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Capa

Ernesto Jaime Tite

Análise comparativa das Propriedades Mecânicas do Aço Moçambicano e Sul-Africano


caso do varão usado na Construção Civil

Licenciatura em Engenharia de Construção Civil com Especialização em Construção

e Manutenção de Edifícios

Folha do rosto

Indice

LIsta de Figuras

Lista de Tabelas

Lista de Siglas

Declaração de honra
Universidade Pedagógica de Maputo

Maputo

2021
Ernesto Jaime Tite

Análise comparativa das Propriedades Mecânicas do Aço Moçambicano e Sul-Africano


caso do varão usado na Construção Civil

Monografia Científica a ser apresentada na FET


Faculdade de Engenharia e Tecnologia,
Universidade Pedagógica de Maputo para obtenção
do grão académico de Licenciatura em Engenharia
de Construção Civil.

Supervisora
Eng: Teodósia Tchecane

Universidade Pedagógica de Maputo

Maputo

2021
III

Índice

Lista de Gráficos ....................................................................................................................... V

Lista de Tabelas ........................................................................................................................ V

Lista de abreviaturas, e siglas ..................................................................................................VI

Declaração de honra .............................................................................................................. VIII

Dedicatória ...............................................................................................................................IX

Agradecimentos ........................................................................................................................ X

Resumo ....................................................................................................................................XI

Abstract .................................................................................................................................. XII

CAPÍTULO I- CONTEXTO DO ESTUDO ............................................................................ 13

1.0- Introdução ......................................................................................................................... 13

1.1- Problematização e problema ............................................................................................. 13

1.2- Formulação de Hipóteses.................................................................................................. 14

1.3- Delimitação do tema ......................................................................................................... 14

1.4- Justificativa ....................................................................................................................... 14

1.5- Objectivo .......................................................................................................................... 15

1.5.1-Objectivo Geral............................................................................................................... 15

1.5.2- Objectivos específicos ................................................................................................... 15

CAPÍTULO II- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................. 16

2.0 - Definição de conceitos..................................................................................................... 16

2.2.1 - Breve Historial do Aço ................................................................................................. 18

2.2.2 - Importância do aço ....................................................................................................... 18

2.2.3 - Processos de fabrico do aço .......................................................................................... 18

2.2.5 - Processo de Produção do aço em varão por sucata ...................................................... 19

2.2.6 - Etapas de produção do aço. .......................................................................................... 20


IV

2.3 - PROPRIEDADES MECÂNICAS DO AÇO ................................................................... 21

2.3.1 - Principais propriedades mecânicas relacionadas ao aço em varão ............................... 21

2.3.2 - ACÇÃO ESPECIFICA DE ELEMENTOS DE LIGA NO AÇO ............................... 25

2.4 - TIPOS DE AÇO UTILIZADOS EM ENGENHARIA CIVIL ........................................ 31

2.4.1 - Aço carbono em varão atualmente utilizado em construção civil ............................... 31

3.2-População e amostra .......................................................................................................... 32

3.3 - Aspectos éticos a observar na investigação ..................................................................... 32

4.0 - Propriedades Mecânicas do Aço em varão Moçambicano e Sul-Africano atravês do


Ensaio de Tracção. ................................................................................................................... 33

4.1 - Metodologia do ensaio..................................................................................................... 33

4.2 - Método do Ensaio de Tracção do Aço em Temperatura ambiente.................................. 33

4.3 - Equipamentos do ensaio .................................................................................................. 33

4.4 - RELACIONAR AS PROPRIEDADES MECÂNICAS COM OS RESULTADOS DOS


ENSAIOS. ................................................................................................................................ 44

4.4.1 - Resultado de tensão de cedência e dobragem para aço Moçambicano. ...................... 44

4.4.2 - Resultado de tensão de cedência e dobragem para aço Sul-africano ........................... 46

4.5 - CONTROLE DE QUALIDADE ..................................................................................... 48

4.5.1 - Enquadramento normativo e legislativo dos aços para betão armado .......................... 49

4.6 - COMPARAÇÃO DOS AÇOS SUBMETIDOS AO ENSAIO DE TRACÇÃO DA


CLASSE A400NR E A500NR ................................................................................................ 54

4.7 - Ensaio de dobragem......................................................................................................... 58

4.7.1 - Método de dobragem: ................................................................................................... 58

4.7.2 - Resultados dos ensaios de dobragem............................................................................ 58

CAPITULO V- CONCLUSÃO ............................................................................................... 60

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS..................................................................................... 62
V

Lista de Gráficos

Gráfico 1 .................................................................................................................................. 23

Gráfico 2 .................................................................................................................................. 54

Gráfico 3 .................................................................................................................................. 55

Gráfico 4 .................................................................................................................................. 56

Gráfico 5 .................................................................................................................................. 57

Lista de Tabelas

Tabela 1 .................................................................................................................................... 30

Tabela 2 .................................................................................................................................... 35

Tabela 3 .................................................................................................................................... 36

Tabela 4 .................................................................................................................................... 37

Tabela 5 .................................................................................................................................... 38

Tabela 6 .................................................................................................................................... 41

Tabela 7 .................................................................................................................................. 51

Tabela 8 .................................................................................................................................... 53
VI

Lista de abreviaturas, e siglas

A - Temperatura crítica do aço.

ASTM – American Society for Testing Materials.

ACI –AmericanConcreteInstitute.

a - Altura máxima das nervuras.

a1 - Perda de massa em percentagem.

c - Afastamento entre nervuras.

C - Carbono.

d - Diâmetro nominal.

ESTEC – Escola superior Técnica.

Es - Módulo de elasticidade.

FET- Faculdade de Engenharia e Tecnologia

Fe – Ferro.

ft - Resistência à tracção.

f0,2k - Valor característico da tensão de cedência.

fsyd - Tensão de cedência de cálculo.

fy - Tensão de cedência.

fy,máx - Tensão de cedência máxima real.

IP - Índice de Plasticidade.

k - Valor característico de ft /fy.

LEM- Laboratório de Engenharias de Moçambique.


VII

LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil.

LP – Limite de Plasticidade.

NP -Norma Portuguesa.

PCA – Portland CementAssociation.

Rebab- Regulamento de Estruturas de Betão Armado e Pré-Esforçado,

Rm - Tensão de rotura.

Re - Tensão de cedência superior ou tensão limite convencional de proporcionalidade a 0,2%.

Si – Silício

UEM- Universidade Eduardo Mondlane.

UPM- Universidade Pedagógica de Maputo.

YS - Coeficiente de segurança.

ø – Diâmetro.

γs - Coeficiente de segurança para capacidade resistente de cálculo.


VIII

Declaração de honra

Eu, Ernesto Jaime Tite, declaro por minha honra que este trabalho de monografia com tema

Análises comparativa das propriedades mecânicas do aço Moçambicano e sul-africano caso dos
varões usado na construção civil é resultado o da minha investigação com orientação da
Supervisora Eng: TeódosiaTchecane, o seu conteúdo é original e as fontes estão mencionadas na
bibliografia. Declaro ainda que este trabalho nunca foi apresentado em nenhuma outra instituição
para obtenção qualquer grau académico.

Maputo, Outubro de 2021

__________________________________________

Ernesto Jaime Tite


IX

Dedicatória

Ao longo da vida aprendemos e colhemos experiência que nos ajudam a superar desafios que o
percurso da vida proporciona. Esta pesquisa é dedicada a Deus, causa primordial de todas as
coisas. É também dedicada aos meus País Jaime Francisco Tite e Meriamo Levy Mahalambe, aos
meus filhos Linguisse Ernesto Tite, Larissa Ernesto Tite, a minha esposa e toda minha família no
geral e a todos que me acompanharam ao longo de todo percurso, ao meu amigo Orlando
Chissabule que ao longo deste percurso foi como um verdadeiro irmão, a todos meus colegas de
carteira do Curso de Engenharia de Construção Civil.
X

Agradecimentos

Tratando-se mais uma etapa importante no percurso académico e pessoal, quero aqui deixar o
meu sincero obrigado Deus e a todos aqueles que contribuíram para a concretização deste
objectivo. Agradeço à Eng. Teodósia Tchecane minha supervisora por todo o auxílio prestado ao
longo deste trabalho e em especial pela paciência demonstrada para ler, reler e apresentar
sugestões para que este texto se tornasse algo coeso e com valor. Também aos meus progenitores
pois se hoje cheguei onde estou foi em grande parte pelo carinho, suporte e esperança que
depositaram na minha educação. A todos os colegas com quem partilhei o tempo durante os anos
que frequentei o curso de Licenciatura em Engenharia de Construção Civil nesta instituição,
assim como a todos professores que ao longo dos anos contribuíram para a minha formação. O
meu muito obrigado.
XI

Resumo

Este trabalho pretende de um modo geral analisar as propriedades mecânicas do aço usado na
construção civil fabricado em Moçambique e fabricado na África do sul. Sendo feita uma
caracterização exaustiva do material, onde se pretende estudar o comportamento do aço de
acordo com as suas propriedades mecânicas. É também abordada o tipo de aço de utilizado em
obras na engenharia civil, as principais características do aço também os tratamentos dos aços É
descrita o procedimento do ensaio de tracção e ensaio de dobragem do aço, é também feita uma
breve descrição acerca da legislação aplicada ao comportamento do aço para betão armado e são
listados todos os documentos legais aplicáveis a varões de aço, procedendo-se depois a uma
descrição mais elaborada dos mesmos, é demostrada os resultados obtidos no ensaio de tracção e
de dobragem nas tabelas. É abordada os elementos de liga e sua influência no aço. É também
descrita as conclusões e recomendações.

Palavra-chave: Propriedades mecânicas, ensaio de tracção, ensaio de dobragem, varões de aço.


XII

Abstract

This paper intends, in general, to analyze the mechanical properties of steel used in civil
construction manufactured in Mozambique and also in South Africa. Being made an exhaustive
characterization of the material, where it is intended to study the behavior of the steel according
to its mechanical properties. The type of steel used in civil engineering works is also discussed,
the main characteristics of the steel as well as the treatments of steels. The procedure for tensile
testing and bending testing of steel is described. A brief description of the applied legislation is
also made the behavior of steel for reinforced concrete and all the legal documents applicable to
steel bars are listed, followed by a more elaborate description of them, the results obtained in the
tensile and bending tests are shown in the tables. Alloy elements and their influence on steel are
discussed. The conclusions and recommendations are also described.

