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25 Protecao Catddica

A protecdo catédica é uma técnica que esta sendo aplicada com aplicagdo torna-se extremamente econ6mica e mais simples quando
sucesso no mundo intciro, ¢ cada veia mais no Brasil, para comba- as superficies a proteger so previamente revestidas. Sua finalida-
ter a corrosdo das instalagées metdlicas enterradas, submersas e de, nesses casos, consiste em complementar a agdo protetora dos
em contato com eletrdélitos. revestimentos que, por melhores e mais bem aplicados que sejam,
Seu conhecimento torna-se cada vez mais necessdrio aos enge- sempre contém poros, falhas e se tornam deficientes com o passar
nheiros e técnicos, de um modo geral, devido @ construgao cada do tempo. A proteciio catddica ¢ o revestimento 40, assim, aliados
vez maior de oleodutos, gasodutos, tubulacdes que transportam importantes que, de maneira econédmica e segura, garantem ao lon-
derivados de petrdleo e produtos quimicos, adutoras, minerodutos, go dos anos a integridade das estruturas metdlicas ou submersas
redes de 4gua para combate a incéndio, emissdrios submarinos, es- que representam um patrimonio valioso.
tacas de pieres de atracagao de navios, cortinas metdlicas para por-
tos, plataformas submarinas de prospeccio e produgio de petré- 25.1 MECANISMO
leo, camisas metdlicas para pogos de agua e de petréleo, navios e
embarcagées, equipamentos industriais, tanques de armazenamento O mecanismo de funcionamento da protecao catédica é extre-
de agua, de dleo, de derivados de petrdéleo e de produtos quimicos, mamente simples, embora a sua aplicagao, na pratica, exija bas-
cabos telef6nicos com revestimentos metéalicos, estacas metdlicas tante experiéncia por parte do projetista e do instalador do siste-
de fundagao e muitas outras instalagdes importantes. ma.
Com a utilizac4o da protecdo catédica consegue-se manter es- O processo corrosivo de uma estrutura metdlica enterrada ou
sas instalag6es metdlicas completamente livres da corrosdo por submersa se caracteriza sempre pelo aparecimento de dreas ané-
tempo indeterminado, mesmo que nao seja aplicado sobre suas dicas e catédicas na superficie do material metdlico, com a conse-
superficies nenhum tipo de revestimento e que as condigées agres- qiiente ocorréncia de um fluxo de corrente elétrica no sentido con-
sivas do meio (solo, agua ou outro eletrélito) sejam extremamente vencional, das areas anddicas para as 4reas catédicas através do
severas. A grande virtude dessa técnica € permitir o controle segu- eletrélito, sendo o retorno dessa corrente elétrica realizado por in-
ro da corrosao em instalagGes que, por estarem enterradas ou imer- termédio do contato metdlico entre essas regides. A ocorréncia
sas, no podem ser inspecionadas ou revestidas periodicamente, dessas dreas de potenciais diferentes ao longo de uma tubulacdo
como acontece com as estruturas metalicas aéreas. de ago ou de uma chapa metdlica mergulhada em um eletrélito co-
Embora a protegao catédica possa ser utilizada com eficiéncia mo 0 solo ou a 4gua tem sua explicagao nas variagdes de compo-
para a protecdo de estruturas metdlicas completamente nuas, sua si¢4o quimica do metal, na presenga de inclus6es néo-metalicas,

al
Nivel da solo
x

[_ Tubulagdo

( | | ()
() —r— )
A = Area anédica (corrosio)
C= Area catédica

Fig. 25.1 Areas anddica e catédica em uma tubulacdo metdlica enterrada.


270 CORROSAO

Nivel do sola
\ ‘
Solo “A” . Solo “B*”
Baixa resistividade elétrica Alta resistividade elétrica

orf}

{
LZ Tubulagao

Fig. 25.2 Pilha de corrosda causada pela variagao da resistividade elétrica do solo.

nas tens6es internas diferentes causadas pelos processos de con- —_—


formac4o e soldagem do material metalico, etc. A Fig. 25.1 indica
a ocorréncia dessas 4reas em uma tubulac&o enterrada.
—_

e
As heterogeneidades do solo, em conjunto com as hete-
rogeneidades existentes no material metdlico, agravam os proble- (+) \ e 7 )
mas de corrosao, uma vez que tais variag6es (resistividade elétri-
ca, grau de aeracgéo, composicao quimica, grau de umidade e ou- M"*
tras) dao origem, também, a pilhas de corrosdo severas nas super-
Mt
ficies dos materiais metalicos enterrados. Dentre essas variagGes,
as que causam problemas mais severos sdo as que dizem respeito ELETROLITO
as resistividades elétricas ¢ ao teor de oxigénio, como esquemati- (Anodo) f yynt (Catodo)
zado nas Figs. 25.2 e 25.3.
Pela natureza eletroquimica da corrosdo verifica-se que ha um Mt
fluxo de corrente através do eletrdlito e do metal, de tal maneira
que os calions sacm do anodo para a solugao ao mesmo tempo em
que os elétrons se dirigem do anodo para o catodo seguindo o cir- NA
cuito metalico, conforme a Fig. 25.4.
A taxa de corrosdéo depende entao da intensidade da corrente
que flui no sistema, dependendo essa intensidade da forga Fig. 25.4
cletromotriz total da pilha formada e das varias resist@ncias 6hmi-
cas e ndo-dhmicas do circuito.
Proteger catodicamente uma estrutura significa eliminar, por
processo artificial, as dreas anédicas da superficie do metal fazen-
do com que toda a estrutura adquira comportamento catdédico.

x oONG
Como conseqliéncia, o fluxo de corrente elétrica anodo/catodo-
deixa de existir e a corrosdo é totalmente eliminada.

+
Nivel do solo

¥ ¥ + , A ; B
(Catedo)
(Catodo)
+) e
Zona mais aerada

c
(Anodo)

Fig. 25.3 Pilha de corrosao causada pela variagao do grau de aeragao do


solo. Fig. 25.5
PROTECAQ CATODICA =. 271

Se um novo circuito for estabelecido (Fig. 25.5) — com- Pelas observag6es feitas se comprovou que:
preendendo um bloco metdlico (C) imerso no eletrélito, e uma
fonte de forca eletromotriz com 0 pélo positivo ligado a(C). eo * o ferro e o cobre nao sofreram corrosdo, pois se isto tivesse ocor-
polo negativo ligado a (A) e (B), tornando-os, assim, mais ne- rido notar-se-ia a formacao de residuo azul, de Fe.[Fe(CN),],, em
gativos por causa dos elétrons que escoam por eles para o torno do ferro, ou residuo castanho, de Cu,[Fe(CN),],, em torno
eletrolito — conseqiientemente os pélos (A) e (B) funcionam do cobre;
como catodo e ficam, portanto, protegidos. * o ferro e 0 cobre funcionaram como catodo: em torno dos mes-
S4o trés os mecanismos que podem ocasionar a reducao da cor- mos se verificou a coloragao réseo-avermelhada que ¢ caracte-
rosao quando se aplica a protecao catdédica: Tistica de meio basico ou alcalino;
*o zinco funcionou como anodo, oxidando-se ¢ formando o resi-
* 0 potencial do metal atinge um valor tal que, em todas as dreas do duo esbranquigado de Zn(OH),.
metal. s6 ocorre um processo catddico, isto €, impede-se a reagdo
25.2 METODOS DE PROTECAO CATODICA
M— M" + ne
Para a obtengio da protegdo calddica, dois métodos sao utili-
* oeletrdlito adjacente 4 superficie metdlica se torna mais basico zados, ambos baseados no mesmo principio de funcionamento,
devido a redugao dos ions hidrogénio, H*, ou redugao do oxi- que é o de injegdo de corrente elétrica na estrutura através do ele-
génio trélito. Séo eles a protecfo catédica galvanica ou por anodos
galvanicos ou de sacrificio e a protecao catédica por corren-
2H,0 + 2e > H, + 20H- te impressa ou forgada, descritas a seguir,

H,O + 1/20, + 2e > 20H" 25.2.1 Protecao Catédica Galvanica


No caso de materiais metdlicos ferrosos a elevagao do valor do pH, Neste processo 0 fluxo de corrente elétrica fornecido origina-
devido a formagdo de OH", pode servir de inibigdo para a corro- se da diferenca de potencial existente entre o metal a proteger e
sao: outro escolhido como anodo e que tem potencial mais negative
na tabela de potenciais. conforme pode ser observado na séric
* a elevacdo do pH pode acarretar a precipitagao de substancias galvanica pratica mostrada na Tabela 25.1.’
insolaveis, como CaCO, ¢ Mg(OH);. que podem depositar-se
sobre 0 metal produzindo camada protetora. TABELA 25.1 SERIE GALVANICA PRATICA
Para comprovagao do evidenciado na Fig. 25.5, pode-se reali- Material Volt*
zar a Experiéncia 25.1. Magnésio comercialmente puro —1,75
Liga de magnésio (6% Al. 3% Zn, 0.15% Mn) = —1,60
Zinco 1.10
EXPERIENCIA 25.1 Liga de aluminio (5% Zn) —1.05
Adicionar a um bécher de 250 ml, 200 ml de solugdo aquosa Aluminio comercialmente puro —0.80
a 3% de NaCl, 1 ml de solucio aquosa-alcodlica de fenolftaleina Ago (limpo) —0,50 a —0,80
e 2 ml de solugdo aquosa N (normal) de ferricianeto de potdssio. Aco enferrujado —0,20 a —0.50
Imergir trés eletrodos met4licos, sendo um de cobre, outro de ferro Ferro fundido (nao-grafitizado) —0.50
e 0 terceiro de zinco, ligando-os por meio de um fio de cobre ou Chumbo —0.50
outro condutor, como mostra a Fig. 25.6. Decorridos alguns mi- Ago ¢m concreto —0,20
autos notar-se-4 coloragio réseo-avermelhada em torno dos ele- Cobre, bronze, latio —0.20
trodos de cobre e de ferro e residuo esbranquicado em torno do Ferro fundido com alto teor de silicio —0.20
eletroado de zinco. Ago com carepa de laminagio —0,20
Carbono, grafite, coque +0,30
*Polenciais tipicos normalmente observados em solos neutros ¢ ua, medidos em relagao
ao eletrodo de Cu/CuSO,. Valores um pouco diferentes podem se wontrades em diferen-
tex Lipos de solos,

Os materiais utilizados, na pratica, como anodos galvanicos


sdo ligas de magnésio, zinco ou aluminio. Esses anodos devem
satisfazer a certas exigéncias, tais como:

* bom rendimento tedrico da corrente em relacdo as massas con-


sumidas;
* a corrente nao deve diminuir com o tempo (formagao de pelf-
culas passivantes):
*o rendimento pratico da corrente nao deve ser muito inferior
ao tedrico.

A Tabela 25.2 mostra as composigdes quimicas recomenda-


das para os anodos de zinco (segundo a especificagao americana
MIL-A-18001 H), magnésio e aluminio.
272 > CORROSAO

TABELA 25.2 COMPOSICAO QUIMICA TIPICA PARA


ANODOS GALVANICOS (% EM PESO)
Metal Ligade Zn _ _—_ Liga de Mg Ligas de Al
Aluminio 0.1-0.5 5,3-6.7 Balango Balango
Cadmio 0.05-0,15 _ _ —
Chumbo 0,006 (max.) 0,02 (max.) _— _—
Cobre 0,005 (max.) 0,02 (max.) 0,006 (max.) 0,01
Ferro 0,005 (ma4x.) 0,003 (max.} 0,08 (max.) —
Indio os — —_— 0,02
Magnésio = =§-— Balanco _ 0,80
Manganés = — 0.45 (min.) — _
Mercurio — _— 0,035-0.50 _
Niquel _ 0,002 (max.) = — _
Silicio 0.135 (max.) 0,10 (max.) 0,t1-0,21 0,10
(max.)
Zinco Balanco 2,5-3.5 0,35-0,50 5,0

Fig. 25.7 Anodo de magnésio.


