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Adventismo do Sétimo Dia

Renunciado
APÓS UMA EXPERIÊNCIA DE VINTE E OITO
ANOS COMO UM PROEMINENTE MINISTRO E
ESCRITOR DAQUELA FÉ.

REV. D. M. CANRIGHT

INTRODUÇÃO DE
REV. THEO. NELSON, LL.D.,
Ex-Presidente do Kalamazoo College.

”Não sabeis quando será o tempo.” Jesus, Marcos 13:33.


”Acautelai-vos dos falsos profetas.” Jesus, Mateus 7:15.
”Guardai meus mandamentos.” Jesus, João 14:15.

NEW YORK CHICAGO TORONTO

Fleming H. Revell Company


LONDON & EDINBURG
Inscrito de acordo com o Ato do Congresso, no ano de 1889, por
D. M. CANRIGHT,
no Escritório da Livraria do Congresso, em Washington.
Adventismo do Sétimo Dia
Renunciado
___________

Por ANCIÃO D. M. CANRIGHT.

Testemunhos.
O trabalho de um especialista é altamente valorizado quando sua tendência pessoal está sob investigação.
Esta obra é o produto de muitos anos de estudo cuidadoso realizado por um especialista na história, métodos e
doutrinas dos Adventistas do Sétimo Dia. Por vinte e oito anos eu estive intimamente associado com aquele povo;
como membro, ministro, escritor, autor e auxiliador que muito ajudou a edificar aquela obra.
Juntei-me a eles a apenas quatorze anos depois do seu início; por isso tornei-me bastante íntimo com todos os
seus fundadores, suas primeiras teorias, e tenho todos os seus livros publicados durante os primeiros quarenta
anos. Sou perfeitamente familiarizado com cada argumento que utilizam, bem como a resposta para eles. Conheço
sua história interna e os pontos fracos como ninguém mais poderia saber. Este é um livro-texto completo sobre o
assunto. Aqui está o que dizem juízes competentes, após o terem-no lido e utilizado.
“Para alguns assuntos, é o livro que se sobrepõe sobre todos os demais que tratam do mesmo tema. Uma
pessoa que necessite se aprofundar neste assunto, não necessita de outro. O Adventismo do Sétimo Dia
Renunciado, de Canright, é exatamente tal livro. Do princípio ao fim é uma exposição completa e perfeita do
engano. Os Adventistas não tentaram replicar contra ele pela simples razão de que não conseguem; e assim, estão
tentando lançar dúvidas sobre o caráter e situação do autor, mas esta também é uma tarefa sem futuro. Se você
está preocupado com o Adventismo, pegue este livro; leia-o, estude-o, empreste-o, confronte os Adventistas com
ele, e não terá mais problemas com eles.” – Southland Evangelist, Hartworth, Texas.
“Depois de um estudo de vinte anos, é o melhor livro que já li sobre o assunto.” – Rev. Wm. Armstrong,
Canton, Pa., Genessee Conf. da M. E. Church.
“É uma argumentação bem completa da questão na qual os Adventistas diferem de nós.” – Baptist Christian
Herald, Detroit, Mich.
“É uma exposição abrangente desse engano moderno. É um mistério ver como um sistema de erros pode
sobreviver a tal exposição. Este livro deveria circular em cada comunidade onde o Adventismo é pregado.” –
Christian Oracle (Disciple), Des Moines, Iowa.
“Estou deleitado com ele. É amável, sincero, cuidadoso, correto e compreensível. Recomendo de coração esta
obra como a melhor que já foi publicada sobre o assunto.” – Prof. D. R. Dungan, Presidente da Drake University,
Des Moines, Iowa.
“Ele expõe com uma lógica magnânima, mas nunca com malícia, os erros do Adventismo do Sétimo Dia. Este
livro é eminentemente adequado para fazer o bem.” – Rev. Kendall Brooks, D. D., ex-Presidente do Kalamazoo
College, Mich.
“Eu não sabia que era possível dar uma resposta tão perfeita à literatura do Adventismo. Sempre senti que o
seu espírito era contrário ao Evangelho. A exposição de Canright é, sem dúvida, a mais hábil e mais
compreensível em existência.” – Rev. Theodore Nelson, LL. D., último Presidente do Kalamazoo Baptist College.
“Digo que é simplesmente avassalador.” – Rev. B. F. Whittemore, Presidente do Lester Seminary, Holden,
Mo.
“Sua obra é um livro que por longo tempo precisávamos, e agora deveria estar nas mãos de cada Cristão.” –
Rev. J. Cairns, Colfax College, Wash.
“É um grande livro.” – M. McLellan, Melbourne, Austrália.
“Nenhum outro livro como este, que esteja tão bem-adaptado para confrontar os sofismas e declarações dos
Adventistas do Sétimo Dia, caiu em nossas mãos.” – Central Free Will Baptists, Farmington, W. Va.
“A obra mais eficaz que já foi publicada.” – Missionary Visitor.
“Seria um bom plano colocar uma cópia deste livro em cada livraria itinerante de nossa terra.” – Methodist
Michigan Christian Advocate, Detroit.
“Um livro forte e vigoroso sobre o Deísmo do Sétimo Dia. O melhor material publicado sobre o assunto.” –
Chicago Standard, Batista.
“Um livro interessante e valioso.” – Central Baptist.
“Não existe outro livro no mercado possível de preencher o seu lugar.” – California Christian Advocate,
Metodista.
“É completo e irrespondível.” – Northern Christian Advocate.
“Um livro muito valioso que expõe de modo nítido e preciso as pretensões do Adventismo moderno.” –
Arkansas Baptist.
“Um livro robusto que não deixa nada incerto. Este é o primeiro livro que temos visto que expõe de forma
hábil e coerente, para o mundo, a natureza interna da ilusão do Adventismo do Sétimo Dia.” – Rev. G. J. Travis,
Ph. D., Batista.
“É de longe o tratamento mais completo e satisfatório sobre o assunto que já vi.” – Rev. J. Sunderland,
Batista, Coord. Secr. e Sup. de Missões, Minneapolis, Minn.
“A obra é uma refutação cortante e definitiva da doutrina em questão.” – Rev. John W. Haley, M. A., autor de
'Alleged Discrepancies of the Bible' e outras obras.
“A mais esmagadora refutação de seus sofismas.” – The Christian Pioneer, Austrália.
“Um antídoto completo contra as falácias dos nossos amigos do Sétimo Dia.” – Christian Colonist, Austrália.
Oficial Presidente, Little Rock University, Ark.: “'Adventismo Renunciado' é o livro mais atual e notavelmente
adequado para combater as falácias que tem em vista.” – Prof. W. F. Shedd.
“'Adventismo Renunciado' é como o Dicionário Webster's ou a luz do sol, e precisa ser elogiado. Nenhum
homem sincero pode ler o livro e ser um Adventista. Todo pregador deveria ter uma cópia.” – J. V. Coombs,
Presidente do Indiana College, Covington, Ind.
“O livro certamente ultrapassa em clareza e força; e se coloca ao lado dos melhores trabalhos em qualquer
livro que já saiu do prelo sobre a questão do Sábado e contra os Adventistas do Sétimo Dia.” – Texas Baptist and
Herald.
“É certamente um excelente livro, reconhecido de forma unânime como o melhor tratado sobre o assunto, e
prestaria bons serviços nas mãos dos pastores.” – Pacific Baptist, Portland, Ore.
“É um clássico sobre o Adventismo do Sétimo Dia, e ninguém que o adquirir ficará desapontado. Nós o
recomendamos como simples e inegavelmente a melhor obra sobre a questão, na medida em que trata dos seus
erros de um ponto de vista experimental.” – The Standard, Cincinnati,
“Para uma discussão exaustiva das questões relacionadas ao Sétimo Dia e o primeiro dia, ver 'Adventismo do
Sétimo Dia Renunciado', do Rev. D. M. Canright.” – David C. Cook, Pub. Co., Chicago, no New Adult Bible
Class, abril, 1912.
“Que livro você recomendaria para confrontar o Adventismo do Sétimo Dia? Resposta: Recomendaríamos que
você lesse ''Adventismo do Sétimo Dia Renunciado', do Ancião Canright.” – The Christian Workers Magazine,
Out., 1912, publicado pelo Moody Bible Institute, Chicago. Melhor recomendação não poderia se dada.
Termino com três testemunhos de homens que estiveram como eu, por longos anos no Adventismo, mas que
agora são livres em Cristo:
“Recebi seu grande livro. Penso que não apreciei algum livro mais do que este; ele é completo e
irrespondível.” – Prof. C. C. Ramsey; professor por nove anos em seus colégios, e agora na Universidade de
Harvard.
“Recomento fortemente o livro do Ancião Canright como uma fiel declaração da crença e prática dos
Adventistas do Sétimo Dia, do espírito e tendência do seu sistema. Os Adventistas nunca poderão confrontar estes
argumentos.” – Rev. D. B. Oviatt, por sete anos Presidente da Conferência dos Adventistas do Sétimo Dia, na
Pennsylvania.
“Fomos Adventistas do Sétimo Dia por mais de vinte anos, crendo firmemente na doutrina. Éramos
familiarizados com o Ancião White e esposa, bem como a história interna daquele povo. Descobrimos que era um
jugo de escravidão e obtivemos a liberdade e a bênção de Deus ao renunciá-lo, unindo-nos aos Metodistas.
Endossamos enfaticamente o livro do Ancião Canright como uma representação correta daquele povo e de sua fé.
O livro é uma refutação incontestável daquele sistema.” – Sr. e Sra. C. A. Russell, Otsego, Mich.
Selecionei apenas umas poucas citações de outras dezenas semelhantes a estas, e só transcrevi umas poucas
palavras de cada uma delas, mostrando como este livro é avaliado por juízes competentes.

_______

Livros e Tratados
O livro mencionado abaixo contém 416 páginas (N. T. o original em Inglês),
“Adventismo Refutado.” Dez tratados, todos juntos e contendo pontos principais da obra condensados como
segue (vendido em um só volume):
Nº 1. Origem e História do Adventismo.
Nº 2. A Mensagem do Advento Examinada.
Nº 3. 25 Objeções ao Adventismo.
Nº 4. Sra. White e Suas Visões.
Nº 5. O Sábado Judaico Abolido.
Nº 6. Por Que Guardamos o Domingo.
Nº 7. O Teste do Sábado do Sétimo Dia – Um Fracasso.
Nº 8. O Domingo é a Marca da Besta?
Nº 9. Não Sob a Lei.
Nº 10. Os Mandamentos no Novo Testamento.
Fleming H. Revell Co., Publishers. Pedidos através de qualquer distribuidor.
PREFÁCIO DA DÉCIMA-QUARTA EDIÇÃO.

“Criticar, expor e condenar outros não é uma tarefa agradável; mas quando mestres religiosos entronizam o
erro e enganam pessoas honestas, o silêncio seria cruel e censurável.”
Estando profundamente convencido de que o Adventismo do Sétimo Dia é um sistema de erros, sinto que é
meu dever publicar aquilo que conheço a respeito dele. Faço isto no temor de Deus. Ciente da tristeza que o
sistema trouxe ao meu coração e aos de milhares, devo alertar outros contra ele. Não questiono a honestidade dos
Adventistas, mas a sua sinceridade não santifica seus erros. Tive que falar claramente, mas, creio, gentilmente.
Tive que tratar de cada assunto brevemente e muitos deixei intocáveis, mas dediquei-me aos principais pilares
desta fé. Se estes caírem, todo o restante virá abaixo.
Agora fazem quase vinte e cinco anos desde que o livro foi publicado pela primeira vez. Esta é a décima quarta
edição. Ele foi traduzido em diversos idiomas, vendido por numerosas casas publicadoras, lido até os confins da
terra onde quer que os Adventistas tenham ido, e tem sido o maior obstáculo que a sua obra já se defrontou. Os
Adventistas ainda não se aventuraram a dar uma resposta para ele. Falem o que quiserem; é evidente que
responderiam de bom grado, se pudessem fazê-lo com segurança.
“Replies to Elder Canright” (Respostas ao Ancião Canright), citado nesta obra, não é uma contestação a este
livro, mas sim a uns poucos artigos que escrevi para um periódico muito antes do livro ser lançado. A própria
publicação serve de prova. A página do título é datada de 1888, enquanto que o meu livro não foi publicado antes
de um ano depois, em 1889 (ver a minha página do título). Assim, na página oitenta de sua publicação, leio: “Ele
promete publicar um livro, o qual, presumimos, será elaborado para limpar tudo o que seus artigos deixaram. Ele
vai receber a devida atenção, se julgado digno de tal, quando aparecer.” Vemos que esta “resposta” não foi uma
réplica ao meu livro. Uma foi prometida, mas nunca apareceu.
O livro discute muitos tópicos não mencionados nos artigos e, é claro, é muito mais completo em todos os
aspectos. Considerando que os Adventistas estão sempre prontos para debates, discussões e réplicas, como pode
este livro, que os incomodou mais do que qualquer outro já publicado contra eles, ser deixado de lado? A razão
está manifesta para todas as pessoas sinceras.
E aqui está o que meus irmãos Adventistas pensavam de mim antes de deixá-los:
“Battle Creek, Mich., 13 de julho de 1881. Irmão Canright, sinto mais interesse em você do que em qualquer
outro homem, porque conheço o seu valor quando o Senhor está com você como obreiro. James White.”
“Battle Creek, Mich., 22 de maio de 1881. É tempo de haver mudança dos delegados da Conferência Geral.
Creio que se formos sinceros e fiéis ao Senhor, será agradável que ambos façamos parte daquela Diretoria. James
White.”
“Battle Creek, Mich., 6 de agosto de 1884. Você tem estado conosco por muito tempo, e todos nós o amamos.
G. I. Butler.”
“Martinsburg, Neb., 14 de julho de 1884. Você tem sido usado poderosamente no mundo e possui uma vasta
quantidade de bem... Precisamos grandemente da sua ajuda no trabalho. Seu talento precioso, sua humildade e
plena consagração a Deus serão muito úteis. Existem muitos lugares onde isto seria de grande ajuda. G. I. Butler.”
Advent Review, março de 1887: “Sentimo-nos muito tristes em partir a nossa ligação religiosa com alguém
que estimamos há muito tempo como um irmão querido.”
Advent Review, 22 de março de 1887: “Ao nos deixar ele tomou um curso muito mais digno e louvável do que
a maioria daqueles que se retiraram de nós, vindo voluntariamente aos nossos irmãos líderes e expondo
francamente a condição de mente que ele estava. Ele fez isto diante de sua própria igreja, em nossa presença, e,
tanto quanto sabemos, não usou meios desleais injustos para nos ferir de qualquer modo. Ele sai do nosso meio
sem mancha moral sobre seu caráter, escolhendo associações mais convenientes para si mesmo. Isto é prerrogativa
pessoal de cada homem, se assim escolher optar.”
As citações no meu livro provêm de livros Adventistas publicados até a data que o escrevi, 1889. Desde então
muitos de seus livros foram reimpressos e paginados de forma diferente. Para nos adaptarmos a estes livros agora
repaginados, eu teria que mudar muitas de minhas referências; e para fazer isto teria que reimprimir todo o meu
livro, uma vez que ele está em forma de placas de eletrotipo. Para uma mudança de poucas placas, seria necessário
mudar todas. Assim, as referências ficaram como estavam. As citações estão tolas lá, apenas algumas estão em
páginas diferentes nas suas edições atuais. Tive grande cuidado para transcrever cada citação da forma exatamente
correta. Elas são confiáveis.
Tentei ser perfeitamente correto para com os meus irmãos Adventistas. Estive com eles vinte e oito anos – da
idade de dezenove a quarenta e sete – os anos mais vigorosos da minha vida. Fui muito amado por eles e os
amava. Amo-os agora. Ainda tenho milhares de amigos queridos entre eles. Foi uma provação terrível romper
com todos esses laços afetuosos. Ainda hoje as lágrimas caem enquanto escrevo estas linhas; mas a verdade e o
dever me foram mais caros do que os vínculos sociais.
Mais uma vez dou testemunho de que eles são pessoas sinceras, devotadas e se sacrificam por tudo aquilo que
acreditam e professam. Possuem muitas qualidades excelentes e há muitos Cristãos amáveis entre eles. Como em
todas as igrejas, eles têm a sua quota de membros indesejáveis, não por algum ensinamento imoral, mas pela
fraqueza humana, comum a todas as igrejas. Diariamente rogo por eles, para que o Senhor possa abençoar tudo o
que é bom neles, e, de alguma forma, ignorar quando estão em erro. Isto é tudo o que ouso pedir para mim
mesmo.

D. M. Canright, 1914.
MINHA POSIÇÃO ATUAL

Quando um homem proeminente deixa uma igreja ou partido, e se une a um de oposição apresentando suas
razões para isto, ele pode esperar que seus antigos companheiros se manifestarão contra ele. Eu não esperava uma
exceção no meu caso quando renunciei ao Adventismo; portanto, não fiquei despontado. A grande maioria dos
meus antigos irmãos têm permanecido bastante amigável e me tratam gentilmente. Uns poucos, muito poucos, têm
agido de outra forma. Seu objetivo é neutralizar minha influência contra aquilo que consideram ser a obra de
Deus. Esses poucos começaram a divulgar que eu me arrependi de ter deixado o Adventismo, que eu disse isto,
que tentei retornar para eles, que confessei que o meu livro era falso; e alguns disseram que eu estava na miséria,
física e mentalmente destroçado, sem nenhuma esperança de salvação, etc. Esses relatos foram recebidos por
irmãos honestos como se fossem verdadeiros, e repetidos tantas vezes que foram aceitos por muitos Adventistas
em todo o mundo. Eu os tenho negado de todas as formas possíveis, mas ainda continuam sendo cridos e
repetidos, e sem dúvida alguma continuarão sendo. Deixo Deus julgar entre nós.
Eu, aqui e agora, pela centésima vez afirmo solenemente diante de Deus que renunciei ao Adventismo porque
entendi ser ele um erro. Jamais me arrependi por ter agido assim, nunca confidenciei a ninguém que o meu último
desejo era voltar para aquele povo. Teria sido impossível para mim desejar tal coisa e ser um homem honesto.
Estou agora (1915) bem de corpo e mente; possuo uma casa avaliada em $10,000 ou $12,000 e tenho quatro filhos
crescidos, dos quais qualquer homem iria se orgulhar.
Ao deixar o Adventismo filiei-me à Igreja Batista em Otsego, Mich., e tornei-me seu pastor até que ela se
transformou em uma próspera igreja. Eles têm sido meus amigos ardentes até o dia de hoje. Vinte anos atrás
mudei-me para Grand Rapids, Mich., assumindo uma nova missão e edificando-a; organizei-a como igreja, que
veio a ser uma das mais fortes da cidade, com centenas de membros e um belo templo. Por duas vezes fui seu
pastor e sempre um membro ativo. Atualmente leciono em uma grande classe Bíblica de adultos a cada dia do
Senhor e frequentemente prego para a congregação. Sempre estive em perfeita harmonia com a igreja; eles me
honram como seu pai, consultam-me em todas as questões de importância e acaloradamente se ressentem dos
boatos tolos que circulam sobre mim.
Das dezenas de testemunhos impressos a meu respeito, selecionei apenas uns poucos que falam por si mesmos:
“Gand Rapids, Mich., 1 de novembro de 1907.
A quem interessar possa:
Tendo recebido muitas cartas de todas as partes dos Estados Unidos, de pessoas que têm sido informadas pelos
Adventistas de que o Rev. D. M. Canright não era membro de uma igreja Batista e muitas outras coisas
relacionadas com o seu caráter, nós condenamos enfaticamente qualquer uma dessas declarações e afirmamos que
ele é agora, e tem sido por muitos anos, um membro ativo da Berean Baptist Church, localizada nesta cidade; e
que foi seu pastor por duas vezes; um homem acima de censura e, acima de tudo, um nobre Cristão.
Respeitosamente, W. H. Andrews, ex-secretário e membro fundador da igreja acima mencionada.
Pela presente, certifico o que foi dito acima.
Rev. Robert. Gray,
Pastor da Berean Church.”

“Gand Rapids, Mich., 9 de abril de 1910.


A quem interessar possa, em todo o mundo.
Caros irmãos,
O motivo desta carta é para dizer que o Rev. D. M. Canright é reconhecido há muitos anos pelos abaixo-
assinados como um homem Cristão zeloso e consagrado; um verdadeiro ministro de Jesus Cristo. Por meio de
seus livros e tratados ele tem sido por muitos anos uma 'testemunha fiel e verdadeira' contra os erros dos
Adventistas do Sétimo Dia.
Oliver W. Van Osdel, Moderador da Grand River Valley Association;
Alexander Dodds, Presidente da City Baptist Mission Society;
W. I. Coburn, Presidente da Conferência de Ministros Batistas.”
O povo Batista não é o único que pensa bem a respeito do Rev. Sr. Canright. Um ministro Congregacional
acrescenta suas palavras:
“Com esta certifico que estou familiarizado com o Rev. D. M. Canright desta cidade por mais de quarenta e
cinco anos. Pelo menos vinte anos desse tempo ele foi um pregador Adventista, e durante aqueles anos sua
reputação como um homem Cristão e como pregador de rara habilidade, foi a da mais elevada distinção. Seu
nome entre o povo Adventista de seu estado era um sinônimo de justiça e caráter, e ele era um hábil defensor da
sua fé.
Quando deixou a denominação Adventista todos os que o conheciam, se estivessem imbuídos com o espírito
Cristão, deveriam admitir que a mudança por que passou foi devida a uma convicção sincera da conscientização
daquilo que acreditava ser o correto. Não poderia haver outro motivo no seu caso, pois ele obteve êxito superior
ao de muitos de seus irmãos e era honrado por eles no grau mais elevado. Por pelo menos vinte anos ele e sua
amada família vivem nesta cidade, e ele manteve a mesma reputação que tinha como um Cristão honrado e
cidadão respeitável. O que escrevi é do conhecimento pessoal do Rev. D. M. Canright e da denominação
Adventista neste estado.
J. T. Husted,
Pastor da Wallin Congregational Church, Grand Rapids, Mich., 12 de abril de 1910.”
Os pastores Metodistas acrescentam sua homenagem, como segue:
“Por termos recebido muitos questionamentos vindos de diferentes membros da associação, relacionados com
o caráter e a posição do Rev. D. M. Canright, a reunião regular mensal da Associação dos Ministros Metodistas de
Grand Rapids, Mich., adotou, por unanimidade de votos, a seguinte expressão da sua confiança e consideração
pelo valor pessoal e utilidade ministerial do Irmão Canright:
O Rev. D. M. Canright, antigo ministro na denominação Adventista do Sétimo Dia, e mais recentemente um
ministro na denominação Batista desta cidade, é conhecido pessoal de alguns do nosso corpo de membros por
vários anos, e todo o nosso conhecimento e informação a seu respeito são do tipo mais favorável.
Quaisquer questionamentos sobre seu caráter como homem, esposo, cidadão ou Cristão, não possuem
fundamento, e, na verdade, são refutados por todos os fatos conhecidos por pessoas de seu relacionamento íntimo.
Ele é honrado entre seus irmãos, respeitado em sua própria comunidade e é louvado por nós como digno de
confiança e crédito. Ele teve um ministério honrado e profícuo, e de forma alguma é merecedor dos ataques
promovidos contra ele.
Lavrado em Grand Rapids, Mich., neste décimo primeiro dia de abril de 1910, por autoridade da Associação
dos Ministros Metodistas de Grand Rapids.
John R. T. Lathrop, Superintendente do Distrito.
Charles Nease, Presidente.
J. R. Wooten, Secretário.”

“É com sincero prazer que escrevo a respeito do caráter e integridade do Rev. D. M. Canright. Tenho
conhecido a ele e sua família por uns bons anos, e não hesito em dizer que são pessoas muito estimadas e possuem
a confiança de seus vizinhos e amigos da comunidade.
Considero o Sr. Canright um Cristão amável em cada sentido da palavra; um homem da mais elevada
integridade e de quem se espera, em qualquer projeto com o qual esteja envolvido, fazer da justiça o seu guia de
ação.
Ele fez negócios com o nosso banco por muitos anos. Pessoalmente tive a oportunidade de testar sua
integridade, e manifesto de forma inequívoca a minha expressão de confiança nele.
Sinceramente,
Charles W. Garfield”
(O Sr. Garfield é presidente de um banco com $2,000,000)
Os Adventistas dizem algumas vezes que eu os deixei quatro ou cinco vezes. Retirei-me daquela igreja apenas
uma vez, não mais, a qual foi definitiva. Seus registros na igreja em Battle Creek e Otsego mostrarão isto. Por
alguns anos estive em tribulação com dúvidas sobre algumas de suas doutrinas, e por três vezes parei de pregar
por um curto período, mas permaneci um membro em boa posição.
Durante um grande encontro campal fui persuadido a engolir minhas dúvidas, a assumir o trabalho novamente,
confessar que estive em trevas e seguir adiante. Cedi meu julgamento às súplicas de meus irmãos e pelo amor que
nutria por antigos companheiros, e disse aquilo que logo me arrependi. Achei-me em uma luta terrível para
romper com o que havia me prendido por longo tempo.
Desde que os deixei eles tentam fazer parecer que, de qualquer forma, eu não fiz muita coisa. “Uvas verdes”,
disse a raposa para o delicioso fruto que não conseguiu alcançar! Irei expor aqui brevemente apenas alguns fatos.
Durante dois anos, 1876 e 1877, fui um dos três membros do Comitê da Conferência Geral que mantinha o
controle de todos os seus trabalhos no mundo. Não existe autoridade mais elevada na denominação. Como poderia
ocorrer de ser colocado naquele ofício, se eu não fosse um de seus melhores homens? Ano após ano fui eleito em
conselhos assumindo responsabilidades nas suas instituições mais importantes, tais como a Casa Publicadora, o
Colégio, o Sanatório, a Associação da Escola Sabatina, etc., etc. Como prova disso, ver seus anuários impressos,
onde meu nome aparece constantemente.
Fui empossado professor de teologia em seu colégio, presidente de uma conferência estadual, editor associado
de um periódico, etc. Preparei e organizei o curso de interpretação que todos os seus ministros devem seguir e fui
enviado para a sua conferência estadual anual, a fim de examinar os pregadores em seus estudos, sua teologia e
suas qualificações para o ministério. Tal trabalho é usualmente designado para um homem inferior?
Mas foi como escritor de seus periódicos, como autor de numerosos tratados, panfletos e livros cobrindo
praticamente todos os pontos controvertidos de sua fé; como palestrante e debatedor na defesa de suas doutrinas,
que eu era mais conhecido durante os últimos quinze anos que estive com eles. Nessas fileiras nenhum homem
entre eles se posicionou de forma tão proeminente quanto eu. Todos os que são familiarizados com a sua obra
durante aquele período sabem que nesta questão eu digo apenas a simples verdade. Eles também sabem disso. Por
meus escritos o escritório me pagou uma vez $500 em cheque, e muitas outras vezes quantias diferentes. Após
vinte e sete anos eles ainda publicam e utilizam vários dos meus tratados como sendo o de melhor que foram
capazes de produzir desde então.
Meu conhecimento amplo e profundo do Adventismo e de todos os seus argumentos preparou-me para
responder-lhes como ninguém mais poderia. Centenas de ministros de todas as partes escreveram seus
agradecimentos pelo auxílio que meu livro lhes tem dado no contato com o Adventismo. Será que Deus em sua
providência não me preparou para esta obra? Humildemente acredito que sim, e isso me apazígua com as
experiências longas e amargas que tive naquela escravidão. Mas se Deus e a verdade forem honrados, eu me
contento.
A única questão é: eu conheço suas doutrinas bem o suficiente para discriminá-las com clareza e tenho a
habilidade para refutá-las plenamente? Deixe que a minha obra seja a resposta.
Desde que me retirei, os Adventistas publicaram cinco ou seis tratados diferentes visando eliminar minha
influência. Se eu significasse tão pouco, por que todo esse esforço? O que eles fazem contradiz o que eles dizem.
Deus preservou-me para sobreviver a quase todos os ministros Adventistas com os quais comecei a trabalhar. Aos
setenta e cinco anos estou cheio de fé em Deus e da esperança de vida eterna através do nosso Senhor Jesus
Cristo.
Eu ainda amo aqueles irmãos e sei que a maioria deles são pessoas Cristãs honestas, mas estão no erro em
muitas de suas crenças. Serei grato se puder ajudá-los.

D. M. Canright
Pastor Emérito da Berean Baptist Church
Grand Rapids, Michigan.
CONTEÚDO

PREFÁCIO DA DÉCIMA-QUARTA EDIÇÃO.


MINHA POSIÇÃO ATUAL.
INTRODUÇÃO.

CAPÍTULO I. DOUTRINAS E MÉTODOS DOS ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA.


Suas Doutrinas – Expansão da Sua Obra – Hostilidade aos Outros – Métodos de Trabalho – Como Lidar –
Falta de Instrução.

CAPÍTULO II. UMA EXPERIÊNCIA DE VINTE ANOS NO ADVENTISMO.


Aceito o Adventismo – Ordenado – Primeiras Dúvidas – Posição do Sr. White e Esposa – Homens da
Liderança em Dúvida – Trabalhos Amplos – Morte do Ancião White – Dúvidas Aumentam – Novamente no
Trabalho – Renúncia da Doutrina – Por que? – Posições Mantidas – Falsos Relatos – Unido aos Batistas.

CAPÍTULO III. ADVENTISMO, UM JUGO DE ESCRAVIDÃO.


Confissões de Ministros – Ministros que Renunciaram a Ele – Professores do Colégio – Médicos – Conduz à
Infidelidade – Igreja Desvirtuada.

CAPÍTULO IV. ORIGEM, HISTÓRIA E FRACASSOS DO ADVENTISMO.


Tempo para o Fim do Mundo Determinado no 2º Século, 10º Século, 17º Século e Frequentemente Desde
Então – Origem dos Adventistas do Sétimo Dia – Miller – Fruto do Millerismo – Marcação de Tempo – Confissão
de Miller – Nenhuma Mensagem Especial – Dezoito Erros.

CAPÍTULO V. MINHAS OBJEÇÕES AO SISTEMA DO ADVENTISMO DO SÉTIMO DIA.


Vinte e seis Objeções – Suas Posições Sobre as Profecias – Ignorância de Muitos Deles.

CAPÍTULO VI. A BESTA DE DOIS CHIFRES E AS MENSAGENS.


A Teoria Adventista – É o Papado – Argumentos Respondidos – Imagem da Besta – Ferida Mortal – Marca da
Besta – Absurdos – Quem Possui a Marca da Besta? – As Três Mensagens – Selo de Deus.

CAPÍTULO VII. O SANTUÁRIO.


Sua Teoria – A Porta Fechada – Novas Teorias – Dentro do Véu – O Templo – Por Que Eles Estão Errados –
O Templo do Evangelho.

CAPÍTULO VIII. SRA. WHITE E SUAS REVELAÇÕES.


Avisados Contra Falsos Profetas – Swedenborg – Ann Lee – Joanna Southcott – Joseph Smith –
Reivindicações da Sra. White para Inspiração – Escreve Uma Nova Bíblia – É Seu Guia – Não-Inspirada – Plágio
– Visões Suprimidas – Seus Erros – A Porta Fechada – Falsas Predições – Reforma do Vestuário – Filosofia de
Seus Transes – Dano que Ela Faz – Enriquece – O Resultado.

CAPÍTULO IX. A NATUREZA DO MANDAMENTO DO SÁBADO.


Moral e Cerimonial – Benefício Dele – Os Dias Não Se Diferem em Natureza – Deve Ser Santo – Cerimônia
Definida – Sábado Principalmente Cerimonial – Temporal – Ao Redor da Terra – Linha do Dia – Nos Polos –
Tempo Perdido.

CAPÍTULO X. POR QUE OS CRISTÃO GUARDAM O DOMINGO.


O Dia do Senhor Rastreado Até os Apóstolos – Apoc. 1:10 – Testemunho de Léxicos e Comentaristas – Jesus
é Senhor – Um Dia Adequado – Importância do Dia da Ressurreição – João 20:26 – Pentecostes – Atos 20:7 – 1
Cro. 16:1, 2.

CAPÍTULO XI. O PAPA MUDOU O SÁBADO?


Declarações Adventistas – Catecismos – Testemunho Católico – Plínio – Barnabé – “Ensino dos Apóstolos” –
Justino Mártir – Dionísio – Bardesanes – Clemente – Tertuliano – Orígenes – Constituições Apostólicas –
Anatólio – Vitorino – Pedro – Eusébio – Enciclopédias.

CAPÍTULO XII. POSIÇÕES SABATISTAS SOBRE A HISTÓRIA DO SÁBADO REFUTADAS.


“Somente a Bíblia” – “Pais Não Confiáveis” – Domingo, Não o Sábado – Seus Autores Examinados – Pagãos
e o Domingo – Constantino e o Domingo – Data Exata Quando o Sábado foi Mudado – Argumentos Refutados.

CAPÍTULO XIII. O SÁBADO NO VELHO TESTAMENTO.


Em Gênesis – Êx. 16 – “Sábado Judaico” – Êx. 31:16, 17 – No Decálogo – Isa. 56, 58 e 66 – Ez. 22.

CAPÍTULO XIV. O SÁBADO NO NOVO TESTAMENTO.


Uma Mudança Radical – Decálogo No Novo Testamento – Exemplo de Cristo – Marcos 2:27, 28; Mat. 24:20;
28:1; Lucas 23:56 – O Cronograma – Em Atos – Exemplo de Paulo.

CAPÍTULO XV. O SÁBADO JUDAICO ABOLIDO.


Col. 2:14-17 – Dias de Sábado, o Sétimo Dia – A Palavra Grega para Sábado – O Sétimo Dia Associado com
Comida, Bebida, Dias de Festas, Etc. – Comentários de Outros – Não Sábados Anuais – Uma Sombra – Tipos no
Éden – Gál. 4:10; Rom. 14:5.

CAPÍTULO XVI. UMA HISTÓRIA DE NUMEROSOS ESFORÇOS PARA REVIVER O SÁBADO


JUDAICO. TODOS FALHARAM.
Por Que Não Descoberto Antes? – Esforços para Reviver o Sábado Falham – Na Reforma – Na Inglaterra –
Batistas do Sétimo Dia – Esforço Adventista – Como Um Teste, Ele Falha – Sua “Nova Luz” – Repudiado por
Lutero, Baxter, Bunyan, Roger Williams, Etc.

CAPÍTULO XVII. A LEI.


Antinomianismo – “A Lei” Definida – As Duas Leis – O Decálogo Sozinho Não é a Lei de Deus – A Lei Foi
Dada por Moisés – Não Existia Até Moisés – Foi Dada Apenas para Judeus – Não para Gentios, e Era Apenas
Temporal – A Lei Maior de Deus é Eterna – Objetivo da Lei – Letra da Lei Abolida e a Lei Mudada – Lei da
Liberdade.
CAPÍTULO XVIII. O DECÁLOGO EXAMINADO.
Mostrado Aplicar-se Apenas a Israel – Divisão Católica do Decálogo – Eminentes Autores Sobre a Sua
Abolição.

CAPÍTULO XIX. AS DUAS ALIANÇAS.


A Aliança Definida. É o Decálogo – É Encontrada em Êx. 19 a 24 – Extensão Dela – Abolida – Como a Nova
Difere da Velha – Comentários.

CAPÍTULO XX. A QUAL LEI OS CRISTÃOS ESTÃO SUJEITOS?


A Autoridade de Cristo – Ele Deu Mandamentos – Os Apóstolos Deram Mandamentos – Estes São os
Mandamentos de Deus.

CAPÍTULO XXI. EXAME DE QUARENTA E SETE TEXTOS PRINCIPAIS USADOS PELOS


SABATISTAS.
Estes Incluem, na Ordem em que Aparecem, Cada Texto Importante Sobre o Sábado ou a Lei, de Gên. 2:1-3 a
Apoc. 22:14.

CAPÍTULO XXII. A NATUREZA DO HOMEM.


A Fé de Todas as Pessoas – Nos Apócrifos – Josefo – Fé da Igreja Primitiva – Alma Dormindo, Uma Posição
Doentia – Não Há Cura para a Infidelidade – O Argumento Racional – Argumento Bíblico – O Espírito do
Homem é Imortal – O Corpo Apenas um Tabernáculo – Seus Textos Respondidos – Punição Eterna – Textos de
Aniquilação Examinados.

APÊNDICES.
INTRODUÇÃO.

Por Rev. Teol. Nelson, LL.D., Ex-Presidente do Kalamazoo College.

Encontrei pela primeira vez o autor de “Adventismo Renunciado” no outono de 1865. Na época ele era um
jovem ministro em ascendência, em alta consideração com o seu povo. Naquele tempo, como agora, tenho inteira
confiança na sua sinceridade. Não penso ser estranho que, após mais de vinte anos devotados à proclamação do
Adventismo do Sétimo Dia, ele viesse finalmente a renunciar suas doutrinas e retornar à fé ortodoxa. Não é
necessário atribuir isto a quaisquer motivos sinistros ou indignos. Ao contrário, é suficientemente fácil acreditar
que a experiência, o estudo ou a evolução do raciocínio, como também a irresistível lógica dos eventos, produziria
inevitavelmente tais resultados. Os Adventistas do Sétimo Dia sempre tiveram grande preocupação com os “sinais
dos tempos”, os terremotos e estrelas cadentes ou com “guerras e rumores de guerras.” Argumentos que
impressionaram profundamente a imaginação de um jovem durante o atribulado período da nossa guerra civil,
perderiam naturalmente toda a sua força diante do julgamento de um homem nestes tempos de “paz serena.”
Em relação aos Adventistas do Sétimo Dia como um povo, eu nutro nada mais do que sentimentos de
amabilidade. Em geral a sua piedade é indubitavelmente genuína, embora misantrópica e melancólica. Eles
carregam uma baixa visão da natureza humana e praticamente se isolam da sua vizinhança e das questões que se
relacionam com o bem-estar da sociedade como um todo. Eles se afastam de qualquer movimento que visa o
progresso humano, porque acreditam que o progresso humano é impossível e que a humanidade já está
amaldiçoada; que a destruição está iminente, “às portas.” De fato, sua fé religiosa restringe, se não mesmo destrói,
seu sentimento de patriotismo; e leva-os a encarar com desconfiança, senão com sentimentos de hostilidade, o
governo livre sob o qual vivem.
Nada pode ser mais absurdo do que as suas interpretações dos eventos atuais, e, especialmente, sua crença de
que nossos governos geral e estaduais estão prestes a se converterem em máquinas de perseguição religiosa e
despotismo. Não poderia ser de outra forma que muitos Adventistas do Sétimo Dia sinceros, dos que acreditam na
necessidade imperiosa do ensino das Escrituras, ficarão gratos ao Sr. Canright por auxiliá-los a se livrar de um
jugo que aprisiona a sua vocação e amargura suas mentes.
Os Adventistas do Sétimo Dia acreditam e ensinam que antes da segunda vinda de Cristo os Estados Unidos
formarão uma união entre igreja e estado, e, como a França e Espanha no décimo sétimo século, tornar-se-á um
poder perseguidor. Ele sustentam que as Escrituras proféticas preveem claramente esta extraordinária mudança na
forma e espírito do nosso governo. Pondo à prova a fidedignidade das interpretações das Escrituras sobre as quais
suas expectativas estão fundamentadas, eles não admitem a possibilidade de erro. Eles presumem saber que têm a
chave correta da profecia – que possuem a “Verdade Presente.”
Eles acreditam e ensinam que os Adventistas do Sétimo Dia serão especialmente provados nessa perseguição
que está sendo preparada pelo governo civil; que eles serão as principais vítimas da perseguição implacável que
será empreendida contra os “Santos do Altíssimo”; que eles sofrerão nas mãos do poder secular aprisionamentos,
torturas, “a espoliação de seus bens” e talvez a própria morte. Na verdade, eles escoram todo o seu sistema de
doutrina sobre este significado da palavra de Deus, e consideram tais eventos monumentais, aos quais eles
chamam de predições da Bíblia, tão realistas quanto os eventos que já sucederam. Esses eventos são realidades
para eles e possuem o mesmo valor em argumento, e a mesma autoridade em ação, quanto a própria história.
Em suas publicações e sermões, eles frequentemente adotam o estilo do confessor que já está diante do
cadafalso, ou amarrado à estaca; eles discursam num tom de desafio, de submissão heroica, como se os feixes
fossem acendidos e a coroa do martírio estivesse à plena visão. Para alguém que está familiarizado com a história
das perseguições religiosas, e estudou o progresso e desenvolvimento da liberdade religiosa, especialmente nas
nações Anglo-Saxônicas; para alguém que está apenas um poco familiarizado com o espírito da atualidade e do
país em que vivemos, essa ostentação de “espírito de mártir” dos nossos amigos Adventistas parece bastante
absurda. Não fosse pela sua bem conhecida retidão e probidade de caráter, deveríamos estar dispostos a desafiar
sua crença, tal é a sua ânsia de encontrar a sua prova e confirmação em eventos que não possuem tal significado.
Seria possível, sob a nossa forma de governo, alcançar uma união mais íntima e perfeita entre “igreja e estado”
maior da que está incorporada no governo monárquico Inglês? Tal mudança seria um milagre maior do que Deus
fazer crescer um carvalho gigante num instante. A tendência da nossa civilização, as mais poderosas correntes de
opinião pública, são todas na direção oposta. Ainda assim, mesmo na Inglaterra os Adventistas estão livres para
divulgar suas doutrinas peculiares; para estabelecer igrejas e para alcançar seus intentos como os outros homens.
Liberdade religiosa é o espírito da época, e, mais do que tudo, o espírito da época na América. Portanto, podemos
dizer, não há necessidade de temor diante dos graves presságios dos nossos amigos Adventistas.

Teol. Nelson
CAPÍTULO I

DOUTRINAS E
MÉTODOS DOS ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA.

O Adventismo do Sétimo Dia se originou há cerca de setenta e cinco anos atrás no trabalho do Sr. Miller, que
estabeleceu o tempo para o fim do mundo em 1843-4. Adicionando algumas doutrinas à fé original, o Ancião
James White e esposa, em 1846, tornaram-se os líderes do ramo do Sétimo Dia do Adventismo. Seu escritório
central se situou, em diferentes épocas, em Paris, Me., Saratoga, Oswego e Rochester, N. Y. Em 1855, eles se
estabeleceram permanentemente em Battle Creek, Mich., que permaneceu como o centro de seu trabalho até
recentemente.

SUAS DOUTRINAS.
Em doutrina eles diferem radicalmente das igrejas evangélicas. Os principais pontos são aqueles da forma
como ensinados em seus livros: Eles sustentam a materialidade de todas as coisas; creem na filiação de Cristo;
acreditam que só eles têm uma compreensão correta das profecias, às quais dão mais de sua atenção; que o fim do
mundo está para acontecer nesta geração; que estamos agora sob o julgamento que começou em 1844; que o
sétimo dia, o Sábado, deve ser guardado; que guardar o Domingo é a marca da besta; que todos devem pagar o
dízimo; que a Sra. White é inspirada como foram os escritores da Bíblia; que a Bíblia deve ser interpretada para se
harmonizar com os seus escritos; que são chamados por Deus para dar o último aviso ao mundo; que os mortos
estão inconscientes; que os ímpios e o diabo serão aniquilados; que todas as igrejas, a não ser a sua, são Babilônia
e rejeitadas por Deus; que todas as pessoas, exceto eles, logo se tornarão espiritualistas; que quando Cristo vier,
apenas 144000 de todos os que então estiverem vivos sobre a terra serão salvos, e todos estes serão Adventistas do
Sétimo Dia. Consequentemente, eles não têm comunhão com outros Cristãos; nunca trabalham com eles de forma
alguma, mas, zelosamente fazem proselitismo com todos.
Eles acreditam na Bíblia, na conversão, na pureza de vida, na rígida temperança, na estrita moralidade e em
outras boas coisas comuns a todas as igrejas. Existem muitas pessoas excelentes entre eles. Em caráter, eles não
devem ser comparados aos espiritualistas, infiéis, etc., como algumas vezes se faz injustamente.

A EXTENSÃO DO SEU TRABALHO.


Seu Year Book (Anuário), para 1912, relata o seguinte:
Associações, 129; campos missionários, 87; igrejas organizadas, 2.769; membresia, 90.808; não-organizados,
15.758; total, 104.528. Ministros ordenados, 828; ministros licenciados, 458; missionários, 1.234; distribuidores
de livros, 1.697; total de funcionários, 4.346; Escolas Sabatinas, 4.151; participantes, 101.161; escolas da igreja,
594; estudantes, 13.357; colégios e academias, 86; estudantes, 7.169; casas publicadoras, 28; empregados, 610;
sanatórios, 74; empregados, 1.989; dízimos, $1.338.689,65; média por membro, $12,81; contribuições para
missões, trabalho em casa, dízimos e todos os fundos da denominação $2.223.767,52.
Eles publicam 121 periódicos em vinte e oito línguas. Livros e tratados publicados em noventa e uma línguas.
Os dados acima nos dão uma clara noção da força desta igreja. Contudo, a sua maior eficácia está na
distribuição da sua literatura. Cada membro, idoso ou jovem, até as crianças pequenas, é ensinado e admoestado a
se engajar de todas as formas possíveis na distribuição de tratados, folhetos e livros. Todos eles acreditam estarem
fazendo a obra de Deus quando agem assim. Logo, cada membro é um missionário de alguma forma. O resultado
é que a sua literatura está começando a ser amplamente distribuída por todo o mundo. Apesar disso, os resultados

1
de todo este enorme dispêndio de dinheiro e de trabalho são muito escassos. Nos últimos quatro anos, com 4000
trabalhadores no campo missionário, eles em média conseguiram ganhar apenas 4000 membros por ano, ou um
para cada trabalhador. Até agora eles têm trabalhado por setenta e cinco anos para ganhar 104000 membros. Os
Mórmons, começando quase na mesma data, contam agora com 500000, quase cinco vezes mais. Os Cientistas
Cristãos, com a metade da idade, são cerca de um milhão de membros. Existe muito pouco do verdadeiro poder
espiritual na obra. A obra é feita na maior parte com trabalho árduo e argumentos, não por um poder semelhante
ao que auxiliou a obra dos Apóstolos, ou Lutero, ou Wesley, ou Moody e muitos outros. Sua obra atualmente se
estende por todas as partes do mundo civilizado e em muitas terras pagãs.
O atual número de seus convertidos não nos fala sobre o dano que eles fazem. Onde convertem um, eles
confundem a muitos, os quais, depois disto, não têm fé para se estabelecer em qualquer igreja e se tornam inúteis
para todo o trabalho Cristão. Outras pessoas, conscienciosas, ficam incomodadas e preocupadas com sua doutrina
durante anos, sem saber o que fazer.

SUA HOSTILIDADE PARA COM TODAS AS IGREJAS.


Uma das características mais questionáveis desse sistema é a amagra hostilidade de seus membros em relação
a todas as outras igrejas. Sua teoria é a de que todas as igrejas, com exceção da sua própria, foram totalmente
rejeitadas por Deus em 1844, por não abraçarem a doutrina de Miller. Assim fala a Sra. White:
“Vi o estado de todas as diferentes igrejas desde que o segundo anjo proclamou sua queda [em 1844]. Elas se
tornaram mais e mais corruptas... Satanás tomou plena posse de todas as igrejas como corpo... As igrejas foram
deixadas como foram os Judeus; e elas foram se enchendo de toda ave imunda e detestável. Vi grande iniquidade
e vileza nas igrejas; apesar de professarem ser Cristãos suas confissões, suas orações e suas exortações são uma
abominação aos olhos de Deus. Disse o anjo: Deus não se apresentará em suas assembleias. O egoísmo, a fraude e
o engano são praticados por eles sem reprovação da consciência.” (Spirituals Gifts, Vol. I, pág. 189, 190;
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=147&p=189); http://www.ellenwhitebooks.com/?l=147&p=190).
Ela diz que é o demônio quem responde as orações das igrejas, assim:
“Vi-os erguer os olhos para o trono e orar: 'Pai, dá-nos o Teu Espírito.' Satanás inspirava-lhes uma influência
má.” (Early Writings, pág. 47; Primeiros Escritos, pág. 56, http://www.ellenwhitebooks.com/?l=27&p=56).
Novamente:
“As igrejas nominais estão cheias de fornicação e adultério, crime e assassinato, o resultado de seu
fundamento de paixão e lascívia; mas estas coisas são mantidas encobertas.” (Testimonies, Vol. II, pág. 449,
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=140&p=449) .
Qualquer pessoa inteligente sabe que tais declarações são apresentações falsas das igrejas evangélicas atuais.
Ellen White diz:
“Babilônia, a igreja nominal, está caída; o povo de Deus deve sair dela. Ela é agora a sinagoga de
Satanás.” (Present. Truth, Abril, 1850).
Com isto eles dizem que os reavivamentos e conversões nas igrejas são um grande engano, obra do demônio,
não de Deus. A Sra. White fala a respeito deles:
“O inimigo esforçar-se-á para impedir a obra, introduzindo uma contrafação. Nas igrejas que puder colocar
sob o seu poder sedutor, fará parecer que a bênção especial de Deus foi derramada; manifestar-se-á o que será
considerado como grande interesse religioso. Multidões exultarão de que Deus esteja operando maravilhosamente
entre elas, quando a obra é de outro espírito. Sob o disfarce religioso, Satanás procurará estender sua influência
sobre o mundo Cristão.” (Great Controversy, pág. 464; O Grande Conflito, pág. 464;
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=1&p=464).
Sobre isto o Review and Herald, 3 de maio de 1887, diz: “Somos conscientizados a assumir que essa obra de
avivamento, tão inquestionavelmente aceita por todas as igrejas, não é genuína, e fará com que as suas mãos sejam
levantadas em horror santo... Se Ele [Deus] está conosco, não pode estar com as igrejas populares em nenhum
aspecto, já que elas rejeitaram a mensagem do Advento de 1843-4; congratularam-se entre si diante das aparências
enganosas e de uma prosperidade que não existe de fato. A mão de Deus não pode direcionar dois movimentos de
natureza tão antagônicas.”

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Crendo desta forma eles vasculham zelosamente por evidências que comprovem sua opinião e fecham seus
olhos para qualquer fato que vai contra ela. Assim, eles se regozijam em qualquer coisa desfavorável que possam
ouvir contra ministros, igrejas ou membros. Eles a relatam, repetem, publicam magnificam e a mantém viva.
Enfraquecer, dividir, dispersar uma igreja, é seu deleite. De coração eles se unem com mundanos, infiéis e ateístas
em sua oposição às igrejas, e deste modo fortalecem sua descrença e auxilia-os para a perdição. Eles juntaram
todas as coisas mais desfavoráveis possíveis de serem encontradas contra as igrejas e colocaram num livro
ocupando trinta páginas; e este eles distribuem para que todos leiam. É triste ver homens dedicando suas vidas a
tal obra altamente censurável, da qual Satanás muito de agrada.

QUEM ESTÁ ENGANADO?


Os Adventistas do Sétimo Dia discorrem longamente em dizer como é fácil ser enganado e conduzido por
Satanás, quando pensamos que é o Senhor – acreditar em uma mentira como se fosse a verdade. É cômico ver
quão inocentemente eles aplicam isto para todos os outros e jamais sonham que possa ter qualquer aplicação a eles
próprios! O quê; eles enganados? Eles iludidos? Impossível! Eles sabem que estão certos. Exatamente, e este é
justamente o modo como se sentem, sejam eles os Mórmons, os Shakers, os Católicos; ou não é? Os próprios
Adventistas são uma ilustração da facilidade com que as pessoas são induzidas ao erro.

SEUS MÉTODOS DE TRABALHO.


Encontros em Tendas. Eles usam amplamente tendas para entrar em novos campos. Sendo uma novidade,
atraem a atenção. A princípio, eles apresentam assuntos que não escandalizariam a ninguém, até que ganham a
confiança das pessoas. Gradualmente eles apresentam seus dogmas específicos, e então tornam-se mais ousados,
até que, finalmente, acusam abertamente todas as igrejas como Babilônia e seus pastores como mercenários e
enganadores. Eles dizem que tais pastores não podem contradizer as suas doutrinas, não se atrevem a tentar.
Frequentemente oferecem recompensa para qualquer um que venha comprovar isso ou aquilo; vangloriam-se de
como assustaram a um, derrotaram a um e silenciaram a outro. Se em algum sermão uma única referência for feita
a eles, chamam a isto de perseguição, dão uma resposta e fazem de tudo para provocar controvérsia. Quando os
pastores locais são obrigados a se defenderem, eles dizem que estão sendo grandemente insultados.
Se um médico, advogado, professor ou homem de negócios entrar em uma cidade e acusar todos os outros da
sua profissão como charlatões, tolos ou enganadores, como ele seria tratado? Todos iriam se unir contra ele,
considerando-o um inimigo comum. Este é o modo com que pastores e igrejas se defendem contra os ataques dos
Adventistas, porque são compelidos a isto. Como Ismael, a mão dos Adventistas está contra todos, e,
consequentemente, a mão de todos está contra eles (Gên. 16:12). É inútil para eles negar isto, pois todos sabem
que é verdade. Todos eles sabem disso. Eu fui ensinado desse modo e agi assim, e ensinei a outros a fazer o
mesmo.

Encontros Campais. Os Adventistas promovem muitos encontros campais anualmente. Ali os seus melhores
oradores pregam suas doutrinas para milhares e distribuem sua literatura amplamente. Eles alugam os jornais para
imprimir longas reportagens lisonjeiras de seus encontros, as quais eles mesmos escrevem. Seus repórteres são
treinados para este trabalho especial. Com isto ganham ampla atenção e impressionam a muitos.

Estudos da Bíblia. Centenas de seus homens, mulheres e até mesmo moças são treinadas em suas lições
impressas, as quais eles decoram para irem de casa em casa oferecendo estudos Bíblicos. No início eles ocultam
seu real objetivo e nome, até que se sentem seguros. Então, cautelosamente apresentam suas doutrinas, trabalham
contra pastores e igrejas, e levam muitos consigo.

Venda de Livros. Centenas também são empregados para promover a distribuição de seus livros doutrinários.
A real natureza do livro é cuidadosamente ocultada, e o subscritor é enganado ao comprar um radical livro
Adventista.

3
Distribuição de Tratados. De todos os meios possíveis seus tratados são persistentemente apresentados às
multidões em todos os lugares por meio de publicidade – individualmente, nas tendas ou igrejas, por
distribuidores literários, colportores, em estudos Bíblicos, depósitos, barcos, lojas ou famílias, pelos correios, por
venda, empréstimo ou presente.

Missões. Eles possuem Missões em muitas das grandes cidades e em terras estrangeiras; mas elas são
amplamente agências de proselitismo. Eles fazem pouco entre os pagãos ou pelo desamparado ou caído, mas
penetram nas melhores famílias que possam conseguir acesso e reúnem os convertidos que outros missionários
fizeram. Deste modo os instrui a Sra. White:
“Erros são cometidos por não se procurar alcançar com a verdade ministros e as classes mais elevadas...
Homens e mulheres educados para trabalharem nas classes elevadas aqui, lá e em outros países.” (Testimony Nº
33, pág. 108, 109; Testemunhos para a Igreja – Vol. 5, Inglês, http://www.ellenwhitebooks.com/?l=143&p=580).
Jesus enviou seus discípulos pelos caminhos e valados para os pobres, coxos e cegos; para os publicamos,
prostitutas e pecadores, mas a Sra. White não aprecia esse tipo. Ela quer que venham dos “ministros e classes
elevadas”, “todos os que não precisam de médico”, aqueles que possam trazer talento e dinheiro para a causa.

Onde Trabalham. Os Adventistas alcançam mais sucesso em novos campos, onde são pouco conhecidos.
Deste modo, nos estados do oeste é onde são mais numerosos. Na Nova Inglaterra, onde começaram, eles têm que
se esforçar duramente para se manter. Em alguns dos campos mais antigos eles perderam em número; em outros o
seu ganho é muito pequeno. Em centenas de lugares onde eram razoavelmente numerosos, com ativas igrejas no
passado, agora não possuem nenhuma, algumas dispersas ou um punhado desanimadas. Battle Creek é uma clara
ilustração. Aquela foi a sua sede por quarenta anos. Certa vez chegou a ter 2000 guardadores do Sábado ali, todos
unidos. Agora existem menos de 1000 divididos em quatro partidos opostos, e sua influência desapareceu
completamente. O mesmo é verdade em toda a parte. A maioria dos convertidos que eles fazem, fica no início.
Após alguns anos de familiaridade, eles perdem a influência e poucos ou nenhum continuam com eles. Suas
igrejas crescem pouco, e, geralmente, até passam despercebidas. A membresia média de suas igrejas é 29 –
excessivamente pequena; quão diferentes das igrejas evangélicas! Estas, quanto mais estão em uma cidade, mais
forte crescem, e geralmente exercem mais influência; mas o Adventismo não se conserva.

COMO SE DEFRONTAR COM O ADVENTISMO.


As pessoas são induzidas ao Adventismo por falta de informação. Portanto, quando o Adventismo entra em
uma cidade o povo deveria ser alertado amplamente sobre o que ele é, quais são os seus efeitos e aquilo em que
não é Escritural. É bastante comum que pastores cometam o erro de deixá-lo à vontade por semanas, até que
consiga um ponto de apoio. Eu sempre notei que quando os pastores se uniam e trabalhavam contra nós já no
início, só conseguíamos fazer pouca coisa. Portanto, eu aconselharia igrejas e pastores a tomarem a dianteira da
situação seriamente, tão logo as pessoas se interessem pelo Adventismo. Pregar sobre ele; visitar aqueles que já
foram levados; manter estudos Bíblicos; muni-los de livros e tratados apropriados; sentar pacientemente e
responder aos argumentos; visitá-los sempre e sempre. Os Adventistas estarão trabalhando durante todo o ano,
visitarão uma centena de vezes, darão pilhas de tratados para converter cada pessoa. Se trabalhássemos dez por
cento mais duro, mal conseguiriam levar um. As pessoas amam serem notadas. A atenção que elas recebem dos
Adventistas frequentemente as convence mais do que seus argumentos.

QUAL SERÁ O SEU FIM?


O Adventismo está fundado no tempo, e o tempo irá matá-lo. Ele começou estabelecendo um tempo definido,
1844, para o fim do mundo, e falhou. Agora eles sustentam que ele deve acontecer nesta geração que se iniciou
em 1844. Esta é apenas uma outra forma de estabelecer data. No seu devido tempo, tudo isso irá falhar e arruinar
seu sistema. Então virá a dúvida, o desencorajamento, divisões, apostasias, infidelidade e ruína para as almas. Este
fim é inevitável. Quanto maior a sua influência hoje, mais terrível será o desastre amanhã. Esses movimentos
selvagens, entusiásticos e fanáticos, com fim em fracasso, são o deleite de Satanás, por trazerem desgraça sobre a
causa de Cristo, terminando em infidelidade. Tal será o fim do Adventismo, eu não tenho a menor dúvida.

4
(Nota do Tradutor: Ao tempo do Ancião Canright, o Adventismo era muito mais radical. Certamente eles
concluíram que deveriam mudar sua postura para sobreviver e serem mais bem aceitos. Atualmente, em 2014, eles
alteraram a estratégia. Pararam de marcar datas para o fim do mundo, tornaram-se menos enfáticos e
aparentemente mais complacentes com as outras denominações Cristãs. Prova disto é que na TV Novo Tempo
vemos líderes Adventistas dizendo “nossos irmãos Católicos” (ver episódio “O que Admiramos nos Católicos”, da
série “O que Admiramos nos...”). A Sra. White, sua profetisa, se visse isto, certamente os excomungaria como
hereges).

FALTA DE INSTRUÇÃO E DE TALENTOS ENTRE OS LÍDERES ADVENTISTAS.


Os homens a quem Deus escolheu para liderar os grandes movimentos religiosos do passado eram, com muito
poucas exceções, homens de instrução, de refinamento elevado e grandes talentos. Moisés, o fundador do
Judaísmo, “foi instruído em toda a ciência dos Egípcios, e era poderoso em suas palavras e obras” (Atos 7:22).
Neemias, que restaurou Jerusalém após o cativeiro, era copeiro do rei (Nee. 2). Igualmente Daniel, o grande
profeta, tinha “conhecimento e a inteligência em todas as letras.” Ele foi primeiro-ministro de um poderoso
império por muitos anos. Paulo era tão renomado por sua instrução, que o rei lhe disse: “As muitas letras te fazem
delirar” (Atos 26:24). Ele fez pelo Cristianismo muitas vezes mais do que todos os apóstolos juntos. É com ele, e
não com os outros apóstolos, que o mundo Gentio está em débito pelo Cristianismo. Depois os doze, embora sem
instrução, tiveram a vantagem sobre todos os outros reformadores, por terem sido ensinados diretamente pelo
Filho de Deus, e porque podiam operar milagres.
Santo Agostinho, 353-430 D. C., o pai da teologia Cristã, a quem a igreja deve quase tanto quanto a Paulo, era
altamente instruído. Como é bem conhecido, Lutero era um erudito completo, educado nas melhores escolas de
seus dias, e ocupou uma cadeira de professor em uma universidade. Igualmente Calvino e Melanchton eram
ambos profundos eruditos, ocupando cadeiras de professor nas salas de ensino. Zwínglio, o grande reformador
Suíço, era celebrado por sua instrução e erudição. Wycliffe, a “Estrela D'alva da Reforma”, era um graduado de
Oxford, Inglaterra, e doutor em divindade. Cranmer, o grande reformador Inglês, era um graduado, doutor em
divindade, arcebispo e regente do reinado. Wesley, o pai do Metodismo, era um graduado de Oxford; homem de
vasta erudição, autor ou editor de comentários, gramáticas, dicionários, etc. É falsa a ideia de que Deus
geralmente usa homens ignorantes como líderes de reforma, como mostra os grandes nomes listados acima.
Agora olhem para os fundadores das nossas seitas heréticas: Joanna Southcott era totalmente analfabeta, uma
mera lavadeira. Ann Lee, a fundadora dos Shakers, não recebeu nenhuma instrução, trabalhou numa fábrica de
algodão e era cozinheira em um hospital. Joseph Smith, o fundador do Mormonismo, não recebeu instrução, e
Brigham Young, muito pouca. Nenhuma destas pessoas exerceram influência no mundo à parte de seus próprios
seguidores iludidos.
E como acontece com os líderes do Adventismo? William Miller, o fundador, foi criado no meio do mato, na
pobreza, e recebeu apenas os poucos recursos de uma escola distrital comum. Com exceção de alguma instrução
geral, esta foi a extensão da sua educação.
O Ancião White, o líder do partido dos Adventistas do Sétimo Dia, só teve a instrução suficiente
proporcionada por uma escola distrital comum. Ele não era um estudante de livros. Em todas as minhas viagens
com ele raramente o vi lendo qualquer livro mais de meia hora. Sobre os idiomas ou a ciência ele não sabia nada,
e até mesmo sobre história comum conhecia muito pouco. A Sra. White não recebeu instrução escolar, exceto
umas poucas semanas quando criança. Ela, como Joanna Southcott, Ann Lee e Joseph Smith, era totalmente
iletrada, desconhecedora das mais simples regras da gramática. Nenhum de seus homens de liderança naquela
obra eram sequer graduados em colégio ou universidade, e muitos eram iletrados como a própria Sra. White. Os
Anciãos J. N. Andrews, Smith e um ou dois mais, por meio de estudo e leitura diligentes fora da escola, se
tornaram homens bem informados nos seus campos. Depois do Ancião White vieram os Anciãos Butler e Haskell
como líderes; nenhum deles homens instruídos e nem com a metade do talento natural do Ancião White. Os
líderes atuais também são homens diminutos. Tais homens são pobremente preparados para levar adiante uma
grande reforma nesta era instruída. Nenhum homem entre eles exerce agora, ou já exerceu, qualquer partícula de
influência no mundo ou qualquer ofício ou posição de responsabilidade no estado ou nação. Quão diferente dos
grandes reformadores do passado, que frequentemente possuíam extensa influência para o bem, não apenas com
as massas, mas com os grandes homens e reis da terra. Assim, por qualquer lado que vemos o Adventismo, ele
não possui nenhuma das marcas de uma reforma genuína enviada por Deus para abençoar o mundo.
O Ancião A. A. Phelps, por anos editor de um periódico Adventista do Primeiro Dia, diz: “Eu observei e
esperei, trabalhei com paciência, perseverança e lealdade, em cooperação saudável e com um desejo sincero de

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ver a unidade, empreendedorismo, vigor e força moral, que deveriam caracterizar um movimento Escritural e
inspirado dos céus. Quão devagar e relutantemente eu me rendi à convicção, forçado por tristes fatos e situações
que nem sequer me atrevo a dar detalhes, de que estava apenas jogando fora minha vida para conter essas ondas
de discórdia, indolência, frouxidão, estreiteza, dogmatismo e morte espiritual que não podia superar.”
Leitor, se você ainda está fora dessa Babilônia espiritual, tome este aviso daqueles que já passaram pelo
moinho, e fique de fora.
Mais recentemente, 1914, Alguns homens de destaque entre eles já admitem que: (1) A Sra. White cometeu
muitos erros em seus escritos “inspirados”; (2) Agora contradiz o que uma vez escreveu; (3) Ela copiou de
muitos outros autores aquilo que declara ser revelações de Deus; (4) Ela foi influenciada com frequência por
outros para escrever aquilo que auxiliasse seus projetos. O tempo comprovou isso tão claramente que não pode
mais ser negado. Consequentemente, suas revelações estão perdendo influência junto aos seus homens mais
capazes. Atualmente ela está com oitenta e sete anos de idade, e dizem ter perdido a maior parte da sua capacidade
mental. Os leigos, especialmente nas terras estrangeiras, sendo ignorantes de todos estes fatos, ainda a consideram
como a voz de Deus para eles.