Keywords: Mechanical properties, tensile test, bending test, steel rods.


13

CAPÍTULO I- CONTEXTO DO ESTUDO

1.0- Introdução
O aço em varão por ser um material de construção que apresenta características técnicas
diferentes uns dos outros devido a sua funcionalidade, é importante que antes do seu uso sejam
verificadas todas as propriedades mecânicas que possam influenciar na sua funcionalidade. O
aço em varão quando submetido ao ensaio torna-se possível conhecer o seu comportamento em
carga e projectar o mesmo a partir do qual ele é feito, de tal maneira que qualquer deformação
resultante não seja excessiva e não ocorra fractura. Qualquer que seja a proveniência do aço, e
apesar de já ter passado de ensaio nos países da sua origem é necessário que seja feito outro
ensaio no lugar onde será utilizado como produto final.

Este trabalho, apresenta (05) capítulos. O primeiro 01) capítulo aborda a introdução, o
Problematização e problema, formulação de hipóteses, delimitação do tema, justificativa, e
objectivos geral e específicos. No segundo (02) capítulo aborda a fundamentação teórica,
definição de conceitos, breve historial do aço, importância do aço, tipos de usinas de produção
do aço, propriedades mecânicas do aço, tipos de aço usados na engenharia de construção civil,
tratamento dos aços. No terceiro (03) capítulo é descrita metodologia da pesquisa. O (04) quarto
capítulo aborda as propriedades mecânicas do aço Moçambicano e Sul-africano através do
ensaio, resultados do ensaio de tracção do aço Moçambicano e Sul –Africano, controle de
qualidade, Rebap, acção especifica de elementos de liga no aço, a comparação dos aços
submetidos ao ensaio de tracção da classe A400 e A500 laminados e o ensaio de dobragem. Pelo
fim no capítulo (05) é feita a conclusão.

1.1- Problematização e problema


Actualmente a indústria do fabrico de materiais metalúrgicos em Moçambique tem vindo a
crescer de forma a fornecer materiais com melhor qualidade. O país fabrica aços laminados a
quente e endurecidos a frio de classe A400 e A500 com configuração da superfície rugosa, e
importa da África sul açoquente e endurecido a frio de classe A400 e A500 com configuração da
superfície rugosa, e lisa. Apesar de o país ter uma produção do aço no dia-a-dia é frequente
14

algumas pessoas singulares ou certas empresas de construção civil que preferem importar ou
comprar e usar o aço proveniente da África do Sul.

Dadas as situações arroladas a questão que se levanta é seguinte: Será que as propriedades
mecânicas do aço em varão produzido em Moçambique são diferentes das propriedades
mecânicas do aço produzido na África Sul?

1.2- Formulação de Hipóteses


▪ H1 - As propriedades mecânicas do aço Moçambicano e Sul Africano não são diferentes.

▪ H2 - As propriedades mecânicas do aço produzido a partir do minério de ferro e da sucata


não são as mesmas.

▪ H3 - As propriedades mecânicas do aço produzido em Moçambique estão de acordo com


o regulamento.

1.3- Delimitação do tema


Este trabalho compreende uma análise das propriedades mecânicas do aço focada em estudo
teórico e prático referente ao ensaio de tracção e dobragem do aço fabricado em Moçambique e
aço fabricado na África do Sul.

1.4- Justificativa
Como Estudante e como um futuro Engenheiro esta pesquisa é relevante, pois me permitirá uma
análise interpretativa a cerca da diferença existente nas propriedades do aço fabricado em
Moçambique e aço fabricado na Africa do Sul, neste caso, a elasticidade, plasticidade, a
dobragem e desdobragem. O processo de análise das propriedades dos materiais é muito
importante pois irá garantir segurança aos utilizadores e nas estruturas. Quando o processo de
análise de materiais não é verificado detalhadamente existe uma possibilidade de estarmos
sujeitos a vários riscos. A análise das propriedades do aço pode ser vista como uma vantagem no
15

que se refere a vida útil dos edifícios e na forma de mitigação dos problemas que possam
aparecer.

Assim sendo o presente trabalho traz contributo em seguintes aspetos:

▪ Em relação á sociedade a análise das propriedades do aço ligados á construção civil, tem
como contributo conhecimento de materiais de construção a usar em obras, de modo a
mitigar riscos que possam acontecer ao longo da vida útil nas estruturas.

▪ Em relação á instituição de ensino o presente trabalho tem como contributo na promoção


da FET da UP –Maputo, como uma instituição de ensino com habilidades de formar
técnicos superiores capacitados a responderem a demanda em vários sectores onde esta se
contra.

▪ Para o autor a realização do presente trabalho lhe dá valia no que concerne a


consolidação do ensino adquirido ao longo da formação servindo como meio de avaliação
do grau de prontidão que o autor apresenta em relação as diversas situações que podem
advir dentro da sociedade.

1.5- Objectivo
1.5.1-Objectivo Geral
Analisar as propriedades mecânicas do aço em varão Moçambicano e Sul-africano.

1.5.2- Objectivos específicos


a) Verificar as propriedades mecânicas do aço em varão Moçambicano e Sul-africano
através do ensaio mecânico.

b) Relacionar as propriedades mecânicas com os resultados dos ensaios.

c) Confrontar os resultados do ensaio com o regulamento.


16

CAPÍTULO II- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.0 - Definição de conceitos


Aço é um produto siderúrgico constituído essencialmente por minério de ferro, apresentando
habitualmente entre 0,2 a 2,1% de carbono, sendo constituído por diversos outros elementos que
são utilizados em menos quantidade, tal como, o crómio,manganês, silício, níquel e vanádio.
Quando é ultrapassado o valor de 2,1% de carbono obtêm-se o ferro fundido
(Lourenço, 2012).

Propriedades mecânicas das matérias definem o comportamento do material quando sujeito a


cargas externas, sua capacidade de resistir esses esforços sem se fraturar de forma
incontrolada.(www.infoescola.com)

Comparação é um processo de identificar através de uma análise que consiste em relacionar entre
dois ou mais objecto, seu principal fundamento consiste em detalhar as semelhanças ou
diferenças que certos elementos apresentam. Isso pode ser feito por meio físico ou simbólico.
Caso disso é a comparação de dois objectos que tem características físicas semelhantes. Sempre
é importante fazer uma verificação das propriedades de materiais (Callister, 2006).

O motivo pelo qual uma pessoa compara uma coisa com outra é diverso e vai de acordo com a
necessidade que ela apresenta naquele momento, um exemplo perfeitamente aplicável é o do um
Engenheiro comparando as obras de seus melhores ferreiros para escolher qual deles irá executar
o seu próximo projeto ( Coutinho, 2002).

2.1 - Revisão da Literatura

O conhecimento das propriedades mecânicas dos materiais é fundamental para os engenheiros


civis, pois o estudo dessas propriedades é necessário para o projecto de estruturas e componentes
que utilizem materiais patronizados pré-determinados, a fim de não haver falhas dos
componentes. Ensaios de tracção e dobragem são amplamente utilizados nas indústrias de
construção civil, com finalidade de avaliar diversas propriedades mecânicas dos metais. A
17

resistência de um material é uma propriedade que apresenta definições distintas, as quais


dependem da área a ser considerada (Callister, 2013).

De acordo com Prof. Dr. BOEIRA e Prof.Ms. BECK Outubro 2007 existem vários critérios nos
quais a decisão final esta normalmente baseada, as condições de serviço a que será submetido o
material, ou seja, análise global do ambiente a que será inserido este material, bem como de
todas as forças que nele atuam.

▪ Possível deterioração deste material (propriedades características) em virtude de actuação


conjunta do meio ambiente, atuação mecânica e características do material.

▪ Factores econômicos relacionados tanto a obtenção, extração, processamento e


manutenção, quanto à própria logística, transporte e armazenamento.

Neste contexto, a correcta especificação de um determinado material torna-se factor primordial


na busca de melhor relação propriedade e custo deste material.A principal característica dos
materiais metálicos está relacionada à forma ordenada com que os seus átomos estão arranjados
no espaço. Em função do arranjo atómico os materiais metálicos apresentam em geral boa
resistência mecânica, e podem ser deformados permanentemente sob acção de forças externos.
Os materiais metálicos são substâncias inorgânicos compostos por um ou mais elementos
metálicos e podem também conter elementos não metálicos, como oxigênio, carbono e
nitrogênio. Os metais são vitais para indústria moderna, pois seu uso ocorre em uma gama de
aplicações excepcionalmente diversificada da indústria mecânica á de construção civil etc.

A maioria dos produtos metálicos excepto aqueles fabricados por processos de eletrodeposição e
da metalúrgica do pó passam pela transformação, em algum estágio da sua fabricação, do estado
líquido para estado sólido. A estrutura formada imediatamente após a solidificação determina as
propriedades dos produtos finais, não somente no caso dos produtos fundidos. A fim de se
aperfeiçoar as técnicas que controlam o tamanho e a forma dos grãos e, a partir delas produzir
material fundido com estrutura homogeneamente composta por grãos finos e equiaxias, tem sido,
por longo tempo um grande sonho dos metalúrgicos.
18

2.2.1 - Breve Historial do Aço


Por volta do século XIX declinou o uso de ferro fundido em favor do ferro forjado, que oferecia
maior segurança. As obras mais importantes construídas entre 1850 e 1880 foram pontes
ferroviárias em treliças de ferro forjado. Entretanto, o grande número de acidentes em obras
usando este tipo de material criou uma necessidade do estudo mais aprofundado de elementos de
ferro com melhores características. O aço já era conhecido desde antiguidade, porém só ficou
competitivo com a descoberta da indústria de processamento. Foi o Inglês Henry Bessemer que
inventou em 1856 um forno que permitiu a produção em grande escala. Em 1864 os irmãos
Martin desenvolveram um outro tipo de forno de maior capacidade, isso porque o aço tornava-se
mas resistente que o ferro fundido. Desde então, o aço rapidamente substituiu o ferro fundido e o
forjado na indústria da construção. O processo Semens-Martin apareceu em 1867.