Como é de fundamenteal importancia a composigao da liga para
o bom desempenho do anodo galvanico, procura-se adicionar ele-
mentos para que o anodo apresente as caracteristicas desejadas:
Pela andlise da Tabela 25.3 verifica-se que os anodos galva-
* potencial de corrosdo suficientemente negativo: razdo da adi- nicos sAo utilizados, normalmente, para eletrdlitos de muito bai-
xa resistividade elétrica (até 3.000 0-cm). uma vez que as dife-
gao de manganés nos anodos de magnésio;
alta eficiéncia do anodo: nao deve conter impurezas que pos- rengas de potenciais em jogo s4o muito pequenas, necessitando
sam originar autocorrosao ou tornd-lo ineficiente. Daf se pro- de circuitos de baixas resisténcias elétricas para a liberacdo da
curar, em todos os anodos, manter baixos teores de ferro: a pre- corrente de protegdo catédica. Pelo mesmo motivo a protegdo
senga de ferro, mesmo em quantidades menores que 0,001%, catédica galvanica é mais recomendada, tanto técnica quanto
nos anodos de zinco, causa a formac&o de um revestimento economicamente, para estruturas metalicas que requeiram peque-
denso sobre o zinco que inibe o fluxo da corrente. A adi¢ao de nas quantidades de corrente, em geral até 5 A.
aluminio e cddmio ao zinco contrabalan¢a o efeito, conforme A Fig. 25.8 mostra, de forma esquematica, duas aplicacdes co-
dados confirmatérios apresentados por Ambler? zinco com 2% muns dos anodos galvanicos.
de aluminio ¢ 0,0015% de ferro é capaz de fornecer duas vezes Quando os anodos de magnésio e zinco s4o enterrados no solo
mais ampére-hora. em um ano, do que zinco contendo somen- h4 necessidade de envolvé-los com um enchimento condutor
te 0,0015% de ferro sem aluminio: (mistura de gesso, bentonita e sulfato de sddio) que possui as
« estado ativo para que o anodo seja corroido uniformemente, evi- seguintes finalidades:
tando que ocorra sua passivagdo: caso da adicio de mercirio
ou de indio, em anodos de aluminio. ¢ melhorar a eficiéncia de corrente do anodo, fazendo com que o
seu desgaste seja uniforme;
A utilizagdo dos anodos é fungao das caracteristicas da estru- * evitar a formac4o de peliculas isolantes (fostatos e carbonatos)
tura a proteger e do tipo de eletrdlito em contato com © material na superficie do anodo;
metalico. A Tabela 25.3 apresenta aplicacdes tipicas dos anodos * absorver umidade do solo;
galvanicos. * diminuir a resisténcia de aterramento, facilitando a passagem
da corrente elétrica do anodo para 0 solo.

TABELA 25.3 APLICACOES TIPICAS DOS ANODOS


GALVANICOS
25.2.2 Protecao Catédica por Corrente Impressa
Anodos Aplicagées Nesse processo o fluxo de corrente fornecido origina-se da
Aluminio Estruturas metdlicas imersas em dgua do mar forga eletromotriz (fem) de uma fonte geradora de corrente elé-
Magnésio Estruturas metdlicas imersas em 4gua doce, de baixa trica continua, sendo largamente utilizados na pratica os retifi-
resistividade. ou enterradas em solos com cadores que, alimentados com corrente alternada. fornecem a
resistividade clétrica até 3.000 O.-cm corrente elétrica continua necessdria 4 protecdo da estrutura me-
Zinco Estruturas metdlicas imersas em 4gua do mar ou talica.
enterradas em solos com resistividade clétrica até Para a dispersdo dessa corrente elétrica no eletrélito sao utili-
1.000 O-cm
zados anodos especiais, inertes. com caracterfsticas e aplicacdes
que dependem do eletrdlito onde sao utilizados, conforme mos-
trado na Tabela 25.4.
Para protegao de trocadores ou permutadores de calor, ou sis- A grande vantagem do método por corrente impressa consiste
temas que operam com agua aquecida, é recomendavel o uso de no fato de a fonte geradora (retificador de corrente) poder ter a
anodos de magnésio devido ao fato de que o zinco, embora nor- poténcia e a tensdo de saida de que se necessite, em fungao da re-
malmente andédico em relagio ao ferro, pode sofrer inversdo de sistividade elétrica do eletrdlito, o que leva a concluir que esse
polaridade e tornar-se, entiin, catddico em relacan ao ferro, o que métudy se aplica 4 protecdc de estruniras om contata com eletrali-
ocasionara corrosao do ferro. tos de baixa (3.000 a 10.000 Q.cm), média (10.000 a $0,000. 0.cm),
PROTEGAO CATODICA =—- 273

v Nivel do solo
wi ¥

7
1
Cabo elétrico do anodo —/ i

f se
~ I
7 ; Anodo galvanico envolto
/_Tubulagio —— —
/f
L em mistura de gesso, ben-
Protegida é tonita e sulfato de sudio
i Fluxo de corrente I
{Sentido convencional)

Anodo galvanico -
_~-— Fluxo de carrente |
L- .

+ 4° Solda —3 A (Sola Ny
sa
£ Chapa de ago

Fig. 25.8 Protecao catédica galvanica para uma tubulac4o enterrada


@ e para uma chapa de ago mergulhada em um cletrélito ©).

TABELA 25.4 APLICACOES TIPICAS DOS ANODOS INERTES 25.2.3 Reacées Envolvidas
Anodos Aplicacgies
Grafite As reacGes que se passum nos sistemas de protecgfo catédica
Solos, 4gua do mar n4o-profunda e
agua doce
sao:
Ferro-silicio Solos ou agua com teor de cloreto
(14,5% Si) inferior a 60 ppm * galvanica
Ferro-silicio-cromo Solos, 4gua do mar, fundo do mar ou area anédica
(14.5% Si, 4,5% Cr) agua doce
Chumbo-antimOnio-prata Agua do mar, suspensos, sem tocar 0 Mg — Mp? + 2e
(93% Pb, 6% Sb, 1% Ag) fundo do mar
: Titanio, nidbio ou Solos, dgua doce, agua do mare Al—» Al** + 3e
| tantalo platinizado concreto (na protecio das armaduras
| (Ti-Pt, Nb-Pt ou Ta-Pt) de aco) Zn» Zn** + 2e
Titanio revestido com Solos, gua doce, dgua do mar e
éxido de cério concreto (na protecao das armaduras area catédica
de ago) a) aerada
Magnetita Solos, agua doce e 4gua do mar
Ferrita Solos, agua doce e 4gua do mar
H,O + 1/2 0, + 2e = 20H”

b) ndo-aerada

alta (50.000 a 100.000 2.cm) e altissima (acima de 100.000 Q.cm) 2H,O + 2e + H, + 20H™
resistividade elétrica.
A Fig. 25.9 mostra, de forma simplificada, duas aplicagées co- * corrente impressa ou forcada
muns dos sistemas por corrente impressa. area anédica
Quando os anodes inertes sao enterrados no solo hd necessi-
dade, na maioria das vezes, de envolvé-los com um enchimento H,O — 2H- + 1/2 0, + 2e
condutor de coque metalurgico moido, com resistividade elétri-
ca m4xima de 100 Q.cm, que possui as seguintes finalidades: ou

* diminuir a resisténcia de aterramento, facilitando a passagem 2Ckr Cl, + 2e


da corrente elétrica do anodo para o solo;
Se o anodo nao for totalmente inerte, poderd ocorrer a oxida-
* diminuir 0 desgaste do anodo, uma vez que com 0 enchimento
¢éo do metal (M), observando-se a reacao
condutor bem compactado a maior parte da corrente é descar-
regada diretamente do coque metahirgico para o solo.
M—M"™
+ ne

Jo
274 CORROSAO

Rede de alimentacdo * quando se tem instalagGes pintadas ¢ protegidas catodicamen-


elétrica
& (corrente alternada)
te deve-se indicar tintas que sejam compativeis com 0 meio ba-
sico, evitando-se o uso de tintas saponificdveis, como as feitas
com 6leos naturais, e preferindo-se aquelas fcitas com resinas
vinilicas ou epdxi;
[ Retificador * acorrente que flui através do eletrdlito, do anodo para a estru-
Il. — Nivel do solo
\ tura protegida, produz um potencial no eletrolito. Se existir outra

—T 4
estrutura nas vizinhangas da estrutura protegida ou dos anodos,

Tubulacio
oO Cama de anodos inertes
que nao fa¢a parte do sistema de prote¢do. aquela pode sofrer
corros40: nos pontos em que a corrente entra na estrutura ha
protecdo, entretanto nos pontos em que cla sai ha corrosdo (cor-
protegida
rosao eletrolitica).
Rede de alimentagdo
elétrica r— Retificador 25.2.4 Comprovagao da Protecao
(corrente alternada) f
— ~~ i)
Para comprovagao da eficiéncia da protecio catédica durante
ly em 5 é a . a operagao da estrutura protegida so indicados alguns ensaios.
ton « Boot. i sendo o mais usado a medigao do potencial da estrutura em rela-
¢40 ao meio corrosivo:
Estaca de ago protegida ___] LC Nivel da 4gua

* em uma parte da tubulagdo enterrada retira-se 0 revestimento,


expondo-se entao a superficie metalicu. Um pedago de papel
de filtro, umedecido com solucio de ferricianeto de potassio,
oe Anodos inertes
Sn K,Fe(CN),, é colocado em contato com essa superficie. Reco-
l bre-se com 0 solo e, apdés pouco tempo, cxamina-se o papel:
I
_ J coloragao azul indica que a protegdo catédica esta incompleta,
e auséncia dessa coloragdo indica protecdo adequada. O resul-
Fig. 25.9 Protecdo catdédica por corrente impressa para uma tubulagdo tado desse ensaio é qualitativo, podendo-se concluir da exis-
enterrada @ e para uma estaca de pfer de atracagao de navios ®. téncia ou da auséncia de anodos na superficie metilica:
* cupom de teste: pequenos pedagos de aco similar ao da tubula-
¢4o, cuidadosamente pesados, sfio conectados ao tubo por meio
ou, em casos de anodos de grafite: de um condutor isolado, ficando enterrados ali alguns meses ou
mesmo um ano, apds o que serao adequadamente limpos e pe-
C+0,—> CO, sados. A perda de massa (se existir) da uma idéia da eficiéncia
da proteg4o catédica instalada:;
area catédica * medigao do potencial: verifica-se o potencial da estrutura para
a) aerada o solo usando-se 0 eletrodo de referéncia CulCuSO.. ou da es-
trutura para a d4gua do mar usando-se 0 cletrodo de AglAgCl.
H.O + 1/2 0, + 2e = 20H-
As Experiéncias 25.2, 25.3 e 25.4 permitem comprovar em
b) ndo-aerada laboratério os dois métodos de protegdo catédica.