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CAPÍTULO II

UMA EXPERIÊNCIA DE VINTE E OITO ANOS NO


ADVENTISMO.

Hesitei longamente em trazer questões pessoais para este livro, mas não pude ver outro modo de contar minha
história sem fazê-lo. Minha experiência ilustra o poder que o erro e a superstição exercem sobre os homens. Fico
admirado comigo mesmo de que eu tenha permanecido lá por tanto tempo, mesmo depois do meu julgamento
mais amplo ter-me convencido de que aquilo era um erro. Propus-me citar os fatos de maneira simples,
exatamente como aconteceram, doa a quem doer. Os homens públicos se tornam propriedade pública, e como tais
suas condutas e obras devem ser expostas e discutidas. Esta é a minha razão para criticar a trajetória do Ancião
White, esposa e outros. Eles convidaram a crítica, ao se declararem reformadores, melhores do que outras pessoas.
Nasci em Kinderhook, condado de Branch, Mich., em 22 de setembro de 1840. Me converti entre os
Metodistas sob os trabalhos do Rev. Sr. Hazzard, e fui batizado por ele em 1858. Logo me mudei para Albion, N.
Y., para poder estudar. Ali, em 1859, ouvi o Ancião e a Sra. White. Ele pregou sobre a questão do Sábado. Eu não
era instruído, e sabia muito pouco sobre a Bíblia. Não tinha noção da relação entre o Antigo e o Novo
Testamentos, a Lei e o Evangelho ou a diferença entre o Sábado e o Dia do Senhor. Achei que ele havia provado
que o sétimo dia ainda era obrigatório, e que não havia nada que autorizasse a guarda do Domingo.
Eu estava ansioso para fazer o que era certo. Comecei a guardar o Sábado, mas não tinha expectativas de
acreditar em mais alguma das suas doutrinas. É óbvio que eu comparecia aos seus encontros aos Sábados e
trabalhava aos Domingos. Isto me separou completamente dos outros Cristãos e lançou-me totalmente nos
Adventistas. Logo aprendi com eles que todas as outras igrejas eram Babilônia, estavam em trevas e sob o olhar
de reprovação de Deus. Os Adventistas do Sétimo Dia eram o único povo verdadeiro de Deus. Eles tinham “a
verdade”, toda a verdade e nada mais do que a verdade. Eles defendiam a obra de Miller de 1844; acreditavam nas
visões da Sra. White; no sono dos mortos; na aniquilação dos ímpios; lava-pés; etc. Inicialmente estas coisas me
confundiram e pensei em recuar, mas eles as explicavam de forma plausível, suavizavam-nas e diziam que de
qualquer forma crer nisso tudo não era nenhuma condição. Não tendo ninguém com esclarecimento para me
ajudar, passei a ver as coisas como elas eram, e em poucas semanas comecei a crer em todo o sistema. Fui
novamente batizado, como geralmente são os seus convertidos vindos de outras igrejas, de modo a me tornar
limpo de Babilônia. Persuadido de que o tempo era curto, desisti de ir à escola e abri mão de qualquer outro tipo
de estudo; ouvia suas pregações, devorava seus livros e estudei a minha Bíblia dia e noite para dar suporte a essas
novas visões. Eu era agora um crente fervoroso e ansiava converter todos para a fé. Não tinha nenhuma dúvida de
que aquilo era a pura verdade. Como eu já constatei, esta é a experiência de todos os que vão com eles.
Em maio de 1864, fui licenciado para pregar. Logo comecei com o Ancião Van Horn, em Ithaca, Mich.
Tivemos um bom êxito; levantamos três associações naquele ano. Em 1865, trabalhei no condado de Tuscola e
obtive excelente êxito. Naquele ano fui ordenado pelo Ancião White. Até aquela data eu não tinha dúvida alguma
sobre a veracidade na nossa fé. Como agora eu havia começado a ver mais a respeito do Ancião White, da esposa
e o trabalho na sede, tive conhecimento de que havia problemas com ele. Vi que ele determinava todas as coisas e
que todos o temiam grandemente. Vi que ele era muitas vezes rabugento e irracional. Isto me preocupava um
pouco, mas não seriamente. Em 1866, fui enviado ao Maine com o Ancião J. N. Andrews, o homem mais versátil
entre eles. Para mim isso foi uma grande coisa. Atirei-me no serviço com grande entusiasmo e estava muito feliz.
O Ancião Andrews era forte na fé e muito radical, e eu compartilhava do seu espírito. Tivemos excelente sucesso.
Por aquele tempo eu havia me tornado um bom escritor. Retornei à Battle Creek em 1867. Naquela época houve
um grande problema envolvendo o Ancião White, e foram realizados muitos encontros na igreja para investigar a
matéria. Era claro para mim que ele estava errado, mas a Sra. White o apoiava em seus “Testemunhos” e
repreendeu seriamente a igreja. O Ancião Andrews e uns poucos outros propuseram se posicionar pelo correto, e

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assumiram as consequências. Eu estava solidário com eles, mas outros temeram, e finalmente todos murcharam e
confessaram que “fomos cegados por Satanás.” Isto foi assinado pelos ministros da liderança e humildemente
aceito por toda a igreja (ver Testimonies, Vol. 1, pág. 612; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=139&p=612). Isso
balançou bastante a minha fé e comecei a questionar a inspiração da Sra. White. Vi que as suas revelações sempre
favoreciam o Ancião White e ela mesma. Se alguém ousava questionar seus métodos, eles logo recebiam uma
revelação contundente proclamando a ira de Deus sobre estes.
Por este tempo, no Oeste, muitos dos nossos ministros mais capacitados, formando quase um partido,
retiraram-se do corpo em oposição ao Ancião White e suas visões. Eles foram acusados de serem “rebeldes”,
foram sentenciados à perdição e foi profetizado que logo iriam para a ruína! Mas eles têm continuado o seu
trabalho por cerca de cinquenta anos, possuindo milhares de seguidores. Sua sede fica em Stanberry, Missouri,
onde publicam dois periódicos, livros, etc. Eles têm feito um bom trabalho no sentido de revelar a falácia da
inspiração da Sra. White.
Mas eu não me atrevi a abrir a minha mente para a alma. Eu era apenas um jovem e tinha pouca experiência.
Homens mais idosos e poderosos se curvaram e confessaram. O que eu poderia fazer? Eu não disse nada, mas me
senti horrivelmente mal. Desejei nunca ter ouvido sobre os Adventistas, mas logo estava de volta ao meu campo,
no Maine. Ocupado com meu trabalho, pregando nossa doutrina e cercado por homens que acreditavam
firmemente nela, rapidamente superei minhas dúvidas. Desde então aprendi que dezenas de outros já passaram por
um processo semelhante.
Em 1868, fui para Massachusetts. Estando fora dos problemas da sede, me senti melhor. Mas em maio de
1869, voltei para Battle Creek por um mês. A situação estava bem ruim. O Ancião White estava tendo problemas
com a maioria dos homens da liderança, e eles com ele. Fiquei bem convencido de que ele era a causa real de tudo
aquilo, mas a Sra. White o apoiava e isto definia as coisas. Eles eram os líderes escolhidos por Deus, e não
podiam ser criticados ou obstruídos. Senti-me triste. Estava trabalhando duro a fim de trazer homens para “a
verdade”, como eles a chamam; para convencê-los de que ali estava um povo livre das imperfeições das outras
igrejas. Muito me abateu ver tal estado de coisas entre os líderes. Até ali eu mesmo não tinha problema com
ninguém, e o Ancião White era muito cordial comigo. Mas então percebi que, se algum dia viesse a ter alguma
proeminência na obra, poderia esperar o mesmo tratamento que todos os outros recebiam da parte dele. Quanto
mais eu via da obra, mais objeções eu tinha a respeito dela. Não me deterei para expô-las aqui, porque as
apresentarei no Capítulo V.
Eu havia sido treinado tão completamente nas doutrinas Adventistas, que acreditava firmemente que a Bíblia
as ensinava todas. Desistir da fé Adventista era desistir da Bíblia. Todos os meus irmãos falavam desta forma e
assim eu também pensava.
Naquele ano fui à Iowa para trabalhar, onde permaneci por quatro anos, laborando com o Ancião Butler, que
logo se tornou o presidente da conferência geral Adventista. Obtivemos bom êxito e edificamos diversas igrejas.
Finalmente, abri meu coração para o Ancião Butler, e contei-lhe os meus temores. Eu sabia que aquelas coisas o
perturbavam tanto quanto a mim, pois com frequência falávamos sobre elas. Ele me ajudou um pouco e
novamente criei coragem e fui adiante, sentindo-me melhor. Ainda assim, a cada ano eu via mais e mais que de
algum modo as coisas não funcionavam da forma como eu imaginava que deveriam ser. Onde quer que o Ancião
White e esposa fossem, eles sempre entravam em conflito com os irmãos, e os melhores irmãos também com eles.
Cheguei a temer encontrá-los, ou tê-los por perto de onde eu estava, pois sabia que haveria problema com alguém
ou com alguma coisa, e nunca deixou de ser assim. Eu vi igreja após igreja serem divididas por eles; os melhores
irmãos desanimados, enraivecidos e expulsos, enquanto eu era obrigado a pedir desculpas por eles continuamente.
Durante anos a partir daí, o principal assunto de todos os nossos grandes encontros era ouvir as reclamações do
Ancião White contra seus irmãos. Nenhum homem da liderança escapava – Andrews, Waggoner, Smith,
Loughborough, Amadon, Cornell, Aldrich, Walker e uma série de outros tiveram que tomar a sua vez para serem
despedaçados na berlinda. Quatro horas em cada vez, e vezes sem conta, eu me sentei em reuniões para ouvir o
Ancião White e esposa acusando estes homens, até que senti que restava pouca humanidade neles. Isso violentava
todas as minhas convicções do direito e da justiça, e excitava a minha indignação. Mesmo assim, qualquer que
fosse a votação conduzida pelo Ancião White, todos nós votávamos em unanimidade, e eu com o restante. Depois
me retirava sozinho e me odiava pela minha covardice, e desprezava meus irmão por sua fraqueza.
O Ancião e a Sra. White conduziam e determinavam tudo com mão de ferro. Nenhuma nomeação para cargo,
nenhuma resolução, nenhum item de negócio era colocado em discussão em reuniões administrativas sem que
antes houvessem sido previamente submetidos ao Ancião White para sua aprovação. Até anos depois, nós nunca
vimos um voto de oposição sobre qualquer assunto, pois ninguém se atrevia a fazer isto. Desse modo, toda
votação oficial era apenas uma farsa. A vontade do Ancião White estabelecia todas as coisas. Se alguém se

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atrevesse a se opor a qualquer coisa, ainda que humildemente, o Ancião White ou a esposa rapidamente o
silenciava. Longos anos de treinamento iguais e este ensinam as pessoas a deixarem que seus líderes pensem por
eles; e daí tornam-se completamente submissas, como são os Católicos.
Essas, com outras coisas, me lançaram na dúvida e no desencorajamento, persuadindo-me a abandonar a obra.
Vi muitos ministros habilidosos e diversos homens valiosos nos deixarem por não poderem suportar tal
tratamento. Eu invejava a fé e confiança dos irmãos que eram ignorantes quanto a tudo isso, supondo que Battle
Creek era um pequeno céu, quando, de fato, era o mais próximo do purgatório do que qualquer coisa que eu
poderia imaginar. Muitas pobres almas foram para lá cheias de fé e esperança, mas logo retiraram-se tachados de
infiéis.
Em 1872, fui para Minnesota, onde logrei obter bom êxito. Naquela época comecei a escrever bastante, e por
isso era bem conhecido de todo o nosso povo. Em julho de 1873, eu e minha esposa fomos para o Colorado passar
umas poucas semanas nas montanhas com o Ancião White e esposa. Logo presenciei coisas muito desagradáveis
vivendo em família. Agora a minha vez tinha chegado, mas em vez de me reprimir, como a maioria dos outros
fazia, falei para o ancião livremente tudo o que passava em minha mente. Isto nos levou a uma ruptura aberta. A
Sra. White ouviu tudo, mas não disse nada. Em poucos dias ela recebeu um longo “testemunho” escrito para mim
e minha esposa. Nele justificava o seu esposo de todas as coisas e nos colocava como rebeldes contra Deus, sem
esperança de ir para o céu, a menos que houvesse uma completa rendição a eles. Eu e minha esposa o lemos
muitas vezes com lágrimas e orações, mas não podíamos ver um modo de conciliá-lo com a verdade. Ele continha
muitas declarações que sabíamos serem falsas. Vimos que havia sido ditado por um espírito de retaliação, uma
determinação para quebrar nossas vontades ou esmagar-nos. Por algum tempo ficamos em grande perplexidade,
mas a confiança que ainda tinha em muito da nossa doutrina, e o meu medo de fazer algo errado, me segurou; mas
fiquei num estado de perfeita miserabilidade durante semanas, não sabendo o que fazer. Entretanto, preguei algum
tempo no Colorado e depois fui para a Califórnia, onde trabalhei com minhas mãos por três meses, tentando
decidir o que fazer. Os Anciãos Butler, Smith, White e outros nos escreveram e tentaram reconciliar-nos com a
obra. Não sabendo mais o que fazer, finalmente decidi esquecer todas as minhas objeções e ir adiante como antes.
Assim confessamos para o Ancião White tudo o que era possível, e ele generosamente nos perdoou! Mas dali em
diante a minha fé na inspiração da Sra. White enfraqueceu. O Ancião White tornou-se muito amigável comigo
após tudo aquilo.
Agora os Adventistas dizem que eu os deixei por cinco vezes, e que esta foi uma das cinco. Isso é totalmente
inverídico. Eu simplesmente parei de pregar por algumas semanas, mas não me retirei da igreja nem renunciei à
fé. Se isso significava deixá-los, então a maioria de seus líderes também os deixaram, pois todos eles tiveram os
seus períodos de provação, quando interromperam a sua obra por algum tempo. Por volta de 1856, os Anciãos J.
N. Andrews e J. N. Loughborough, que na época eram os ministros mais destacados entre eles, e muitas outras
pessoas, deixaram a obra e se dedicaram aos negócios em Waukon, Iowa. A Sra. White deu relato disso em
“Experience and Views”, pág. 219-222. O Ancião White e esposa foram lá, e depois de muito esforço os
trouxeram de volta. A Sra. White diz: “Um partido insatisfeito havia se estabelecido em Waukon... O irmão J. N.
Loughborough, em desânimo, foi trabalhar em seu comércio. Ele estava prestes a comprar terras”, etc. (pág. 222).
Estes homens fizeram exatamente aquilo que eu fiz.
O Ancião Uriah Smith, de longe o homem mais hábil em seu escalão, também teve as suas temporadas de
dúvidas, quando parou com a obra e se engajou em empreendimentos seculares. Ouça a sua própria confissão:
“Não nego que tive em minha experiência períodos ocasionais de provação. Existem momentos em que as
circunstâncias se apresentam muito confusas; quando o caminho para harmonizar crenças aparentemente
conflitantes não aparece de imediato; e quando em dadas épocas surgem fortes motivações para nos retirarmos da
obra. Tenho examinado minuciosamente a questão de até que ponto isso pode feito razoavelmente, ou quanto
dessa obra poderia ser abandonada de forma coerente.” (Replies to Canright, pág. 107).
Suas próprias palavras mostram que ele duvidou de diferentes partes da teoria, o mesmo que aconteceu
comigo. Durante anos tivemos convívio íntimo; viajamos e trabalhamos juntos com frequência. Conversávamos
livremente sobre essas questões. Suas dúvidas e provações eram muito similares às minhas. Isto aconteceu por um
longo período de anos, até que chegou a um ponto onde parecia que ele iria abandoná-los completamente. Sua
esposa chegou perto da insanidade, ao passar pelas mesmas provações. Finalmente eles se quebraram,
“confessaram” da mesma forma que eu havia feito uma vez, e agora declaram estarem satisfeitos. Ele me escreveu
dizendo que tinha de endossar as visões da Sra. White acima de tudo. A coisa é tão irracional que a maioria deles
fica constantemente mais ou menos perturbados, exatamente como eu ficava. Na linguagem de J. W. Morton:

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“Tenho pena das suas ilusões e abomino a tirania espiritual pela qual eles e outros são aprisionados aos
dogmas mais não-Escriturais já vistos. Até mesmo o Sr. Smith, por quem, ainda que possa me acusar, eu nutro
apenas os mais amáveis sentimentos, está numa posição que requer meiga comiseração. Esperava-se que ele,
como o grande homem da denominação (pois indubitavelmente ele é de longe o homem mais talentoso que
possuem), desse uma aprovação explícita das reivindicações de inspiração da Sra. White; mas ainda que se
vasculhe suas declarações públicas sobre este ponto – especialmente para aquele que tem habilidade para 'ler as
entrelinhas' – pode ver que a sua aprovação é tão fraca que nem chega a ser uma aprovação. Eu não gostaria que o
meu maior inimigo estivesse nesta posição. Ele está, ao menos em parte, sob o controle de uma tirania espiritual.
Oh, que Uriah Smith tivesse a coragem e a virilidade para afirmar, diante de Deus e dos homens, o seu direito à
'alma liberta' que é herança de cada filho de Deus!”
O Ancião Geo. I. Butler, que por muitos anos tomou o lugar do Ancião White como líder da denominação,
entrou em provação com seus irmãos e praticamente saiu da obra. Até a metade da sua vida ele foi um pequeno
fazendeiro. Naturalmente ele era um homem humilde, bom, com um forte senso de justiça. O Ancião White
enciumou-se dele. Mais tarde a Sra. White também se voltou contra ele e exigiu uma submissão servil, a qual ele
não poderia se submeter. Disse que quando não pudesse ser um Adventista e um homem, seria um homem, como
outros decidiram. Desapontado e amargurado, sob pretexto de doença física, ele foi para uma pequena fazenda na
Flórida – outro exemplo do efeito aflitivo do Adventismo. Ele está agora fazendo o que eu fiz duas ou três vezes,
apenas por um motivo diferente. Acaso ele os deixou?
Em 1874, o Sr. White organizou um grande debate, que tomou lugar em Napa City, Cal., entre o Ancião Miles
Grant, de Boston, Mass., e um dos nossos ministros. Embora estivessem presentes o Ancião White e esposa, o
Ancião Cornell e Ancião Loughborough, seus homens mais capacitados, eles escolheram a mim para defender o
nosso lado, o que fiz por cerca de uma semana, enquanto os outros ministros sentavam ao meu lado. Mencionei
isto para mostrar a confiança que eles tinham em mim, ainda que estivesse em tão grande tribulação apenas alguns
meses antes.
Em 1875, retornamos à Michigan. O Ancião Butler estava agora estremecido com o Ancião White, que
aproveitava todas as oportunidades possíveis para desprezá-lo; mas eu estava em alta conta e fui enviado para
participar de suas reuniões estaduais em Vermont, Kansas, Ohio e Indiana. Com o Ancião Smith fui enviado como
delegado para a Conferência Geral Batista do Sétimo Dia.
Em 1876, fui enviado para Minnesota, depois ao Texas, e assim pela maioria dos estados do sul para cuidar
dos seus interesses por lá. A cada ano maiores responsabilidades eram colocadas sobre mim. Naquele ano
estabeleci uma grande igreja em Rome, New York, e trabalhei pelo estado. Fui com o Ancião White e esposa para
Indiana e Illinois, e depois enviado ao Kansas para participar de um debate, e ao Missouri com o mesmo
propósito. Neste ano fui eleito um dos três membros do Comitê da Conferência Geral junto com o Ancião White e
Ancião Haskell, e continuei no comitê por dois anos. Este é o cargo oficial mais elevado na denominação.
Em 1877, fui para a Nova Inglaterra onde edifiquei duas igrejas e fiz outros trabalhos. Passei o ano de 1878
em trabalhos diversos em vários estados, como Massachusetts, Michigan, New York, Iowa, Wisconsin,
Minnesota, Colorado e Ohio. No outono, fui presidente da conferência de Ohio.
Em 1879, trabalhei em Michigan, Ohio, Indiana, Kentucky e Tennessee. Na conferência geral, em Battle
Creek, no outono, as coisas estavam em mau estado. O Ancião White estava irritado e a Sra. White pressionou
pesadamente vários ministros. Aspereza, busca por falhas e acusações estavam na ordem do dia. Senti que havia
muito pouco do espírito de Cristo presente. Saí dali o mais rápido possível. Vi mais e mais claramente que um
espírito de opressão, crítica, desconfiança e dissensão era o resultado da nossa obra; em vez de brandura, bondade
e amor entre irmãos. Por todo o próximo ano estes sentimentos cresceram em mim, até que comecei a temer que
estivéssemos fazendo mais mal do que bem. Meu trabalho levou-me entre as igrejas antigas, onde eu podia ver o
seu fruto. Geralmente elas estavam frias e mortas, desviadas ou em uma briga, ou quase extintas, quando uma vez
já tinham sido igrejas grandes e prósperas. Perdi o ímpeto de erigir novas igrejas para se tornarem da mesma
forma. Um dia eu decidia abandoná-los inteiramente, e no dia seguinte decidia ir adiante e fazer o melhor que
pudesse. Nunca sofri angústia mental maior em minha vida. Trabalhei naquele ano em New York, Pennsylvania,
Illinois, Michigan e Ohio.
No outono de 1880, resolvi abandonar os Adventistas, e, se pudesse, ir para alguma igreja. Eu era o presidente
da conferência de Ohio. Nossa reunião anual foi em Clyde, Ohio. O Ancião e a Sra. White estavam lá. Na minha
mente estava preparado para deixá-los tão logo o encontro terminasse. Contra a minha recusa eles me reelegeram
presidente. A Sra. White instou comigo. Disse que eu era o homem certo para o lugar, mesmo com a sua
reivindicação especial capaz de revelar os erros ocultos na igreja. Ali estava uma importante questão. Por que ela

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não teve uma revelação sobre isto? Não. Pelo que ela imaginava, estava tudo certo comigo. Na próxima semana eu
renunciei, fui para o leste e escrevi para o Ancião White dizendo que não poderia mais seguir com eles. Então ela
me enviou uma longa revelação escrita, denunciando-me como um filho do inferno e um dos homens mais ímpios,
embora apenas duas semanas antes ela me visse como adequado para ser presidente de uma conferência!
Por três meses lecionei elocução. Não sabia o que fazer. Falei com ministros de outras igrejas, mas eles
pareciam não saber como me ajudar. Eu não conseguia decidir nada. Agarrei-me ao meu Cristianismo, ao amor
por Cristo e à Bíblia. Preguei e trabalhei quando tinha a oportunidade. Estava contente por ter decidido deixar os
Adventistas e me sentia muito melhor. Finalmente, encontrei minha esposa atual, que foi uma Adventista. Então
tive uma longa conversa com o Ancião Butler, Ancião White, Sra. White e outros, e fui persuadido de que as
coisas não eram como eu havia imaginado. Eles disseram que eu estava em trevas, guiado por Satanás e iria para a
ruína. Toda a influência dos velhos amigos, associações, hábitos e conceitos longamente cultivados vieram à tona
e foram fortes demais até mesmo para o meu melhor julgamento. Eu cedi, e decidi novamente viver e morrer com
eles. Em meu julgamento e consciência estava envergonhado da rendição que havia feito, mas, ainda assim,
procurei me sentir melhor e ir adiante.

MORTE DO ANCIÃO WHITE.


No início de 1881, fui com o Ancião White para New York. Por esta época ele tinha perdido a liderança do
povo. Os Anciãos Butler e Haskell haviam tomado o seu lugar, e consequentemente ele era muito hostil a eles,
trabalhando contra eles e planejando todo o tempo para tirá-los e voltar novamente à posição. Mas o povo em peso
havia perdido a confiança nele como líder. Ele desejava que eu trabalhasse unido contra eles, dizendo que
poderíamos estar juntos no Comitê da Conferência Geral. Ele tinha bom fundamento para se opor a Haskell, que
sempre havia sido um homem astuto e dissimulado. Assim me escreveu o Ancião White: “11 de fevereiro de 1881
– Eu gostaria que o Ancião Haskell fosse um homem aberto, um homem franco, e assim não precisaria vigiá-lo.”
Novamente: “Battle Creek, Mich., 24 de maio de 1881 – Os Anciãos Butler e Haskell têm tido uma influência
sobre ela (sua esposa) que eu espero ver quebrada. Isso está próximo de arruiná-la. Estes homens não deveriam
fazer o nosso povo sofrer como têm feito... gostaria que se unisse a mim... é chegada a época de haver mudança
nos postos da Conferência Geral, e creio que se formos verdadeiros fiéis o Senhor se agradará de que nós dois
façamos parte do conselho.”
Eu poderia dar muito mais para mostrar quão pouca confiança os homens de liderança tinham um com o
outro. Escrevi para o Ancião White dizendo que eu não podia unir-me a ele e nem trabalhar com ele. Em 13 de
julho de 1881, ele me escreveu novamente: “Tenho repetidamente sido áspero com você, e se você vai para a
destruição, onde muitos estão desejosos de que vá, eu deveria sentir que fui participante na sua destruição. Não
vejo como qualquer outro homem possa trabalhar comigo.”
Logo depois disso, ele morreu. Não tenho dúvida de que o Ancião White acreditava na doutrina Adventista e
que se convenceu de que era chamado por Deus para ser um líder. Ele tinha excelentes qualidades e
indubitavelmente estava destinado a ser um Cristão; mas seu forte desejo de comandar e centralizar todas as
coisas, aliado a um temperamento irritadiço, sempre o manteve em problemas com alguém. Ninguém podia
trabalhar em paz com ele durante muito tempo. O Ancião Butler me disse que a sua morte foi providencial para
salvar o corpo de uma ruptura. A Sra. White ficou tão ofendida com Butler, que desde então parou de se
comunicar com ele por um longo período. Todos essas coisas me ajudaram a ver que eu estava sendo conduzido
por homens egoístas e ambiciosos, que eram pobres exemplos de reformadores religiosos.
Naquele ano trabalhei no Canadá, Vermont, Maine, Nova Inglaterra e Michigan; e no outono fui eleito
membro do Comitê Executivo Estadual de Michigan. Trabalhei outro ano em Michigan, mas estava infeliz. Não
conseguia superar minhas dúvidas; não colocava o coração na obra. Diversos ministros da liderança do estado
sentiam quase o mesmo. Então eu decidi deixar silenciosamente o ministério e ir para a agricultura. Isto eu fiz por
dois anos, mas mantive minha membresia com a igreja e trabalhei junto com ela. Mas eu estava no purgatório
todo o tempo, tentando acreditar naquilo que não conseguia. Apesar disso, eu não havia me estabelecido em
qualquer outra igreja; temia que pudesse estar errado e assim fiquei estático. No outono de 1884, o Ancião Butler,
meu velho amigo e agora no comando da obra Adventista, fez um grande esforço para me reconciliar e trazer-me
novamente de volta ao trabalho. Ele me escreveu várias vezes, para as quais não dei resposta. Finalmente, ele me
telegrafou e pagou a minha taxa para um encontro campal. Ali encontrei velhos amigos e associações, tentando
ver as coisas tão favoráveis quanto possíveis, ouvi esclarecimentos, etc., etc., até que ao fim me rendi novamente.
Eu estava adoecido por uma posição indecisa. Pensei que de qualquer forma poderia fazer algo de bom ali; todos
os meus amigos estavam ali; eu ainda acreditava em muito da doutrina e iria para a ruína se os deixasse, etc. Ali

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resolvi engolir todas as minhas dúvidas, acreditar em todas as coisas a todo custo e ficar com eles para o melhor
ou o pior. Assim, fiz uma forte confissão, da qual me envergonhei antes que a empolgação esfriasse.
Eu estava satisfeito? Não. No fundo do meu coração estava envergonhado de mim mesmo, mas tentava sentir
que isso não era assim. Mas logo me senti melhor, porque havia decidido. Minha fé voltou gradualmente, até que
voltei a sentir de verdade uma forte fé em toda a doutrina. Não passava mais na minha mente que deveria partir.
Em poucas semanas fui enviado para participar de encontros de avivamento em Battle Creek; fui indicado junto
com o Ancião Butler para palestrar diante dos ministros sobre como trabalhar com êxito; conduzi um curso
similar na Academia, em South Lancaster, Mass.; estava nos encontros estaduais em New York, Michigan,
Indiana e Ohio. Na primavera de 1886, fui indicado para palestrar diante da classe teológica no Battle Creek
College e da equipe do Editor Associado do 'Sickle'.
Por meio do meu apelo urgente, um esforço foi feito para trazer os nossos ministros para um programa de
estudo no qual eles eram muito deficientes. Eu estava no comitê para organizá-lo. Selecionei o curso de estudos e
elaborei todas as perguntas, através das quais eles seriam avaliados. Disponibilizaram-me um taquígrafo, e no
verão fui enviado para dez estados diferentes, a saber, Ohio, Indiana Illinois, Kansas, Colorado, Iowa, Wisconsin,
Minnesota, Dakota e Michigan, para participar de suas conferências estaduais, examinar seus ministros, reportar
suas reuniões para o diário impresso, etc., e isto eu fiz.
No nosso embate com os Discípulos, em Des Moines, Iowa, concordei que cada lado deveria selecionar um
representante para manter um debate sobre a questão do Sábado. Eles escolheram o Professor D. R. Dungan,
presidente da Drake University. Nosso povo me selecionou. Tínhamos a expectativa de um encontro notável, e fiz
todo o esforço possível para estar pronto. A preparação teve muito efeito em me convencer da incoerência de
algumas das nossas posições sobre as alianças, as duas leis, etc. Em nossa Conferência Geral do outono havia
acontecido uma profunda divisão entre nossos líderes a respeito da lei em Gálatas. Um grupo afirmava que se
referia à lei cerimonial; o outro, à lei moral – uma completa contradição. Após uma longa e acalorada discussão a
conferência terminou, com cada partido mais confiante do que antes. Houve também muitos desacordos sobre
outros pontos da doutrina, e uma boa dose de sentimento de dissenção. Isto, com outras coisas, trouxeram de volta
mais uma vez os meus antigos sentimentos de dúvidas, e me fizeram decidir que era chegada a hora de examinar e
pensar por mim mesmo, e não ser conduzido ou intimidado por homens que não conseguiam concordar nem entre
eles mesmos.
Por várias semanas usei cada minuto que dispunha, orando e examinando cuidadosamente todas as evidências
sobre o Sábado, a lei, o santuário, as visões, etc., até que não restasse nenhuma dúvida de que a fé Adventista do
Sétimo Dia pudesse ser uma ilusão. Depois coloquei a questão diante dos líderes em Battle Creek, renunciei a
todos os cargos que tinha e pedi que fosse desligado da igreja. Isto foi aceito em 17 de fevereiro de 1887. Esta foi
a primeira e única vez que eu me retirei da igreja, e não houve nenhuma acusação feita contra mim durante os
vinte e oito anos em que estive com eles. Tão logo me posicionei de maneira firme para ser um homem livre e
pensar por mim mesmo, um grande fardo que eu havia carregado todos esses anos saiu de sobre mim. Eu me
sentia como um novo homem. Finalmente estava livre da escravidão. Nunca, em momento algum, me arrependi
do passo que tomei.
Eles agora divulgam que eu os deixei quatro ou cinco vezes antes, e depois voltei. Isto é inteiramente
inverídico. Desde a época em que me uni a eles, em 1859, até a minha saída, em 1887, permaneci em boa posição
naquela igreja. Depois que fui licenciado para pregar, em 1864, minhas credenciais foram renovadas todos os
anos, com exceção de um, quando estava na fazenda e não solicitei a eles renovação. Até que os deixei, em 1887,
nem uma única vez preguei ou escrevi contra eles; tampouco me uni a qualquer outra igreja, nem ensinei outra
doutrina contrária às suas. Deixe-os negar algumas dessas declarações, se puderam. Eles dizem que talvez eu
ainda vá retornar para eles. Eles sabem mais. No momento em que firmei minha posição, a questão restou
estabelecida para sempre. O fato de eu ter permanecido com eles durante todas essas provações, por vinte e oito
anos, mostra que não sou um homem vacilante, como eles agora tentam fazer parecer.

POR QUE NÃO OS DEIXEI MAIS CEDO.


Frequentemente me perguntam por que não os deixei mais cedo. Por que levei tanto tempo para descobrir que
aquilo era um erro. Os Adventistas afirmam que eu devo ter sido desonesto enquanto estava com eles, ou que sou
desonesto agora. Eles dizem que agora eu sou um apóstata, porque os deixei e me uni aos Batistas. Minha resposta
é esta: Se mudar de opinião e se unir a outra igreja faz de alguém um apóstata, então a metade de seus membros
são apóstatas, pois eles vieram de outras igrejas para se juntarem aos Adventistas. Novamente, eles fazem circular
e recomendam amplamente um livro chamado “Fifty Years in Rome”, escrito por um homem que por muitos anos

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foi um erudito sacerdote na igreja Romana (Fifty Years in the Church of Rome, Charles Chiniquy;
https://archive.org/details/fiftyyearsinchur00chin). Eles dizem que a sua elevada posição e longa experiência
naquela igreja fazem com que o seu livro seja de valor inestimável. Mas eles dizem que o fato de eu ter estado
com eles em elevada posição durante tanto tempo, e agora os ter deixado, apenas prova que eu sou um hipócrita!
Qualquer homem bem-intencionado pode ver a incoerência das suas posições. Eu me uni aos Adventistas
quando era um mero rapaz, sem instrução, sem nenhum conhecimento da Bíblia, da história ou das outras igrejas.
Entrei no Adventismo através da ignorância. Durante anos o meu zelo por aquela fé e minha confiança absoluta
em seus líderes cegou-me para os seus erros. Mas, à medida que cresci, li mais a minha Bíblia, li sobre a história,
tive contato com outras igrejas, ouvi sermões e li livros contra o Adventismo, tornei-me mais familiarizado com
nossos líderes, com os trabalhos internos da igreja, aprendi mais sobre a sua origem desfavorável, os muitos erros
que fizemos; vi o fruto disso nas igrejas antigas, na família e na sociedade; coloquei à prova os primeiros escritos
da Sra. White e de outros; gradualmente comecei a ver que o Adventismo não era exatamente aquilo que
inicialmente se propunha ser. Quando o abracei, em 1859, o Adventismo do Sétimo Dia tinha apenas quatorze
anos de idade, os crentes eram poucos e era comparativamente inexperiente. Mas quando o Adventismo ficou
vinte e cinco anos mais velho, dez vezes maior, e havia desenvolvido plenamente seu espírito e mostrado seus
frutos; quando eu obtive instrução, observação e a experiência de um quarto de século, penso que meu julgamento
na matéria deveria ser mais valioso do que quando o abracei como um rapazola verde.
Novamente, foi apenas durante os últimos anos que eu consegui acesso a documentos do Adventismo
primevo, que mostram como eles agora negam e contradizem aquilo que uma vez ensinaram. Estes documentos
atualmente estão escondidos ou mantidos fora da vista, de modo que nenhum, em mil dentre eles, sabe ou sequer
acreditará que existiram. Minhas dúvidas sobre o sistema não chegaram a mim de forma clara, todas de uma vez.
É do conhecimento de todos que na última dezena de anos que estive com eles eu andava muito atribulado com
essas coisas. Gradualmente, ano após ano, as evidências se acumularam, até que, ao final, desestruturaram a
doutrina; e então, relutante e tristemente, a renunciei e abandonei. Deus tenha piedade da alma que tem de passar
pelo que eu passei para ser honesta às suas convicções quanto ao que é correto.

POSIÇÕES QUE MANTIVE QUANDO OS DEIXEI.


Não obstante ser bem conhecido de todos que eu frequentemente tinha sérias dúvidas sobre a sua fé, mesmo
assim, tão logo estava com eles novamente, colocavam-me sempre imediatamente à frente e me encarregavam dos
trabalhos mais importantes. O Ancião Butler diz: “Sem dúvida seria ele [eleito para cargo importante], se não
tivesse provado ser não-confiável em tantas situações. Sua capacidade teria justificado.” (Review and Herald
Extra, 22 de novembro de 1887). Imagina-se agora que eu fui um homem em busca de posição oficial, cuidando
mais de lugar e cargos do que de verdade e consciência. Se fosse assim, o que eu teria feito? Teria ido direto para
as suas opiniões, buscando ser pleno em fé e em harmonia com eles. Mas, ao invés disso, mais de uma vez fui
diretamente aos seus homens de influência – os Anciãos White, Butler, Haskell, etc. – e expus para eles as minhas
dúvidas. Deixe que os homens sinceros julguem os meus motivos.
No dia que os deixei, eu mantinha os seguintes cargos: era professor de teologia no seu colégio, em Battle
Creek, onde tinha uma classe de quase duzentos de seus melhores jovens; era editor associado do Gospel Sickle;
estava escrevendo as lições para todas as suas Escolas Sabatinas através do mundo; estava encarregado de dezoito
igrejas em Michigan; era membro do Comitê Executivo da Associação Internacional da Escola Sabatina; membro
do Comitê Executivo da Associação da Escola Sabatina do Estado de Michigan; e na última seção da conferência
geral era presidente da Associação Internacional da Escola Sabatina, e estava em nove comitês diferentes, vários
deles os mais importantes da conferência, como o que tratava da distribuição dos obreiros por todo o mundo, o
comitê teológico, o de encontros campais, o de curso especial de estudo em nosso colégio, o de aperfeiçoamento
do ministério, etc. Isso mostra o que eles pensavam das minhas qualificações. Eu tinha acabado de redigir um
novo panfleto, o “Critical Notes”, o qual imprimiram uma edição de 10000 depois que parti. Outros de meus
trabalhos eles revisaram, deixaram meu nome de fora e ainda continuam usando. Por que me reimprimir depois de
os ter deixado e renunciado àquilo que ensinam? Agora eles dizem que os meus escritos eram comuns e sem
valor, mas enquanto estava com eles foram publicados cerca de vinte produções diferentes de minha autoria, e
postas em circulação centenas de milhares delas; foram traduzidas diversas delas para outras línguas e me
pagaram centenas de dólares por elas. É estranho que num momento eu me tornei tão imbecil, e meus escritos tão
sem valor. Qualquer um pode ver a intenção de tudo isso.
O Ancião Smith, em Replies to Canright, pág. 25, diz que os deixei numa época em que a minha retirada
causou mais embaraço a eles do poderia ter ocorrido em qualquer outra. Com isso confessa que eu estava me

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tornando mais e mais útil a eles, e todos sabem que eu estava. Ao tempo em que os deixei, estava sendo mais bem
pago do que nunca antes e tinha um relacionamento amigável com todos. Todos os homens da liderança, como
Butler, Haskell, Smith, etc., eram meus amigos pessoais, prontos para fazer tudo ao seu alcance para me ajudar. Se
eu tivesse desejado cargo ou melhor posição, tudo o que tinha a fazer era ir adiante sem hesitação, e os cargos
viriam para mim mais rápido do que eu pudesse ocupá-los. Mas, se eu os deixasse, para onde poderia ir? O que
poderia fazer? Como poderia reconstruir uma vida? Assumi tudo isso, e foi necessário toda a coragem e fé em
Deus, de modo que pudesse assumir o risco.
Isso me custou um terrível esforço e um grande sacrifício, pois, ao fazê-lo, tive que abandonar todos os meus
amigos de uma vida inteira; as queridas esperanças da minha juventude, todo o trabalho da minha vida, todos os
meios do meu sustento, todas as posições honráveis que mantive e trazendo sobre mim o opróbrio, ódio e
perseguição. Tive que começar uma vida totalmente nova entre estranhos, com métodos não testados, sem a
certeza para onde ir e o que fazer. Ninguém que não tenha tentado jamais pode começar a sentir a luta e o medo
que isso provoca. É o medo de tudo isso que mantêm muitos com eles, ainda que estejam insatisfeitos onde estão.
Eu sei que as coisas são assim, pois muitos me confessaram e mesmo assim permaneceram onde estavam.
Qualquer um que tenha franqueza e justiça pode ver de pronto que o interesse egoísta e a ambição pessoal me
teriam mantido com eles. Ademais, tão logo os deixei, embora tenha saído quieto e pacificamente, e ido
inteiramente sozinho, e até mesmo falando favoravelmente a respeito deles, imediatamente atribuíram a mim toda
sorte de motivos malignos, pecados degradantes e intenções ambiciosas. Parece que sentiam ser um dever sagrado
arruinar minha reputação, e, se possível, destruir minha influência. “Apóstata” foi o epíteto que todos aplicaram a
mim. Fui comparado à Balaão, à Coré, Datã e Abirão, à Judas, Dimas e a toda uma lista de indivíduos com caráter
maligno. Nenhum motivo honesto ou digno foi atribuído a mim. Fizeram circular informes cruéis e perversos
quanto ao que eu fiz ou disse – coisas que eu não ousaria nem mesmo pensar. Mesmo assim todos foram
amplamente aceitos e cridos como verdade inquestionável. Mas eu esperava isso, pois esta é a forma como são
tratados todos os que se atrevem a sair do meio deles e apresenta as suas razões para tal.
Durante os vinte e cinco anos que os deixei, até hoje, eles têm colocado espiões constantemente no meu
rastro, os quais observam e reportam as últimas coisas que eu tenho dito ou feito, a fim de deturpar para o mal, se
possível. Isso eles fazem circular pelos confins da terra, chegando de volta para mim em jornais ou cartas. Eles
emitiram quatro publicações diferentes contra mim; e a Sra. White, em sua última “revelação”, dedicou três
artigos a mim! E ainda dizem que eu não fiz nada! “Uvas verdes”, como podem ver. Foi amplamente divulgado
que eu havia sido acometido de uma doença terrível, tinha arruinado a minha igreja, sido expulso da denominação
e muito mais; com relação ao que o Senhor julgará entre nós. Os pastores daqui e os homens públicos do lugar
tiveram que escrever declarações para contestar esses ataques em diferentes estados. Algumas vezes parecia difícil
suportar isso, mas sabendo que eu estava certo tive a graça e paciência para manter-me focado em meu trabalho, e
deixar o resto com Deus e meus amigos.
Recebo constantemente cartas de todas as partes do país relatando que os Adventistas afirmam que eu pedi
para voltar para o meio deles! Eles divulgarão isso até que eu morra e muito depois. Este livro será minha
resposta. Eles estão tão seguros de que a maldição de Deus seguirá todos aqueles que os abandonam, ou que se
tornarão infiéis, ou retornarão a eles, que não podem ser convencidos de que o desfecho será de outra forma.
Um exemplo de carta:
“Glenwood Springs, Col., 29 de março de 1889. D. M. Canright, Otsego, Mich.:
Meu caro Amigo e Irmão,
Se o estrondo tremendo do relâmpago tivesse arrancado o meu escalpo, eu não teria ficado mais surpreso do
que fiquei hoje, ao ter chegado às minhas mãos o seu panfleto intitulado “The Jewish Sabbath” (O Sábado
Judaico). Li você durante anos, vendi suas obras valiosas e preguei a “Mensagem do Terceiro Anjo.” Agora, eu
gostaria de lhe perguntar como o nosso povo deve tratá-lo? Que eu saiba, você era um grande favorito e citado
com mais frequência do que qualquer um que está na direção. Será que eles vão se voltar contra você tão
duramente quanto fizeram no Snook? Suponho que a sua grande pesquisa e o estudo de toda uma vida sobre o
assunto em questão não serviu para nada entre eles, e você está sendo contado entre os anjos caídos.
F. A. B.”

ORDENADO MINISTRO BATISTA.

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Em 19 de abril de 1887, na cidade de Otsego, Mich., onde vivi por oito anos, fui ordenado ministro autorizado
da Igreja Batista por um concílio excepcionalmente amplo, composto de vários dos mais capazes ministros do
estado. O “Otsego Union” daquela data, diz: “Estavam presentes representantes regularmente designados das
igrejas Batistas em Grand Rapids, Kalamazoo, Plainwell, Three Rivers, White Pigeon, Allegan, Battle Creek, Paw
Paw, Hickory Corners, Prairieville e Otsego. O Rev. A. E. Mather, D. D., de Battle Creek, foi eleito moderador do
concílio, e o Rev. T. M. Shanafelt, D. D., de Three Rivers, secretário. A sequência da programação foi como
segue: Leitura das Escrituras, pelo Rev. H. A. Rose, de Kalamazoo; oração, pelo Rev. D. Mulhern, D. D., de
Grand Rapids; sermão de ordenação, pelo Rev. Kendall Brooks, D. D., Presidente do Colégio de Kalamazoo;
oração de ordenação, pelo Rev. M. W. Haynes, de Kalamazoo, com imposição de mãos pelos Rev. H. B. Taft, de
White Pigeon, Rev. E. A. Gay, de Allegan e Rev. H. A. Rose, de Kalamazoo; cumprimento de parceria, pelo Rev.
T. F. Babcock, de Prairieville; indicação para pastorado, pelo Rev. L. B. Fish, de Paw Paw; indicação para a
igreja, pelo Rev. I. Butterfield, de Grand Rapids.
“Rev. D. M. Canright foi assim plenamente reconhecido, por um amplo e representativo concílio, como
ministro Batista autorizado e pastor da igreja Batista em Otsego.”
Eu nunca me arrependi de ter deixado os Adventistas, e nem por um momento tive o mais leve desejo de
retornar.

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CAPÍTULO III

ADVENTISMO: UM JUGO DE ESCRAVIDÃO.

Amplamente as pessoas são atraídas pela doutrina Adventista do Sétimo Dia por causa do medo; medo de
serem condenadas, se recusarem. Uma vez dentro, elas tentam se sentir felizes, mas bem poucas realmente são.
Em uma grande categoria, os mais instruídos, existem tantas dúvidas e temores, um sentimento de querer
alguma coisa que não encontram, que os torna muito infelizes. Muitos de seus ministros passaram pelas mesmas
tribulações que eu tive, e um sem número os abandonaram, como eu fiz, enquanto outros se ajustaram e
permaneceram com eles. O próprio Ancião Smith teve dúvidas. A Sra. White fala dele: “Ele deveria ter como
regra não falar de forma descrente ou desencorajadora.” “Meu esposo tem acalentado essa escuridão por tanto
tempo vivendo o passado infeliz, que ele tem pouco poder para controlar sua mente quando habitada por essas
coisas.” (Testimonies Vol. III, pág. 96, 97; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=141&p=96). A própria Sra.
White, como poderíamos esperar, é incomodada pela incredulidade. Ela diz: “Na noite em que acordei meu
marido, dizendo, 'Estou com medo de que esteja me tornando uma infiel.'” (Testimonies, Vol. I, pág. 597;
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=139&p=597). Praticamente todos os seus ministros proeminentes tiveram seu
tempo de tribulação, o mesmo que eu tive, quando pararam de pregar e foram para outro labor, como já vimos.
Citarei umas poucas palavras de cartas recebidas:
“Tenho tido muitos períodos sombrios na minha experiência por causa dessas dúvidas. Certa vez decidi que
deveria seguir as convicções do meu próprio julgamento, mas quando chegou a hora, a pressão foi tão forte que
tentei me convencer de que eu estava errado... Os fatos são estes, sou apenas um miserável... Parece ser uma coisa
terrível tomar um curso que fará com que todos os seus amigos queridos desse mundo passem a te olhar como
alguém caído da graça; e aqui estou, aprisionado com essas correntes.”
Outro escreve: “Sinto que as crenças mantidas pelos Adventistas são tão opressivas, que elas me esmagam. É
um jugo de escravidão sob o qual não consigo ficar de pé. Eu queria estar certo.”
Outro ministro, D. H. Lamson, escreve: “Como me sinto esticado, enquanto cadeias são forjadas para todos os
membros involuntários! Que aflição estamos metidos como um povo! Que miséria! E não há alívio?”
E ainda outro ministro talentoso, W. C. Gage, me escreve: “Nossos ministros, como também o povo, estão
crescendo para se tornarem uma denominação de hipócritas, por um temor servil de expressar uma crença
honesta... Estou doente e desanimado... A base da confiança se foi, e eu só tenho que aguardar o resultado da
questão.”
Ainda outro, Uriah Smith, escreve: “Existe um medo por parte dos poderes de livre pensamento e livre
discussão. Na medida em que é este o caso, é uma vergonha e desgraça para nós.”
E mesmo assim esses irmãos remendam a questão de alguma forma e vão adiante como se nada estivesse
errado. Eu sei como me apiedar deles, pois eu mesmo passei exatamente pela mesma experiência. E outro escreve:
“Eu gostaria de nunca ter ouvido a pregação Adventista. Antes disso eu sei que desfrutava da graça de Deus; não
estava atribulado sobre doutrina... Penso que então eu tinha alguma influência sobre os outros para o bem, mas
temo que a minha mudança de fé teve uma má influência sobre meus filhos.” É estranho dizer, mas estes são os
mesmos homens que agora me acusam do pior, porque eu tive a coragem de assumir as minhas convicções, ao
passo que eles não tiveram.
Estes são simples exemplos de como se sentem um grande número deles, desde homens em posição de
liderança até o mais humilde na igreja. Generalizadamente eles guardam tudo para si mesmos, mas
ocasionalmente extravasam. Muitos deles quase saem, e depois caem de volta, para morrer aos poucos em
escravidão pelo resto de suas vidas. Mas, se estas pessoas estão em tal escravidão, por que não se libertam e ficam

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livres? Quem iria molestá-las? Devemos lembrar que se trata de uma escravidão pior do que a escravidão Africana
– a escravidão da tirania e superstição religiosa. Eu fui mantido nela durante anos e conheço o seu poder.
Milton F. Gowell, Chicago, apresenta um quadro tão verdadeiro da experiência Adventista, que o cito de uma
carta que me enviou. Frequentemente eu estava na casa de seu pai, em Portland, Me., quando Milton era um
menino. Ele diz:
“Minhas recordações daqueles dias são cheias dos terrores da lei, dos gráficos proféticos, das visões da Sra.
White, do Sábado, Sábado, Sábado, reforma da saúde, imposição de vestuário; um grande zelo para ser
trabalhador no Domingo, e pouco ou nada de Cristo. Todos os fazer estavam indelevelmente impressos em minha
mente, tal como um menino; mas, o crer em Cristo para a salvação e o descansar na sua obra concluída, eu não
tenho nenhuma lembrança. Quantos se juntaram aos Adventistas do Sétimo Dia totalmente não-salvos, não
sabendo nada da graça de Deus, ouvindo apenas mal e mal sobre a lei. Eu me uni a eles quando tinha quatorze
anos, sob persuasão, culpado diante de Deus, mas não salvo, e ainda assim fui batizado na igreja como um
guardador do Sábado. Não recebi nenhuma paz, nenhum descanso, até que entrei no descanso ao crer naquilo que
abracei há cerca de três anos e meio; resgatado da fronteira da infidelidade.”
Esta é exatamente a impressão que todos os filhos daquele povo estão recebendo – legalismo frio. Enquanto
este homem foi finalmente salvo da infidelidade, centenas deles não estão, como eu bem sei.

PESSOAS PROEMINENTES QUE ABANDONARAM OS ADVENTISTAS.


Não é nada novo para os homens abandonarem um partido, bom ou mal; mas causa surpresa o número tão
grande de pessoas que deixaram os Adventistas. Fica claro que deve haver algo errado no próprio sistema.
Primeiro, de acordo com o meu melhor julgamento, de um terço à metade de todos os que começam a observância
do Sábado, cedo ou mais tarde o abandonam.
Em períodos diferentes um grande número os abandonou, a maioria por causa das visões da Sra. White.
Nomearemos alguns ministros que se apartaram deles: J. B. Cook e T. M. Preble, os pioneiros que começaram o
movimento, ambos renunciaram a ele; O. R. L. Crozier, Ann Arbor, Mich., renunciou ao Sábado; Ancião B. F.
Snook, o homem de liderança em Iowa, é agora um Universalista; Ancião W. H. Brinkerhoof, de Iowa, renunciou
à fé; Ancião Moses Hull, o orador mais hábil que eles já tiveram, é agora um Espiritualista, e Ancião Shortridge,
um ministro de muito talento, também foi pelo mesmo caminho; Anciãos Hall e Stephenson, na época de maior
proeminência dos seus trabalhos foram para o partido Age-to-Come (Era por Vir); C. B. Reynolds, de New York,
transformou-se num destacado blasfemador; Ancião H. C. Blanchard, Avilla, Mo., renunciou à doutrina; idem
para T. J. Butler, do mesmo estado; Ancião L. L. Howard, Maine, H. F. Haynes, New Hampshire, os deixaram;
Nathan Fuller, Wellsville, N. Y., tornou-se um libertino; M. B. Czechowski foi para a Europa e morreu em
desgraça; H. F. Case, Ancião Cranmer e Philip Strong, todos de Michigan, os abandonaram.
O Ancião J. B. Frisbie, seu pioneiro e durante anos o mais eficiente pregador em Michigan, ao final os
abandonou. Dr. Lee, de Minnesota, que inaugurou o trabalho entre os Suecos, agora se opõe a eles. Ancião A. B.
Oyen, missionário para a Europa e editor do seu periódico dinamarquês, renunciou à fé. Vivendo na cúpula do
trabalho por muitos anos, ele teve a melhor oportunidade para tudo sobre sua metodologia de trabalho. Ancião D.
B. Oviatt, durante muitos anos presidente da Conferência da Pennsylvania, renunciou à fé e agora é um ministro
Batista.
Igualmente Ancião Rosquist e Ancião Whitelaw, ambos de Minnesota, os deixaram recentemente e foram
para os Batistas. Outros ministros do oeste também foram para os Batistas. C. A. Russell, Otsego, Mich., um
homem notável, que uma vez pregou comigo aquela doutrina, mas agora é um Metodista. H. E. Carver, H. C.
Blanchard, J. W. Cassady, A. C. Long, Jacob Brinkerhoof, J. C. Day, H. W. Ball, Goodenough, Bunch e outros,
antes membros daquela igreja, escreveram contra ela. Ancião Hiram Edson e Ancião S. W. Rhodes, pioneiros de
destaque na obra, morreram de forma conturbada, e uma tribulação para a igreja. Os tristes exemplos de seus
ministros de liderança que tem sido culpados de adultério provam que a sua igreja não tem nada que possa se
vangloriar perante as demais igrejas na pureza de seus ministros e membros.

SEU COLEGIADO DE PROFESSORES.


Eles têm sido bastante infelizes com seu colegiado de professores. O Professor S. S. Brownburger, o primeiro
Reitor de seu colégio em Battle Creek, Mich., posição que ocupou por anos e depois assumiu o mesmo cargo em
seu colégio na Califórnia, está agora totalmente desvinculado da obra. Ancião W. H. Littlejohn, que estava ligado

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à direção do colégio, foi expulso da igreja e caiu em dúvidas. A seguir veio o Professor A. McLearn, como chefe
do colégio. Ele renunciou à fé e se opõe a ela enfaticamente. Professor Versey, um professor erudito do colégio,
abandonou a fé. Professor C. C. Ramsy, nascido naquela fé, foi professor de matemática no colégio de Battle
Creek por três anos; depois assumiu o mesmo cargo por três anos no colégio da Califórnia; depois foi convocado
para tomar a direção da sua academia no Leste, o que fez por mais três anos. Foi editor do seu jornal educacional,
proeminente na obra da Escola Sabatina e de muitas outras formas. Ele renunciou à fé, mas permaneceu um
Cristão zeloso. Outros de seus professores ou instrutores também os deixaram. Qual é a causa de tais resultados?
Tem que haver algo errado.

SEUS MÉDICOS.
Eles têm sido igualmente infelizes com seus médicos em seu sanatório de Battle Creek. Dr. H. S. Ley, um
homem excelente, foi o primeiro médico-chefe. Ele deixou a instituição num julgamento e ficou fora do trabalho
por anos. Sr. Wm. Russel, um médico talentoso, veio a seguir. O que ele viu lá do Adventismo fez dele um infiel,
e foi demitido. A seguir, creio eu, veio o Dr. M. G. Kellogg. O tratamento que ele recebeu o impeliu ao ceticismo
durante anos. Depois veio Dr. Sprague e Dr. Farfield, ambos renunciaram à fé, e, acredito, agora são céticos. Sr.
Lamson e Sra. Fellows, ambos patronos do sanatório, perderam sua fé na doutrina. Dr. Smith, fervoroso na fé,
renunciou a ela. Aqui novamente vemos que a instrução torna inaptos os homens para o Adventismo. Desconheço
outra igreja que tenha perdido proporcionalmente tantos de seus homens mais proeminentes. A cada ano, até
agora, eles têm perdido tantos talentos que já é maior o número dos que os deixaram do que os que permanecem
com eles.

ELE CONDUZ À INFIDELIDADE.


Um forte argumento ligado aos Adventistas é que a maioria daqueles que os deixaram tornaram-se infiéis,
como todos sabem. Mas, após longa observação, convenci-me de que é o Adventismo que os fez infiéis. Olhem
para o Romanismo. Onde quer que ele tenha domínio por um tempo, enche a terra com infiéis. Vá entre os
Mórmons, em Sal Lake; um grande número de seus filhos estão se tornando infiéis. O reflexo natural do fanatismo
e superstição é a infidelidade e o ceticismo. Aqui mesmo em Otsego temos vários infiéis, filhos crescidos dos
Adventistas. Eu os conheço e os encontro em todas as partes do país, e seu número está crescendo. Tenho certeza
de que o fruto maduro do Adventismo nos anos que virão será uma geração de céticos.

APOSTASIA DE SUAS IGREJAS.


Os Adventistas do Sétimo Dia afirmam terem sido levantados por Deus para reformar a igreja da atualidade.
Eles afirmam serem mais puros, mais espirituais e estarem num patamar mais elevado do que os outros Cristãos.
Todas as outras igrejas são Babilônia e apóstatas, ao passo que eles são os santos escolhidos. Mas agora, após suas
igrejas passarem por apenas cinquenta anos de teste, e consequentemente ainda pequenas e jovens, deveriam, por
causa disso, serem melhores do que as igrejas mais antigas e maiores. Eu posso citar confissões de seus próprios
escritores provando que elas são tão mundanas, desviadas e corruptas quanto eles dizem ser as outras igrejas.
Darei algumas.
O Ancião G. I. Butler, no Advent Review, 10 de maio de 1887, diz: “Um estupor terrível, como o que
envolveu os discípulos na agonia do Senhor no jardim, parece pairar sobre a massa de nosso povo.”
A Sra. White, em Testimonies, Vol. I, pág. 113, diz: “O Espírito do Senhor se extinguiu da igreja.”
(http://www.ellenwhitebooks.com/?l=139&p=113); “As igrejas têm quase perdido sua espiritualidade e fé.” (pág.
119); “Vi a terrível verdade do povo de Deus conformado com o mundo, sem distinção, a não ser em nome.” (pág.
133); “Cobiça, egoísmo, amor ao dinheiro, amor ao mundo, estão todos entre as fileiras dos que guardam o
Sábado.” (pág. 140); “Está-se perdendo a piedade vital.” (pág. 153); “Existe muito pouco amor um para com o
outro. Um espírito egoísta se manifesta. O desencorajamento veio sobre a igreja.” (pág. 166); “Espiritualidade e
devoção são raros.” (pág. 469).
Muitos deles nem mesmo são honestos. Ela diz: “Como eu vi o espírito de defraudação, de engano,
mesquinhez, mesmo entre alguns que professam ser guardadores do Sábado, chorei de angústia.” (pág. 480);
“Existe muito pouca oração. Na verdade, a oração está quase obsoleta.” (pág. 566); “Nem um em vinte dos que
possuem boa posição com os Adventistas do Sétimo Dia está vivendo os princípios de autossacrifício da palavra
de Deus.” (pág. 632).

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Da igreja de Battle Creek, ela diz: “Eu posso indicar família após família dos filhos desta casa, cada um dos
quais é corrupto como o próprio inferno.” “Exatamente aqui nesta igreja a corrupção está por todos os lados.”
(Vol. II, pág. 360, 361; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=140&p=360); “Pecado e vício existem nas famílias
que guardam o Sábado.” (pág. 391). “Temos um ministério anão e deficiente.” (Vol. IV, pág. 441;
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=142&p=441). Em Testimony nº 33, recém-publicado, a Sra. White diz:
“Existe uma deplorável falta de espiritualidade entre nosso povo... Houve um espírito de autossuficiência e uma
disposição de lutar por posição de supremacia. Tenho visto que a autoglorificação se tornou comum entre os
Adventistas do Sétimo Dia.” (pág. 255, 256). Assim, na medida em que se tornam mais velhos, são obrigados a
confessar para todos as fraquezas e deficiências que eles imputam enfaticamente às outras igrejas.
Eu poderia citar páginas inteiras de confissões como estas vindas da Sra. White e de seus homens de
liderança. Eles são obrigados a fazê-las. É comum em seus encontros campais ver que consideram seus membros
como apóstatas. Sua pregação em grande parte consiste de repreensão de seus membros por sua frieza. De fato, a
coisa é um fracasso prático qualquer que seja a maneira como você olha. São eles de algum modo melhor e mais
espirituais do que as igrejas normais que acusam? Não, como mostrado acima. Após estar bem familiarizado com
ambos, digo confiantemente que existe tanta devoção e espiritualidade entre as igrejas Evangélicas quanto entre os
Adventistas. Se, então, essas coisas nas outras igrejas provam que são Babilônia, elas também provam o mesmo
para a igreja Adventista (Ver Apêndix A).

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CAPÍTULO IV

ORIGEM, HISTÓRIA E FALHAS DO ADVENTISMO.

De vez em quando, desde os dias de Cristo até agora, têm surgido indivíduos, e com mais frequência grandes
seitas, proclamando a iminência da Segunda Vinda e a si mesmos como mensageiros indicados por Deus para
alertar o mundo. Exatamente sobre este ponto Jesus alertou sua igreja: “Acautelai-vos, que ninguém vos engane...
ainda não é o fim.” (Mat. 24:4-6). Apesar disso, logo depois foi dito que Jesus voltaria antes que João morresse
(João 21:23). Os Tessalonicenses tiveram que ser corrigidos por Paulo por esperarem o Avento imediatamente, às
portas (II Tess. 2:1-8).
Na metade do segundo século surgiram os Montanistas. A Schaff-Herzog Encyclopedia, art. “Montanism”,
diz: “Visões em êxtase anunciando a proximidade do Segundo Advento de Cristo... foram apresentadas como
revelações divinas.” Como os Adventistas do Sétimo Dia, eles adotaram uma severa disciplina – condenaram o
uso de ornamentos, relação com o mundo, etc. Causaram uma grande sensação, obtendo numerosos seguidores e
florescendo por um século ou mais.