2.2.2 - Importância do aço


O aço é um componente importante para o funcionamento da economia por meio de
encadeamento de diversas cadeias produtivas. O aço pode ser transformado em diversas matérias
desde uma estrutura para construção civil a uma lata de aço para conservar alimentos. Além de
sua importância para diversos sectores da economia, o aço destaca-se por ser um material 100%
reciclável. Por sua característica é reaproveitada para transformação de outros produtos. O
processo produtivo também vem se tornado cada vez mais sustentável, uma vez que muitas
usinas siderúrgicas do pais têm investido em ações de sustentabilidade por meio de apoio a
projetos socias e uso de tecnologias limpas. Na construção civil o aço esta ligado directamente a
redução de custos, isso acontece porque trata-se de um material fabricado previamente, seguro e
resistente. Além de reduzir o tempo de obra, também reduz o número de pessoas necessárias para
os trabalhos de construção. ( www.acrocabo.com.br)

2.2.3 - Processos de fabrico do aço


É importante ressaltar que o aço é um material 100% reciclável, podendo ser completamente
reutilizado para fabrico de outros produtos. O processo produtivo também evoluiu, se tornado
cada vez mais sustentável com investimento das indústrias tecnológicas limpas e participação em
processos socias. Basicamente o aço é liga de ferro e carbono.
19

O primeiro processo consiste em todo o processo desde a extração dos minérios, o seu tratamento
e todos os processos necessários à transformação desde em aço. Os principais minérios de onde é
extraído o ferro são a hematita (Fe2O3), a magnetite (Fe3O4), a lemonite (hematite hidratada-
FeO(OH).H2O) e a siderite (FeCO3). Estes são bastante abundantes, surgindo frequentemente
em grandes jazigos de superfície ricos em ferro. O segundo processo utiliza como matéria prima
a sucata e tem um processo de menor custo em termos de produção, contribuindo para melhor
sustentabilidade na utilização do aço (Lourenço, 2012)

2.2.4 - Processo de Bessemer


O processo Bessemer foi desenvolvido por William Kelly e Henry Bessemer no final do séc.
XIX. Este processo permitiu a obtenção de aço de baixo carbono que se caracterizava por ser
resistente mecânicamente, dúctil e tenaz. Não era no entanto endurecível por têmpera, embora
pudesse ser produzido e enformado mecanicamente em grande escala de modo económico. Era
um processo onde a descarbonatação da gusa era feita num vaso em forma de pêra, caracterizado
por ter uma tampa através da qual passava um tubo central de argila para soprar o ar através do
metal líquido. Com esse processo foi possível conseguir, no mesmo espaço de tempo, 200 vezes
mais aço que no processo de pudlagem. (Cottrell, 1975).
Bessemer tentava melhorar o processo de pudelagem por intermédio da aplicação de um jacto
de ar quente à gusa líquida e durante essa tentativa tirou conclusões acerca de dois aspetos: o
primeiro era de que o jacto de ar eliminava de forma rápida o carbono e o silício da gusa, e o
segundo era que o calor libertado na reação de oxidação das impurezas era suficiente para manter
o metal em fusão, elevando a sua temperatura até à temperatura de fusão do aço (1600-1650ºC).
O processo é realizado no Convertidor de Bessemer, um recipiente oval revestido por materias
refratários e com capacidade para várias toneladas de gusa líquido. ( Cottrell, 1975).

2.2.5 - Processo de Produção do aço em varão por sucata


Em Moçambique apesar de termos a indústria de extração minéria (minério de ferro) a matéria-
prima para produção do aço é feita a partir da reciclagem de sucata, permitindo a obtenção de um
produto cujo fabrico apresenta uma redução significativa do consumo energético, do impacto no
ambiente e na poluição. Ao chegar à siderúrgica, a sucata a utilizar na produção do aço é
armazenada no parque da sucata onde a sua qualidade é analisada visualmente por técnicos
20

especializados, de modo a fazer uma previsão sobre o tipo e a quantidade de elementos aditivos e
correctores e adicionar quando esta for colocada no forno.

A sucata é então transportada para a aciaria onde é colocada num balde, devendo ter o cuidado
de colocar o material mais pesado (vigas, grandes chapas) entre duas camadas de modo a
prevenir o aparecimento de flutuações de corrente durante o processo de fusão. Esta sucata
poderá passar por uma fase em que é pré-aquecida pelos gases quentes produzidos pelo forno em
funcionamento permitindo uma melhoria do rendimento da operação. Por outro as gorduras e
poeiras existentes na sucata entram em combustão devido às altas temperaturas existentes no
forno, o que origina uma bola de fogo de grandes dimensões. Nesta fase do processo a voltagem
é relativamente reduzida de modo a não causar danos à tampa e às paredes do forno. Conforme a
sucata vai fundindo os eléctrodos vão descendo até atingirem o metal mais pesado, altura em que
a voltagem utilizada pode ser aumentada.
O processo continua até os eléctrodos atingirem a sua posição de funcionamento óptima, altura
em que é finalmente aplicada a máxima voltagem. Neste momento inicia-se a utilização dos
sistemas de eliminação de pontos frios que já foram descritos. Como efeito secundário deste
processo de fusão é produzida a escória. A escória acumula-se por cima do material fundido e é
constituída essencialmente por óxidos metálicos, servindo para absorver impurezas presentes na
sucata e criando uma manta térmica que aumenta a eficiência do processo de fusão, impedindo o
calor de escapar e ao mesmo tempo protegendo a tampa do forno de danos causados por
temperaturas excessivas. Este processo leva aproximadamente meia hora a ser concluído a
temperatura em torno dos 1600° ( Junior, 2013)

2.2.6 - Etapas de produção do aço.


• Preparação da carga.
• Redução.
• Refino.
• Laminação
21

• Preparação da carga
A preparação da carga envolve a aglomeração do minério de ferro com uso de cal e finos de
coque, que dão origem ao sinter. O carvão é transformado em coque após ser processado
(Junior, 2013).

• Redução
As matérias-primas preparadas são expostas no alto-forno ao oxigênio aquecido a uma
temperatura de 1000ºC que é soprado pela parte superior. Ao entrar em contacto com oxigênio, o
carvão produz calor suficiente para fundir a carga metálica e reduzir o minério de ferro no metal
líquido chamado ferro-gusa, que é uma liga de ferro e carbono (Junior, 2013)

• Refino
Nessa etapa, o gusa líquido ou sólido e a sucata de ferro e aço são transformados em aço líquido
nas aciarias elétricas ou a oxigênio. É aqui onde o carbono é removido do gusa (Junior, 2013)

• Laminação
Na última etapa, os laminadores transformam os semi-acabados, lingotes e blocos em diversos
produtos siderúrgicos com diferentes composições químicas (Junior, 2013).

2.3 - PROPRIEDADES MECÂNICAS DO AÇO


2.3.1 - Principais propriedades mecânicas relacionadas ao aço em varão
• Resistência à tracção
• Elasticidade
• Ductilidade
• Resiliência
• Dureza
• Tenacidade
• Maleabilidade
• Resistência
• Resistência à corrosão.
22

As propriedades do aço dependem da sua composição química, de forma mais específica, do seu
teor de carbono ou misturas acrescentadas durante seu processamento, além da maneira em que o
novo material está sendo formado. O comportamento mecânico do aço depende da forma como
foi processado. O conjunto de propriedades mecânicas de um aço irá definir como esse material
irá se comportar sob as solicitações mecânicas especificadas de um projecto.

A composição do aço é de 98,5% de ferro e de 0,5% a 1,7% de carbono, acrescentados de


Silício. Em determinados casos o aço também incorpora o enxofre e o fósforo. Ainda assim, a
maior parte do aço é composta de ferro, que é obtido em siderúrgicas por meio da matéria-prima
Hematita. O carbono, que também está presente na composição, porém em quantidade menor, é
responsável por algumas características do aço, agindo na sua resistência (Seabra, 1968).

• Resistência à tracção
Tratada também como limite de resistência à tracção (ltr) é indicada pelo ponto máximo de uma
tensão-deformação, ou tensão máxima que um material pode suportar ao ser tracionado ou
esticado antes de quebrar (Seabra, 1968).

• Elasticidade
Essa propriedade, por sua vez, como o próprio nome sugere, é a capacidade que o material
possui de ser deformado, quando sobre ele é exercida uma tensão, e retornar ao estado normal
quando esta é retirada. Fazendo uma comparação simples, seria o caso de um elástico esticado
que, ao ser solto, volta ao comprimento que estava anteriormente; se não retornar, o material
entrou no que chamamos de regime plástico, ou seja, permanece deformado. A figura a seguir
ilustra o comportamento de um material nos dois regimes (Seabra, 1968).
23

Gráfico 1

• Ductilidade
Esta propriedade consiste na capacidade que o material apresenta de se alongar até a roptura.
Quanto maior for o valor desse alongamento, maior será sua ductilidade, ou seja, o material
apresentará uma grande deformação antes de romper. Por outro lado, quando o material não
apresenta essa característica e rompe de forma repentina, quer dizer que é frágil ou quebradiço
(Seabra, 1968).

• Resiliência
Essa propriedade trabalha juntamente com a capacidade elástica do material, anteriormente
descrita. Quando um elemento neste caso, o aço está sendo submetido a algum tipo de esforço e
durante esse tempo o corpo está no regime elástico, o corpo está absorvendo toda essa energia
que está sendo depositada sobre ele, que é recuperada quando é cessado o carregamento. Para
essa condição, dá-se o nome de resiliência (Seabra, 1968).

• Tenacidade
Diferente da propriedade resiliência, a tenacidade é a capacidade de absorção de energia de um
material, porém não somente no regime elástico, mas até o momento da roptura do material, ou
seja, compreendendo também o regime plástico. Por exemplo: de todos os ensaios utilizados, o
mais útil é o ensaio de tracção simples, no qual um corpo de prova é traccionado até a roptura
24

sob esforço de tracção uniaxial a uma velocidade constante. A carga necessária para alongar esse
corpo deprova é registrada em função do tempo e do alongamento, que irá gerar a curva tensão-
deformação correspondende ao aço ensaiado ( Seabra, 1968).

• Dureza
É uma medida da resistência à deformação plástica localizada induzida por penetração de um
indentador ou de uma partícula abrasiva, ou a capacidade do aço em preservar as suas
características funcionais sem necessitar de manutenção ou reparação excessiva
( Seabra, 1968)

• Maleabilidade
Maleabilidade é uma propriedade física dos metais que define sua capacidade de ser moldado,
martelado, prensados ou enrolados em chapas finas sem quebrar. Em outras palavras é a
propriedade de um metal de ser deformado sob compressão para assumir uma forma
( Seabra, 1968).