2H.O + 2e — H, + 20H
EXPERIENCIA 25.2
Em seis bécheres (A, B, C, D, E ¢ F) de 200 ml adicionar, a
Por observagdo das equagGes das reagdes na area catédica cada um, cerca de 150 ml de solugdo aquosa a 3% de cloreto de
constata-se que ocorre formac4o de hidrogénio e de fons hidro- sddio.
xila, OH”. daf a razdo de se estabelecer, para cada sistema de Acrescentar nos bécheres:
prote¢do, a adequada corrente de protegdo a fim de se evitar a A: um prego de ferro limpo.
susperprotegao. Quando se tem uma moderada superprotecio das B: um prego de ferro ligado (em contato) a uma chapa de
estruturas de ago nao hd maiores inconvenientes, sendo as prin- cobre.
C: um prego de ferro ligado a uma chapa ou pedagos de zin-
cipais desvantagens: gasto de energia elétrica e aumento do con-
co.
sumo de anodos. Porém, em casos extremos. podem ocorrer os
D: um prego de ferro ligado a fio ou fita de magnésio, isto é,
seguintes inconvenientes: envolver parcialmente um prego com o fio ou a fita de magné-
sio.
* liberagdo de hidrogénio, na estrutura protegida, em quantidade E: um prego de ferro ligado a chapas de cobre e de zinco.
tal que pode ocasionar fragilizag4o do ago ou empolamento do F: um prego de ferro ligado @ chapa de cobre e parcialmente
revestimento: envolvido com fio ou fita de magnésio.
*excesso de fons OH produzido na superficie da estrutura Observar que, apds algum tempo, cerca de 1-2 horas, nota-se
superprotegida ulaca metais anf6teros, como aluminio, zinco, turvacdo alaranjada mais nitida somente no bécher B, mantendo-
chumbo e estanho, acelerando assim a corros4o de estruturas se, sem aparente alterac4o, o aspecto das solugdes dos outros
bécheres.
desses metais na area catédica;
PROTECAO CATODICA =. 2275

Com o decorrer do tempo, apéds 12-14 horas, jd se observa o


considerados tanto os aspectos técnicos quanto os econdémicos,
seguinte nos diferentes bécheres: sendo essa escolha fungdo basicamente das caracteristicas da es-
A: turvacdo e possivel residuo com coloragao alaranjada. trulura metélica a proteger (material, tipo, condi¢des de opera-
B: turvac4o e depésito de residuo alaranjado, em maior quan- gao, dimens6es, forma geométrica, tipo de revestimento empre-
tidade do que no bécher A. gado, localizagao, etc.) e do meio onde ela estiver construida
C, D, E, F: turvag4o e/ou depdsito branco. (solo, 4gua do mar, agua doce, concreto, etc.).
Com mais alguns dias de processamento estas caracteristicas A experiéncia do projetista influi decisivamente nessa defi-
vao-se acentuandu ¢, desde que permanega o contato metdlico nig4o, sendo que para uma oricntacdo geral a Tabela 25.5 é de
entre os diferentes materiais empregados, observa-se que nos grande utilidade.
bécheres C, D, E e F nao se verifica nenhum ataque do prego de
ferro, enquanto se acentua o ataque do prego nos bécheres Ae B.
TABELA 25.5 COMPARACAO ENTRE OS SISTEMAS
GALVANICOS E POR CORRENTE IMPRESSA
Pode-se concluir dessa experiéncia que 0 zinco ¢ o magnésio
estado protegendo catodicamente o ferro e o ferro ligado a cobre, Sistema Galvanico Sistema por Corrente Impressa
pois ndo ha aparecimento de residuo castanho-alaranjado, ferru- N4o requer fonte externa Requer fonte externa da corrente
gem. e sim de residuo branco, que é de Zn(OH), ou Mg(OH),. de corrente elétrica. elétrica.
Essa experiéncia serviu também para mostrar que o ferro é Em geral, econémico para Em geral, econémico para requisitos
mais rapidamente atacado se estiver ligado a um material metd- requisitos de corrente de corrente clétrica acima de 5 A.
elétrica de até § A.
lico que seja catodo em relagdo a ele, como no caso do par ferro-
Manutengdo mais simples. Manutengao menos simples.
cobre. Possui vida limitada. Pode ser projetado para vida
As Experiéncias 25.3 e 25.4 evidenciam a protecao catédica bastante longa.
forgada ou por corrente impressa. Necessita de acumpa- Necessita de acompanhamento
nhamento operacional. operacional,
Somente para eletrdlito Pode ser usado em eletrdlitos com
EXPERIENCIA 25.3
de muito baixa resisti- qualquer valor de resistividade
Em um bécher de 400 ml adicionar 250 ml de salucdo aquosa vidade elétrica, em geral elétrica, inclusive os de muito
a3% de NaCl e 1 ml de solucdo a 1% de fenolftalefna. Imergir
de até 3.000 O-cm. baixa resistividade.
parcialmente dois eletrodos, um de ferro e outro de grafite,
Nao apresenta problemas Pode apresentar problemas de
imobiliza-los dentro da solucio e ligd-los respectivamente ao
de interferéncias com interferéncia com estruturas
polos negativo (catodo) e positivo (anodo) de uma fonte de cor-
estruturas estranhas. estranhas.
rente continua (pode-se usar uma pequena bateria, por exemplo,
No admite regulagem ou Pode ser regulado com facilidade.
de 4,5 V). Ou usar um retificador ligado a corrente alternada. Ob-
admite regulagem precaria.
servar que em torno do eletrodo de ferro aparece coloracio ré-
seo-avermelhada e também pode-se notar desprendimento de
hidrogénio.
25.4 LEVANTAMENTOS DE CAMPO PARA O
DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS DE
Pode-se concluir, portanto, que o ferro esta protegido, funcio- PROTECAO CATODICA
nando como catodo, devido 4 corrente externa aplicada.
Qualquer que seja a estrutura metdlica a ser protegida. 0 pro-
EXPERIENCIA 25.4 Jeto de protegdo catédica s6 pode ser elaborado com sucesso apds
Em um bécher de 400 ml adicionar 250 mi de solugdc aquosa a realizagaéo de medigées ¢ testes de campo convenientes. A ex-
a 3% de NaCl, 1 ml de solugao a | % de fenolftaleina¢ 1-2 mi de periéncia do engenheiro de protegao catédica é fundamental para
solugdo aquosa N de ferricianeto de potdssio. Imergir dois ele- a realizagao desse trabalho e para a andlise dos resultados dele
trodos metdlicos, um de ferro e outro de cobre, imobilizd-los provenientes.
dentro da solugdo ¢ ligd-los por meio de fio de cobre ou outro Os procedimentos mais utilizados nessas condigdes sHo os
cendutor. Decorridos alguns minutos notar-se-4 coloragao réseo-
apresentados a seguir.
avermelhada em torno do eletrodo de cobre e residuo azul em tor-
no do ferro, indicando portanto que o ferro est4 sendo corréido.
Imergir. agora, um eletrodo auxiliar de grafite e lig4-lo ao pélo 25.4.1 Levantamento de Dados a Respeito da
positivo da bateria, ligando também o ferro e o cobre ao pélo Estrutura a Ser Protegida
negativo. (Se a solucdo jd estiver com muito residuo azul ou co-
loragio vermelha é mais conveniente, para melhor observagio, As principais informagGes necessdrias ao planejamento das
substitui-la por nova solu¢4o.)
medigées de campo, bem como 4 elaboracdo do projeto, sio as
Observa-se que em torno do ferro e do cobre aparece a colo-
seguintes:
ragZo vermelha, indicando portanto que o ferro est4 agora tam-
bém funcionando como catodo a expensa da corrente externa € 0
grafite como anodo. a) material da estrutura a ser protegida;
b) especificagies e propriedades do revestimento protetor, se
eXxistir;
25.3 ESCOLHA DO SISTEMA DE PROTECAO c) caracteristicas de construcdo, dimensionais e geométricas:
CATODICA d) mapas e plantas de localizagdo, desenhos e detalhes de cons-
trucao;
Para a escolha do sistema a ser adotado para a protecao caté- ¢) localizagio e caracteristicas de outras estruturas metdlicas en-
dica eficiente de uma determinada estrutura metdlica devem ser terradas ou submersas existentes nas proximidades:
276 CORROSAO

existéncia ou nao de sistemas de protecdo catédica instala- * avaliar as condigGes de corrosao a que estar sujeita a es-
dos nessas estruturas estranhas, incluindo o cadastramento de trutura metalica;
todas as caracteristicas e condigdes de operagao de tais siste- * definir sobre a utilizagdo de sistema galvanico ou por cor-
mas; rente impressa;
8) levantamento cuidadoso das condigées de operagdo das linhas « escolher os melhores locais para a instalacéo dos anodos;
de transmissao elétrica em alta tenséo que sigam em parale- * estudar os problemas de indug4o de corrente elétrica em tu-
lo ou cruzem com tubulagées enterradas sob estudo, capazes bulagdes enterradas, causados por linhas de transmissao elé-
de causar problemas de indugao de corrente; trica em alta tensdo.
h) levantamento cuidadoso de todas as fontes de corrente con- b) Medicgées dos potenciais estrutura/eletrélito, com 0 auxilio
tinua existentes nas proximidades que possam causar qual- de voltimetros apropriados com alta resisténcia interna ¢ ele-
quer problema de corrosao eletrolitica na estrutura metélica trodos de referéncia, como os de CulCuSO, e AglAgCl, con-
em estudo; forme mostrado esquematicamente na Fig, 25.10.
levantamento de todas as linhas de corrente alternada em bai- Essas medig6es sao feitas com as seguintes finalidades:
xa e média tensfo, existentes na regido, possiveis de serem * avaliar as condigdes de corrosividade a que est4 sujeita a
utilizadas para a alimentagao de retificadores de protecao ca- estrutura metalica;
tédica. Quando, na regido, nfo existem linhas elétricas de * detectar e estudar os problemas de corrosao eletrolitica que
corrente alternada para alimentagdo de retificadores e os possam ocorrer utilizando-se, para esses casos, além do vol-
anodos galvanicos néo podem ser usados devido as caractc- timetro convencional um voltimetro registrador, que per-
risticas do solo (resistividade elétrica alta), existem outras mite medigdes prolongadas em cada ponto testado com re-
opg6es para o sistema de protegdo catédica, a saber: gistros dos potenciais observados;
* utilizagdo de células solares, conjugadas com baterias, es- * verificar se a estrutura encontra-se protegida apés a insta-
pecialmente construidas para aplicagdes em protecdo caté- lagao do sistem de protecdo catdédica.
dica; Escotha dos locais para a instalagdo dos anodos. Essa tare-
* utilizagdo de geradores termoelétricos, alimentados a gas, fa é de grande importancia para a definicio do melhor siste-
também projetados para sistemas de protecdo catédica; ma de protegio catédica a ser instalado e é realizada tendo
* utilizag4o de geradores de corrente alternada, conjugados em vista os seguintes fatores principais:
com retificadores de protegdo catédica convencionais. * locais de baixa resistividade elétrica;
* distribuicao de corrente ao longo da estrutura;
25.4.2 Medicoes e Testes de Campo * locais de facil acesso para a montagem e inspecio;
» locais onde haja energia elétrica em corrente alternada, para
De posse das informagées constantes do item anterior, 0 en- o caso da instalagdo de retificadores e anodos inertes,
genheiro de corrosdo deve organizar o seu programa dc Ievanta- da) Testes para a determinagde da corrente necessdria. Esses
mentos de campo que pode utilizar todas ou algumas das medi- testes sdo realizados mediante injegdes de corrente na estru-
¢Ses a seguir descritas, dependendo de cada caso: tura estudada com o auxilio de uma fonte de corrente conti-
nua (bateria, maquina de solda, retificador) e uma cama de
a) Medicées das resistividades elétricas, com as seguintes fi- anodos provis6ria (sucata de aco) conforme mostrado na Fig.
nalidades: 25.11,

Voltimetro
Ponto de teste (caixa
\__ instalada no piso) o 9
\
\
\

-— Nivel do solo
¥ te \ ¥ y i v
T

|
_
| \ Meia-célula
de Cu/CuSO,
|
Fio do ponto de teste

Tubo

Fig. 25.10 Medigadv do potencial tubo/solo de uma tubulagao enterrada.


nr ae ee en cre ee ie a ee ee ee ee
ne emis

PROTEGAO CATODICA =. 277

50 m 50m
‘ (Aprox.) (Aprox.)
I

eo
co

0) Amperimetro ¥
{-)
Eletrodo de Eletrodo de
Cu/CuSO, + CufCuSO,
Fonte de CC

(+)

al. /
ar /
Cama de anodos proviséria —~

Fig. 25.11 Teste para a determinacao da densidade de corrente.