ADVENTISMO DO DÉCIMO SÉCULO.


O texto a seguir foi extraído do “History of the Christian Church”, de M. Reuter, D. D., Século 10, Capítulo 2,
pág. 202, 203: “Entre as numerosas opiniões, entretanto, que desgraçaram a igreja Latina e produziram de tempos
em tempos agitações violentas, nada ocasionou um pânico tão universal nem sensações terríveis de medo quanto a
noção que predominou durante este [décimo] século, relacionada com a aproximação iminente do dia do
julgamento.” “Edifícios públicos e privados foram depredados e derrubados por uma opinião de que já não
serviriam para nenhum uso, uma vez que a dissolução de todas as coisas estava próxima.”
Os homens da Quinta Monarquia da Inglaterra, em cerca de 1660, “acreditavam que o tempo estava próximo
quando, para as quatro grandes monarquias das visões proféticas de Daniel, seriam sucedidas pela quinta, a qual
despedaçaria todas as outras e 'permaneceria para sempre'.” (Johnson's Encyclopedia, artigo Homens da Quinta
Monarquia). Eles se empenharam em estabelecer o reino, derrubando o governo Inglês.
Os Irvingitas da Inglaterra “proclamaram a iminente vinda de Cristo”; tinham “profetas”, “revelações”,
“línguas”, “dons”, etc. Eles reuniram grandes congregações e estão espalhados por todo o mundo.
Swedenborg, Ann Lee, Joanna Southcott, Joe Smith, etc., todos fizeram da iminente volta de Cristo o alicerce
de trabalho de seus sistemas, como é bem conhecido. Portanto, movimentos deste tipo não são novidade.
O Adventismo do Sétimo Dia se originou no bem conhecido movimento de William Miller, que marcou o
tempo do fim do mundo para 1843-44. Eles agora afirmam que o mover de Miller estava certo, e nos planos de
Deus. Dizem estar simplesmente dando continuidade à obra que Miller começou. Em todos os seus livros e
sermões eles apontam para 1844 como a sua origem, e defendem a obra dos Milleritas em 1843 e 1844. As
declarações seguintes da Sra. White definirão a questão:
“Tenho visto que o diagrama de 1843 foi dirigido pela mão do Senhor, e que ele não deve ser alterado; que as
figurações eram o que ele desejava que fossem, e que Sua mão estava presente e ocultou um engano em alguma
figuração.” (Early Writings, pág. 64; Primeiros Escritos, pág. 74; http://www.ellenwhitebooks.com/? l=27&p=74).
Deus os ajudou a cometer o erro!
“Vi que Deus estava na proclamação do tempo em 1843.” (Spiritual Gifts, Vol. I, pág. 133;
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=147&p=133). Portanto, Deus queria que eles marcassem o tempo!

20
“Vi que eles estavam certos nos seus cálculos dos períodos proféticos, com o tempo fechando em 1844.” (pág.
107). Novamente: “O movimento Adventista de 1840 a 1844 foi uma manifestação gloriosa do poder de Deus.”
(Great Controversy, Vol. IV, pág. 429; O Grande Conflito, pág. 611; http://www.ellenwhitebooks.com/?
l=1&p=611).
O Ancião White diz: Acreditamos que o grande movimento relacionado com a questão do Segundo Advento,
que começou com os escritos e palestras públicas de William Miller, foi, em suas características principais,
cumprimento de profecia. Em consonância com esta visão também cremos que na providência de Deus o Sr.
Miller foi levantado para fazer uma obra específica.” (Life of Miller, pág. 6).
Assim, vemos que os Adventistas do Sétimo Dia ainda acreditam e defendem os movimentos Milleritas de
1843 e 1844. Na verdade, eles declaram que todas as outras igrejas que não aceitaram e não aprovaram a obra de
Miller, foram rejeitadas por Deus por causa disso. Diz a Sra. White: “Como as Igrejas se recusassem a receber a
mensagem do primeiro anjo [a obra de Miller], rejeitaram a luz do céu, e caíram do favor de Deus” (Early
Writings, pág. 101; Primeiros Escritos, pág. 237, http://www.ellenwhitebooks.com/?l=27&p=237).
Aqui, então, temos a origem do Adventismo do Sétimo Dia, a fonte de onde fluiu. Como um córrego será
semelhante à sua fonte, vamos examiná-lo. O Ancião e Sra. White, Anciãos Bates, Andrews, Rhodes, Holt, Edson
e todos os fundadores da Igreja Adventista do Sétimo Dia estavam no movimento de Miller, e ajudaram na
marcação e pregação do tempo em 1843, 1844, e depois levaram a obra adiante.
A obra do Sr. Miller é tão bem conhecida, que preciso mencionar apenas alguns fatos sobre ela. Miller nasceu
em Pittsfield, Mass., 1782, mas foi criado em Low Hampton, N. Y. Ele era um fazendeiro com apenas os poucos
benefícios de uma escola rural. Uniu-se à igreja Batista. Em cerca de 1831, declarou que tinha descoberto pelas
profecias o tempo exato, o próprio ano, e, finalmente, o próprio dia quando Cristo apareceria e o dia do fim do
mundo. Ele teve sucesso em converter talvez cinquenta mil pessoas à sua visão. A primeira data fixada foi 1843.
Falhou. Depois fixou o dia em outubro de 1844, e este falhou. Desde então, muitas outras datas foram fixadas
pelos seguidores de Miller, e todas falharam. Cerca de cinquenta anos vieram e foram, e o fim ainda não chegou.
Qual foi o tema principal de Miller, o único ponto em que ele diferia das igrejas Evangélicas? Todas estas
igrejas acreditavam no Segundo Advento pessoal de Cristo de forma tão intensa quanto Miller. Elas amavam a
Jesus e pregavam o Segundo Advento, ensinando igualmente que estava próximo, às portas. Mas os Milleritas
disseram que sabiam o tempo quando isso ia suceder, e que o tempo era 1843-1844. Eles apostaram pesadamente
nisto. A questão estava clara e definida. Todos os que não apoiassem a sua marcação do tempo eram “opositores”,
“inimigos”, “nas trevas”, “servos do mal”, rejeitados por Deus e perdidos; apenas porque não acreditariam na
marcação de um tempo para o fim. Aqui estão as palavras de Miller: “Eu creio que o tempo pode ser conhecido
por todos aqueles que desejam compreender... Entre 21 de março de 1840 e 21 de março de 1844, de acordo com
o método Judaico de cálculo do tempo, Cristo virá.” (Life of Miller, pág. 172). Jesus diz: “Não sabeis quando
chegará o tempo.” (Marcos 13:33). Mas os Milleritas pensavam que sabiam mais do que Jesus. Assim, eles
condenaram a todos os que não concordaram com eles. Aqui está uma pequena amostra do que eles disseram e do
espírito que os havia possuído: “Isto é verdade de Deus; é tão verdadeiro quanto a Bíblia.” “Não existe
possibilidade de erro neste tempo.” “Aqueles que rejeitam esta luz estarão perdidos.” “Aqueles que não aceitam
este argumento são apóstatas.”, etc. (History of Advent Message, pág. 596). E este é o espírito que os têm
acompanhado desde então – um espírito implacável e denunciatório contra todos os que não concordam com seus
esquemas, interpretações e teorias.
Mas as suas marcações de tempo vieram e passaram sem a menor relação com seus esquemas e fatos, provas e
demonstrações, orações e predições. O velho Tempo implacável, o verdadeiro teste de cada teoria, marchou direto
por cima e demoliu todas elas. Foi demonstrada a loucura e o erro dos Adventistas. As predições de Miller foram
um infame malogro. Ele pregou e propagou uma falsidade. Ele pregou que o mundo acabaria em 1843, mas não
acabou. Ele disse que seria em 1844, e não foi. Se existe um movimento religioso sobre a terra que tenha sido
demonstrado ser um embuste e um malogro, este foi o Millerismo. Mas se o Millerismo foi um malogro, o
Adventismo do Sétimo Dia também o é, pois ele foi a fonte da qual brotou, o alicerce no qual foi construído.
Deut. 18:22 - “Quando o profeta falar em nome do Senhor, e essa palavra não se cumprir, nem suceder assim, esta
é a palavra que o Senhor não falou.” Isto certamente é um teste simples e claro. Por sua regra, o Senhor não estava
no movimento de Miller.
“Mas, em 1843-4 os Adventistas não estavam confiantes de que estavam certos?” Confiança não é o nome
para isto. Eles estavam seguros de que estavam certos; eles sabiam que estavam certos, pois haviam comprovado
tudo pela Bíblia, cada palavra de tudo, positivamente. A Bíblia disse aquilo; negar tudo aquilo era negar a Bíblia.

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Mas tudo falhou da mesma forma. É exatamente assim com os Adventistas de hoje. Eles são o povo mais enfático
no mundo, embora tenham cometido dezenas de erros terríveis.
É claramente ensinado com todas as letras que ninguém saberá o tempo do segundo advento. Leia os textos:
“Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai.” “Vigiais, pois, porque
não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor.” “Por isso, estais vós apercebidos também, porque o Filho do
homem há de vir à hora em que não penseis.” “Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do
homem há de vir.” (Mat. 24:36, 42, 44; 25:13). “Olhai, vigiai e orai; porque não sabeis quando chegará o tempo.”
(Marc. 13:33). “Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder.”
(Atos 1:7).
Jesus disse: “Não sabeis quando é o tempo.” Miller disse: “Nós sabemos quando é o tempo.” Jesus disse:
“Não vos pertence saber os tempos ou as estações.” Miller disse: “Nós sabemos tudo sobre eles.” Jesus disse:
“Nenhum homem sabe o dia.” Miller disse, “Nós sabemos o dia exato.” Qual dos dois estava certo? Os
desapontamentos dos Adventistas vez após outra, durante os últimos cinquenta anos estabelecendo a data para o
fim do mundo, demonstraram claramente a sua insensatez. Todo o movimento do Advento foi concebido no
engano, nascido num erro; cresceu em insensatez e terminará em desgraça. “Mas, os Milleritas não são honestos?”
Não há dúvida quanto a isto, mas isso não prova nada com relação à sua fidedignidade.

O FRUTO DO MILLERISMO.
“Pelos seus frutos os conhecereis.” Por cerca de cinquenta anos, em alguns estados, o Millerismo gerou uma
grande excitação. Igrejas foram divididas e despedaçadas; pastores deixaram seus rebanhos para “palestrar” sobre
o “tempo”, enquanto argumento e conflito estavam na ordem do dia. À medida que o tempo se aproximava, em
milhares de casos, os Adventistas não apenas deixaram seus trabalhos e seus negócios, mas davam suas
propriedades. Colheitas foram abandonadas, bens foram distribuídos livremente, de modo que muitos dos que
tinham uma boa situação acabaram ficando sem um tostão. Depois que o tempo passou, ficaram desamparados e
suas famílias sofreram. Muitos tiveram que ser presos e postos sob vigilância, para proteger suas próprias
famílias. Então o mais selvagem fanatismo eclodiu aqui e ali, o que trouxe desgraça sobre todo o nome da
religião. Muitos disseram que o Senhor tinha vindo, a provação estava terminada, era pecado trabalhar, todas as
propriedades deveriam ser mantidas em comum, todas as igrejas eram apóstatas, Babilônia, etc. Alguns
Adventistas tinham esposas espirituais, alguns foram para os Shakers e muitos voltaram para as igrejas, alguns
caíram no desespero, e centenas na dúvida e na infidelidade – exatamente o que se deveria esperar.
A gloriosa doutrina do Segundo Advento foi coberta com vergonha; Satanás se regozijou, enquanto a causa de
Cristo foi grandemente ferida. Como prova desses fatos, eu me refiro ao testemunho de milhares ainda vivos e às
obras publicadas pelos próprios Adventistas. Desse modo o Ancião U. Smith é obrigado a dizer: “O Corpo
Adventista era uma unidade [em 1844] e seu testemunho abalou o mundo. Repentinamente seu poder foi
quebrado, sua força paralisada. Eles passaram do ponto de suas expectativas e não se concretizou sua esperança.
Ninguém podia negar que um erro foi cometido em algum lugar. A partir daquele ponto da história, a maior parte
do povo que era feliz, unido, foi marcado pela discórdia, divisão, confusão, especulação, novos erros, amargo
desapontamento, desintegração e apostasia.” (The Sanctuary, pág. 13, 14).
Paulo disse: “Deus não é Deus de confusão.” (I Cor. 14:33). Portanto, seguramente ele não foi o autor do
Adventismo, pois a confusão que ele produziu não possui paralelo na história religiosa. Dez almas foram
arruinadas por ele, onde uma foi salva. Imediatamente após 1844, eles se dividiram em numerosas facções, cada
uma delas contradizendo e condenando todo o resto. Em vez de renunciarem a tudo aquilo, como homens
ajuizados deveriam ter feito, cada um se empenhou em encontrar alguma “explicação” para o seu erro.
Dificilmente dois concordavam entre si, ao mesmo tempo em que cada um estava seguro de que tinha a explicação
verdadeira. Sua total confusão é bem ilustrada pela seguinte anedota contada pelo próprio Miller:
A primeira pessoa na sua própria paróquia que abraçou totalmente seus pontos de vista foi uma velha mulher,
uma Cristã humilde. O Sr. Miller enviou seus rascunhos para ela depois de os ler. Uma semana depois, Miller
recebeu dezesseis panfletos diferentes, todos se apresentando como publicações Adventistas, mas a maioria deles
defendia sentimentos contraditórios. Ele os enviou para a velha mulher. Logo ela os trouxe de volta, e ao chegar,
dialogaram:
“Você leu todos aqueles papéis?”
“Passei os olhos por eles, mas são todos papéis Adventistas?”

22
“Eles dizem que são.”
“Bem, então eu não sou mais uma Adventista. Acho que devo ficar com a velha Bíblia e me livrar disso.”
“Mas”, disse o Sr. Miller, “nós não confiamos na metade do que está sendo defendido nesses papéis.”
“Nós?” exclamou a velha senhora, “Quem são estes nós?”
“Por que?”, respondeu Sr. Miller, “nós somos aqueles que não compartilham destas coisas.”
“Correto, mas eu quero saber quem são nós.”
“Somos todos os que permanecemos no antigo fundamento.”
“Mas isso não me diz quem são nós. Eu quero saber quem são nós.”
“Bem”, disse o Sr. Miller ao relatar a história, “Eu fiquei confundido e fui incapaz de dar a ela qualquer
informação sobre quem eram nós.” (History of Second Advent Message, pág. 414, 415).
E assim isso tem continuado até este dia. No que os Adventistas acreditam? Vá perguntar qual idioma era
falado pelo povo depois que o Senhor confundiu suas línguas em Babel. O Adventismo é uma segunda Babel.
Mas os Adventistas do Sétimo Dia dizem: “Nós somos unidos; nós cremos de forma igual.” É parcialmente
verdade, mas eles são apenas um ramo desse Babel Adventista. Tal prole de erros e heresias como a que resultou
do Adventismo não pode ser encontrada na história anterior da Igreja. Marcação de tempo, visões, milagres,
fanáticos, falsos profetas, sono dos mortos, aniquilação dos ímpios, não-ressurreição dos ímpios, provação futura,
restauração, comunhão dos bens, negação da divindade de Cristo, não-demônio, não-batismo, não-organização,
etc. – Deus! E este é o povo enviado com uma “mensagem” para alertar a Igreja! É melhor que eles voltem,
estudem e cheguem num acordo sobre o que é a sua “mensagem” antes de entregá-la.
Os outros Adventistas marcaram o tempo do fim do mundo para 1843, 1844, 1847, 1850, 1852, 1854, 1855,
1863, 1866, 1867, 1868, 1877, e assim por diante, até se enjoar de contar. Não aprendendo nada com o passado,
para cada tempo eles ficaram mais confiantes do que o anterior.
Essa obra fanática trouxe desgraça para a doutrina do Segundo Advento, de modo que as outras igrejas já não
se debruçam sobre ela como antigamente. O estudo das profecias foi trazido para a disputa pelo caminho insensato
dos Adventistas. Nenhum homem atento pode deixar de ver isto.

OS ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA E A MARCAÇÃO DO TEMPO.


Os Adventistas do Sétimo Dia se vangloriam constantemente de que eles nunca marcaram tempo; de que eles
não acreditam nisso. Mas enganam a si mesmos e enganam os outros quando dizem algo assim. O Ancião White,
seu líder, engajou-se na pregação de três diferentes tempos que o Senhor haveria de vir, a saber, 1843, 1844 e
1845. Aqui estão suas próprias declarações sobre isto: “Encontrei-me feliz na fé de que Cristo viria por volta do
ano de 1843.” (Life Incidents, pág. 72). Depois ele fala como pregava sobre isto. De 1844, ele diz: “Firmei minha
convicção de que Cristo viria no décimo dia do sétimo mês Judaico daquele ano [1844].” (Pág. 166, 167). “É bem
sabido que muitos estavam esperando que o Senhor viesse no sétimo mês de 1845. Acreditávamos firmemente
que Cristo então viria. Poucos dias antes do tempo passar, eu estava em Fairhaven e Dartmouth, Mass., com uma
mensagem sobre este ponto do tempo.” (A Word to the Little Flock, de James White, pág. 22). Assim, seu líder
era um marcador de tempo.
A Sra. White, sua profetisa, estava na marcação de tempo de 1843 e 1844. Ela mesma diz: “Estávamos firmes
na crença de que a pregação dos tempos definidos era de Deus.” (Testimonies, Vol. 1, pág. 56;
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=139&p=56). Da primeira data, ela diz: “Com cautela e tremor nos
aproximamos do momento em que se esperava a aparição do nosso Salvador.” Depois ela relata seu
desapontamento (Testimonies, Vol. 1, pág. 48; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=139&p=48). Novamente:
“Nossas esperanças agora estavam centradas na vinda do Senhor em 1844.” (Pág. 53;
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=139&p=53). Ela era uma marcadora de tempo.
Os Anciãos Bates, Andrews Rhodes e todo o primeiro escalão dos Adventistas do Sétimo Dia estavam na
marcação de tempo de 1843, 1844. Eles ainda defendem a marcação de tempo de Miller de 1843 e 1844 como
sendo correta e aprovada por Deus. Quanto de verdade, então, existe nas afirmações de que eles nunca marcaram
tempo? Mas eles dizem: “Nós não guardávamos o sétimo dia quando nós marcamos tempo; portanto, nós nunca
marcamos tempo!” Isso é demais! O ladrão diz: “Eu não estava vestindo este casaco quando roubei a ovelha,

23
portanto eu nunca a roubei!” Eles dizem que deram as três mensagens. Bem, a primeira mensagem foi em 1844,
quando eles marcaram o tempo. São eles o mesmo povo, ou não são?
Novamente, eles confirmam a obra do Sr. Miller como sendo de Deus. Mas Miller é responsável por todas as
marcações de tempo feitas pelos Adventistas desde a sua época, porque eles são os legítimos rebentos da sua obra.
Ele começou marcando tempo. Ele fez isso uma segunda vez. Ele os ensinou como fazê-lo. Ele teve a ideia. Ele a
inculcou em todos os seus seguidores. Eles, então, simplesmente tomaram e deram continuidade àquilo que Miller
começou. Os Adventistas do Sétimo Dia declaram ser os Adventistas originais e aprovam a obra de Miller. Ao
fazer isto eles aprovam a marcação do tempo e devem carregar com justiça toda a reprovação geral daquele
empreendimento fanático.
Mas os Adventistas do Sétimo Dia não se levantam para explicar por que ficaram desapontados em 1843, e
novamente em 1844, e por quarenta anos desde então? Oh, sim; mas nós naturalmente ficamos desconfiados do
homem que constantemente é obrigado a ficar explicando sua conduta. Trabalhos corretos não precisam de
explicação.
Eles dizem que o Senhor causou seu desapontamento em 1843, com o propósito de testar sua fé, isso é tudo!
Em 1844, eles cometeram apenas um pequeno erro, isso é tudo! Na época eles ensinaram que a terra era o
santuário. Vieram a descobrir que o santuário estava acima, no céu, e que Jesus realmente veio, em certo sentido,
neste mesmo ano! Assim sendo, de qualquer forma eles estavam certos, isso é tudo! Você não consegue ver? Está
claro como o dia. Agora eles removeram toda a questão dos fatos problemáticos da terra, onde temos condição de
examiná-los, para as inefáveis teorias do céu, onde ninguém pode ir para relatar fatos que poderiam arruinar suas
teorias. Agora eles podem especular e argumentar em segurança. Mas os homens sóbrios e que raciocinam
conseguem ver através de tudo isso. Trata-se apenas de um esquema montado para sair de uma dificuldade.

CONFISSÃO DE MILLER – ELE SE OPÔS AO ADVENTISMO DO SÉTIMO DIA.


Há muito tempo todos os outros Adventistas renunciaram às marcações do tempo de 1843-4, considerando-as
um erro. Assim: “A maioria dos Adventistas tomou a posição de que o tempo foi um erro humano de julgamento.”
(History of the Second Advent Message, pág. 383). Ouça o próprio Sr. Miller: “Na passagem do meu tempo
divulgado eu francamente reconheci meu desapontamento... Naquele tempo esperávamos a vinda pessoal de
Cristo, e agora é desonesto contender afirmando que não estávamos errados. Nunca deveríamos nos envergonhar
de confessar abertamente nossos erros. Eu não tenho confiança em nenhuma das novas teorias que brotaram do
movimento, a saber, que Cristo veio na época como Noivo; que a porta da misericórdia se fechou; que não existe
salvação para os pecadores; que a sétima trombeta soou ou que a profecia tenha se cumprido em qualquer
sentido.” (History of the Advent Message, pág. 410, 412).
Disto, vemos: 1. Que Miller, o fundador e líder do movimento, assumiu que aquilo foi um erro. 2. Ele
repudiou a ideia de que houve um cumprimento da profecia em qualquer sentido. 3. Ele aponta especialmente
para a posição dos Adventistas do Sétimo Dia como sendo totalmente falsa. Ele conhecia tudo sobre seus
argumentos das três mensagens, o santuário, o Sábado, etc., e mesmo assim ele não apenas os rejeitou, mas alertou
severamente seu povo contra eles, de modo que muito poucos dos Adventistas originais os aceitaram. Ouça a
própria Sra. White sobre este ponto: “Vi homens principais observando William Miller, temendo que ele fosse
abraçar a mensagem do terceiro anjo e dos mandamentos de Deus. Enquanto ele se inclinava em direção à luz do
céu, esses homens maquinaram algum plano para puxar sua mente para longe. Vi uma influência humana exercida
para manter sua mente em trevas, e para manter a sua influência entre eles. Ao final, William Miller levantou sua
voz contra a luz do céu.” (Spiritual Gifts, Vol. 1, pág. 167; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=147&p=167).
Deste modo o pai e fundador do Adventismo condenou e se opôs à posição que os Adventistas do Sétimo Dia
tomaram com relação à sua própria obra. Ele teve sensatez suficiente para ver e honestidade suficiente para
confessar que aquilo foi um erro. Mas os Adventistas não teriam a mesma atitude. Eles sabiam mais do que o
próprio Miller. Eles veriam no movimento um maravilhoso cumprimento de Apoc. 14: 6, 7. Miller o nega. Assim,
vemos que os Adventistas do Sétimo Dia dão uma interpretação para a obra de Miller que ele mesmo condenou.
Nenhum homem na liderança da obra de Miller jamais abraçou as visões dos Adventistas do Sétimo Dia, mas
sempre se opuseram a elas considerando-as como fanáticas e uma questão secundária. Nenhum dos líderes dos
Adventistas do Sétimo Dia, tais como White, Andrews, Bates, Rhodes, etc., jamais tiveram algum significado na
obra de Miller, ainda que todos estivessem nela; ainda que depois declarassem ser os únicos que tiveram o
entendimento correto dela. Todo restante estava “em trevas”, eram “virgens insensatas”, “apóstatas”, etc. Que
modéstia!

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ERROS DOS ADVENTISTAS.
Um povo que cometeu tantos erros como os Adventistas deve, ou deveria ser, muito mais modesto em suas
reivindicações, e deveria ver que está sendo conduzidos por homens, não pelo Senhor.
1. Eles marcaram o tempo do fim do mundo para 1843, e falharam.
2. Eles marcaram novamente para 1844, e falharam.
3. O Ancião White, líder dos Adventistas do Sétimo Dia, marcou 1845 para o fim, e novamente falharam.
4. Eles afirmavam, em 1844, que a terra era o santuário. Outro erro, como eles admitem agora.
5. Todos eles declaravam que em algum tempo depois de 1844 havia terminado a provação dos pecadores –
um erro tenebroso (ver Capítulo 8 deste livro).
6. Por dez anos os Adventistas do Sétimo Dia começaram o Sábado às 18:00, em vez de ser no pôr do sol,
como agora. Assim eles quebravam o Sábado toda semana!
7. Eles mantiveram suas crianças fora da escola durante anos, porque o tempo era tão curto que elas não
precisariam de instrução.
8. Eles deram seus bens em 1844, porque de qualquer forma não precisariam mais deles!
9. Eles não votavam, pois aquilo era ser igual às igrejas caídas. Agora eles votam livremente.
10. Eles diziam ser errado assumir um nome de igreja, pois isto era Babilônia. Agora eles têm um nome.
11. Organização da igreja era errado, pois isto era como Babilônia. Agora eles organizam.
12. Durante anos eles disseram que plantar árvores era negar sua fé, pois elas nunca cresceriam para produzir
frutos.
13. Conduzidos por uma revelação da Sra. White, as irmãs usavam uma calça sob a saia (bloomer dresses;
http://www.pinterest.com/lcreno/bloomersdress-reform/). Nenhuma delas veste isso agora.
14. Por trinta anos eles não fizeram nenhuma coleta no Sábado. Agora fazem isso toda semana.
15. Por cinquenta anos eles estiveram esperando que o fim do mundo viesse dentro de um período de cinco
anos, e ele ainda não veio.
16. Eles disseram que Jesus viria à terra em 1844. Agora eles dizem foi um erro; ele veio para julgar no
santuário de cima. Assim: “Os Adventistas de 1844... pensavam que o noivo viria; e então ele veio – não para esta
terra, como eles incorretamente supunham, mas para o casamento.” “Eles simplesmente confundiram o tipo da
vinda a que se referia.” (U. Smith, em Parable of the Ten Virgens, pág. 13, 14). Ele confessa que: 1. Eles erraram
quanto ao tempo em 1843. 2. O lugar errado. 3. O evento errado. Agora deixe-o acrescentar, 4. A coisa toda
errada, e ele estará certo!
17. Depois eles disseram que a porta foi fechada (Mat. 25:10). Agora eles dizem que isso estava errado; ainda
está aberta. Assim: “Não pode existir outro lugar para o fechar da porta que não seja o outono de 1844.” (Ancião
White, em Present Truth, maio, 1850). “A porta ainda está aberta, e outros convidados podem vir.” (U. Smith, em
Parable of the Ten Virgens, pág. 17, fevereiro, 1889). Estas são as pessoas que sabem que estão sempre
acuradamente certas!
18. Certa vez eles adotaram uma rígida dieta vegetariana – nada de carne, de manteiga, apenas duas refeições
por dia, etc., mas foi um fracasso. Ela matou muitos e arruinou mais ainda, até que tiveram que modificá-la e
viver como as outras pessoas.
Estas são apenas amostras dos numerosos erros que os Adventistas cometeram; e isso eles fizeram com uma
profetisa inspirada no comando por quarenta e quatro anos! Estes fatos simples e inegáveis por si só deveriam ser
suficientes para abrir os olhos de todos, de modo a ver que o Senhor não os tem guiado em sua obra.

25
CAPÍTULO V

MINHAS OBJEÇÕES AO SISTEMA DOS


ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA.

1. Ele nasceu num engano. A origem do Adventismo estava nas marcações de tempo Milleritas de 1843 e
1844, as quais, todos sabem, foi um engano.
2. A obra produziu grande fanatismo e ocasionou um desastre para milhares de almas.
3. Do movimento se desenvolveu toda uma ninhada de erros, como eles mesmos admitem.
4. O Adventismo do Sétimo Dia é um sistema de papismo – o poder em um homem. No princípio o Ancião
White assumiu esta posição e moldou todo o sistema para poder ajustá-lo. Ele estabelecia as regras e as ditava em
todas as coisas e em todas as esferas de ação. Ele fazia a coisa esquentar para quem se atrevia a começar qualquer
coisa que ele não estivesse controlando. Ele era o cabeça e presidente de tudo. Do mesmo modo agora, uns poucos
conduzem hoje todas as coisas. A palavra deles é lei. Isto é contrário ao Evangelho e resultou na degradação
mental da massa daquele povo. Uns poucos pensam por todos.
5. A simples palavra da Sra. White, uma mulher sem instrução, é aceita como a voz de Deus para eles, ditando
em tudo. “Os opressores do meu povo são crianças, e mulheres dominam sobre ele.” (Isa. 3:12).
6. Desde o começo o Ancião e Sra. White tornavam públicas as faltas, reais ou imaginárias, de qualquer um e
de todos – ministros, editores e quem quer que fosse – e as expunham diante de toda a congregação. Se alguns
contestassem, eram “rebeldes.” Na época tudo isso foi impresso em seus “Testemunhos” como se fossem
inspirados, e feitos circular para que todos lessem. Isto começou a gerar em todos um hábito de efetuar críticas e
busca por faltas, algo que é repreensível até o último grau. Qualquer um poderia prever onde isso resultaria. A
própria Sra. White agora diz: “Havia uma procura por ninharias; e quando não existiam dificuldades reais na
Igreja, eram fabricadas tribulações.” (Testimonies, Vol. 1, pág. 144; http://www.ellenwhitebooks.com/?
l=139&p=144). “O amor de um para o outro desapareceu, e prevaleceu a busca por falhas e o espírito de acusação.
Era considerado uma virtude procurar qualquer coisa sobre o outro que pareça estar errado, e fazê-la parecer mais
mal do que realmente era.” (Pág. 64). A própria Sra. White estabeleceu o exemplo, e ela é amplamente seguida,
até que se tornaram uma denominação de vasculhadores de faltas.
7. Uma doutrina fundamental para eles é a de que todas as outras igrejas são apóstatas e corruptas. Portanto,
eles ficam observando ansiosamente cada coisa má que possam pegar contra elas. Isto não é uma atitude boa e
gera neles um espírito implacável e sem amor.
8. Eles estão constantemente à busca de todas as evidências que possam coletar para mostrar que o mundo
está se tornando pior rapidamente. Novamente isto promove um mau efeito sobre eles mesmos, fazendo com que
se tornem amargos e melancólicos.
9. Seus ministros são meros palestrantes, indo de lugar para lugar, ficando apenas umas poucas semanas de
cada vez, repetindo sempre e sempre os mesmos velhos sermões. Como consequência, eles se tornam limitados,
bitolados e enfadonhos. Sua pregação é quase totalmente doutrinal e argumentativa. Isto os torna duros e
combativos, em vez de afáveis e tolerantes.
10. Suas igrejas são muito pequenas, geralmente contando de quinze a trinta membros. Eles não têm pastores
e frequentemente nenhuma pregação. Seus encontros se dão aos Sábados, quando os outros estão trabalhando, e
assim ninguém, a não ser eles, comparecem. Logo, seus encontros são acabrunhados, tediosos e cansativos,
especialmente para os jovens e crianças. Sem se misturar jamais com outras igrejas, eles logo caem numa rotina e
se tornam muito isolados. A grande massa deles não possui instrução e seus líderes locais são fazendeiros ou

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mecânicos. O decoro visto em outras igrejas é geralmente desejado nas suas. Suas crianças são barulhentas e com
frequência também os membros. Isto não é bom.
11. Sua teoria os induz a serem bitolados e sem afabilidade. Eles não podem trabalhar de forma alguma com
outros Cristãos. Isto é outro mal aspecto desse sistema. Eles condenam todos os trabalhadores Cristãos que não os
seguem. Veja como Jesus repreendeu este espírito intolerante: “E João lhe respondeu dizendo: Mestre, vimos um
que em teu nome expulsava demônios, o qual não nos segue; e nós lho proibimos, porque não nos segue. Jesus,
porém, disse. Não lho proibais; porque ninguém há que faça milagre em meu nome e possa logo falar mal de
mim.” (Marcos 9:38-40).
12. Em uma comunidade eles não exercem qualquer tipo de influência sobre os não religiosos. Nenhum destes
frequenta seus encontros; nenhuma criança fora de suas próprias famílias frequenta suas escolas Sabatinas. Outras
igrejas, através de seus encontros públicos, sermões e escolas Dominicais, exercem uma poderosa influência para
o bem sobre os não-convertidos.
13. Seu trabalho em grande parte é proselitismo. Verdadeiramente “eles vasculham mar e terra para fazer um
prosélito.” Trabalharão tão arduamente para ganhar um bom Cristão antigo de outra igreja quanto para converter
um pecador. Eles demolem mais do que edificam.
14. Eles consideram como perdidos todos os que rejeitam a sua “mensagem.” Suas missões de que tanto se
vangloriam são o pavor de todos os outros missionários, já que trabalham tão arduamente em fazer proselitismo
com os membros de outras igrejas quanto trabalham para converter os pagãos crus ou pecadores. Assim fala o
Ancião Haskell a respeito da sua “missão” em Londres: “Treze tomaram sua posição sobre o Sábado... Estes
vieram principalmente da Igreja da Inglaterra.” (Review, 10 de abril de 1888). Sim, seus convertidos sempre são
“principalmente” de outras igrejas. Eu me enojei deste trabalho.
15. Através de seus argumentos eles confundem a mente de muitos, de modo que estes não sabem no que
acreditar. Eles os colocam contra as outras igrejas e assim se afastam de tudo, e ficam totalmente perdidos. Os
Adventistas têm feito uma quantidade grande desta obra, e sua influência nessa direção é assustadora.
16. Muitas das suas crianças crescem sem guardar nem ou Sábado ou Domingo; sem frequentar nenhuma
igreja, e por conseguinte se tornam irreligiosos.
17. Os que quebram o Domingo para caçar, pescar, praticar esportes ou trabalhar neste dia são encorajados
nessa atitude pelos argumentos e exemplos dos Adventistas. Isso certamente é maligno. Uma comunidade em que
vivem os Sabatistas não possui um dia de descanso quieto de forma alguma.
18. O poder de Deus não apoia a obra do Advento como deveria, se esta for a sua obra especial. Durante a
minha longa experiência com eles eu ficava impressionado com o fato de que, como regra, a obra era
extremamente árida e sem poder. Isto me desanimava grandemente. Vi que era assim com todos os seus ministros,
dos pequenos aos grandes. Seu anuário para 1888 mostra que em média eles não faziam um convertido para cada
ministro!
19. Nos campos onde eles têm estado há mais tempo, e são mais bem conhecidos, eles possuem o menor
êxito. Tão logo fica bem entendido o que realmente é o Adventismo, eles já não conseguem fazer mais nada.
20. Os apóstolos, os reformadores e outros que Deus enviou construíram civilizações enormes e exerceram
uma grande influência para o bem na sociedade; mas os Adventistas jamais fizeram algo assim. Eles não possuem
influência para o bem na sociedade. Este aspecto da obra frequentemente me perturbava. Observe como as seitas
heréticas e fanáticas geralmente se isolam da comunidade e constroem para si mesmas uma pequena sociedade
exclusivista. Veja os Shakers, os Mórmons, a Comunidade Oneida, os seguidores da Sra. Southcott, etc. Os
Adventistas do Sétimo Dia se tornam um pequeno partido em qualquer comunidade onde estejam. Eles vão por si
mesmos e não tomam parte em quase nada que interesse aos outros. Tome a minha própria cidade como exemplo.
Eles têm uma igreja aqui por trinta anos, contando com cinquenta a setenta e cinco membros. Não tomam parte
nem se interessam por qualquer obra social, literária, moral, sanitária, moderadora ou religiosa que não sejam as
suas próprias. Nunca são vistos como auxiliares em qualquer trabalho social necessário e nobre. Nunca participam
de uma reunião de oração, de um esforço para reavivamento ou de uma escola Sabática que não sejam as suas
próprias. A Associação Cristã de Moços, que é totalmente não-sectária, está fazendo um nobre trabalho para
salvar os moços do local. Nenhum Adventista auxilia ou tem interesse nisto. Ao contrário, a loja Adventista está
aberta para o comércio e assim torna-se um reduto para ociosos e violadores do Domingo. Em qualquer modo
considerado sua influência é em detrimento dos melhores interesses da religião e do bem da sociedade.

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Quão diferente sucedeu com os seguidores dos verdadeiros reformadores – Lutero, Wesley, Calvino, etc. Eles
permaneceram com o povo, trabalharam por eles e fizeram com que a sociedade ficasse geralmente melhor.
No momento em que a pessoa se torna completamente um convertido Adventista do Sétimo Dia, ela se
despoja de qualquer interesse adicional útil na sociedade. Este é o seu histórico em toda a parte, como testificarão
todos os que lhes conhecem. Converter homens para a sua doutrina é a paixão toda-absorvente de suas vidas, não
deixando para eles nem interesse, tempo ou pretensão para qualquer outra coisa.
21. Eu cheguei à conclusão de que os temas principais dos Adventistas são sobre teorias meramente
especulativas relacionadas com aquilo que, afinal, eles não podem saber positivamente que estão certos. Tais são
as suas teorias sobre o sono dos mortos, destruição dos ímpios, o santuário no céu, o tempo quando Jesus virá, sua
interpretação da imagem da besta de Apoc. 13:11-18, a marca da besta, etc. Eles sabem que estão certos sobre
tudo isso? Não, eles pensam que estão; e outros igualmente honestos, piedosos e esclarecidos pensam
diferentemente. Cheguei à conclusão de que era tolice da minha parte gastar a minha vida naquilo que, ao afinal,
eu não sabia se realmente era assim. Mas nós sabemos que é correto evangelizar os pagãos e os ímpios das nossas
cidades, salvar os bêbados e caídos; pregar a Cristo, converter pecadores e trabalhar por tudo o que poderá
melhorar a condição dos homens e da sociedade agora. Mas, para os Adventistas essas coisas são secundárias ou
inteiramente negligenciadas, colocando constantemente suas teorias de estimação em primeiro lugar e se
debruçando sobre elas a maior parte do tempo.
22. Tudo em seu sistema que têm sido uma bênção para eles também é sustentado por todas as igrejas
evangélicas, tais como a fé em Deus, em Jesus e na Bíblia, um coração puro, vida santa, autonegação, etc. Nada de
bom veio para eles ou para o mundo através das doutrinas que são peculiares aos Adventistas, tais como o tempo
do advento, a condição dos mortos, o Sábado, as visões, etc.
23. Tendo sido desapontados tantas vezes e por tanto tempo, por carregarem uma visão muito sombria das
coisas em geral, eles são uma classe de pessoas bastante desanimadas e infelizes.
24. O Adventismo é um “outro evangelho” (Gál. 1:6), a qual os apóstolos jamais pregaram. Por muito tempo
eu fiquei impressionado pelo fato de que nós, Adventistas, pregávamos de forma muito diferente dos apóstolos.
Por exemplo, nós estávamos sempre pregando e escrevendo sobre o Sábado, enquanto Paulo, em todas as suas
quatorze epístolas, o menciona apenas uma vez (Col. 2:16); e, na ocasião, apenas para condená-lo! “Encontramos
no Novo Testamento 'pregar o evangelho', cinquenta vezes; 'pregar a Cristo', vinte e três vezes; 'pregar ao mundo',
dezessete vezes; 'pregar o reino', oito vezes; 'pregar a lei', ou 'o Sábado', nenhuma vez!” (Wagner).
25. Eles são impatriotas. Nem uma só pessoa deles, homem ou mulher, no campo ou no hospital, levantou um
dedo para ajudar a derrubar a rebelião (Guerra Civil Americana) ou a escravidão. Eles ficaram em casa,
criticaram. Veja os Testemunhos da Sra. White, Vol. 1, pág. 253-268 (http://www.ellenwhitebooks.com/?
l=139&p=253). Se um homem fosse para a guerra, ele seria expulso da igreja, pois a Sra. White proibiu tal coisa.
Ouçam-na: “Me foi mostrado que o povo de Deus, que é seu tesouro peculiar, não pode se engajar nesta guerra
confusa, pois ela se opõe a cada princípio da sua fé.” (Testimonies, Vol. 1, pág. 361;
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=139&p=361). Eles afirmam que a nossa nação é “a besta” de Apoc. 13:11-
18; que logo se tornará uma tirania. A Sra. White diz: “A nação estará no lado do grande líder rebelde”, o
Demônio (Testimony 31, pág. 132). Desse modo todos eles pensam.
26. Suas falsas ideias sobre o Domingo os levam a se unirem com infiéis, ateístas, Judeus, frequentadores de
bares e irreligiosos em geral na oposição a qualquer restrição de profanação do Domingo. É uma anomalia da
época ver uma igreja Cristã unida com os piores elementos da sociedade e inimigos de Cristo para se oporem aos
melhores interesses da sociedade, sacrificando o trabalho mais devotado e esclarecedor da terra. Afinal, para que
serve uma igreja que estraga uma pessoa para todas as práticas saudáveis para a sociedade. O que significa “amar
ao seu próximo?”

OS ADVENTISTAS E AS PROFECIAS.
Os Adventistas alegam ter mais iluminação sobre as profecias do que todos os outros. As mulheres idosas e as
crianças pequenas entre eles acreditam confiantemente que eles sabem mais sobre as profecias do que todos os
comentaristas e estudiosos do mundo. Eles conseguem dizer exatamente o que significam em todas as profecias
cada chifre, asa, cabeça, cauda, trombeta, taça, besta ou anjo! Alguma possibilidade de erro? Nem a mais leve! E
ainda assim, provavelmente nenhum povo jamais cometeu tantos erros num mesmo período de tempo do que os
Adventistas.

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Considere quão pouco conhecimento crítico as pessoas comuns realmente possuem de datas e fatos históricos.
A grande maioria dos mais inteligentes homens de negócio, fazendeiros, mecânicos, mães e donas de casa teriam
pouca capacidade de opinar sobre tais matérias. A maioria deles não sabe nada sobre isto. Eles não poderiam
contestar de forma inteligente qualquer declaração que um palestrante viesse a fazer sobre tais pontos. Os
pregadores Adventistas se colocam diante de uma audiência como esta, noite após noite, por seis ou oito semanas,
com suas declarações enfáticas feitas audaciosamente e repetidas muitas vezes, até que os ouvintes, iludidos.
pensam que eles são os historiadores mais maravilhosos do mundo e aceitam suas declarações como verdades
inquestionáveis! Da mesma forma acontece com os seus leitores da Bíblia, que vão de casa em casa para explicar
as coisas profundas de Deus. Eu os conheço bem, ensinei a muitos deles e estive em suas escolas de treinamento.
Muitos deles não poderiam conseguir um diploma de terceiro grau; nem tampouco jamais leram algum volume de
história. Eles simplesmente aprendem por repetição, falam como papagaios uma lição que repetem fluentemente
para o agricultor maravilhado ou para a mãe analfabeta. Tire-os fora de seus trilhos, e eles ficam mudos. São
como aqueles a quem Paulo repreendeu, “Pretendendo passar por mestres da lei, não compreendendo, todavia,
nem o que dizem, nem os assuntos sobre os quais fazem ousadas asseverações.” (1 Tim. 1:7). Isto se aplica
perfeitamente a eles (ver Apêndice B e C).

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CAPÍTULO VI

A BESTA DE DOIS CHIFRES E AS MENSAGENS.

Os Adventistas do Sétimo Dia dão grande ênfase para a sua interpretação deste símbolo (Apoc. 13:11-18). Sua
teoria sobre a marca da besta, sua imagem, o selo de Deus, a Mensagem do Terceiro Anjo e toda a sua obra
especial sobre o Sábado estão construídas sobre a sua premissa relativa a esta besta. Se eles estiverem errados
aqui, todo o seu sistema desmorona. Eles afirmam que esta besta é os Estados Unidos e que logo teremos aqui
igreja e estado em união, a imagem da besta, o papado. A marca da besta é a guarda do Domingo. Uma lei a
imporá sobre os Adventistas do Sétimo Dia. Eles não obedecerão. Então eles serão considerados fora da lei,
perseguidos e condenados à morte! De todas as extravagantes especulações Adventistas das profecias, esta merece
permanecer entre as mais desvairadas.
1. A Bíblia diz que esta besta é os Estados Unidos? Oh, não; eles têm que presumir e argumentar sobre tudo
isto.
2. Eles sabem que os seus argumentos sobre isto são infalivelmente corretos? Não.
3. Da mesma forma os seus líderes estavam completamente seguros em 1843, e depois em 1844, de que
estavam certos? Sim, e mesmo assim falharam em ambas as vezes.
4. Eles não cometeram muitos erros ao interpretar as profecias? Sim, muitos deles.
5. O Ancião White, seu líder, não estipulou três diferentes momentos para o fim do mundo e falhou em todos?
Sim.
6. Eles não podem, então, estar possivelmente errados também nisto? É claro, como são obrigados a admitir.
Logo, o seu sistema repousa sobre uma incerteza. Acaso eles são infalíveis?
7. As nossas esperanças do céu dependem de incertezas como estas? Não seria mais seguro seguir os preceitos
claros de Cristo (Mat. 7:24-25), do que ir após especulações incertas? Não é melhor do que seguir a liderança dos
Adventistas, que têm cometido erros e mais erros, repetidamente, por oitenta anos? “Acautelai-vos, que ninguém
vos engane”, Jesus, Mat. 24:4. Vou apresentar alguns dos muitos fatos mostrando que as suas aplicações deste
símbolo não estão corretas.
Enquanto os Adventistas do Sétimo Dia citam amplamente e seguem os principais comentaristas e igrejas
Protestantes nas suas aplicações para as outras bestas, aqui eles dão um salto desvairado no escuro sem o apoio de
um único estudioso bíblico. Evidentemente esta besta semelhante ao cordeiro representa o Papado, ou o poder
espiritual e eclesiástico da igreja Romana, e assim é entendido por cada comentador que consultei. Deste modo:
“A besta é o império latino espiritual, ou, em outras palavras, a hierarquia Romana.” (Scott, sobre Apoc.
13:11). “Era, portanto, o símbolo da hierarquia Romana.” (Clarke, sobre Apoc. 13:11). “A unanimidade dos
intérpretes limita esta segunda besta ao poder papal.” (Eclectic Commentary sobre Apoc. 13:11-18). “Uma
descrição exata da ascensão do poder espiritual do Papado.” (Notas sobre Apoc. 13:11, pela American Tract
Society). “A besta com dois chifres semelhante a um cordeiro é a hierarquia Romana, ou o corpo do clero regular
e secular.” (Joseph Benson). “A besta de dois chifres ou igreja Romana.” (Bispo Newton). Albert Barnes diz o
mesmo. Na verdade, existe um perfeito acordo entre todos os comentaristas no sentido de que a besta semelhante
a um cordeiro representa o Papado. Para o argumento quanto a isto, eu apenas preciso fazer aos leitores alusão aos
comentários.
Contra este acordo unânime de todas as igrejas e autoridades Protestantes, tem-se as especulações isoladas dos
Adventistas, que já cometeram tantos erros antes. As provas de que esta besta semelhante a um cordeiro é o
Papado são muitas, claras e facilmente vistas; enquanto o esforço para aplicá-la aos Estados Unidos é dificultosa e

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os argumentos torcidos, extensos e improváveis. Deste modo, em Thoughts on Revelation, de Uriah Smith, ele
dedica apenas onze páginas para o dragão do capítulo 12:1-17, e apenas oito páginas para a besta leopardo do
capítulo 13:1-10, mas vagueia nebulosamente através de quase cem páginas nos oito versos relativos à besta de
dois chifres! Somente isto é prova da tarefa desesperada que ele teve em mãos para provar que ela era os Estados
Unidos.
Começando com Apoc. 11:19, e terminando com Apoc. 14:5, está uma linha de profecia percorrendo o
Primeiro e o Segundo Advento – o dragão, a besta leopardo e a besta semelhante a um cordeiro. O dragão,
capítulo 12:1-17, é o império Romano pagão. Deste modo todos concordam, como também os Adventistas do
Sétimo Dia. O dragão tinha “sete cabeças e dez chifres.” (verso 3). Ele é sucedido (capítulo 13:1-10) pela besta
leopardo com “sete cabeças dez chifres.” O que é isto? Evidentemente o mesmo império Romano; os mesmos dez
reinos da Europa com apenas uma mudança de religião, de pagã para Católica. Conforme Dr. Clark: “A besta aqui
descrita é o império Latino, que apoiava a igreja Romana ou Latina.” (sobre Apoc. 13:1). Igualmente falam Scott
e todos os que consultei. Este era o poder civil ou político dos dez reinos depois de professarem o Cristianismo.
Que esta besta leopardo de dez chifres não é o Papado, nem a igreja Católica, é mostrado por Apoc. 17:1-5, onde a
mesma besta é novamente apresentada com uma mulher sentada sobre ela e governando por ela. A besta é o poder
civil, enquanto a mulher é a Igreja. Até mesmo o Ancião Smith confessou isto. Ele diz: “Temos aqui a mulher, a
Igreja, sentada sobre uma besta escarlate, o poder civil pelo qual ela está sentada e por meio da qual o controla e
conduz para os seus próprios objetivos como um cavaleiro controla um cavalo.” (sobre Apoc. 17:1-5). Igualmente,
então, a besta leopardo é o poder civil. Exatamente o que é em Apoc. 17, é o que é em Apoc. 13. O Papado teve
dez chifres? Teve ele sete cabeças? Não, mas a Roma política teve.
Que a besta semelhante a um cordeiro de Apoc. 13:11-18 não é de forma alguma os Estados Unidos, mas é o
Papado, ou o poder eclesiástico e espiritual da igreja Romanista, está claro:
1. Apoc. 17:1-5, onde a mulher, a Igreja, é distinta da besta leopardo de dez chifres e governa sobre ela,
mostra que a besta não é o Papado.
2. Da mesma forma, a besta semelhante a um cordeiro de Apoc. 13 governa através do poder da besta
leopardo.
3. O que quer que seja a mulher em Apoc. 17, ela é o que a besta é em Apoc. 13. Consequentemente, ambas
são o poder papal de Roma.
Observe a similaridade dos dois: uma mulher em um lugar, um cordeiro no outro, ambos tendo a aparência de
gentileza e inocência. A Igreja é representada por uma mulher pura (II Cor. 11:2), e por cordeiros (João 21:15);
mestres da falsa religião são representados por uma mulher má (Apoc. 2:18-23), e por bestas vestidas como
ovelhas (Mat. 7:15). A mulher e a besta trabalham juntas no capítulo 17; da mesma forma a besta semelhante a um
cordeiro e a besta leopardo trabalham juntas em Apoc. 13:12, 14. A mulher está embriagada com o sangue dos
santos (Apoc. 17:6); a besta cordeiro faz com que os santos sejam mortos (Apoc. 13:15). A mulher é queimada
com fogo (Apoc. 18:8), como também a besta cordeiro (Apoc. 19:20). A mulher senta sobre a besta, conduzindo-a
a governando-a (Apoc. 17:3); igualmente a besta cordeiro “exerce toda a autoridade da primeira besta” (Apoc.
13:12). Ela não apenas exercita poder similar, ou tanto poder quanto a outra besta, mas usa o poder dela própria, o
mesmo que fez a mulher. Ela mesma não mata ninguém, mas faz com que sejam mortos (Apoc. 13:15). Isto é
exatamente o que o Papado fez. Ele governou sobre os reis da terra (Apoc. 17:18), e “fez com que” os heréticos
fossem condenados à morte pelo poder secular. “Ele exerce todo o poder da primeira besta.”
A igreja Romana sempre se gabou de ela nunca ter mandado matar os heréticos. Ela simplesmente os
anatemizava, entregando-lhes aos poderes civis, e por meio de sua influência fazia com que fossem mortos pelos
poderes seculares. Quão exata é a linguagem: ela “faz com que” isto seja feito; “ela exerce (ou usa) todo o poder
da primeira besta.”
Os Adventistas do Sétimo Dia argumentam que a besta leopardo (Apoc. 13:1-10) é o papado, porque ele faz a
mesma obra que o chifre pequeno de Dan. 7:8,25, o que todos concordam. Mas eles negligenciam o fato de que a
besta leopardo faz toda a sua obra simplesmente como o agente da igreja, a mulher de Apoc. 17, e a besta
semelhante a um cordeiro do capítulo 13. Por conseguinte, é claro, ela faz a mesma obra que faz o chifre pequeno
de Dan. 7.
Observe a conexão inseparável entre a besta leopardo e a besta de dois chifres; o governo civil Romano e o
Papado. 1. A besta semelhante a um cordeiro controla todo o poder da primeira besta (verso 12). 2. Ela o faz na
presença e à vista da besta (versos 12, 14). Isso mostra que ambas ocupam o mesmo território. 3. Ela faz com que
os homens adorem a besta (verso 12). 4. Ela faz com que os homens façam uma imagem para a besta (verso 14).

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5. Ela faz com que os homens recebam a marca da besta (verso 16, 17). 6. As duas bestas estão trabalhando juntas
quando Cristo vier (Apoc. 19, 20). 7. Juntas elas irão para o fogo (verso 20).
Evidentemente, então, essas duas bestas operam juntas em todas as suas obras. Isto é precisamente o que a
Igreja Católica e os poderes políticos Católicos da Europa têm feito durante séculos, como todos sabem. Os
Estados Unidos já cooperaram desta forma com o papado? Enfaticamente, não. Existe algum homem fanático o
suficiente para acreditar que isto acontecerá? O papado cumpriu exatamente cada descrição da besta semelhante a
um cordeiro:
1. Ele emergiu no lugar certo, “na sua presença” (Apoc. 13:11; Diaglott, Bible Union, Living Oracles, etc.)
2. Ele emergiu no tempo certo, depois da ferida na cabeça (Apoc. 13:3). A interpretação adotada por Clarke,
Scott e os melhores autores “refere-se à extinção do antigo Império Romano sob a forma imperial na última parte
do quinto século, e seu ressurgimento novamente sob Carlos Magno” (notas da Am. Tract Society).
3. O papado emergiu da mesma maneira, pacifica e silenciosamente.
4. Ele tinha a aparência de um cordeiro.
5. Ele falou como um dragão.
6. Ele exercitou todo o poder da Roma civil.
7. Ele trouxe a terra em sujeição à Roma.
8. Por seus grandes sinais e maravilhas ele enganou milhões durante séculos.
9. Ele fez uma imagem da besta.
10. Ele causou a morte de milhões.
11. Ele impôs sua adoração e marca sobre todos.
12. Ele proibiu os heréticos de comprar ou vender. Isto é tão bem conhecido que não requer prova.
A besta semelhante a um cordeiro não é os Estados Unidos, porque:
1. Esta besta de dois chifres simboliza um governo religioso ou eclesiástico. O falso profeta de Apoc. 19:20
executa a mesma obra que a desta besta (ver verso 14), e por isso deve ser idêntico a ela. Isto é admitido pelos
Adventistas do Sétimo Dia. Agora, como profeta e líder religioso, um falso profeta deve ser um falso mestre
religioso; e como isso se aplica a um governo, deve por conseguinte se aplicar a um governo eclesiástico. Os
Estados Unidos não é isto, pois seu governo é puramente político, pois uma cláusula de sua constituição diz: “O
Congresso não fará lei no sentido de um estabelecimento de religião, ou proibindo o livre exercício da mesma.”
(The Two-Horned Beast, de A. C. Long).
2. A maneira do seu surgimento. A besta semelhante a um cordeiro emerge silenciosa e pacificamente “da
terra” (Apoc. 13:11), enquanto as outras bestas emergem do mar revolto (Apoc. 13:1). Igualmente o papado, a
princípio, surgiu silenciosamente com toda a aparência de um cordeiro, mas posteriormente falou como um
dragão. Testemunham as suas perseguições e tirania. Não é assim com a nossa nação. Ela nasceu num terrível
conflito de sete anos. Depois seguiu-se a guerra de 1812, a guerra com o México, a guerra da Rebelião e a guerra
com os índios quase a cada ano. Não muito pacífica.
3. Ela exercia todo o poder da primeira besta. Os Adventistas do Sétimo Dia dizem que a primeira besta é o
Papado, que condenou à morte cerca de cinquenta milhões de pessoas, governou sobre outros reis e sobre a
consciência dos homens. Até mesmo os Adventistas não acreditam que os Estados Unidos farão isto.
4. “Igreja e Estado estarão unidos. Isto é contra um dos princípios fundamentais do nosso governo. A
constituição proíbe expressamente tal coisa, e, consequentemente, teria primeiro que ser mudada. E iriam os
eleitores esclarecidos destes Estados Unidos, com a história de séculos passados diante deles, mudar
deliberadamente um dos principais pilares do nosso governo e ressuscitar a Inquisição, o cadafalso, a roda, etc.; e
assim condenar à morte muitas pessoas simplesmente por sua fé religiosa? Isto não parece razoável.” (A. C.
Long). Além disso, toda a tendência dos séculos é contra a união de igreja e estado.

ARGUMENTOS RESPONDIDOS.

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1. “A besta de dois chifres é os Estados Unidos, porque isso não pode ser aplicado a ninguém mais.”
Resposta: Ela se aplica admiravelmente ao Papado.
2. “Tem que haver algum símbolo que represente esta grande nação.” Resposta: Não existe nenhum para a
Rússia, México, Brasil, Japão, China e uma dúzia de outras nações, a maioria delas professando também o
Cristianismo.
3. “Os Estados Unidos emergiram no tempo certo, em cerca de 1798, quando a cabeça recebeu sua ferida
mortal (Apoc. 13:3).” Resposta: Este próprio ponto arruína o argumento para os Estados Unidos; pois a ferida foi
dada no surgimento da besta leopardo, a mais de 1200 anos antes de 1798. Olhe para os versos 3-10; toda a obra
da besta vem depois da ferida, e não antes. Isto localiza o surgimento da besta semelhante a um cordeiro
exatamente quando surgiu o Papado.
4. “Os Estados Unidos surgiram no local certo.” Resposta: Isto é exatamente o que ele não fez. A besta está
localizada na Europa e todo um oceano corre entre os dois; ao passo que a besta de dois chifres surgiu “em sua
presença”, na Europa, não América.
5. “Nosso governo 'surgiu' de um início pequeno para uma maravilhosa nação.” Resposta: O Papado começou
muito menor, e 'surgiu' para ser muito mais amplo.
6. “Nosso governo é semelhante a um cordeiro.” Resposta: Igualmente era o Papado no seu surgimento e em
todas as suas declarações. Um cordeiro na aparência, um dragão no coração, se adéqua muito melhor à Roma.
Nosso governo não se veste com roupagem de ovelha para ocultar desígnios ímpios. Ele age de forma aberta e
audaciosa. Mas o Papado professava exteriormente ser um humilde seguidor do Cordeiro, enquanto internamente
era um dragão.
7. “Nenhuma coroa sobre seus chifres. Consequentemente, deve ser uma república: os Estados Unidos.”
Resposta: A besta de dez chifres, de Dan. 7 não tinha coroas, e mesmo assim todos eram governos monárquicos.
Igualmente o dragão (Apoc. 12:3), não possuía coroas sobre seus dez chifres, embora todos fossem governos
monárquicos. Da mesma forma existiam coroas sobre as suas sete cabeças, ainda que várias destas cabeças
representassem formas de governo que não possuíam coroas. Assim, este argumento é falho.
8. “O espiritualismo tem operado milagres aqui.” Resposta: Os milagres do espiritualismo são um embuste e
não são de forma alguma reconhecidos ou utilizados por nossa nação na elaboração das leis. Mas, na profecia os
milagres são operados pela autoridade oficial, e não por indivíduos pessoais; operados para assegurar e fazer
cumprir leis para perseguição (verso 14). O espiritualismo não faz isto, e certamente nossa nação nunca irá se
curvar ante a operação de milagres executados pela autoridade oficial! Mas a Roma papal abundou em falsificar
milagres por meio dos quais enganou seus seguidores durante séculos. Nossa nação tem agora cerca de cem anos
de idade, e, de acordo com os Adventistas, em mais cinco ou dez anos a obra estará terminada. Mas, de oito versos
da profecia apenas um ainda não está cumprido, se for nossa nação.
1. A besta surgirá. Cumprido.
2. Ela surgirá da terra. Cumprido.
3. Terá dois chifres. Não cumprido.
4. Terá a semelhança de um cordeiro. Cumprido.
Mas estas especificações se cumprem muito mais no Papado do que nos Estados Unidos.
5. Falará como um dragão. Não cumprido.
6. Exercerá todo o poder da primeira besta. Não cumprido.
7. Fará com que a terra adore a primeira besta. Não cumprido.
8. Fará grandes maravilhas. Não cumprido.
9. Fará descer fogo do céu. Não cumprido.
10. Operará milagres. Não cumprido.
11. Fará uma imagem para a besta. Não cumprido.
12. A imagem falará. Não cumprido.
13. Fará com que sejam mortos todos os que não adorarem a besta. Não cumprido.

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14. Fará com que todos recebam a marca. Não cumprido.
15. Proibirá todos aqueles que não tiverem a marca de comprar ou vender. Não cumprido.
Dos quinze pontos apenas quatro se cumpriram, e estes se relacionam simplesmente ao seu surgimento. De
toda a obra que a besta fará, nada foi feito ainda. Os Adventistas estão sempre dizendo que o restante acontecerá
já; mas nos últimos quarenta anos nem um único ponto se cumpriu e nem há a menor possibilidade de que se
cumpram. A menos que Deus opere um milagre, nenhuma destas coisas, da forma como eles estão procurando,
jamais se realizará.
A marca seria impingida sobre escravos (verso 16); mas a escravidão está abolida, e isto não pode ser
cumprido aqui, mas cumpriu-se sob a Roma papal. Pessoas foram decapitadas por não adorarem a besta (Apoc.
20:4). Tudo isso foi cumprido sob o Papado, mas os próprios Adventistas do Sétimo Dia dizem que ninguém será
morto aqui.
Agora provamos conclusivamente que a besta de dois chifres não é os Estados Unidos. Sendo assim, então os
Adventistas do Sétimo Dia estão errados com respeito à imagem da besta, a marca da besta, a Mensagem do
Terceiro Anjo e a questão do Domingo. Por conseguinte, toda a sua teoria desmorona.

A IMAGEM DA BESTA. O QUE É ISTO?