• Resistência
Capacidade de poder resistir durante um tempo a esforço estático ou dinâmico, sem diminuir a
sua qualidade de exercício. O carbono presente na composição do aço aumenta a resistência em
comparação a outros metais. Por isso é procurado por Engenheiros para fazer parte de suas obras
( Seabra, 1968).

• Resistência a corrosão
Esta é a característica mais importante do aço e tem a capacidade de suportar o material a ação
de agentes externos corrosivos(oxidantes) quando em serviço, sem que haja prejuízo de suas
características e funcionalidades mecânicas, dimensionais e visuais. Entre esses agentes podemos
citar: gases, ácidos ( Seabra, 1968).
25

2.3.2 - ACÇÃO ESPECIFICA DE ELEMENTOS DE LIGA NO AÇO


Os elementos de liga actuam eficazmente sobre as características mecânicas e, consequentemente
sobre; o peso das peças a utilizar na construção, a uniformidade das propriedades através de toda
a secção, permitindo a fabricação de peças de grande tonelagem; a capacidade de deformar e
maquinabilidade. A sua contribuição é ainda importante na obtenção de propriedades especiais.

Para as propriedades mecânicas é suficiente a adição de um ou vários elementos de liga em


teores relativamente baixo, não ultrapassando a soma de valor de 5%. No entanto, a obtenção de
propriedades especiais como a resistência à corrosão, ao calor, ao desgaste e ainda propriedades
elétricas e magnéticas, obriga a introduzir no aço adições de elementos em teores elevados,
produzindo-se alterações mais profundas nos constituintes, além de resultarem carbonetos mais
complexos (Seabra,1968).

• Silício
Este elemento é alfagéneo e não carburígeneo e forma uma solução sólida com o ferro a
contracção da rede, até cerca de 18%. A presença de carbono no aço aumenta o limite de
solubilidade do silício (9%) no ferro e por sua vez o ferro contendo silício pode dissolver maior
quantidade de carbono. O silício diminui o teor de carbono do eutectóide. Em relação à
cimentite é um grafitizante, se não existirem ou forem em quantidade insuficiente elementos
geradores de carbonetos o que facilita a descarbonização. A acção do silício faz-se sentir já para
teores de 0,2%, adições elevadas do silício minimizam a fissuração de têmpere, devido ao efeito
que este elemento tem sobre a temperatura de formação da mrtensite e por diminuir a variação de
volume de transformação. A sua acção sobre a temperabilidade reduz a tendência para se formar
austenite residual nos aços Cr-Ni-Mo.

No caso dos aços de baixo carbono, o silício aumenta a resistência à tracção e o limite de
elasticidade devido ao endurecimento da ferrita por solução sólida e diminui a estricção e a
resistência; a ductilidade só é baixada para teores superiores a 25%. Aumenta resistência
eléctrica e tem influência importante nas propriedades magnéticas. Adicionados aos aços Cr;Cr-
W e Cr-Ni aumenta a resistência à oxidação a altas temperaturas. É também aconselhavel nos
aços resistentes à corrosão e ao desgaste (Seabra,1968).
26

• Manganês

Este elemento é gamagéneo e fracamente carburígeneo e pode formar soluções sólidas quer com
o ferro (onde a solução é elevada) quer com o ferro de 15 a 18% com a cementite dá carboneto
(FeMn)3 C no qual ¼ dos átomos de ferro de ortorrômbica da cementite fica substituída por
átomos de manganês. A presença deste elemento baixa o teor de carbono do eutectóide,
aumentando a relação perlite / ferrite e a perlite tem uma estrutura lamelar mais fina. É um
importante estabilizador da cementite e da austenite, o que o torna um dos elementos mais
correctamente utilizado para aumentar a temperabilidade. Para teores superiores a 4,4% baixa
consideravelmente os pontos de transformação particularmente (Ar3) incluído omartensite, o que
facilita a decomposição de austeniteem martensite por simples arrefecimento.

Para teores em manganês superiores a 9% obtém-se aços autênticosaos quais pertencem os aços
Hadfield (C =1,2 % Mn =12 a 13%) de alta resistência e resiliência, dúcteis e muito resistente ao
desgaste. O endurecimento da ferrite e o aumento da relação perlite/ferrite aumenta a resistência
a tracção e, particularmente, o limite de elasticidade, mas diminui o alongamento e a capacidade
de deformação. Ainda sobre este aspecto é importante acção conjunta do Si que melhora as
qualidades da plasticidade.

O manganês até 1% não prejudica a soldabilidade do aço macio, mas o excesso do manganês (>
0,7%) nos aços de alto teor de carbono favorece o aparecimento de fissuras de têmpere. Dadas as
influências acima referidas, aliadas a um preço económico do metal, o manganês é um dos
elementos de adição mais utilizado nos aços correntes de alta resistência, sobretudo aliado a
silício. Como uma parte do manganês é aproveitada na elaboração do aço para se combinar com
enxofre, ele só é geralmente considerado como de liga quando o seu teor é superior a 0,60%
parecendo ser a relação manganês (1,2% Mn a 1,6% Mn / o,25% C a 0,30% C). Os teores em
manganês devem ser inferiores a 2% para valores superiores a 1,6% o aço torna-se demasiado
duro (Seabra,1968).

• Níquel
É também um elemento gamagéneo e sua solubilidade no ferro é total, mas no ferro dá soluções
sólidas até cerca de 25%. Não tem tendências de formar carbonetos, o que lhe dá uma aceitação
27

particular nos aços de cementação, reduz a descarbonização e evita cuidados de homogeneização


durante a austenitização.

Baixa também o teor de carbono e a temperatura do eutectóide o que facilita os tratamentos


térmicos. Quando o teor em Níquel é superior a 30% os aços são totalmente autênticos à
temperatura ambiente e sob quaisquer condições de arrefecimento, como é evidente. O
importante abaixamento que o níquel permite da temperatura de têmpera é a elevada
estabilização da austenitefacilitam a obtenção de aços totalmente martensíticos e sem fissuração.
Deste modo com fraca percentagem de níquel (< 5%) e de carbono tem suas características
mecânicas melhoradas, especialmente no estado de revenido. Nos aços de teores em carbono
elevado, o níquel melhora a ductilidade e a resistência à tenacidade (Seabra,1968).

• Crómio
É alfagéneo e fortemente carburígeneo. É parcialmente solúvel no ferro até 12,5%, solubilidade
que aumenta com a presença de carbono (20% para 0,5% C) no a solubilidade é total. Com o
ferro forma um composto (FeCr) – fase sigma, frágil e não magnética - nas percentagens de 30 a
65% que parece nos aços de baixo teor de carbono e com percentagens de crómio superiores a
30%. Quanto ao revenido, retarda a diminuição de dureza sobretudo a temperaturas maiores (>
425oC) o que permite revenido a temperaturas de crómio elevadas. Para baixos teores de
carbono (<3%) verifica-se uma diminuição da dureza que, por vezes, é inferior à do aço não
ligado.

Aumenta as propriedades mecânicas do aço como a dureza, a tensão de rotura, o limite de


elasticidade e a resiliência e, aliado ao molibdénio, melhora a resistência a fluência. É também
adicionado ao aço sempre que se pretende uma boa resistência ao desgaste. Entre os elementos
de liga distingue-se, do ponto de vista de corrosão, por ser o único resistente à oxidação devido à
formação de carbonetos complexos duros e extremamente resistente à oxidação mesmo a
temperaturas elevadas (Seabra,1968).
28

• Molibdénio
É também um elemento alfagénio e fortemente carburígeno tem uma solubilidade reduzida no
ferro cerca de 3% que aumenta para 8% na austenite com 0,3% C, mas é bastante maior no ferro
(37,5%) expandindo a rede cúbica de ferrite. Os efeitos desde elemento nos aços são o resultado
da sua acção sobre a ferrite, em solução sólida e sobre a composição, a formação e a distribuição
dos carbonetos. Produz um forte endurecimento secundário durante o revenido, e a uma
temperatura mais elevada que o crómio que se opõe também à diminuição da dureza. Isto dá
lugar a que os aços crómio –molibdéneo com cerca de 4% C conservam uma boa dureza e uma
resistência excepcional, sensivelmente proporcional ao teor em molibdénio, a temperaturas que
pode ir até 500oC. Contrabalança ainda a tendência para fragilidade de revenido provocada no
aço por outros elementos como: Cr, Mn, Ni.

O molibdénio actua sobre propriedades muito diversas do aço e o seu emprego generaliza-se
cada vez mais pela contribuição efectiva e económica para características pretendidas, sendo
invariavelmente usado em complemento de outros elementos de liga. Assim, confere aos aços de
construção boa resistência à tracção, alta tenacidade e boa ductilidade; aliado ao níquel e crómio,
nos aços inoxidáveis melhora ainda a resistência à corrosão, melhora a resistência à fluência a
quente sobretudo na percentagem de 0,5% e confere boas propriedades mecânicas para a sua
utilização a temperabilidade elevada. Os aços com molibdénio oferecem também boa resistência
ao desgaste (Seabra,1968).

• Vanádio
É alfagéneo e muito fortemente carburígeneo. A sua solubilidade no ferro é muito fraca.
Todavia, dada a sua grande afinidade para o carbono, este elemento encontra-se no aço,
essencialmente, sob forma de carbonetos. Estes carbonetos são menos solúveis na austenite do
que os de crómio e manganês, mais do que o de titânio. Assim acção do vanádio sobre
características mecânicas pode ser variável consoante o seu teor, a temperatura e a duração de
austenitização, depende ainda das precipitações primária de carboneto dissolvido no
arrefecimento da austenite e das precipitações secundária ou de revenido de martensite. Dum
modo geral pode afirmar-se que, para teores fracos em vanádio (<0,08%) as características
mecânicas, tensão de rotura e limite de elasticidade, são mais elevadas, e o alongamento e a
29

resistência modificados. A resiliência parece ser tanto melhor quanto menor for o teor em
vanádio dissolvido em ferrite. A adição de 0,1% de vanádio parece melhorar a relação limite de
elasticidade/tensão de rotura e elevar temperatura de revenido de aços temperados sem afectar
desfavoravelmente a estricção.