Com as medigGes das correntes injetadas em determinados a) potenciais estrutura/eletrdlito mais negativos que —0,85 V.
trechos e dos potenciais obtidos consegue-se, com relativa fa- para medigdes com a meia-célula de CulCuSO,;
cilidade, determinar a densidade de corrente (A/m*) a ser uti- b) potenciais estrutura/eletrolito mais negative que —0,80 V,
lizada no projeto, jd considerada a eficiéncia do revestimen- para medigdes com a meia-célula de AglAgCl:
to da estrutura. ¢) variaco de no minimo 0,30 V, no campo negativo, para
A corrente elétrica (I) em ampéres, dividida pela drea da su- medi¢es tanto com a meia-célula de CulCuSO, quanto com
perticie entre os pontos B e C (distantes aproximadamente 100 ade AglAgCl. Nesse caso, torna-se necessdrio que os poten-
m entre si), permite calcular o valor da densidade de corrente ciais sejam medidos antes e depois do sistema de protegio
elétrica (corrente elétrica por unidade de area) para o calculo catédica ser ligado, para que a variagdo obtida no potencial
da corrente total a ser utilizada na protecdo catédica da tubu- possa ser observada. Para estruturas influenciadas por cor-
lagéo. Convém observar que © mesmo tipo de teste pode ser rentes de interferéncia, como as provenientes das estradas de
adaptado a determinagao da corrente necessdria para proteger ferro eletrificadas, esse critério ndo pode ser utilizado;
tanques de armazenamento ou estacas de aco cravadas no mar. d) potenciais estrutura/eletrolito menos positivos, que +0,25 V,
Quando a estrutura a ser protegida ndo foi ainda instalada, para medigées com um eletrodo de referéncia de zinco:
fato muito comum de ocorrer, o valor da densidade de cor- e) obtencdo de uma polarizagao catddica de no minimo 100 mV
rente elétrica a ser utilizada pode ser calculado, com boa pre- entre a estrutura e um eletrodo de referéncia estavel em con-
cis4o, conforme descrito em cdlculo da corrente elétrica de tato com um eletrélito.?
protcgao (25.6.1).
e) Outros testes, medigées e observagdes. Além dos procedi- 25.6 DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS DE
mentos ja descritos sdo realizados, ainda, embora com me-
PROTECAO CATODICA
nor freqiiéncia, alguns dos testes seguintes, de acordo com
as necessidades de cada caso em purticular: O calculo de um sistema de protecg4o catédica é uma tarefa
* medig6es do pH do eletrélito; relativamente simples de ser realizada, bastando que sejam con-
* pesquisa de corros4o por bactérias; sultadas as formulas existentes na literatura especializada e ado-
+ colheita de amostras do produto oriundo da corrosio para tados valores corretos para alguns pardmetros importantes, como
andlise em laboratorio. a resistividade elétrica do cletrélito, a densidade de corrente elé-
trica e a eficiéncia do revestimento aplicado.
25.5 CRITERIOS DE PROTECAO CATODICA A concepgao do sistema, entretanto, nao é tarefa das mais sim-
ples, exigindo do projetista dominio perfeito do assunto e boa
O critério mais seguro e adotado no mundo inteiro para saber experiéncia com instalagSes similares, uma vez que decisdes
se uma estrutura metdlica encontra-se protegida catodicamente como a escolha do método mais adequado de protecdo, o tipo,
consiste nas medigées dos potenciais estrutura/elctrélito: tubo/ posicionamento e detalhe de instalagdo dos anodos, a definicdo
solo, estaca/agua, tanque/solo, etc. do ntimero, tipo e distribuigdo dos retificadores, a necessidade
Essas medigdées so realizadas conforme mostrado na Fig. ou nao de dispositivos de interligagdo elétrica, isolamentos, dre-
25.10 com o auxilio de um eletrodo de referéncia e a utilizagdo nagem, etc., dependerao fundamentalmente desses conhecimen-
no campo das meias-células ou eletrodos de CulCuSO, (para tos e dessa experiéncia. E muito importante que as medigées de
solos) e de AglAgC! (para 4gua do mar ou eletrdlitos liquidos). campo € 0 projeto de protegao catédica sejam realizados pelo
Assim, uma estrutura de ago encontra-se protegida quando, mesmo engenheiro.
com o funcionamento do sistema de protegiio catédica, conse- Um dos roteiros mais simples para o dimensionamento consis-
gue-se obter qualquer uma das situagdes seguintes: te nas etapas descritas a seguir.
278 ~~ CORROSAO

25.6.1 Calculo da Corrente Elétrica de Protecao TABELA 28,7 EFICIENCIAS MEDIAS DE DIVERSOS TIPOS
DE REVESTIMENTOS
Quando a corrente elétrica necessdria para a protecdo catédi- Tipo de Estrutura a Qualidade da Eficiéncia E (%)
ca de uma determinada estrutura nao pode ser obtida no campo, Proteger Revestimento
por intermédio do teste de corrente mostrado em 25.4.2, cla pre-
Tubulagées enterradas Excelente 90 a 95
cisa ser calculada.
ou submersas Bom 80a 90
A formula’ utilizada para esse calculo é a seguinte: Regular 50 a 80
Ruim 0a 50
I = A-De:F(1 — E) (1) Fundo de tanque Bom 60 a RO
(parte externa) Regular 40a 60
Onde
Ruim Oa 40
I = corrente elétrica,em mA
A = 4rea a ser protegida, em m* Fundo de tanque Excelente 90 a 9S
(parte interna)
Dc = densidade de corrente elétrica, em mA/m?*
F = fator de correcao da velocidade Embarcacées Excelente 90 a 9S
E = eficiéncia do revestimento. Bom 80 a 90
Regular 50 a 80
Ruim Qa SO
Os parametros envolvidos na Eq. (1) devem ser calculados ou
estimados tendo-se cm vista as orientagdes seguintes:

a) Para o cdlculo da drea (A) Uma vez calculada a corrente de protegdo. escolhe-se o tipo
* considerar apenas as partes em contato com o eletrdlito, de sistema a ser utilizado (galvanico ou corrente impressa), de
b) Para a densidade de corrente elétrica (Dc) acordo com as orientagdes mostradas em escolha do sistema de
* considerar a superficie a proteger completamente nua, sem protegao catédica (25.3).
revestimento:
* o valor De depende da resistividade do eletrélito, segundo 25.6.2 Por Anodos Galvanicos ou de Sacrificio
a equacao
25.6.2.1 Calculo da resisténcia
De = 73.73 — 13.35 log p (2)
O sistema de protecdo galvanica funcionara de acordo com a
Onde
Lei de Ohm, segundo a equacdo
p = resistividade elétrica do eletrolito, em O.cm.

Como pode ser visto, se a resistividade elétrica do eletrolito ,-av |

tad
(solo, dgua. etc.) ndo for medida corretamente no campo, a den- Rt
sidade de corrente apresentard um erro que podera comprometer
0 sistema de protegdo catdédica. Onde:
c) Para o fator de correcgdo da velocidade (F} I = corrente elétrica de protecio. em ampéres.
* utilizado apenas quando existe movimentacéo do eletrdlito AV = diferenga de potencial entre o anodo galvAnico utiliza-
em relagdo a estrutura; do e a estrutura a proteger. em volts.
* o seu valor pode ser obtido na Tabela 25.6. Rt = resisténcia total do circuito de protegdo catédica. em
ohm.
Para a aplicacdo correta da Eq. (3) as seguintes observagoes
Tabela 25.6 sao importantes:
Velocidade (m/s) F
l 1,00 a) o valor de T, ou sua soma. deve ser maior ou igual a corrente
2 wal necessdria, calculada de acordo com o visto em edlculo da
3 1.17 corrente elétrica de protecio (25.6.1).
4 1,22 b) 9 valor AV significa a diferenga entre o potencial natural do
5 1.24 anodo, mostrado na Tabela 25.8. ¢ 0 potencial de protecdo
6 1,25 do material metdlico da estrutura (—0.80 V. para o ago. em
7 ¢ maior 1.27 relagdo ao eletrodo de AglAgCl ou_—_(0.85 V para o eletrodo
de CulCuSO,).
c) o valor Rt pode ser calculado com 0 auxilio da equagdo
d) Para a eficiéncia do revestimento (E)
* esse pardmetro precisa ser estimado em funcio da experién- Rt = Rea + Re + Ra (4)
cia do projetista, sendo extremamente importante para o cal-
culo correto da corrente elétrica, uma vez que pequenas di- Onde
ferengas nessa estimativa acarretam grandes variacdes na Rca = resisténcia do cabo elétrico de ligagaio, quando exis-
corrente calculada; tente, entre o anodo, ou anodos, e a estrutura metali-
« depende do tipo de revestimento e dos cuidados tomados ca. Essa resisténcia depende do comprimento e bitola
com sua aplicagdo, inspegao e reparos; do cabo, podendo ser obtida através de tabclas dos fa-
«a Tabela 25.7 fornece indicagGes para a sua estimativa. bricantes.
PROTECAO CATODICA 279

Re = resisténcia de contato centre a estrutura


(catodo) e 0 cle- TABELA 25.8 PRINCIPAIS CARACTERISTI
trolito que a envolve, Para o caso dos sistemas CAS DOS
onde os ANODOS GALVANICOS
eletrolitos sdo de baixa resistividade elétrica. o valor
de
Re é muito pequeno em relagdo as outras parcel Capacidade Potencial Massa Eficiéncia
as, po- decorrenteC — em circuito
dendo ser desprezado nos cdlculos. especifica (%)
Ra = Resisténcia de contato entre o anodo, ou (A.h/kg) aberto (g/cm)
anodos, e 0 ele- Anodo
trdlito. Essa resisténcia depende basicamente do (CulCuSQ,)
formato
do anodo e da resistividade elétrica do eletrdlito, poden- Zinco 740 —110V 72
Aluminio 90-95
do ser calculada por intermédio das f6rmulas empiri 2.200-2.844 —1,10V 2.8
cas Magnésio 75-95
que se seguem. 1.100 -160V 1.8 30-60
* Cdlculo da resisténcia de um anedo cilindrico
instalado na
posi¢da vertical.
Onde
52 pf
Ry = SEP. 3 oo V = vida dos anodos, em anos.
-1) (5) M = massa total de anodos, em kg.
C = capacidade de corrente do anodo, em
Onde A.h/kg (Tabela
25.8).
Rv = resisténcia de um anodo vertical. em ohm. ! = corrente liberada pelos anodos, em ampér
p = resistividade elétrica do eletrélito. em Q.cm. e.
0,85 = fator de utilizagdo do anodo (85%)
L = comprimento do anodo, em pés, .
d = didmetro do anodo, em pés.
25.6.2.3 Distribui¢ao e fixacao dos anodos
Obs.: Quando se usa enchimento condutor.
os valores de Le
galvanicos
d podem ser o comprimento e o didimetro da coluna
de A distribuigdo e 0 método de fixac&o dos anodo
enchimento. s galvanicos
40 longo da estrutura a proteger so decisdes
importantes, uma
* Cdleulo da resisténcia de um grupo de anodo vez que delas dependerao a boa distribuigao
s verticais, insta- de corrente. facili-
lados em puraltelo: dade ou dificuldade de instalagdo e o maior
ou menor custo do
sistema. Para essas escolhas nao existem regras
52 definidas. O bom
pf 2 senso ¢ a experiéncia do projetista sao funda
Ra = 220082Pf 5 5g8L |). 2k 2.310g0.656 N \ | mentais para a ob-
NL | d 5 )
tencdo de bons resultados. Como orientac4o
geral, os anodos
podem ser fixados das seguintes maneiras:
(6)
Onde * com solda Cadweld, para os anodos fornec
idos com cabo elé-
Ra = resisténcia dos diversos anodos verticais, trico. Nesses casos 0 cabo elétrico utilizado
em ohm. possui tsolamento
N = ntimero de anodos, duplo, com uma camada isolante de polietileno
S = espacamento entre os anodos. em pés. e capa proteto-
ra externa de composto de cloreto de polivinila.
A ligagao do
cabo elétrico do anodo, construfda pelo fabric
* Caleulo da resistencia de um anodo cilind ante do anodo, é
rico, instalado na normalmente selada com epéxi:
posi¢do horizontal; * com solda elétrica, para os anodos fabricados
com alma de aco.
como, por exemplo, na protecdo catédica galvan
Rn = 20052852p! 3 hoy 42 = 4b,\P pte
ica de navios
e plataformas de petréleo;
| + * com 0 auxilio de parafusos, em locais de dificil
dip substituicdo dos
anodos;
* com 0 auxilio de rosea no préprio anodo, como
pth nos motores ma-
+ PPDOT, ritimos e alguns equipamentos industriais.