Em Apoc. 13: 14-17; 14:9-11; 15:2; 19:20; 20:4, é dado grande destaque para a “imagem da besta”. A ira de
Deus é pronunciada sobre todos os que a adorarem. Ela deve, então, ser uma coisa muito ímpia. Os Adventistas do
Sétimo Dia declaram que a imagem será formada por uma união de igreja e estado em nossa nação. Esta será uma
imagem para o Catolicismo, a besta, dizem eles (ver Thoughts on the Revelation, pág. 581). Sua grande missão é
alertar os homens da vinda dessa imagem. A guarda do Domingo, o Sábado do Papa, será o principal aspecto
desta imagem. Após uma completa investigação, contento-me em saber que não existe verdade nesta declaração.
1. Se uma união da igreja e estado constitui uma imagem da besta, então esta imagem já se formou há séculos,
e por diferentes nações, onde quer que tenha havido uma união da igreja e estado, como na Inglaterra, Escócia,
Irlanda, Alemanha, Suíça, Rússia, Noruega e Suécia, México, Brasil, Abissínia, Puritanos da Nova Inglaterra, etc.
Mas isso arruinaria a teoria Adventista do Sétimo Dia, de que a imagem ainda não foi formada.
2. Eles dizem que o Papado é a besta, para quem a imagem é formada. O Ancião Smith define assim o
Papado: “O Papado, então, era uma igreja vestida com poder civil.” (Thoughts on Revelations, pág. 585). Esta
definição é correta? Não, ela é totalmente falsa, como sabe cada estudioso. Ela foi feita para se ajustar a uma
teoria tão falsa quanto a definição. Veja em qualquer dicionário. “Papado: 1. O ofício e dignidade do Papa... 2.
Os Papas tomados coletivamente.” (Webster). O Papado existiu muito antes de ter sido vestido com poder civil.
Ele não possui poder civil agora, embora ainda continue sendo Papado. Portanto, uma imagem para o Papado não
inclui necessariamente poder civil ou uma união da igreja e estado. Sobre esta falsa premissa é construída a teoria
Adventista da imagem.
3. O que é o Papado? Ver Webster acima. É o sistema eclesiástico de adoração no qual o Papa é o cabeça.
Suas marcas distintivas são: 1. Papas. 2. Cardeais. 3. Monges. 4. Freiras. 5. Celibato. 6. A missa. 7. Adoração
da virgem. 8. Adoração de santos. 9. Uso de imagens. 10. Sinal da cruz. 11. O confessionário. 12. Uso de
incenso. 13. Água benta. 14. Reivindicação de infalibilidade. 15. Uma adoração suntuosa, e assim por diante.
Isto é o Papado, como conhecido por todos ao redor do mundo. Agora, unir as nossas igrejas Protestantes com
nosso estado; aprovar uma lei para penalizar os que guardam o Sábado – quanto das características distintivas do
Papado você terá? Nenhuma. Para se ter uma imagem do Papado, você tem que ter ao menos as principais
características deste, como acima. Mas até mesmo os Adventistas não esperam ver qualquer dos itens acima em
sua lei Dominical. Sua ideia de uma imagem para a besta é uma questão sem sentido e não-Escritural do início ao
fim.
4. Uma lei Dominical nacional rigorosa, tal como esperam os Adventistas, de forma alguma constituiria uma
imagem para o Papado, pois os Católicos nunca tiveram nem ensinaram uma instituição do Domingo como
deveria ser. Seu Domingo é, e sempre tem sido, um dia santo frouxo; um dia para jogos, esportes, cerveja no
jardim, bares, danças, votação e até mesmo de trabalho, com um pequeno culto na igreja e Missa pela manhã.
Observe o Domingo em qualquer país ou comunidade Católicos. Tal lei Dominical rigorosa, como esperam os
Adventistas, seria tão discordante quanto a imagem de uma ovelha ser parecida com um boi. Consequentemente,
nenhuma imagem para ela. Os próprios Adventistas têm demonstrado que a doutrina de um Domingo rígido não
se originou com os Católicos, mas com os Presbiterianos e Puritanos no décimo sexto século (History of the

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Sabbath, Capítulo XXV). Portanto, sua lei Dominical constituiria uma imagem da igreja da Escócia, ao invés da
igreja de Roma! Assim, a sua teoria desmorona por todos os lados.
5. Tudo isso se refere à suposição de que o Papado é a besta leopardo, para quem a imagem é feita. Mas nós
provamos que a besta leopardo não é o Papado, mas o império de Roma sob os dez reinados após sua adoção do
Cristianismo. Sua conversão, porém, foi apenas nominal. Eles trouxeram consigo uma quantidade muito grande de
doutrinas, costumes, ritos religiosos, imagens, deuses, santuários, templos e pompas de adoração pagãs. Isto se
tornou o modelo segundo o qual o Papado foi gradual e finalmente formado. O papado em seu desenvolvimento
pleno e final era uma imagem desse reino, meio pagão, meio Cristão.

A FERIDA MORTAL, E COMO ELA FOI CURADA.


A total falácia da teoria Adventista do Sétimo Dia quanto a essas bestas é demonstrada pelo fato de que eles
localizam a ferida mortal de Apoc. 13:3 em 1798, no fim dos quarenta e dois meses do verso 5, após praticamente
toda a obra da besta ter sido feita. Mas na profecia ela é claramente localizada no início da obra da besta leopardo.
Leia Apoc. 13:1-10, e veja onde a ferida foi feita (verso 3). A adoração da besta, seu poder, suas blasfêmias, suas
perseguições aos santos, seus quarenta e dois meses, seus 1260 anos de reinado, a sujeição de todos da terra a ela
– tudo isto veio depois de a ferida ter sido curada, não antes. Na ruína do paganismo e a queda do império sob os
bárbaros do norte, a extinção total estava quase iminente. Mas justamente aqui o Cristianismo conquistou os
bárbaros e os colocou sob a influência crescente do Papado. Nova vida foi infundida naquelas velhas carcaças; o
império foi reavivado, a ferida foi curada. Ver Barnes, Clark, Scott, etc.

A MARCA DA BESTA: O QUE É ISTO?


1. Os Adventistas do Sétimo Dia declaram da maneira mais categórica possível que o Papa mudou o Sábado
para o Domingo. “O Papa mudou o dia de descanso do sétimo para o primeiro dia.” (Sra. White, Early Writings,
pág. 55; Primeiros Escritos, pág. 65, http://www.ellenwhitebooks.com/?l=127&p=65).
2. Depois eles afirmam que “a guarda do Domingo é a marca da besta.” (The Marvel of Nations, de Uriah
Smith, pág. 183). “O Domingo Sabático é puramente um filho do Papado. Ele é a marca da besta.” (Advent
Review, Vol. I, Nº 2, agosto de 1850). Eles trovejam isto nos ouvidos do povo e os ameaçam com a ira de Deus se
guardarem o Domingo, atemorizando almas ignorantes até que desistam dele.
3. Essa mudança no Sábado, dizem eles, foi feita pelo Papa no Concílio de Laodicéia, 364 D. C. (Replies to
Elder Canright, pág. 151). Isto foi cerca de 1500 anos atrás.
4. Todos os que guardam o Domingo, eles afirmam, adoram a besta e recebem a sua marca. “A guarda do
Domingo é uma instituição da primeira besta, e todos os que se submetem a obedecer esta instituição adoram
enfaticamente a primeira besta e recebem sua marca, 'a marca da besta'... Aqueles que adoram a besta e sua
imagem observando o primeiro dia são certamente idólatras, como foram os adoradores do bezerro de ouro.”
(Advent Review Extra, pág. 10 e 11, agosto de 1850). Esta linguagem é clara demais para estar equivocada. Todos
os que guardam o Domingo são idólatras e possuem a marca da besta.
5. Mas, é estranho dizer, agora todos eles negam que alguma pessoa já tenha tido a marca da besta. “Nós
nunca afirmamos isso”, diz Smith (Marvel of Nations, pág. 184). Tudo certo, embora esta seja uma negativa
radical daquilo que uma vez ensinaram, como mostrado acima. É algo comum para eles mudar sua posição e
depois negar a anterior. Continuamos:
6. Os Estados Unidos logo aprovarão uma rigorosa lei Dominical e unirão Igreja e Estado; então todos os que
guardam o Domingo terão a marca (Marvel of Nations, pág. 185).

RESPOSTA.
A Bíblia diz que a marca da besta é guardar o Domingo? Certamente que não. Esta é apenas mais uma das
suas suposições. Para fundamentá-la eles são obrigados a elaborar um conjunto longo e sinuoso de argumentos
construídos sobre suposições, as quais nenhuma delas é confiável. Sua teoria é falsa, porque:
1. O Sábado Judaico foi abolido na cruz (Col. 2:16). Logo, ele não foi mudado pelo Papa.
2. O Dia do Senhor, de Apoc. 1:10, é o Domingo (Ver Capítulo X deste livro).

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3. O Papa nunca mudou o Sábado. Este ponto eu provei além de qualquer dúvida no Capítulo XI. Este fato
sozinho desmorona todo o seu argumento da marca da besta.
4. O Papado não é a besta para quem a imagem é feita, como eles presumem. Novamente aqui toda a sua
estória é demolida.
5. Meramente guardar o Domingo não seria de forma alguma uma imagem para o Papado, como demonstrei.
6. A besta de dois chifres não é em nenhum aspecto os Estados Unidos, mas é o Papado, como provei
claramente.
7. A imagem para a besta foi feita séculos atrás pelo Papado. Assim, falha cada um de seus argumentos para a
marca da besta.

O ABSURDO DA SUA POSIÇÃO.


1. A guarda do Domingo tem sido a marca da besta por 1500 anos. Durante todo esse longo tempo milhões
guardaram o Domingo sob a autoridade exclusiva da Igreja Romana, e mesmo assim nenhum deles recebeu a
marca!
2. A guarda do Domingo foi e continua sendo imposta em muitos países por meio de lei e de severas
penalidades, exatamente como eles dizem que será no futuro também aqui, e mesmo assim nenhum daqueles que
o guardam, obrigados dessa forma, teve a marca da besta!
3. Igreja e Estado se uniram em muitos países e impingiram a instituição do Papado, como eles a chamam, e
mesmo assim não se fez cumprir a marca da besta!
4. Por cerca de 1500 anos, tomando suas próprias datas, todos os piedosos da terra – os mártires, os
reformadores, os Luteranos, Wesleyanos e Judsonianos – observaram o Domingo e desfrutaram das bênçãos de
Deus; mas agora, todos de uma vez, o mundo todo, Cristãos e os demais, são amaldiçoados e bebem da ira de
Deus por fazerem exatamente aquilo que todos os homens santos fizeram durante séculos! Sobre a guarda do
Domingo no futuro, a Sra. White diz: “Deverá ser um terrível pecado que acarretará a ira de Deus, sem mistura de
misericórdia.” (Great Controversy, pág. 282; O Grande Conflito, pág. 449, http://www.ellenwhitebooks.com/?
l=1&p=449). Este terrível pecado é justamente aquilo que todas as Igrejas de Cristo praticaram durante séculos, e
mesmo assim elas têm recebido as bênçãos de Deus. Que absurdo!
5. Tenta-se evitar este ponto argumentando-se que aqueles de outras eras não possuíam a luz sobre o Sábado.
Isto não é verdade. Lutero, Bunyan, Baxter, Milton, todos tiveram a “luz” sobre a questão do Sábado, e o
rejeitaram, e escreveram contra ele. Então eu também posso fazer isto e não ter a marca da besta, já que eles não
tiveram.
6. Se é adoração da besta descansar do trabalho físico no Domingo, depois que alguém fica sabendo que o
Domingo é o Sábado do Papa, então muitos Adventistas do Sétimo Dia são adoradores da besta. Por que? Porque
eles frequentemente descansam no Domingo. Editores de livros, colportores, professores, caixeiros-viajantes,
pessoas visitando parentes, ministros em novos locais, etc.; todos frequentemente descansam no Domingo e até
mesmo vão à igreja e participam de encontros durante todo o dia! São eles adoradores da besta? Por que não?
Você diria que fazem isso apenas por conveniência ou por prudência? Da mesma forma todos podem descansar no
Domingo pela mesma razão, quando a lei assim o requerer, e ao fazerem isso não adoram a besta mais do os
Adventistas a adoram.
7. Embora eles possam negar, os ensinos dos Adventistas do Sétimo Dia tornam adoradores da besta todos
aqueles que guardam o Domingo, tanto agora quanto nas eras passadas, possuindo a marca da besta. Aqui está a
prova em suas próprias palavras:
I. O Papa mudou o Sábado. O Domingo é apenas o dia do Papa (ver acima).
II. “A marca da besta é a mudança que a besta fez na lei de Deus”, no Sábado (Marvel of Nations, pág.
175). Então a marca da besta existe desde que a mudança foi feita, a qual eles situam há 1500 anos. Esta
conclusão não é inevitável? Se a marca da besta é a mudança do Sábado que foi feita pelo Papado no quarto
século, então a marca tem existido desde então. Não há como escapar desta conclusão.
III. Todos os que têm guardado a lei Dominical desde essa data, da forma como foi elaborada pela besta,
são adoradores da besta e não adoradores de Deus. Aqui está o seu próprio argumento para isto: Referindo-se à
profecia de que o Papado “mudaria a lei e os tempos” (Dan. 7:25), a qual eles afirmam ter sido cumprida pelo

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Papa em 364 D. C., mudando o Sábado para o Domingo, diz o Ancião Smith: “Quando isso foi feito [há 1500
anos], o que as pessoas do mundo passaram a ter? Eles tiveram duas leis exigindo obediência – a lei de Deus e a
lei do Papa. Se eles guardassem a lei de Deus, da forma como foi dada por ele, estariam adorando e obedecendo a
Deus; se guardassem a lei da forma como foi mudada pelo Papado, estariam adorando este poder... Por exemplo,
se Deus diz que o sétimo dia é o Sábado, no qual devemos descansar, mas o Papa diz que o primeiro dia é o
Sábado e que deveríamos guardar esse dia, e não o sétimo, então qualquer um que observe o preceito da forma
como originalmente dada por Deus é, desse modo, caracterizado como um adorador de Deus; e aquele que o
guarda da forma como foi mudado é, desse modo, marcado como um seguidor do poder que fez a mudança...
Desta conclusão nenhuma mente sincera pode discordar.” (Marvel of Nations, pág. 174 e 175).
Assim, pelos últimos mil e quinhentos anos todos os que vêm guardando o Domingo têm sido “marcados”
como seguidores da besta e têm adorado a ela! Partindo do seu próprio argumento, esta consequência não é
inevitável? É claro que sim. Quando tentam negar e escapar desta abominável conclusão eles simplesmente se
contradizem e desmentem a si mesmos. O seu argumento é uma falácia ou então esta conclusão deve seguir.
Olhem para esse horrível Moloque que eles erigiram para amedrontar o ignorante: o Papa, no quarto século,
modificou a lei de Deus mudando o Sábado para o Domingo. Esta mudança é a marca da besta; qualquer um que
depois disso guarde a lei assim modificada não está guardando a lei de Deus, mas sim a lei do Papa; não está
adorando a Deus, mas sim o Papa. Mas todos os Cristãos têm guardado o Domingo por mil e quinhentos anos, o
Sábado do Papa, a marca da besta, e, como diz Smith, foram “desse modo marcados como seguidores do poder
que fez a mudança.” Desta conclusão não há escape. E assim, todos os que guardam o Domingo receberam a
marca da besta e a têm agora.
Mas eles dizem que não ensinam que alguém já tenha recebido a marca da besta. Isto mostra o absurdo de seu
argumento. A guarda do Domingo é a marca da besta, mas os que guardam o Domingo não têm a marca da besta!
Por exemplo: Eu tenho uma centena de notas falsas e com elas pago a cinquenta homens em Otsego, e eles pegam
as notas e as mantêm consigo, mas nenhum daqueles homens possui uma nota falsa! Isto não está claro... como a
lama? Mas eles não sabem que as notas são falsas, e por isso não são culpados por mantê-las consigo. Mas, de
qualquer forma eles não têm notas falsas? Certamente. Logo, se a guarda do Domingo é a marca da besta, então
eles a possuem, estejam sabendo disso ou não. Deus até pode não considerá-los culpados por isso, mas eles a
possuem da mesma forma. Agora, tão logo esses cinquenta homens são informados de que suas notas são falsas,
não são eles culpados se as usarem depois disto? Sim. Desse modo, tão logo um homem seja informado que o
Domingo é a marca da besta, se ele continuar guardando-o após isto, não possuirá a marca da besta tão
verdadeiramente como sempre a teve? E se ele ainda guardar o Domingo voluntariamente, não é tão culpado
diante de Deus como a lei que o obrigou a guardar esse dia? Sim, e mais ainda, porque agora ele não tem desculpa
e não poderia alegar que foi obrigado a fazê-lo. Portanto, não é necessário uma lei Dominical para dar aos homens
a marca da besta. Todos os que guardam o Domingo já a possuem, e tão logo quando sejam informados de que o
Domingo é a marca da besta, eles são culpados como adoradores da besta. Mas os Adventistas do Sétimo Dia já
informaram a milhares sobre essa questão. Então, se eles não têm a marca da besta, por que não têm? Lembre-se
que Lutero, Milton, Baxter, Bunyan e William Miller, pai e fundador do Adventismo, foram todos informados
sobre a questão do Sábado, e ainda assim escreveram contra ele ou guardaram o Domingo. Leitor, esta marca da
besta Adventista é um absurdo e apenas um espantalho. Não fique amedrontado.
Mesmo se o Papa tivesse mudado o Sábado para Domingo, isto não tornaria o Domingo a sua marca. A marca
de qualquer pessoa era aquilo que ela usava para marcar coisas pertencentes a ela. Nos tempos Bíblicos um senhor
colocava a sua marca sobre a mão direita ou na testa de seus escravos. Os deuses pagão tinham os seus adoradores
marcados da mesma forma. Esse costume é resgatado e usado aqui como uma ilustração. Do mesmo modo será
exigido aos adoradores da besta fazerem algo que irá marcá-los ou diferenciá-los como seus seguidores. Mas
guardar o Domingo não diferencia um Católico dos membros de outras Igrejas, pois todas as Igrejas guardam o
Domingo – a Grega, Armena, Luterana, Episcopal, Metodista, etc. O Papa nunca usou o Domingo para diferenciar
seus seguidores dos outros, nem como prova da sua autoridade como a cabeça da Igreja. Como prova da sua
autoridade ele aponta para as chaves de São Pedro e a contínua sucessão apostólica a partir dele. Diz Dowling:
“Os Papas proclamam o seu direito divino de supremacia em consequência da sua reivindicação de serem os
sucessores do Apóstolo Pedro.” (History of Romanism, pág. 44). Sobre isto, e não sobre a guarda do Domingo,
eles fundamentam a sua reivindicação de poder. Algum escritor obscuro é citado reivindicando autoridade para a
Igreja para “ordenar festas e dias santos”, porque aquela Igreja tornou o Domingo santo. Este argumento é
infinitamente pequeno para fazer do Domingo a prova de toda a sua autoridade, a “marca” distintiva daquela
Igreja.
IV. É absurdo dizer que observar o Domingo como o Sábado é um crime tão terrível quanto afirmam os
Adventistas. Ouçam o Ancião Smith: “A guarda do Domingo é a marca da besta... Receber esta marca é algo que

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implica na maior ofensa que se poderia cometer contra Deus.” (Marvel of Nations, pág. 170, 183). Deste modo
guardar o Domingo é transgressão maior do que mentir, roubar ou até mesmo matar e idolatrar! Tal declaração é
monstruosa. Na mente de qualquer homem sincero e pensante, ela se quebra sob o peso da sua própria
absurdidade.

O QUE, ENTÃO, É A MARCA DA BESTA? (VER APÊNDIX D).


O próprio Ancião Smith estabeleceu isto de modo tão claro quanto precisa ser: “Evidentemente ela será algum
ato ou atos por meio dos quais será exigido aos homens reconhecerem a autoridade da imagem e render
obediência aos seus mandados... Assim, a marca da besta, ou do Papado, deve ser algum ato ou confissão pelo
qual a autoridade daquele poder é reconhecida.” (Marvel of Nations, pág. 169, 172). Exatamente. Qualquer ato ou
atos pelos quais homens mostram sua reverência para a besta ou a sua imagem; qualquer forma de adoração pelos
quais reconhecem sua autoridade, que seria adoração da besta, sua imagem e o recebimento de sua marca. Dr.
Clarke diz: “A adoração Latina (Católica) é o sinal característico universal de distinção da igreja Latina de todas
as outras igrejas sobre a face da terra, e é, portanto, a única marca infalível pela qual um papista genuíno pode ser
distinguido do restante da humanidade.” (sobre Apoc. 13:16). Geralmente esta é a posição tomada pelos
Protestantes, e eu acredito estar correta. Uma submissão ao sistema de adoração estabelecido pelo Papado, o
grande poder anticristão, a imagem para a besta, seria adorar a besta, sua imagem e receber sua marca. Adorar a
besta é um grande pecado; mas seria um pecado devotar um dia para Deus, embora a Bíblia não o exija?
Seguramente não, pois Paulo diz: “Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz.” (Rom. 14:6). Sobre fazer
isto, ele diz: “Cada um esteja inteiramente seguro em sua própria mente.” (verso 5). Portanto, estamos em
liberdade para considerar o Domingo para o Senhor, se assim escolhermos. Por esta razão não pode ser um pecado
como declaram os Adventistas, e assim não pode ser a marca da besta.

AS TRÊS MENSAGENS, APOC. 14:6-12.


Uma das grandes reivindicações dos Adventistas do Sétimo Dia é a de que eles estão pregando as três
mensagens de Apoc. 14:6-12. Este é seu tema constante. Igualmente os Mórmons alegam que Joseph Smith
pregou esta mensagem. Mas não existe uma partícula de fundamento para as reivindicações em cada caso. Leia a
primeira mensagem, versos 6 e 7. Um anjo é visto pregando o evangelho para cada nação, dizendo: “Temei a
Deus, e dai-lhe glória; porque é vinda a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as
fontes das águas.” Isto foi cumprido pelos apóstolos e pelos primeiros Cristãos quando pregaram o evangelho a
todas as nações. Jesus disse: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.” (Marcos 16:15). O anjo
em Apoc. 14:6-7 é visto pregando o evangelho a cada nação, como Jesus ordenou. Compare o sermão de Paulo
aos pagãos idólatras em Listra, Atos 14:15, com as palavras da primeira mensagem (Apoc. 14:7), e veremos que
são quase idênticos. Disse Paulo, “Vos anunciamos que vos convertais dessas vaidades ao Deus vivo, que fez o
céu, e a terra, o mar, e tudo quanto há neles.” Igualmente Apoc. 14:7, diz “Adorai aquele que fez o céu, e a terra, e
o mar.” Esta, então, era uma mensagem para os idólatras, anunciando-lhes o Deus vivo que fez todas as coisas,
mas de quem eles eram ignorantes. Isto é exatamente o que a igreja primitiva pregou às nações pagãs até que a
idolatria fosse subvertida.
Paulo diz que o evangelho “foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu” (Col. 1:23). Isto foi antes de
ele morrer, e faz cumprir de forma exata Apoc. 14:6-7. Mas a obra Adventista de 1844 foi um acontecimento
pequeno, local, limitado a alguns estados, e muito menos foi pregado a todas as nações.
Os Adventistas declaram que Wm. Miller pregou esta mensagem em 1840-4. Ele não fez tal coisa. O tema
principal da pregação era o de que o fim do mundo viria em 1843, e posteriormente em 1844. Mas ele pregou algo
que falhou duas vezes, como sabemos. Deus envia homens para fazer asneiras como esta? Miller não pregou a
hora que o juízo viria. Este foi um pensamento posterior, uma interpretação colocada sobre a sua obra, a qual não
foi imaginada naquele momento.
É dito que os apóstolos não poderiam ter pregado essa mensagem, pois o juízo não tinha vindo em seus dias.
Vamos ver. Jesus pregou assim: “Agora é o juízo deste mundo”, (João 12:31). Jesus disse, “ Agora é o juízo.”
Quem irá contradizê-lo e dizer que não era? Pedro disse: “Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa
de Deus.” (1 Pe. 4:17). Portanto, o julgamento começou lá. Aqui estão dois testemunhos diretos, e isso é
suficiente. Assim, em exata harmonia com estes, o Primeiro Anjo anuncia que “é vinda a hora do seu juízo”
(Apoc. 14:7). Se alguém quer ver a verdade, ela está clara o suficiente; se eles não quiserem, é inútil argumentar
mais ainda.

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A SEGUNDA MENSAGEM, VERSO 8.
“E outro anjo seguiu, dizendo: caiu Babilônia, aquela grande cidade, que a todas as nações deu a beber do
vinho da ira da sua prostituição.” O que é Babilônia, a grande cidade? Ela é completamente descrita em Apoc. 17
e 18, e é considerada por todos os Protestantes como a igreja Romana. Os próprios Adventistas concordam com
isso, embora se esforcem para fazer Babilônia incluir também as igrejas Protestantes. Mesmo com sua visão,
Babilônia, “a grande”, se refere primariamente à Roma e apenas inclui outras igrejas caídas como uma segunda
ideia, como suas irmãs. Os Adventistas do Sétimo Dia dizem que essa mensagem foi pregada pelos Milleritas em
1844. Quando as igrejas se recusaram a acreditar em Miller e na profecia de que o fim do mundo viria em 1844, e
diziam que ele não podia saber o dia exato, então, por esta incredulidade, todas as igrejas foram rejeitadas por
Deus e caíram. A Sra. White diz: “Satã tomou plena posse da igreja como um corpo... suas orações e exortações
constituem uma abominação aos olhos de Deus.” (Early Writings, pág. 135).
Que coisa horrível elas fizeram para decaírem dessa forma? Foi porque Miller disse que o mundo acabaria em
1844, e as Igrejas disseram que não ia. Ele estava errado e elas certas, mas Deus rejeitou a elas e abençoou os
Milleristas! Esta é uma clara ilustração da presunção e incoerência dos Adventistas. Eles pregaram o que diz
Apoc. 14:8? Não! Eles disseram que Babilônia caiu porque ela rejeitou o Millerismo. Mas a mensagem dá uma
razão muito diferente. Babilônia caiu porque “a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição.”
A Bíblia dá uma razão; os Adventistas dão outra. Teriam as igrejas Protestantes na América, em um curto período
de cerca de cinco anos, durante a pregação de Miller, e simplesmente por rejeitar sua teoria de tempo – teriam elas
por causa disso embriagado todas as nações? A ideia é absurda. Essa mensagem deve ter um significado muito
mais profundo e amplo do que este. Assim, eles nunca pregaram tal mensagem. Apenas umas poucas igrejas nos
estados do leste ouviram e rejeitaram o Millerismo. Só por isso as dezenas de milhões de membros das igrejas em
todo o mundo, que nunca nem ao menos ouviram a respeito de Miller, foram rejeitados por Deus! Que posição
irracional! Novamente, Babilônia deve ao menos incluir Roma. Acaso a igreja Católica caiu em 1844? Não, pois
ela caiu séculos atrás, como sabe cada Protestante. Portanto, a queda de Babilônia não significa o que dizem os
Adventistas, e tampouco eles pregam aquilo que a mensagem diz.
Mil vezes mais provável é a aplicação dessa mensagem para a obra de Lutero e a Reforma. Até o tempo de
Lutero supunha-se que a igreja Papal era a verdadeira igreja, e como tal governava sobre os reis da terra e a
consciência dos homens. Lutero alarmou o mundo com a audaciosa proclamação de que a igreja de Roma era a
“Mãe das prostituições”, “a grande Babilônia” de Apoc. 17:1-6, e que ela estava caída, como declarado em Apoc.
14:8; 18:1-4. Em 6 de outubro de 1520 ele publicou seu famoso livro sobre o “Cativeiro Babilônico da Igreja.”
(http://en.wikipedia.org/wiki/On_the_Babylonian_Captivity_of_the_Church;
http://whitehorsemedia.com/docs/BABYLONIAN_CAPTIVITY_OF_THE_CHURCH.pdf.)
Citarei a partir do History of the Reformation, de D'Aubigne, Vol. II: “Lutero preparou uma mina cuja
explosão abalou o edifício de Roma desde os seus alicerces. Esta foi a publicação de seu famoso livro sobre o
'Cativeiro Babilônico da Igreja', que apareceu no sexto dia de Outubro de 1520.” (pág. 131). “Os Cristãos são o
verdadeiro povo de Deus, levados cativos para Babilônia.” (pág. 133). “Todos os males que afligiram a
Cristandade ele francamente atribuiu à Roma.” (pág. 138). Diz Lutero: “É verdade que ataquei a corte de Roma;
mas nem você ou qualquer homem sobre a terra pode negar que ela é mais corrupta do que Sodoma.” (pág. 139).
“Esta Babilônia, que é a própria confusão.” “Por muitos anos Roma inundou o mundo com tudo o que podia
destruir, tanto o corpo quanto a alma. A igreja de Roma, inicialmente célebre em santidade, transformou-se no
mais licencioso covil de salteadores, no mais desavergonhado de todos os bordéis, no reino do pecado, da morte e
do inferno.” (pág. 140).
Aqui estava uma proclamação da queda de Babilônia, a qual foi digna do nome. Verdadeiramente Roma fez
todas as nações beberem de seu vinho. Ela governou sobre todas as nações; enriqueceu; viveu em esplendor;
matou os santos; tornou-se habitação de todo espírito mau. Tudo isso é retratado de forma exata em Apoc. 17:1-6,
onde a “grande Babilônia” do capítulo 14:8 é descrita mais claramente. Desse modo, em Apoc. 18:1-4 o anúncio
da queda de Babilônia, como anunciada no capítulo 14:8, é explicado de forma mais ampla, mas é a mesma
mensagem. Isso se encaixa exatamente na obra de Lutero.
A mensagem de Lutero foi um poderoso clamor que iluminou a terra, anunciou as terríveis corrupções de
Roma, chamou para fora dela milhões de pessoas e deu ao mundo um poderoso poder, o Protestantismo. Em toda
a história do mundo não havia sido visto um movimento religioso tão poderoso quanto este. Isto era digno de um
anúncio em profecia.

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Considere este fato: Enquanto os Adventistas encontram centenas de profecias – capítulos inteiros delas –
aplicando-as à sua pequena obra, eles não encontram nada predizendo o grande movimento religioso da Reforma
que revolucionou o mundo! Isto ilustra como eles interpretam tudo de forma que se adéque a si mesmos.
Não, a segunda mensagem de Apoc. 14:8, a queda de Babilônia, se aplica à igreja Católica, não aos
Protestantes, e foi proclamada há trezentos e cinquenta anos, por Lutero, não pelos Milleritas em 1844.

A TERCEIRA MENSAGEM, APOC. 14:9-12.


Este alerta contra a adoração da besta, sua imagem e sua marca, tem sido dado por todas as igrejas
Protestantes pelos últimos trezentos anos. Veja a multidão de livros contra o papado e as corrupções do
Catolicismo. Da imprensa e do púlpito tem sido trovejado um contínuo alerta contra a Roma apóstata. Nunca uma
profecia foi cumprida tão plenamente como esta.
Os Adventistas do Sétimo Dia dizem que eles estão proclamando essa mensagem. Nunca houve uma
reivindicação mais absurda.
1. Eles estão inteiramente errados quanto ao que são a besta, a imagem e a marca, como demonstrei.
2. De acordo com a sua própria exposição, eles têm pregado durante setenta anos contra uma coisa que não
existe – a imagem, a qual eles dizem ainda não ter sido feita!
3. A parte da mensagem sobre o tormento dos ímpios, sua fumaça subindo pelos séculos dos séculos, etc., eles
nunca pregam, pois isto é justamente o que eles não acreditam.
4. Sua reivindicação pretensiosa de que são os únicos que “guardam os mandamentos de Deus” é demonstrada
ser falsa no Capítulo XX.
5. Existem seis anjos mencionados em Apoc. 14. Se os três primeiros representam mensagens de alerta, então
os outros três também são; e, consequentemente, ainda existem três mensagens a mais por vir após a mensagem
do Terceiro Anjo! O que os Adventistas têm a dizer sobre elas? Nada.
Estes poucos pontos resumidos são suficientes para mostrar que sua aplicação das três mensagens está
completamente errada.

O SÁBADO É O SELO DE DEUS?


Os Adventistas do Sétimo Dia declaram que “o selo de Deus é seu Santo Sábado” (Thoughts on Revelation,
pág. 452). Eles não são enviados para “selar” os 144000 de Apoc. 7:1-8 prontos para a trasladação. Quando Jesus
vier nenhuma alma viva sobre a terra será salva, a menos que tenha sido selado por meio da guarda daquele dia
(Early Writings, pág. 11; “Aquela santa lei, proclamada no Monte Sinai, agora é apresentada como a norma do
juízo... Agora são condenados por aquela lei que desprezaram... Tarde demais, vem que o Sábado do quarto
mandamento é o selo do Deus vivo.” (A Grande Esperança, pág. 88;
http://www.esperanca.com.br/agrandeesperanca/2012_A_Grande_Esperanca.pdf).
1. A Bíblia diz que o Sábado é o selo de Deus? Não, isto é outra suposição Adventista, a qual eles alegam
demonstrar por um conjunto de argumentos longos, sinuosos e improváveis. Para fazer com que esta suposição ao
menos pareça plausível, isso demanda deles um de seus oradores mais hábeis, usando uma hora, e isso quando não
haja oposição. Mesmo assim, poucos conseguem ver através desse esforço.
2. A palavra “selo”, seja como substantivo ou verbo, é utilizada sessenta e cinco vezes na Bíblia, mas em
nenhuma dela é dito que seja o Sábado.
3. Eles argumentam que sinal e selo são termos sinônimos, significando a mesma coisa; e como o Sábado é
chamado de “um sinal” (Êx. 31:17), ele é, por conseguinte, um selo. A isto nos objetamos, porque (1) Selo nunca
é definido pela palavra sinal, nem sinal pela palavra selo; nem jamais é dado um termo como sinônimo para o
outro. Eu examinei cuidadosamente quatorze dicionários diferentes, léxicos e enciclopédias, e não encontrei
exceção para esta declaração. (2) O termo original para selo (hebraico, 'chotham'; grego, 'sphragis') nunca se
prestou para sinal. (3) A palavra original para sinal (hebraico, 'oth'; grego 'semeion') nunca se prestou para selo.
Por isso não são termos sinônimos.
4. Rom. 4:11 é usado para provar que um sinal é um selo, mas o texto não prova isto. Qualquer coisa pode ser
apontada para ter dois usos inteiramente diferentes. Eu posso usar a minha bengala como um apoio ou como um

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indicador; mas por causa disso ela seria igualmente um apoio e um indicador? Não. Igualmente em Rom. 4:11 a
circuncisão foi usada como um sinal e também como um selo; mas isso não prova que um sinal é um selo. Da
mesma forma o Sábado é um sinal (Êx. 31:17). Possivelmente Deus poderia também usá-lo como um selo, mas
ele o fez? Onde está a prova? Em parte alguma.
5. O Sábado era um sinal entre Deus e os filhos de Israel (Êx. 31:17). Igualmente o era a circuncisão (Rom.
4:11), mas nenhum dos dois é um sinal para os Cristãos.
6. O Sábado foi abolido na cruz (Col. 2:16). Consequentemente, ele não pode agora ser o selo de Deus.
7. Se o Sábado é o selo de Deus com o qual sela o seu povo para a trasladação, então cada um que guarde o
Sábado está selado e pronto para a trasladação. Quando Deus coloca o seu selo sobre um homem, este deve
determinar que o homem é de Deus. Da mesma forma em Apoc. 7:2-4, onde o anjo selou um homem com o selo
de Deus, este não se tornou por meio disto um dos 144000, os quais eram “irrepreensíveis” (Apoc. 14: 1-5)? Sim.
Então, se o Sábado é o selo, todos os que o guardam estão selados e prontos para o Céu. Mas, (1) todos os antigos
Fariseus guardavam o Sábado rigidamente; (2) milhões de Judeus o guardam agora; (3) todos os Batistas do
Sétimo Dia o guardam; (4) todos do partido de Marion, que se opõem implacavelmente aos Adventistas do
Sétimo Dia, o guardam; (5) muitos Adventistas do Sétimo Dia que foram expulsos de suas igrejas por seus
pecados, o guardam. Estão todos estes selados e prontos para a salvação? Não. Logo, o Sábado como um selo,
como a prova do favor de Deus, como um teste de caráter e aptidão para o Céu, falha inteiramente.
Consequentemente, ele não pode ser o selo de Deus.
O que, então, é o selo de Deus? Ele é claramente dito ser o Espírito Santo. Assim: “O qual também nos selou
e deu o penhor do Espírito em nossos corações” (2 Cor. 1:22). “Em quem também após terem crido, fostes selados
com o Espírito Santo da promessa” (Efé. 1:13). “E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais
selados para o dia da redenção” (Efé. 4:30). Estes textos são claros o suficiente para dizer o que é o selo do
Senhor. Ele é o Espírito Santo. É estranho que homens deixem de lado esses textos claros, e tentam por meio de
argumentos alongados e duvidosos decifrar que o Sábado Judaico é o selo, quando a Bíblia nunca disse uma única
palavra sobre isto.
Os Adventistas argumentam que o Sábado é o selo para o decálogo. Eles dizem que não existe nada mais nos
Dez Mandamentos que diga quem deu a lei. A afirmação é totalmente falsa. As primeiras palavras do decálogo
dizem quem a deu: “Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros
deuses diante de mim.” (Êx. 20:2-3). O texto diz da forma mais clara quanto possível quem deu a lei, e corta pelas
raízes o argumento Adventista sobre o selo. Agora olhem para o seu quadro da “Lei de Deus”. Estas palavras,
como Deus as colocou, foram suprimidas. Se fossem deixadas, iriam contradizer claramente o argumento
Adventista.

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CAPÍTULO VII

O SANTUÁRIO.

Os Adventistas do Sétimo Dia fazem com que tudo gire em torno da sua visão do santuário. Ele é vital para
eles. Se estiverem errados sobre isto, todo o seu sistema desmorona. O leitor deveria, portanto, estudar o tema
cuidadosamente. Eles discorrem sobre ele constantemente e afirmam que são os únicos, em toda a Cristandade,
que tiveram a luz sobre o assunto. Dedicarei apenas umas poucas páginas a ele, exatamente o suficiente para
mostrar a falácia do seu sistema.
Eles basearam seu tempo de 1844 sobre Dan. 8:14 - “Até dois mil e trezentos dias, e o santuário será
purificado.” O santuário era a terra. Ela seria purificada pelo fogo no segundo advento. Os 2300 dias terminariam
em 1844. Consequentemente, Cristo viria naquele ano. Eles provaram tudo isso pela Bíblia; e assim não poderia
haver engano, disseram. Mas Cristo não veio. E agora? O fanatismo custa a morrer; homens categóricos não
gostam de se render. Assim, eles agora descobriram que o santuário não significa a terra, como haviam dito, mas
sim um edifício real no céu, exatamente como o tabernáculo que Moisés construiu. Aquele era uma tenda com
dois compartimentos: o Lugar Santo, contendo a mesa, um candelabro e o altar de ouro; o Lugar Santíssimo,
contendo a arca, na qual estavam as tábuas de pedra e sobre a qual estava o propiciatório e os querubins (ver Heb.
9:4-5). Os sacerdotes ministravam no primeiro lugar a cada dia do ano, mas somente o sumo sacerdote entrava no
Lugar Santíssimo, e isto apenas no último dia do ano (Lev. 16). Naquele dia ele purificava o santuário dos
pecados confessados ali durante o ano. Tudo isso era um tipo (símbolo) de um edifício exatamente igual no céu,
onde Cristo ministra (Heb. 8:1-5; 9:1-9, 24). Em 1844, ele deixou o primeiro lugar e entrou no Lugar Santíssimo
para purificar o santuário celestial, o que, na verdade, é o julgamento. Isso explica o seu desapontamento. Em
1844 Jesus entrou no Lugar Santíssimo do santuário celestial para começar o julgamento, em vez de vir para a
terra, como eles inicialmente esperavam e pregavam! Para provar tudo isso eles tecem argumentos longos e
construídos sobre suposições, estando abertos para objeções por todos os lados.
1. Os Adventistas sabem que estão certos sobre esta questão? Não.
2. Se este assunto está tão claro e é tão importante quanto dizem que é, é estranho que ninguém jamais o tenha
descoberto antes.
3. Após estar perfeitamente familiarizado com suas concepções a respeito do tema, e conhecendo todos os
seus argumentos, estou seguro de que eles estão errados sobre o mesmo.
1. Deus enviou os Adventistas com uma última mensagem solene para a terra; mensagem da qual dependiam
os destinos da igreja e do mundo. A primeira coisa que eles fizeram foi chegar ao ano errado, 1843, em vez de
1844. Depois, quando o fixaram, em vez de anunciar o lugar efetivo onde o evento se realizaria – a mudança da
obra de Cristo no santuário no céu – eles disseram que ele viria para a terra, ressuscitaria os mortos e faria o
mundo passar pelo fogo, quando nada do tipo aconteceu!
2. Ninguém dos cinquenta Adventistas originais jamais descobriu o erro claro que haviam cometido. Nenhum
dos líderes Adventistas, como Miller, Himes, Litch, etc., jamais aceitou esta explicação do santuário. Apenas um
punhado da grande massa dos Adventistas de 1844 descobriu a verdade sobre o santuário, e estes não eram
homens listados entre os da obra de Miller.
3. O próprio Miller se opôs ao movimento dos Adventistas do Sétimo Dia rejeitando a ideia do santuário, o
Sábado e a mensagem do terceiro anjo. Que emaranhado sem esperança foi a obra Adventista! Não é de admirar
que o povo a tenha rejeitado. Como seria se Moisés tivesse se oposto a Josué; e João Batista se oposto a Cristo?
Miller foi enviado para fazer uma obra; fê-la errada e depois se opôs àqueles que finalmente a fizeram certa!

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4. Ao invés de receberem a “luz” sobre a questão do santuário por meio de visão da Sra. White, ou do céu,
eles a obtiveram de O. R. L. Crosier. Mas este logo desistiu dela como um erro, e se opôs aos Adventistas do
Sétimo Dia por muitos anos. Parece mal para uma teoria quando o seu próprio autor renuncia a ela.
5. A princípio os Adventistas do Sétimo Dia adotaram a teoria do santuário para provar que a porta da
misericórdia havia se fechado em 1844, uma teoria que a Sra. White e todos eles sustentavam naquela época. Aqui
está a minha prova sobre este ponto:
“Ann Arbor, Mich., 1 de dezembro de 1887.
Ancião D. M. Canright,
Eu guardei o sétimo dia por quase um ano, em 1848. Em 1846, expliquei a ideia do santuário em um artigo
publicado numa edição extra do Day Star, Cincinnati, Ohio. O objetivo do artigo era apoiar a teoria de que a porta
da misericórdia estava fechada, uma teoria que eu e praticamente todos os Adventistas que aceitaram as visões de
William Miller sustentavam entre 1844 e 1848. Sim, eu sei que Ellen G. Harmon, agora Sra. White, apoiava
naquela época a teoria da porta fechada.
Sinceramente,
O. R. L. Crosier.”

Agora escutem a Sra. White:


“Topsham, Me., 21 de abril de 1847.
“… O Senhor me mostrou em visão, passado mais de um ano atrás, que o irmão Crosier tinha a verdadeira luz
sobre a purificação do santuário, etc., e que foi da Sua vontade que o irmão Crosier escrevesse a visão que ele nos
apresentou no Day Star Extra, em 7 de fevereiro de 1846. Sinto-me inteiramente autorizada pelo Senhor a
recomendar este Extra a cada fiel.” (A Word to the Little Flock, pág. 11, 12; Cristo em seu Santuário, pág. 9,
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=42&p=9).
Aqui você tem a origem e objetivo da teoria do santuário. Tenho diante de mim o Present Truth, Vol. I n. 6,
dezembro de 1849, por James White. “The Shut Door Explained” (O Fechamento da Porta Explicado) é o artigo
principal, no qual é discorrido a respeito do tipo em Lev. 16:17, este dizendo que não poderia haver mais perdão
pelo pecado depois que o sumo sacerdote entrava no Lugar Santíssimo. “Neste dia da expiação ele é um sumo
sacerdote somente para aqueles cujos nomes estão listados na placa de julgamento.” (pág. 44). Na época a sua
teoria do santuário era utilizada para provar que já não havia mais salvação para os pecadores. Todo o volume está
repleto desta ideia.
6. Seu argumento partindo do tipo estava certo sobre este ponto: no tipo, nenhum pecado poderia ser
confessado e transportado para dentro do santuário depois que o sumo sacerdote entrasse no Lugar Santíssimo
(Lev. 4:1-7; 16:17, 23, 24). Igualmente, se isto era um tipo de entrada de Cristo no Lugar santíssimo no céu, em
1844, então verdadeiramente a porta da misericórdia se fechou ali, e todos os pecadores estão perdidos desde
então.
7. Nenhuma obra, qualquer que fosse, podia ser feita no dia da expiação, ou dia quando o santuário era
purificado (Lev. 23:27-32). A lei era muito rígida. Se o argumento Adventista sobre o santuário está correta, o dia
da expiação começou em 1844, então eles não deveriam estar trabalhado desde este dia. Consequentemente,
muitos Adventistas, depois de 1844, afirmavam que era um pecado trabalhar; mas o tempo os deixou famintos e
eles tiveram que voltar a labutar.
8. Finalmente, sendo obrigados a abandonar a posição de que em 1844 a porta da misericórdia se fechou
completamente para os pecadores, eles, a seguir, ensinaram que apenas aqueles que soubessem da mudança que
Cristo fez em 1844, no santuário do Céu, poderiam ser salvos. Assim fala o Ancião Smith em Objections to the
Visions Answered, pág. 24-26: “É necessário um conhecimento da posição e obra de Cristo para desfrutar dos
benefícios de sua mediação... Uma ideia geral da sua obra era então (previamente a 1844) suficiente para capacitar
os homens a se aproximarem de Deus através dele... Mas, quando ele mudou a sua posição (em 1844) para o
Lugar Santíssimo... o conhecimento da sua obra, que até então tinha sido suficiente, já não era suficiente... Quem
pode encontrar a salvação? Aqueles que vão para o Salvador onde ele está e o veem pela fé no Lugar Santíssimo...
Esta é agora a porta aberta para a salvação; mas nenhum homem pode compreender esta mudança sem um
conhecimento definido sobre o assunto do santuário e a relação entre o tipo e o antítipo. Agora eles podem até
procurar o Salvador como costumavam vê-lo antes, sem nenhuma outra ideia de sua posição e ministério além

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daquelas que tinham noção quando ele estava no primeiro compartimento; mas isso lhes será aproveitável? Eles já
não podem encontrá-lo lá. Aquela porta está fechada!” Do mesmo modo a Sra. White: “Eles não têm
conhecimento do movimento feito no Céu, ou do caminho para o Lugar Santíssimo, e não podem ser beneficiados
pela intercessão de Jesus naquele lugar... Eles direcionam suas orações inúteis para o compartimento que Jesus
deixou.” (Spiritual Gifts, Vol. I, pág. 171, 172; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=147&p=171). Que doutrina
abominável! Ninguém pode ser salvo, a menos que saiba da mudança que Cristo fez no Céu em 1844. Mas
ninguém tem a menor noção desta mudança, exceto os Adventistas do Sétimo Dia,. Leitor, reflita sobre isto.
9. Mas atualmente eles abandonaram essa visão do santuário, e sustentam que todos aqueles que honestamente
buscarem a Deus podem ser salvos sem qualquer uma dessa “luz” sobre o santuário. Assim, eles já mantiveram
quatro posições diferentes sobre a questão do santuário: 1. Ele era a terra; 2. A porta da misericórdia foi fechada
para todos os pecadores em 1844. 3. Ela foi aberta apenas para aqueles que aprenderam sobre a mudança de
Cristo em 1844. 4. Ela agora está aberta para todos. Qual será a próxima crença que eles terão?
Depois de investigar exaustivamente todo o assunto do santuário, estou seguro de que eles estão em um
grande erro sobre este ponto.
1. O trono de Deus sempre esteve no lugar Santíssimo do santuário, entre os querubins, sobre a arca, nenhuma
vez no lugar Santo. Como prova deste ponto, ver Lev. 16:2; Núm. 7:89; I Sam. 4:4; II Reis 19:15. Smith declara
que o trono de Deus estava algumas vezes no lugar Santo, e aponta Êx. 33:9-10. Mas aqui o Senhor aparece do
lado de fora do tabernáculo, e de forma alguma no lugar Santo. Portanto, este texto o contradiz.
2. Quando Jesus ascendeu aos Céus, há mil e oitocentos anos, ele foi diretamente para a destra de Deus e
sentou-se em seu trono (Heb. 8:1). Portanto, ele entrou no Santo dos Santos naquela ocasião, ao invés de ter
entrado em 1844.
3. “Dentro do véu” é para dentro do lugar Santíssimo. “Pendurarás o véu debaixo dos colchetes, e porás a arca
do testemunho ali dentro do véu; e este véu vos fará separação entre o santuário e o lugar santíssimo.” (Êx. 26:33).
Ver também Lev. 16:2, 12, 13. Ninguém pode deixar de ver que “dentro do véu” é no lugar Santíssimo onde
estava a arca. Este é justamente o lugar onde Jesus entrou há mil e oitocentos anos. Prova: “a esperança proposta;
a qual temos como âncora da alma, segura e firme, e que penetra até ao interior do véu, onde Jesus, nosso
precursor, entrou por nós, feito eternamente sumo sacerdote.” (Heb. 6:18-20). Como o sumo sacerdote entrava
“dentro do véu”, assim Jesus, nosso sumo sacerdote, entrou “dentro o véu”, no lugar Santíssimo, para a destra de
Deus, e sentou-se sobre seu trono. Nada poderia estar mais plenamente declarado. Isto abala toda a teoria
Adventista de 1844. Para prova adicional, ver Êx. 27:21; 30:6; 40:22-26; Lev. 4:6, 17, 16:15, 24:3; Núm. 18:7;
Mat. 27:51.
4. “Diante do trono”, Apoc. 8:3. O Ancião Smith declara que “o trono de Deus estava no primeiro
compartimento do santuário”, porque é dito que as sete lâmpadas e o altar de ouro estavam “diante do trono”
(Apoc. 4:5; 8:3). Esta é uma prova tão desesperada quanto a sua causa. O mesmo argumento provaria que a arca e
o trono de Deus estavam sempre no primeiro compartimento do santuário terreno, o que sabemos ser falso. Como
existia apenas um véu, o qual dividia o lugar Santo do Santíssimo, onde estava o trono de Deus, dizia-se que as
coisas no lugar Santo estavam “diante do Senhor”, na medida em que estavam tão perto do trono que ficavam logo
atrás da cortina. Prova: Êx. 27:20, 21; 30:6-8; 40:23-25; Lev. 4:6, 15-18. Até mesmo onde os animais eram
mortos, totalmente fora do tabernáculo, era considerado “diante do Senhor”, como mostra Lev. 4;15. Abraão
andou “diante do Senhor” (Gên. 24:40), embora estivesse na terra e o Senhor no céu.
5. Nem um único texto pode ser encontrado em toda a Bíblia mostrando que a arca, querubins e trono
estivessem no lugar Santo do santuário terreno, o tipo. E mesmo assim, no antítipo eles têm o trono de Deus no
lugar Santo, não em alguma ocasião especial, mas todo o tempo por 1800 anos, exatamente contrário ao tipo!
6. Os Adventistas sempre assumem e dizem que “o templo de Deus é o lugar Santíssimo.” (Sanctuary, pág.
234, de Uriah Smith). Mas isto é falso. O lugar Santíssimo, ou oráculo, era um aposento no templo, mas ele não
era em si, o templo. De fato, as Escrituras distinguiam claramente entre o templo e o oráculo, ou lugar Santíssimo
(ver I Reis 6:5, 16, 17, 19:23; 7:50). O templo era o edifício, todo o prédio (I Reis 7:50; II Reis 11:13; I Sam. 3:3;
Mat. 21:12; Luc. 1:9; Apoc. 11:19).
7. Quando foi aberto o templo no céu, Apoc. 11:19? Os Adventistas usam este texto para provar que o lugar
Santíssimo no santuário celestial não estava aberto até 1844. Mas eles se enganam: 1) Porque, como provamos
acima, o templo não é o lugar Santíssimo, mas todo o prédio; 2) Porque o templo celestial foi aberto quando
Cristo iniciou o seu ministério aqui, há 1800 anos (Heb. 8:1, 2; 9:8-12); 3) Porque o verso 19, de Apoc. 11,
pertence propriamente a Apoc. 12, e começa esta nova linha de profecia, em vez de fechar a linha no capítulo 11.

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O Siríaco assim o divide. Clarke, Barnes, Scott e cada comentador que consultei conecta esse verso com capítulo
12, como sendo a introdução. Ver Scott: “V. 19 – Este verso introduz um novo assunto, e deveria ter sido
colocado no início do próximo capítulo”. Certamente, pois quando foi aberto o templo no céu? Quando Jesus lá
entrou para começar seu ministério, é claro (Heb. 9:8-12). Assim desmorona o principal pilar da teoria Adventista
do santuário.
Até agora eu argumentei baseado em seus próprios fundamentos de que existe um edifício real no céu
exatamente igual ao santuário da terra. Mas toda essa coisa é extremamente questionável.
1. Como as verdades morais são ensinadas às crianças por meio de lições materiais, assim Deus ensinou aos
Judeus verdades espirituais através de lições materiais dos tipos (símbolos) da adoração. Consequentemente, não
se segue que na adoração Cristã tenha que ter tais coisas materiais empregadas no céu. Ao contrário, a presunção é
contra isto.
2. Todo o serviço no templo era para o sacerdócio Aarônico, mas Cristo não é um sacerdote segundo a ordem
de Arão, mas sim segundo a ordem de Melquisedeque (Heb. 7:11). Melquisedeque não tinha templo nem serviço
de templo, e assim Cristo não deveria ter nenhum. Desde Adão até Moisés não existiam templo nem serviço
sacerdotal no céu. Smith admite isto: “Não havia lugares santos estabelecidos, e nenhuma obra sacerdotal estava
estabelecida no céu.” (Sanctuary, pág. 238). Exatamente, pois tudo isso estava sob o sacerdócio de
Melquisedeque, exatamente como agora. Se lá no céu não foi necessário um templo por 4000 anos, tampouco é
necessário agora.
3. Paulo exprime de forma direta que os tipos (símbolos) da lei não eram “a imagem exata das coisas” que
representavam (Heb. 10:1). Mas os Adventistas elaboram seu argumento sobre a suposição de que elas eram
imagens exatas de coisas no céu, ignorando assim a declaração de Paulo.
4. Paulo diz que Cristo é ministro de um maior e mais perfeito tabernáculo (Heb. 9:11). Portanto, este é
diferente do tabernáculo terreno.
5. Paulo diz que é um tabernáculo “não feito por mãos” (Heb. 9:11). Isto mostra que não é um edifício
material.
6. Paulo diz que a carne de Jesus é o véu (Heb. 10:20). Isto mostra que o templo era apenas figurativo.
7. Raramente um dos tipos tinha um antítipo exatamente igual a ele. Assim, cordeiros e bois eram os tipos dos
quais Jesus era o antítipo. Ele era um homem, mas eles eram animais. Os corpos dos animais eram queimados
(Heb. 13:11, 12), mas Cristo, o antítipo, não foi queimado. Eles eram sacrificados à porta do santuário (Lev. 17:3,
4), mas Jesus não foi sacrificado à porta do santuário. Seu sangue era levado para dentro do templo e colocado
sobre o altar (Lev. 4:6, 7), mas o sangue de cristo foi derramado sobre o solo. Os sacerdotes Levíticos faziam
ofertas diárias, mas Cristo fez uma única por todos (Heb. 9:25, 26, 28; 10:10, 12, 14). O Ancião Smith diz: “O
fato de Moisés ter feito dois compartimentos em sua semelhança do templo celestial é uma demonstração de que
este último também tem dois compartimentos.” Novamente: “Os sacerdotes aqui na terra, em ambos os
compartimentos, serviam como exemplo de um serviço semelhante no céu. Agora Jesus é o único sacerdote no
céu, e ele executa este 'serviço semelhante.'”
Todos os dias os sacerdotes terrenos ofereciam os sacrifícios da manhã e do entardecer, aspergindo o sangue
de vítimas recém-sacrificadas no santuário externo. Deste modo, por mais de mil e oitocentos anos Jesus, de
acordo com o Sr. Smith, deve ter oferecido seu próprio sangue fresco, derramado no compartimento exterior do
santuário celestial, duas vezes ao dia – isto é mais do que 1300000 vezes – desde sua ascensão até 1844. Este é o
resultado lógico da 'demonstração' do Sr. Smith. O apóstolo diz, Heb. 7:27: “Isto ele fez uma vez, oferecendo-se a
si mesmo. Portanto a 'demonstração' contradiz categoricamente as Escrituras.” (G. W. Morton). A lei regulando o
serviço dos sacerdotes e o templo foi mudada (Heb. 7:12); então certamente ela não é executada agora no céu. Os
Adventistas levaram toda a lei Levítica do serviço do santuário, transferindo-a para o céu e executando-a lá! Este é
o absurdo do seu sistema. Em Heb. 7:11-28, Paulo assinala muitos pontos de diferença entre os tipos e os
antítipos. Na era Judaica, a mesa do Senhor estava no templo (Mal. 1:7); mas agora a mesa do Senhor está na
Igreja (I Cor. 10:21; 11:20). As sete lâmpadas do templo no céu “são os sete espíritos de Deus.” (Apoc. 4:4).
Assim, elas não são lâmpadas literais. Portanto, é mais do que provável que nenhuma das coisas mencionadas
como estando lá, sejam literais. Em um lugar é dito que os santos no céu estão “trajando vestes brancas” (Apoc.
7:9), mas em outro lugar explica-se que isto é a justiça dos santos (Apoc. 7:14).
Em Apoc. 8:3, é dito que as orações de todos os santos são oferecidas sobre o altar de ouro. Mas
evidentemente isto não é para ser tomado literalmente, mas apenas como uma referência ao modo Judaico de
adoração. Col. 2:16, 17 diz que as comidas, bebidas, dias de festa, de lua nova e Sábados eram uma sombra de

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Cristo. Raciocinando como fazem os Adventistas, sobre o santuário terreno (Heb. 8:5), poderíamos esperar
encontrar algo no evangelho exatamente como eles – comidas, bebidas, dias anuais de festa, dias mensais
sagrados, etc. Mas onde estão eles? No Evangelho não há nada como estes tipos.
Paulo diz precisamente que o lugar no qual Jesus entrou era “o mesmo céu, para agora comparecer por nós
perante a face de Deus.” (Heb. 9:24). A simples verdade sobre tudo é que as eras dos tipos, objetos, lições, formas
exatas, conjunto de cerimônias, lugares consagrados e vasos sagrados – tudo isto terminou na cruz (Col. 2:17). A
resposta de Jesus para a mulher junto ao poço vai diretamente ao ponto. Ela disse: “Nossos pais adoraram neste
monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar. Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora
vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai... mas a hora vem, e agora é, em que os
verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem.
Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” (João. 4:20-24). Sob o
Evangelho um lugar não é mais sagrado do que outro. Com os lugares sagrados foram-se os vasos sagrados,
sacrifícios, incensos, tábuas de pedra e tudo o mais. Pedro estabelece isto em uma frase: “Vós também, como
pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a
Deus por Jesus Cristo.” (I Ped. 2:5). No mesmo sentido temos Efé. 2:20-22; I Cor. 6:19. Estamos agora sob uma
nova aliança (Heb. 8:6-13), um mais elevado sacerdote de uma nova ordem (Heb. 7:11), vamos a Deus por um
novo caminho (Heb. 10:20), por novas ordenanças (Marc. 15:15-16; I Cor. 11:23-26), por um templo diferente e
um melhor sacrifício. Consequentemente, não existe a necessidade de um templo no céu exatamente igual ao
antigo templo Judaico.
A ideia Adventista do santuário no céu é um absurdo. Em Early Writings, pág. 114, 115, a Sra. White foi
tomada aos céus e lhe foi mostrado tudo sobre o santuário. Ela viu um edifício exatamente igual ao da terra. Nele
estava o candelabro, a mesa dos pães da proposição, o altar, as cortinas, a arca; e “na arca estavam as tábuas de
pedra contendo os Dez Mandamentos.” Pense, agora, qual a utilidade de um candelabro literal na presença
imediata de Deus cuja glória está acima da luz do sol. “Não necessitarão de lâmpada nem de luz do sol, porque o
Senhor Deus os ilumina.” (Apoc. 22:5). E qual a utilidade de uma mesa de pães da proposição literal? Acaso os
anjos do senhor comem os pães? E tábuas de pedra reais no Céu! O Senhor sentado sobre a arca acima delas! Que
ideias pueris! Ouça Paulo proibindo tal ideia: “não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração.” (II
Cor. 3:3). Pense no absurdo de ter o Deus Altíssimo e todos as milhares de milhares (milhões) de anjos ao redor
de seu trono, habitando em um edifício literal com cortinas, lâmpadas, mesas, paredes, etc. Seria necessário que o
prédio fosse maior do que todo um estado. Que os Adventistas leiam isto: “O Altíssimo não habita em templos
feitos por mãos.” (Atos 7:48).
“Mas, Paulo não diz que o templo Judaico era uma sombra, figura, um modelo das coisas celestiais?” (Heb. 8
e 9). Sim, e da mesma forma ele diz que as oferendas e dias santos da antiga aliança eram sombras de Cristo (Col.
2:16, 17). Mas onde estão os nossos dias de festa, luas novas, comidas, etc., sob o Evangelho? Em algum lugar,
num sentido espiritual. Igualmente, Paulo diz que o templo terreno era apenas uma figura de um “tabernáculo não
feito por mãos” (Heb. 9:9-11). Como ele poderia dizer mais claramente que o celestial não é literal? Cristo
ministra num templo literal no céu, desde Adão até a cruz, por milhares de anos? Não. Melquisedeque tinha um
templo? Não (Gên. 14:18-20). Como Cristo é um sacerdote segundo a sua ordem, ele não precisa de nenhum
templo literal. De acordo com os Adventistas, o lugar Santíssimo do santuário celestial estava inteiramente vazio e
desocupado desde a ascensão de Jesus até 1844. Mesmo Cristo não havia entrado lá nenhuma vez!
Finalmente, todo o seu argumento sobre o santuário depende de se provar que as setenta semanas de Dan. 9
são uma parte dos dois mil e trezentos dias de Dan. 8:14. Mas a Bíblia diz que são? Não, nem eles podem provar
isto. O melhor que eles podem fazer é alegar que este entendimento é plausível.

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CAPÍTULO VIII

A SRA. WHITE E SUAS REVELAÇÕES.

Os Adventistas do Sétimo Dia consideram a Sra. White como uma profetisa, e seus escritos como inspirados.
Eles tecem longos argumentos retirados da Bíblia para provar que iria existir dons, milagres e profetas na igreja.
Mas estes são os mesmos argumentos utilizados pelos Mórmons, Shakers, etc., em favor de suas igrejas. Contudo,
este não é o ponto principal. A questão não é se o Senhor pode inspirar homens mulheres, mas sim: Ele inspirou a
Sra. White? O Novo Testamento nos alerta repetidamente contra aceitar falsos profetas. “Acautelai-vos dos falsos
profetas.” (Mat. 7:15). “Porque surgirão falsos Cristos e falsos profetas.” (Mat. 24:24). “Não creiais a todo o
espírito... muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.” (I João. 4:1).
Em cada geração muitos têm surgido reivindicando ser profetas. Todos encontraram mais ou menos
seguidores. Tudo o que eles precisam fazer é acreditar firmemente em si mesmos e fazer reivindicações
extravagantes, e logo terão seguidores. Vamos comentar sobre alguns mais proeminentes, próximos dos nossos
dias.

1. SWEDENBORG.
Ele nasceu em Estocolmo, Suécia, em 1688, e morreu em 1772. Seu pai era um fidalgo de alta posição.
Consequentemente, Swedenborg era altamente instruído e encaminhado na elite da sociedade. Ele viajou
amplamente e teve contado com os homens mais eruditos da sua época. O rei o indicou para um ofício elevado, o
qual exerceu com grande reconhecimento por cerca de trinta anos. Ele se destacou com eminência na ciência e
escreveu setenta e sete livros cobrindo cada ramo da ciência. Ele possuía o mais puro caráter e era devotadamente
religioso.

REGRAS DE VIDA DE SWEDENBORG.


1. Ler e meditar com frequência na Palavra de Deus.
2. Submeter todas as coisas à vontade da Providência Divina.
3. Observar em todas as coisas uma retidão de comportamento e guardar a consciência limpa.
4. Desempenhar com fidelidade as funções de meu emprego e os deveres do meu ofício, e me entregar em
todas as coisas para o benefício da sociedade.
Nem uma nódoa manchou o seu caráter moral.
Na idade de cinquenta e cinco anos ele começou a ter visões do céu, inferno, anjos e o mundo espiritual. Ele
diz: “Tenho sido chamado para um ofício sagrado pelo próprio Senhor, que da forma mais misericordiosa
apareceu a mim, seu servo, no ano de 1743, quando abriu meus olhos para o mundo espiritual e capacitou-me para
conversar com espíritos e anjos.” Exatamente como reivindica a Sra. White. Ele continuou sua obra por trinta anos
e escreveu cerca de trinta volumes inspirados. Ele fez as mais extraordinárias predições, as quais, dizem, foram
cabalmente cumpridas.
Ele fundou uma nova religião baseada sobre suas revelações. A Bíblia é sagradamente ensinada e a vida santa
almejada. Esta igreja cresceu solidamente, chegando a ter grupos em todas as partes do mundo, nos principais
idiomas. Eles publicam três periódicos semanais, cinco jornais mensais e um quadrimestral, além de muitos livros.
Ele tomou a dianteira da Sra. White em cem anos. Seus seguidores acreditam nele exatamente como os dela

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acreditam nela, e são muito zelosos na propagação da sua fé. Em muitos aspectos, ambos os movimentos são
muito parecidos. A informação acima foi resumidamente extraída da Schaff-Herzog Encyclopedia.

