Você está na página 1de 4

Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)

Objetivo: Fornecer informações sobre os pagamentos e recebimentos, em dinheiro, de uma empresa, ocorridos durante
determinando período de tempo. Portanto, é possível analisar a capacidade da entidade em gerar caixa e equivalentes
de caixa, bem como suas necessidades para utiliza-los.
É possível obter informações sobre:
A) a capacidade da empresa em gerar futuros fluxos líquidos positivos de caixa;
B) a capacidade da empresa honrar seus compromissos, pagar dividendos e retomar empréstimos obtidos;
C) a liquidez, a solvência e a flexibilidade financeira da empresa.
D) a taxa de conversão de lucro em caixa.
E) a performance operacional de diferentes empresas.
F) o grau de precisão das estimativas passadas de fluxos futuros de caixa.
G) Os efeitos, sobre a posição financeira da empresa, das transações de investimentos e de financiamento etc.
Os fluxos de caixa podem ser de atividade: operacional, investimento e financiamento.
Disponibilidades – caixa e equivalentes de caixa
“Caixa compreende numerário em espécie e depósitos bancários disponíveis e equivalentes de caixa são aplicações
financeiras de curto prazo, de alta liquidez, que são prontamente conversíveis em montante conhecido de caixa e que
estão sujeitas a um insignificante risco de mudança de valor.”
Para ser equivalente de caixa, deve-se preencher 3 requisitos:
1) ser de curto prazo (até 3 meses).
2) ser de alta liquidez.
3) Apresentar insignificante risco de mudança de valor.
A natureza da transação deve levar em consideração sua intenção subjacente para fins de classificação.
Exemplo: Compra de um terreno com a finalidade de venda, logo em vez de ser uma atividade de investimento,
acaba se tornando uma atividade operacional.
Atividade Operacional: é um indicador de como a operação da empresa tem gerado suficientes fluxos de caixa para
amortizar empréstimos, manter a capacidade operacional da entidade, pagar dividendos e juros sobre o capital próprio
e fazer novos investimentos sem recorrer a fontes externas de financiamento.
É ligado com atividades que envolvem a produção e entrega de bens e serviços, além de normalmente se relacionar com
as transações que aparecem na DRE.
Exemplo de entradas
A) Venda de mercadorias e prestação de serviços a vista;
B) Recebimento de clientes;
C) Recebimento de juros, royalties e comissões;
D) Recebimento de dividendos e juros sobre o capital próprio pela participação no patrimônio de outras empresas;
E) Recebimento de seguradas de prêmios de seguros e sinistros;
F) Recebimentos de caixa de contratos mantidos para negociação imediata ou disponíveis para venda futura.
G) Recebimentos decorrentes de sentenças judiciais; reembolso de fornecedores; indenizações por sinistros, exceto
aquelas diretamente relacionadas a atividades de investimento, como sinistro em uma edificação.
H) Recebimento de aluguéis, direito de franquia e vendas de ativos produzidos ou adquiridos para esse fim (como no
caso da venda de carros destinados a aluguel).

Exemplo de saídas
A) Compra de produções ou matéria-prima a vista:
B) Pagamento a fornecedores de mercadorias;
C) Pagamento de salários e benefícios a empregados;
D) Pagamento dos juros (despesas financeiras) dos financiamentos (comerciais e bancários).
E) Recolhimento de tributos ao governo.
F) Pagamentos para a produção ou aquisição de ativos destinados a aluguel e subsequente venda (como no caso das
compras de veículos destinados a aluguel e, na sequência, venda).
Atividade de Investimento: Relacionam-se normalmente com o aumento e a diminuição dos ativos de longo prazo
(não circulantes) que a empresa utiliza para produzir bens e serviços.
Exemplo de entradas
A) Recebimentos resultantes da venda de imobilizado, intangível e de outros ativos não circulantes utilizados na
produção;
B) Recebimentos de caixa por liquidação de adiantamentos ou amortização de empréstimos concedidos a terceiros
(exceto instituição financeira);
C) Regastes do principal de aplicações financeiras não classificadas como equivalentes de caixa.
D) Recebimentos referentes a contratos futuros, a termo, de opções e swap, exceto quando se tratar de negociação
imediata, venda futura ou ser classificada como atividade de financiamento.
E) Recebimento pela venda de participações em outras empresas ou instrumentos de dívidas de outras entidades e
participações societárias em joint ventures, exceto os recebimentos referentes à títulos classificados como
equivalentes de caixa ou mantidos para negociação imediata ou futura.
Exemplo de saídas
A) Pagamento de caixa para aquisição de terrenos, edificações, equipamentos ou outros ativos fixos utilizados na
produção (referentes à aquisição de ativo imobilizado), intangível e propriedade para investimento;
B) Pagamentos pela aquisição de títulos patrimoniais de outras empresas ou instrumentos de dívidas de outras
entidades e participações societárias em joint ventures, exceto os desembolsos referentes à títulos classificados
como equivalentes de caixa ou mantidos para negociação imediata ou futura.
C) Adiantamento de caixa e empréstimos feitos a terceiros (exceto instituição financeira);
D) Desembolsos dos empréstimos concedidos pela empresa e pagamento pela aquisição de títulos de investimento
em outras entidades.
E) Pagamento de contratos futuros, a termo, de opções e swap, exceto quando tais contratos forem mantidos para
negociação futura, exceto quando classificados como atividades de financiamento.
Atividade de Financiamento: Relação entre a entidade e seus proprietários (acionistas), bem como seus credores. Na
prática suas fontes de financiamento.
Exemplo de entradas
A) Venda de ações e/ou debêntures;
B) Empréstimos obtidos no mercado, via emissão de letras hipotecárias, notas promissórias, debêntures ou outros
instrumentos de dívida, de curto ou longo prazos;
C) Integralização de capital por parte dos acionistas, em dinheiro.
D) Recebimento de contribuições, de caráter permanente ou temporário, que, possa por expressa determinação dos
doadores, têm a finalidade estrita de adquirir, construir ou expandir a planta instalada, aí incluídos equipamentos
ou outros ativos de longa duração necessários a produção.
Exemplo de saídas
A) Pagamento de dividendos e juros sobre o capital próprio ou outras distribuições aos donos, incluindo o resgate de
ações da própria empresa (pode ser classificado como atividade operacional);
B) Pagamento de empréstimos obtidos (exceto juros);
C) Pagamento do principal do arrendamento mercantil financeiro.