Para a escolha do tipo de anodo a ser utilizado,


Onde deve-se con-
sultar a Tabela 25,3,
Rh = resisténcia do anodo horizontal. em ohm.
p = dobro da profundidade do anodo. em pés.
25.6.3 Por Corrente Impressa ou Forcada
Obs.: Para a resisténcia de “N” anodos. dividir
o valor de “Rh” Esse dimensionamento precisa obedecer també
por “N™. m a Lei de
Ohm, sendo que a Eq. (3) deve ser agora interp
retada da seguin-
25.6.2.2 Calculo da vida dos anodos galvanicos te maneira:

Para 0 cdlculo do tempo de duracao dos anodos = corrente de protcgado, em ampéres, para cada
galvanicos conjunto re-
ou definigdo da massa total de anodos a ser utiliz tificador/cama ou leito de anodos a ser instal
ada para uma ado. O ni-
determinada vida. a seguinte expresso pode mero de retificadores é definido em funga
ser utilizada: o da corrente
total necessaria, das condigdes de distribuic&o
dessa cor-
MC.-0.8 rente ao longo da estrutura, da existéncia de
locais de re-
v=
Cn

sistividade elétrica adequada e das disponibil


8.760-1 (8) idades de
circuitos de corrente alternada nesses locais
.
280 = CORROSAO

AV = tensao de saida, em corrente contfnua, do retificador. Os A formula a ser utilizada é a (6):


retificadores podem ser dimensionados para ampla faixa
de saida, tanto de tens&o quanto de corrente, sendo mais
comuns 0s seguintes valores: Ra — 2.00520 (2.310¢% -] += 2,3 log 0,656 N]
NL
* para instalacées terrestres, tensdes de 30 Va 100 Ve
correntes de 5 AaSOA; Onde:
* para instalacdes maritimas, tensdes de 10 V a 20 V cor- N = 20 anodos.
rentes de 50 A a 400 A. p = 9.000 0-cm.
Rt = resisténcia total do circuito de um conjunto retificador/ L = 3.000 mm (para o valor de “L” pode-se utilizar 0 com-
cama de anodos, podendo ser calculada segundo a mes- primento da coluna de coque).
ma orientagao mostrada para os anodos galvanicos. A re- d = 254 mm (diametro da coluna de coque).
sisténcia Rt deve ser menor que a resisténcia nominal do S = 6.000 mm.
retificador, Rr. Em geral, usa-se Rr = 1,2 Rt.
Obs.: lembrar que os valores de L, de S precisam ser conver-
25.6.3.1 Calcule da vida dos anodos inertes tidos em pés, para aplicacgdo na férmula.
O valor obtido para Ra é de 1,45 9, aproximadamente.
Os anodos utilizados para os sistemas por corrente impressa,
A vida dos anodos pode ser calculada da seguinte maneira,
embora recebam a denominaco genérica de anodos inertes, so-
frem certo desgaste com o passar do tempo em fungdo das den- pela térmula (9):
sidades de corrente aplicadas em suas superficies. Essas densi-
dades de corrente precisam ser mantidas dentro de determinados V= 0,85M
limites, conforme mostrado na Tabela 25.9, e a vida dos anodos, DI
nessas circunstancias, pode ser calculada através da expressdo
Onde:
M = 240 kg (massa de 20 anodos).
y —0:85M
DI (9) D = 0,40 kg/A-ano.
[= 30A.
Onde
Logo,
V = vida dos anodos, em anos.
M = massa total dos anodos, em kg. V = 17 anos.
D = desgaste esperado do anodo, em kg/A-ano (Tabela 25.9).
I = corrente injetada pelo retificador, em A. Na realidade, a vida dos anodos sera superior a 17 anos, uma
0.85 = fator de utilizagéo dos anodos. vez que boa parte da corrente sera descarregada através do en-
chimento condutor (coque metalirgico moido) o que reduzird
Exemplo pratico. Calcular a resisténcia total de aterramento sensivelmente o desgaste do anodo.
de uma cama de anodos com 20 anodos de gratite (dimensées =
1.500 mm x 75 mm, peso = 12 kg), instalados na posicdo ver- 25.6.3.2 Distribuic¢ao e métodos de instalacao dos
tical, com enchimento condutor de coque metalirgico moido
(dimensdes = 3.000 mm X 254 mm), espacados de 6 m. Saben- retificadores e anodos inertes
do-se que a cama de anodos seré ligada a um retificador de 50 V, Como nos sistemas galvanicos, essas importantes decisGes para
30 A. destinado a proteger uma adutora, qual ser4 a vida dos o bom desempenho do sistema dependem basicamente da experién-
anodos de grafite para a operacdo do retificador cm carga maxi- cia e do bom senso do projetista e nao obedecem a regras definidas.
ma? A resistividade elétrica média, medida no local de instala- Para a escolha do tipo de anodo a ser utilizado, a Tabela 25.4
gao dos anodos, é de 9.000 Q.cm. fornece orientagdes importantes.

25.7 INSTRUMENTOS
TABELA 25.9 CARACTERISTICAS DOS ANODOS INERTES
A utilizagao de instrumentos adequados para as medicgdes de
Material do Anodo Densidade de Desgaste “D” campo e verificacao das condicdes de funcionamento dos siste-
Corrente Recomendada (kg/A.Ano)
mas de proteg&o catédica é de fundamental importancia para o
(A/m?)
sucesso do combate a corrosdo nas estruturas metdlicas enterra-
Grafite Alté 5 0,40 das ou submersas.
Fe-Si Até 15 0,35 Os instrumentos mais indicados e utilizados com freqiiéncia
Fe-Si-Cr Até 15 0,35* nessas tarefas sio apresentados a seguir.
Pb-Sb-Ag 50 a 100 0,10
Ti-Pt Até 1.000 Desprezivel
Nb-Pt Até 700 Desprezivel 25.7.1 Instrumentos para Medicées de
Ta-Pt Até 1.100 Desprezivel Resistividades Elétricas de Solos
Titanio revestido Até 1.100 Desprezivel
com 6xidos
25.7.1.1 Vibroground, Geohm, Instrum
Magncetita Até 115 0,04
Ferrita Até 115 0.002 Esses instrumentos (marcas registradas) utilizam o método de
*Consumo em agua do mar Wenner ou método dos quatro pinos para medicées em pro-
PROTEGAO CATODICA =281

fundidades diferentes (normalmente 1,5 m, 3.0 m, 4,5 me 6,0 mdo de elétrica de média para alta. O valor minimo exigido para a
nivel do solo) e fornecem leituras com boa precisdo, sendo, por is- resisténcia interna de um voltfmetro, nessas condigées, é de
so mesmo, dos mais utilizados nos trabalhos de protegdo catédica. 50.000 O/V.
Os instrumentos, alimentados por pilhas comuns de lanterna, in- Mais modernamente estado sendo utilizados voltimetros ele-
jetam no solo, por intermédio de dois pinos, uma corrente elétrica trénicos e digitais, de altissima resisténcia interna, que, substitu-
alternada, de onda quadrada, na tens&o aproximada de 125 V.Com em com vantagens os voltimetros convencionais.
0 auxilio de dois outros pinos, os aparelhos medem a corrente elé-
trica aplicada e traduzem essa queda em resistividade elétrica.
25.7.3.2 Voltimetros potenciométricos
25.7.1.2 Megger Para medigGes onde a resistividade elétrica do solo € muito
alta recomenda-se utilizar um voltimetro potenciométrico com
Esse instrumento, também de marca registrada, utiliza o mes- alta resisténcia interna. Os voltimetros potenciométricos, por
mo principio de funcionamento dos anteriores, utilizando, entre- intermédio de uma fonte propria de energia (pilhas comuns), equi-
tanto, um gerador préprio acionado por manivela ou circuito ele- libram o valor do potencial da estrutura com uma tensdo forne-
tronico. Embora possa ser usado para medir resistividades elé- cida pelas pilhas, proporcionando valores corretos ¢ que indepen-
tricas, ele é mais utilizado nas medicGes de resisténcias de ater- dem do circuito externo de medicao.
rainento, em leitos de anodos e malhas de aterramento elétrico.
25.7.3.3 Voltimetros registradores
25.7.2 Dispositivos para Medicées de Resistividades
Elétricas de Eletrdlitos Liquidos Indispensdveis para o estudo de sistemas influenciados por
correntes de fuga, esses instrumentos registram continuamente
Para essas aplicagdes, bem como para medicdes de amostras 08 potenciais estrutura/eletrdlito em um grafico apropriado, per-
de solos, o eletrélito a ser testado é colocado em uma caixa pa- mitindo uma anilise criteriosa das condi¢gées de corrosdo ou pro-
drao, construida de um material isolante, com duas faces opos- te¢do da estrutura durante grandes perfodos de tempo, sendo
tas metalicas onde so conectados os terminais de um ohmimetro. comuns observa¢des de 24 horas para cada ponto testado.
A resisténcia elétrica medida pode, entao, ser facilmente conver-
tida em resistividade elétrica pela relagio existente entre a 4rea 25.7.4 Amperimetros
de uma das placas metdlicas e a separacdo existente entre elas,
de acordo com a equacio utilizada para 0 cdlculo da resisténcia Sao utlizados para as medigées da corrente elétrica de safda
elétrica de um condutor. de um retificador, da corrente elétrica de uma cama de anodos
galvanicos, da corrente elétrica que circulaem um dispositivo de
drenagem etc., sendo por isso mesmo muito tteis nas aplicagdes
p=R (10) de protegao catédica. Normalmente, os préprios voltimetros an-
teriormente descritos so utilizados também como amperimetros.
Onde
p = resistividade elétrica a determinar, em Q.cm.
R = resisténcia medida, em ohm. 25.7.5 Volt — Ohm — Miliamperimetros
S = area de uma das placas metdlicas, em cm’.
L = separagao existente entre as duas placas metdlicas, emcm. Sao instrumentos muito utilizados, principalmente para a ma-
nutencao de retificadores, uma vez que permitem medicées tam-
bém em circuitos de corrente alternada. Combinam, em um sé
25.7.3 Voltimetros instrumento, determinagées dos valores de potenciais, pequenas
correntes e resisténcias elétricas.
Os voltimetros so os instrumentos mais utilizados nas apli-
cagdes de protegdo catédica para as medicées, principalmente dos
potenciais estrutura/eletrélito. A escolha desses aparelhos deve 25.7.6 Eletrodos de Referéncia
Ser criteriosa, pois se o voltimetro adequado ndo for utilizado os
valores observados poderao apresentar erros grosseiros, que com- Também chamados de meias-células ou semicélulas, os eletro-
dos de referéncia, em conjunto com os voltimetros, so os acess6-
prometerao a andlise das condigées levantadas. Os voltimetros
rios mais importantes para os trabalhos de protegao catédica, uma
mais indicados sdo descritos a seguir.
vez que permitem o fechamento do circuito estrutura/voltimetro/
eletrolito/estrutura, necessdrio para a realizacao das leituras. Os dois
25.7.3.1 Voltimetros com alta resisténcia interna tipos mais utilizados para as medigdes de campo sio os seguintes:
Os voltimetros usados para as medigdes em protecdo catédi- a) semicélula de CulCuSO,, utilizada para medicdes em solos:
ca precisam ser robustos e oferecer boa preciso, uma vez que b) semicélula de AgiAgCl, utilizada para medigdes na Agua do mar,
os valores de tensao com que se trabalha sao baixos, e mesmo
pequenas porcentagens de erros nas leituras podem conduzir a 25.8 APLICACOES
enganos significativos nos resultados finais.
Além disso, os voltimetros precisam ter alta resisténcia inter- 25.8.1 Protecdo Catédica de Tubulacées Enterradas
na (ou alta sensibilidade), para leituras corretas mesmo em cir-
cuitos com alta resisténcia externa, como acontece, por exem- As tubulacGes enterradas, tais como oleodutos, gasodutos,
plo, nas medigdes dos potenciais em relagdo ao eletrodo de minerodutos, adutoras, redes de incéndio, etc., constituem-se na
CulCuSO,, de uma tubulag¢do enterrada em solo com resistivida- aplicagéo mais comum dos sistemas de protecao catédica.
282 CORROSAO