2. ANN LEE E OS SHAKERS.


O movimento é tão bem conhecidos na América, que preciso falar pouco sobre eles. Ann Lee, sua líder,
nasceu na Inglaterra, em 1736, morrendo em 1784. Tal como a Sra. White, “ela não recebeu instrução.” Ela se
uniu a um grupo que estava promovendo práticas extraordinárias, e logo começou a “ter visões e fazer
revelações”, as quais, exatamente como a Sra. White, chamou de “Testemunhos.” “Dali em diante ela reivindicou
ser direcionada por revelações e visões.” (Schaff-Herzog Encyclopedia, artigo “Ann Lee”). Ela foi aceita como
líder e como “a segunda manifestação de Cristo.” Como a Sra. White, ela exigiu um “tipo peculiar de vestuário”,
“se opunha à guerra e ao comer carne de porco.” (Johnson's Encyclopedia, artigo “Shakers”). Eles não têm ligação
com outras igrejas; são famosos por sua pureza e devoção. Contam agora com cerca de 8000 membros.
Uma comparação cuidadosa mostra muitos pontos de similaridade entre a Sra. Lee e a Sra. White. A principal
evidência com que os Adventistas contam para provar a inspiração da Sra. White é a pureza da sua vida e o
elevado tom moral e religioso de seus escritos. Eles dizem que suas revelações têm de vir de Deus ou de Satanás.
Se viessem de Satanás, elas não poderiam transmitir tal pureza e santidade. O mesmo raciocínio provará que a Sra.
Lee também é uma verdadeira profetisa, pois excedeu a Sra. White nesse aspecto, de modo que “Shaker” tornou-
se um sinônimo de honestidade. Adventistas, por favor, notem este ponto.

3. SRA. JOANNA SOUTHCOTT.


Ela nasceu na Inglaterra, em 1750, de pais pobres, e era totalmente sem instrução. Trabalhou como criada
doméstica até cerca de quarenta anos de idade. Uniu-se aos Metodistas em 1790. Em 1792, ela se anunciou como
uma profetisa e “publicou numerosos [cerca de sessenta] panfletos proclamando suas revelações.” (Johnson's
Encyclopedia, artigo “Southcott”). Ela teve transes da mesma forma como teve a Sra. White, e anunciou o
iminente advento de Cristo (ver Encyclopedia Americana, artigo “Southcott”). Ela levou adiante um lucrativo
comércio na venda de seus livros, assim como faz a Sra. White. Por mais estranho que possa parecer, muitos
ministros letrados acreditaram nela, e milhares se fizeram seus seguidores, até que em poucos anos totalizaram
mais de cem mil! Ela fez muitas predições, as quais seus seguidores declararam terem-se cumprido. “A fé de seus
seguidores, dentre os quais estavam vários clérigos da igreja estabelecida, ascendeu em entusiasmo.”
(Encyclopedia Americana, artigo “Southcott”).
Ela “considerava-se a noiva do Cordeiro e declarava-se, aos sessenta e quatro anos de idade, grávida do
verdadeiro Messias, o “segundo Siló”, a quem daria à luz em 19 de outubro de 1814... Joanna morreu em sua
própria desilusão, em 27 de dezembro de 1814; mas os seus seguidores, que em certo período chegaram a cem
mil, continuaram a observar o Sábado Judaico até 1831.” (Schaff-Herzog Encyclopedia). “Um exame póstumo
mostrou que ela vinha padecendo de hidropisia [edema].” (Johnson's Cyclopedia). “A morte pôs um fim em suas
esperanças e em seus medos. Com relação aos seus seguidores, entretanto, aconteceu o oposto. Embora ficassem
por um tempo confundidos por sua doença, a qual eles mal podiam acreditar que fosse real, a convicção da sua
rápida ressurreição era confiantemente aguardada. Neste convencimento muitos viveram e morreram; e tampouco
a seita está extinta.” (Encyclopedia Americana, artigo “Southcott”).
Deixe as pessoas sinceras considerarem estes fatos. Esse movimento aconteceu apenas trinta anos antes da
obra da Sra. White, e em muitos aspectos foi igual ao movimento atual dos Adventistas do Sétimo Dia. Uma
mulher iletrada é a líder. Ela tem visões, escreve numerosos panfletos, revelações e prediz a iminência do advento
de Cristo. Sua honestidade é plenamente manifesta; seu entusiasmo e os de seus seguidores é grande. Em um curto
período, cem mil aceitam seus “Testemunhos.” O movimento atual dos Adventistas do Sétimo Dia é similar em
muitos aspectos, como já visto acima.
E observe aqui a terrível tenacidade do fanatismo quando uma vez iniciado. Quando Joanna morreu,
haveríamos de supor que todas as pessoas sensatas desistissem dele; mas eles reestruturaram o movimento de
alguma forma e seguiram adiante, de modo que estão aqui agora. Da mesma forma com os seguidores da Sra.
White. Não importa que asneira ou erros ela faça; eles os corrigem de alguma forma e vão adiante. Eles farão isto
depois que ela morrer e se for.

4. JOSEPH SMITH E OS MÓRMONS.

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Este profeta e suas visões e revelações são tão bem conhecidos, que os mencionarei resumidamente.
Smith nasceu em 1805, e morreu em 1844, o ano em que a Sra. White começou suas revelações. Ele saiu de
um grande despertamento religioso, como aconteceu com a Sra. White no movimento Adventista de 1843-4. Em
1823, ele também começou a ter “visões”, “revelações” e ver anjos. O segundo advento de Cristo estava às portas,
ele disse; consequentemente, o nome “Santos dos Últimos Dias.” Sua missão era apresentar “a nova dispensação.”
Eles eram os “santos” e todas as outras igrejas eram “pagãs” ou Gentios. Os seguidores da Sra. White são todos
santos; todas as outras igrejas são “Babilônia” e apóstatas.
A prova da sua inspiração sobrepuja a da Sra. White. Eles operam muitos milagres, como afirmam
enfaticamente, têm o dom de línguas e podem mostrar muitas predições surpreendentemente cumpridas. Eu os
tenho encontrado com frequência; vi o filho de Smith e os conheço bem. Eles também possuem uma nova Bíblia,
uma nova revelação; deram início a uma nova seita e não tomam parte com nenhuma outra igreja, mas fazem
proselitismo em todas elas.
Os Mórmons começaram em 1831, cerca de quinze anos antes dos Adventistas do Sétimo Dia; mas contam
com seiscentos mil – mais de cinco vezes o número dos Adventistas. Os Adventistas declaram que são a
verdadeira igreja porque são perseguidos, mas os Mórmons têm sido perseguidos mil vezes mais. Smith e outros
foram assassinados; muitos foram chicoteados, cobertos de piche e penas, alvos de ovos podres, apedrejados,
maltratados ou mortos. Perseguição! Eles não têm a mínima ideia do que é isto e nunca terão, embora sejam
ansiosos para posar como grandes mártires.

AS VISÕES E SEU GUIA.


A Sra. E. G. White, esposa do finado Ancião White, líder dos Adventistas do Sétimo Dia, declara ser
divinamente inspirada como foram os profetas da Bíblia. Esta afirmação é aceita por toda a denominação. Eles
defendem a sua inspiração com tanta determinação quanto defendem a inspiração da Bíblia. Ano após ano, em
suas Conferências Estaduais e Gerais, rígidas resoluções têm sido unanimemente adotadas endossando suas
revelações da maneira mais enfática.
Repetidamente vi essas resoluções adotadas por um voto crescente de toda a congregação, eu junto com eles.
“The Visions of Mrs. E. G. White, a Manifestation of Spiritual Gifts According to the Scriptures” (“As Visões da
Sra. E. G. White, uma Manifestação dos Dons Espirituais de Acordo com as Escrituras”, http://temcat.com/L-1-
adv-pioneer-lib/USMITH/VISIONS.pdf) é um livro de 144 páginas, publicado por eles defendendo a sua
inspiração. Eles apontam para ela e para suas visões como sendo o sinal de que são a única igreja verdadeira
(Apoc. 12:17). Assim, pode-se ver que este é um assunto vital para eles.
Em meu debate com os Adventistas realizado em Healdsburg, Cal., de 21 a 28 de fevereiro de 1889, eles
afirmaram esta proposição: “As visões da Sra. E. G. White são revelações de Deus.” Seus escritos são chamados
“Testemunhos.” Em Testimony N. 33, recém-publicado, ela faz esta reivindicação para seus escritos: “Em tempos
antigos Deus falava aos homens por boca dos profetas e apóstolos. Hoje em dia lhes fala pelos Testemunhos de
Seu Espírito.” (pág. 189; Testemunhos Seletos, Vol. 1, pág. 488, http://www.ellenwhitebooks.com/?
l=23&p=488). Novamente: “Dificilmente é possível aos homens oferecerem um insulto maior a Deus do que
desprezar e rejeitar as instrumentalidades [seus Testemunhos] que ele indicou para os guiar.” (pág. 208). Observe
que seus Testemunhos são para guiar o povo de Deus na atualidade. Sobre a sua inspiração, Smith diz: “Ela veio a
nós como uma mensagem divina; é um raio de luz vindo do trono; é instrução do Espírito Santo.” (Replies to
Elder Canright, pág. 77).
No Advent Review, 2 de julho de 1889, são estabelecidas estas “REGRAS: 1. Não negligenciaremos o estudo
da Bíblia e dos Testemunhos.” Isto ilustra o lugar que eles atribuem aos seus escritos, a saber, um apêndice para a
Bíblia. Para o seu povo ela ocupa a mesma posição que a Sra. Southcott ocupava para os seus; Ann Lee para os
Shakers e Joe Smith para os Mórmons.
Em seu meio eles a citam como nós citamos Paulo. Um texto de seus escritos é um fim para qualquer
controvérsia em doutrina e disciplina. É comum ouvir eles dizerem que quando desistirem de suas visões
desistirão também da Bíblia, e frequentemente fazem isto.
Suas visões, ou “Testemunhos”, como eles as chamam, estão tão inseparavelmente conectadas com toda a
doutrina Adventista do Sétimo Dia, que uma pessoa não pode consistentemente aceitar uma sem aceitar a outra.
Além disso, elas são apontadas com tanta insistência sobre o seu povo, em todos os sentidos possíveis, que uma
pessoa não pode sentir-se confortável por muito tempo entre eles, a menos que também as aceite. Qualquer um

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que as rejeite ou se opõe a elas é tachado como um rebelde lutando contra Deus. Assim diz a própria Sra. White:
“Se você perde a confiança no povo de Deus e nos Testemunhos que ele tem dado a nós, você está se rebelando
contra Deus da mesma forma como fizeram Coré, Datã e Abirão.” (Testimony Nº 31, pág. 62; Testemunhos para a
Igreja, Vol. V, pág. 66; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=143&p=66). Ela diz que cada linha que escreve,
mesmo em uma carta particular, é diretamente inspirada por Deus – “os preciosos raios de luz brilhando do
trono.” (Testimony Nº 31, pág. 63; Testemunhos para a Igreja, Vol. V, pág. 67;
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=143&p=67). Com suas próprias palavras, ela diz: “É Deus, não um mortal
sujeito a erros, quem falou.” (Testimonies, Vol. III, pág. 257; Testemunhos para a Igreja Vol. III (Espanhol), pág.
148, http://www.ellenwhitebooks.com/?l=117&p=148). Ela repete muitas e muitas vezes que aqueles que
duvidam ou se opõem a ela estão lutando contra Deus, pecando contra o Espírito Santo. Assim: “Lutando contra o
Espírito de Deus. Aqueles... que quebrarão nosso Testemunho, eu vi, não estão lutando contra nós, mas contra
Deus.” (pág. 260; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=141&p=260). Eu poderia citar dezenas de passagens como
estas.
Esses escritos inspirados atualmente compõem-se de quarenta volumes encadernados. Assim, eles têm uma
outra Bíblia exatamente com têm os Mórmons. Eles devem ler a nossa velha Bíblia à luz da sua nova Bíblia.
Qualquer interpretação da Bíblia encontrada nestes “Testemunhos” define o seu significado além de qualquer
contestação adicional. Ela diz: “Tomei a preciosa Bíblia e a cerquei com vários Testemunhos para a igreja.”
(Testimonies Vol. II, pág. 605; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=140&p=605). Exatamente, e é sob a luz
destes “Testemunhos” que a velha Bíblia deve ser lida agora. Ela continua na mesma página: “Deus tem, através
dos Testemunhos, simplificado as grandes verdades já concedidas.” Sim, nós agora temos que tomar a Bíblia
simplificada desta forma, por ela! Swedenborg, Sra. Southcott, Ann Lee, Joseph Smith e a Sra. White fizeram
cada um a mesma coisa – tiveram uma nova revelação, escreveram livros inspirados e começaram uma nova seita
com uma nova religião.
Não existe uma única doutrina ou prática da igreja, desde a observância do Sábado até a lavagem dos pés,
sobre as quais ela não tenha escrito. Isto estabelece a coisa. Nenhuma investigação adicional pode ser feita em
qualquer destas matérias, a não ser juntar evidências e construir tudo o que for possível para sustentá-las. Como,
então, podem os seus ministros ou o povo serem livres para pensar e investigar por si mesmos? Eles não podem,
não se ocupam disto e não fazem isto. Quantas vezes eu vi algum pensamento inteligente ser extinguido com a
observação: “Isto contradiz a Irmã White.” Isto termina a questão. Tudo o que ela escreve, seja numa carta
particular ou num artigo de jornal, é inspirado. Assim: “Deus estava falando através do barro... Nestas cartas que
escrevi, nos Testemunhos que produzo, estou apresentando a vocês aquilo que o Senhor me apresentou. Eu não
escrevo um único artigo no papel expressando meramente minhas próprias ideias. Eles são o que Deus abriu para
mim em visão – os preciosos raios de luz brilhando do trono.” (Testimony Nº 31, pág. 63; Testemunhos para a
Igreja, Vol. V, pág. 67; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=143&p=67). Aqui você tem a pura inspiração; cada
palavra que ela escreve é um raio de luz vindo do trono de Deus. Rejeite isto, e você será rejeitado por Deus.
Deste modo vimos que a Sra. White reivindica para si uma mui elevada inspiração – a voz de Deus falando
diretamente através dela. Seus seguidores argumentam que ela tem de ser uma verdadeira profetisa, ou então uma
hipócrita; mas ela não é nenhuma das duas. Poucos estão cientes de quão poderosa influência uma imaginação
excitada religiosamente pode exerceu sobre uma pessoa. Os entusiastas e fanáticos geralmente são pessoas
honestas. A Sra. White é simplesmente uma entusiasta religiosa auto-iludida. Isto eu provarei com fatos
inquestionáveis.
Eu estudei a Sra. White por longo tempo para determinar por mim mesmo seu real caráter, até que o seu caso
ficasse claro para a minha própria mente. Naturalmente religiosa, jovem em idade, sem instrução, doentia, ela foi
levada na excitação Millerita de 1840-44. Ela considerou suas aptidões como sendo o poder de Deus. Encorajada e
apoiada por seu esposo, este pensamento cresceu até ser uma realidade para ela. Um estudo cuidadoso dos seus
escritos mostra que a cada ano ela se tornava um pouco mais forte em suas reivindicações de inspiração, até que
agora ela declara que todas as suas formas de expressão, mesmo em uma carta ou em um sermão, são inspirados.
Ela alega que os seus sonhos, suas impressões mentais, são todos a voz de Deus para ela. Ela dedica 38 páginas de
seu Testemunho Nº 33 para defender a sua própria inspiração superior. Provavelmente ela tem alguma maneira de
tornar seus erros, contradições e enganos, de forma satisfatória para si mesma. Assim, agora qualquer coisa que
ela pode aprender de qualquer forma, qualquer impressão da mente, qualquer pensamento claro para si mesma, é o
Espírito falando a ela. Não tenho dúvida de que ela acredita nisto. Ela está mais enganada do que seus seguidores;
pois muitos deles, em particular, duvidam da sua inspiração, ao mesmo tempo em que a defendem em público.
Muitos fatos mostram claramente que ela não é inspirada. Ela nunca operou um único milagre. Os antigos
profetas e os apóstolos operaram milagres livremente, para provar que Deus os tinha enviados. Em todos estes

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setenta anos, em todos os seus quarenta volumes, nem uma única predição que ela tenha feito veio a se cumprir.
Isto é surpreendente, considerando que ela gravita quase que totalmente em predições. Parece que, embora ela
tenha errado em muitas coisas, estas posteriormente são estruturadas como profecias cumpridas. Mas nenhuma
pode ser encontrada. Isto mostra quão desvairadas e totalmente erradas têm sido as suas teorias.
Em Spiritual Gifts, Vol. II, pág. 293, ela diz: “Sou tão dependente do Espírito do Senhor ao relatar ou escrever
uma visão quanto em ter uma visão.” (http://www.ellenwhitebooks.com/?l=148&p=293). Aqui ela reivindica que
as próprias palavras, nas quais as visões são registradas, são de inspiração divina. Mas eu sei que as palavras em
seus “Testemunhos” escritos não são inspiradas, pois:
1. Aos escrevê-las, ela frequentemente mudará o que escreveu. E escreverá de forma totalmente diferente. Eu
a vi escrever do zero a uma página inteira, ou uma linha, ou uma frase, e depois escrever sobre o assunto de forma
diferente. Seus Deus tivesse lhe dado as palavras, porque ela tinha que rascunhá-las e depois alterá-las?
2. Repetidamente eu a vi sentada com sua pena na mão a ler seu manuscrito para o seu esposo durante horas,
enquanto ele sugeria muitas mudanças, as quais ela fazia. Ela tirava as suas próprias palavras e colocava as dele,
algumas vezes frases inteiras. Ele também era inspirado?
3. Como é ignorante em gramática, nos últimos anos ela empregou um escritor revisor para tomar seu
manuscrito e corrigi-lo; melhorar sua redação, dar refinamento e colocar em estilo popular, de modo que assim
seus livros possam vender melhor. Milhares de palavras, não de sua autoria, são assim colocadas por estas outras
pessoas, algumas das quais nem mesmo são Cristãs. São suas palavras também inspiradas?
4. Ela com frequência copia o seu assunto de outros autores sem dar crédito ou sinal de citação. Na verdade, o
seu último livro, “Great Controversy” (O Grande Conflito), que eles louvam tão ruidosamente como sendo a
maior obra dela, é em grande parte uma compilação do History of the Sabbath, de Andrews; do History of the
Waldenses, de Wylie; do Life of Miller, de White; de Thoughts on Revelation, de Smith e outros livros.
Ela alega que tudo isso lhe foi revelado diretamente do céu. Não é algo que ela tenha ouvido, lido ou
aprendido, mas é o que Deus lhe revelou pelo Espírito Santo. Fatos inflexíveis mostram que a sua alegação é
totalmente falsa e seus livros um engano semelhante ao Livro de Mórmon, o qual Smith roubou de Spaulding.
A União de Pastores de Healdsburg, Cal., investigou o assunto e publicou muitos exemplos, entre centenas,
onde ela tinha copiado seu conteúdo diretamente de outros autores, sem nada que mostrasse ter sido copiado. Eles
vasculharam diversas obras e milhares de páginas, encontrando a mesma coisa por todos os seus livros. Isto prova
sua culpa por roubar de outros autores suas ideias e assuntos, colocando-os para os seus seguidores como se fosse
uma revelação de Deus!
5. Passagens suprimidas. Diversas passagens importantes da primeira edição de suas visões, na medida em
que vieram a contradizer aquilo que os Adventistas acreditam agora, foram suprimidas em todas as edições
posteriores. Por trinta anos eles se desgastaram sob esta acusação de supressão. Eles negavam, faziam vista
grossa; mas finalmente a pressão foi tão severa que em 1882 eles republicaram as primeiras visões dela,
afirmando ter apresentado todas em sua plenitude, palavra por palavra. Dizem: “Não foi feita nenhuma mudança
da obra original.” (Prefácio do Early Writings, pág. 4). Eles também dizem que a obra foi impressa “sob os olhos
da própria autora e com a sua total aprovação.” (pág. 4). Eles acusam de calúnia ímpia dizer que qualquer coisa
tenha sido suprimida.
Mas eu tenho diante de mim a obra original intitulada “A Word to the Little Flock”, publicado por Jas. White,
em 1847; também o “The Present Truth”, Agosto, 1849, contendo suas visões originais. Comparando a edição
atual com a original, encontrei sete lugares diferentes onde de cinco a trinta linhas haviam sido cortadas sem sinal
de omissão! As passagens suprimidas são muito danosas para a sua inspiração. Citarei uma curta, como ilustração.
Ela ensina o que eles agora negam, a saber, que ninguém poderia se converter após 1844. As linhas suprimidas
estão entre colchetes.
COMO PUBLICADO ORIGINALMENTE.
“Vi que misteriosos sinais, maravilhas e falsos avivamentos aumentariam e se espalhariam. Os avivamentos
que me foram mostrados não eram avivamentos do erro para a verdade [mas do mal para o pior, pois aqueles que
professaram uma mudança de coração apenas o haviam embrulhado numa roupagem religiosa, a qual cobriu a
iniquidade de um coração ímpio. Alguns pareceram estar realmente convertidos para enganar o povo de Deus,
mas se os seus corações pudessem ser vistos, iriam se mostrar tão negros como sempre]. Meu anjo acompanhante
mandou-me olhar para o trabalho pelas almas dos pecadores, como costumava ser. Eu olhei, mas não podia vê-lo,
pois o tempo para a sua salvação é passado.” (Present Truth, pág. 22, publicado em Agosto, 1849).

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COMO PUBLICADO AGORA.
“Vi que misteriosos sinais, maravilhas e falsos avivamentos aumentariam e se espalhariam. Os avivamentos
que me foram mostrados não eram avivamentos do erro para a verdade. Meu anjo acompanhante mandou-me
olhar para o trabalho pelas almas dos pecadores, como costumava ser. Eu olhei, mas não podia vê-lo, pois o tempo
para a sua salvação é passado.” (pág. 27, edição de 1882).
Agora, se eles pretendem ser honestos e ousar publicar estas passagens suprimidas, por que não o fazem? Eles
sabem muito bem o que elas significam; a Sra. White sabe o que elas significam, e mesmo assim o livro é
publicado “sob os próprios olhos dela”; e todas estas passagens são deixadas de fora enquanto é dito que “não foi
feita nenhuma mudança em relação à obra original.” Tenho agora ambos os livros diante de mim, e sei que a
declaração é mentirosa, assim como eles são, por acharem ser correto retirar o texto.
6. Em 1885, todos os seus “Testemunhos” foram republicados em quatro volumes sob a vista do seu próprio
filho e de um editor crítico. Abrindo ao acaso em quatro diferentes páginas do Vol. I, as li e comparei com a
publicação original que possuo. Encontrei uma média de vinte e quatro mudanças de palavras em cada página!
Suas palavras foram extirpadas e outras palavras colocadas; outras mudanças feitas, em alguns casos tantas que
ficou difícil ler as duas juntas. À mesma taxa, nos quatro volumes, seriam 63720 mudanças.
Considere, então, as palavras que foram introduzidas por seu esposo, por seu copista, por seu filho, por seus
editores e as que foram copiadas de outros autores, e provavelmente elas totalizarão de um décimo a um quarto de
todos os seus livros. Inspiração de excelente qualidade é esta! O leitor comum não sabe nada a respeito destes
fatos danosos, mas eu não poderia deixar de conhecê-los, pois onde estive vi por mim mesmo. Eu poderia encher
um volume inteiro com provas dos erros dela, pois todos os seus livros estão cheios deles. Selecionarei apenas
alguns poucos.

A PORTA FECHADA.
Por vários anos, após 1844, a Sra. White teve visões falando que a provação terminara naquele ano e que não
havia mais salvação para os pecadores. É claro que agora ela teve que negar isto, mas a prova é esmagadoramente
contra ela.
1. Os Adventistas do Sétimo Dia são obrigados a admitir que por algum tempo, após 1844, os Adventistas
sustentavam que a provação havia terminado. Até mesmo a Sra. White admite isto. Ela diz: “Depois de passado o
tempo de expectativa, em 1844, os Adventistas ainda acreditavam estar muito próxima a vinda do Salvador. Eles
afirmavam que a obra de Cristo, como intercessor do homem diante de Deus, havia terminado. Tendo dado o
alerta do julgamento próximo, sentiram que a sua obra estava concluída, e perderam seu encargo para a salvação
das almas dos pecadores... Tudo isso confirmou-lhes a crença de que a provação terminara, ou, como eles então se
expressaram, 'a porta da misericórdia estava fechada'.” (Great Controversy, pág. 268; O Grande Conflito, pág.
429, http://www.ellenwhitebooks.com/?l=1&p=429). Esta declaração da própria Sra. White é suficiente para
estabelecer a questão de que os Adventistas acreditavam que “a porta da misericórdia estava fechada” em 1844.
Observe aqui que a “porta fechada” significa o fim da provação, o fechar da misericórdia para os pecadores.
Por algum tempo o Sr. Miller defendeu a porta fechada em 1844. Ele diz: “Fizemos nossa obra de avisar os
pecadores e tentar despertar uma igreja formal. Deus, em sua providência, fechou a porta. Só podemos nos
estimular uns aos outros para sermos pacientes.” (Advent Herald, 11 de dezembro de 1844). A seguir, no Voice of
Truth, 19 de fevereiro de 1845, ele fala: “Desde então não tenho visto nenhuma conversão genuína.”
O Ancião G. I. Butler, no Review and Herald, 3 de março de 1885, diz: “À medida que o tempo passou, houve
um sentimento geral entre todos os crentes zelosos de que a sua obra pelo mundo estava feita.” “Não pode haver
dúvida de que durante meses, após passado o tempo, havia o sentimento geral de que a sua obra de advertir o
mundo estava terminada.” “A sua obrigação havia terminado, e assim seu trabalho findado.” Sim, isto é
exatamente o que eles acreditavam, a provação estava terminada.
2. Conversei com diversos indivíduos que confirmaram positivamente que eles ouviram ela ensinar isso
repetidamente. Muitos que ainda vivem poderão jurar que ouviram ela ensinar isto.
3. Testemunho escrito, de John Meqguier, Saco, Me., um homem destacado por sua integridade, escreve:
“Conhecemos bem o rumo de Ellen G. White, a visionária, enquanto estava no estado do Maine. Por ocasião das
primeiras visões, ela estava em minha casa em Poland, Maine. Ela disse que Deus havia lhe falado em visão que a
porta da misericórdia havia fechado, e não havia mais oportunidade para o mundo.” (The True Sabbath, de Miles
Grant, pág. 70). A Sra. L. S. Burdick, San Francisco, Califórnia, era bem familiarizada com a Sra. White. Ela

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escreve: “Tornei-me familiarizada com James White e Ellen Harmon (agora Sra. White) já no início de 1845.
Naquela época de meus primeiros contatos eles estavam em fanatismo desenfreado; costumavam sentar-se no
chão, em vez de em cadeiras, e rastejar em volta do chão como bebês. Tais extravagâncias eram consideradas um
sinal de humilhação. Eles não eram casados, mas viajavam juntos. Ellen estava tendo aquilo que era chamado de
visões; disse que Deus havia lhe mostrado em visão que Jesus Cristo se levantou no décimo dia do sétimo mês de
1844 e fechou a porta da misericórdia; havia deixado para sempre o trono de mediador; todo o mundo estava
condenado e perdido e jamais poderia haver outro pecador salvo.” (L. S. Burdick, True Sabbath, pág. 72).
O. R. L. Crosier guardava o Sábado junto com eles em 1848. Ele escreve:
“Ann Arbor, Mich., 1 de dezembro de 1887.
Sim, eu sei que Ellen G. Harmon, agora Sra. White, defendia a teoria da porta fechada naquela data.” A seguir
ele fornece a prova. Estas pessoas conheciam os fatos e registraram seu testemunho por escrito.
4. The Present Truth, editor James White (filho de Ellen White), New York, maio de 1850, possui um artigo
escrito pelo editor sobre o “Santuário, 2300 Dias e a Porta Fechada.” O Ancião White diz: “Naquele ponto do
tempo [1844] o grito da meia-noite foi dado, a obra pelo mundo foi encerrada e Jesus passou para o Lugar
Santíssimo... Quando chegamos a este ponto do tempo toda a nossa compaixão, encargo e orações pelos pecadores
terminou, e o sentimento e testemunho unânimes foi de que o trabalho pelo mundo estava concluído para
sempre... Ele [Jesus] é ainda misericordioso para seus santos, e sempre será; e Jesus ainda é o seu advogado e
sacerdote; mas o pecador, para quem Jesus havia estendido seus braços durante todo o dia, e que rejeitou as
ofertas de salvação, ficou sem um advogado quando Jesus saiu o lugar santo e fechou a porta em 1844.”
Qualquer homem honesto pode ver que a “porta fechada” significa que não há mais salvação para os
pecadores, e isto é o que o Ancião White ensinava em 1850. Em um relatório de trabalho no Advent Review, 15
de maio de 1850, o Ancião White, ao noticiar a morte de uma irmã Hastings, diz: “Ela abraçou o Sábado em 1846,
e sempre acreditou que a obra de alertar o mundo se fechou em 1844.”
Novamente, “Muitos irão nos apontar para aquele de quem se diz estar convertido, como prova positiva de
que a porta não está fechada, sendo oferecida assim a palavra de Deus para os sentimentos do indivíduo.” (Present
Truth, dezembro de 1849). Isto mostra que eles defendiam por alguns anos, após 1844, a ideia da porta fechada.
Que doutrina fanática e abominável foi esta, para Cristãos ensinarem! A Sra. White estava afinada com eles e em
plena harmonia com isso todos esses anos. Ela teve revelações quase diariamente. Se elas fossem de Deus, por que
ela não os corrigiu deste erro pavoroso? Mesmo que ela não tenha dito nada confirmando esta ilusão, ainda assim
o simples fato de ela não ter tido nenhuma revelação durante todos esses anos contradizendo a doutrina, já é
suficiente para destruir a sua reivindicação de inspiração. Mas o fato é que ela ensinou este erro tão enfaticamente
em suas visões, como os seus irmãos fizeram em seus argumentos.
Aqui estão suas próprias palavras: “24 de março de 1849... Foi-me mostrado que os mandamentos de Deus, e
o testemunho de Jesus Cristo relacionado com o fechar da Porta não podiam ser separados... Vi que misteriosos
sinais, maravilhas e falsos avivamentos aumentariam e se espalhariam. Os avivamentos que me foram mostrados
não eram avivamentos do erro para a verdade, mas do mal para o pior, pois aqueles que professaram uma
mudança de coração apenas o haviam embrulhado em uma roupagem religiosa, a qual cobriu a iniquidade de um
coração ímpio. Alguns pareceram estar realmente convertidos para enganar o povo de Deus, mas se os seus
corações pudessem ser vistos iriam se mostrar tão negros como sempre. Meu anjo acompanhante mandou-me
olhar para o trabalho pelas almas dos pecadores, como costumava ser. Eu olhei, mas não podia vê-lo, pois o tempo
para a sua salvação é passado.” (Present Truth, pág. 21-22, publicado em Agosto, 1849, Primeiros Escritos, pág.
45; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=27&p=45).
Temos aqui, tão claro quanto a linguagem pode expressar, o fechar da porta e nenhuma misericórdia para os
pecadores. Cada leitor sincero sabe o que isto ensina. É lamentável ver as mudanças e reviravoltas, evasivas,
artifícios, sofismas, senão algo pior, que foram colocados sobre esta passagem para salvar as visões da Sra. White.
Mas ainda assim ela permanece para zombar de todos os seus esforços. Aqui está outra passagem ensinando a
mesma doutrina: “Era tão impossível para eles [os que abandonaram a fé no movimento de 1844] voltarem ao
caminho novamente e irem para a cidade, como para todo o mundo ímpio que Deus havia rejeitado.” (A Word to
the Little Flock, pág. 14, publicado em 1847; Mensagens Escolhidas, Vol. 1, http://www.ellenwhitebooks.com/?
l=26&p=61). Naquela época, então, Deus havia rejeitado o mundo ímpio – porta fechada, como podem ver.
Aqui está outra visão na qual ela ensina a doutrina da porta fechada na sua pior forma, que é a de que após
1844 nenhum raio de luz veio de Jesus para o ímpio, mas que todos eles estão entregues ao diabo, para quem
agora oram, ao invés de ser para Deus. Após Jesus ter deixado o lugar santo, ela diz: “Não vi um raio de luz

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sequer passar de Jesus para a multidão descuidada depois que ele se levantou, e eles foram deixados em completas
trevas... Satanás parecia estar junto ao trono para continuar a obra de Deus. Vi-os erguer os olhos para o trono e
orar: 'Pai, dá-nos o Teu Espírito'. Então Satanás soprou sobre eles uma influência má.” (Early Writings, pág. 46-
47; Primeiros Escritos, pág. 55, 56, http://www.ellenwhitebooks.com/?l=27&p=55). Nenhum raio de luz veio para
os pecadores desde 1844, mas todos foram deixados para o Diabo! Qual é a finalidade de eles negarem que ela
ensinou esta doutrina? Ela certamente o fez, e eles sabem disso. Este fato, e a negação ousada de agora, a
caracterizam como uma falsa mestra.
Destacarei brevemente alguns outros erros que ela cometeu, suficientes para mostrar que ela é totalmente não-
confiável.
1. Por cerca de quarenta anos ela, ela mesma, tem esperado constantemente o fim do mundo, e este não veio
ainda. Apenas isto deveria abrir os olhos de todos para ver que ela não possui o conhecimento do futuro.
2. Escravos. Em 1849, ela previu o que aconteceria quando Jesus viesse, e disse: “Vi o escravo piedoso
levantar-se com vitória e triunfo, e sacudir as cadeias que o ligavam, enquanto seu ímpio senhor estava em
confusão.” (Early Writings, pág. 28; História da Redenção, pág. 410, http://www.ellenwhitebooks.com/?
l=14&p=410). Mas agora não existem escravos. Na época ela não tinha sonhado com a abolição da escravidão.
3. Nações iradas. “As nações estão-se irando agora.” (Early Writings, pág. 29; Primeiros Escritos, pág. 36,
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=27&p=36). Isto foi há trinta e oito anos atrás. É preciso um longo tempo para
que elas comecem a lutar como loucas!
4. Outro erro. “Alguns estão olhando como se estivesse muito distante a vinda do Senhor.” (pág. 49; Primeiros
Escritos, pág. 58, http://www.ellenwhitebooks.com/?l=27&p=58). Isto foi há trinta e oito anos atrás, e nenhum
Adventista da época jamais imaginaria que iria ver os próximos dez anos.
5. Outra asneira. “O tempo para Jesus permanecer no lugar santíssimo estava quase terminado.” (pág. 49;
Primeiros Escritos, pág. 58, http://www.ellenwhitebooks.com/?l=27&p=58). Jesus entrou lá em 1844. Então, na
época ele estava lá por seis anos. Ela viu que o tempo para ele estar lá estava quase terminado, mas ele tem
continuado lá por sessenta anos. Uma profecia falsa, como qualquer um pode ver.
6. Uns poucos meses apenas, em 1849: “Agora o tempo está quase terminado, e o que durante [seis] anos
temos estado aprendendo, eles [novos convertidos] terão de aprender em poucos meses.” (pág. 57; Primeiros
Escritos, pág. 67, http://www.ellenwhitebooks.com/?l=27&p=67). Mas, em vez de uns poucos meses, eles têm
tido sessenta anos!
7. Ela quebrou o Sábado por onze anos. Embora tenha tido visão após visão sobre o Sábado, ainda assim, por
onze anos, todos eles o começavam às seis da tarde, ao invés do pôr do sol, como a lei exige (Lev. 23:32). Quando
descobriram seu erro, ela viu isto também em visão. Ela diz: “Eu compreendi por que foi assim que a esta altura
devemos mudar.” (Testimony Nº 1, pág. 13). Uma pobre líder ela é.
8. Suas predições sobre a rebelião (Guerra Civil Americana) foram um fracasso. “4 de janeiro de 1862, me
foram mostradas algumas coisas com relação à nossa nação.” (Testimonies, Vol. I, pág. 253). Todos irão se
lembrar da grande ansiedade e incerteza daqueles dias. Como terminaria a guerra? Especialmente ansioso estava o
seu povo, pois eram não-combatentes e candidatos ao recrutamento. Ali estava uma profetisa inspirada
precisamente em seu meio, tendo abundantes revelações sobre o comprimento das vestimentas das mulheres, o
que o povo deveria comer, etc. Que alívio para todos seria ter umas poucas e curtas palavras do céu sobre os
resultados da guerra. A pressão sobre ela por luz foi tão grande que ela teve que dizer alguma coisa. Então, ela
pegou sua pena e rabiscou às pressas sobre a guerra usando trinta e duas longas páginas. Hoje é divertido ler
aquilo. Esta “revelação” sozinha é suficiente para mostrar que ela não sabe absolutamente nada sobre o futuro.
Tudo o que escreveu era meramente uma reiteração da visão popular sobre a matéria naquele tempo. Citarei umas
poucas frases como exemplos:
“O sistema de escravidão, que tem arruinado nossa nação, vai ser deixado para nos empurrar para outra
rebelião.” A escravidão foi deixada para nos empurrar para outra rebelião? Agora nós sabemos que esta
declaração foi totalmente incorreta.
Novamente: “Pareceu impossível ter a guerra conduzida com sucesso.” (pág. 256). Outro fracasso, pois a
guerra foi conduzida com sucesso. Todos podem ver que as suas ideias eram justamente aquelas em geral
correntes naquele tempo.
Por longo tempo eu observei e estudei cuidadosamente a Sra. White, até que me satisfiz em saber que isto é
sempre verdadeiro sobre as suas profecias: elas são inteiramente moldadas pelo sentimento em volta dela num

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dado tempo. Aqui está outra: “Esta nação ainda será humilhada até o pó.” (pág. 259). E foi? Não. Novamente:
“Quando a Inglaterra declarar guerra, todas as nações buscarão os seus próprios interesses, e haverá guerra
generalizada.” (pág. 259). Algo deste tipo aconteceu? Não, mas isto era justamente o que todos esperavam. Uma
vez mais: “Tivesse nossa nação permanecido unida, teria havido força; mas dividida, ela cairá.” (pág. 260). Como
ela caiu! “Me foi mostrado angústia, perplexidade e fome na terra.” (pág. 260). Exatamente o que todos
esperavam na época, mas onde estava a fome? “Pareceu-me como uma impossibilidade ter a escravidão abolida
agora.” (pág. 266). É claro que parecia, pois isto era exatamente o modo como parecia para todos na época. Mas
isto parecia desse modo para Deus? Esta é a questão. Ela estava falando a ela?
Ela reivindica que o que escreve não é meramente suas próprias ideias, mas a mente do próprio Deus. Assim:
“Eu não escrevo um único artigo no papel expressando meramente minhas próprias ideias. Eles são o que Deus
abriu para mim em visão.” (Testimony Nº 31, pág. 63). Isto, então, era o modo como as coisas pareciam para
Deus naquela época! Novamente: “Sangue foi derramado como água, e por nada.” (Testimony for the Church,
Vol. I, pág. 367, http://www.ellenwhitebooks.com/?l=139&p=367). Foi por nada, Oh, bravos soldados? Oh, nação
liberta? Eu poderia dar dezenas de citações por todos os seus escritos, mostrando como eles sempre falharam em
toda a parte.

A REFORMA DO VESTUÁRIO.
Uma das piores tolices que a Sra. White já cometeu, a qual torna evidente o seu fanatismo e que Deus não tem
nada a ver com a sua obra, foi a mudança que ela fez no vestuário. Primeiramente, ela escreveu: “Deus não quer
que o seu povo adote a assim chamada reforma do vestuário.” (Testimonies, Vol. I, pág. 421; Testemunhos para a
Igreja, Inglês, pág. 421; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=139&p=421). “Uma ou duas polegadas, para que as
mulheres não usem seus vestidos de modo a limpar a sujeira das ruas”, isso estaria em harmonia com a sua fé
(pág. 424; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=139&p=424). Quatro anos se passaram, e ela escreve novamente:
“Deus quer agora que o seu povo adote a reforma do vestuário” (pág. 525;http://www.ellenwhitebooks.com/?
l=139&p=525). “Nove polegadas, de acordo com o meu ponto de vista sobre a matéria, como eu sou capaz de
expressá-lo em polegadas.” (pág. 521; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=139&p=521). Aqui estão duas
revelações exatamente opostas quanto ao estilo de vestuário e o comprimento: Uma polegada ou duas, depois
nove polegadas a partir do solo, é o comprimento.
O que ocasionou esta mudança na mente do Senhor? A resposta é fácil: No período entre as duas revelações, a
Sra. White passou algum tempo na “Casa” do Dr. Jackson, em Dansville, N. Y. Ali ela usou um vestido mais
curto com calças (N.T. “bloomer dress”, vestuário proposto por Amelia Jenks Bloomer, em cerca de 1850,
http://www.pinterest.com/pin/123075002289332682/); ficou com ideia fixa e logo teve uma visão exigindo sua
adoção, como acima. Isto é tudo sobre o assunto. Mas a vestimenta foi uma vergonha, uma desgraça e um fracasso
total. Pense sobre uma mulher modesta na rua vestindo calças, e seu vestido por cima cortado entre os calcanhares
e os joelhos! Mas, por oito anos a Sra. White impôs tal vestuário com todo o seu poder, vestindo-se como
exemplo, até que a maioria das irmãs também o vestissem. Mas isto criou uma perturbação terrível. Esposos
praguejavam, irmãos recusavam-se a caminhar com suas irmãs, homens escarneciam e meninos zombavam.
Algumas irmãs argumentaram, outras choraram, outras mais se rebelaram, mas a maioria se submeteu. Eu sei,
pois a minha própria esposa vestiu isso por oito anos – teve que. Finalmente, a Sra. White sorrateiramente retirou
aquilo de sobre si, e agora ninguém mais veste. Agora todos eles estão vivendo em violação direta a uma plena
revelação de Deus! O bom senso saiu à frente do fanatismo.
Se Deus tivesse falado alguma vez à Sra. White sobre qualquer assunto, ele também o fez sobre o vestuário,
exigindo às mulheres que usassem o bloomer dress. Eu estava lá e sei como ela o impunha, ouvi-a falar muitas
vezes. Seus Testemunhos da época estavam cheios disso. Ela disse: “Eu fiz o meu dever, dei meu testemunho; e
aqueles que têm me ouvido, e lido aquilo que escrevi, devem agora assumir a responsabilidade de receber ou
rejeitar a luz concedida. Se optarem por se aventurar a serem ouvintes negligentes e não cumprirem seu dever,
eles seguem por seu próprio risco, e serão responsáveis perante Deus.” (Testimonies, Vol. I, pág. 525). Ainda
assim todos eles assumiram o risco e despiram as tais vestes, a Sra. White juntamente com o restante. Como ela
saiu disso? Usando todos os tipos de evasivas; culpando a todos, exceto ela mesma. Isto tem sido uma grande
pedra de tropeço para eles.

SUAS REVELAÇÕES INFLUENCIADAS POR OUTROS.

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A Sra. White não originou nada. Em suas visões ela sempre vê exatamente o que ela e seus amigos, do
momento em que aconteciam as coisas, acreditavam e estavam interessados. Primeiramente seu esposo e outros
líderes aceitavam ou estudavam uma teoria, e expunham-na a ela até que a sua mente ficasse saturada da mesma.
Em seguida, quando ela está em seu transe, é apenas o que ela vê. Alguém que esteve por toda a obra do Advento
e o conhece muito bem, diz: “As visões não trouxeram nenhum dos pontos de fé sustentado pelos Adventistas do
sétimo Dia.”
A própria Sra. White confessa que é influenciada por outros ao escrever seus “Testemunhos.” Assim: “O que
apareceu no Testemunho Nº 11, no que diz respeito ao Instituto de Saúde, não deveria ter sido dado até que eu
estivesse capacitada para escrever tudo o que tenho visto com relação a ele... Cedi meu julgamento ao de outros e
escrevi aquilo que pareceu no Nº 11... Nisto eu fiz errado.” (Testimonies, Vol. I, pág. 563;
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=139&p=563). Ela aqui “permite que o gato saia fora do saco.” Ela fez uma
asneira tal, que foi obrigada a culpar alguém mais por isso, e assim teve que falar a verdade de que foi
influenciada por outros para fazer o que fez. Bela inspiração!
O Ancião White estava bem ciente de como ela era influenciada por outros para ver e escrever da forma como
estes a convenciam a fazer. Consequentemente, ele ficava muito enciumado por ter homens da liderança falando
qualquer coisa com ela a sós que fosse contrária às suas visões, pois temia que ela pudesse ter uma revelação
favorecendo-os e se opondo a ele, como de fato ela fez. Assim, ele escreveu: “A pressão tem sido terrivelmente
dura sobre a minha pobre esposa. Ela tem sido muito influenciada pelos Anciãos Butler e Haskell.” Novamente:
“Penso que a minha esposa tem sido mais severa do que o Senhor realmente requer que ela seja em alguns casos.
Satanás tem tirado grande vantagem... Os Anciãos Butler e Haskell têm tido uma influência sobre ela que eu
espero ver quebrada. Isto está quase arruinando-a. Estes homens não deveriam ser apoiados pelo nosso povo para
fazerem o que têm feito.” (James White, Battle Creek, 25 de maio de 1881). Isto mostra a confiança que o próprio
esposo dela tinha nas revelações dela.

A FILOSOFIA DAS VISÕES DA SRA. WHITE.


São abundantes as provas de que as visões da Sra. White eram meramente o resultado de enfermidade
nervosa, uma complicação de histeria, catalepsia e êxtase. Eu não tenho dúvida de que ela acreditava
honestamente nela mesma. Pessoalmente eu conheci quatro outras mulheres, todas Adventistas do Sétimo Dia,
que igualmente tinham visões. Todas eram Cristãs sinceras e acreditavam plenamente em suas próprias visões.
Mas todas eram mulheres com enfermidade nervosa e histéricas. Não havendo quem as encorajasse, mas tendo a
oposição de seus ministros, elas finalmente desistiram. Em cada época casos iguais têm sido numerosos, dos quais
alguns poucos, como os das senhoras Southcott, Ann Lee e White, tornaram-se notórios por algum tempo.
Livos médicos e enciclopédias, sob os títulos de “histeria”, “catalepsia” e “êxtase”, fornecem uma descrição
completa do caso da Sra. White, da forma como apresentado por ela própria e seu esposo. Isto qualquer um pode
ver com apenas um dia de estudo. Meu espaço só permitirá indicar alguns pontos.
1. O sexo – feminino. “A vasta preponderância de histeria no sexo feminino originou o nome.” (System of
Medicine, de Raynold, artigo Hysteria). Assim dizem as autoridades. Isto se aplica à Sra. White, uma mulher.
2. A época. “A histeria é infinitamente mais comum entre mulheres, começando usualmente dos quinze aos
dezoito ou vinte anos de idade.” (Theory and Practice of Medicine, de Roberts, pág. 399). “No sexo feminino, a
histeria usualmente tem início ao tempo da puberdade ou próximo dele, isto é, entre doze e dezoito anos de
idade.” (System of Medicine, de Raynold, artigo Hysteria). Aqui novamente a descrição se aplica exatamente ao
caso da Sra. White. Ela teve a sua primeira visão aos dezessete anos de idade (ver Testimonies, Vol. I, pág. 62;
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=139&p=58); http://www.ellenwhitebooks.com/?l=139&p=62). “Não obstante
este modo de vida, sua saúde não se deteriora materialmente.” (Cyclopedia, de Johnson, artigo Hysteria). Da
mesma forma com a Sra. White. Ela melhorou gradualmente em saúde e suas visões gradualmente cessaram. A
princípio ela teve visões quase diariamente, mas a frequência diminuiu gradualmente à medida que ela ficou mais
idosa e mais saudável. Depois dos quarenta e cinco anos de idade ela não teve a média de uma em cinco anos, e
mesmo estas são curtas e superficiais; até que atualmente parou completamente de tê-las. Agora leia isto: “A
histeria geralmente ataca mulheres desde a idade da puberdade até o declínio das funções peculiares de seu sexo.”
Cyclopedia, de Johnson, artigo Hysteria. Novamente o caso exato da Sra. White.
3. A causa. Histeria, catalepsia e êxtase são todas doenças nervosas que algumas vezes coexistem, alternam-se
ou combinam-se entre si, de modo que é difícil distingui-las. As causas principais são: “1. Distúrbio mental,
especialmente emocional; por exemplo, um pavor repentino, aflição ou ansiedade prolongados. 2. Influências

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físicas afetando o cérebro, como uma pancada ou trauma na cabeça.” (Theory and Practice of Medicine, de
Roberts, pág. 393). “Em dez dos meus casos a doença foi devida a causas reflexas, sendo que seis deles consistiam
de ferimentos na cabeça.” (Fundamental Nervous Disease, Putzel, pág. 66). Novamente isto se enquadra
exatamente na Sra. White. Aos nove anos de idade ela recebeu uma terrível pancada na face, que quebrou seu
nariz e quase a matou. Ela ficou inconsciente por três semanas. Veja sua vida em Testimony, Vol. I, pág. 9-10
(Testemunhos para a Igreja, Vol. I, Inglês; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=139&p=9). Este choque em seu
sistema nervoso foi a causa real de todas as visões que ela teve posteriormente.
4. Sempre enfraquecida e adoentada. “A maioria das pessoas histéricas não são saudáveis.” (Theory and
Practice of Medicine, Roberts, pág. 404). “Desmaios e palpitações cardíacas aparecem com muita frequência e
algumas vezes são tão severas que as pessoas afetadas parecem morrer.” (Encyclopedia Americana, artigo
Hysteria). Agora leia a vida da Sra. White, onde ela fala seguidamente, vezes após vezes sem conta, sobre
desmaiar frequentemente, dor no coração e sobre estar tão doente que esperava morrer. E é digno de nota que a
maioria das suas visões fossem imediatamente precedidas por alguns desses estágios de fascinação mortal. Isso
mostra claramente que as visões são resultados de debilidade nervosa. Ela diz: “Meus sentimentos estavam
extraordinariamente sensíveis.” (Testimonies Vol. I, pág. 12; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=139&p=12).
Agora leia isto: “Mulher... cujo sistema nervoso é extremamente sensível, são as mais suscetíveis a tendências
histéricas.” (Encyclopedia Americana, artigo Hysteria). Um ajuste exato.

A CONDIÇÃO FÍSICA DA SRA. WHITE COMO REGISTRADA POR ELA MESMA EM


TESTEMUNHOS, VOL. I.
Quando tinha nove anos de idade, uma menina a atingiu no nariz com uma pedra; quebrou-o e quase a matou
(pág. 9; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=139&p=9). “Permaneci em um estado de estupor por três semanas.”
(pág. 10). “Fiquei reduzida quase a um esqueleto.” (pág. 11). “Minha saúde parecia estar irremediavelmente
prejudicada.” (pág. 12). “Meu sistema nervoso estava em colapso.” (pág. 13). Aqui estava a origem da sua histeria
dos anos posteriores. Nesta condição ela “ouviu o surpreendente anúncio de que Cristo estava vindo em 1843.”
(pág. 14). “Estas palavras ficaram ressoando em meus ouvidos; 'o grande dia do Senhor está às portas'.” (pág. 15).
“Eu frequentemente participava dos encontros e acreditava que Jesus estava perto de vir.” (pág. 22). da sua
impressão do inferno, ela diz: “Minha imaginação se tornou tão trabalhada que a transpiração começaria.” (pág.
24). “Temi que fosse perder minha razão.” (pág. 25). A um só tempo ela se tornou insana por duas semanas, como
ela mesma escreve (Spiritual Gifts, Vol. II, pág. 51; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=148&p=9). Ela continua:
“Minha saúde estava muito precária.” (Testimonies, Vol. I, pág. 55; http://www.ellenwhitebooks.com/?
l=139&p=55).
Pensava-se que ela só fosse sobreviver por poucos dias. Então, foi nestas circunstâncias que ela teve a sua
primeira visão; realmente se encaixa (pág. 58). “Eu tinha apenas dezessete anos de idade, pequena e frágil.” (pág.
62). “Minha força foi tomada”, e anjos falaram com ela (pág. 64). “Meus amigos pensavam que eu não poderia
viver... imediatamente fui tomada em visão.” (pág. 67). Note que suas as visões aconteceram quando ela estava
muito doente! Isto conta a história; as visões são o resultado de sua debilidade física. Se fosse o poder do Espírito
Santo, por que Deus não enviou as visões quando ela estava bem? Por que não?
“Frequentemente eu desmaiei como um morto.” No dia seguinte ela estava bem e “percorreu trinta e oito
milhas.” (pág. 80; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=139&p=80). Isto é característico das mulheres histéricas,
como sabem todos os que as conhecem. Numa hora elas estão quase morrendo, e na próxima está tudo bem. A
Sra. White passou por isso milhares de vezes. Ela está quase morrendo, ora-se por ela, é curada por Deus e tudo
está bem em poucos minutos. Poucos dias depois ela passa exatamente pela mesma situação. Mas, se Deus a cura,
por que ela não permanece curada? Isto costumava me incomodar. Quando Jesus curava um homem, tinha ele que
voltar e ser curado novamente a cada poucos dias? Ela continua: “Desmaiei sob a responsabilidade. Alguns
temiam que eu estivesse morrendo... logo eu estava fora das coisas terrenas.” – teve uma visão (pág. 86).
Novamente: “Desmaiei, orações foram oferecidas por mim e fui abençoada e tomada em visão.” (pág. 88). Aqui
você tem a mesma velha história. É simplesmente a sua imaginação histérica, nada mais. Próxima página:
“Desmaiei... tomada em visão.” Assim ela vai através de todo o livro. Diz a Encyclopedia Americana, artigo
Hysteria: “Ataques de desmaios, palpitação do coração aparecem com muita frequência e algumas vezes são tão
severos que as pessoas afligidas com eles parecem estar morrendo.” Exatamente a Sra. White.
Página após página a mesma história se repete nela. Por volta da sua última visão, em 3 de janeiro de 1875,
ela estava muito enferma, até que a doença terminou numa visão (Testimonies, Vol. III, pág. 570; Testemunhos
para a Igreja, Vol. III, Inglês; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=141&p=570). Mortalmente doente, quase

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morta, então uma visão – esta é a história, vezes sem conta, escrita com sua própria pena. Isto conta a história. A
visão é o resultado da sua debilidade física.
5. Visões em público. “Como regra, um ataque de histeria ocorre quando outra pessoa está presente, e nunca
vem durante o sono.” (Theory and Practice of Medicine, de Roberts, pág. 401). A maioria das suas visões
aconteceram em público e geralmente enquanto ela estava muito doente, ou quando orando ou falando seriamente.
Este foi o caso da sua primeira visão (Spiritual Gifts, Vol. I, pág. 30). Da mesma forma, novamente nas páginas
37, 48, 51, 62, 83 e muitas outras ela teve suas visões na presença de muitos. Desconheço que ela tenha tido
alguma visão sozinha.
6. Inclinação para Exagerar e Enganar. Todos os livros médicos declaram que as pessoas histéricas são dadas
ao exagero e engano. A inclinação é irresistível. Nada consegue arrancar-lhes isto. Obstetrics, de Gurnsey, artigo
Hysteria, diz: “Tais pessoas entretêm seus ouvintes com fábulas maravilhosas e exploram o passado de suas
vidas... Estes relatos possuem um ar de total sinceridade bem calculados para enganar o ouvinte honesto, e tal
liberação desenfreada da imaginação e total esquecimento com relação à verdade, que são vulgarmente atribuídas
a uma completa falta de princípios a à vaidade mais desordenada, são na realidade devidos à condição mórbida do
organismo feminino, que é designado pelo termo compreensivo de histeria.”
A Sra. White está sempre falando quão grandes coisas ela fez. Os enganos que ela pratica com tanta
frequência, os quais eu mesmo testemunhei, estão aqui contabilizados em princípios que não acusam o caráter
moral, e eu fico contente em aceitar a explicação.
7. Não respira. “É usual a quase total parada respiratória.” “Geralmente parece sustar sua respiração.” (Theory
and Practice of Medicine, pág. 393-394). O Ancião White, descrevendo a condição dela em visão, diz: “Ela não
respira.” (Life Incidents, pág. 272). Eles sempre se referem a este fato com grande confiança, como prova do
sobrenatural em suas visões; mas constata-se que isto é comum nessas doenças.
8. Importância do eu. “Existe uma crença prevalecente na importância do eu, e a paciente pensa que ela difere
de qualquer outro ser humano.” (System of Medicine, de Raynold, artigo Hysteria). Exatamente a Sra. White.
Ouça-a exaltar a si mesma: “É Deus, e não um mortal errante, que falou.” “Deus colocou sobre meu esposo e
sobre mim uma obra especial.” “Deus nos designou para um trabalho mais penoso do que ele tem atribuído a
outros.” (Testimonies, Vol. III, pág. 257, 258, 26; Testemunhos para a Igreja, Vol. III, Inglês;
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=141&p=260). Eu a conheci por quase trinta anos, e nunca soube que ela
tenha feito confissão de um único pecado ou mal durante todo este tempo; não ela. Os Adventistas do Sétimo Dia
ridicularizam as reivindicações do Papa a respeito da sua infalibilidade, mas eles mesmos estão se curvando à
autoridade de uma mulher que faz as mais elevadas reivindicações de infalibilidade, as quais nenhum papa ou
profeta jamais fizeram. O espaço não me permitirá percorrer cada pormenor da sua experiência utilizando citações
de obras médicas e filosóficas comparadas com suas próprias declarações; mas mesmo estes dados acima são
suficientes para mostrar a natureza e filosofia dos seus ataques. Eles são o resultado de doença nervosa,
precisamente o mesmo que tem sido visto com frequência nos casos de milhares de outras mulheres enfermas.
9. Testemunho de três médicos. Dr. Fairfield foi criado como Adventista do Sétimo Dia; foi durante anos um
médico em seu Sanatório, em Battle Creek. Ele teve a melhor oportunidade para observar a Sra. White. Ele
escreve:
“Battle Creek, Mich., 28 de dezembro de 1887.
Caro Senhor,
O senhor está indubitavelmente certo em atribuir à doença as assim chamadas visões da Sra. E. G. White. Tive
a oportunidade de observar seu caso, lidando com ela por um longo período de anos, os quais, com um pleno
conhecimento da sua história desde o início, não me deixa duvidar de que seus ataques (“proféticos”) são
simplesmente transes histérios. A própria idade quase a curou.
W. J. Fairfield.”
Dr. Russell, por muito tempo Adventista do Sétimo Dia e um dos principais médicos no Sanatório, escreveu
em 12 de julho de 1869 que em algum tempo no passado ele havia se convencido de que “As visões da Sra. White
foram resultados de uma desorganização ou condição doentia do cérebro ou do sistema nervoso.” Quando deu
uma conferência em Pilot Grove, Iowa, 1865, em virtude de sua visita ao Instituto de Saúde do Dr. Jackson, ela
declarou que o doutor, mediante um exame médio, diagnosticou-a como vítima de histeria.” (Mrs. White's Claims
Examined, pág. 76).

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Aqui estão os testemunhos de três médicos que pessoalmente examinaram a Sra. White. Ela se uniu aos
Milleritas em seu grande excitamento de 1843-44. Em seus encontros ela frequentemente desmaiava devido à
excitação. No entusiasmo e fanatismo da época muitos tiveram vários “dons”, visões, transes, etc. Ela se
embriagou profundamente com este espírito. A aflição e o desapontamento da passagem do tempo marcado foram
demais para a sua débil condição. Diz o Dr. Roberts: “A causa deflagadora do primeiro ataque histérico é
geralmente algum distúrbio emocional poderoso e repentino.” “Algumas vezes o ataque é precedido por
desapontamento, medo, violência, excitação ou mesmo emoções religiosas.” Library of Universal Knowledge,
artigo Catalepsia). Exatamente o seu caso em 1844, no grande excitamento e desapontamento com os quais, na
época, ela se defrontou.

SUAS VISÕES DO CÉU, ANJOS, ETC.


Practice of Medicine, do Dr. George B. Woods, Vol. II, pág. 721, ao tratar de desordens mentais e explicar a
causa e fenômeno dos transes, diz: “Êxtase é um estado no qual, com uma perda da consciência das circunstâncias
existentes e insensibilidade para o que ocorre no exterior, existe uma aparente exaltação das funções intelectuais
ou emocionais, como se o indivíduo tivesse se elevado para uma natureza diferente ou diferente esfera de
existência. O paciente parece estar envolvido em algum pensamento ou sentimento cativante; seu rosto aparenta
uma expressão de contemplações sublimes ou deleite inefável... Uma vez recuperando-se da fascinação o paciente
geralmente se recorda de seus pensamentos e sentimentos mais ou menos acuradamente, e algumas vezes fala de
visões maravilhosas que contemplou; de visitas a regiões magníficas; de harmonia e esplendor arrebatadores; de
gozo inefável dos sentidos ou emoções.”
Uma pessoa perfeitamente familiarizada com a Sra. White não poderia descrever suas visões mais
acuradamente. Outra elevada autoridade médica, ao descrever o êxtase e catalepsia, diz: “Frequentemente
acontece que as duas doenças se alternam ou coexistem. No êxtase, os membros estão imóveis, mas não rígidos.
Os olhos estão abertos, as pupilas fixadas, os lábios lívidos se abrem em sorriso e os braços estendidos para
abraçar a visão sublime. O corpo está ereto e esticado até a sua maior altura, ou então estendido completamente na
postura deitada. Um radiante sorriso peculiar ilumina o semblante, e todo o aspecto e atitude é o de intensa
exaltação mental. Algumas vezes o paciente fica silencioso; a mente aparentemente sendo absorvida na meditação
ou em contemplação de alguma visão beatífica. Algumas vezes existe uma fala mística ou profecia, ou canção, ou
os lábios podem se mover sem qualquer som escapando... Usualmente existe completa insensibilidade para as
impressões externas. O êxtase é frequentemente associado à monomania religiosa. Antigamente era bastante
comum entre os enclausurados dos conventos, e atualmente não é difícil encontrá-lo nos encontros campais e
outros ajuntamentos de natureza similar. Muitas pessoas verdadeiramente devotas são propensas ao êxtase.” G.
Durant, M.D., Ph.D., membro da American Medical Association, associado da New York Academy of Medicine,
etc., etc., agraciado com várias medalhas.
Este é claramente o caso da Sra. White. Centenas de casos similares ocorreram em cada época, e estão
constantemente acontecendo agora. A parte triste disto é que muitas almas honestas são iludidas em receber tudo
isso como sendo uma revelação divina.
A ilusão é muita e de muitas formas:
1. É um erro e um engano.
2. Ela engana a si mesma e a outros.
3. Ela ensina falsas doutrinas.
4. Ela tem um espírito áspero, pouco caridoso.
5. Ela constrói uma seita isolada, e assim destrói toda a sua influência para o bem.
6. Seus ensinos tornam o seu povo limitado, fanático e melancólico. Assim ela estraga a paz de milhares de
almas.
7. Leva os seus defensores a enganar. Tendo receio de que isso irá feri-los em outros lugares, se for conhecido
em qual luz ela realmente baseia suas visões, eles as mantêm na retaguarda tanto quanto podem, e depois negam
que isso seja uma questão de importância para eles. Isto é falso e enganador, pois eles sustentam que a fé nas
visões dela é tão importante quanto guardar o Sábado, e que as suas visões são tão sagradas quanto a Bíblia.
8. Para defender seus enganos e erros, ela e os seus apologistas têm que negar os fatos mais claros e recorrer a
argumentos bastante questionáveis.

