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O EXAME NEUROLÓGICO
OSWALDO FREITAS JULIÃO
3.° Assistente
ao seu significado.
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40 REVISTA D E MEDICINA — 31 JULHO 1941
I — ANAMNESE
Fácil de obter-se, quando o doente se exprime com espontanei-
dade e justeza. Limita-se, então, o papel do médico a orientar o
( ) Essa sistematização, além de evitar lapsos na investigação das funções nervosas,
encerra o mérito de relacionar, tanto quanto possivel, os sinais observados ao setor com-
prometido do Sistema Nervoso.
E m seu estudo, procurámos seguir a orientação dada pelo Prof. A . T O L O S A n o
Curso de Neurologia da Faculdade.
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II — EXAME GERAL
A inspeção geral do doente fornece muitas vezes elementos reve-
ladores de u m diagnóstico: atitudes típicas (Meningites, Tétano),
atrofias musculares c o m distribuição caraterística (Miopatias), con-
trações fibrilares (sofrimento crônico das células das pontas ante-
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3 - MOTRICIDADE
Não se apresenta sempre sob o mesmo aspecto e depende de dife-
rentes mecanismos. D e v e m ser encaradas as seguintes modalidades:
a) Motricidade voluntária ou ativa, que o indivíduo realiza de
m o d o conciente, pela ação da vontade. Acha-se sob a dependência do<
Sistema Motor Piramidal.
b) Motricidade automática, que se realiza sem intervenção da.
conciência, embora possa, a qualquer momento, sofrer também a sua
influência, como ocorre com a marcha, fala, mímica, mastigação, deglu-
tição, respiração e, de m o d o geral, com todos movimentos automáti-
cos, associados e instintivos. Acha-se subordinada ao Sistema Motor
Extra-Piramidal.
c) Motricidade involuntária, que sempre se realiza sem a par-
ticipação da vontade: de m o d o inteiramente espontâneo (Motricidade-
involuntária espontânea) ou condicionada a u m excitante (Motrici-
dade involuntária provocada ou reflexa). O s movimentos involun-
tários espontâneos ocorrem, com freqüência, e m afecções do Sistema
Extra-Piramidal. O s movimentos involuntários provocados, ou refle-
xos, dependem, essencialmente, do Sistema Motor Periférico.
d ) O exame da motricidade deve ser completado pela apreciação*
do estado das articulações e do Tono muscular, o que se verificará
pela Movimentação Passiva, isto é, mediante a execução, por parte do
médico, de movimentos ao nivel dos diversos segmentos do corpo do<
paciente. Para melhor sistematização do exame, convém proceder-sé
à movimentação passiva logo e m seguida à apreciação da motili-
dade ativa.
a) MOTRICIDADE VOLUNTÁRIA
Para pesquiza-la, manda-se o doente executar todos os tipos de
movimentos possíveis ao nivel das diferentes articulações. D e v e m ser
apreciadas, na realização desses movimentos, a sua amplitude, energia,.
coordenação, oportunidade e velocidade.
E ' indispensável proceder ao exame dos diferentes grupos muscula-
res de maneira sistematizada e, e m relação às partes simétricas d o
corpo, de m o d o comparativo. Serão apreciados os seguintes movi-
mentos :
REVISTA DE MEPICINA — 31 JULHO 1941 47
b) M O V I M E N T A Ç Ã O P A S S I V A
c) MOTRICIDADE AUTOMÁTICA
Abrange o estudo da marcha, fala, mímica, mastigação, degluti-
ção, respiração, etc.
Marcha — O exame da marcha será praticado em lugar sufi-
cientemente amplo, estando o paciente, de preferência, despido.
O doente deverá caminhar e m linha reta, n u m a direção fixa, apre-
ciando-se, assim, a existência de desvios ou tendência à queda (ânte-
ro, retro e láteropulsões). Requerem observação minuciosa: a
maneira do doente colocar o pé no solo (marcha calcaneante do
tábido, marcha escarvante do polineurítico), as dimensões dos passos,
(m. e m passos miúdos, dos Pseudobulbares), o comportamento dos
membros superiores durante a marcha (movimentos associados da
articulação escápulo-humeral não observados nas Síndromas Pali-
REVISTA DE MEDICINA — 31 JULHO 1941 55
a) MOTRICIDADE INVOLUNTÁRIA
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R E V I S T A D E M E D I C I N A — 31 JULHO 1941 63
4 — SENSIBILIDADE
O exame da sensibilidade, exigindo do clinico habilidade e paciên-
cia e, por outro lado, subordinando-se ao estado de espirito, à men-
talidade e ao gráo de cultura do paciente, constitue u m a das etapas
mais difíceis do exame neurológico. Necessita ser conduzido de acor-
do com técnica rigorosa, sob pena de não merecerem fé os resultados
obtidos.'
