uma medida cautelar
alternativa e, ainda em último caso.
Nesse sentido o professor Luiz Flávio Gomes1:

A prisão preventiva não é apenas a ultima ratio. Ela é a extrema ratio da ultima ratio. A regra é a liberdade; a
exceção são as cautelares restritivas da liberdade (art. 319, CPP); dentre elas, vem por último, a prisão, por expressa
previsão legal. g. n.

Nesse mesmo sentido, a jurisprudência assim explana:

Não demonstrada, suficientemente, a necessidade da prisão preventiva, merece prosperar o pedido de sua
desconstituição. Recurso provido.(RSTJ 106430).

Neste diapasão, é mister observar que:

O indiciado não apresenta nenhum envolvimento com o crime organizado, e não


houve sequer de associação criminosa;
O réu é primário, e possui uma ficha de antecedentes impecável. Nunca foi preso
ou conduzido a casa de apoio para menores, não é usuário de drogas, possui ocupação
lícita - embora se encontre desempregado no momento – sendo um cidadão comum que
nunca representou qualquer perigo para o convívio em sociedade;
A execução do delito não evidencia nenhuma crueldade, não foram utilizados
explosivos  ou outros meios capazes de gerar perigo comum e nem se trata de crime
premeditado no intuito de diminuir as chances de defesa da vítima, do que se pode
concluir que a consumação do crime não apresenta nada de anormal;
O caso não alcançou nenhuma repercussão social, e em nada alterou a
credibilidade da Justiça e do sistema penal.

DO PEDIDO
Diante do exposto, requer à V. Exa.: 

Que seja concedido ao requerente a Revogação da Prisão Preventiva, face à


inexistência dos pressupostos ensejadores de sua manutenção, na forma do artigo

316, do CPP, para responder a todos os atos processuais em liberdade; Vossa

Excelência se digne em conceder a REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA dos


acusados, pelos motivos expostos, e assegurados pela lei, bem como pela doutrina e pela
jurisprudência.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

XXX, XXX de XXX de XXX

XXX

Advogado OAB/XXX

Você também pode gostar