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9. Para defender seus erros, eles os comparam com supostos erros na Bíblia, e assim destroem a fé neste livro.
10. Ela governa todo o seu povo com vara de ferro e ordena para eles a respeito de todas as coisas, mesmo os
menores e mais particulares assuntos da vida familiar. Ela se vangloria de que a sua obra “vem para as minúcias
da vida.” (Testimonies, Vol. II, pág. 608; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=140&p=608). Com esta ideia ela se
intromete em todas as coisas públicas e particulares e em todos os negócios de família, até que a situação se torna
um aborrecimento intolerável para um homem de personalidade. Ela se intromete entre marido e esposa, pais e
filhos; rompe compromissos matrimoniais que não sejam convenientes a ela, dita a todos os seus seguidores
aquilo que eles devem comer, como e quando; o estilo e cor de seus trajes; seus negócios, a forma de dispor de
seus recursos, etc., etc. Como prova disto, a pessoa pode ler qualquer um de seus “Testemunhos”, pois eles estão
repletos disso.
11. Sua severidade e aspereza tem levado muitos a se desesperar, outros a se revoltar e outros a saírem da
igreja. Eu posso nomear muitos indivíduos e famílias cuja alegria ela arruinou. Ela feriu o coração e enegreceu a
vida da minha esposa com suas palavras cruéis ditas a ela. Qualquer um que se atreva a entrar em seu caminho
deve sucumbir, ser esmagado ou expulso. O esforço para vincular suas visões inspiradas à fé e consciência de toda
a denominação tem produzido contínua disputa, divisão e muito sentimento amargo entre eles pelos últimos
sessenta anos. Famílias, igrejas e conferências se dividem, enquanto centenas, sim, milhares, têm sido expulsos do
meio deles por não aceitarem as visões da Sra. White como sendo inspiradas.
12. Eles produzem dúvidas e infidelidade. Quando aqueles que têm sido levados a crer firmemente neles
finalmente chegam a ver que foram enganados, então estão em perigo de perder a fé em tudo o mais, abandonando
tudo e tornando-se infiéis ou ao menos céticos. Um grande número foi levado à ruína do modo como eu sei
pessoalmente. Alguns foram para os Espiritualistas; alguns para os Livre-Pensadores; alguns para os Shakers;
alguns para os Mórmons e outros para o mundo. “Durante a noite acordei meu esposo, dizendo, 'Temo que tenha
me tornado uma infiel.'” (Testimonies, Vol. I, pág. 597; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=139&p=597). Quão
diferente isto soa dos apóstolos.

A SRA. WHITE ENRIQUECE.


Não existe exemplo na Bíblia onde um profeta tirasse vantagem da sua inspiração para enriquecer a si mesmo.
Eles geralmente trabalharam arduamente, tinham pouco e morreram pobres. Mas a Sra. White começou na
pobreza. Ela diz: “Entramos em nosso trabalho sem um centavo.” (Testimonies, Vol. I, pág. 75;
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=139&p=75). Mas logo que eles se tornaram líderes, passaram a gerenciar
bem a si mesmos. Desde que eu os conheci, há trinta anos, eles têm tido abundância e usado recursos
regaladamente para si. Eles sempre têm do melhor em plenitude. Em qualquer lugar que foram, exigiram ser
servidos da maneira mais regalada. A Sra. White se traja ricamente, frequentemente mulheres são colocadas à
disposição para servi-la, e todo o seu tempo e despesas são pagos pela conferência.
Quando o Ancião White morreu ele deixou uma grande fortuna. Ele foi um homem de negócios habilidoso e
tirou vantagem da sua posição para beneficiar a si mesmo e à sua família; e ela o ajudou nisto por meio das suas
revelações. Quão diferente do Sr. Moody! A Sra. White tem oitenta anos; milhares a seguem; isto dá um grande
retorno; não tem uma única alma que não dependa dela; ela diz quando vai ser o tempo do fim; insta a todos para
reduzirem suas posses, embora receba enormes direitos autorais sobre todos os seus numerosos livros, e pareça tão
ávida por dinheiro quanto os outros. Como é isto?
No último ano em que estive com eles, ela recebia 18 dólares por semana; tinha duas mulheres à disposição
para servi-la e todas as despesas de viagens pagas. No mesmo ano eles venderam 20000 cópias do Great
Controversy (O Grande Conflito), recebendo por isso direitos autorais no valor de 2500 dólares, além dos
honorários de todos os seus trabalhos. Sua inspiração tem pago bem a ela financeiramente.
Tome um exemplo ou dois de como ela tem usado suas revelações para fazer dinheiro: em 1868, o Ancião
White tinha em mãos o valor de sete mil dólares em livros antigos que recebera de herança, os quais não haviam
sido vendidos e foram se valorizando com o tempo. Ele elaborou um plano para instituir um “fundo para livros”
visando a livre distribuição de livros e tratados. Este fundo ele utilizou para comprar os seus próprios livros
antigos e os dela! Quando o dinheiro não vinha na velocidade suficiente, ela tinha uma revelação sobre o assunto.
Desta forma: “Por que os nossos irmãos não se comprometem mais liberalmente com os livros e o fundo para
tratados? E por que os nossos ministros não tomam posse desse trabalho mais a sério? Nós não deveríamos nos
acomodar sobre este assunto. Nosso povo avançará neste trabalho. Os recursos virão. E diremos para aqueles que
são pobres e querem livros, que enviem seus pedidos... Enviaremos para vocês um pacote de livros contendo

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quatro volumes de Spiritual Gifts, How to Live, Appeal to Youth, Appeal to Mothers, Sabbath Readings e os dois
grandes quadros com explicações básicas... e cobraremos para o fundo quatro dólares.” (Testimonies, Vol. I pág.
689; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=139&p=689). Cada um destes livros era de sua própria autoria. O
dinheiro vinha e eles o embolsavam. Eu estava lá e sei.
A Sra. White tem agora quarenta livros inspirados. Todo esforço possível é feito para vendê-los, através de
todos os meios. Ela está constantemente instando a venda por meio da sua autoridade inspirada. Ouçam-na: “Os
volumes de Spirit of Prophecy e também os Testemunhos deveriam ser apresentados a cada família que guarda o
Sábado... Deixem que fiquem desgastados de tanto serem lidos por todos os vizinhos... Convençam a eles a
comprar exemplares... Luz tão preciosa, vinda do trono de Deus, está escondida debaixo do alqueire. Deus fará
seu povo responsável por esta negligência.” (Testimonies, Vol. IV, pág. 390, 391;
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=142&p=390). Assim, é óbvio seus livros devem ser empurrados e vendidos
enquanto ela faz dinheiro. Ser inspirado dá retorno!

POR QUE NO PASSADO EU ACREDITEI QUE A SRA. WHITE ERA INSPIRADA.


1. No passado eu aceitei as reivindicações de inspiração da Sra. White pela mesma razão que a maioria dos
seus seguidores aceitam. Primeiro eu aceitei o Sábado, e depois os outros pontos da sua fé, até que acabei
acreditando em tudo.
2. Uma vez entre eles, e fazendo parte deles, encontrei todos falando em fortes termos que a Sra. White era
inspirada por Deus. Eu supus que eles sabiam o que diziam, e assim tomei a palavra deles para mim; e isto é o que
fazem todos os que entram; é algo que não se pode negar.
3. Eu logo descobri que as suas revelações estavam tão conectadas com toda a história e crença da igreja, que
não poderia separá-las de forma consistente, da mesma forma que uma pessoa não poderia ser um Mórmon sem
acreditar em Joseph Smith. Eu acreditava tão firmemente nas outras doutrinas que engoli as visões junto com o
restante, e isto é o que todos fazem.
4. Quando comecei a ter suspeitas sobre as visões, defrontei-me com uma pressão tão forte que temi expressá-
las ou mesmo admiti-las para mim mesmo. Todos disseram que tais dúvidas eram do Diabo e levariam para uma
rejeição da verdade, e depois para a perdição. Deste modo eu não ousava pensar sobre o assunto nem investigar a
questão; e é assim que acontece com os outros.
5. Eu vi que todos aqueles que expressavam quaisquer dúvidas sobre as visões eram imediatamente
estigmatizados como “rebeldes”, “nas trevas”, “levado por Satanás”, “infiéis”, etc.
6. Não tendo fé em nenhuma outra doutrina ou povo, eu não sabia o que fazer nem para onde ir. Assim, eu
tentei acreditar nas visões e fui adiante exatamente como milhares deles fazem o tempo todo quando realmente
ficam em dúvida sobre elas.
Seu último Testemunho recém-publicado revela o fato de que existe um amplo esforço entre seu povo para
modificar as suas exaltadas reivindicações. Ela protesta veementemente e os alerta para que se mantenham no seu
lugar. Cedo ou tarde haverá uma revolta contra as suas reivindicações.
O texto seguinte, extraído da Encyclopedia, de Chamber, artigo Southcott, também é aplicável à Sra. White e
aos seus seguidores: “A história da própria Joanna Southcott não tem muito em si que seja espetacular; mas a
influência que exerceu sobre outros pode muito bem ser considerada como tal; e a paixão de seus seguidores é
difícil de ser entendida, particularmente quando considerado que alguns deles eram homens de alguma
inteligência e mentes instruídas. Provavelmente o segredo da sua influência repousa no fato de que a pobre
criatura era sincera em suas fervorosas ilusões. Semelhantemente, poucas pessoas no mundo são realmente
conscientes, de modo que estão sempre sujeitas a serem escravizados por outros que têm convicções de qualquer
tipo, ainda que grotescas. Em seu leito de morte, Joanna disse: 'Se eu estiver enganada, isto aconteceu por algum
espírito, bom ou mal.' A pobre Joanna nunca suspeitou que o espírito que desempenhou tais caprichos fora o seu
próprio.”
Exatamente assim acontece com a Sra. White. É espantoso que com todas as provas de suas falhas, homens
instruídos ainda sejam conduzidos por ela. Mas o caso de Joanna, de Ann Lee e outros nos ajuda a solucionar a
este. Todas acreditaram fervorosamente em suas próprias inspirações, e isto, somente, convenceu a outros.

AS ADIÇÕES DOS ADVENTISTAS À BÍBLIA.

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“A Bíblia e Somente a Bíblia como Regra de Fé e Prática”, são as palavras de ordem Protestante, pelas quais
os santos têm lutado e os mártires morrido.
A igreja Católica tem a Bíblia e – e – algo mais – um Papa infalível para interpretá-la.
A igreja Swedenborg tem a Bíblia e – e – algo mais – a revelação de Swedenborg para interpretá-la.
Os Shakers tem a Bíblia e – e – algo mais – a revelação da Mãe Ann Lee para interpretá-la.
Os Cientistas Cristãos tem a Bíblia e – e – algo mais – a Ciência e Saúde, da Sra. Eddy, para dizer o que ela
significa.
Os Adventistas do Sétimo Dia têm a Bíblia e – e – algo mais – as revelações da Sra. White para interpretá-la.
Cada uma das igrejas acima fez exatamente a mesma coisa, a saber, colocou junto com a boa e velha Bíblia
outro intérprete para dizer o que a velha Bíblia realmente quer dizer. Qualquer que seja o que estes novos
intérpretes venham a dizer a respeito do que ela significa, todos os seus membros têm de aceitar como verdade
sem questionamento adicional. Ousaria um Católico questionar a interpretação do Papa; ou um Mórmon
questionar a de Smith; ou um Adventista questionar a interpretação da Sra. White? Não mesmo!

62
CAPÍTULO IX

A NATUREZA DO MANDAMENTO DO SÁBADO.

Que o Sábado do decálogo era parcialmente moral e parcialmente cerimonial, ou positivo, tem sido em sua
natureza a doutrina da igreja como ensinada por seus melhores teólogos em todas as épocas. Tome uns poucos
exemplos dos muitos que poderiam ser dados. O Institutes Theological, de Watson, o grande padrão Metodista,
diz: “Mas como o comando é parcialmente positivo e parcialmente moral, podem ter circunstâncias que são
capazes de serem alteradas em perfeita obediência aos princípios morais sobre os quais repousa.” (Vol. II pág.
511). Igualmente o Comentário sobre Êx. 20:8-10, de Scott, diz: “A separação de uma porção do nosso tempo
para o serviço imediato de Deus é sem dúvida uma obrigação moral... Mas a proporção exata, como também o dia
específico, podem ser considerados como uma instituição positiva.”
A base moral do Sábado está prontamente manifesta. É razoável que o homem deva dedicar alguma parte do
seu tempo para o serviço especial e adoração a Deus, e nós naturalmente esperaríamos que o Senhor designasse de
alguma forma tal tempo, exatamente como ele fez no preceito do Sábado.
A experiência prova que a natureza física do homem requer um dia de descanso com periodicidade de um em
sete. Muitas experiências foram feitas e cuidadosas observações realizadas, todas mostrando que ambos, homens e
animais, realizarão mais trabalho em um determinado tempo; o farão de uma maneira melhor e preservarão mais a
saúde descansando a cada sétimo dia, do que se trabalhassem continuamente. Este é o testemunho de homens de
negócios e de médicos eminentes. Consequentemente, o descanso do Sábado tem seu fundamento na própria
natureza. A mente também requer um dia de descanso tão regularmente quanto o corpo. Pensamento e
concentração mental contínuos são danosos para a mente. Isto tem sido provado no caso de estudantes,
advogados, homens de negócios, etc. Socialmente e religiosamente o dia semanal de descanso é de extrema
importância para o bem maior do homem. Todos os outros meios combinados dificilmente podem se igualar em
propósito à observância do Dia do Senhor.
Então, no que diz respeito à influência da Igreja e seu poder para realizar o bem, estes repousam sobre seus
próprios membros e sobre a comunidade. Na sua vocação para ensinar e pregar o evangelho, o dia regular semanal
de descanso é o seu maior suporte, como todos sabem. Deste modo, se alguma lei de Deus possui uma base moral,
o mandamento do Sábado a tem. “O Sábado foi feito para o homem” porque ele precisava disto nos aspectos
físico, mental, social, moral e religioso. O Sr. Gladstone, diz: “O Domingo é uma necessidade para que a
faculdade retentiva da mente humana e a estrutura humana possam ter condições de cumprir seus deveres.”
Todas as experiências mostram que uma comunidade sem um dia Sabático de descanso é ímpia, imoral e
geralmente descuidada de valores intrínsecos. Por isso, quem se propõe a quebrar a restrição proporcionada por tal
dia de descanso é um inimigo da sociedade e da religião. Portanto, dizemos que a lei do Sábado repousa sobre
uma base moral, ao providenciar um dia Sabático semanal para a nação de Israel.

O LADO CERIMONIAL DO SÁBADO.


Mas quando vamos para o dia específico – qual ele deve ser – a natureza não o indica. Todos os benefícios
mencionados acima seriam assegurados ao se guardar tanto um dia quanto outro. Não haveria a mínima diferença
qualquer que fosse o dia escolhido. Suponha que todas as igrejas mudassem o dia e guardassem o Sábado ao invés
do Domingo; que diferença prática isso faria? Nenhuma. Descanso físico, descanso mental, privilégios social e
religioso, um dia quieto – tudo isto pode ser assegurado por um dia como também por outro, na medida em que
um dia inteiro seja considerado. Mas, para assegurar o maior bem com repeito ao dia, todos deveriam descansar
no mesmo dia. Onde isto não é feito, segue-se a confusão e o mal (Êx. 20:8-11).

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Deus não estipulou nenhuma diferença na natureza dos dias em si mesmos. Toda a natureza prossegue da
mesma forma como se todos os dias fossem iguais. Nós não vemos nada em um dia da semana que o diferencie de
outro, e não existe diferença. Nenhum dia é santo em si mesmo e por sua própria natureza. O erudito Dr. Edwards,
diz: “Nenhum período de duração idêntico é em si mesmo intrinsecamente santo.” (Sabbath Manual, pág. 92). Em
cada caso Deus teve que tornar o dia santo através de uma indicação especial. A mesma indicação para algum
outro dia o teria tornado igualmente santo.
Tampouco a natureza indica claramente a exata proporção do tempo a ser usado. Deste modo, o exemplo de
Deus, de seis dias de trabalho com o sétimo de descanso, sem dúvida foi dado como um modelo a seguir. Para isto
o Senhor apontava ao dar a lei do Sábado em Êx. 20. E este modelo divino todos os Cristãos agora seguem, ao
descansarem no dia do Senhor após seis dias de trabalho.
Outro fato que os Sabatistas negligenciam é que o ato de Deus descansar num dia não confere qualquer
santidade a ele. Gên. 2:2, diz: “E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou.” Igualmente
Êx. 20:11, ele “descansou ao sétimo dia; portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou.” Primeiro,
Deus descansou no dia, mas isto não o tornou santo. Depois disto ele o abençoou, mas ainda não era tempo santo.
Terceiro, ele o santificou, tornando-o santo. Logo, o dia não era santo em si mesmo, e nem o fato de Deus
descansar nele o tornou santo.
O Senhor fez com que outros dias se tornassem santos, dias nos quais ele nunca descansou. O dia da expiação
era tão santo quanto o Sábado semanal. Assim: “Tereis santa convocação... e toda a alma, que naquele mesmo dia
fizer algum trabalho, eu a destruirei do meio do seu povo. Nenhum trabalho fareis... será vosso Sábado de
descanso.” (Lev. 23:27-32). Desse modo existiam sete desses dias santos anuais. O Ancião Smith, Adventista, diz:
“A palavra Sábado significa descanso. Esta é a única ideia que ela transmite, primeira, última e todas no meio do
caminho, – interrupção do trabalho, descanso. Aqui existiam sete dias anuais nos quais deveria haver total
suspensão do trabalho. Eram esses dias Sábado ou não eram? Se não eram, pode alguém nos dizer por que não
eram?” (What Was Nailed to the Cross, pág. 11).
Portanto, de acordo com a Bíblia e os argumentos dos próprios Adventistas, dias diferentes podem se tornar
dias santos de Sábado sem que o Senhor descanse neles ou mesmo os abençoe, pois ele não fez nada disso nesses
dias. Ademais, um dia que uma vez foi um dia santo de Sábado – tão santo que provocava a morte de quem
trabalhava nele, como no caso do dia da expiação (Lev. 23:27:32) – pode deixar de ser assim e se tornar um dia de
trabalho comum (ver Col. 2:16). Nem mesmo os Adventistas guardam esses antigos dias santos.
Assim sendo, santidade pode ser colocada sobre um dia, tomada dele ou transferida para outro dia. Isto não
necessariamente se trata de uma questão permanente e imutável. Deixe os Sabatistas meditarem aqui por algum
tempo. Ainda mais: um dia, uma vez indicado e feito um dia santo de Sábado pelo próprio Deus, pode deixar de
ser assim e até mesmo se tornar odioso para Deus. Deste modo: “as luas novas e os Sábados, e a convocação das
assembleias; não posso suportar iniquidade, nem mesmo a reunião solene. As vossas luas novas e as vossas
solenidades, a minha alma as odeia; já me são pesadas; já estou cansado de as sofrer.” Todos estes dias santos o
próprio Deus havia indicado, mas veja como ele os detesta agora. Existe alguma prova, então, de que um dia
específico é santo atualmente pelo fato de ter sido santo alguma vez? Não, em parte alguma.
Observe, também, quantas muitas outras coisas foram tornadas santas pela indicação de Deus. Sob a lei lemos
sobre “o santo templo”, “o santo monte”, “a arca santa”, “os instrumentos santos”, “os vasos santos”, “a água
santa”, “o perfume santo”, “o altar santo”, “o véu santo”, “as vestes santas”, “o unguento santo”, “a nação santa”,
“o santo Sábado”, etc. Estes pertenciam ao culto e adoração de Deus em seu santo templo, o qual era “apenas uma
sombra”, “figura” ou “tipo do verdadeiro templo” – a “casa espiritual” de Cristo, “seu corpo, a igreja.” Enquanto
eles permaneceram como tipos, eram “santos”, mas não mais. Eles não tinham santidade inerente, mas foram
tornados santos pela ordem de Deus (Lei e Evangelho, de Adams, pág. 43).
Tal como todas as coisas santas acima, o sétimo dia não tinha santidade em si mesmo. Ele teve que ser “feito”
santo (Marcos 2:27). Mas os deveres morais não são feitos; eles existem na própria natureza das coisas. Por
exemplo, é moralmente errado matar. Matar teria sido errado mesmo se Deus não tivesse dado algum
mandamento contra isto. Mas nunca teria sido errado trabalhar no sétimo dia, a menos que Deus tivesse dado um
mandamento para guardá-lo. Portanto, a santidade deste dia não repousa sobre a natureza do dia em si, mas, como
uma centena de outras coisas santificadas, simplesmente por causa da indicação de Deus, que pode ser alterada em
qualquer tempo à Sua vontade.
Todos devem admitir que este mandamento difere daqueles que são considerados totalmente morais. Ninguém
poderia viver por toda a duração da sua existência em violação aberta aos mandamentos contra a idolatria,
blasfêmia, matar, adulterar, roubar, etc., e ainda assim ter qualquer expectativa de alcançar o Céu. Contudo, até o

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Sabatista mais zeloso admitirá que milhões de Cristãos devotos têm vivido vidas santas, sendo que nunca
guardaram o sétimo dia, mas, ao invés disso, descansam no Domingo. E os guardadores do Domingo admitirão
que aqueles que guardam o Sábado, ao invés do Domingo, são pessoas Cristãs. Agora, certamente um ou o outro
destas duas classes não guardam o mandamento do Sábado, se a coisa essencial for guardar o dia específico. Iria
algum Adventista do Sétimo Dia reconhecer como Cristão qualquer pessoa que a cada semana violasse a letra de
algum outro mandamento? Não. Tampouco ele iria desculpá-la por qualquer alegação de ignorância. Não
obstante, os Adventistas do Sétimo Dia admitiriam unanimemente que milhares à sua volta que não guardam o
mandamento do Sábado, como eles o interpretam, ainda assim são pessoas boas e Cristãs. Logo, com eles mesmo
sendo juízes, este mandamento difere dos outros de alguma forma.

O QUE É UMA CERIMÔNIA?


Os Adventistas proclamam que não havia nada de cerimonial no decálogo ou sobre o Sábado. Mas vamos
considerar o que é uma 'cerimônia'. O Webster diz: “Cerimônia: Rito exterior; forma externa na religião.” Isto é
exatamente o que a observância do Sábado era na adoração Judaica. Os Adventistas não classificam como
cerimonial a guarda de todos os outros dias santos? Sim, mas todos eles eram “santas convocações” (Lev. 23:2)
como o sétimo dia. Leia os próprios argumentos do Ancião Smith sobre este ponto. Ele diz: “Estes outros dias não
eram exatamente iguais àquele – dias de descanso e convocação? Eram estes dias também Sábados, ou não
eram?” (What Was Nailed to the Cross, pág. 11). Depois ele argumenta que todos eles eram Sábados, como o
sétimo dia. Bem, então se a guarda deles era uma cerimônia, e uma parte da lei “cerimonial”, então o mesmo é
verdade a respeito do sétimo dia.
A observância do Sábado em um dia particular era um culto cerimonial, o primeiro e principal de todos os
seus “ritos e formas externas.” Assim diz o Dictionary of the Bible, de Smith, artigo “Lei de Moisés”, sob o termo
“Lei Cerimonial”: “(3). Santidade dos Tempos, (a) O Sábado (Êx. 20:8-11); (b) O Ano Sabático; (c) Ano do
Jubileu; (d) A Páscoa; (e) A Festa das Semanas; (f) Festa dos Tabernáculos; (g) A Festa das Trombetas (Núm
29:1); (h) Dia da Expiação.” Assim, o Sábado se situa no topo de todas as estações cerimoniais. O próprio Deus
assim o posicionou (Lev. 23:1-44). “Estas serão as minhas festas: Seis dias trabalho se fará, mas o sétimo dia será
o Sábado.” Segue depois em ordem todos os dias santos do ano, com o Sábado situando-se em primeiro. Ele é
posicionado várias vezes deste modo, mostrando que para isto foi designado. Novamente diz o Dr. Smith: “O
Sábado era a nota tônica de uma escala de observância Sabática consistindo-se dele mesmo, do sétimo mês, do
sétimo ano e do Ano do Jubileu.”
Os Adventistas argumentam que o decálogo cobre todos os pecados. O maior compreende o menor, dizem
eles. O sexto mandamento proíbe matar, o maior crime do tipo, e que compreende e assim proíbe todos os pecados
menores do tipo, como a ira, briga, malícia, ódio, etc. Bem, se é assim, deixe-os agora tentar isto para o quarto
mandamento, e eles toparão com uma verdade que deveria abrir seus olhos, a saber, que o Sábado semanal, como
principal e cabeça de todas as épocas (dias, datas, períodos, estações) e cerimônias santas, foi colocado ali para
representar todas estas categorias na lei Judaica. O Rev. Dr. Potts, Metodista, diz: “A lei, sob a dispensação
Mosaica, foi formulada dentro de nove preceitos morais, com o mandamento do Sábado adicionado.” (The Lord's
Day our Sabbath, pág. 10).

O SÁBADO NUMA TERRA REDONDA.


Em sua própria natureza, todas as leis puramente morais são universais e eternas em sua aplicação; são
obrigatórias no céu, no Éden, sobre Judeus ou Gentios, santos ou pecadores, agora e para sempre. Faça passar por
esta regra o sétimo dia em particular, o Sábado, e ele falha em toda a parte. Vá para Vênus, onde os dias têm cerca
de vinte e três horas de duração; para Júpiter, onde eles duram apenas cerca de dez horas; para Saturno, onde
duram cerca de doze horas, ou para algum dos planetas maiores, onde os dias são muito mais longos em horas.
Como poderiam os habitantes desses mundos guardarem o nosso sétimo dia? Eles poderiam guardar “um” sétimo
dia, o seu próprio, mas este não seria o mesmo do nosso em duração de horas, nem chegaria ao mesmo tempo do
nosso. Seu sétimo dia não seria o nosso Sábado; nem seriam semelhantes o sétimo dia de qualquer de dois
planetas, nem chegariam no mesmo tempo. Todo o universo pode guardar uma sétima parte do tempo, mas não a
mesma sétima parte. Não sabendo disso, veja o que escreveu uma Sra. White totalmente equivocada. Ela diz: “Vi
que o Sábado nunca seria abolido, mas os santos remidos, e todas as hostes angelicais, o observarão em honra do
grande Criador por toda a eternidade.” (Spiritual Gifts, Vol. I, pág. 113, http://www.ellenwhitebooks.com/?
l=147&p=113). O Ancião U. Smith, Bibliotecal Instituta, pág. 145, diz: “Deduzimos que as mais elevadas ordens

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de suas inteligências também guardam o Sábado... O Sábado de cada uma dessas criaturas será o Sábado de todo o
restante, de modo que todos observarão o mesmo período juntos para o mesmo propósito.”
Temos aqui a sua teoria do sétimo dia definida em sua plenitude. Olhe para o total absurdo e impossibilidade
de tal teoria. Todos os seres inteligentes, no céu e na terra e em todos os outros planetas, guardarem “o mesmo
período juntos.” Desse modo o dia de Sábado deste nosso pequeno planeta regula os dias de Sábado de todos os
planetas do universo! Eu me pergunto como eles podem controlar isso em Júpiter, onde os dias têm apenas dez
horas de duração; ou em Vênus, onde eles têm vinte e três horas; ou em algum dos planetas onde eles são tão
longos que equivalem a vários dos nossos dias. Com o Sábado tem que durar de pôr do sol a pôr do sol (Lev.
23:32), eu me pergunto como eles descobriram como exatamente é o pôr do sol em todos aqueles planetas!
Os fatos inflexíveis mais perto de casa mostram que os filhos de Deus não observam, e não podem observar,
“o mesmo período juntos.” Todos sabem que é Sábado na Índia umas doze horas mais cedo do que é aqui, e que é
Sábado aqui doze horas depois de ter terminado o Sábado lá. Na Austrália, o dia começa dezoito horas antes do
que na Califórnia. Assim, os irmãos Adventistas do Sétimo Dia na Califórnia estão trabalhando quase todo o
tempo em que seus irmãos na Austrália estão guardando o Sábado! Venha até mesmo para mais perto de casa do
que isto. O sol se põe na Califórnia cerca de três horas depois do que se pôs no Maine. Logo, quando os
Adventistas do Sétimo Dia no Maine começam a guardar o Sábado, ao pôr do sol de Sexta-feira, seus próprios
irmãos, na Califórnia, onde o sol ainda está três horas alto, ainda estarão trabalhando por três horas! Sendo assim,
muitos poucos deles nesta terra observam “o mesmo período juntos.” Enquanto alguns deles estão guardando o
Sábado numa parte da terra, outros deles estão trabalhando em outra parte da terra. Muito menos, então, estarão
todas as hostes celestiais guardando o mesmo período junto com os homens sobre a terra.
Agora, se como disse a Sra. White e o irmão Smith, os anjos guardam o nosso Sábado, a pergunta é com qual
parcela de homens eles o guardam? Com os da Austrália ou com os da América? Se os anjos guardam o Sábado
ao mesmo tempo em que os Sabatistas o guardam na Austrália, então os Sabatistas na América estão trabalhando
enquanto os anjos guardam o Sábado; e assim, é claro, os anjos trabalham enquanto os daqui descansam. Assim
podemos ver quão absurdamente falsa é a teoria de que todos podem guardar o Sábado ao mesmo tempo.
Devo confessar que por muitos anos eu fui tão estúpido ao ponto de supor que o próprio Senhor guardava o
Sábado ao mesmo tempo em que eu o fazia na terra. Eu imaginava que quando o sol se punha na tarde de Sexta-
feira, e eu começava a guardar o Sábado, o Senhor e os anjos começavam a guardá-lo também. Mas agora eu vejo
quão totalmente impossível isto é, pois, se o Senhor guarda o Sábado ao mesmo tempo em que eu faço aqui, então
ele não o guarda junto com os irmãos em outra parte do globo, pelo fato de que eles começam o Sábado pelo
menos doze horas mais cedo do que nós aqui. Na verdade, tem-se exatamente quarenta e oito horas, ou o tempo de
dois dias inteiros, desde a hora em que qualquer um deles começa no extremo oeste, até que termine no lugar mais
a oeste. Poderia o leitor parar e pensar cuidadosamente, aguçadamente, sobre este ponto, pois o mesmo é deveras
importante? Tem-se vinte e quatro horas para o primeiro fim de um dia ficar claro ao redor da terra. Então, na
medida em que o último fim do dia está vinte e quatro horas atrás do primeiro fim, há também vinte e quatro horas
a mais para se tornar claro ao redor da terra, e isso totaliza quarenta e oito horas em cada dia nalgum lugar sobre a
terra.
Estou completamente seguro de que o Sabatista mediano sente que guarda o sétimo dia de forma santa com o
próprio Senhor, com os anjos e com todos os seus irmãos. Eu costumava me sentir desta forma, e as citações
acima da Sra. White e do Ancião Smith mostram cabalmente que eles também pensam assim. Mas vimos que não
pode ser dessa forma, a menos que o Senhor guardasse o tempo de dois dias inteiros a cada semana. E neste caso,
aqueles neste lado da terra estariam trabalhando, enquanto o Senhor estaria guardando o Sábado com aqueles do
outro lado da terra. Depois, aqueles no lado oposto da terra estariam trabalhando, enquanto o Senhor estivesse
guardando o Sábado com aqueles deste lado. E assim, ao final, nenhum deles estaria guardando o Sábado com o
Senhor! De fato, considerando-se o que ocorre ao redor da terra, não existe uma única hora em toda a semana na
qual não haja um Sabatista trabalhando em alguma parte da terra!
Ademais, o Senhor guarda o nosso sétimo dia conosco, ou ele guarda o sétimo dia com as pessoas em outros
planetas? Nossos dias e semanas não estão de forma alguma em harmonia com os deles, nem tampouco pode um
deles ser semelhante aos outros. Agora, se o Senhor descansa apenas no nosso Sábado, então ele não poderia
descansar no sétimo dia de Vênus, ou de Marte, ou de Júpiter, etc., já que o sétimo dia de cada planeta difere em
duração e chega em tempo diferente, comparado com o da nossa terra ou o de qualquer planeta. Como, então,
Deus poderia descansar em todos esses dias? Se Ele o fizesse, teria que guardar Sábado todo o tempo, e assim
ninguém, anjos ou homens, poderiam guardar o Sábado com o Senhor, caso trabalhassem!

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Como, então, fica a declaração da Sra. White, de que “todas as hostes angelicais” guardam o nosso Sábado?
Ou mesmo a hipótese do Ancião Smith, de que todo o universo observará “o mesmo período juntos”? Ambas são
totalmente absurdas. O mesmo sétimo dia específico não pode ser guardado por todo o universo; nem mesmo
apenas nesta terra ele não pode ser guardado por todos ao mesmo tempo; mas todos podem guardar uma sétima
parte do tempo.
Este princípio sobre o qual o quarto mandamento estava fundamentado pode ser de aplicação universal na
terra e no céu, no tempo ou na eternidade. Mas quanto a qual dia ele deveria ser, isto é uma questão de
consequência menor a ser determinada pelas circunstâncias de cada caso, as quais podem variar e variam em
épocas diferentes e em lugares diferentes. Para o povo Judeu, certamente era o sétimo dia, ou Sábado, e nenhum
outro dia poderia ter satisfeito o mandamento. Todas as rigorosas limitações e exigências do dia de Sábado sob a
lei Judaica poderiam ser levadas a cabo por um pequeno povo num território limitado, onde o sistema eclesiástico
impunha as regras. Um dia em particular, o sétimo (Deut. 5:12-13); horas definidas, do pôr do sol ao pôr do sol
(Lev. 23:32); nenhum fogo em todas as suas casas (Êx. 35:3); apedrejamento até a morte por pegar um graveto
(Núm. 15:32-36) – esta era a lei Judaica. Mas nós não somos Judeus e nem estamos sob a lei Judaica. Sob a nova
dispensação do Evangelho, outras circunstâncias surgiram de forma clara e grandiosa, marcando um outro dia
como o mais importante dia na memória Cristã – o dia da ressurreição. Quando o evangelho foi propagado para
todas as nações, para todos os climas e ao redor da terra, o dia de descanso Cristão foi necessária e sabiamente
deixado sobre uma base muito diferente.

QUANDO DEVEMOS COMEÇAR O DIA?


Se a salvação de um homem depende de guardar o mesmo dia, minuto a minuto, tal qual Deus o estabeleceu
na criação, então é infinitamente importante que nós saibamos exatamente onde o dia de Deus começa, para que o
nosso também comece lá. Mas o Senhor não disse uma palavra sobre isto e nem deu a mínima pista quanto a onde
começa o dia. E nem os Sabatistas sabem qualquer coisa a respeito disto, mas são obrigados a fazer suposições
sobre toda a coisa.
Hoje geralmente se convenciona que o dia começa numa certa linha a 180 graus a oeste de Greenwich,
Inglaterra. Ele corre norte e sul através do Pacífico cerca de 4000 milhas (6400 km) a oeste da América. Eu
escrevi ao Prof. E. E. Holden, do Observatório Lick, perguntando: “1. Temos a data quando a linha do dia foi
estabelecida ali? 2. Quem a estabeleceu, e por quê? 3. Quando? 4. O começo do dia tem sido considerado em
outros lugares, além de Greenwich?”
Ele respondeu: “1. Não havia data. 2. Ninguém. Foi por conveniência. 3. Durante os últimos cem anos. 4.
Sim. Nas Ilhas Canárias, Tenerife, Ferro, Paris, Berlim, Jerusalém, Washington, etc.”
Assim, vemos que: 1. Apenas nos últimos cem anos é que a linha do dia foi fixada onde está agora. 2. Isto foi
feito meramente por conveniência, não porque existia algo na natureza o exigindo. 3. Em diferentes épocas a
linha do dia tem sido contada a partir de pelo menos sete lugares diferentes – de Jerusalém, no leste; de
Washington, no oeste, com uma diferença de cerca de 8000 milhas (12800 km), ou um terço da distância ao redor
da terra. Consequentemente, o início do sétimo dia tem variado significativamente em datas diferentes. 4. Em
outro século ele pode ser mudado novamente. 5. Existe a mesma autoridade para considerar o começo da linha do
dia tanto para um lugar como para outro, e nenhuma autoridade divina para um lugar ou para outro, e nenhuma
autoridade divina para qualquer um deles, pois é tudo obra do homem e feito ao seu bel-prazer. 6. Deste modo,
naquilo que se refere ao dever para com Deus, qualquer nação, igreja ou sociedade estão livres para começar o dia
da forma que mais lhes apraz. Um lugar será tão adequado para estar em harmonia com a linha do dia de Deus
quanto outro.
Os Sabatistas na América podem fixar sua linha do dia no Atlântico, ao invés do Pacífico e assim o nosso
Domingo será o Sábado e eles estarão corretos e cobrirão uma nação em um dia! Alguém poderia provar que isto
não estaria em harmonia com a linha do dia que Deus estabeleceu na criação? Certamente não. Seria tão propenso
a estar correto como a linha do dia atual. Então, por que não fazer isso? Na verdade, isto é exatamente um paralelo
com o que os Adventistas do Sétimo Dia têm feito nos últimos anos, no caso de toda uma colônia no Oceânico
Pacífico.
A Ilha Pitcairn, no Pacífico, foi estabelecida há cem anos por pessoas que trouxeram todos os seus padrões
para o leste da Ásia. Mas aconteceu de a ilha estar no lado Americano da linha do dia atual. Assim, o seu
Domingo era o nosso Sábado, e todos eles guardaram a este por cem anos como se fosse Domingo. De acordo
com os Adventistas, isto era uma coisa horrível, pois o Domingo é o Sábado do Papa, a marca da besta.

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Posteriormente, há alguns anos, os Adventistas foram lá e converteram a todos a guardarem o Sábado. Como?
Eles simplesmente os induziram a mudar todo o seu reconhecimento da linha do dia umas poucas milhas, e eis que
o seu Domingo virou Sábado! Agora todos eles são piedosos guardadores do Sábado, ao passo que antes todos
guardavam o Domingo, a marca da besta! E, no entanto, eles estão guardando exatamente o mesmo dia que
sempre guardaram! Se isto não for manipulação, diga-me o que é. Isso ilustra a infantilidade de todo o
empreendimento Sabatista. Agora deixe os Adventistas mudarem a sua linha do dia um pouquinho mais para leste,
de modo a incluir a América, e assim eles vão poder guardar o nosso dia conosco.
Se o dia começava no lugar onde tradicionalmente se diz ser a localização do Éden, então a linha do dia
estaria a oeste, além da localização atual, por cerca de 7000 milhas (11200 km); a oeste até mesmo da Austrália, e
assim o povo do Sétimo dia na Austrália não está guardando o Sábado, afinal. Neste caso os guardadores do
Domingo da Nova Zelândia e Austrália estão agora realmente guardando o sétimo dia original, e os Sabatistas
estão guardando o sexto dia! Eles sabem, e podem provar, que isto não ocorre deste modo? Não, eles
simplesmente têm que aceitar e reconhecer a linha do dia exatamente como ela é, esteja certa ou errada, sem saber
qual deveria ser. E apesar disso, à grande custo eles têm enviado missionários lá para converter as pessoas a
guardarem outro dia, quando na realidade eles não sabem que aquelas pessoas estão efetivamente guardando o
sétimo dia, e eles próprios estão errados! Ninguém, nem mesmo eles, podem aspirar saber onde Deus começou a
contar aquele dia; mas, apesar disso, eles traçam a linha com a variação de um fio de cabelo e dizem que serão
amaldiçoados todos os que não se sujeitarem a esta linha e não contarem o dia a partir de tal ponto. A salvação da
alma de um homem dependeria de tais sutilezas matemáticas e tais incertezas como estas? Se depender, podemos
muito bem nos desesperançar de ir para o céu.
O próprio fato de Deus nunca ter revelado exatamente onde está a linha do dia, ou onde começa o sétimo dia,
mostra que isto não possui consequência para nós. O Alasca, o ponto mais a noroeste da América, era povoado
pelos Russos há séculos antes de a linha do dia existir. É óbvio que eles trouxeram consigo o seu cômputo, e
assim o seu Domingo caía no Sábado. Em 1867, nós compramos o Alasca e ele se tornou parte dos Estados
Unidos. No dia em que tomamos posse, as nossas leis mudaram o seu Domingo para Sábado, tudo por autoridade
humana. Isto mudou o Sábado Edênico para aquelas pessoas? Novamente, ao se ir ao redor da terra numa direção
nós perdemos um dia, e indo em outra ganhamos um dia. Todos têm que observar isto para estar em harmonia
com o mundo. Os Adventistas fazem isto, mas baseados em qual autoridade, e de onde ela vem? A Bíblia diz para
guardar o sétimo dia de pôr do sol a pôr do sol (Êx. 20:8-11, Lev. 23:32). Deixe dois Adventistas irem ao redor da
terra, partindo de Chicago; um indo para leste e outro para oeste. Cada um guarda cuidadosamente o sétimo dia
assim que o sol se põe. Quando eles se encontrarem novamente em Chicago, estarão separados por dois dias! Um
estará guardando o Domingo, e o outro a Sexta-feira. Como eles lidam com isto? Cada um desiste do seu próprio
sétimo dia e ambos assumem o do mundo. Ao fim das contas, ambos têm um dia mundano!
Observe a dificuldade de se cruzar a suposta linha do dia no Oceano Pacífico. Pessoalmente eu conversei com
alguns Sabatistas que cruzaram esta linha em ambas as direções, leste e oeste. Indo para oeste, um dia é
acrescentado; indo para leste, um é diminuído, e isto é feito ao meio dia do dia em que estão mais próximos da
suposta linha. No navio, um homem indo para oeste se senta para almoçar às 11:50 horas de Sexta-feira. Enquanto
está comendo, o tempo é mudado e ele se levanta do almoço sendo meio dia de Sábado! Depois ele tem apenas
seis horas de Sábado até o pôr do sol; ou indo para leste, ele se senta para almoçar no Sábado ao meio dia, e se
levanta do almoço na Sexta-feira depois do meio dia! Ele guardou dezoito horas do Sábado; então ele vai, num
segundo, ao pino do meio dia, e tem seis horas para trabalhar até o pôr do sol. Agora ele deve começar o Sábado
uma vez mais e guardá-lo novamente – por vinte e quatro horas! Numa situação ele guardou apenas seis horas do
Sábado, e na outra ele guardou quarenta e duas horas!
Estes fatos irreconciliáveis demonstram o total absurdo da visão Sabatista. Eles declaram que estas coisas não
lhes incomodam; mas eu sei que incomodam, e de forma muito prejudicial. Eles têm escrito muito sobre isto,
elaborado toda a sorte de diagramas, ilustrações e argumentos para superar a dificuldade; mas nenhum deles é
satisfatório nem para eles próprios. Consequentemente, novas metodologias têm sido constantemente inventadas
para se desviar da dificuldade. A última descoberta foi a adotada pelos ministros Adventistas do Sétimo Dia da
conferência de New York. É a de que a terra é absolutamente plana e estacionária; com o sol, a lua e as estrelas
muito menores do que a terra e se movimentando ao redor dela! “O sol, ele se move”, disse o ignorante, e eles
dizem, Amém.

O SÁBADO NO PÓLO NORTE.

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Testemos agora a teoria peremptória do Sétimo Dia nas regiões geladas do norte. O dia tem que ser guardado
de pôr do sol a pôr do sol (Lev. 23:32). Mas no inverno existem meses em que o sol nunca é visto, e assim eles
não têm por do sol. E novamente, no verão existem meses em que o sol está acima do horizonte todo o tempo, e
assim não existe por do sol. Aqui a teoria se esfacela completamente, e o dia tem que ser reconhecido por meios
artificiais. Eles podem guardar um sétimo do tempo, e isto é absolutamente tudo o que pode ser feito. Os
Adventistas do Sétimo Dia têm argumentado que não existe dificuldade real aqui; era tudo imaginário. Eles
tentam ridicularizar isso com uma risada; mas isto não explica os fatos; eu sei que eles mesmos têm sérios
problemas exatamente aqui. Tão grande foi a sua dificuldade, até mesmo no norte da Suécia e Noruega, que em
1886 foi seriamente discutido o assunto quanto a se eles deveriam mudar o reconhecimento do dia, não usando
mais o pôr do sol, como é hoje, mas sim a partir das 18:00 horas. A Sra. White e o filho estavam lá e eram
favoráveis à mudança. Eu estava num comitê da Conferência Geral para investigar a matéria. Nós decidimos
contra a mudança e ela foi abandonada. Em que dificuldades sem fim e inúteis as pessoas se metem tentando
guardar uma lei que foi projetada apenas para os Judeus numa localidade limitada. Quão discrepante da liberdade
e simplicidade do evangelho!
Em réplica a todos esses fatos que não podem ser negados, as pessoas do Sétimo Dia dizem: Não é o primeiro
dia da semana, ou Domingo, um dia exatamente definido como é o sétimo dia, ou Sábado? Não é tão difícil
guardar o Domingo ao redor da terra como é guardar o Sábado? Vocês não proclamam que o primeiro dia deveria
ser guardado em honra da ressurreição? As respostas para tais perguntas não são difíceis de dar. A ideia essencial
é a de que deveríamos dedicar um dia em sete para os deveres religiosos. Para assegurar o maior bem, todos
deveriam se unir à dedicação no mesmo dia. Desde os dias dos apóstolos a igreja Cristã tem, a um consenso,
observado o dia no qual Jesus ressuscitou da morte, o primeiro dia da semana, ou Domingo. Mas não é enfatizado
que seja absolutamente essencial que exatamente os mesmos minutos e horas, ou mesmo o dia específico, devam
ser guardados a todo custo e sob quaisquer circunstâncias. Isto seria legalismo e contrário à própria natureza e
liberdade do Evangelho. Supondo que o dia Judaico no qual Jesus ressuscitou fosse reconhecido do pôr do sol ao
pôr do sol, com indubitavelmente era, deveríamos nós também reconhecê-lo desta forma? Como se achou mais
conveniente reconhecer o dia de meia-noite a meia-noite, e como todos estão unidos fazendo assim, é para o maior
interesse da religião nos conformarmos a este costume. Se, ao viajar ao redor do mundo os homens errarem a sua
longitude, como no caso do Alasca e das Ilhas Pitcairn, e chamar o Sábado de Domingo, isso não é material. Eles
fizeram melhor em se unir do que brigar.
Se no longo período de trevas no polo norte os homens perdessem o tempo, e então selecionassem algum
outro período além daquele que corresponde exatamente ao nosso Domingo, hora por hora, a diferença não seria
material. Ou, se ao localizar a linha do dia que considera o início do dia, acontecer de esta linha estar localizada
5000 milhas além leste ou 10000 milhas além oeste, isto não teria feito uma partícula de diferença. E quanto a se o
Sábado de Júpiter, Marte, Netuno ou do próprio céu chega conforme as nossas horas ou não, pouco interesse tem
para nós. A matéria será estabelecida quando formos viver com eles. Assim, viajando ao redor da terra, seja para
leste ou oeste; ou cruzando a linha do dia, estejamos ou não habilitados a guardar exatamente o mesmo tempo, ou
a mesma exata sétima parte do tempo, minuto a minuto, é de mínima importância. Nós fazemos o melhor que
podemos diante das circunstâncias e nos adaptamos ao tempo da forma como é reconhecido por aquele para onde
vamos. “'Coar um mosquito e engolir um camelo” não é uma boa prática em qualquer situação. Mas com os
rígidos Sabatistas tudo isso é inteiramente diferente. Um dia determinado, começando precisamente numa linha
estabelecida até a minúcia, com minutos e segundos até a minúcia, é tempo santo. Se você não se encaixar
exatamente no tempo certo, poderia não estar guardando nenhum dia! Isto pode ter sido feito para o Judaísmo,
mas certamente não está de acordo com o espírito de liberdade do Evangelho.
Eu acredito que esta é uma declaração satisfatória da posição sustentada pelo grande corpo de observadores
esclarecidos do Domingo. Ela se harmoniza exatamente com a declaração do nosso Salvador, de que “o Sábado
foi feito para o homem, e não o homem para o Sábado.” (Marcos 2:27). O homem e seu bem maior vêm primeiro;
o Sábado é secundário e subserviente a estes. Os Sabatistas praticamente invertem esta ordem. O Sábado é a coisa
essencialmente importante, uma regra de ferro rígida, irredutível e inflexível. O homem, suas necessidades e seu
bem são de pouca ou nenhuma importância em comparação com o grande dever supremo de guardar o Sábado. “O
homem foi feito para o Sábado, e não o Sábado para o homem”, expressaria melhor a ideia da importância relativa
dos dois. É bom para as pessoas e para o mundo que tais ideias farisaicas tenham encontrado poucos defensores na
igreja de Cristo.

TEMPO PERDIDO.

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Como os Sabatistas sabem que o nosso Sábado é o sétimo dia exato desde a criação? Diz o Rev. J. H. Potts,
D.D, editor do Michigan Christian Advocate (Metodista): “Não pode ser provado por qualquer autoridade, seja
humana ou divina, que ao estipular o dia de Sábado Judaico Moisés tenha selecionado o sétimo dia regular
sucessivo do tempo humano desde Adão.” (The Lord's Day our Sabbath, pág. 12). Isto é endossado pelo Bispo
Harris e diversos outros teólogos eminentes. Igualmente o Rev. Geo. Elliott, em seu “Abiding Sabbath”, diz: “não
existem meios possíveis para se estabelecer o dia de Sábado original.” Assim falam todos os escritores imparciais.
Durante o longo período anterior ao dilúvio; durante a era patriarcal quando eles não tinham registros; durante
a escravidão no Egito, quando até mesmo o conhecimento tradicional foi amplamente perdido; durante a anarquia
sob os juízes e durante todas as eras desde então, poderiam eles estarem seguros de que nenhum engano foi
cometido, nem mesmo de um dia? É claro que não podem estar. O único meio possível que eles podem recorrer é
a tradição humana. Em resposta à minha pergunta sobre o assunto, o Rabino Isaac M. Wise, Cincinnati, Ohio, o
Judeu mais erudito do país, escreveu-me: “O Sábado Judaico é, com relação ao tempo específico, uma questão de
tradição.” Assim, ao final das contas, a sua guarda do sábado repousa sobre tradição de homens, a própria coisa
que os Adventistas condenam.
Mas é dito que se o dia se perdeu, Deus sabia qual seria e o teria indicado ao dar o maná. Ou, se tivesse
perdido antes do tempo de Cristo, ele saberia disso e os teria corrigido. Mas isto é presumir a própria coisa que se
quer provar, a saber, que Deus se preocupa muito com as horas e minutos específicos, como eles fazem. Isso eles
não podem provar. Evidentemente pela pouca importância que vinculou à guarda do Sábado Judaico, Jesus teria
guardado qualquer dia que encontrasse sendo observado pela nação.

70
CAPÍTULO X

PORQUE OS CRISTÃOS GUARDAM O DOMINGO.

Quase universalmente os Cristãos consideram o Domingo como um dia sagrado. Eles oferecem para isto
algumas razões adequadas? Na verdade, sim; e aquelas que têm sido consideradas satisfatórias para todos os
Cristãos mais capacitados que a Igreja já teve. Após ter guardado o sétimo dia e o defendido exaustivamente por
cerca de um quarto de século, contento-me em saber que o que fazia era um erro e que a bênção de Deus não
estava com a guarda do dia. Como milhares de outros, quando abracei o Sábado do Sétimo Dia eu pensava que o
argumento estava todo de um lado; tão claro que uma hora de leitura seria suficiente para estabelecê-lo; tão claro
que nenhum homem poderia rejeitar o Sábado e ser honesto. A única coisa espantosa para mim é que todos não
vissem isso e o abraçassem.
Mas, após guardá-lo por vinte e oito anos; após ter persuadido mais e de mil outros a guardá-lo; após ter
vasculhado toda a minha Bíblia, verso por verso, mais de vinte vezes; após ter usado o máximo da minha
capacidade para examinar minuciosamente cada texto, linha e palavra na Bíblia que tivessem a mais remota
relação com a questão do Sábado; após ter estudado todos eles, tanto no original quanto em muitas traduções;
após ter pesquisado em léxicos, concordâncias, comentários e dicionários; após ter lido uma braçada de livros
focando ambos os lados da questão; após ter lido cada linha sobre este ponto, escrita por todos os antigos pais da
igreja; e tendo escrito diversos trabalhos em favor do Sétimo Dia, os quais foram considerados satisfatórios para
os meus irmãos; após ter debatido a questão por mais de doze vezes; após ver os frutos de guardá-lo e pesar todas
as evidências no temor do Senhor, está plenamente estabelecido em minha mente e consciência que a evidência
está contra a guarda do Sétimo Dia.
Os que observam o Domingo dizem que fazem isto em honra da ressurreição de Cristo, que ocorreu naquele
dia; e que esta prática foi derivada dos apóstolos e tem sido continuada na igreja desde então. Vamos ver. “O dia
do Senhor” é um termo agora comumente aplicado ao primeiro dia da semana, em honra da ressurreição do
Senhor naquele dia (Baptist Church Directory, pág. 171). Com exceção de uns poucos Sabatistas de data recente,
toda a Cristandade, contando com quatrocentos e dezesseis milhões de pessoas, de todas as denominações e todas
as nações, consideram o Domingo como um dia sagrado e concordam em aplicar o termo ao primeiro dia. Aqui
está um fato atual grandioso e inegável. Quando é que esta tendência começou? Vamos rastreá-la nas
circunstâncias mais importantes através dos séculos.
Décimo oitavo século, 1760 D. C. O Rev. A. H. Lewis, D.D., Batista do Sétimo Dia, é o autor de “Critical
History of Sunday Legislation.” Da página 181, cita: “A profanação do Dia do Senhor é altamente ofensiva ao
Deus Todo-Poderoso.” (Leis de Massachussetts, 1760 D. C.).
Décimo sétimo século, 1676 D. C. As Leis de Carlos II, da Inglaterra, diz: “Para a melhor observância de
guardar santo o Dia do Senhor, comumente chamado Domingo, seja decretado...”, etc. (Critical History of Sunday
Legislation, pág. 108).
Décimo sexto século, 1536 D. C. Retrocedendo cerca de 300 anos até os reformadores, encontramos todos os
Cristãos chamando o Domingo de “Dia do Senhor”. Calvino, exprimindo o sentimento universal de seu tempo,
diz: “Os antigos substituíram, não sem razão suficiente, o que nós chamamos de Dia do Senhor no lugar do
Sábado.” (Institutas, de Calvino, Livro 2, capítulo VIII, seção 34). Lutero, Zwinglio, Beza, Bucer, Cranmer,
Tyndale, etc., igualmente falam do Dia do Senhor como o primeiro dia da semana. Aqui está outro grande fato
relativo ao Dia do Senhor. Ele existia e era universalmente observado há 300 anos.
Décimo quinto século, 1409 D. C. “Aquele que se diverte com jogos ilegais aos Domingos... seja aprisionado
por seis dias.” Estatuto de Henrique IV da Inglaterra (Critical History of Sunday Legislation, pág. 90).

71
Décimo Quarto século, 1359 D. C. “É estipulado por sanções da lei e do cânon que todos os Dias do Senhor
sejam veneravelmente observados.” Arcebispo de Canterbury (Critical History of Sunday Legislation, pág. 82).
Décimo terceiro século, 1281 D. C. “A obrigação de observar o Sábado legal, de acordo com a forma do
Velho Testamento, chegou ao fim.. ao qual no Novo Testamento sucedeu o costume de passar o Dia do Senhor...
em adoração a Deus. Arcebispo de Canterbury.” (Critical History of Sunday Legislation, pág. 81).
Décimo segundo século, 1174 D. C. “Ordenamos que estes dias seguintes sejam isentos de trabalho:... Todos
os Domingos no ano”, etc. Imperador de Constantinopla (History of Sabbath and Sunday, pág. 191).
Décimo primeiro século, 1025 D. C. “Comércio no Domingo nós também proibimos terminantemente.” Leis
da Dinamarca (Critical History of Sunday Legislation, pág. 77).
Décimo século, 975 D. C. “O Domingo deve ser solenemente reverenciado.” Leis Saxônicas (Critical History
of Sunday Legislation, pág. 75).
Nono século, 813 D. C. “Todos os Dias do Senhor devem ser observados com a devida veneração e de toda
obra servil deve-se abster.” Concílio de Mayence.
Oitavo século. No ano 747, um concílio Inglês declarou: “É ordenado que o Dia do Senhor seja celebrado com
a devida veneração e totalmente dedicado à adoração a Deus.” (History of the Sabbath, de Andrews, pág. 377).
Sétimo século, 695 D. C. “Se um escravo trabalhar no Domingo sob a ordem de seu senhor, que seja liberto.”
Leis Saxônicas (Critical History of Sunday Legislation, pág. 71).
Sexto século, 578 D. C. “No Dia do Senhor não é permitido colocar jugo sobre bois ou executar qualquer
outro trabalho, exceto por razões específicas.” (Concílio de Auxerre).
Quinto século. Retrocedendo a cerca de 450 D. C., chegamos à história da igreja escrita por Sozomen. No
livro 2, Capítulo VIII, pág. 22, a respeito de Constantino, ele diz: “Ele honrou o Dia do Senhor, porque neste dia
ressuscitou da morte.” Isso mostra o que era entendido por Dia do Senhor naqueles tempos primitivos.
Retrocedendo um pouco mais, até cerca de 400, alcançamos o grande teólogo da igreja primitiva, Santo
Agostinho. Ele diz: “O dia conhecido agora como Dia do Senhor, o oitavo, a saber, o qual é também o primeiro
dia da semana.” (Cartas de Santo Agostinho, carta 55, Capítulo XIII). Ele diz que em seu tempo o primeiro dia da
semana era conhecido como o Dia do Senhor.
Quarto século. Em 386 D. C., o Imperador de Roma decretou o seguinte: “No dia do sol, propriamente
chamado de Dia do Senhor por nossos ancestrais, haja cessação de ações judiciais, negócios e acusações.”
(Critical History of Sunday Legislation, pág. 36). Até mesmo a lei civil daquela data primitiva reconhecia o
Domingo como o Dia do Senhor.
Voltando à era de Constantino o Grande, o primeiro Imperador Cristão, chegamos a Eusébio, o “Pai da
História da Igreja”, 324 D. C. Ele usa de forma constante e familiar o termo “Dia do Senhor” para o primeiro dia
da semana. Uma passagem: “Eles (os Judeus Cristãos) também observam o Sábado, e outros discípulos dos
Judeus, exatamente iguais e eles; mas, por outro lado, também celebram o Dia do Senhor tanto quanto nós em
comemoração da sua ressurreição.” (História Eclesiástica, livro 3, Capítulo XXVII). Aqui o Dia do Senhor é
distinguido do Sábado Judaico, e é dito ser guardado por conta da ressurreição.
Isso nos traz à era dos Pais Cristãos Primitivos. Citarei da forma como traduzido na “Biblioteca Cristã Ante-
Nicena.”
306 D. C. Pedro, Bispo de Alexandria, no Egito: “Mas o Dia do Senhor nós celebramos como um dia de
regozijo, porque neste ele se levantou novamente.” (Cânon 15).
Terceiro século, 270 D. C. Anatólio, Bispo de Laodicéia, na Ásia Menor: “Nossa consideração pela
ressurreição do Senhor, que se deu no Dia do Senhor, nos conduzirá a celebrá-lo sobre o mesmo princípio.”
(Capítulo X).
Cerca de 250 D. C. A Constituição Apostólica: “No dia da ressurreição do nosso Senhor, que é o Dia do
Senhor, reúnam-se mais diligentemente.” (Livro 2, Seção 7).
250 D. C. Cipriano, Bispo de Cartago, na África: “O oitavo dia, isto é, o primeiro dia depois do Sábado e o
Dia do Senhor.” (Epístola 58, seção 4).
200 D. C. Tertuliano na África: “Nós solenizamos o dia posterior ao Sábado, em contradistinção àqueles que
chamam esse dia seu Sábado.” (Apologia, Capítulo XVI). “Nós, entretanto, exatamente como recebemos, apenas

72
no dia da ressurreição do Senhor devemos guardar, não só o dobrar os joelhos, mas termos uma postura de
trabalho e ofício de solicitude, adiando até mesmo os nossos negócios.” (Sobre Oração, Capítulo XXIII).
Segundo século, 194 D. C. Clemente de Alexandria, Egito: “Ele, em cumprimento do preceito, guarda o Dia
do Senhor quando abandona uma má disposição e assume o mal do Gnóstico, glorificando em si mesmo a
ressurreição do Senhor.” (Livro VII, Capítulo XII).
180 D. C. Bardesanes, Edessa, Ásia: “No dia primeiro da semana, nos reunimos juntos.” (Livro das Leis dos
Países, 180 D. C.).
140 D. C. Justino Mártir: “Mas Domingo é o dia no qual nós todos temos nossa assembleia comum, porque
Jesus Cristo, nosso Salvador, no mesmo dia se levantou da morte.” (Apologia, Capítulo LXVII).
120 D. C. Barnabé. “Guardamos com júbilo o oitavo dia; o dia, também, no qual Jesus ressuscitou da morte.”
(Capítulo XVII).
96 D. C. São João em Patmos: “E fui arrebatado em espírito no Dia do Senhor.” (Apoc. 1:10).
60 D. C. Lucas, Ásia Menor: “E no primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão,
Paulo pregava para eles.” (Atos 20:7).
Assim temos traçado o Dia do Senhor, ou Domingo, como um dia sagrado entre os Cristãos, desde o nosso
tempo e através dos séculos até os dias do Novo Testamento.
Quem pode deixar de ver que se fala do “Dia do Senhor” e do “primeiro dia da semana” do mesmo modo,
tanto pelos apóstolos quanto por todos os pais e reformadores até os nossos dias? Para qualquer mente imparcial a
evidência é conclusiva para que o Dia do Senhor de Apoc. 1:10, escrito em 96 D. C., é o mesmo dia da
ressurreição em cada exemplo onde é usado por todos os pais Cristãos que se seguiram imediatamente a João.
Observe este fato: Não há nenhum lugar, seja na Bíblia ou em toda a história, onde possa ser encontrada alguma
passagem onde o termo Dia do Senhor seja aplicado ao sétimo dia, o Sábado Judaico. Este fato deveria ser e é
decisivo quanto ao significado em Apoc. 1:10. Até mesmo os próprios Sabatistas não chamam o sétimo dia de
“Dia do Senhor”, mas sempre dizem “o dia de Sábado.”

TESTEMUNHO DE LÉXICOS E ENCICLOPÉDIAS.


Webster: “Domingo, o primeiro dia da semana; o Sábado Cristão; o Dia do Senhor.”
Smith's Dictionary of the Bible: “Dia do Senhor. O primeiro dia da semana, ou Domingo, de cada era da
igreja.”
Schaff-Herzog Encyclopedia: “Dia do Senhor, a mais antiga e melhor designação do Sábado Cristão, usado
primeiramente por São João.” (Apoc. 1:10).
Buck's Theological Dictionary, artigo Sábado: “Ele (o primeiro dia da semana) é chamado Dia do Senhor.”
(Apoc. 1:10).
Johnson's New Universal Cyclopedia: “Dia do Senhor, um nome para o primeiro dia da semana, derivado de
Apoc. 1:10.”
As palavras Gregas traduzidas “Dia do Senhor” (Apoc. 1:10) são Kuriake hemera. Kuriake, o adjetivo, é
derivado do nome kurious, e é assim definido:
“Kuriakos – De, ou pertencente ao Senhor, isto é, ao Messias, do Senhor. 1 Cor. 11:20; Apoc. 1:10.”
(Greenfield).
“Kuriakos – Pertencente ao Senhor, ao Senhor Jesus Cristo; por exemplo, kuriakos deipnon, a Ceia do Senhor
(1 Cor. 11:20); kuriake hemera, o Dia do Senhor (Apoc. 1:10).” (Robinson).
“Kurikos – De, pertencendo a, com respeito a um senhor ou mestre, especialmente pertencendo ao Senhor
(Cristo); portanto kuriake hemera, o Dia do Senhor.” (Liddell & Scott).
“Este é o nome usual do Domingo usado pelos subsequentes pais Gregos.” (Parkhurst).
“Kuriakos – Pertencendo ao Senhor Jesus Cristo; o Senhor (1 Cor. 11:20; Apoc. 1:10).” (Bagster's Analytical
Greek Lexicon).