Dependendo as conclusões do exame diretamente das informações
prestadas pelo paciente, a colaboração deste ultimo é, evidentemente,
indispensável. Por isso, proceder ao exame oportunamente, quando
se encontra disposto o paciente; informa-lo, ainda, sobre a importân-
cia da investigação da sensibilidade para a elucidação do diagnóstico
e, consequentemente, para a orientação terapêutica. Explicar de ante-
mão ao doente as manobras a serem executadas, afim de que as respos-
tas sejam suficientemente precisas.
Durante o exame, o doente permanecerá de olhos vendados, para
que não acuse as respostas sob a influencia do controle visual. D e -
verá achar-se desnudo, afim de facilitar o estudo comparativo da sen-
sibilidade nas diferentes regiões do corpo. A exploração processar-
se-á sempre de maneira metódica e comparativa, iniciando-se, de pre-
ferencia, e m regiões nas quais se presume estar conservada a sensi-
bilidade.
Saber interrogar o paciente, evitando o emprego de quaisquer pa-
lavras capazes de sugestiona-lo. Melhor será, ainda, o doente assina-
lar as excitações praticadas pelo clínico independentemente de qual-
quer interrogatório. A título de controlar a sinceridade das respostas,
fazer, de quando e m quando, perguntas ao paciente que não corres-
pondam às excitações praticadas.
64 R E V I S T A D E M E D I C I N A — 31 J U L H O 1941
FORMAS DA SENSIBILIDADE
DISTÚRBIOS DA SENSIBILIDADE
5 — PERTURBAÇÕES TRÓFICAS
6 — PERTURBAÇÕES VASO-MOTORAS
Geralmente condicionadas por distúrbios da esfera simpática, en-
contram-se na Doença de Raynaud, Eritromelalgia, Meningites, Pa-
ralisia Infantil, Siringomielia, Encefalite epidêmica, antigas Hemiple-
gias, endócrinopatias, etc
P o d e m ser observados: dermografismos, eritêmas, cianose, sínco-
pes e asfixias locais, distermias, edemas (Hemiplegias orgânicas; m ã o .
suculenta, na Siringomielia; edema agudo angio-neurótico, Síndroma
de Q U I N C K E ; trofoedema crônico, Síndroma de M E I G E , etc).
7 — NERVOS CRANIANOS
Será de toda conveniência completar a observação neurológica
realizando o exame e m conjunto, e sistematizado, dos pares cranianos.
Transcrevemos, a propósito, o esquema referido por P. S T E W A R T :
l.° par (Nervo Olfativo) — Olfação — Anosmia. Parosmia.
68 R E V I S T A D E M E D I C I N A — 31 JULHO 1941
V — EXAMES COMPLEMENTARES
Ao lado do exame clínico, torna-se geralmente necessário, para
maior esclarecimento do caso, o concurso de exames complementares.
Impõem-se, assim, e m grande número de vezes, os exames neuro-
ocular e neuro-oto-rino-laringológico, procedidos por especialistas, e a
solicitação dos seguintes exames: reações de Wassermann e de Kahn
no sangue; exame do líquido céfalo-raquiano, retirado por punção
sub-òcipital ou, nos casos de afecções dos órgãos contidos no ráquis,
punção lombar; exame elétrico, para o diagnóstico das afecções do
neurônio motor periférico principalmente; exame radiográfico do era-
neo, simples ou com meio de contraste (Ventriculografias, Pneumo-
encéfalografias, Arteriografias) e da coluna vertebral, simples ou,
nos casos de bloqueio do canal raquiano, recorrendo ao lipiodol; exame
hematológico, (contagem global e específica, dosagem de Hemoglo-
R E V I S T A D E M E D I C I N A — 31 J U L H O 1941 69
VI — DIAGNÓSTICO
. . . exige alimento
e estimulo à célula nervosa
Nergofon
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•ncerrando 35 mg. de fós-
foro elementar por ampôla
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organocálcica, exerce essa
dupla ação de maneira
rápida,e duradoura.
AMOSTRAS
à disposição dos
III