Para teores de cerca de 0,3% tem grande interesse no caso de peças forjadas, pois a temperatura
de austenitização pode ser elevada sem os perigos dos sobreaquecimentos. O vanádio aliado ao
molibdénio melhora a resistência ao desgaste (Seabra,1968).

• Cobre
É gamagéneo e não carburígeneo. É pouco solúvel quer no ferro de malha cúbica de faces
centradas quer no ferro de malha cúbica de faces centrada onde o máximo de solubilidade é de
0,35% baixo de 650oC. Encontra-se no aço apenas sob forma de solução sólida. Esta
solubilidade muito limitada determina que os aços com mais de 0,6% Cu possam ser endurecidos
por precipitação. Ao exceder o limite de solubilidade, o cobre aparece num constituinte rico em
cobre, sob forma de partículas muito dividida geralmente não observáveis ao microscópio óptico.
O efeito de endurecimento provocado por esta precipitação diminui com aumento do teor em
carbono no aço.

O cobre tem pouca influência sobre a ductilidade, mas eleva bastante o limite de elasticidade,
melhorando, portanto, a relação limite de elasticidade, tensão de rotura. Aumenta a resistência à
corrosão a atmosférica (Seabra,1968).
30

Tabela 1
Teores dos principais elementos de liga contidos nos aço em varão.
Elementos de liga Aços não ligados Aços fracamente Aços ligados ou
ligados especiais
Si - Silício 0,1 a 0,5 1,30 a 2,0 4,0 a 5,0
Mn - Manganês 0,4 a 0,8 0,50 a 1,50 > 2,10
P - Fosforo < 0,060 - -
S - Enxofre <0,060 - 0,15 a 0,30
Cr - Crómio < 0,4 1,0 á 2,0 >2,0
Ni - Níquel < 0,5 1,0 á 2,0 >2,0
Mo - Molibdénio < 0,20 0,20 á 0,50 >0,50
W - Tungsténio - 0,50 >1,0
Va - Vanádio < 0,05 0,16 á 0,20 -
Al - Alumínio < 0,10 - 9,0 a 11,0
Cu - Cobre < 0,3 - 0,40 a 1,0
N - Azoto < 0,010 - -
B - Boro < 0,003 - -

Fonte: Antera Valeriana de Seabra /Lisboa 1968.


31

2.4 - TIPOS DE AÇO UTILIZADOS EM ENGENHARIA CIVIL


Na engenharia civil existem vários tipos de aços com a finalidade de dar maior resistência a
várias e diferentes solicitações. Deste modo, uma das tarefas mais difícil é escolher um tipo de
aço adequado para uma determinada aplicação em que diversos factores como a geometria,
dimensões disponíveis, o custo e as propriedades requeridas terão de ser considerados. Uma
possível complexidade associada à selecção do material, primeiro consiste na consulta de
catálogos do fabricante que vai disponibilizar o aço na obra. Hoje há uma grande variedade de
aços de construção possibilitando aumento da resistência em determinadas peças sem aumentar
excessivamente geometria das mesmas acitar: aços carbono, aços microligados, aços de liga
temperados e revenidos, aços inoxidáveis (Taylor 2000).

2.4.1 - Aço carbono em varão atualmente utilizado em construção civil


O aço carbono é a composição da liga que confere ao aço o seu nível de resistência mecânica. O
carbono é o principal elemento endurecedor em relação ao ferro. Outros elementos como
manganês, o silício e o fósforo, participam igualmente no ajuste do nível de resistência do aço. A
quantidade do carbono no aço define a sua classificação em baixo carbono 0,30% do elemento
do carbono, médio carbono apresenta de 0,30% a 0,60% e o alto carbono possuem de 0,60% a
1,00%. No entanto adicionadas pequenas proporções de carbono altera radicalmente proporções
mecânicas do ferro (Taylor 2000).

2.4.2 - Aços em varão com Baixo teor de carbono

Possuem baixa resistência e baixa dureza e alta tenacidade e ductilidade. A ductilidade é a


propriedade que representa o grau de deformação que um material suporta até o momento da
fractura. É usinável e soldável, além de apresentar baixo custo de produção. A quantidade do
carbono nesses elementos é de 0,30% do teor de carbono.

Aplicação: Os perfis estruturais por serem versáteis, leves e resistentes são muito utilizados na
construção civil em prédios, casas, pontes, e viadutos como vigas, pilares, asnas (Taylor 2000).
32

CAPÍTULO III- METODOLOGIA DA PESQUISA

3.0 - Metodologia
É o momento em que o investigador especifica todo o conjunto de métodos e técnicas utilizados
para a realização da pesquisa e para o alcance dos objectivos ou das metas propostas. A
Metodologia pode por isso ser sinónimo de estratégia. É a opção declarada por um determinado
tipo de pesquisa ou de estudo. É a definição do momento em que se irá proceder à recolha de
dados. A pesquisa deve ser sustentada pelo caminho que o autor toma em consideração para
elaboração do mesmo não sendo diferente. O presente trabalho de pesquisa foi elaborado tendo
em conta as seguintes metodologias da pesquisa:

3.1 - Metodologias
Quanto a pesquisa do campo é bibliografica e experimental, quanto a bordagem é qualitativa,
quanto ao métedo de abordagem é indutivo, quanto ao métedo de procedimento é experimental
e comparativo, quanto a técnicas e instrumentos é levantamento documental.

3.2-População e amostra
Para presente pesquisa a População é todo universo do aço em varão fabricado na cidade da
Matola e todo aço em varão importado da África do Sul. Como amostra foi parte representativa
do universo a ser pesquisado.

3.3 - Aspectos éticos a observar na investigação


Quanto aos aspectos éticos o presente trabalho de pesquisa foram respeitados das directrizes e
critérios estabelecidos no que se refere em zelar pela legitimidade das informações privacidade e
sigilo das informações quando necessárias tornando os resultados desta pesquisa pública.
33

CAPÍTULO IV - ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS RESULTADOS.

4.0 - Propriedades Mecânicas do Aço em varão Moçambicano e Sul-Africano atravês do


Ensaio de Tracção.
4.1 - Metodologia do ensaio
Para realização do ensaio de tracção do aço nacional consistiu em recolha de amostra de varão de
aço na Construa localizada na Cidade da Matola, que vende aço fabricado na Simbe Indústria
Siderúrgica Lda, e também recolha de amostra de varão de aço na BildersWereHouse que vende
o aço Sul-africano produzido pela Arcelomital. As amostras foram levadas para Laboratório de
Engenharia de Moçambique (LEM) para os respectivos ensaios de Tracção e ensaio de
Dobragem, verificação de tensão de cedência e tensão de roptura, alongamento. A realização do
ensaio obedeceu normas impostas pelo Regulamento de Estrutura de Betão Armado e Pré-
Esforçado. Para este ensaio utilizou-se a norma portuguesa usada neste momento no Laboratório
de Engenharia de Moçambique (LEM).

Descrição do local do ensaio- (LEM) Laboratório de Engenharia de Moçambique.


O LEM é uma instituição estatal consignada para supervisionar, investigar, controlar os

materiais de construção apoiando-se em normas e especificações que regulam a execução de


obras com qualidade.

4.2 - Método do Ensaio de Tracção do Aço em Temperatura ambiente


A preparação das amostras consistiu essencialmente em cortar o aço no cerrote mecânico em
medida padrão para que possa ajustar na prensa universal hidráulica, pesar o corpo de prova e
marcar o corpo de prova no marcador manual com um espaçamento igual a 5mm de modo a
medir o alongamento depois de o corpo de prova ser tracionado na máquina.

4.3 - Equipamentos do ensaio


• Cerrote Mecânico;

• Balança manual;

• Marcador manual;
34

• Prensa hidráulica;

• Régua;

• Mandril.

Cerrote Mecânico
É uma máquina ou ferramenta que permite o corte de materiais de diferentes dimensões no qual a
serra está dotada de movimentos rectilíneos alternativos.

Balança
Balança - é um dispositivo utilizado com finalidade para medir a massa dos objectos (aço)

Marcador manual
O marcador manual é máquina com finalidade de marcar o aço de modo a que seja feita a leitura
do alongamento após o provete de aço ter sido traccionado com a máquina universal de tracção

Corpo de Prova
O corpo de prova é traccionado até romper com objectivo básico de obter a relação entre a força
a que o provete é sujeito e a sua deformação. Isso é possível aplicando uma força com velocidade
razoavelmente lenta durante todo o processo de ensaio. A uniformidade da deformação permite
ainda obter medições para a variação dessa deformação em função da carga aplicada. Essa
variação, extremamente útil para o engenheiro é determinada pelo traçado da curva tensão-
deformação a qual pode ser obtida directamente pela máquina. A uniformidade termina no
momento em que é atingida a carga máxima suportada pelo provete quando começa a aparecer o
fenômeno da estricção ou da diminuição da secção do provete, no caso de materiais com certa
ductilidade.
35

Tabela 2 - Características dimensionais do aço laminado

Diâmetro Massa por Diâmetro Massa por


(mm) metro (mm) Metro
(Kg/m) (kg/m)

6 0,222 50 15,4
8 0,395 52 17,2
10 0,617 55 18,7
12 0,888 60 22,2
14 1,21` 63 24,5

16 1,58 65 26,0

18 2,00 70 30,2
20 2,47 80 39,5
22 2,98 90 49,9
25 3,85 100 61,7
28 4,83 110 74,6

32 6,31 125 96,3

36 7,99 140 121


40 9,87 160 158

Fonte: Tabela Técnica


36

Tabela 3 - Referências do aço ensaiado Moçambicano

Número da Secção da Referencia da Local de


amostra Tipo amostra Amostra Fabricante ensaio

01 Ner 08 A O1 Simbe Lem

01 Ner 08 A O2 Simbe Lem


01 Ner 08 A O3 Simbe Lem
02 Ner 08 A O4 Simbe Lem
02 Ner 08 A O5 Simbe Lem

02 Ner 08 A O6 Simbe Lem


03 Ner 10 B O7 Simbe Lem
03 Ner 10 B O8 Simbe Lem
03 Ner 10 B O9 Simbe Lem
04 Ner 10 B 10 Simbe Lem
04 Ner 10 B 11 Simbe Lem
04 Ner 10 B 12 Simbe Lem