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Assim podemos ir por todos os léxicos encontrando a mesma definição em todos. Nenhum deles atribui este
termo a Deus o Pai, mas sem exceção todos o atribuem ao Senhor Jesus. Há, por conseguinte, boas razões para
esta concordância universal.
Da mesma forma os comentaristas:
“O Dia do Senhor. O primeiro dia da semana.” (Dr. Clark sobre Apoc. 1:10).
“No Dia do Senhor, que não pode significar outra coisa além do dia no qual o Senhor Jesus ressuscitou, é
também o primeiro dia da semana.” (Scott, sobre Apoc. 1:10).
O Dr. Barnes diz: “Ele era um dia particularmente dedicado ao Senhor Jesus, pois (a) este é o significado
natural da palavra Senhor, da forma como usada no Novo Testamento; e (b) Se a intenção fosse indicar o Sábado
Judaico, a palavra Sábado teria sido utilizada.”
Prof. Hacket, em seu comentário sobre Atos 1:24, diz: “Kuriakos, quando tomado absolutamente no Novo
Testamento, geralmente se refere a Cristo.”
“Dia do Senhor, a saber, o primeiro dia da semana.” (Burkett's Notes on the N. T.).
“O Dia do Senhor, o Sábado Cristão, o primeiro dia da semana.” (Eclectic Commentary on Rev. 1:10).
“O Dia do Senhor. O primeiro dia da semana, comemorativo da ressurreição do Senhor.” (Family Bible, com
nota sobre Apoc. 1:10). Vá por toda a lista de comentários, e todos dizem a mesma coisa. Será que eles não têm
fundamentos para isto? Sim, bons o suficiente para serem conclusivos.
1. Em toda a Bíblia, o sétimo dia não é chamado nenhuma vez de Dia do Senhor.
2. “O Sábado” era o termo invariavelmente usado para o sétimo dia Judaico. O próprio João sempre usou o
termo quando falava do sétimo dia (ver João 5:9, 10, 16, 18; 7:22, 23; 9:14, 16; 19:31). Se ele tivesse a intenção
de se referir ao sétimo dia em Apoc. 1:10, certamente teria dito “Dia de Sábado”, e não Dia do Senhor.
3. A palavra Grega kuriakos é uma palavra nova originada no Novo Testamento e encontrada apenas em um
único lugar, 1 Cor. 11:20, “a Ceia do Senhor”. Além de qualquer questionamento ela é aplicada ao Senhor Jesus.
“O adjetivo kuriake foi 'formado pelos próprios apóstolos.' (Winer, N. T. Gram., pág. 226). Para a mesma
conclusão testificam Lidell e Scott. Sobre o modo de lidar com as palavras em seus léxicos, eles dizem: 'Sempre
visamos dar a autoridade mais primitiva do seu uso inicial. Depois, caso não tenha sido introduzida por escritores
posteriores, o deixamos apenas com aquela autoridade primitiva.' (Pref., pág. 20). Quando nos voltamos para a
palavra kuriakos, eles apresentam o Novo Testamento como a sua primeira citação, e por isso como sua
autoridade primitiva. A pergunta que se apresenta agora é por que formar uma palavra nova para expressar uma
instituição sagrada, se a própria instituição não fosse nova? Winer diz: 'Palavras e frases inteiramente novas eram
construídas principalmente por meio de uma composição, e na maioria das vezes para suprimir alguma
necessidade sensível.' (Gram., pág. 25). Qual necessidade sensível com respeito ao Sábado, o Velho Testamento
deixou sem definição? Claramente a nova necessidade surgiu a partir de uma nova instituição. Esta posição recebe
reforço adicional pelo fato de que no Novo Testamento temos apenas um outro uso da palavra kuriakos,
encontrado em 1 Cor. 11:20, designando 'a Ceia do Senhor', a qual certamente é uma instituição nova.” (Peter
Vogel, em debate com Waggoner, pág. 110). Este é um ponto importantíssimo e certamente decisivo.
4. Como o evangelho era uma instituição nova, ele necessitava do uso de novos termos. Deste modo temos
“Cristãos” (Atos 11:26), como o novo nome para o povo de Deus; “apóstolos”, “evangelistas” e “diáconos”, como
oficiais da igreja; “batismo”, como rito iniciatório na igreja; a “Ceia do Senhor” (1 Cor. 11:20) e o “Dia do
Senhor”, como instituições da igreja (Apoc. 1:10). As novas relações originadas pelo evangelho não poderiam ser
expressas pelos antigos termos da lei; e por consequência novas palavras e termos tiveram de ser usados. Por 1500
anos, “Sábado” havia sido estabelecido como o nome do dia semanal de descanso da lei, e ainda era utilizado por
todos para designar o sétimo dia. Consequentemente, se os Cristãos tinham um novo dia semanal de descanso
comemorando fatos do evangelho, eles tiveram que encontrar um novo termo para ele. Temos assim o “Dia do
Senhor.”
Existe uma boa razão para que no evangelho o “Dia do Senhor” seja o dia de Cristo. Oficialmente e
enfaticamente ele é o único Senhor nesta nova dispensação.
O termo Senhor se refere a Cristo em cerca de quatrocentos e cinquenta vezes no Novo Testamento. Assim,
no evangelho todas as coisas são usualmente ditas como pertencendo a Jesus, como “Os discípulos do Senhor”
(Atos 9:1), etc. Agora leia junto “O corpo do Senhor” (1 Cor. 11:29), “o cálice do Senhor”, “sangue do Senhor”
(verso 27); “morte do Senhor” (verso 26); “a mesa do Senhor” (1 Cor. 10:21). “A Ceia do Senhor” (1 Cor. 11:20);

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“o Dia do Senhor” (Apoc. 1:10). Não se referem todos ao mesmo Senhor? É claro que sim, e quem pode declinar
de admitir isto? Sob a jurisdição oficial de Jesus como Senhor vieram as necessidades de todas as instituições
agora vinculantes. Deste modo o Dia do Senhor é o Dia de Cristo, e este é o modo como sempre foi usado pelos
primeiros pais, como já vimos.
Objeções respondidas: O sétimo dia é chamado de “Sábado do Senhor” (Êx. 20:10); “meu santo dia” (Isa.
58:13); e Jesus diz que era “o Senhor do Sábado” (Mar. 2:28). O Sábado não é o Dia do Senhor? Não, pois:
1) A palavra Sábado é usada em cada um destes três textos, mas não é em Apoc. 1:10.
2) Todos os três textos foram ditos antes da cruz e sob a lei, mas Apoc. 1:10 está sob o evangelho.
3) O Sábado Judaico foi abolido na cruz (Col. 2:16; Rom. 14:5; Gál. 4:10), sessenta anos antes de João
escrever em Patmos, e assim não poderia ter sido o dia do Senhor quando João escreveu.
5) O fato de o termo “dia do Senhor”, imediatamente após o tempo de João, e onde quer que seja utilizado
pela igreja primitiva ser sempre aplicado ao Domingo, e nunca ao Sábado, estabelece o seu significado em Apoc.
1:10.
Mas é objetado que João e todos os outros evangelistas nos evangelhos chamam o Domingo simplesmente de
“o primeiro dia da semana”, em vez de Dia do Senhor. Sendo assim, se João em Apoc. 1:10 quisesse se referir
àquele dia, ele teria dito “o primeiro dia da semana”, como fez no evangelho. A resposta é fácil. Jesus predisse
que iria morrer e ressuscitar ao terceiro dia. Cada evangelista é cuidadoso ao mostrar que a profecia foi cumprida.
Portanto, eles foram específicos ao dar os nomes para aqueles três dias da forma como eram chamados pelos
Judeus, isto é, “dia da preparação”, “Dia de Sábado” e “primeiro dia da semana.” Esta é uma resposta suficiente.
Além disso, é provável que o dia da ressurreição não fosse imediatamente chamado de o dia do Senhor; mas, ao
tempo em que João escreveu o Apocalipse, 96 D. C., era o nome bem conhecido para aquele dia, como temos
demonstrado.

POR QUE É ADEQUADO QUE O PRIMEIRO DIA DA SEMANA DEVA SER O DIA MEMORIAL
DO EVANGELHO.
Por que as pessoas guardam qualquer dia? Sempre por causa daquilo que aconteceu naquele dia. Por que eram
guardados os dias de Sábado, a páscoa e outros? Por causa do que aconteceu nestes dias. Por que observamos o
dia 4 de Julho, Natal, os dias dos nossos nascimentos, casamento, etc.? É importante, então, averiguar se alguma
coisa aconteceu no Domingo para torná-lo digno de ser observado pelos Cristãos.
De todas as coisas usadas para comemorar eventos passados, um dia de memorial é o melhor. Um
monumento, uma estátua, um colégio e coisas semelhantes são localizados e vistos apenas por uns poucos; mas
um dia alcança a todos e de forma periódica. Assim é que com muito entusiasmo cada nação celebra seus dias
memoriais, como o nosso 4 de Julho. Igualmente a religião tem consagrado dias memoriais, como o Sábado, a
Páscoa, Pentecoste e outros da era Judaica. E não deveria a mais grandiosa de todas as instituições – o Evangelho
– ter um dia memorial? Se não tivesse, seria a única exceção entre todas as religiões do mundo e uma grande
perda para a Igreja. Se a criação material mereceu um dia memorial, quão muito mais merece a redenção espiritual
da raça?
Mas, por que teorizar? É o maior e mais conhecido fato em toda a terra, hoje em dia, que a igreja Cristã tem
um dia memorial, o dia da ressurreição do Senhor, o Dia do Senhor. Ele é observado regularmente em cada nação
debaixo do céu. Nós já mostramos como este dia tem sido considerado como um dia memorial desde os dias dos
apóstolos. Resta apenas averiguar se este era o dia mais adequado para esse propósito. Estude a vida de Jesus,
vasculhe nela os destaques em cada dia, no ano, no mês, na semana, e será admitido por todos que não nos vem à
mente outro que seja comparado ao dia da ressurreição. Segunda, de quê? Terça? Quarta? Quinta é de traição;
Sexta, sua morte; Sábado, na sepultura. Escolheríamos algum desses dias como um dia memorial para uma igreja
jubilante? Certamente que não.
“No Sábado Judaico o Salvador jazia sob o poder da morte. Este foi para os discípulos um dia de inquietação
e melancolia. A lembrança daquele dia lhes seria sempre melancólica. O pensamento de agonia, a cruz, o choro
amargo, o gemido da morte e o lúgubre sepulcro só poderiam criar um sentimento de tristeza. Para todo o sempre
o Sábado Judaico foi despojado de sua alegria para o coração Cristão.” (The Lord's Day Our Sabbath, pág. 21).
Foi no dia da ressurreição que todas as coisas mudaram. Se Jesus tivesse vivido a vida pura que viveu;
operado todos os milagres que operou; morrido na cruz como morreu; sido sepultado como foi, mesmo assim não

75
teria salvo uma única alma se não tivesse ressuscitado dos mortos. “E se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé, e
ainda permaneceis nos vossos pecados. E também os que dormiram em Cristo estão perdidos.” (1 Cor. 15:17-18).
A ressurreição completou a obra que tornou Jesus o Salvador do mundo. O próprio Jesus, quando questionado
sobre a evidência da sua autoridade, apontou para a ressurreição no terceiro dia como a prova desta (João 2:18-21;
Mat. 12:38-40; 16:21). Este teste da sua divindade era bem conhecido de todos, pois os Fariseus disseram a
Pilatos, “Senhor, lembramo-nos de que aquele enganador, vivendo ainda, disse: 'Depois de três dias
ressuscitarei.'” (Mat. 27:63).
Quando Jesus morreu a esperança dos seus discípulos foi sepultada com ele (Luc. 24:17, 21), e as santas
mulheres estavam com os corações destroçados. Mas os Judeus ímpios regozijavam e Satanás triunfou, enquanto
os anjos lamentavam. Se o diabo teve alguma esperança, esta foi quando Jesus estava morto durante aquele dia de
Sábado. Mas quando o Domingo começou a amanhecer, um poderoso anjo desceu como relâmpago, a terra
tremeu, o sepulcro se abriu e Cristo se levantou como vencedor sobre a Morte, Inferno e a Sepultura (Mat. 28:1-
4). A última esperança de Satanás se foi; os Judeus ímpios estão espantados; as santas mulheres estão alegres; a
esperança de um mundo está assegurada; os sofrimentos e humilhação do Filho de Deus estão terminadas, e ele
segue adiante como Salvador Onipotente, o Senhor de todos. Nunca dantes uma manhã como essa alvoreceu neste
mundo perdido. Não é de admirar que ela se transformou no dia memorial da igreja. Era impossível ser de outra
forma.
Paulo diz que Jesus foi “declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela
ressurreição dentre os mortos.” (Rom. 1:4). Foi ela que comprovou sua divindade; e também que haverá o dia do
Julgamento de Deus, “porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do
homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos.” (Atos 17:31).
1. No Domingo Jesus ressuscitou dos mortos (Mar. 16:12-13).
2. Neste dia ele primeiramente apareceu aos seus discípulos.
3. Neste dia ele os encontrou em lugares diferentes e repetidamente (Mar. 16:9-11; Mat. 28:8-10; Luc. 24:34;
Mar. 16:12-13; João 20:19-23).
4. Neste dia Jesus os abençoou (João 20:19).
5. Neste dia ele derramou sobre eles o dom do Espírito Santo (João 20:22).
6. Aqui ele primeiramente os comissionou para pregarem o evangelho em todo o mundo (João 20:21; Mar.
16:9-15).
7. Aqui ele deu aos seus apóstolos autoridade para legislar e guiar Sua igreja (João 20:23).
8. Pedro diz que Deus “nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre
os mortos.” (1 Ped. 1:3, 9).
9. Neste dia Jesus subiu para o seu Pai, assentou-se à sua mão direita e foi feito o cabeça de todos (João 20:17;
Efé 1:20).
10. Neste dia muitos dos santos mortos se levantaram de seus túmulos (Mat. 27:52-53).
11. Aqui este dia se transformou no dia de alegria e regozijo para seus discípulos. “De sorte que seus
discípulos se alegraram, vendo o Senhor.” (João 20:20). “E não crendo eles ainda por causa da alegria.” (Luc.
24:41).
12. Naquele dia o Evangelho do Cristo ressuscitado foi primeiramente pregado, dizendo: “Ressuscitou
verdadeiramente o Senhor.” (Luc. 24:32).
13. Naquele dia o próprio Jesus estabeleceu o exemplo da pregação do Evangelho da sua ressurreição,
explicando todas as Escrituras a respeito do assunto e abrindo as mentes dos discípulos para compreendê-las. “E
abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras.” (Luc. 24:27, 45).
14. Finalmente, neste dia a aquisição da nossa redenção foi completada.
Com todos estes eventos eletrizantes dos fatos do Evangelho, tendo por coroação o dia da ressurreição
tornando-o o mais venerável de todos os dias da história do mundo, como não poderia deixar de se tornar o grande
dia na memória da Igreja? Os fatos daquele dia único se tornaram o tema da Igreja para sempre. A grande batalha
entre os apóstolos e os Judeus incrédulos estava relacionada com os eventos daquele dia – Jesus ressuscitou ou
não? Os Judeus “deram muito dinheiro” para desmenti-los (Mat. 28:12), enquanto os apóstolos edificavam a

76
igreja e fincavam suas vidas sobre a ressurreição. Portanto, na providência do próprio Deus o Sábado Judaico foi
lançado nas sombras, enquanto todas as esperanças, pensamentos, argumentos e canções da nova Igreja ficaram
necessariamente voltadas para um outro dia, o dia da ressurreição.
Dia memorável, que moveria o coração de cada Cristão e impulsionaria os pecadores ao arrependimento
como, na verdade, tem feito todas as semanas desde aquele dia. “O Dia do Senhor”, quão apropriado o título para
o dia grandioso no qual nosso Senhor triunfou sobre todos e estabeleceu o alicerce profundo e seguro da Igreja
Cristã. Mais apropriadamente, então, ele se tornou o dia memorial do Evangelho, o dia de alegria e regozijo.
Deveríamos, então, chamá-lo de dia pagão; o dia do Papa; a marca da besta; um dia odioso para Deus e uma
abominação para Cristo? Deus o proíbe. Foi dito de Jesus, “Que mal ele fez?” Assim perguntamos, “O que de
maligno a observância do Dia do Senhor já fez?” Que homem, igreja ou nação se tornou pior por causa dele?
Nenhum. Na verdade, esta não é a sua característica nem o seu registro histórico.

O OITAVO DIA DE JOÃO 20:26.


Causou-me satisfação que o encontro de Jesus com seus discípulos “depois de oito dias” (João 20:26) tenha
sido no Domingo. Ele havia se encontrado com eles no Domingo anterior (verso 19). Aqui, “depois de oito dias”
ele os encontra novamente. Os Sabatistas fazem a sua conta e ficam satisfeitos por chegarem à conclusão de que o
encontro tenha ocorrido na Segunda ou Terça. Mas compare o texto com a expressão “depois de três dias.” O
número do dia depois da sua morte, no qual Cristo ressuscitou, é dado de três maneiras. 1. “Em três dias” (Mat.
26:61; 27:40). 2. “O terceiro dia” (Mat. 16:21; 20:19). 3. “Depois de três dias” (Mar. 8:31). Todas estas
expressões têm o mesmo significado. Ele morreu na Sexta e ressuscitou no Domingo; consequentemente o
Domingo era “três dias”, “o terceiro dia” e “depois de três dias” em seu modo comum de falar. Do mesmo modo,
“em oito dias”, “no oitavo dia” e “depois de oito dias” significariam todos a mesma coisa, que é o próximo
Domingo, ou oitavo dia.
O que reforça esta posição é o bem conhecido fato de que o termo “o oitavo dia” se tornou um termo comum
para o dia da ressurreição entre todos os primeiros pais Cristãos. Assim o Ancião Andrews, o historiador
Adventista do Sétimo Dia, escrevendo a respeito de Dionísio, 170 . C., fala do Domingo: “Cada escritor que
precedeu Dionísio o chama de primeiro dia da semana, 'oitavo dia', ou Domingo.” (Testimony of the Fathers, pág.
52). Assim Barnabé, 120 D. C., diz: “Guardamos com júbilo o oitavo dia; o dia, também, no qual Jesus
ressuscitou da morte.” (Epístola de Barnabé, Capítulo XV). Justino Mártir, 140 D. C., diz: “O primeiro dia depois
do Sábado, permanecendo o primeiro de todos os dias, é chamado, contudo, o oitavo, de acordo com o número de
todos os dias do ciclo, e [ainda assim] permanece o primeiro.” (Diálogo com Trifão, capítulo XLI. e Cipriano, 250
D. C., diz: “o oitavo dia, isto é, o primeiro dia depois do Sábado, e o dia do Senhor.” (Epístola 58, Seção 4). De
onde a igreja primitiva obteve a ideia de que o oitavo dia era o dia do Senhor, se não foi dos apóstolos?
Evidentemente, então, o encontro em João 20:26 foi no Domingo. As únicas visitas de Jesus a seus discípulos que
o Espírito Santo viu serem adequadas para datar cuidadosamente foram as que ocorreram no Domingo.

PENTECOSTES, ATOS 2.
Que o dia de Pentecostes, Atos 2, caiu no Domingo, tem sido crido e sustentado pelos Cristãos de todas as
eras.
1. O tempo do Pentecostes era assim estabelecido: “Contareis desde o dia seguinte ao Sábado, desde o dia em
que trouxerdes o molho da oferta movida; sete semanas inteiras serão, até ao dia seguinte ao sétimo Sábado,
contareis cinquenta dias.” (Lev. 23:15, 16). O dia depois do sétimo Sábado certamente seria o primeiro dia da
semana.
2. Os Judeus Caraítas sustentavam que o Pentecostes, de acordo com a lei, deveria ser sempre no Domingo.
3. 'Pentecostes' significa 'quinquagésimo', o quinquagésimo dia depois do primeiro Sábado em que eles
começavam a contar, o qual, consequentemente cai no primeiro dia da semana.
4. O Comentário do Dr. Scott, diz: “Como Jesus ressuscitou no primeiro dia da semana, assim o Espírito
Santo desceu de forma igual, sete semanas, ou no quinquagésimo dia posterior.” (sobre Atos 2:1).
5. Tão clara está a questão que mesmo os Adventistas do Sétimo Dia admitem. Assim fala o Ancião U. Smith:
“Os molhos das primícias eram sinalizados no sexagésimo dia do primeiro mês. Isto encontra seu antítipo na
ressurreição do nosso Senhor, as primícias dos que dormiram, o sexagésimo do primeiro mês... A festa das

77
semanas, ou Pentecostes, acontecia no quinquagésimo dia da oferta das primícias. O antítipo desta festa, o
Pentecostes de Atos 2, foi cumprido no mesmo dia, cinquenta dias da ressurreição de Cristo, no derramamento do
Espírito Santo sobre os discípulos.” (The Sanctuary, pág. 283, 284). Cinquenta dias da ressurreição de Cristo seria
no primeiro dia da semana. Isto é exatamente o que Deus direcionou; que era para ser no dia seguinte ao sétimo
Sábado, e no quinquagésimo dia (Lev. 23:15, 16).
6. Confirma o Eclectic Commentary: “Aconteceu no primeiro dia da semana.” (sobre Atos 2).
7. “O Pentecostes naquele ano certamente caiu no primeiro dia da semana.” (The Bible Commentary, sobre
Atos 2).
8. “É inegável que o dia de Pentecostes, caiu no Domingo, porque a ressurreição de Cristo foi no Domingo, e
o Pentecostes era o quinquagésimo dia a partir da ressurreição.” (Bramhall's Works, V. 51).
9. “Consequentemente, ele ocorreu no ano em que Cristo morreu, no primeiro dia da semana, ou o nosso
Domingo.” (Lange sobre Atos 2:1).
10. “O dia de Pentecostes foi no Domingo.” (Wheadon's Commentary sobre Atos 2:1).
Observe agora a importância deste dia. Jesus disse aos discípulos que permanecessem em Jerusalém até que
do alto fossem revestidos de poder (Luc. 24: 49). Lá eles deveriam começar a sua pregação (verso 47). Naquele
Pentecostes eles seriam batizados com o Espírito Santo (Atos 1:5). Nos últimos dias de Judá e Jerusalém a lei
sairia de Sião e a palavra do Senhor de Jerusalém, enquanto todas as nações concorreriam para lá (Isa. 2:1-4).
Tudo isso se cumpriu no Pentecostes. O Espírito Santo veio sobre os discípulos em grande poder; então eles
começaram a pregar o Evangelho e milhares se converteram. Isto foi apenas as primícias daquilo que ocorreria, de
fato, nos Domingos sucessivos para sempre. A partir daquele dia, o Domingo tem sido um grande dia de poder e
de conversões na igreja. Assim, Deus honrou de maneira inequívoca o Domingo já na abertura inicial do
Evangelho, como tem continuado a fazer desde então.

ATOS 20:6, 7.
Todos concordam que os discípulos tinham algum dia regular para se reunirem. Paulo disse: “Não deixando a
nossa congregação.” (Heb, 10:25). Isto implica em um tempo regular e um local determinado para as reuniões.
Reprovando-os por terem transformado a ceia do Senhor numa festa, Paulo diz: “De sorte que, quando vos
ajuntais num lugar, não é para comer a ceia do Senhor”, mas antes para festejar (1 Cor. 11:20). Isso indica que
eles tinham um lugar e um tempo para se reunirem para a ceia. Não existe a mínima evidência de que os Cristãos
praticassem a ceia do Senhor ou mantivessem qualquer tipo específico de adoração Cristã no Sábado Judaico. Em
cada caso onde são mencionados encontros no Sábado, eles estão relacionados com a adoração regular Judaica.
Não existe registro de que os Cristãos tenham alguma vez se reunido sozinhos para adorar neste dia. Certamente
eles não poderiam ter celebrado a ceia do Senhor nas sinagogas, no Sábado com os Judeus. Tampouco existe
qualquer indicação de que isto tenha sido tentado alguma vez. Portanto, eles mesmos devem ter promovido seus
encontros em algum outro lugar além da sinagoga e em algum outro dia. Voltando para Atos 20:6, 7, lemos: “e
depois dos dias dos pães ázimos, navegamos de Filipos, e em cinco dias fomos ter com eles em Trôade, onde
estivemos sete dias. E no primeiro dia da semana, quando os discípulos se reuniram para partir o pão, Paulo, que
havia de partir no dia seguinte, pregava para eles.”
Ali eles se encontraram para a ceia do Senhor num salão superior. O tempo é o primeiro dia da semana. A
maneira fortuita com a qual o fato foi mencionado mostra que o que eles fizeram era um costume bem
compreendido entre eles – “E no primeiro dia da semana, quando os discípulos se reuniram para partir o pão.”
Três coisas são mencionadas: 1. Eles se reuniram. É mencionado como se todos soubessem que era comum a
eles fazerem isto. 2. Partiram o pão. Isto novamente é colocado como se todos soubessem, igualmente, que era
uma prática comum entre Cristãos. 3. No primeiro dia da semana. Como os outros dois itens, isto é mencionado
como uma prática bem compreendida entre eles; consequentemente nenhuma explicação foi dada a respeito do
fato. É dito que os discípulos “se reuniram” ou se ajuntaram, uma frase comum para os seus encontros como
igreja. Assim Pedro “entrou e achou muitos que ali se haviam ajuntado.” (Atos 19:27). “porquanto vos ajuntais,
não para melhor... quando vos ajuntais na igreja.” (1 Cor. 11:17, 18). “Se, pois, toda a igreja se congregar num
lugar... Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo.” (1 Cor. 14:23, 26). “Não deixando a nossa congregação”
(Heb. 10:25). Isso indica, portanto, seu encontro costumeiro.
Note o fato adicional (verso 6) que Paulo estava lá sete dias, e ainda assim nenhuma informação de qualquer
tipo é dada com relação ao dia de Sábado; ele não é nem mesmo mencionado, enquanto o primeiro dia da semana

78
é proeminentemente destacado. O partir do pão e a reunião no primeiro dia da semana, observa-se, estão ambos
conectados. Note ainda que embora Paulo estivesse lá toda uma semana, e durante o Sábado Judaico, ainda assim
a ceia do Senhor não é administrada até o Domingo. Isto mostra que por alguma razão o Domingo era considerado
por eles como o único dia apropriado para ela. Isto mostra ainda que Paulo se demorou lá vários dias esperando
que chegasse o dia costumeiro de adoração, o primeiro dia da semana. E a razão assinalada para o seu encontro
em comum era para partir o pão, e não porque Paulo estava lá.
Os Sabatistas argumentam que esse encontro em Trôade foi no Sábado à noite, e, portanto, Paulo continuou
sua viagem Domingo pela manhã. Ainda que fosse assim, não provaria que Paulo não considerou o Domingo,
pois, apressando-se o possível para estar em Jerusalém no Pentecostes (verso 16), ele teve que ir quando o navio
partiu, estivesse gostando ou não, pois ele era apenas um passageiro. Ver o verso 13 e capítulo 21:1, 2. Contudo, é
mais provável que Lucas considerou o tempo de acordo com o método Romano, de meia-noite à meia-noite, como
João fez em João 20:19. “O mesmo dia à noite sendo o primeiro dia da semana.” Aqui o Domingo à noite é
considerado como pertencendo ao primeiro dia. Lucas escreveu para os Gentios; era ele mesmo um homem
letrado, e escreveu Atos muito depois da ressurreição, quando os costumes Romanos estavam sendo cada vez mais
adotados. Além disso, o encontro em Trôade foi no primeiro dia da semana, e eles partiram “no dia seguinte”
(verso 7), o que certamente não poderia ter sido no mesmo dia.
O Prof. A. Rauschenbush, do Seminário Teológico de Rochester, diz: “Estes eventos não ocorreram no tempo
do Velho Testamento, mas do Novo; não na Palestina, mas sobre a costa oeste da Ásia Menor, a quase mil milhas
de distância. Ademais, era o tempo do governo Romano, e em cada terra e povo que os Romanos conquistavam
eles impunham não apenas suas leis, mas também seu modo de considerar o tempo. Agora, desde a sua história
mais primitiva os Romanos começavam o dia à meia-noite. Ao tempo da visita de Paulo a Trôade, a costa oeste da
Ásia Menor estava sob seu domínio já por cento e oitenta anos.” (Saturday or Sunday, pág. 14). O Prof. Hachett,
sobre Atos 20:7, diz: “Como Lucas havia se misturado muito com as nações estrangeiras, e estava escrevendo para
leitores Gentios, ele estaria apto para designar o tempo de acordo com a sua prática; sendo assim que o seu
anoitecer ou noite do primeiro dia da semana seria o fim do Sábado Cristão e a manhã da sua partida que se daria
na Segunda.”
Isto torna-se quase certo pelo fato de que Atos é endereçado a “Teófilo”, que não era um Judeu, mas um
Romano vivendo na Itália. Todos os escritores compartilham do reconhecimento da ceia do Senhor a cada
Domingo.
Dr. Scott, sobre Atos 20:7, diz: “Esta ordenança parece ter sido administrada a cada Dia do Senhor.”
Schaff-Herzog Encyclopedia, art. “Ceia do Senhor”, diz: “Originalmente a comunhão era administrada todos
os dias, e posteriormente todos os Domingos.”
“É bem conhecido que os Cristãos primitivos administravam a Eucaristia a cada Dia do Senhor.” Doddridge.
“Nos tempos primitivos era costume de muitas igrejas receber a ceia do Senhor a cada Dia do Senhor.”
Matthew Henry.
“A cada primeiro dia da semana.” Carson.
“Toda a antiguidade é unânime em evidenciar que para os primeiros três séculos todas as igrejas partiam o pão
uma vez na semana.” Alex Campbell, em Christian System, pág. 325. O Dr. Albert Barnes diz sobre este verso:
“É provável que os apóstolos e os primeiros Cristãos celebrassem a ceia do Senhor em cada Dia do Senhor.”
As Constituições Apostólicas, cerca de 250 D. C., diz que no “Dia do Senhor reúnam-se mais
diligentemente... [compartilhando da] oblação o sacrifício, o dom do santo alimento.” (Livro II, seção 7, parágrafo
55). Novamente, “nos reunimos solenemente para celebrar a festa da ressurreição no Dia do Senhor.” (Livro VII,
seção 2, parágrafo 36).
Fabiano, Bispo de Roma, 250 D. C.: “Em cada Dia do Senhor a oblação do altar deveria ser feita por todos os
homens e mulheres em pão e vinho.” (Decretos de Fabiano, livro V, capítulo 7).
Estes testemunhos lançam grande luz sobre as passagens no Novo Testamento onde o primeiro dia da semana,
o Dia do Senhor, é mencionado. Eles mostram que uma celebração semanal daquele dia foi estabelecida em todas
as igrejas pelos próprios apóstolos. Se os Adventistas puderem encontrar em alguma parte, depois da ressurreição,
uma reunião dos Cristãos no Sábado apenas para adorar, isto teria sido usado por eles como evidência de um
costume em favor do Sábado. Deixe-os fazer a mesma dedução agora, em favor do Domingo.

79
1 CORÍNTIOS 16:1-2.
Com Atos 20, vamos ler 1 Cor. 16:1-2: “Ora, quanto à coleta que se faz para os santos, fazei vós também o
mesmo que ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder
ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que não se façam as coletas quando eu chegar.” O que Paulo aqui
ordena aos Coríntios fazerem, ele também tinha estabelecido entre as igrejas da Galácia (verso 1). E esta carta é
endereçada a “todos os que em cada lugar invocam o nome de Jesus Cristo nosso Senhor.” (Gál. 1:2). Ele também
diz que o que escreve deve ser recebido como “mandamentos do Senhor.” (1 Cor. 14:37). Aqui, então, está um
mandamento inspirado do Senhor Jesus no tocante ao primeiro dia da semana, e isto é para todos os que invocam
o Seu nome. Isto requer um ato específico de dever religioso para ser executado regularmente em cada Domingo
recorrente, pois isso não se referia simplesmente a um único primeiro dia, mas para cada um que viria. Eles
deveriam colocar à parte, naquele dia, uma porção para os pobres daquilo que Deus lhes dava. Isto implica que
seria para eles um dia de descanso e devoção quando estivessem em casa, tendo este tempo com uma disposição
mental adequada para realizar esse ato beneficente – um ato de adoração – “um sacrifício aceitável e agradável a
Deus.” (Fil. 4:18).
De Deus foi dito que ninguém “aparecerá vazio perante o Senhor.” (Deut. 16:16). Sobre 1 Cor. 16:1-2, o Dr.
Clark observa: “O apóstolo segue aqui a regra da sinagoga; era um costume regular entre os Judeus fazerem suas
coletas para os pobres no dia de Sábado. Para este propósito eles tinham 'a bolsa das esmolas', para a qual
usaríamos o termo 'caixa do necessitado'. Era isso que o apóstolo queria transmitir quando disse que deixassem à
parte reservado; deixassem na bolsa dos pobres ou na caixa dos necessitados.” Sobre este texto, o Dr. Barnes
observa de forma correta: “Não pode haver razão para que este dia tivesse que ser designado, a menos que fosse
um dia separado para a religião, e portanto julgado um dia apropriado para o exercício da benevolência em prol de
outros.” Por que Paulo momeou o Domingo, em vez de qualquer outro dia da semana, se este não fosse um dia
religioso?
Os Adventistas dizem que isso não implica em qualquer encontro naquele dia. Eles estariam apenas reunindo-
se em casa. Mas isto frustraria o próprio objetivo que Paulo tinha em vista. Paulo disse que se apressou para estar
em Jerusalém. Ele não poderia ser atrasado para ajuntar as coletas quando chegasse. Assim, eles deveriam ter tudo
coletado e pronto para quando viesse. Mas, se essas doações estivessem todas em suas casas, então a coleta teria
de ser feita depois que ele chegasse; exatamente a coisa ordenada que fosse evitada, “para que não se façam as
coletas quando eu chegar.” (verso 2). O Dr. Machnight traduz assim: “No primeiro dia de cada semana, cada um
de vocês ponha à parte de acordo como tenha prosperado, colocando no tesouro, para que quando eu chegar não
seja necessário fazer coletas.”

ENCONTRAMOS QUATRO COISAS QUE OS DISCÍPULOS FAZIAM NO DOMINGO.


1. Eles se reuniam em conjunto. 2. Eles tinham um sermão. 3. Eles tinham a ceia do Senhor. 4. Eles
contribuíam para os pobres. Já no início dos primeiros pais Cristãos encontramos que era costume de todos os
Cristãos fazer exatamente estas coisas em cada Domingo. Assim diz Justino Mártir, 140 D. C., em sua Apologia,
Capítulo LXVII: “E no dia chamado do sol, todos os que vivem nas cidades ou nos campos se reúnem em um só
lugar, e as memórias dos apóstolos ou os escritos dos profetas são lidos... pão, vinho e água são trazidos; e o que
preside oferece com fervor orações e ações de graças, de acordo com a sua capacidade, e o povo consente,
dizendo, “Amém”; e faz-se uma distribuição para cada um daquilo que com graças foi dado, e para aqueles que
estão ausentes uma porção é enviada pelos diáconos. E aqueles que acham bem fazer, e de boa vontade, dão
aquilo que pensam ser adequado, o que é coletado e depositado junto ao que preside, o qual socorre os órfãos,
viúvas.”
Isso mostra que a nossa conclusão a partir dos textos acima estava correta. Assim como visto, com os
primeiros pais apostólicos seguintes aos apóstolos, encontramos todos os Cristãos de diferentes denominações em
todas as partes do mundo mantendo seus encontros no Domingo em memória da ressurreição, exatamente como
fazemos agora. Mostra-se além de qualquer dúvida razoável que o costume foi estabelecido pelos próprios
apóstolos, e isto pela autoridade de Cristo (João 20:21-23).
Considere este importante fato testemunhado em todo o mundo de hoje. Temos cinco testemunhos
permanentes da vida de Cristo, todos mencionados no Novo Testamento:
1. A Igreja: “Eu edificarei a minha Igreja” (Mat. 16:18).
2. O Novo Testamento: “escreve estas coisas” (João 21:24).

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3. Batismo: “Ide batizando-os” (Mat. 28:19).
4. A Ceia do Senhor: “Comais a Ceia do Senhor” (1 Cor. 11:20).
5. O Dia do Senhor: “No Dia do Senhor” (Apoc. 1:10).
Existem agora cerca de 500000000 de pessoas professando fé em Cristo espalhadas entre todas as nações e
diferindo em doutrina quase interminavelmente. Essas diferenças se estendem para trás até os dias dos apóstolos.
Mesmo assim todas os diferentes grupos mantêm em comum estes cinco memoriais da vida de Cristo – a Igreja, o
Novo Testamento, Batismo, a Ceia do Senhor e o Dia do Senhor. A Igreja Oriental, a Armena, a Siríaca, Católica
Romana, Episcopal, Luterana, Metodista, Batista e centenas mais, todas sustentam sagradamente estas cinco
coisas em alguma forma. Todas concordam que todas as cinco começaram no passado com os apóstolos e vieram
das suas mãos. Existe concordância perfeita nisto, a saber, que uma é tão antiga quanto a outra; que todas têm sido
passadas de mão em mão juntas. Estes 500000000 acreditam firmemente e ensinam isso. Esta concordância
unânime deve ser considerada de um modo razoável. Ela não pode ser ignorada ou escarnecida levianamente. Só
pode haver uma única resposta verdadeira: todas começaram juntas no princípio e têm sido mantidas juntas até os
dias de hoje. E toda a história confirma isto.

81
CAPÍTULO XI

O PAPA MUDOU O SÁBADO?

O grande ponto na questão do Sábado sobre a qual os Adventistas do Sétimo Dia mais se fincam; sobre o qual
insistem ao máximo; que repetem com mais frequência e da forma mais confiante, é que o papa de Roma mudou o
Sábado do sétimo dia para o primeiro dia. Eles afirmam que esta é toda a autoridade que os guardadores do
Domingo têm para observar este dia. O Domingo é o Sábado do papa e a guarda do Domingo é a marca da besta
(Apoc. 14:9-12), um pecado terrível à vista de Deus. Ver quase todos os trabalhos publicados por eles sobre o
Sábado.
Eles declaram que a guarda do Domingo veio dos pagãos e, através do papa, para a igreja. Assim: “O nome,
origem, autoridade e sacramentalidade da instituição do Domingo estão interligadas, e são apenas pagãs.” (Replies
to Elder Canright, pág. 133). Então o papa teria mudado o Sábado para o Domingo. A Sra. White diz: “O papa o
mudou [o Sábado] do sétimo dia para o primeiro dia da semana.” Novamente: “O Papa mudou o dia de descanso
do sétimo para o primeiro dia” (Early Writings, pág. 26, 55; Primeiros Escritos, pág. 65,
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=127&p=65). Novamente: “Aqui encontramos a marca da besta. O próprio ato
de mudar o Sábado para o Domingo, por parte da igreja católica, sem qualquer autoridade da Bíblia.” (The Mark
of the Beast, pág. 23). “A guarda do Domingo é a 'marca da Besta'” (The Marvel of Nations, de U. Smith, pág.
183). Nesta declaração a Sra. White põe o selo da inspiração divina. Ela diz: “A mudança do Sábado é o sinal ou
marca da autoridade da igreja Romanista.” “A guarda do Sábado falsificado é a recepção da marca.” (Great
Controversy, Vol. 4, pág. 281, http://www.ellenwhitebooks.com/?l=51&p=448; O Grande Conflito, pág. 448,
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=1&p=448).
O conceito está consolidado em todo Adventista do Sétimo Dia. Na minha experiência, a crença disso como
sendo um fato induz mais pessoas a desistirem do Domingo em favor do Sábado do que todos os outros
argumentos elaborados pelo povo Adventista. Convença um homem de que a guarda do Domingo é apenas uma
instituição Católica, um rival ao Sábado do Senhor e odioso a Deus, e, é claro, se ele tiver alguma consciência,
não irá mais guardá-lo. Cada um deles aceita isso como um fato histórico em cumprimento de Daniel 7:25. Na
verdade, este é o principal pilar de todo o seu sistema, sobre o qual depende todo o resto. Se a sua posição sobre
este ponto for falsa, então todo o seu sistema também é falso, tal como irão prontamente admitir. Sobre isto o
Ancião Waggoner diz: “O Ancião Canright não exagerou quando disse que consideramos esta uma questão
essencial. De fato, assim a consideramos.” (Replies to Elder Canright, pág. 165). Sendo assim, eles deveriam estar
aptos para provar o ponto da forma mais clara possível. Eles declaram que foram levantados para pregar contra
essa mudança do Sábado feita pelo papa.
Em breve será derramada a ira de Deus sem mistura sobre todos aqueles que continuam a guardar o Domingo,
o Sábado do Papa. O correto seria que tal posição radical fosse amparada pelas mais claras evidências. Eles dizem
que é um fato histórico que, em algum lugar durante os primeiros cinco séculos depois de Cristo, o papa mudou o
Sábado para o Domingo. Se tivesse sido assim, eles seriam capazes de produzir provas históricas confiáveis para o
fato, fornecendo o tempo, maneira, lugar, pessoas, fatos e razões para um acontecimento tão extraordinário.
Tenho diante de mim dois livros escritos especificamente para provar esta questão. São eles: “Who Changed
the Sabbath?” (Quem Mudou o Sábado?; http://www.adventaudio.org/ebooks/files/pdf/Smith%20-%20Who
%20Changed%20the%20Sabbath.pdf), 24 páginas; e “Marvel of Nations” (Maravilha das Nações;
http://www.adventaudio.org/ebooks/files/pdf/Smith%20-%20The%20Marvel%20of%20Nations.pdf), 282
páginas. Mas as únicas provas diretas oferecidas são citações dos Catecismos Católicos, que dizem que a sua
igreja fez a mudança! E é esta toda a prova histórica (?) que eles podem apresentar sobre este ponto? Sim, pois
tudo o que os escritores e estudiosos Sabatistas foram capazes de encontrar nos últimos 200 anos é exatamente
isto e nada mais. Nem um único historiador, em todas as publicações históricas do mundo, jamais declarou que o

82
papa mudou o Sábado. Por vinte e oito anos eu mesmo citei esses catecismos como prova positiva sobre o
assunto.
Instigados pela minha exigência por provas sobre este ponto, os Adventistas selecionaram o Ancião
Waggoner para apresentá-las; para encontrar algum autor que diga que o papa mudou o Sábado. O ancião vez uma
tentativa desesperada, cobrindo cerca de quarenta e nove páginas impressas. Ele vasculhou as bibliotecas da
América e Europa. O que encontrou? Se tivesse uma referência direta ao ponto, ele a teria citado em umas poucas
linhas. Mas não teve nenhuma. Ele não citou um único autor dizendo que o papa mudou o Sábado. Assim, a
afirmação repousa meramente sobre as declarações dos Catecismos Católicos. Então, se admitimos baseados
apenas na declaração presunçosa dos Católicos de que eles mudaram o Sábado, por que não admitir também a
declaração de que o papa é infalível; que ele tem as chaves de São Pedro, a cátedra do apóstolo, a única e
verdadeira sucessão apostólica, etc? O povo do Sétimo Dia rapidamente repudia todas estas outras declarações dos
Católicos, mas ávidamente admitem sua declaração de que eles mudaram o Sábado, simplesmente porque isto se
adéqua à sua teoria; porque não conseguem encontrar nenhuma outra prova. Eles denunciam os escritores
Católicos como falsificadores, trapaceiros, enganadores e mentirosos; e então, quando convém aos seus
propósitos, eles se voltam e citam suas meras afirmações como verdades inquestionáveis!
Além disso, até mesmo as declarações dos Catecismos são mal interpretadas. A teoria é que algumas centenas
de anos depois de Cristo o papa, por sua própria autoridade, mudou o Sábado, e os Catecismos são interpretados
como se ensinassem esta ideia. Mas nenhum deles faz tal afirmação ou qualquer coisa parecida com isto. Cada
uma dessas citações Católicas declara inconfundivelmente que a mudança no Sábado foi feita não pelo papa, mas
“pela igreja”, nos dias de Cristo e dos apóstolos, não várias centenas de anos depois. Assim:
“Pergunta: Quais são os dias que a igreja ordena serem guardados como santo?
Resposta: O Domingo, nosso dia do Senhor, que observamos pela tradição apostólica, ao invés do Sábado.”
(Catholic Christian Instructed, pág. 209).
Da mesma obra, tomamos o seguinte:
“Pergunta: Que garantia você tem para guardar o Domingo preferencialmente ao antigo Sabbath, que era no
Sábado?
Resposta: “Temos por garantia a autoridade da Igreja Católica e a tradição apostólica.”
Os Católicos declaram que a sua “igreja” se originou nos dias dos apóstolos, e qualquer mudança feita pela
igreja apostólica foi feita pela igreja Católica. Consequentemente, eles declaram que a “igreja Católica” mudou o
Sábado nos dias dos apóstolos. Ao usarem essas citações dos Catecismos, os Adventistas as interpretam dizendo
que a mudança foi feita pelos papas apóstatas centenas de anos depois dos apóstolos. Mas os Catecismos não
declaram tal coisa, como é visto nas citações acima. Portanto, mesmo os Catecismos, quando lidos honestamente,
ensinam que a observância do Domingo se originou com a igreja Cristã nos dias dos apóstolos, apenas e
exatamente a verdade.
O testemunho seguinte de um Sacerdote Católico mostra que os Adventistas deturpam os ensinos dos
Católicos. “Tendo vivido durante anos entre os Adventistas do Sétimo Dia, estou familiarizado com as suas
declarações de que o Papa de Roma mudou o dia Sabático do sétimo para o primeiro dia da semana. Tais
afirmações são totalmente infundadas. Os Católicos não dizem tal cousa, mas declaram que os próprios apóstolos
estabeleceram a observância do Domingo e que a recebemos pela tradição por meio deles. Os concílios e os Papas
posteriores simplesmente confirmaram a guarda do dia conforme recebido dos apóstolos. John Meiler, Reitor da
St. John's Church, Healdsburg, Cal.”
O “Catholic Dictionary”, de Addis e Arnold, após citar Apoc. 1:10; Atos 20:7; 1 Cor. 16:1-2, diz que estes
textos “parecem indicar que o Domingo já era um dia sagrado em que atos de amor eram especialmente
apropriados. Heb. 10:25 mostra bem isto: que os Cristãos, quando a epístola foi escrita, tinham um dia regular de
reunião. As referências Escriturais fornecidas acima mostram que a observância do Domingo havia começado na
era apostólica; mas mesmo no silêncio da Escritura, a tradição colocaria este ponto acima de qualquer dúvida.”
John Ankatell, A. M., sacerdote da diocese de New York, escrevendo no Outlook, Julho, 1889, fala do
Domingo, o Dia do Senhor: “Pensamos que ele foi dado pelo nosso Senhor e os apóstolos durante os magníficos
quarenta dias após a sua ressurreição, mas não podemos comprovar.” Ele declara exatamente a doutrina Católica,
a saber, que a mudança foi feita por Cristo e os apóstolos, mas que as Escrituras não são claras o suficiente sobre
este ponto para comprová-la; e por isso temos que nos fiar sobre a autoridade Católica que diz que ela foi feita no
tempo do Novo Testamento. Todos os Católicos e todos os seus catecismos dizem o mesmo. Mas isto é

83
inteiramente diferente de dizer que o papa fez a mudança várias centenas de anos depois de Cristo. Esta é uma
amostra de como os Adventistas pervertem o testemunho que usam. (Ver Apêndix E).
Apresentaremos agora evidências históricas provando que a observância do primeiro dia da semana como um
dia de adoração era universal entre os Cristãos nos dias imediatamente seguintes aos apóstolos. Se a adoração no
Domingo se originou ali, então não se originou com o papado, que surgiu várias centenas de anos depois.

CARTA DE PLÍNIO, 107 D. C.


Plínio era governador da Bitínia, Ásia Menor, 106-108 D. C. Ele escreveu em 107 D. C. para Trajano, o
Imperador, a respeito dos Cristãos, assim:
“Eles estavam acostumados a se reunirem em um dia determinado, antes que clareasse, e cantavam entre eles
alternadamente um hino a Cristo como Deus... Era seu costume separarem-se e então voltarem a se juntar
novamente onde estas coisas aconteciam para uma refeição que comiam em conjunto sem qualquer desordem.”
(Horne's Introduction, Vol. I, Cap. III, Sec. 2, pág. 84, 129).
É evidente que esse dia era o Domingo, pois: 1. Eles se juntavam para adorar a Cristo; 2. Eles se reuniam
para comer juntos uma refeição, a Ceia do Senhor. Já provamos que o “dia determinado” para isso era o Domingo.
“E no primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão” (Atos 20:7). Isto é um paralelismo
exato com a declaração de Plínio.
Eusébio, o historiador, 324 D. C., diz: “Penso que ele (o Salmista) descreve as reuniões matutinas nas quais
estamos acostumados a nos reunir através do mundo... Por meio disso é profeticamente representado o culto que é
celebrado bem cedo e a cada manhã do dia da ressurreição, através de todo o mundo.” (Sabbath Manual, pág.
126). É exatamente o que Plínio diz: Eles se ajuntavam “em um dia determinado, antes que clareasse”; eles se
reuniam para comerem juntos uma refeição. Eusébio diz que era costume de todos os Cristãos “reunirem-se bem
cedo e a cada manhã do dia da ressurreição”. Isso deveria determinar o dia, e o faz. Na indicação de Plínio o dia
era Domingo. Isso aconteceu na mesma região em que os apóstolos trabalharam, e apenas onze anos após a morte
de João. O Ancião Andrews, Sabatista, diz: “Este testemunho de Plínio foi escrito poucos anos depois do tempo
dos apóstolos. Ele faz referência a uma igreja que provavelmente foi fundada pelo apóstolo Pedro.” (Hist. Sab.,
pág. 237). Mostra-se que os apóstolos ensinaram a guarda do Domingo.

BARNABÉ, 120 D. C.
A epístola era grandemente apreciada nas igrejas primitivas, lida em algumas delas como se fosse parte das
Escrituras, e é encontrada nos manuscritos mais antigos das Escrituras, a saber o Códex Sinaiticus. Não pode ser
posto em dúvida que ela foi escrita por um homem piedoso, erudito e influente. O Ancião Andrews, Adventista do
Sétimo Dia, admite que a epístola de Barnabé “já existia no meio do segundo século e, como as Constituições
Apostólicas, possui valor para nós na medida em que nos dá uma noção das opiniões que predominavam na região
onde viveu o autor.” (Testimony of the Fathers, pág. 21).
A Schaff-Herzog Encyclopedia diz: “A epístola provavelmente foi escrita em Alexandria, no início do
segundo século e por um Cristão Gentio.” A Encyclopedia Britannica, a maior autoridade crítica, diz: “Esta obra é
unanimemente atribuída a Barnabé, o companheiro de São Paulo, pelos antigos escritores Cristãos... Mas a grande
maioria dos críticos a atribuem ao período do reinado de Adriano, em alguma data entre 119 a 126 D. C.” O
Smith's Dictionary of the Bible, diz: “Acredita-se que a epístola tenha sido escrita no início do segundo século.” A
Johnson's New Universal Cyclopedia diz: “Hefele supõe que tenha sido escrita entre 107-120 D. C... Ela é
frequentemente citada pelos Pais, e era considerada por muitos como tendo autoridade na igreja; alguns até
mesmo reivindicaram para ela um lugar no cânon sagrado.”
Este é um resumo da melhor crítica moderna quanto a data, caráter e autoridade da epístola de Barnabé. Lida e
reverenciada na igreja em cerca de 120 D. C., ou seja, dentro dos vinte e quatro anos seguintes à morte de João.
Ela mostra aquilo que os Cristãos acreditavam e praticavam imediatamente após os apóstolos. Na epístola, lemos:
“Até o incenso é uma vã abominação para mim, e as suas luas novas e Sábados eu não posso suportar. Ele,
portanto, aboliu estas coisas.” (Capítulo II).
O Ancião Andrews admite que “naquele momento ele afirma a supressão do Sábado do Senhor.” (Testimony,
etc., pág. 22). Chegando ao primeiro dia da semana, Barnabé diz:

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“Por isso também guardamos com júbilo o oitavo dia; o dia, também, no qual Jesus ressuscitou da morte.”
(Capítulo XV).
O que o Ancião Andrews fala deste testemunho? Ele admite que o texto ensina a abolição do Sábado Judaico
e a guarda do Domingo; mas argumenta que tal doutrina é contrária à Bíblia; isto é, contrária à sua ideia da Bíblia.
Enquanto eu ainda era um firme crente no sétimo dia, ao ler esse livro fiquei abalado com o fato de que o
Ancião Andrews, por todo o seu livro, teve que se opor e combater os ensinos de todos esses primeiros pais! A
razão é clara: ele sustentava uma doutrina, e eles sustentavam outra. Ele acreditava no sétimo dia, e eles
acreditavam no primeiro dia. Alguns deles viveram em uma data tão antiga o suficiente para terem conversado
com os próprios apóstolos, enquanto ele viveu mil e oitocentos anos depois! Quem estaria mais apto para saber
mais?
Em seu History of the Sabbath, pág. 308, ele diz: “As razões oferecidas pelos primeiros Pais para negligenciar
a observância do Sábado mostram conclusivamente que eles não possuíam nenhuma luz especial sobre o assunto,
pela razão de viverem nos primeiros séculos, luz esta que nós, nessa última era, possuímos”. Esta é a confissão
vinda do mais capacitado historiador do sétimo dia que já existiu! Ele admite que “os primeiros Pais... nos
primeiros séculos” negligenciavam “a observância do Sábado”, e ofereceram razões para isto!
Que necessidade temos de testemunhos adicionais para comprovar que o sétimo dia não era observado nos
primeiros séculos? Mas como isto se harmoniza com a teoria de que o Sábado foi mudado para o Domingo pelo
Papa várias centenas de anos depois? Suponhamos que os primeiros pais não fossem bons teólogos, nem
pensadores eruditos; não seriam eles capazes de testemunhar um simples fato? Não teriam condições de
determinar se guardavam ou não guardavam o Sábado? Certamente que sabiam o suficiente para dizer, e isto é
tudo o que desejamos perguntar.
Nós não citamos os Pais para comprovar a doutrina, pois para isso vamos apenas à Bíblia. Nós os citamos
para provar um simples fato histórico, a saber, que os Cristãos primitivos guardavam o Domingo, e por isso a
prática não poderia ter começado séculos depois com os Papas.

O ENSINO DOS APÓSTOLOS (DIDAQUÊ), 125 D. C.


Ele não foi escrito pelos apóstolos, ainda que sua data seja bem antiga, em alguma época próxima a 80 D. C.
O professor Harnack, de Berlim, o situa entre 90 D. C. e 120 D. C. Esta é a data mais estimada; não pode ser
muito posterior. O New York Independent fala sobre ele: “Por todos os aspectos é o mais importante escrito
exterior ao Novo Testamento.” Prof. D. E. Dungan, Presidente da Drake University, diz: “É evidente que ele não
está distante da morte do apóstolo João.” O notável erudito, Rev. Wilbur F. Crafts, em seu Sabbath for Man, pág.
383, diz que ele foi “escrito, como os melhores estudiosos concordam quase unanimemente, não depois de
quarenta anos após a morte do último apóstolo e durante o tempo de vida de muitos que haviam ouvido o ensino
de João”. No prefácio para este importante documento, os editores, Professores Hitchcock e Brown, do Union
Theological Seminary, New York, dizem: “A genuinidade do documento dificilmente pode ser questionada... O
documento indubitavelmente pertence ao segundo século, possivelmente datando de 120 D. C., dificilmente
posterior a 160 D. C.” (Introdução).
O capítulo quatorze do Ensino dos Apóstolos, diz: “Mas, a cada Dia do Senhor, reuni-vos, para partirdes o pão
e dardes graças”, etc. Neste testemunho está claro e decisivo que naqueles dias primevos o Dia do Senhor era o
dia estabelecido de adoração.

JUSTINO MÁRTIR, 140 D. C.


Cito a partir do The Testimony of the Fathers, do Ancião Andrews: “A Apologia, de Justino, foi escrita em
Roma, cerca do ano 140... e isso num intervalo de apenas quarenta e quatro anos da data da visão de João em
Patmos... Não parece que Justino, e aqueles em Roma que se juntavam a ele na doutrina, tributavam a mais leve
consideração pelo antigo Sábado. Ele fala do mesmo como tendo sido abolido e o trata com desprezo.” (pág. 33).
Esta é a confissão que até mesmo o historiador dos Adventistas do Sétimo Dia é obrigado a fazer. O Sábado
Judaico era desconsiderado pelos Cristãos no período de quarenta e quatro anos posteriores à morte do último
apóstolo, e isso é provado pelo testemunho de um eminente ministro Cristão que viveu naquela época.
Ouça novamente o Ancião Andrews: “Temos, portanto, que declarar Justino como um homem que sustentava
a revogação dos dez mandamentos, e que o Sábado era uma instituição Judaica que era desconhecida antes de

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Moisés, e sem nenhuma autoridade desde Cristo. Ele afirma ser o Domingo o dia mais adequado para a adoração
pública.” (pág. 44). Esta é a doutrina que a igreja e os pais primitivos sustentavam. Justino, em sua Apologia
escrita para o imperador, descreve amplamente aquilo que os Cristãos de então geralmente sustentavam,
exatamente como ele mesmo devia ter praticado.
O Ancião Andrews transmite a impressão de que Justino representava apenas uma pequena parcela de
Cristãos apóstatas em Roma, e que ele é totalmente não confiável. Mas os fatos demonstram justamente o oposto.
Ele era um grego, nascido na Palestina, e manteve o seu “Diálogo com Trifão” em Éfeso, Ásia Menor, na igreja
onde João viveu e morreu; o próprio centro da Igreja Oriental; e apenas quarenta e quatro anos após a morte de
João. De Justino, diz a Encyclopedia Americana: “Um dos escritores mais antigos e eruditos da Igreja Cristã... Ele
também era igualmente zeloso na oposição aos considerados heréticos.” A Schaff-Herzog Encyclopedia, diz:
“Nessas obras Justino professa aos seus contemporâneos o sistema de doutrina sustentado por todos os Cristãos, e
busca ser ortodoxo em todos os pontos principais... A única diferença que ele reconhece existir entre os Cristãos
está relacionada com o milênio. Desse modo, Justino é uma testemunha incontroversa da unidade da fé na Igreja
em seus dias, e do fato de que o tipo Gentílico de Cristandade prevaleceu.”
“Eusébio diz que ele obscureceu todos os grandes homens que iluminaram o segundo século pelo esplendor
do seu nome”. Seus escritos são “os mais importantes do segundo século que chegaram até nós.” (McClintock and
Strong's Encyclopedia, art. “Justin Martyr”).
Doutor Schaff fala dele: “Após sua conversão, Justino devotou-se totalmente à defesa da religião Cristã como
evangelista itinerante, sem residência fixa.” (Church History, vol. I, pág. 482). Não apenas os seus livros eram
aceitos sem questionamento, como expressando a prática da Igreja, mas também a sua vida itinerante, primeiro na
Palestina e depois em Roma, Grécia e Éfeso, capacitou-o a conhecer a prática e selar seu testemunho com uma
força igual à sua manifestação. Justino, portanto, é uma testemunha irrepreensível da fé e prática dos Cristãos
comuns que viviam poucos anos após a morte dos apóstolos.
Agora ouçam o que Justino fala a respeito do primeiro dia da semana: “E no dia chamado do sol (Sun-day,
Domingo), todos os que vivem nas cidades ou nos campos se reúnem em um só lugar, e as memórias dos
apóstolos ou os escritos dos profetas são lidos, tanto quanto o tempo permite. Então, quando o marrador termina,
aquele que preside instrui e exorta verbalmente a todos a imitarem essas boas coisas. Então todos nos levantamos
juntos e oramos, e, como já dissemos antes, quando a nossa oração é concluída, pão, vinho e água são trazidos; e o
que preside oferece com fervor orações e ações de graças, de acordo com a sua capacidade, e o povo consente,
dizendo, “Amém”; e faz-se uma distribuição para cada um daquilo que com graças foi dado, e para aqueles que
estão ausentes uma porção é enviada pelos diáconos. E aqueles que acham bem fazer, e de boa vontade, dão
aquilo que pensam ser adequado, o que é coletado e depositado junto ao que preside, o qual socorre os órfãos,
viúvas e aqueles que por motivo de doença ou qualquer outra causa estão em necessidade; os que estão em prisões
e os estrangeiros peregrinando entre nós, e, numa palavra, todos que estão em necessidades. Mas o dia chamado
do Sol é o dia no qual nós todos temos nossa assembleia comum, porque é o primeiro dia no qual Deus, tendo
operado uma mudança nas trevas e na matéria, fez o mundo; e Jesus Cristo, nosso Salvador, no mesmo dia
ressuscitou dos mortos; pois ele foi crucificado no dia anterior ao de Saturno (Saturday, Sábado); e no dia
posterior ao de Saturno, que é o dia do Sol, tendo aparecido aos seus apóstolos e discípulos, ele ensinou-os essas
coisas, as quais também nós entregamos para vossa consideração.” (A Primeira Apologia de Justino, cap. 66-67).
O Ancião Andrews questiona a genuinidade deste documento? Obviamente, não. Que resposta dá para ele?
Simplesmente que Justino não chama o Domingo de Sábado, nem de Dia do Senhor! Isto é rapidamente explicado
pelo fato de Justino ter escrito para um imperador pagão que era totalmente ignorante quanto ao significado de
ambos os termos, mas que estava familiarizado com o termo “dia do sol” (Domingo). Logo, por necessidade
Justino usou este termo. Mas ali permanece o fato puro, claro, positivo e inegável, que, dentro dos quarenta anos
depois que o livro de Apocalipse ser escrito, os Cristãos não guardavam o sétimo dia, mas mantinham suas
assembleias no Domingo. E Justino diz que Jesus ensinou estas coisas aos apóstolos.
Com tais fatos inegáveis diante de si, é espantoso como um homem possa dizer que o Sábado foi mudado para
o Domingo três ou quatro centenas de anos depois disso por papas apóstatas. De minha contento-me em ver que
tais alegações sejam contrárias a todos os fatos mais evidentes da história, como pode ser visto pelas declarações
incontestáveis de Justino Mártir.
É impossível que a guarda do Domingo tivesse sido introduzida universalmente dessa forma em todas as
igrejas sem uma palavra de objeção, a menos que ela tenha começado no manancial, com os próprios apóstolos.
Considere bem a força deste fato: desde os primeiros dias, retrocedendo quase aos próprios apóstolos, a igreja foi
dividida em denominações opostas, e a controvérsia entre elas sempre foi muito forte; mesmo assim todas

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concordavam em guardar o Domingo. Semelhantemente a hoje: vá para qualquer parte do globo, e onde quer que
encontre Cristãos de qualquer denominação ou nação, lá você os encontrará guardando o Domingo. Uns poucos
Sabatistas de origem recente são as únicas exceções a isto. Como prosperou este costume, se não tivesse
começado na própria fundação da igreja, pelos próprios apóstolos?

DIONÍSIO, BISPO DE CORINTO, NA GRÉCIA, 170 D. C.