Para esses casos podem ser instalados tanto os sistemas gal- terferéncia oriundas de estradas de ferro eletrificadas, confor-
vanicos quanto os sistemas por corrente impressa, sendo estes ul- me descrito no Cap. 10.
timos os mais utilizados, uma vez que na maicria das vezes as
tubulagGes sao de médio a grande portes, langadas em solos de Exemplo pratico. Um gasoduto destinado ao transporte de
resistividade elétrica superior a 3.000 9-cm e em regiées com gas natural possui as caracterfsticas seguintes:
disponibilidade de corrente alternada para alimentagao de retifi-
cadores. Quando a tubulagdo a ser protegida encontra-se influ- * comprimento total, 140 km:
enciada por estradas de ferro eletrificadas 0s anodos galvanicos ¢ diimetro nominal, 10 polegadas;
nao devem ser utilizados. * material, ago API-SLX-46;
* revestimento externo, ceal-tar (alcatrao de hulha), véu de fibra
Para a protecdo catédica galvadnica de tubulagées enterra- de vidro e papel feltro.
das é comum adotar-se a seguinte orientagdo:
O dimensionamento do sistema de protegao catédica do
* utilizagio de anodos de magnésio ensacados em enchimento de
gasoduto foi realizado de acordo com o roteiro seguinte:
gesso, bentonita e sulfato de sédio. Os anodos de zinco rara-
mente sio utilizados ¢ os de aluminio ndo servem para esse tipo a) Medigées das resistividades elétricas do solo — Foram medi-
de aplicagdao: dos um total de 50 pontos ao longo do gasoduto, com espaga-
* os anodos s40 normalmente instalados em camas ou Icitos (Fig.
mento aproximado de 2,8 km entre medigdes. Em cada ponto
25.12). Em alguns casos. sdo ligados individualmente a tubu- foram feitas 4 medicdes, correspondentes as profundidades de
lagdo (Fig. 25.8A);
1,5 m, 3,0 m, 4,5 me 6,0 m do nivel do solo, pelo Método dos
*instalagaéo de caixas de teste em cada cama de anodos para
Quatro Pinos e com 0 auxilio do instrumento Vibroground.
medicées das correntes drenadas, dos potenciais tubo/solo e do A resistividade elétrica média encontrada foi de aproximada-
potencial do anodo em circuito aberto:
mente 120.000 (-cm, com valores variando desde 1.000 0-cm
* instalacdo de pontos de teste ao longo da linha para as medica-
até 900.000 Q.cm.
gdes periddicas dos potenciais tubo/solo;
b) Calculo da corrente elétrica necessdria para a protegao ca-
« instalacdo de juntas de isolamento elétrico nas extremidades da
tédica (formula 1)
tubulacdo, se necessdrio.
Para a prote¢do com sistema por corrente impressa, deve-se I = A-De-F (1 — B) (1)
adotar a orientacdo:
* utilizacdo de anodos de grafite, ferro-silicio ou ferro-silicio-cro- A = 111.658 m? (aprox.).
mo, de acordo com a Tabela 25.4; p = 120.000 Q-cm.
*os anodos sio sempre instalados em camas ou leitos (Fig. De = 73.73—13.35 lag p = 6 m Afr (aprox.) (férmula 2)
25.9A), ligados ao positivo do retificador e normalmente en- (2)
voltos com enchimento de coque metalirgico mofdo; F = | (Tabela 25.6).
* os retificadores sao instalados em locais criteriosamente esco- E = 0.9 (90%) (Tabela 25.7).
Ihidos. em funcdo das condigGes de distribuigao de corrente, das I = 67 A (aprox.)
disponibilidades de corrente alternada e da existéncia de locais
adequados para a instalagdo das camas de anodos: c) Escolha do sistema de protegdo catédica a ser instalado —
* instalacéo de pontos de teste ao longo da linha, para as medi- Tendo em vista os valores da resistividade elétrica do soloe
¢Ges periddicas dos potenciais tubo/solo: da corrente elétrica necessdria, decidiu-se instalar um siste-
* instalag4o de juntas de isolamento elétrico nas extremidades da ma de protegao catédica por corrente impressa.
tubulagaa, se necessd4rio; d) Escolha do ntimero e da capacidade dos retificadores
* instalagdo de caixas de interligacdo elétrica com tubulacdes * corrente elétrica necessaria: 67 A (aprox.);
estranhas, se necessdrio. * folga para a operacdo dos retificadores com 75% de carga:
« instalagdo de dispositivo(s) de drenagem das correntes tubo/ 22 A (aprox.):
trilho, se a tubulagdo estiver influenciada por correntes de in- * corrente elétrica total necessdria de ser instalada: 89 A;

r~ Caixa de medigao c Nivel do solo


|
¥ : f ¥ ¥ ¥ \ y

ae elétrico de interligagao

Tubulagao
protegida

Anodos galvanicos ensacados com enchimento condutor

Fig. 25.12
PROTECAO CATODICA 283

* nimero e capacidade dos retificadores instalados: trés reti- « os anodos poderem ser langados diretamente no fundo do mar
ficadores iguais, cada um com a capacidade nominal de 30 ou enterrados na praia, dependendo de cada situacao em particu-
A. lar,
@ Distribuigéo e componentes do sistema de protecdo catédi-
~~

ca instalado — Apéos criterioso levantamento para a escolha 25.8.3 Protecao Catédica de Pieres de Atracacao
dos melhores pontos para a instalacao de retificadores e ca- de Navios
mas de anodos (locais com baixa resistividade elétrica, de facil
acesso, com disponibilidade de corrente elétrica alternada e As estacas de aco cravadas no mar. para a sustentagdo dos pie-
bem distribuida ao longo da tubulacdo), decidiu-se projetar e res de atracacdo de navios, s40 normalmente protegidas com 0 au-
instalar o sistema de protegao catédica com os seguintes equi- xilio dos sistemas por corrente impressa (Fig. 25.9B). Para o caso
pamentos e acess6rios: de pequenos pieres ou quando nao se dispée de alimentacdo elé-
* um conjunto retificador/cama de anodos, préximo ao km 0 trica no local, langa-se mao de anodos galvanicos.
+ 500, com as seguintes caracteristicas: A protecao catédica nessas estruturas atua tanto nas partes cra-
retificador retrigerado a ar natural, 4 prova de tempo, diodos vadas no solo quanto nas partes submersas, sendo que as partes
de silicio, com capacidade para 50 V, 30 A, alimentado com aéreas das estacas (acima do nivel da agua até o concreto) s6 po-
circuito elétrico de CA local em 220 V, 60 Hz. e dem ser protegidas com o auxilio de um revestimento adequado.
cama de anedos com 13 anodos de Fe-Si (1.500 mm/50 mm),
espagados de 3,0 m, para uma vida total superior a 20 anos; Para a protegdo catédica galvanica dessas obras. é comum
um conjunto retificador/cama de anodos, nas proximidades adotar-se a seguinte orientacio:
do km 57, com as seguintes caracteristicas: * uso de anodos de zinco ou aluminio, fixados diretamente as es-
retificador com as mesmas caracterfsticas do anterior, e tacas ou suspensos por intermédio de suportes apropriados:
cama de anodos com 14 anodos de Fe-Si (1.500 mm/50 mm), * interligages elétricas entre as estacas por intermédio de verga-
espacados de 6,0 m, para uma vida superior a 20 anos; Ihdes de ago embutidos no concreto, se houver necessidade.
* um conjunto retificador/cama de anodos, nas proximidades No caso dos sistemas por corrente impressa, 0s procedimen-
do km 100, com as seguintes caracteristicas: tos mais adotados sao:
retificador com as mesmas caracteristicas dos anteriores, e * utilizagdo de anodos de chumbo-antimdnio-prata, para 0 caso das
cama de anodos com 18 anodos de Fe-Si (1.500 mm/50 mm), construgdes em estacas tubulares, onde os anodos sido instalados
espagados de 4,5 m, para uma vida superior a 20 anos; suspensos;
duas juntas de isolamento elétrico. uma em cada extremida- * utilizagao de anodos de ferro-silfcio-cromo ou titdnio. para o caso
de do gasoduto, destinadas a impedir que parte da corrente das estacas-prancha, quando os anodos, de um modo geral. sao
elétrica de protegdo catédica seja captada pelas estacdes exis- instalados no fundo do mar;
tentes; * utilizacdo de retificadores quase sempre imersos em Gleo, devi-
* 45 pontos de testes, com espagamento aproximado de 3 km, do as condig6es agressivas da atmosfera marinha:
destinados as medigées periddicas dos potenciais tubo/solo. * utilizagao de retificadores 4 prova de explosdo, para 0 caso de
J) Operagae do sistema — Apés instalado. 0 sistema de prote- pieres que operam com produtos inflamaveis:
¢40 catédica foi colocado em operacao, fornecendo potenci- * necessidade de interligar eletricamente as estacas, o que é feito,
ais de protegdo ao longo de todo 0 gasoduto, uma vez que na maioria das vezes, por intermédio de vergalhées de ago em-
tados os pontos testados adquiriram potenciais tubo/solo mais butidos no concreto.
negativos que —0,85 V (medi¢ées realizadas com um volti-
metro 50,000 O/V ¢ uma meia célula de CulCuSQ,), 25.8.4 Protecao Catédica de Tanques de
Armazenamento
25.8.2 Protecao Catédica de Tubulacées Submersas
Qs tanques de armazenamento de petrdleo. de derivados de
petrdleo, produtos quimicos e Agua sofrem, na maioria das vezes.
Para a protecdo de tais estruturas, como oleodutos e gasodu- corrosao severa € constituem-se. também, em aplicagdes impor-
tos lancados no mar, emissarios submarinos de esgotos, etc., tam- tantes dos sistemas de protecao catddica.
bém os sistemas por corrente impressa s4o os preferidos, embo- Para a protegdo interna das partes em contato com eletrélito.
ra os anodos galvanicos também sejam utilizados em fungao das como os selos de agua salgada existentes nos tanques que armaze-
caracteristicas de cada obra em particular. nam petrdleo, a protegéo com anodas galvanicos de zinco ou alu-
Nos sistemas galvanicos, de modo geral sio adotadas as se- minio é a mais recomendada, sendo os anodos fixados diretamen-
guintes medidas: te na chapa do fundo, com distribuicdo unitorme ao longo de toda
* utilizagdo de anodos de zinco ou de aluminio. O uso de anodos a area a proteger.
de magnésio sé é cogitado se a tubulagao for langada em dgua Para a protegao interna de tanques que armazenam dgua potd-
doce; vel ou agua para fins industriais, recomenda-se o uso dos sistemas
* os anodos galvanicos sao normalmente fixados diretamente aos por corrente impressa, com anodos de ttanio,
tubos, por intermédio de solda elétrica da alma de ago do ano- No caso da protegao externa do fundo do tanque, normalmente
do. em contato com 0 solo ou com uma base de concreto. 0 sistema
Para os sistemas por corrente impressa, a melhor orientacdo por corrente impressa é 0 mais utilizado, sendo que para o caso de
é no sentido de: pequenos tanques isolados e construidos sobre solos de baixa re-
* utilizagdo de anodos de Fe-Si-Cr, com ou sem enchimento con- sistividade elétrica os sistemas galvanicos sao os preferidos.
dutor. para as tubulagées submersas no mar, ou utilizacdo de Os anodos a ser utilizados, tanto para os sisternas galvanicos
anodos de grafite ou Fe-Si, para o caso de gua doce; quanto para os sistemas por corrente impressa. obedecem as mes-
284 = CORROSAO

