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ANO 1 - Nº 05 BH - 21/04/2006

Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais / Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - AR/MG

O diferimento do ICMS é o assunto deste número. O que é? É benefício ou não? Onde sa-
ber quais são as operações alcançadas sobre o diferimento? É possível exigir o ICMS em
operações diferidas? Perguntas e respostas para o dia-a-dia do Produtor Rural.
Também, algumas informações e sugestões a respeito de crédito rural, de invasões e seus
remédios jurídicos e de previdência.
Se dúvidas surgirem ou persistirem, estamos ao inteiro dispor. Faça contato.

ICMS - Diferimento
O que é o Diferimento? em uma etapa, o preço da merca- eqüídeo, de cria ou recria, de es-
Consiste na transferência do doria comercializada não traz em tabelecimento de produtor rural
pagamento do ICMS para um mo- seu custo o valor do imposto. Com para estabelecimento de outro
mento posterior. Por exemplo: o o preço menor, o comprador pos- produtor rural.
ICMS incide na venda de gado do sui maior poder de compra em ter-
Produtor Rural para a indústria. No mos quantitativos da mercadoria. Onde obter o RICMS?
entanto, em razão do diferimento, O regulamento vigente é de
o recolhimento do imposto devi- Em que hipóteses ele ocorre? 2002. Pode ser obtido acessando o
do nessa operação somente será O Regulamento do ICMS - site www.fazenda.mg.gov.br, cli-
exigido no momento da saída do RICMS define os casos em que cando em “Eu preciso”, “Legisla-
frigorífico do produto final. ocorre o diferimento. As hipóteses ção Tributária” e “RICMS 2002”.
de diferimento estão no Anexo II
É benefício? do RICMS/02. Exemplos: saída de O transporte de produto sem
Tributariamente, o diferimento mercadoria de estabelecimento nota fiscal, em operação alcança-
não é benefício, pois o recolhimen- de produtor rural para cooperati- da pelo diferimento, pode gerar
to do ICMS apenas é transferido va que faça parte; saída de mer- autuação com exigência do ICMS?
para uma etapa posterior de circu- cadoria de produção própria, em O diferimento se encerra
lação de mercadoria. No entanto, operação de transferência entre quando a operação for realiza-
comercialmente, pode ser consi- estabelecimentos do mesmo pro- da ou o serviço prestado sem
derado um benefício. Sem a exi- dutor rural; saída de gado bovino, documento fiscal (art. 12, II, do
gência do recolhimento do ICMS suíno, caprino, ovino, bufalino ou RICMS/02).

Agrário I
O art. 185 da Constituição Fede- O conceito está na Lei nº 8.629, de art. 4º, II, “a” e III, “a”, da referida
ral de 1988 diz que são insusceptí- 25 de fevereiro de 1993. lei). O módulo fiscal é definido por
veis, ou seja, não está sujeito à de- A pequena propriedade rural é município e pode ser obtido aces-
sapropriação, a pequena e a média aquela com área entre 1 a 4 módu- sando o site da www.faemg.org.br,
propriedade, desde que o proprie- los fiscais e a média propriedade clicando em “Informações Jurídi-
tário não possua outra. Mas o que é rural tem área superior a 4 e até 15 cas”, “Direito Agrário”, “INCRA” e
a pequena e a média propriedade? módulos fiscais (respectivamente, “Módulos Fiscais”.
Agrário II Crédito Rural I
O proprietário rural que tiver a de ação em Comarca de interior A Assessoria Jurídica da FAEMG
propriedade invadida por grupos apenas retarda a prestação ju- elaborou orientações ao Produtor
organizados poderá ajuizar ação risdicional, pois o feito será en- Rural que teve sua dívida transferida
possessória perante a Vara de caminhado à Vara de Conflitos para a União. Para resguardar a de-
Conflitos Agrários, em BH. Ação Agrários da Capital. Quando o fesa dos direitos, em cada momento
possessória é o meio apropriado caso for de ameaça de invasão, a da cobrança, há uma sugestão de
para retomar a posse perdida por ação a ser proposta é de interdito medidas a serem tomadas pelo Pro-
atos de terceiros. O ajuizamento proibitório. dutor Rural. O material não esgota as
linhas de defesa, pois cada caso tem
a sua pecualiridade. O material foi
Agrário III enviado aos Sindicatos por e-mail.