`05 Ner 12 K 13 Simbe Lem


05 Ner 12 K 14 Simbe Lem
05 Ner 12 K 15 Simbe Lem
06 Ner 12 K 16 Simbe Lem
06 Ner 12 K 17 Simbe Lem
06 Ner 16 K 18 Simbe Lem
07 Ner 16 P 19 Simbe Lem
07 Ner 16 P 20 Simbe Lem
07 Ner 16 P 21 Simbe Lem

08 Ner 16 P 22 Simbe Lem

08 Ner 16 P 23 Simbe Lem

08 Ner 16 P 24 Simbe Lem

Fonte : Autor/ 2021


37

Tabela 4 - Referências do aço ensaiado Sul-Africano

Número da Secção da Referencia da Local de


amostra Tipo amostra Amostra Fabricante ensaio

01 Ner 08 C 01 RSA Lem

01 Ner 08 C 02 RSA Lem


01 Ner 08 C 03 RSA Lem
02 Ner 08 C 04 RSA Lem

02 Ner 08 C 05 RSA Lem

02 Ner 08 C 06 RSA Lem


03 Ner 10 D 07 RSA Lem
03 Ner 10 D 08 RSA Lem
03 Ner 10 D 09 RSA Lem
04 Ner 10 D 10 RSA Lem
04 Ner 10 D 11 RSA Lem
04 Ner 10 D 12 RSA Lem

`05 Ner 12 K 13 RSA Lem


05 Ner 12 K 14 RSA Lem
05 Ner 12 K 15 RSA Lem
06 Ner 12 K 16 RSA Lem
06 Ner 12 K 17 RSA Lem
06 Ner 12 K 18 RSA Lem
07 Ner 16 W 19 RSA Lem
07 Ner 16 W 20 RSA Lem
07 Ner 16 W 21 RSA Lem
08 Ner 16 W 22 RSA Lem

08 Ner 16 W 23 RSA Lem

08 Ner 16 W 24 RSA Lem

Fonte: Autor/2021
38

Tabela 5 Resultado do ensaio de tracção do aço Moçambicano (Tabelas do ensaio)

ANOTAÇÕES ENSAIOS DE TRACÇÃO

Identificação Tensão Base de Alonga- Extensão


Referência Diâmetro Compri- Peso Peso/ Diâmetro Cedên Cedência Rotura medida mento após
da Amostra Tipo nominal mento metro Efectivo cia HeL ReH Rm inicial rotura
(mm) (mm) (g) (g/m) (mm) (N/mm2) (N/mm2) L0 (mm) (mm) (%)

Moç-01 N 08 600 210 0,35 7,98 452 488 612 40 51,0 27,50
Moç-01 N 08 600 220 0,35 8 470 498 578 40 50,0 25,00
Moç-01 N 08 600 220 0,35 8 466 495 581 40 51,0 27,50
Moç-02 N 08 600 235 0,35 7,97 639 655 707 40 49,5 23,75
Moç-02 N 08 600 235 0,35 7.97 458 467 529 40 49,0 22,50
Moç-02 N 08 600 230 0,35 7,89 455 565 525 40 49,5 23,75
Moç-03 N 10 600 340 0,57 9,56 490 498 564 50 58,0 16,00
Moç-03 N 10 600 340 0,57 9,56 513 527 574 50 60,0 20,00
Moç-03 N 10 600 340 0,57 9,66 482 497 555 50 61,0 22,60
Moç-04 N 10 600 350 0,57 9,73 731 754 844 50 62,5 25,00
Moç-04 N 10 600 350 0,57 9,73 651 667 758 50 62 24,00
Moç-04 N 10 600 350 0,57 9,73 578 587 698 50 61,5 23,00
Valores impostos pelo Regulamento de Estrutura de Betão Armado e A400 >400 >460
Pré-Esforçado A500 >500 >550
39

Cont.... Tabela 5

ANOTAÇÕES ENSAIOS DE TRACÇÃO

Identificação Tensão Base de Alonga- Extensão


Referência Diâmetro Compri- Peso Peso/ Diâmetro Cedên Cedência Rotura medida mento após
da Amostra Tipo nominal mento metro Efectivo cia ReL ReH Rm inicial rotura
(mm) (mm) (g) (g/m) (mm) (N/mm2) (N/mm2) L0 (mm) (mm) (%)

Moç-05 N 12 600 530 0,88 11,97 579 595 712 60 71,0 18,30
Moç-05 N 12 600 530 0,88 11,97 588 618 743 60 72,0 20,00
Moç -05 N 12 600 530 0,88 11,97 572 583 711 60 70,0 16,60
Moç -06 N 12 600 520 0,88 11,86 595 623 695 60 74,0 23,33
Moç -06 N 12 600 520 0,88 11,86 661 675 718 60 72,5 20,83
Moç -06 N 12 600 520 0,88 11,86 644 664 719 60 73,0 21,67
Moç -07 N 16 600 919 1,58 15,76 476 488 564 80 99,5 24,37
Moç -07 N 16 600 919 1,58 15,76 451 473 529 80 99 23,75
Moç -07 N 16 600 919 1,58 15,82 455 478 533 80 99 23,75
Moç 08 N 16 600 950 1,58 16,03 595 609 660 80 95 18,75
Moç -08 N 16 600 930 1,58 16,03 658 670 758 80 95,5 19,37
Moç -08 N 16 600 930 1,58 16,03 629 635 821 80 95,5 19,37
Valores impostos pelo Regulamento de Estrutura de Betão A400 >400 >460
Armado e Pré-Esforçado A500 >500 >550

Fonte: Autor/2021.
40

Tomando em consideração os resultados obtidos em tensão de cedência em ensaios de tracção no aço Sul Africano e comparando-os
com valores característicos mínimos das propriedades mecânicas para aços de diferentes classes, imposto pelo Regulamento de
Estruturas de Betão Armado e Pré-Esforçado conclui-se que as amostras satisfazem aços laminados das classes A400NR e A500NR
41

Tabela 6 Resultado do ensaio de tracção do aço Sul-africano (Tabelas do ensaio)

ANOTAÇÕES ENSAIOS DE TRACÇÃO

Identificação Tensão Base de Alonga- Extensão


Referência Diâmetro Compri- Peso Peso/ Diâmetro Cedên Cedência Rotura medida mento após
da Amostra Tipo nominal mento metro Efectivo cia HeL ReH Rm inicial rotura
(mm) (mm) (g) (g/m) (mm) (N/mm2) (N/mm2) L0 (mm) (mm) (%)

S. Afr -01 N 08 600 240 0,35 8,05 436 438 581 40 49,0 22,50
S. Afr -01 N 08 600 234 0,35 7,79 439 446 591 40 52,0 30,00
S. Afr -01 N 08 600 237 0,35 8,0 448 450 585 40 51,0 27,50
S. Afr -02 N 08 600 230 0,35 7,89 594 609 681 40 49,0 22,50
S. Afr -02 N 08 600 230 0,35 7,89 592 609 681 40 49,0 22,50
S. Afr -02 N 08 600 335 0,35 7,97 573 597 670 40 49,5 23,75
S. Afr -03 N 10 600 370 0,62 10 459 470 580 50 61,0 22,00
S. Afr -03 N 10 600 370 0,62 10 459 470 580 50 61,0 22,00
S. Afr -03 N 10 600 370 0,62 10 458 471 580 50 62,0 24,00
S. Afr -04 N 10 600 360 0,62 9,86 565 692 721 50 62,5 25,00
S. Afr -04 N 10 600 360 0,62 9,86 568 709 717 50 62,0 24,00
S. Afr -04 N 10 600 365 0,62 9,93 526 602 684 50 62,0 24,00
Valores impostos pelo Regulamento de Estrutura de Betão Armado e A400 >400 >460
Pré-Esforçado A500 >500 >550
42

Cont ....Tabela 6

ANOTAÇÕES ENSAIOS DE TRACÇÃO

Identificação Tensão Base de Alonga- Extensão


Referência Diâmetro Compri- Peso Peso/ Diâmetro Cedên Cedência Rotura medida mento após
da Amostra Tipo nominal mento metro Efectivo cia ReL ReH Rm inicial rotura
(mm) (mm) (g) (g/m) (mm) (N/mm2) (N/mm2) L0 (mm) (mm) (%)

S.Afr-05 N 12 600 530 0,88 11,82 596 611 719 60 70,50 17,50
S.Afr-05 N 12 600 530 0,88 11,94 578 580 695 60 70,50 17,50
S.Afr-05 N 12 600 530 0,88 11,87 667 682 768 60 71,00 18,33
S.Afr-06 N 12 600 520 0,88 11,86 552 560 641 60 72,5 20,83
S.Afr-06 N 12 600 520 0,88 11,86 519 540 608 60 72,5 20,83
S.Afr-06 N 12 600 520 0,88 11,86 564 572 654 60 72 20,00
S.Afr-07 N 16 600 930 1,55 15,86 429 446 533 80 97,50 21,87
S.Afr-07 N 16 600 930 1,55 15,86 438 450 526 80 97,00 21,25
S.Afr-07 N 16 600 930 1,55 15,86 433 490 531 80 97,00 22,50
S.Afr-08 N 16 600 930 1,55 15,77 586 607 673 80 96,0 20,00
S.Afr-08 N 16 600 930 1,55 15,77 611 625 696 80 97,0 21,25
S.Afr-08 N 16 600 930 1,55 15,77 610 632 697 80 97,0 21,25
Valores impostos pelo Regulamento de Estrutura de Betão A400 >400 >460
Armado e Pré-Esforçado A500 >500 >550
43

Fonte: Autor/2021.

Tomando em consideração os resultados obtidos em tensão de cedência em ensaios de tracção no aço Sul Africano e comparando-os
com valores característicos mínimos das propriedades mecânicas para aços de diferentes classes, imposto pelo Regulamento de
Estruturas de Betão Armado e Pré-Esforçado conclui-se que as amostras satisfazem aços laminados das classes A400NR e A500NR
44

4.4 - RELACIONAR AS PROPRIEDADES MECÂNICAS COM OS RESULTADOS DOS


ENSAIOS.

De acordo com os ensaios de tracção e dobragem realizados no Laboratório de Engenharia de


Moçambique para aferir a resistência mecânicas do aço Moçambicano e Sul-africano concluiu-
se que: todas amostras possuem a tensão de cedência maior ou igual a da sua classe, o que esta
de acordo com o Regulamento de Estruturas de Betão e Pré-esforço.