mas orientagdes mostradas para a protecdo de tubulacdes enter- J) Distribuigdo do sistema de protegdo catédica:
radas. Quanto a distribuig4o, os anodos podem ser instalados em * retificador — um retificador a prova de explosao, refrigera-
camas préximas ou afastadas, sendo comum a instalagao de do a Gleo, diodos de silicio, com capacidade para 25 V, 100
anodos circundando os tanques. A, alimentado com circuito elétrico trifasico, 480 V. 60 Hz,
Um dos cuidados a serem tomados na protegdo externa dos existente no terminal;
tanques de armazenamento diz respeito aos sistemas de aterra- * anodos — 67 anodos de ferro-silicio (1.000 mm X 50 mm),
mento elétrico dos mesmos, quando existentes. Esses aterra- distribufdos ao longo do parque de tanques em camas cir-
mentos elétricos, desnecessdrios na grande maioria dos casos, cundando cada tanque. A vida dos anodos sera superior a 50
sao construidos com cabos e hastes de cobre e, além de agravar anos.
a corrosao do fundo do tanque (devido ao par galvanico forma- Obs.: O numero de anodos foi definido em func&o da neces-
do acolcobre), dificultam extremamente a obtencao dos poten- sidade de uma boa distribuigdo de corrente elétrica em todos os
ciais de protegao. Existem, na literatura técnica especializada, tanques, fazendo com que sua vida seja bem superior ao minimo
varios trabalhos que mostram ser desnecessdrio aterrar tanques exigido (20 anos).
de ago construidos sobre o solo ou sobre uma base de concreto.5 g) Interligacées elétricas — Os tanques sao interligados eletri-
Para 08 casos em que o aterramento é julgado imprescindivel camente pelas préprias tubulagGes existentes no terminal.
pelo projetista ou usudrio dos tanques, recomenda-se a utiliza-
¢4o de anodos de zinco e cabos de cobre revestidos para a sua 25.8.5 Protecao Catdédica, de Navios e
execucao.
Embarcacées
Exemplo pratico. Um parque de tanques de terminal de gra-
néis liquidos possui os seguintes tanques cilindricos com bases
Outra vasta aplicacdo dos sistemas de protecdo catdédica con-
apoiadas em fundagdo de concreto: 6 tanques com didmetro de
siste nos cascos dos navios ¢ embarcagGes de um modo geral, bem
17,0 m; 12 tanques com diametro de 13,0 me 12 tanques com di-
como as partes internas dos tanques de lastro de navios que trans-
ametro de 9,5 m.
portam petrdleo. Para a protegao interna dos tanques de lastro os
Todos os tanques possuem, entre a chapa do fundo e a base de
sistemas galvanicos sio sempre utilizados mediante a instalacdo
concreto, uma camada de asfalto de petréleo.
de anodos de zinco ou de aluminio, uma vez que os anodos de mag-
O sistema de protecdo catédica para a protegdo das partes ex-
nésio nado so permitidos pelas Sociedades Classificadoras para
ternas das chapas dos fundos dos tanques foi dimensionado de acor- essas aplicac6es.
do com o roteiro que se seguc.
Para a protegdo externa do casco sao utilizados tanto os siste-
mas galvanicos, para embarcag6es ¢ navios de pequeno e médio
a) Medigées das resistividades elétricas do solo — Foram medi-
portes, quanto os sistemas por corrente impressa, para os navios
dos um total de 15 pontos, distribuidos nos diques dos tanques.
de médio e grande portes. No caso dos sistemas galvanicos podem
Em cada ponto foram feitas 4 medigdes, nas profundidades de
ser utilizados tanto os anodos de zinco quanto os de aluminio,
1,5 m, 3,0 m, 4,5 me 6,0 m do nivel do solo pelo Método dos
devido & sua capacidade de corrente mais elevada e menor peso
Quatro Pinos, com o auxilio do instrumento “Vibroground”. Os em comparacdo ao zinco.
valores encontrados variaram entre 800 0-cme 1.400 Q-cm,
A tinta utilizada para o casco do navio ou embarcacao deve ser
com um valor médio de 1.000 (Q-cm.
do po n&o-saponificavel, o menos porosa possivel e com razod-
b Potenciais tanque/solo — O potencial de cada tanque em re- vel resist@ncia 4 abrasdo.
~~

lag4o ao solo foi medido com 0 auxilio de um voltimetro espe-


Os anodos séo fornecidos com a face interna pintada, com o
cial (50.000 0/V) e uma meia-célula de CulCuSO,, Os valores
objetivo de distribuir melhor a corrente elétrica de protecdo ao
encontrados foram de ordem de —0,5 V.
longo do casco do navio.
¢ Calculo da corrente elétrica necessdria para a protegéo ca-
~~

Os anodos galvanicos de zinco devem ser fabricados com com-


tédica
posigdo quimica bem controlada, ndo sendo admitidos teores aci-
ma de determinados valores para alguns componentes importan-
I = A:De-F (1-E)
tes, como o chumbo, 0 ferro, o cobre e 0 silicio.
A = 3.803 m? (aprox.).
Para o dimensionamento de um sistema galvanico de protegio
p = 1.000 D-cm.
catddica para 0 casco de um navio ou embarcacao devem ser ado-
De = 73,73 — 13,35 log p = 33,7 m A/m? (aprox.).
tadas as mesmas orientagdes mostradas em dimensionamento de
F=l.
sistema de protegdo catédica (25.6), sendo que para o cdlculo da
E = 0,4 (40%).
lI

I = 77 A (aprox).

d Escotha do sistema de protegao catédica a ser instalado —


ian

Considerando a intensidade de corrente elétrica necessdria, de-


cidiu-se projetar um sistema de protegao catédica por corrente
impressa.
e Escotha do numero e capacidade dos retificadores:
~~

* corrente elétrica, necessdria — 77 A;


* folga para operagao dos retificadores com 75% em carga, —
25 A;
* corrente elétrica total a ser instalada, — 102 A.
Decidiu-se projetar apenas um retificador, com capacidade
nominal para 100 A, Fig. 25. 13 Anodo de zinco retirado de casco de embarcacio.
PROTEGAO CATODICA =. 285

“area molhada’” a ser protegida a seguinte expressio pode ser uti- Exemplo pratico. Proteger com anodos de zinco, tamanho
lizada: padrao de (6 * 12 X 1 1/4''), peso unitdrio 10,67 kg, tipo ZHS
(Z = zinco, H = casco, § = alcas embutidas de aco), uma em-
Vv barcagao de casco de aco, de deslocamento a plena carga de 7.084
W= (7d) + qt) toneladas, comprimento entre perpendiculares de 426 pés, cala-
do médio moldado de 12,2 pés.
Onde Cdiculo da drea molhada — Aplicando-se a expressdo (11),
W = area molhada do casco e acessérios, em pés quadrados. tem-se:
L = comprimento do navio entre perpendiculares, em pés.
d = calado médio em pleno deslocamento, em pés. L = 426 pés.
V = deslocamento volumétrico moldado, em pés ctibicos d = 12,2 pés.
(aproximadamente 35 pés cubicos por tonelada de des- V = 35 X 7.084 pés ctibicos.
W = 29.158 pés quadrados (aprox. 2.730 m’).
locamento, para a agua do mar).

Para os navios de médio e grande portes os sistemas por cor- Calculo do mimero de anodos — a quantidade de anodos ne-
rente impressa sao mais utilizados que os galvanicos devido prin- cessaria para protecdo completa das obras vivas de um navio é fun-
cipalmente ao pequeno peso dos anodos e por serem mais eco- ¢ao da “area molhada” total e da densidade de corrente exigida.
nOmicos, uma vez que s4o projetados para vida longa, nao ha- Para o cdlculo do ntimero de anodos, pode-se usar a seguinte
vendo necessidade de substituir os anodos durante as docagens. férmula pratica:
Um sistema tipico para protecdo por corrente impressa do
casco de um navio (Fig. 25.14) compreendera, resumidamente:
1.000-1 (12)
Zz
|

* um ou mais transformadores/retificadores (T/R), alimentados


numero de anodos.
pelo préprio circuito elétrico do navio, capazes de se regular
Hfrz

= densidade de corrente, em miliampéres por pé quadrado.


!

automaticamente por intermédio dos circuitos C (controlador)


area molhada, em pés quadrados.
e AM (amplificador magnético):
corrente de saida do tipo de anado, em A.
* anodos especiais (A), de titdnio platinizado ou de chumbo-
antimOnio-prata, montados no casco e protegidos por blinda-
Para um ciclo de docagens de 2 anos (ou seja, para uma vida
gens especiais (para evitar danos a pintura);
do anodo de 2 anos), pode-se prever 5 miliampéres por pé qua-
* eletrodos de referéncia (E), normalmente de zinco, segundo a
drado de drea da popa do navio (ou seja, cerca de 20% do casco)
Especiticagio MIL-A-1800I-H, com o objetivo de controlar au- e 2 mil ampéres por pé quadrado de rea restante (ou seja, cerca
tomaticamente os potenciais do casco e, em conseqiiéncia, a cor-
de 80% do casco), o que significard uma média de 2.6 mi-
rente fornecida pelo retificador; . liampéres por pé quadrado de drea molhada.
* um dispositivo de ligagdo da hélice ao casco, por intermédio
A formula (12) se reduzird a
de escovas especiats;
* um dispositivo de ligagdo do leme ao casco.
Ww
6—— (13
Os sistemas de corrente impressa, para essas aplicagdes, sao 1.000-1
adquiridos em kits padronizados pelos fabricantes em fungao das A corrente de saida do anodo ZHS tabelada, fungao unica de
caracteristicas do navio. sua geometria, é de 0,4 A. (Recomenda-se consultar o catalogo