Dica
Transações de investimento e financiamento sem efeito no
Atividade Operacional: Ativo e Passivo caixa devem ser evidenciadas em notas explicativas.
Circulante. Exemplos:
Atividade de Investimento: Ativo Não A) Dívidas convertidas em aumento de capital;
Circulante. B) Aquisição de ativo via contrato de arrendamento
Atividade de Financiamento: Passivo Não mercantil;
Circulante e Patrimônio Líquido. C) Bem obtido por doação (exceto dinheiro);
D) Troca de ativos e passivos não caixa por outros ativos e
passivos não caixa.
Pontos Polêmicos

Observação: Juros = Atividade Operacional; Juros sobre o capital próprio e Dividendos = Atividade de Financiamento.
CPC - PAGAMENTO
Observação 2: Juros; Juros sobre o capital próprio e Dividendos = Atividade Operacional. - RECEBIMENTO
Duplicatas Descontadas: quando ocorrerem antecipações de caixa feitas junto a instituições financeiras, o recomendável
é classificar como atividade operacional, desde que as atividades derivem de outras transações resultantes do negócio.
Fluxos de caixa em moeda estrangeira: os ganhos e perdas não realizados resultantes de mudança nas taxas de câmbio
de moeda estrangeira não são fluxos de caixa. No entanto, os seus efeitos sobre os saldos de caixa e equivalentes de caixa
devem ser demonstrados separadamente.
Aquisição e vendas de controladas e outras unidades de negócios
A) Se ocorrer a obtenção ou perda do controle de controladas ou outros negócios = apresentar separadamente e
classificar como atividade de investimento.
B) Se a mudança de % não implicar em perda do controle da controlada = classificar como atividade de
financiamento da mesma forma quando ocorrer transações entre os acionistas ou sócios.
A soma das 3 atividades + a variação cambial do saldo de caixa e equivalente de caixa = VARIAÇÃO DO CAIXA NO
PERÍODO.
Método Direto: explica as entradas e saídas brutas de dinheiro dos principais componentes das atividades operacionais.
Recebimento de caixa das operações – Pagamento de caixa das operações
Genericamente: Um aumento no saldo das contas do AC vinculadas as operações diminuem o caixa, e uma diminuição
no saldo dessas contas aumenta o caixa. Um acréscimo no saldo das contas do PC vinculadas as operações aumentam o
caixa, e uma diminuição produz uma saída no caixa.
BP DFC
AC + -
PC + +
Sempre verificar se a atividade é operacional.
Método Indireto (Método da Conciliação): faz a conciliação entre o lucro líquido e o caixa gerado pelas operações.
Permite o usuário avaliar quanto do lucro está sendo transformado em caixa em cada período. Deve- se analisar com
cuidado, pois é comum existirem pagamentos e recebimentos no período corrente de direitos e obrigações que se
originaram fora do exercício a que se refere o lucro que está sendo deduzido.
Lucro Líquido (+/-) Ajuste de Receitas e Despesas que não afetam o caixa (+/-) Variação de ativos e passivos
circulantes

Observação: O caixa líquido gerado pelas operações, assim como o lucro, independe de como os ativos são financiados. O
livro deixa claro que a recomendação do IASB é mais adequada. Pagamento de juros = Financiamento. Recebimento de
Juros = Investimento (aplicações em títulos patrimoniais ou não patrimoniais de outras entidades.

Você também pode gostar