4.4.1 - Resultado de tensão de cedência e dobragem para aço Moçambicano.


Tensão mínima dos aços de classe A400, deve ser igual ou maior que 400Mpa-Rebap.

Tensão mínima dos aços de classe A500, deve ser igual ou maior que 500Mpa- Rebap.

Para o primeiro ensaio, classe do aço A400, Ø8 Moçambicano


Tensão de cedência

Provete1 = 488 Mpa

Provete2 =498 Mpa

Provete3 = 495 Mpa

P1 + P2 + P3 488 + 498 + 495


= = 493 Mpa
n 3

Dobragem satisfatório

Para o segundo ensaio, classe do aço A400, Ø10 Moçambicano


Tensão de cedência

Provete1 = 490 Mpa

Provete2 = 513Mpa
45

Provete3 = 482 Mpa

P1 + P2 + P3 490 + 513 + 482


= = 495Mpa
n 3

Dobragem satisfatório

Para o terceiro ensaio, classe do aço A500, Ø12 Moçambicano


Tensão de cedência

Provete1 = 579 Mpa

Provete2 = 588Mpa

Provete3 = 572 Mpa

P1 + P2 + P3 579 + 588 + 572


= = 579 Mpa
n 3

Dobragem satisfatório

Para o quarto ensaio, classe do aço A400, Ø16 Moçambicano

Tensão de cedência
Provete1 = 476 Mpa

Provete2 = 451 Mpa

Provete3 = 455 Mpa

P1 + P2 + P3 476 + 451 + 455


= = 460 Mpa
n 3
46

4.4.2 - Resultado de tensão de cedência e dobragem para aço Sul-africano

Para o primeiro ensaio, classe do aço A400, Ø8 Sul-africano


Tensão de cedência

Provete1 = 436 Mpa

Provete2 = 439Mpa

Provete3 = 448 Mp

P1 + P2 + P3 436 + 439 + 448


= = 441 Mpa
n 3

Dobragem satisfatório

Para o segundo ensaio, classe do aço A400, Ø10 Sul-africano


Tensão de cedência

Provete1 = 459 Mpa

Provete2 =459Mpa

Provete3 = 458 Mpa

P1 + P2 + P3 459 + 459 + 458


= = 459Mpa
n 3

Dobragem satisfatório

Para o terceiro ensaio, classe do aço A500, Ø12 Sul-africano


Tensão de cedência

Provete1 = 596 Mpa

Provete2 = 578 Mpa


47

Provete3 = 667 Mpa

P1 + P2 + P3 596 + 578 + 667


= = 613 Mpa
n 3

Dobragem satisfatório

Para o quarto ensaio, classe do aço A400, Ø16 Sul-africano


Tensão de cedência

Provete1 = 429 Mpa

Provete2 = 438 Mpa

Provete3 = 433 Mpa

P1 + P2 + P3 429 + 438 + 433


= = 433 Mpa
n 3

Dobragem satisfatório

4.4.3 - Constetualização relacionada com ensaio de tracção e as propriedades mecânicas.

Realizado o ensaio de tracção nos aços em varão Moçambicano e Sul-Africano constantou-se


que a tensão de cedência que é uma das propriedades mais importante no ensaio de tracção esta
no parametro normal, tendo em conta os elementos de liga aplicados em percetangem não
difierente, o que faz com que a sua tensão de cedência seja igual oo maior aquela
regulamentada.

Quanto a tensão de rotura esta propriedade comportou-se de uma forma satisfatória tendo em
conta os valores que vem regulamentado nos manuais. Ressaltar que cabe aos elementos de liga,
caso do cobre que tem a influência de melhorar portanto a relação limite de elásticidade, tensão
de rotura.
48

A dobragem também comportou-se de uma forma satisfatória porque há ausencia de fissura na


parte dobrada. De acordo com o regulamento a dobragem não deve apresentar fissuras na parte
dobrada.

Os ensaios também comportaram de uma forma satisfatória porque houve ausencia de fissuras na
parte dobrada.

4.5 - CONTROLE DE QUALIDADE


A utilização do aço em betão é importante pois garante a estrutura uma boa consistência, o aço
fornecido deve corresponder ao especificado no projecto relativamente às características
geométricas, mecânicas e químicas sendo necessária o elevado nível de controlo para garantir a
melhor qualidade.

O controlo de qualidade é efectuado ao longo de todo processo do fabrico de aço, sendo


constituído por ensaios de tracção destrutivos e não destrutivos, que no seu conjunto permitem
ao produtor caracterizar detalhadamente o aço obtido e fazer os acertos necessários ao longo de
todo processo de fabrico. (Seabra,1968).

Os ensaios metalúrgicos constituem uma parte essencial para cada etapa produtiva, e são
realizados em laboratórios técnicos para testar a resistência, atracção, a fissuração, dobragem,
escoamento, grau de penetração de umidade nas peças metálicas, absorção de água, teste de
soldabilidade, maleabilidade, com objectivo de garantir além da conformidade com as normas
técnicas segurança para os fabricantes. (Seabra,1968).

A Capacidade de endurecimento é uma característica que é bastante controlada no fabrico do aço


e de extrema importância no fabrico do aço tempcore, esta propriedade traduz a facilidade e
dificuldade que o aço tem em endurecer quando sujeito a uma têmpera. Para determinar esta
característica é utilizado em ensaio padrão em que o provete é aquecido uniformemente até
atingir a temperatura de austenização, sendo em seguida atingido na superfície inferior por jactos
de água. Um dos ensaios mais importante no controlo de qualidade é o ensaio de tracção simples,
servindo este para determinar as tensões de cedência e de rotura, extensão máxima, extensão na
rotura e na cedência e a ductilidade. O ensaio de compressão simples é importante no fabrico do
aço pois permite ao produtor configurar as estações de laminagem ou extrusão com a pressão
adequada a cada aço. (Seabra,1968).
49

4.5.1 - Enquadramento normativo e legislativo dos aços para betão armado


A legislação sobre os aços para utilização na construção civil, propriamente para a execução de
estruturas de betão armado, surgiu com o objectivo de garantir a boa qualidade de infraestruturas,
procurando garantir condições de segurança na utilização da sua vida util. Com a cada vez maior
exposição dos mercados aos produtos importados observa-se a criação de uma malha legal cada
vez mais abrangente, sendo que a Legislação aplicável está a adaptar-se de modo a alterar o
âmbito da sua protecção, passando a tentar proteger não só os interesses nacionais como os da
comunidade em que estamos inseridos (Caruaru, 2016 ).

4.5.2 - Rebap
O Regulamento de Estruturas de Betão Armado e Pré-Esforçado, promulgado pelo Decreto-Lei
n.º349-C/83, de 30 de Julho, apresenta alguns artigos referentes às armaduras ordinárias a aplicar
em betão armado, nomeadamente os artigos 21º a 25º, cada um com os seguintes temas:

Artigo 21º - Características gerais.

Artigo 22º - Tipos correntes de armaduras ordinárias.

Artigo 23º - Classificação e homologação de armaduras ordinárias.

Artigo 24º - Módulo de elasticidade.

Artigo 25º - Relações tensões-extensões de cálculo.

No artigo 21º é indicado que as armaduras devem ser caracterizadas pelo seu processo de fabrico
e pelas suas características geométricas, mecânicas e de aderência, devendo ainda ter em conta,
caso necessário, a sua soldabilidade do aço em face do processo de soldadura a empregar.

Relativamente ao processo de fabrico é afirmado o seguinte: Quanto ao processo de fabrico, as


armaduras podem ser de aço natural (laminado a quente) ou de aço endurecido a frio (por torção,
tracção, trefilagem ou laminagem a frio).
50

No artigo 22º é apresentada o quadro de tipos de armaduras, onde estão as características


mecânicas e geométricas anteriormente enumeradas para os tipos correntes de armaduras
ordinárias. Os valores apresentados para as tensões e extensões correspondem ao valor
característico destas propriedades (quantilho 5%).

É ainda indicado neste artigo que a relação entre a tensão de roptura e a tensão de cedência ou
limite convencional de proporcionalidade a 0,2% não seja inferior a 1,05. Neste mesmo artigo é
ainda exigido relativamente à dobragem que os varões apresentem um comportamento
satisfatório, isto é, não apresentarem quaisquer fendas após ensaio de dobragem com pelo menos
95% de probabilidade, e que as armaduras, com excepção dos varões A235 NL, possuam marcas
indeléveis que permitam a sua identificação.
51

Tabela 7 Quadro V do REBAP – Referente a tipos correntes de armaduras ordinárias

Características mecânicas
Processo Configura Caract Tracção Dobragem
Desig de ção da de Tensão Tensão Extensão Dobragem Dobragem -Desdobragem
fabrico superficie Aderê de de Após simples Conforme o diâmetro dos varões
ncia cedência rotura rotura 12<Ø<8 18<Ø<25 25<Ø<32 32<Ø<40
(Mpa) (Mpa) (%)
A235NL Laminado Lisa Normal 2Ø - - - -
A235NR a quente Rugosa Alta 235 360 24 2Ø 5Ø 7Ø 8Ø 10Ø
A400NR L quente Rugosa Alta 400 460 14 3Ø 6Ø 8Ø 10Ø 12Ø
A400ER End a frio Rugosa Alta 3Ø 6Ø 8Ø 10Ø 12Ø
End a frio 400 460 12 4Ø - - - -
A400EL c/torção Lisa Normal
A500NR L quente Rugosa Alta 500 550 12 4Ø (7) 8Ø 10 Ø 12 Ø 14 Ø
A500ER Rugosa Alta 4Ø (7) 8Ø 10 Ø 12 Ø 14Ø
A500EL End a frio Lisa Norma 500 550 10 4Ø - - - -

Fonte: REBAP
52

(1) Ensaio segundo a norma Portuguesa NP-105. Para os aços endurecidos, estas características devem ser determinadas após
envelhecimento artificial (30 minutos a 250 0C e arrefecimento a temperatura ambiente).
(2) Os valores indicados no quadro designam os diâmetros dos mandris, sendo Ø o diâmetro dos varões.
(3) Ou tensão limite convencional de proporcionalidade a 0,2% fs 0,2k.
(4) Comprimento de referência inicial igual a 5 Ø.
(5) Ensaio segundo a Norma Portuguesa NP-173, com ângulo de dobragem de 1800.
(6) Dobragem a 900 segundo a Norma Portuguesa NP-173, seguida de aquecimento durante 30 min a 100 0C, arrefecimento à
temperatura ambiente e posterior desdobragem de 20%.
(7) Somente exigido para varões com diâmetro igual ou menor que 12 mm.
(8) Somente sob forma de redes electrossoldadas.