Na ação possessória, não se dis- vidade. Assim, é recomendável que,


cute a propriedade. Também não
discute produtividade. No entanto,
com a petição inicial, o Produtor
Rural apresente provas da produti-
Crédito Rural II
a primeira instância do Judiciário, vidade, como produção leiteira, do- O Governo Federal anunciou a
para a concessão da liminar, vem cumentos fiscais de compra e venda prorrogação de algumas parcelas da
exigindo a prova inicial da produti- de semoventes, etc. dívida rural. Anúncio grandioso para
alcance acanhado. No entanto, ain-
da, não foi publicado qualquer texto
O produtor rural que só recolhe o INSS legal que permita a renegociação.

sobre o valor da produção tem direito à Previdência


aposentadoria? Novo teto
O produtor rural, que só con- benefício da aposentadoria, o
tribui para o INSS com porcenta- produtor rural deve se inscre- É de R$ 2.801,56 o novo limite do
gem sobre o valor da comercia- ver como contribuinte individual salário-de-contribuição e do salário-
lizaçao da produção, seja como (empresário) e recolher 20% do de-benefício da Previdência Social,
pessoa física ou através de pes- valor que deseja referenciar o vigente a partir de 1º de abril de 2006,
soa jurídica, não tem direito à benefício, respeitado o piso e o nos termos do art. 1º do Decreto
aposentadoria. Para garantir o teto previdenciário. n.º 5.756, de 13 de abril de 2006.

Jurisprudência
Número do processo: 1.0024.03.086743-6/001(1) somente pode ser restringida por lei. Existência de
Relator: ERNANE FIDÉLIS meios legais próprios para a cobrança de dívidas fis-
Data do acordão: 08/06/2004 cais. Súmulas do Eg. STF que repudiam medidas co-
Data da publicação: 13/08/2004 ercitivas para obrigar o contribuinte ao recolhimento
Ementa: Mandado de Segurança. Negativa de emis- de tributos em atraso. (Súmulas n°s 70, 323 e 547).
são de autorização para impressão de documentos Segurança concedida. Sentença mantida.
fiscais - AIDF. Existência de débitos fiscais. Vincu-
lação da liberação dos talonários fiscais à regulari- Súmulas do STF
zação de tais débitos. Inadmissibilidade. Sentença 70 - É inadmissível a interdição de estabelecimen-
que concedeu a segurança confirmada. Não é lícito to como meio coercitivo para cobrança de tributo.
à Administração Fazendária condicionar a entrega 547 - Ao contribuinte em débito, não é lícito à au-
de talonários fiscais à regularização de tributos, pois toridade proibir que adquira estampilhas, despache
fere princípio constitucional do livre exercício de ati- mercadorias nas alfândegas e exerça suas atividades
vidade econômica (art. 170, parágrafo único), a qual profissionais.

Este Informativo foi produzido pela Assessoria Jurídica da FAEMG - (31) 3074-3020
FAEMG PRESIDENTE Roberto Simões. SENAR MINAS PRESIDENTE DO CONSELHO ADMINISTRATIVO Roberto Simões. SUPERINTENDENTE Antônio do Carmos Neves. Editado pela
Assessoria de Comunicação da FAEMG e SENAR MINAS. Av. Carandaí, 1.115 - 3º andar - CEP 30.130-915 - Fones: (31) 3074-3014 - 3074-3015 - Fax: (31) 3074-3018. ASSESSOR DE COM. SOCIAL Lauro Diniz.
JORNALISTAS Lucila Alves Guimarães (Reg. Prof. nº MG04129JP), Silvana Matos (Reg. Prof. nº MG03488JP). Os artigos assinados e declarações são de inteira responsabilidade dos autores.

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