Fig. 25.14
286 CORROSAO

do fabricante para o valor da corrente de saida de cada anodo.) * oretificador é ligado, criando-se uma diferenca de potencial en-
Assim, a férmula (13) reduz-se a tre o concreto e as ferragens. que passam a funcionar como
catodos, ficando protegidas;
WwW * acorrente injetada pelos anodos passa pelo concreto, penetra nas
N = 6,5—— 14 ferragens e retorna ao negativo do retificador, fechando 0 cir-
1.000 us)
cullo.
ou seja, um total de 190 anodos, distribuidos simetricamente pe-
los 2 bordos. Os principais tipos de estruturas de concreto protegidas catodi-
Obs.: A localizagao dos anodos, ditada pela pratica, obedece nor- camente em alguns paises sao:
malmente a desenhos-padrao. E conveniente ressaltar que os anodos
deverao ser fixados por solda de suas algas de fixagdo (de ago). * tabuleiros e estruturas de pontes ¢ viadutos;
As alcas e as dreas do casco queimadas pela solda deverdo ser * estruturas maritimas tais como cais, pieres, docas e terminais:
cuidadosamente tratadas e pintadas de modo idéntico ao casco. De * estruturas offshore em concreto armado;
modo algum deve-se pintar a superficie de zinco do anodo. * estagdes de tratamento de efluentes;
* tanques de salmoura.
25.8.6 Protecdo Catédica de Armaduras de Aco de
Estruturas de Concreto 25.8.7 Aplicagdes dos Sistemas de Protecao
Catédica no Brasil
As experiéncias iniciais com sistemas de proteg4o catédica para
as armaduras das estruturas de concreto datam de 1958. Os pri- Para ilustrar a importancia da protecfo catédica na operagao
meiros sistemas, entretanto, somente comecaram a ser instalados segura das instalagGes metdlicas enterradas e submersas. sao ci-
em 1973, nos Estados Unidos, e em 1974, no Canada. tadas suas principais aplicagdes no Brasil.
Os principios basicos utilizados na protegdo catédica das fer- Oleodutos — Todos os oleodutos existentes em operagao no
ragens embutidas em estruturas aéreas de concreto sao os mesmos Brasil sao protegidos catodicamente. a maloria deles com siste-
adotados para as estruturas metdlicas enterradas. O Unico upo de ma por corrente impressa.
sistema atualmente utilizado é 0 sistema por corrente impressa. As Gasodutos — Assim como os oleodutos, também todos os ga-
experiéncias feitas com anodos galvanicos néo foram satisfatori- sodutos existentes no Brasil possuem sistema de protegao caté-
as, devido & elevada resistividade elétrica do concreto. dica, incluindo as redes de distribuigdo de g4s domiciliar ¢ in-
O procedimento adotado para a protecdo catddica por corrente dustrial do Rio de Janciro ¢ de Sao Paulo. O sistema por corren-
impressa, nesses casos, € 0 seguinte: te impressa também é 0 mais utilizado nesses gasodutos.
Minerodutos — Os minerodutos em operagiéo no Brasil. cons-
* coloca-se um sistema de anodos especiais de titanio junto a su- truidos em aco, esto todos protegidos com sistema por corrente
perficie de concreto, cobrindo-se o conjunto com uma camada impressa.
de concreto: Adutoras — A grande maioria das adutoras de aco das Com-
* o sistema de anodo é interligado ao terminal positivo de um reti- panhias de Saneamento de todo 0 Brasil esta também protegida
ficador. sendo as ferragens ligadas ao seu terminal negativo: catodicamente com sistema por corrente impressa, Como prin-

Anodo de titanio
(Embutido no concreto)

Fig. 25.15 Esquema tipico de protegdo catédica para armaduras de ago embutidas no concreto armado.
PROTEGAO CATODICA 287

cipais exemplos podem-se citar os sistema de agua das cidades operam com lastro de Agua salgada possuem também proteedo
de Sao Paulo, Rio de Janeiro, Vitéria, Salvador, Recife e Forta- interna com anodos galvanicos.
leza. Pieres de Atracacao de Navios — Todos os pieres de atraca-
Emissarios Submarines — Os emissdrios submarinos de es- ¢ao de navios no Brasil, construides com estacas de ago crava-
gotos, construidos em ago, estéo protegidos com anodos galva- das no mar, estao protegidos catodicamente. O sistema por cor-
nicos Ou com sistema por corrente impressa. rente impressa tem sido o mais utilizado.
Plataformas de Petréleo — Todas as plataformas de prospec- Navios — Os navios e embarcagées construfdos em ago em
¢ao e produgdo de petrdleo no mar, atualmente cm operacdo no operagao no Brasil estao protegidos com sistema galvanico ou
Brasil, sdo protegidas catodicamente. Para essas instalagdes os por corrente impressa, dependendo das caracteristicas de cada um.
sistemas galvanicos, com anodos de aluminio, sao os mais utili-
zados.
Tanques de Armazenamento — A maioria dos parques de tan- REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
ques de armazcnamento de petrdleo, alcool e derivados de pe- PEABODY. A. W. Control of Pipeline Corrosion, National Association of
trdleo existentes no Brasil estéo protegidos com sistemas de pro- Corrosion Engineers, Houston, USA, 1970, pag. 5.
tegao catddica por corrente impressa. _ AMBLER Jr. C. W. Zine as a Weapon of the Corrosion Engineers, American

Ww
A protegao catédica, nesses casos, destina-se a combater a cor- Zinc. Lead & Smelting Compuny. St. Louis, USA. 1957,
NACE. Standard RPO 169-92, Section 6, pdg. 13. Houston. Texas, USA, 1992
rosdo nas superficies externas, em contato com o solo ou base de

AR w&
. GOMES. L. P. Prategéio Catédica, IEC, 1977. pag. 45.
concreto, das chapas dos fundos das tanques. Os tanques que . Idem. pags. 154 157.
26 Protecao Anédica

Foi sugerida, em 1954, por Edeleanu,' a possibilidade do em- A aplicagao da protegdo anddica faz com que a dissolugdo do
prego da protegao anddica que. de maneira simples, baseia-se na filme seja impossivel e, quando ocorre qualquer falha no filme,
formagdo de uma pelicula protetora, nos materiais metdlicos, por esse é automaticamente reparado pela formagao de novo filme
aplicagéo de corrente andédica externa. Essa corrente ocasiona ou pelicula protetora. O éxito desse sistema vai depender do exato
polarizagdo anddica, que possibilita a passivagéo do material controle do potencial, pois um potencial nao adequado (muito
metalico. alto) pode ocasionar a dissolugéo do metal. Condigdes ideais sao
Entretanto, a possibilidade do emprego da protecdo andédica aquelas em que o material metélico requer pequena corrente para
nao era devidamente considerada devido ao fato de as correntes manter 0 estado passivo, o que assegura resisténcia a corrosdoe
anddicas aumentarem a taxa de dissolugdo do metal, de acordo pequeno consumo de energia, tornando 0 processo economica-
com as leis de Faraday. Esse fato, entretanto, embora valido para mente vidvel.
sistemas ativos de corrosdo, nao se aplica a sistemas passivos. A Para se usar a protegao anddica, isto é, a passivagdo anddica
Tabela 26.1 evidencia um aumento acentuado na resisténcia a como meio de protegdo, deve-se estabelecer e manter o poten-
corrosdo do ago inoxidavel usando-se protegio andédica. cial passivo em todo o material metdlico colocado no meio cor-
Entre as condig6es necessdrias para aplicagdo da protegda rosivo. Para se ter essa condig¢4o, é necessario o emprego de ins-
anddica, devem ser destacadas: trumento que proporcione corrente adequada para passivar o
metal e deixda-lo na faixa do potencial de passivagao. Isto se con-
* o material metdlico deve apresentar passivagao no meio corro- segue usando-se instrumentos eletrénicos, como o potencios-
sivo em que vai ser utilizado; tato, que mantém automaticamente 0 potencial de passivacao.
* todas as partes expostas devem ser passivas e mantidas nesta O potenciostato mantém o material metdlico a um potencial
condig¢ao. Se qualquer parte metdlica nao for passiva, tem-se 0 constante em relagao a um eletrodo de referéncia. O potencios-
inconveniente de pequena area anddica ativa para grande area tato tem trés terminais: um é ligado ao material a ser protegido
catédica inerte ou passiva, com conseqiiente ataque localiza- (anodo), outro a um catodo auxiliar’ (platina ou latdo revestido
do. com platina, ago com cromo-niquel. ferro-silicio, tubo de aco,

TABELA 26.1 EFEITO DA POLARIZACAO ANODICA NA TAXA DE CORROSAO DO ACO INOXIDAVEL

H,SO, Densidade
(Concentracéo Temperatura de Corrente Taxa de Corrosao
em %) (CC) Anddica (yu. A/em?) (g/m?.h)

30 18 10 0,06
30 18 0 4,0
30 50 2,5 0.1
30 50 0 53.0
50 50 25 OS
50 50 0 217
60 50 2.5 O15
60 50 0 1&3
TITULO DO CAPITULO ~—s- 289

TABELA 26.2 CORRENTE NECESSARIA PARA PROTEGAO ANODICA


Densidade de Corrente (mA/pé)
Meio Corrosivo Temperatura Material Metdlico Para manter
CC) Para passivar a passivacado
H,SO, (1 molar) 23.8 316SS 2.100 Il
H,SO, (30%) 23.8 304 500 22
H,S0,(45%) 65,5 304 165.000 830
H.SO (67%) 23,8 304 4.700 3.6
H,S0 (93%) 23,8 Ago doce 260 21
Oleum 23.8 Ago doce 4.400 11
H PO, (75%) 23.8 Ago doce 38.000 19.000
NaOH (20%) 23.8 304 SS 4.400 94
NaOH (50%) 60.0 Aco doce 41 125

Hastelloy-C), e 0 terceiro a um eletrodo de referéncia (eletrodo protegao catddica, onde é bem maior (dai ndo ser recomendavel
de calomelano ou de Ag/AgCl). em meio muito agressivo). Na protegao anddica, as condicdes de
A Tabela 26.2 da us correntes necessérias para protecao ano- operagao sao bem determinadas por medigGes eletroquimicas. o
dica de diferentes materiais em meios corrosivos fortes.* que nem sempre se verifica no caso da protegado catdédica, onde
Como a protecdo andédica é utilizada em meios fortemente se utilizam as vezes ensaios empiricos.
corrosivos, tem sido empregada‘ em reatores de sulfonacao. tan- Na protecao anédica, hd uma uniforme distribui¢do de densi-
ques de armazenamento de dcido sulfurico. digestores alcalinos dade de corrente, necessitando-se apenas de um 86 catodo auxi-
na industria de celulose c trocadores de calor de aco inoxidavel liar para proteger longos trechos: porém. na catédica, como nao
para 4cido sulftrico. ha essa uniformidade de distribuigdo. sao utilizados diversos ele-
Comparando-se as protegdes anddica e catédica, pode-se ob- trados (anodos) espagados para se ter a protecdo desejada. En-
servar que a protecao anddica s6 pode ser aplicada para metais tretanto, uma limitagdo séria para o uso da protec4o anddica é a
ou ligas que se passivam, como ferro, nfquel, cromo, titanio ¢ presenga, no meio corrosivo, de fons halogenetos’ pois, como é
respectivas ligas. nao sendo aplic4vel para zinco, magnésio, cdd- bem conhecido, a passivayao ou manutenciio do estado passivo
mio, prata, cobre ou ligas de cobre, ao passo que a protecio ca- do ferro c de agos inoxidaveis é destruida pelos ions halogenetos.
todica é aplicdvel a todos os materiais metdlicos. mais freqiientemente cloreto. Em caso de concentragées de clo-
Na protecao anddica, a corrente inicialmente aplicada é ele- reto menores do que 0,1 N hd pequena influéncia na taxa de cor-
vada, mas € pequena para manter a passividade, ao contrario da Tosdo, Mas com o aumento da concentrac4o do fon cloreto para
0,1-0,5 N a taxa de corrosdo, no estado passivo, aumenta apreci-
avelmente. Quando se tem pequenas quantidades de cloreto em
Isolantes
Acido sulftirico, esse acido pode eliminar o cloreto sob a forma
oO Tanque de ago
de acido cloridrico, evitando ent4o a destruigdo da passividade.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
. EDELEANU, C., Metallurgia 50, 113 (1954).
. TOMASHOV.N. D.. e CHERNOVA., G.P.. Passivity and Protection of Me-
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tals Against Corrosion, Plenum Press. New York. 1967. pag. 108.
RIGGS, O. L..e LOCKE. CLE... Anodic Protection — Theory and Practice in
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. NACE — National Association of Corrosion Engineers. Task Group T-3L.-2
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. FONTANA. M.G..e GREENE. N.D.. Corrosion Engineering, McGraw-Hill,
a

New York. 1967. pag. 211.


Fig. 26.1 Esquema de sistema de protegau anddica de um tanque de 7, SHOCK. D.A.. SUDBURY. J.D.. e RIGGS. O.L.. Proceedings of the First
armazenamento de dcido sulftirico.’ International Congress on Metalic Corrosion. London, 1961, pag. 366.

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