O artigo 24º indica que para as armaduras ordinárias o módulo de elasticidade deve ser tomado igual a 200GPa.

No artigo 25º é indicado o modo através do qual devem ser determinados os valores de cálculo dos esforços resistentes para a
verificação da segurança. No primeiro ponto abordam-se as relações tensão-extensão de cálculo dos aços indicados no Quadro V do
presente regulamento (artigo 22º). É ainda indicado que os valores de cálculo (fsyd) tensão de cedência à tracção e (fsycd) tensão de
cedência à compressão são obtidos dividindo os respectivos valores característicos por um coeficiente de segurança, que tem o valor
de 1,15.

Classificação dos aços (Rebap)


Os aços são classificados de acordo com os seus processos de fabrico, resistência e configuração da superfície.
53

Quanto a resistência, são classificados em 3 tipos: A235, A400 e A500 (Mpa);

Quanto ao processo de fabrico os aços podem ser: Laminados a quente – aqueles que
apresentam a tensão de cedência; e
Endurecidos a frio – aqueles que não apresentam a tensão de cedência;

Quanto à configuração da superfície podem ser: de aderência normal (liso) e de aderência


rugosa (nervurado).
Em Moçambique o aço mais usado é o A400 e A500 (laminado a quente) em varão, e o A400 e
A500 EL (endurecido a frio).

A235, A400 e A500- indica a classe do aço (resistência do tipo de aço) 235Mpa, 400Mpa e
500Mpa.

N - Laminado a quente.

E - Endurecido a frio.

R - Varões de superfície rugosa (alta aderência ao betão).

L - Varões de superfície lisa (aderência normal).

Tabela 8

Tipos de aços considerados em Moçambique

A235 NL A400 NR A500 NR

A235NR A400 ER A500 ER

A400 EL A500 EL

Fonte: LEM
54

4.6 - COMPARAÇÃO DOS AÇOS SUBMETIDOS AO ENSAIO DE TRACÇÃO DA


CLASSE A400NR E A500NR

Comparar é uma forma de examinar simultaneamente duas coisas para lhes determinar as
semelhanças, as diferenças ou as relações existentes entre elas.

Tensão de cedência para os aços de claA400, tensão mínima deve ser igual 400Mpa

Gráfico 2
Grafico de tensão deformação do aço Moçambicano e Sul Africano, Classe do aço A400NR
8mm

Fonte: Autor/2021

Os gráficos a presentam dois ensaios de tracção, Moçambicano e Sul-africano de 8mm onde cada
ensaio esta representada pela sua respectiva curva de tensão. De acordo com o resultado é
possível perceber que a tensão de cedência mínima, a tensão de cedência máxima e tensão de
55

rotura apresentam valores diferentes em ambos os ensaios, mais continuam ambos com valores
aceitáveis. A deformação será verificada após a rotura do provete, subtraído o valor do
alongamento por valor da base de medida inicial e multiplicando por 100 e dividindo pelo valor
da base da medida inicial.

(Lu − Lo) ∗ 100


Ext % =
Lo

Nacional 25%.

Sul Africano 30%.

Dobragem satisfatório

Gráfico 3
Gráfico de tensão deformação do aço Moçambicano e Sul Africano, Classe do aço A400NR
10mm
56

Fonte: Autor/2021

(Lu − Lo) ∗ 100


Ext % =
Lo

Nacional 16%.

Sul Africano 22%.

Dobragem satisfatório

Gráfico 4
Gráfico de tensão deformação do aço Moçambicano e Sul Africano, Classe do aço A500NR
12mm

FonteAutor/2021
57

(Lu − Lo) ∗ 100


Ext % =
Lo

Nacional 16,60 %.

Sul Africano17,50%.

Dobragem satisfatório

Gráfico 5
Gráfico de tensão e deformação do aço Moçambicano e Sul-africano, Classe do aço
A400NR 16mm

Fonte: autor

(Lu − Lo) ∗ 100


Ext % =
Lo
58

Nacional 23,75%.

Sul Africano 22%.

Dobragem satisfatório.

Tomando em consideração os resultados obtidos em tensão de cedência em ensaios de tracção no


aço em varão Moçambicano e Sul Africano e comparando-os com valores característicos
mínimos das propriedades mecânicas para aços de diferentes classes, imposto pelo Regulamento
de Estruturas de Betão Armado e Pré-Esforçado (REBAP) conclui-se que as amostras satisfazem
aços laminados a quente das classes A400NR e A500NR.

4.7 - Ensaio de dobragem


A dobragem é bastante utilizada na indústria de Construção civil. O provete é submetido a uma
deformação plástica por dobragem até atingir um determinado ângulo, por uma força
progressivamente crescente, sem variações e nem vibrações. A velocidade do ensaio não deve
ser muito elevada para que o ensaio seja considerado estático. Ensaios de dobragem para tipos
correntes de armaduras ordinárias segundo REBAP- artigo 22.1 quandroV segundo a norma NP
173 (199).

4.7.1 - Método de dobragem:


O ângulo é especificado pela norma do fabricante do produto, dobragem simples a 90° graus.

Aplicáveis aos aços com: Superfície lisa (L) e superfície rugosa (R) com Φ≤ 12 mm

Aplicáveis aos aços com superfície rugosa (R) Φ≥ 12 mm

a) Desdobragemde 180° ( REBAP)

4.7.2 - Resultados dos ensaios de dobragem


A interpretação dos resultados deve ser feita de acordo com as normas do material. O ensaio de
dobragem não é satisfatório quando apresentar fissuras na parte dobrada. (NBR, 2004)
59

O comportamento da dobragem é satisfatório porque ambos os aços em varão não apresentaram


quaisquer fendas na parte dobrada. O ensaio de dobragem não apresenta valores de cálculo,
apenas o ensaio é de carácter qualitativo, e é complementar ao ensaio de tracção.
60

1 CAPITULO V- CONCLUSÃO

De acordo com os ensaios de tracção realizados no aço de diâmetro Ø 08 verificou-se que a


tensão de cedência (fsyk) que é igual a 470Mpa para aço Moçambicano e 436Mpa para o aço Sul
Africano, e pertencem aos aços da classe A400, por estarem no intervalo de 400 a 499Mpa,
quanto ao alongamento o aço nacional do diâmetro Ø 08 apresenta ligeiramente maior patamar
de cedência 25% em relação ao aço de diâmetro Ø 08 Sul africano 22.5%, no ensaio de
dobragem ambos os aços demonstraram resultados satisfatório porque há ausência de fissuras
na parte dobrada.

Dos resultados obtidos no ensaio de tracção do diâmetro Ø 10 verificou-se que a tensão de


cedência é (fsyk) 490Mpa para aço nacional e para o aço Sul Africano verificou-se que a tensão
de cedência (fsyk) é 458Mpa e ambos pertencem aos aços da classe A 400 porque estão dentro
do intervalo 400 a 499 Mpa. O alongamento do aço nacional para o diâmetro Ø 10 é de 16 % e
para aço Sul africano o alongamento 24 %, e quanto ao ensaio de dobragem ambos os aços
apresentam resultados satisfatório porque há ausência de fissuras na parte dobrada.

Dos resultados obtidos no ensaio do diâmetro Ø12 conclui-se que o aço nacional possui tensão
de cedência (fsyk) 572Mpa e para o aço Sul Africano verificou-se que a tensão de cedência
(fsyk) 667Mpa, de referir que todos os aços do diâmetro Ø12 submetido ao ensaio pertencem a
classe A500. De acordo com os ensaios o alongamento do aço nacional é 16,60% e para aço Sul
africano o alongamento é 18,33%. E quanto ao ensaio de dobragem ambos os aços apresentam
resultados satisfatórios porque há ausência de fissuras na parte dobrada.

Para o diâmetro Ø16 com classe A400 NR dos resultados obtidos conclui-se que o aço nacional
possui tensão de cedência (fsyk) 451Mpa e para o aço Sul Africano verificou-se que a tensão de
cedência (fsyk)429Mpa, de referir que todos os aços do diâmetro Ø16 submetido ao ensaio
pertencem a classe A400. De acordo com os ensaios o alongamento do aço nacional é 23,75% e
para aço Sul Africano o alongamento é 21,87%, e quanto ao ensaio de dobragem ambos os aços
apresentam resultados satisfatórios porque há ausência de fissuras na parte dobrada.

Tomando em consideração os resultados obtidos em tensão de cedência em ensaios de tração no


aço Nacional e Sul Africano e comparando-os com valores característicos mínimos das
61

propriedades mecânicas para aços de diferentes classes , imposto pelo Regulamento de


Estruturas de Betão Armado e Pré-Esforçado (REBAP) conclui-se que as amostras satisfazem
aços laminados a quente das classes A400NR e A500NR.

Recomendações
▪ Recomendo a divulgação dos materiais de construção fabricados em Moçambique em
especial para o aço.

▪ Sugiro também aos singulares e empresas que façam ensaios quando necessitam utilizar
aço ou peçam o certificado de qualidade no local onde adquiriram o material de
construção.

▪ Recomendo que as pessoas singulares e empresas que façam o uso do aço nacional
porque de acordo com ensaios realizados apresentam propriedades e características
aceitáveis de acordo com Regulamento Rebap, e também poderá diminuir o alto custo de
compra provocado pelo transporte e impostos aduaneiros no aço Sul-Africano.
62

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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www.infoscola .com- pagina cessado aos 21/06/2021

www.instituto-camões.pt acessado aos 24-11-2020


APÊNDICE
Cerrote Mecânico

Fonte: Autor/2021
Balança

Fonte Autor/2021
Fonte: Autor/2021
Prensa hidráulica

Fonte:Autor/2021
Medição de alongamento

Fonte: Autor/2021
Marcação do aço

Fonte: Autor/2021
Maquina de dobragem

Fonte: Autor /2021


Aço em varão submentido a dobragem

Fonte: Autor/ 2021

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