Ouviremos mais dos próprios Pais quanto a se eles guardavam o Domingo. Dionísio, Bispo de Corinto, a
Igreja que Paulo levantou e para a qual deu a ordem sobre as coletas no Domingo (1 Cor. 16:1-2), diz:
“Passamos este santo Dia do Senhor, no qual lemos sua carta. Por meio da sua leitura constante seremos
capazes de extrair admoestação.” (Eusebius, Eccl. History, Livro IV, cap. XXIII).
Já vimos que o Dia do Senhor é o dia da ressurreição. Este termo nunca é aplicado a qualquer dia que não seja
o primeiro dia. Observe que o testemunho vem da Grécia, e não de Roma. Logo, o dia da ressurreição era um dia
“santo” em 170 D. C.

BARDESANES DE EDESSA, SÍRIA, 180 D. C.


Descendo apenas dez anos mais tarde, temos o testemunho do herético Bardesanes, o Sírio, que despontou em
cerca de 180 D. C. Ele pertenceu à seita dos Gnósticos, que era muito numerosa por todo o extremo oriente. Ele
diz: “No dia, o primeiro dia da semana, nos reunimos juntos; e nos dias de leitura nos abstemos de alimento.”
(Livro das Leis dos Países). Diz o Ancião Andrews: “Isso mostra que os Gnósticos usavam o Domingo como o
dia para reuniões religiosas.” (Testimony, etc., pág. 53). Aqui está outro bom testemunho para o Domingo, e outra
boa confissão do Ancião Andrews. Todas as denominações, ortodoxas e heréticas, guardavam o Domingo já em
cerca de 180 D. C. Como é, então, que Constantino e o papa mudaram o Sábado para o Domingo duzentos ou
trezentos anos depois? As próprias palavras do Ancião Andrews refutam totalmente tal ideia.
Observe também aqui uma refutação da ideia tão fortemente proclamada pelos Sabatistas, de que a guarda do
Domingo se originou em Roma e ficou por longo tempo confinada ali. O Ancião Andrews é obrigado a admitir
que os Gnósticos naquela data usavam o Domingo como um dia de adoração. Mas, 1. Os Gnósticos eram
enfaticamente uma seita oriental, originada na Síria, e era mais numerosa em Alexandria, Ásia Menor e no
Oriente. Roma jamais teve qualquer domínio sobre eles. O próprio Bardesanes viveu em Edessa, na Mesopotâmia,
4500 quilômetros a leste de Roma, em outro continente, em outra nação. 2. Esta seita já era numerosa no leste em
cerca de 150 D. C., ou cinquenta e cinco anos após a morte de João. Portanto, nós temos a guarda do Domingo
não apenas em Roma, mas por todo o leste, em cerda de 150 D. C., centenas de anos antes de o papa ter qualquer
partícula de influência por lá.

CLEMENTE DE ALEXANDRIA, EGITO, 194 D. C.


Clemente foi um dos mais celebrados Pais Cristãos. Ele escreveu em cerca de 194 D. C., e diz: “Ele, em
cumprimento do preceito, guarda o Dia do Senhor quando abandona uma má disposição e assume o mal do
Gnóstico, glorificando em si mesmo a ressurreição do Senhor.” (Livro VII, Capítulo XII). O Dia do Senhor, como
é visto aqui e adiante, é o dia da ressurreição. Clemente não viveu em Roma, mas no Egito. Desse modo a guarda
do Domingo não era simplesmente um costume Romano, como proclamam os Adventistas.

TERTULIANO, DA ÁFRICA, 200 D. C.


Tertuliano foi um dos primeiros Pais mais notáveis. Ele nasceu em 160 D. C.; era altamente educado, versado
na lei e muito talentoso. Criado por um pagão, ele se converteu a Cristo e desde então se opôs veementemente
contra o paganismo. Radicalmente severo em seus princípios, opôs-se a toda conformidade com o mundo. A
lassidão da Igreja Romana o levou a separar-se dela e a combateu acaloradamente. Portanto, ele não era um
Romanista, e tampouco Roma teve qualquer partícula de influência sobre ele, a não ser a de fazê-lo voltar-se para
longe dela. Ele era estritamente ortodoxo na fé e no amor pelas Escrituras. Portanto, se fosse verdade que a guarda
do Domingo havia sido introduzida na Igreja por Roma como uma instituição pagã, Tertuliano é exatamente o
homem que teria se oposto e condenado destemidamente a prática.

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A Cyclopedia, de Johnson, diz dele: “Um dos maiores homens da Igreja antiga.” Ele se uniu à seita puritana
dos Montanistas. Estes eram ortodoxos na doutrina, mas rígidos em espírito e disciplina. Ele permaneceu fiel à fé
dos Católicos, mas combateu-os veementemente nas questões de moralidade e disciplina. Era também um
representante da África, em oposição à Roma. A Schaff-Herzog Cyclopedia fala dele: “Uma das maiores e mais
originais personalidades da Igreja antiga... Ele desprezou a filosofia Grega.” De seu grande livro, eles dizem: “Um
dos monumentos mais magnificentes da Igreja antiga.” O Classical Dictionary, de Authon, relata: “Ele nos
informa sobre as doutrinas Cristãs de seu tempo da forma mais correta que qualquer outro escritor... Tertuliano foi
mantido na mais elevada estima pelos Pais subsequentes da Igreja.” Neander diz: “Tertuliano é um escritor de
importância única.” (Neander, de Rose, pág. 424).
Aqui está uma testemunha competente e inatacável quanto às doutrinas e práticas da Igreja universal em cerca
de 200 D. C., ou apenas 104 anos depois de João. Repetidamente ele argumenta que o Sábado foi abolido; que os
Cristãos não o guardam, mas guardam o Domingo, o Dia do Senhor. Da abolição do Sábado, ele diz: “Aquele que
argumenta que o Sábado ainda deva ser observado nos ensinam que no tempo passado homens justos guardavam
o Sábado... Deus originou Adão incircunciso e não observador do Sábado.” Assim ele fala que Abel, Noé,
Enoque, etc., “não observavam o Sábado.” (Resposta para os Judeus, Capítulo 2). Novamente: “A antiga lei é
demonstrada como tendo sido consumada em seus tempos específicos; assim também a observância do Sábado é
demonstrada ter sido temporária.” (Capítulo 4). “Nós solenizamos o dia posterior ao Sábado, em contradistinção
àqueles que chamam esse dia seu Sábado, e o devotamos ao reconforto físico e ao comer, apartando-nos dos
antigos costumes Judaicos, dos quais eles agora não estão instruídos.” (Apologia, de Tertuliano, Cap. XVI).
Tertuliano novamente declara que seus irmãos não observavam os dias mantidos como sagrados pelos Judeus:
“Nós não consentimos com os Judeus em suas particularidades relacionadas à comida nem em seus dias
sagrados... Nós, entretanto (exatamente como recebemos), apenas no dia da ressurreição do Senhor devemos
guardar, não só o dobrar os joelhos, mas termos uma postura de trabalho e ofício de solicitude, adiando até mesmo
os nossos negócios, deixando de dar qualquer ocasião para o maligno.” (Tertuliano sobre Oração, Cap. XXIII). O
Domingo, então, era observado pelos Cristãos naquela data antiga, mas o Sábado não era.

ORÍGENES, 225 D. C.
Orígenes (cerca de 225 D. C.) era um homem de imensa erudição, e seus escritos são numerosos. “Orígenes
pode ser perfeitamente indicado como um dos mais capazes e excelentes Pais da Igreja” (Encyclopedia,
McClintock and Strong). Ele diz: “Se for objetado contra nós sobre esse assunto, que nós mesmos estamos
acostumados a observar certos dias, como, por exemplo, o Dia do Senhor, a preparação, a Páscoa ou o
Pentecoste.” (Orígenes Contra Celso, Livro VIII, Cap. XXII). Isto mostra plenamente que ele observava o Dia do
Senhor. O lar de Orígenes era no Egito, mas ele viajou por todo o Leste e morreu em Tiro. Note que o testemunho
para o Domingo vinha de todas as partes do mundo, não de Roma.

AS CONSTITUIÇÕES APOSTÓLICAS, 250 D. C.


A respeito das “Constituições Apostólicas” (250 D. C.), o Ancião Andrews diz: “As assim denominadas
'Constituições Apostólicas' não foram obras dos apóstolos, mas já existiam no terceiro século, e na época era
generalizada a crença de que expressavam a doutrina dos apóstolos. Elas, por conseguinte, fornecem importante
testemunho histórico quanto à prática da Igreja de então. Mosheim, em seu Historical Commentaries, Cent. 1,
seção 51, fala da seguinte forma destas 'constituições': 'O conteúdo da obra é inquestionavelmente antigo, uma vez
que os costumes e a disciplina que ela exibe são os que prevaleciam entre os Cristãos do segundo e terceiro
séculos, especialmente os residentes na Grécia e nas regiões orientais.” (Testimony, pág. 13). Observe novamente
que essa obra foi um produto da Igreja Oriental, e assim mostra o costume da Igreja no Leste, ao invés do costume
da igreja em Roma.
Estes, então, serão bons testemunhos quanto à prática da Igreja em cerca de 250 D. C. Na seção 7, parágrafo
59, lemos: “E no dia da ressurreição do nosso Senhor, que é o Dia do Senhor, ajuntem-se mais diligentemente,
fazendo orações ao Deus que criou o universo por Jesus e o enviou a nós... De outro modo, que defesa fará Ele
junto a Deus por aquele que não se reúne no dia para ouvir as palavras salvíficas relativas à ressurreição?” No
Livro VII, seção 2, parágrafo 30, diz: “No dia da ressurreição do Senhor, isto é, o Dia do Senhor, reúnam-se em
conjunto, sem falhar, dando graças a Deus.” No mesmo parágrafo, ao falar da ressurreição de Cristo, o escritor
diz: “Em função da qual nos reunimos solenemente para celebrar a festa da ressurreição no Dia do Senhor.”

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Estes testemunhos são definitivos, e mostram além de qualquer dúvida que os Cristãos daqueles dias primevos
usavam o Dia do Senhor para adoração religiosa da mesma forma que é usado agora. Teriam eles, então, “a marca
da besta” pelo menos 250 anos antes da besta ter surgido, de acordo com a teoria Adventista do Sétimo Dia? Estes
fatos inquestionáveis da história, tomados das suas próprias obras publicadas e admitidas por eles como sendo
verdadeiras, mostram o total absurdo da sua posição de que a guarda do Domingo é a marca da besta.

ANATÓLIO, BISPO DE LAODICÉIA, ÁSIA, 270 D. C.


Ele foi Bispo de Laodicéia, Ásia Menor. Não um Romano, mas sim um Grego. Esta Igreja foi estabelecida
pelo próprio Paulo, e estava bem familiarizada com a doutrina dos apóstolos. Em seu sétimo cânon, Anatólio diz:
“O compromisso com a ressurreição do Senhor nos vincula a guardar a festa pascal no Dia do Senhor.” Em seu
décimo cânon, ele usa esta linguagem: “A festa solene da ressurreição do Senhor só pode ser celebrada no Dia do
Senhor.” Em seu décimo sexto cânon, ele diz: “Nossa consideração pela ressurreição do Senhor, que acontece no
Dia do Senhor, nos levará a celebrá-la sobre o mesmo princípio.”
Veja como todos os primeiros Cristãos chamavam o dia da ressurreição de “Dia do Senhor”, e quanto o
honravam. Quão inteiramente diferente dos Sabatistas, que buscam em vão encontrar expressões claras e
confiáveis para manifestar o seu desprezo pelo Domingo! Por que esta diferença, e o que ela mostra?

VITORINO, BISPO DE PETAU, 300 D. C.


“No antigo dia [o sexto] estávamos acostumados a jejuar rigorosamente até que, no Dia do Senhor,
pudéssemos ir adiante para o nosso pão com ações de graças. E deixe a parasceve se tornar um jejum rigoroso
para que não pareçamos observar qualquer Sábado com os Judeus, o qual o próprio Cristo, o senhor do Sábado,
fala por seus profetas que a sua alma aborrece o Sábado que em seu corpo ele aboliu.”

PEDRO, BISPO DE ALEXANDRIA, 306 D. C.


“Mas nós celebramos o Dia do Senhor como um dia de regozijo, porque neste dia ele ressuscitou; dia que
recebemos não só para um costume de dobrar os joelhos.” (Cânon 15). Há 1581 anos antes ele dá a mesma razão
para guardar o Dia do Senhor que os Cristãos dão hoje. Isso foi há mais de duzentos anos antes de o Papa vir a ter
poder. Observe que os testemunhos a respeito do Domingo vêm de todas as partes do mundo: da África, Ásia e
Europa, e não simplesmente de Roma, como dizem mentirosamente os Adventistas do Sétimo Dia. Os
testemunhos mostram que a guarda do Domingo era tão difundida quanto a própria Igreja Cristã, e isto desde os
primeiros dias.

EUSÉBIO, 324 D. C.
Eusébio nasceu na Palestina, lar do próprio Cristo, dos apóstolos e berço da Igreja primitiva. Ele foi Bipo de
Cesareia, onde Paulo residiu por dois anos (Atos 23:33; 24:27). Estudou em Antioquia, onde Paulo trabalhou por
alguns anos (Atos 15:1). Viajou para o Egito e pela Ásia Menor. Era um dos homens mais notáveis de sua época.
Escreveu a primeira história da Igreja Cristã e ostentou o título de “Pai da História da Igreja.” A Schaff-Herzog
Encyclopedia diz: “Como uma coletânea de fatos e documentos, sua obra é inestimável.” A Cyclopedia, de
Johnson, diz: “Ele era extremamente destacado em erudição, como também em talentos.” O Introduction, de
Hume, diz: “Um homem de extraordinária erudição, diligência e julgamento; excepcionalmente estudioso das
Escrituras... Sua obra principal é a 'História Eclesiástica', na qual registra a história do Cristianismo, desde o início
até a sua própria época... Ele divulgou não só a sua opinião particular, mas a opinião da Igreja, a soma daquilo que
encontrou nos escritos dos primeiros Cristãos.” (Vol. I Cap. XI, Sec. 2, pág. 42).
Ele teve todas as oportunidades possíveis para saber o que os Cristãos faziam através do mundo. Dele fala
Justin Edwards, D. D.: “Ele viveu no terceiro século; era um homem de vasto saber e estava bem familiarizado
com a história da Igreja desde o dia dos apóstolos como nenhum outro homem de seus dias.” Em Cesareia ficava
“uma biblioteca muito extensa, na qual Eusébio tinha constante acesso. Ele era um historiador notável e preciso, e
tinha o auxílio dos melhores recursos para obter informação sobre todos os assuntos relacionados com a Igreja
Cristã.” (Sabbath Manual, pág. 124-126).

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Ele viveu exatamente lá, sabia com precisão aquilo que os Cristãos faziam e escreveu cerca de cinquenta anos
antes do Concílio de Laodicéia, onde os Adventistas dizem que o Sábado foi mudado para o Domingo. Ouçam-no
falando dos patriarcas antes do dilúvio. Ele diz: “Eles, portanto, não consideravam a circuncisão nem observavam
o Sábado, assim como nós não observamos... porque coisas como estas não pertencem aos Cristãos.”
(Ecclesiastical History, Livro I, Capítulo 4). Isto é decisivo. Em 324 D. C., os Cristãos não guardavam o Sábado.
Na verdade existia uma pequena seita herética que guardava o Sábado, tal como os Judaizantes fazem agora.
A respeito destes, ele diz que “são os que nutrem opiniões deficientes e pobres a respeito de Cristo... Para eles a
observância da lei é completamente necessária (exatamente como para os Adventistas do Sétimo Dia), como se
não pudessem ser salvos apenas pela fé em Cristo e com uma vida correspondente... Eles também observam o
Sábado e outras disciplinas dos Judeus da mesma forma que estes, mas, por outro lado, também celebram
fielmente o Dia do Senhor, como nós, em comemoração à sua ressurreição.” (Ecclesiastical History, pág. 112-
113). Mesmo os Judaizantes guardavam o Domingo.
Sobre o Salmo noventa e dois, ele diz: “A palavra pela nova aliança mudou e transferiu a festa do Sábado para
a luz da manhã e nos deu o verdadeiro descanso, a saber, a guarda do Dia do Senhor... Neste dia, que é o primeiro
da luz e do Sol verdadeiros, nos reunimos, após um intervalo de seis dias, e celebramos Sábados santos e
espirituais; e também todas as nações através do mundo por ele redimidas, e fizemos aquilo de acordo com a lei
espiritual que foi decretada para os sacerdotes fazerem no Sábado”. Novamente: “E todas as coisas que eram
dever fazer no Sábado, estas nós transferimos para o Dia do Senhor como dia mais honorável do que o Sábado
Judaico.” (Citado em Sabbath Manual, de Justin Edwards, pág. 126-127).
O testemunho do maior historiador da Igreja primitiva é decisivo. Ele coloca além de qualquer dúvida que os
Cristãos em geral, em todo o mundo de então, guardavam o Domingo, o Dia do Senhor, e não guardavam o
Sábado Judaico. É uma causa desesperada aquela que é obrigada a negar um testemunho como este.

RESUMO DOS TESTEMUNHOS DAS ENCICLOPÉDIAS.


Como uma declaração honesta, imparcial e clara a respeito dos ensinos dos pais Cristãos primitivos
relacionados com a observância do Domingo, indicamos ao leitor ao artigo “Lord's Day” (Dia do Senhor),
extraído do Smith's Dictionary of the Bible. Aqui temos um livro de fácil acesso a todos, não-sectário, contendo
os resultados dos exames mais abrangentes e eruditos de cada passagem em que todos os pais tenham se referido à
questão do Domingo. Qualquer um que tenha lido os pais é obrigado a confessar que suas declarações são
honestas e verdadeiras. Tenho lugar para apenas uma citação: “Os resultados dos nossos exames quanto às normas
dos escritores dos dois séculos posteriores à morte de São João, são os seguintes: 'O Dia do Senhor existia durante
estes dois séculos como uma parte e parcela apostólica, e assim do Cristianismo Escritural. Ele nunca foi
defendido, pois nunca foi contestado, ou ao menos apenas contestado como foram outras coisas recebidas dos
apóstolos. Ele nunca foi confundido com o Sábado, mas cuidadosamente distinguido deste... Ele não era uma
instituição de caráter Sabático severa, mas um dia de regozijo, prazer e alegria; encorajando o relaxamento
(descanso), ao invés de proibi-lo.” Religiosamente considerado ele era um dia de encontro solene para a santa
eucaristia, para oração em conjunto, para instrução, para ações de graças; e embora sendo uma instituição sob a lei
da liberdade, o trabalho não parece ter sido formalmente proibido ou o descanso formalmente imposto. Tertuliano
parece indicar que o caráter do dia era oposto aos negócios mundanos. Finalmente, seja qual for a analogia que
pudesse supostamente existir entre o Dia do Senhor e o Sábado, nada chegou até nós semelhante a uma obrigação
de observar o Dia do Senhor com fundamento no quarto mandamento.”
Do mesmo modo a Johnson's New Universal Cyclopedia, art. Sabbath (Sábado), diz: “Por um tempo os
Judeus convertidos observaram tanto o sétimo dia, para o qual o nome Sabbath continuou a ser dado de forma
exclusiva, e o primeiro dia, que veio a ser chamado de Dia do Senhor... Dentro do período de um século após a
morte do último dos apóstolos encontramos a observância do primeiro dia da semana sob o nome de Dia do
Senhor estabelecido como um costume universal da Igreja... Ele não era considerado uma continuação do Sábado
Judaico (que era condenado juntamente com a circuncisão e outras práticas Judaicas e anticristãs), mas sim como
um substituto para ele, e a sua observância estava baseada na ressurreição de Cristo, ao invés do dia de descanso
da criação, ou Sábado do Decálogo.”
Nenhuma autoridade mais elevada do que esta poderia ser citada. Ela coloca a verdade de forma exata.
Igualmente a Schaff-Herzog Encyclopedia, art. Sunday (Domingo), diz: “No segundo século a sua observância era
universal... Os Judeus Cristãos pararam de observar o Sábado após a destruição de Jerusalém.”

90
Não existe maior autoridade viva do que o Dr. Schaff. Ele diz: “A universal e inquestionável observância do
Domingo no segundo século só pode ser explicada pelo fato de possuir suas raízes na prática apostólica.” (History
of the Christian Church, vol. I, pág. 478).”
O homem que fechar seus olhos para toda essa massa de testemunhos, e continuar insistindo que a guarda do
Domingo é apenas uma instituição dos Papas de séculos depois, está simplesmente apoiando-se numa teoria que é
obrigado a sustentar a todo custo. Eu tive a mesma triste experiência nesta questão, e sei exatamente como se
sente um adventista do sétimo dia quando lê sobre esses fatos históricos. Quando os li, há vinte anos, eles me
deixaram perplexos, mas superei-os pela minha forte fé em nossas doutrinas e por acreditar que a maioria eram
falsificações. Posteriormente, na medida em que lia mais, vi que esses testemunhos eram confiáveis e
decididamente contrários à nossa teoria do Domingo do Papa. Isto me perturbou consideravelmente, mas superei-
os simplesmente parando de pensar sobre eles e apoiando-me em outros argumentos que me inspiravam total
confiança. Nos debates eu sempre ficava ansioso para deixá-los fora da discussão. Sei que os ministros
Adventistas do Sétimo Dia geralmente se sentem como eu me sentia, pois frequentemente fazíamos alusão aos
testemunhos dos Pais e aos efeitos que eles promoviam nos debates. É óbvio que o grande corpo dos membros
nunca leu essas coisas e estão em feliz ignorância com respeito a elas; ou, se já leram, foi em seus próprios livros,
onde são explicadas superficialmente. Sua fé ilimitada na “mensagem” e em seus líderes leva-os para longe dos
fatos, como se fossem questões sem nenhuma consequência.
Quanto a mim, uma vez que decidi encarar diretamente os fatos históricos e permiti que exercessem a força
de que são merecedores, logo vi a completa falsidade da alegação de que 'o Papa mudou o Sábado'. O antigo
sentimento de inquietação quanto a este ponto desapareceu completamente. Senti que estando a evidência
histórica em causa, os meus pés estão em terreno sólido.

91
CAPÍTULO XII

POSIÇÕES SABATISTAS SOBRE A HISTÓRIA DO


DOMINGO REFUTADAS.

Quais as contestações que os Sabatistas fazem a respeito de todos os testemunhos precedentes? Estas:
1. “A Bíblia, a Bíblia somente, é a nossa regra. Nós não vamos pela história.” Resposta: Por que, então, eles
mesmos apelam para a história? Nenhum povo depende tanto da história, nem recorre a ela com tanta frequência,
nem faz tão grandes declarações a respeito dela como os Adventistas do Sétimo Dia. Por isso o livro de Andrews
sobre o Sábado possui 512 páginas. Destas, 192 são a respeito da Bíblia e 320 sobre história. E ainda dizem que
não vão pela história! Onde quer que possam encontrar um fragmento em seu favor, eles o utilizam ao máximo.
Da sua confiança na história, o Ancião Smith diz: “Um dos maiores fatos que temos a apresentar é que Deus
sempre tem tido testemunhas para o seu santo Sábado desde os dias de Adão até hoje.” (Replies to Canright, pág.
41-42). Assinale: Um dos maiores fatos que eles têm a apresentar em favor do Sábado vem de onde? Testemunho
da Bíblia? Não, mas sim testemunho da história. E ainda assim eles não vão pela história! O fato é que eles citam
a história sempre que lhes seja possível. Por que, então, gritar contra a história quando a seguimos neste assunto?
Porque ela está contra eles.
2. Eles dizem que “os primeiros pais não são confiáveis; são tolos, apóstatas, falsificadores e fraudadores.”
Ouçam o que o Ancião Smith fala sobre um dos pais: “Uma fraude, um impostor, um falsificador... um antigo
falsificador do segundo século que escreveu coisas tolas demais para serem repetidas e vergonhosas demais para
serem citadas.” (Replies to Canright, pág. 39). Ouça o Ancião Waggoner: “Seguramente a insanidade não seria
capaz de produzir um disparate mais sem sentido do que este.” “Tal criancice sem sentido é frequentemente vista
sob o título de razão.” “Teria sido uma bênção para o mundo se todos eles se perdessem.” (Fathers of the Catholic
Church, pág. 206, 209, 217). Este é o modo como eles descartam todos os pais Cristãos que disseram alguma
palavra em favor do Domingo. Sem dúvida teria sido melhor para aqueles que guardam o Sábado Judaico se todos
os pais Cristãos se perdessem, e, melhor ainda, se o Novo Testamento também se perdesse, pois ambos são contra
eles. Por que tal esforço para demolir o testemunho dos escritores Cristãos primitivos? Porque eles estão contra os
Sabatistas, eles sabem disso. Quaisquer que sejam as noções rudes que os primeiros pais possam ter tido, eles
teriam condições de estabelecer um simples fato de seus próprios dias, quanto a se guardavam ou não o Domingo.
Todos eles são unânimes em dizer que guardavam, e seu testemunho é decisivo.
Mas o quanto existe para a sua acusação de fraude, falsificação, etc.? Apenas isto: Naqueles dias o nome do
autor nem sempre estava assinalado em seu livro; consequentemente, algumas vezes parecia que um livro era
atribuído ao autor errado por engano. Nenhuma fraude ou falsificação era planejada ou praticada por ninguém
Veja o livro de Hebreus. Nenhum nome é atribuído a ele. Ainda é um ponto controverso sobre quem a escreveu;
Paulo, Barnabé ou algum outro apóstolo. Por causa disso deveríamos chamá-la de “fraude” e tirá-la fora da
Bíblia? Não. Assim acontece com a epístola de Barnabé, por exemplo. Nenhum nome foi atribuído a ela, ainda
que fosse geralmente atribuída ao apóstolo Barnabé e fosse lida em todas as igrejas como autoridade já em cerca
de 120 D. C. Alguns a atribuíam a outros, mas todos concordam que foi escrita perto de 120 D. C. por algum
Cristão, e que retratava a opinião e os costumes da igreja naquela época. “Fraude, fraude”, gritam os Sabatistas;
“Barnabé nunca a escreveu.” Bem, e daí? Algum Cristão a escreveu dentro do período de vinte e cinco anos da
morte de João, e ela diz que os Cristãos da época guardavam o Domingo.
3. “Nenhum dos pais chama o Domingo de Sábado.” Assim falam os Sabatistas. Isto é correto. A igreja
primitiva disse, juntamente com Paulo (Col. 2:16), que o Sábado foi abolido com outros ritos Judaicos. O primeiro
dia não era o Sábado, mas “o Dia do Senhor”, “o oitavo dia”, “dia da ressurreição”, etc.

92
4. Os Sabatistas dizem que os Cristãos trabalhavam no Domingo durante o primeiro século ou mais. Sua
evidência quanto a isto é muito questionável, como veremos em breve. Mesmo assim é possível que no princípio o
dia possa não ter sido observado tão rigidamente quanto depois; mas ele ainda era o dia no qual os Cristãos se
encontravam para sua adoração, de acordo com o costume dos apóstolos. É isto o que declaramos ter provado
abundantemente.
5. Os Sabatistas dizem: “Os Cristãos guardavam o Sábado durante séculos depois de Cristo.” Resposta: Toda
a história mostra abundantemente que os Judeus Cristãos observavam o Sábado, a circuncisão, Páscoa, etc., por
um longo tempo. Em algumas igrejas, onde predominava o componente Judaico, os Gentios podem ter também
guardado o Sábado, mas todas as facções guardavam o Domingo ao mesmo tempo. Estes são os fatos sobre a
guarda do Sábado na igreja primitiva, como provado acima.
6. Os Adventistas do Sétimo Dia citam os assim chamados “eminentes historiadores” para provar suas
afirmações. Com esses autores eles enganam as pessoas e enganam a si mesmos. Eles os citam como
“historiadores confiáveis”, “altas autoridades”, “teólogos eminentes”, “todos amigos do Domingo”, etc. Mas quem
são eles? Veja o History of Sabbath (História do Sábado), de Andrews, a obra de referência Adventista. Todas as
outras relacionadas com a história do Sábado são apenas novos arranjos dela. Ela é utilizada em todas as ocasiões,
e os autores mencionados são citados vezes sem conta por escritores e pregadores. Mas o grande volume das suas
citações provêm de homens tais como Heylyn, Domville, Morer, Cox, Brerewood, White, etc., que eram clérigos
Episcopais da Inglaterra e implacáveis opositores da sacralidade do Domingo.
6.1. Brerewood, no décimo sétimo século, era apenas um professor de colégio, sem destaque para ao menos
ser mencionado em qualquer enciclopédia que eu tenha visto, e consultei muitas. Ele era um errático ardente e
argumentava que a lei do Sábado foi dada apenas para o mestre (ver The Sabbath, de Gilfillin, pág. 122-123).
6.2. Coleman, um escritor Americano dos nossos próprios dias, raramente mencionado em alguma
enciclopédia.
6.3. Dr. Cox, um escritor Escocês anti-Domingo do século passado, nem ao menos mencionado em qualquer
enciclopédia (ver Gilfillin, pág. 168). Ainda assim Andrews o menciona vinte e duas vezes; longas citações, como
se fosse um amigo do Domingo! Ele bem poderia citar um da sua própria seita como amigo do Domingo. Como
prova disso leia o seguinte, da parte do Dr. Lewis, Batista do Sétimo Dia, em seu “History of Sabbath and
Sunday”: “Um pastor da Igreja Batista do Sétimo Dia Mill Yard, em Londres, Robert Cornthwaite, publicou cinco
obras sobre a questão do Sábado.” Do seu último livro, Lewis diz: “Robert Cox cita amplamente da sua obra.”
(pág. 337-339). Exatamente, e depois Andrews diz que este homem é amigo do Domingo!
6.4. Domville, outro escritor anti-Domingo do décimo nono século, não mencionado em qualquer
enciclopédia. Ele nega que exista alguma autoridade na Bíblia para observar o Domingo até mesmo como um dia
para reuniões (Gilfillin, pág. 143). Apesar disso Andrews o menciona treze vezes como uma autoridade de
referência do Domingo!
6.5. Heylyn era amigo do infâmio Laud da Inglaterra (William Laud, 1573-1645). Em 1618, Charles I da
Inglaterra emitiu um “Livro dos Esportes” para o Domingo, permitindo dançar, lutar e vários jogos no Domingo
(ver Gilfillin, pág. 168). As pessoas piedosas se opuseram à declaração por considerá-la uma profanação do
Domingo. Laud, por ordem do Rei, alugou a Heylyn e o Dr. White para escreverem contra a sacralidade do
Domingo e em favor do livro do Rei. Em quatro meses um grande volume foi escrito, impresso e distribuído de
acordo com o decreto, para provar o que ser queria contra o Domingo. A Cyclopedia of Universal Knowledge diz
de Heylyn: “Ele era um escritor muito produtivo e controverso, mas suas obras não possuem valor na atualidade.”
Deste homem Andrews faz trinta e seis citações, muitas delas extensas, usando-as como sua principal evidência
sobre os pontos principais!
6.6. White, o homem associado com Heylyn como mercenário de Laud para escrever o livro acima, é citado
onze vezes por Andrews como um confiável defensor do Domingo! Ele poderia citar também o Ancião Waggoner
como um defensor do Domingo.
6.7. Morer é um escritor do décimo oitavo século sem nenhuma menção em enciclopédias. Ele escreveu para
contestar a origem divina da observância do Domingo (ver Gilfillin, pág. 142). Sobre uma de suas declarações que
aconteceu de favorecer o Domingo, o Ancião Waggoner diz: “Desonesto, como manifestamente é”, etc. (Replies
to Elder Canright, pág. 146). Deste homem “desonesto” o Ancião Andrews faz não menos do que quarenta e sete
citações, muitas delas extensas!
6.8. Jeremy Taylor, do décimo sétimo século, o amigo e capelão do vil Laud, escreveu contra a autoridade
divina do Domingo, e mesmo assim é citado por Andrews como amigo do Domingo!

93
Estas são amostras dos seus autores. A maioria deles era membro da Igreja da Inglaterra, e isto, também,
durante o pior período daquela igreja; uma igreja que admite a mais vasta gama de opiniões teológicas, tais como
o Unitarismo, Universalismo, provação futura, aniquilação, racionalismo, alta igreja, baixa igreja, etc. Quanto,
então, isso pesa quanto à solidez da opinião de alguém para determinar que ele é um ministro daquela igreja?
Retire da parte histórica de Andrews as suas citações e argumentos dos autores acima, e dificilmente você terá
algo mais do que um esqueleto. E mesmo as citações deles são unilaterais. Waggoner, Smith, Butler e todas as
luzes menores entre os Adventistas do Sétimo Dia que chegaram depois de Andrews simplesmente utilizam as
citações que ele agrupou para eles. Mas eles poderiam citar também Gingerol e Tom Aine tanto como “amigos da
Bíblia” quanto como “amigos do Domingo Sabático”. Cada um deles escreveu com o propósito de refutar as
reivindicações do Domingo como sendo um Sábado de autoridade divina. Milhares de leitores ignorantes da
história são enganados, como uma vez eu fui, por essas citações usadas pelos Adventistas. Se eles tivessem a
verdade, não seriam obrigados a depender de tais autores.

OS PAGÃOS ROMANOS NUNCA GUARDARAM O DOMINGO.


Os Adventistas do Sétimo Dia afirmam que a guarda do Domingo foi adotada dos pagãos Romanos pelos
Católicos e dos Católicos para os Protestantes. Esta ideia eles ensinam diligentemente em toda a parte. Eles dizem
que os pagãos guardavam o Domingo em adoração ao sol. Ver History of the Sabbath, de Andrews, pág. 258-264.
Tais declarações são totalmente falsas.
Cada dia da semana era nomeado de acordo com algum deus, e em certo sentido era dedicado à adoração
desse deus; como Segunda (Mon-day, dia da Lua) para a Lua, Sábado (Saturn-day, dia de Saturno) para Saturno,
Domingo (Sun-day, dia do Sol) para o Sol, etc. Mas eles paravam de trabalhar nesses dias? Não; se parassem eles
teriam que guardar cada dia da semana. Eles observavam o Domingo parando de trabalhar? Definitivamente, não.
Nada como isto era ensinado ou praticado pelos Romanos. Eles não tinham dia semanal de descanso.
O Prof. Rauschinbusch, do Seminário Teológico de Rochester, cita Lotz assim: “É algo inútil tentar provar
que os Gregos e Romanos tivessem algo que se assemelhasse ao Sábado. Tal opinião é refutada até mesmo pelo
fato de que os escritores Romanos ridicularizavam o Sábado como algo característico dos Judeus.” Como prova
ele cita muitas passagens dos poetas Romanos e uma de Tácito. Sêneca também condenou a observância do
Sábado dos Judeus como uma perda de tempo, na qual uma sétima parte da vida era perdida.” (Saturday or
Sunday? Pág. 83). Herzog diz: “Nenhuma celebração religiosa especial de qualquer um dos dias da semana pode
ser apontada em alguma das religiões pagãs.” (artigo Sábado). Este fato é confessado acidentalmente pelo Ancião
Waggoner. Da lei de Constantino (321 D. C.), ele diz: “Embora o venerável dia do sol tenha sido por muito, muito
tempo, venerado por eles e seus ancestrais pagãos, a ideia de um dia de descanso do trabalho mundano em sua
adoração era inteiramente nova.” (Replies to Elder Canright, pág. 130). Destaque esta confissão, pois ela desfaz o
pilar principal do seu argumento em seu esforço para provar que a guarda do Domingo foi assimilada dos pagãos.
Os pagãos nunca guardaram o Domingo. Ele era um dia de trabalho comum como os outros dias da semana. A
ideia e o costume de guardar o Domingo como um dia de descanso do trabalho se originou com os Cristãos, não
com os pagãos. Portanto, o argumento é falso. Novamente: o Sábado era consagrado a Saturno, como o Domingo
era ao Sol. Logo, os Adventistas estão guardando um dia pagão da mesma forma que estão os que guardam o
Domingo!

CONSTANTINO NÃO MUDOU O SÁBADO.


Tem sido comum para os Sabatistas apontarem para a lei de Constantino como sendo o principal fator na
mudança do Sábado para o Domingo. Nunca existiu qualquer verdade na colocação; mas o Ancião Waggoner
agora assume isto e confessa que a lei não tem nada a ver com a mudança só Sábado. “Constantino, em seus
decretos, não disse uma só palavra seja a favor ou contra guardar o Sábado da Bíblia.” “É seguro afirmar que nada
foi feito no tempo de Constantino, seja por ele mesmo ou por qualquer outro, que tenha a mínima aparência de
mudar o Sábado.” (Replies to Elder Canright, pág. 150). Isto é verdadeiro e uma boa confissão, embora ela
contradiga tudo o que eles têm dito até agora. Agora deixe-os revisar todos os seus livros, para harmonizá-los com
esta verdade, e estes ficarão bem menores.

A LEI DOMINICAL DE CONSTANTINO E SEU OBJETIVO.

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“Que todos os juízes, e todos os habitantes da cidade, e todos os mercadores e artífices descansem no
venerável dia do sol; mas permita-se àqueles que se situam nos campos cuidar dos negócios da agricultura
livremente e em plena liberdade; visto acontecer amiúde que nenhum outro dia é tão adequado à semeadura do
grão ou ao plantio da vinha; daí o não se dever deixar passar o tempo favorável concedido pelo céu.”
Os simples fatos sobre a lei são estes: Os Cristãos, desde os dias dos apóstolos, guardavam o primeiro dia da
semana, mas não existia nenhuma lei civil para protegê-los ou auxiliá-los nisto. Na sua época eles haviam se
tornado muito numerosos no império, e a sua influência progrediu rapidamente. A antiga religião pagã estava
declinando diante deles. Constantino, para dizer o mínimo, era favorável ao Cristianismo. Seus pais eram Cristãos.
Ele era astuto o suficiente para ver que era do seu interesse favorecer a nova e ascendente religião. Portanto, tão
logo professou publicamente o Cristianismo ele emitiu vários editos favorecendo-o de muitas maneiras; este com
respeito ao Domingo entre o restante.
A Schaff-Herzog Encyclopedia fala corretamente: “Sem dúvida ele foi convencido pelas reivindicações
superiores do Cristianismo como a religião em ascendência; mas a sua conversão foi uma mudança de política,
mais do que de caráter moral. Ele conhecia bem o Cristianismo, mas apenas como um poder no Império Romano,
e ele o protegeu agindo como um estadista sábio e de visão... Seu primeiro edito relacionado aos Cristãos (Roma,
312) se perdeu. Pelo segundo (Milão, 313), ele garantiu a eles não apenas liberdade de adoração religiosa e seu
reconhecimento por parte do estado, mas também reparação das perdas previamente incorridas... Uma série de
editos em 315, 316, 319 e 323 completaram a revolução. Os Cristãos foram admitidos nos ofícios do estado... Um
edito de 321 ordenou que o Domingo fosse celebrado pela interrupção de todo o trabalho em público.” Este edito
foi apenas um dos sete emitidos para favorecer os Cristãos.
1) Ele não foi feito para agradar ou favorecer os pagãos, pois, como visto acima, eles não guardavam o
Domingo.
2) Como temos provado, todos os Cristãos guardavam o Domingo, e por consequência a lei iria favorecê-los e
agradá-los.
3) O edito não foi endereçado aos Cristãos; eles não necessitavam de tal lei, pois já guardavam o dia
voluntariamente.
4) Ele não foi lavrado em termos Cristãos, “Dia do Senhor”, pois foi endereçado aos pagãos.
5) Ele foi redigido em termos pagãos “dia do sol”; os pagãos iriam entendê-lo e seriam menos ofendidos.
A lei, então, não fez mudança na observância do Domingo por parte dos Cristãos, mas asseguraria para o dia
uma melhor observância do Domingo, exigindo que todos, pagãos e demais, parassem de trabalhar no dia. Mas
diz-se que esta lei de Constantino, 321 D. C., foi a primeira lei já feita proibindo o trabalho no Domingo. Bem
verdade, mas por que? Porque ninguém, além dos Cristãos, acreditava ser errado trabalhar naquele dia; e até a data
Constantino não tinha poder para fazer leis, e assim não poderia ter feito uma lei para guardar o Domingo, se eles
desejassem fazer. É digno de nota que o primeiro imperador que favoreceu o Cristianismo tenha feito, dentre
outras leis que favoreciam os Cristãos, uma lei civil proibindo o trabalho no Domingo.
Os Adventistas agora admitem que a lei foi feita a pedido dos Cristãos. Assim o Ancião A. T. Jones, no Battle
Creek Journal, 11 de dezembro de 1888, diz: “Está demonstrado que a primeira lei Dominical decretada foi a
pedido da Igreja, em favor da Igreja e expressamente para ajudar a Igreja.” Exatamente, e isso prova que a igreja
guardava o Domingo antes de a lei ter sido feita.
É um absurdo dizer que os pagãos sempre guardaram o Domingo e ainda assim nunca tinham feito uma lei
concernente a isto. Como concordam todos os Adventistas, a primeira lei do Domingo foi feita para favorecer os
Cristãos. Isso mostra que a observância do Domingo era na época considerada como uma parte essencial do
Cristianismo. Desta lei, Mosheim diz: “O primeiro dia da semana, que era o tempo regular e estabelecido para as
reuniões públicas dos Cristãos era, em consequência de uma lei peculiar promulgada por Constantino, observado
com maior solenidade do que era antigamente.” (Mosheim, século 4, parte 2, capítulo 4, seção 5).

ENCONTRADO, AFINAL, O TEMPO E O LUGAR EXATOS EM QUE O PAPA MUDOU O


SÁBADO!
Eu pressionei os Adventistas para que dissessem o tempo e o lugar, quando e onde, o Sábado foi mudado pelo
papa; e dar o nome do papa e os fatos sobre tal mudança, se realmente aconteceu. Provocados por isto, o Ancião
Waggoner tomou para si a tarefa hercúlea. Uma amostra pior de suposições e perversões seria difícil encontrar!

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Ao final, ele indicou o concílio de Laodicéia, 364 D. C., como o lugar e tempo, onde e quando, o Sábado foi
mudado pelo Papa. O vigésimo nono cânon do concílio está assim redigido:
“Os Cristãos não devem judaizar e descansar no Sábado, mas trabalhar neste dia, mas preferir o Dia do
Senhor. Devem descansar, se possível, como Cristãos. Pelo que, se forem achados judaizando, sejam
amaldiçoados de Cristo.”
Sobre isto o Ancião Waggoner diz: “Agora, se qualquer um consegue imaginar o que poderia ter mudado o
Sábado, se não for isto, eu ficaria extremamente feliz em aprender o que poderia ser... Agora afirmo que satisfiz
sua exigência; mostrei a data, o lugar e o poder que mudou o Sábado.” (Replies to Canright, pág. 141, 161). Ele
declara que aquele foi “um concílio Católico”, e que “historiadores antes e depois fizeram muita menção” a este
concílio. Agora vamos examinar sua posição.
1. Se o Papa mudou o Sábado pelo Domingo no concílio, como afirma, então certamente ele não foi mudado
antes ou depois, nem em qualquer outro lugar. Logo, se isto for falho, toda a sua causa estará perdida. Permita-se
o leitor prestar atenção na importância desta colocação. Permita-se o leitor atentar para este fato importante.
2. Ele admite o que todo estudioso já sabe: que até após o tempo de Constantino o Bispo de Roma “não
possuía qualquer autoridade sobre os outros bispos”, e assim não poderia ter mudado o Sábado antes daquele
tempo. Ele diz: “Foi o próprio Constantino quem lançou os alicerces do Papado.” (Replies to Canright, pág. 148).
Seguramente o Papado não existia antes dos seus alicerces serem lançados.
3. Ele admite, como já mostrado, que Constantino não fez nada para mudar o Sábado.
4. Mas já provamos abundantemente, nas páginas precedentes, que muito antes dessa data todos os Cristãos
eram unânimes em observar o Dia do Senhor. Este simples fato prova o total absurdo da afirmação de que o
Sábado foi mudado em Laodicéia, 364 D. C., ou pelo Papado em qualquer tempo.
5. No ano 324, ou exatamente quarenta anos antes do Concílio de Laodicéia, Eusébio, Bispo de Cesareia, na
Palestina, escreveu sua célebre História do Cristianismo. Ele tinha todas as oportunidades possíveis para saber
aquilo que os Cristãos faziam por todo o mundo. Ele diz: “E todas as coisas que eram dever fazer no Sábado,
essas nós transferimos para o Dia do Senhor como mais honorável do que o Sábado Judaico.” (Sabbath Manual,
pág. 127).
Este era o modo como o Sábado e o Domingo se mantinham na Igreja quarenta anos antes de Laodicéia. Eles
não guardavam o Sábado, mas guardavam o Dia do Senhor; haviam transferido todas as coisas para este. Quanta
verdade, então, pode haver na posição de que o Sábado foi mudado para o Domingo pelo Papa, quarenta anos
depois? É uma vergonha descarada tentar perverter a verdade. Mas vamos olhar os fatos reais sobre o concílio de
Laodicéia. Os Adventistas afirmam duas coisas, a saber, que o Sábado foi mudado pela igreja Romana e que isto
foi feito pela autoridade do papa. Então eles escolheram Laodicéia como o lugar e tempo, mas:
1. Laodicéia não é Roma. Ela está situada na Ásia Menor, cerca de 1600 quilômetros a leste de Roma. Ela
ficava na Ásia, não na Europa. Era uma cidade Oriental, não Ocidental; não era uma cidade Latina.
2. Ela era uma cidade Grega, não uma cidade Romana.
3. O Papa de Roma não compareceu ao concílio em Laodicéia (364 D. C.). Waggoner afirma que ele
compareceu? Não, porque ele sabe que o Papa não compareceu.
4. O Papa não compareceu nem enviou um emissário, ou um delegado, ou qualquer outro para representá-lo.
Na verdade, nem a Igreja Católica nem o Papa tiveram nada a ver com qualquer coisa do concílio, seja na
formação ou na condução. Ele se realizou independentemente do seu conhecimento ou consentimento.
5. Naquela data antiga, 364 D. C., os Papas, ou melhor, os Bispos de Roma, não tinham autoridade sobre
outros bispos. O concílio realizou-se duzentos anos antes de eles serem investidos com autoridade sobre as Igrejas
Ocidentais. Nem o Papa nem o Papado jamais tiveram alguma autoridade, seja de que tipo fosse, sobre as Igrejas
do Oriente, onde esse pequeno concílio foi realizado (ver History of the Popes, de Bower, ou qualquer livro sobre
história da igreja). Falando de Silvestre I, que foi Bispo de Roma em 314 a 336 D. C., apenas vinte e oito anos
antes do concílio em Laodicéia, o Ancião Waggoner diz: “O Bispo de Roma não tinha ainda obtido, na época,
qualquer tipo de autoridade sobre os outros bispos.” (Replies to Canright, pág. 143). Isto é correto. Teriam eles,
nos vinte e oito seguintes, ganhado autoridade para mudar a guarda do Sábado de um dia para o outro, e isto em
todo o mundo? Irracional!
6. Libério era Bispo de Roma na época do concílio em Laodicéia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Papa_Lib
%C3%A9rio). Ele foi degradado do seu ofício, banido e tratado com o máximo desprezo. Bower diz que, de modo

96
a terminar seu exílio, Libério “escreveu da forma mais submissa e chorosa aos bispos Orientais.” (History of the
Popes, Vol. I, pág. 64). E este foi o Papa que mudou o Sábado, num concílio destes mesmos bispos Orientais,
distante 1600 quilômetros, ao qual ele não compareceu!
7. O Concílio de Laodicéia foi apenas um concílio local, um acontecimento de importância reduzida, e não um
concílio geral. O Ancião Waggoner o magnifica transformando-o em um grande “concílio [geral] Católico”, uma
afirmação que é completamente falsa. Os concílios gerais foram: 1. o de Nicéia, 325 D. C.; 2. o de
Constantinopla, 381 D. C.; 3. o de Éfeso, 431 D. C.; etc. (ver Capítulo VIII deste livro. Ver também a lista na
Cyclopedia, de Johnson, ou qualquer história eclesiástica). Bower, em sua extensa obra, History of the Popes
(História dos Papas), dá um relato de todos os concílios gerais; dos concílios locais importantes e de todos nos
quais Roma ou os Papas estavam relacionados, mas ele nem ao menos menciona o de Laodicéia. Ele diz:
“Diversos outros concílios foram realizados do ano 363 a 368, dos quais não temos comentários em particular.”
(Vol. I pág. 79). Eu pesquisei em um grande número de enciclopédias e livros de história da igreja, e na maioria
deles não encontrei absolutamente qualquer menção ao concílio de Laodicéia; apenas uma poucas linhas em
alguns. O Rev. Armstrong, um erudito de Canton, Pa., diz: “Este concílio não é mencionado por Mosheim,
Milner, Euter, Reeves, Socrates (Scholasticus), Sozomen, nem por quatro outros historiadores que estão sobre a
minha mesa.” A Cyclopedia, de McClintock e Strong, diz desse concílio: “Estavam presentes trinta e dois bispos
de diferentes províncias da Ásia.” Todos bispos da Igreja Oriental, nem um único da Igreja Romana! E ainda
assim este foi o tempo e o lugar, quando e onde, de acordo com os pontos de vista Adventistas, a Igreja Romana e
os Papas mudaram o Sábado!
8. Agora pense sobre isto: esse pequeno concílio local de trinta e dois bispos revoluciona o mundo inteiro
mudando a guarda do Sábado!
9. O fato é que o concílio simplesmente regulamentou, nesta localidade, uma instituição já há muito
estabelecida, o Dia do Senhor, do mesmo modo que também o fizeram concílio após concílio posteriores. Se isso
mudou o Sábado para o Domingo, então ele foi mudado uma centena de vezes desde então! Os Sabatistas
apontam para essas diferentes resoluções como sendo muitos atos na mudança do Sábado, quando as mesmas não
têm a mais remota relação com tal coisa. E em analogia, não são mais do que as resoluções relacionadas com
guarda do Domingo que são passadas atualmente, de ano em ano, em todas as nossas assembleias religiosas. O
Ancião E. J. Waggoner faz esta declaração verdadeira: “Os decretos dos concílios não tiveram, como regra geral,
o objetivo de serem leis arbitrárias ditando o que deveria ser, mas eram formulações das opiniões e práticas
amplamente dominantes de seu tempo... A infalibilidade foi atribuída ao Papa centenas de anos antes de se tornar
dogma da Igreja.” (Fathers of the Catholic Church, pág. 333). Exatamente, e da mesma forma o Dia do Senhor
tinha sido guardado pela Igreja há centenas de anos antes de o Concílio de Laodicéia tê-lo mencionado.
10. A Igreja de Laodicéia, onde o concílio foi realizado, foi fortalecida pelo próprio Paulo (Col. 4: 13, 16; 1
Tim. 6, até o fim da epístola). Ela era uma das sete Igrejas para as quais João escreveu (Apoc. 3:14).
Consequentemente, é certo que ela era bem instruída e fundamentada nas doutrinas dos apóstolos. Entre Paulo e o
concílio, isto é, em 270 D. C., Anatólio foi Bispo de Laodicéia. Ele escreveu: “Nossa consideração pela
ressurreição do Senhor, que se deu no Dia do Senhor, nos conduzirá a celebrá-lo sobre o mesmo princípio.”
(Cânon 16). Aqui temos que a Igreja guardava o Domingo cem anos antes do concílio.
12. Finalmente, se o Concílio de Laodicéia mudou o Sábado, como dizem os Adventistas, então ele foi
mudado pela Igreja Grega, ao invés da Igreja Romana; mudado pelas Igrejas Orientais sobre as quais Roma não
tinha autoridade; mudado antes de o Papado ser estabelecido; antes do papa ter qualquer autoridade sobre o leste,
por um pequeno concílio local ao qual nem o Papa ou algum dos seus servidores compareceu. O absurdo desta
declaração está manifesto sem maiores argumentos.
Por muitos anos eu aceitei essas falsas declarações dos escritores Sabatistas considerando-as verdades
incontestáveis, como fazem todos os seus convertidos. Eu não tinha meios de conhecer a realidade. Pregava
enfaticamente aquilo que lia em seus livros e levei milhares ainda mais ignorantes do que eu a acreditarem nisso.
Gradualmente foi ficando claro para mim que eu estava sendo enganado, mas foram necessários anos para que
pudesse conhecer os fatos verdadeiros do caso e conseguir me libertar da superstição que me amarrava. Agora
posso dizer que investiguei a matéria plenamente, ao ponto de me contentar em saber que para sustentar suas
teorias falsas eles têm feito grande violência contra os fatos mais límpidos da história. A afirmação de que o papa
mudou o Sábado é uma clara amostra da falsidade.

97
CAPÍTULO XIII

O SÁBADO NO VELHO TESTAMENTO.

O SÁBADO EM GÊNESIS.
O Sábado não é mencionado pelo nome no livro de Gênesis, não até o tempo de Moisés. Gên. 2:1-3 declara
que Deus terminou a criação em seis dias e descansou no sétimo dia; e que ele abençoou e santificou o sétimo dia
“porque nele descansou.” Sobre isto, observamos: 1. O dia não era santo em si mesmo. 2) O descanso de Deus
no dia não o tornou santo. 3) Deus santificou ou tornou santo o sétimo dia porque nele ele descansou. Seu
descanso havia terminado e passado antes de ele ter abençoado o dia. 4) Quanto a exatamente quando Deus
abençoou o dia, o registro não estabelece claramente. Alguns argumentam que ele santificou o dia ali e no Éden;
outros dizem que isso não foi feito até o êxodo. Argumentos plausíveis são usados em ambos os lados; mas o
simples fato de que os homens mais piedosos e instruídos sempre discordaram sobre a instituição do Sábado no
Éden, deveria nos transmitir cautela quando construímos uma teoria fundamentada em textos controversos tão
escassos e em declarações tão distantes no tempo. Com toda a justiça, deve-se admitir que o tempo específico
quando o Sábado foi santificado não pode ser determinado seguramente a partir do texto.
O Smith's Dictionary of the Bible, diz corretamente: “É em Êx. 16:23-29 que encontramos a primeira
constituição incontestável do dia.” (art. Sábado). Sobre o argumento em Gên. 2:1-3 para a instituição do Sábado
no Éden, ele diz: “Todo o argumento é muito precário.”
Não existe ordem em Gên. 2 para guardar o Sábado. Somos obrigados a olhar em algum outro lugar para
deduzir isto. A santificação do sétimo dia ali mencionada é entendida por alguns como tendo sido uma
antecipação. Como Moisés escreveu seus livros depois de chegar ao Sinai, depois de o Sábado ter sido dado no
deserto, ele ali mencionou uma razão pelas quais Deus deu-lhes o sétimo dia, a saber, porque o próprio Deus havia
dado o exemplo na criação; tinha trabalhado seis dias e descansado no sétimo. Tal uso de linguagem é comum.
Dizemos que o General Grant nasceu em certo tempo. Não queremos dizer com isso que ele era general quando
nasceu, mas falamos assim por antecipação, usando um título que ele receberia mais tarde. Igualmente em Gên.
3:20, “E chamou Adão o nome de sua mulher Eva; porquanto era a mãe de todos os viventes.” Aqui está um fato
futuro declarado como se já tivesse ocorrido. Igualmente 1 Sam. 4:1, os Judeus “acamparam-se junto a Ebenézer.”
Mas o lugar não era chamado Ebenézer até anos depois (1 Sam. 7:12). “E Judas Iscariotes... que foi o traidor.”
(Luc. 6:16). Aqui um fato futuro relacionado a Judas é mencionado quando se fala dele pela primeira vez, embora
o ato de traição só fosse ocorrer anos depois. Exatamente assim, quando o sétimo dia é mencionado pela primeira
vez, a sua santificação é referida a ele, embora esta só fosse ocorrer mais tarde. Temos que reconhecer a verdade
de que pode ter sido desta forma.
Êx. 20:8 diz: “Lembra-te do dia do Sábado”, etc. Os Sabatistas dizem que o texto mostra que o Sábado existia
desde a criação. Ele não prova isto, porque o Sábado havia sido dado algumas semanas antes de o decálogo ser
dado. Logo, o texto pode apenas se referir a Êx. 16, quando o Sábado é nomeado pela primeira vez. Ou, o que é
evidentemente a real verdade dobre isso, o texto pode se referir à guarda do Sábado na medida em que vem
semana após semana. “Lembra-te”, não te esqueças, de guardar o dia de Sábado.
Nos dias atuais é sustentado por estudiosos Cristãos capacitados que os dias da criação foram períodos
indefinidos de tempo. Existe bastante fundamento para sustentar tal ideia. Os próprios Sabatistas a admitem.
Assim o Rev. A. H. Lewis, D.D., Batista do Sétimo Dia, editor e autor de vários trabalhos críticos sobre o Sábado,
diz: “Percebemos a semana da criação indefinidamente mais longa do que a nossa semana de sete dias de vinte e
quatro horas.” (Sabbath and Sunday, pág. 8). Mas este fato é fatal para a sua teoria específica do sétimo dia; pois
se os dias de Deus não fossem dias de vinte e quatro horas, como os nossos, então não podemos e não
descansamos no mesmo dia definido que Deus descansou. Por consequência, só podemos usar a semana de Deus
como um modelo – seis dias de trabalho, o sétimo de descanso.

98
Os Sabatistas pensam que o quarto mandamento indica o dia idêntico no qual o próprio Deus descansou. Mas
isso não está tão evidente quanto eles declaram. “O Sétimo dia é o Sábado do Senhor teu Deus.” (Êx. 20:10). “Isto
é, o dia do descanso do Senhor; então é o dia no qual ele próprio descansou”, eles dizem. Mas a dedução não é
necessariamente esta. A linguagem simplesmente declara o dia como pertencendo a Deus. Tome o dia da páscoa:
“No mês primeiro, aos catorze dias do mês, é a páscoa do Senhor.” (Núm. 28:16). O Senhor guardou a páscoa
naquele dia? Dificilmente. Novamente: “Estas são as festas do Senhor.” (Lev. 23:4). O Senhor festejou naqueles
dias? Seguramente, não. A linguagem simplesmente declara que aqueles dias eram sagrados para Deus e isso é
tudo o que Êx. 20:10 declara para o sétimo dia. A edição revisada apresenta a ideia claramente: “O sétimo dia é
um Sábado ao Senhor teu Deus.”
Para o tempo longínquo de um passado remoto, onde os eventos de toda uma era são relatados em apenas uma
linha na Bíblia, é impossível determinar agora exatamente como tudo se passou. As eras antes de Cristo são
comparadas às sombras (Col. 2:17), e à luz da lua (Apoc. 12:1), enquanto o Evangelho é comparado ao sol (Apoc.
12:1). Não é mais seguro, para nós, andarmos na luz do sol do que tatear o nosso caminho sob a luz da lua e as
sombras do passado? Mas a principal confiança dos Sabatistas se baseia em argumentos retirados daqueles tempos
remotos de escuridão, enquanto no Novo Testamento eles encontram pouco para sustentar suas teorias, mas muito
para refutá-las.
Não existe nenhuma declaração de que qualquer um dos patriarcas tenha guardado o Sábado ou soubesse
qualquer coisa sobre ele. Os Sabatistas dizem que os registros são tão curtos, que isto foi omitido. Sua prova,
então, é aquilo que foi deixado de fora!
Embora os registros de Adão até Moisés cubram um período de 2500 anos; embora aparentemente tenhamos
um relato completo dos costumes religiosos e adoração dos patriarcas, tais como Noé, Abraão, Isaque, Jacó, José,
etc.; embora tenhamos sido informados a respeito da circuncisão, o altar, os sacrifícios, os sacerdotes, o dízimo, o
juramento, casamento, dias de festa, etc., ainda assim nunca foi dita uma palavra sobre qualquer um deles
guardando o Sábado. Isto não prova de forma categórica que eles não o guardavam, mas mostra uma forte
probabilidade contra a guarda.
Isto é a soma do que pode ser dito de forma honesta sobre o Sábado em Gênesis. Quando os homens se voltam
ao Gênesis para encontrar seu principal argumento para o Sábado, não é isto percorrer um longo caminho para
encontrar pouco que venha a estabelecer um dever Cristão? Não seria mais sábio e seguro construir a nossa fé
sobre as exigências claras do Novo Testamento?

TESTEMUNHOS DE HOMENS EMINENTES.


Justino Mártir, que escreveu há apenas 44 anos depois da morte de João e estava bem familiarizado com a
doutrina dos apóstolos, negou que o Sábado se originou na criação. Assim, após os nomes de Adão, Abel, Enoque,
Ló e Melquisedeque, ele diz: “Além disso, todos os homens justos já mencionados, embora não guardassem o
Sábado, foram agradáveis a Deus.” (Diálogo com Trifão, capítulo 19).
Irineu diz: “Abraão creu em Deus sem a circuncisão e o Sábado.” (Adv. Hoeres, livro 4, cap. 30).
Tertuliano, 200 D. C., diz: “Deixe-os mostrar que Adão guardou o Sábado, ou que Abel, ao apresentar a sua
oferta consagrada ao Senhor, agradou-o pela observância do Sábado; e nós tampouco.” (Hist. Ecles., livro 1,
capítulo 4).
Com isto podemos ver que a igreja primitiva não acreditava que o Sábado se originou na criação. A mesma
doutrina tem sido mantida por homens de destaque como Paley, Hessey, Bispo Bramhall, etc. Paley diz: “Agora,
na minha opinião os acontecimentos no deserto, mencionados acima, apresentam-se como a primeira instituição
real do Sábado.” (citado em Watson's Institutes, Vol. II, pág. 515). O grande John Milton, diz: “Não pode ser
averiguado se a sua instituição foi tornada conhecida para Adão, ou se qualquer mandamento relativo à sua
observância foi dado antes da entrega da lei no Monte Sinai, e muito menos se algo semelhante foi dado antes da
queda do homem.” (A Treatise on Christian Doctrine, Vol. I, pág. 299).
John Bunyan, diz: “Agora sobre a imposição do sétimo dia (Sábado) sobre os homens, desde Adão até
Moisés, disto não encontramos nada nos escritos sagrados, seja por preceito ou exemplo.” (Complete Works, pág.
892). Portanto, muitas das melhores mentes não foram capazes de encontrar provas claras de que o Sábado foi
guardado antes de Moisés. Outros como Clarke, Barnes, Scott, Lange, etc., pensam que foi. A melhor solução é
deixar o assunto como uma questão não resolvida.

99
Admitindo-se que o Sábado tenha sido dado à Adão no Éden, não se conclui que todos os homens agora
devam guardá-lo. Olhe para o que Adão teve que fazer: 1. A Adão se permitiu comer apenas dos frutos das
árvores e plantas (Gên. 1:29). A primeira permissão para comer carne foi dada a Noé. (Gên. 9:3). 2. Adão deveria
cuidar do jardim (Gên. 2:15). 3. A ele foi proibida a árvore do conhecimento (Gên. 2:17). 4. Foi-lhe dado acesso
à árvore da vida (Gên. 2:16). 5. Adão estava nu (Gên. 2:25). Tudo isso estava no Éden antes da queda, Deveriam
todos os homens agora comer, trabalhar, se vestir e fazer exatamente o que Adão fazia no Éden? Ninguém
acredita desta forma. Assim, não se segue que devamos guardar o sétimo dia, ainda que Adão o fizesse. Este fato
simples arruína o argumento de maior confiança dos Sabatistas.

O SÁBADO EM ÊXODO.
A primeira menção da observância do Sábado está em Êx. 16. Muitos estudiosos eminentes entendem que
Deus ali mudou o dia de descanso do sétimo dia original para o sexto dia da semana da criação. Outros sustentam
que os Judeus, durante a sua longa escravidão no Egito, perderam o Sábado e ali ele foi restaurado; ao passo que
outros dizem que ali ele foi dado pela primeira vez. Qualquer que seja a posição correta, está claro que a guarda
do Sábado era uma coisa nova para os Judeus. Os fatos são evidentes. A libertação de Israel do Egito marcou uma
nova era na história da igreja e de Israel. Isto está presente através de toda a Bíblia. Ali Deus lhes deu um novo
ano e um novo começo para os meses. “Este mesmo mês vos será o princípio dos meses; este vos será o primeiro
dos meses do ano.” (Êx. 12:2). Assim, é muito provável que ele tivesse dado a eles um novo dia de Sábado pela
primeira vez. O relato da primeira guarda do Sábado pelo povo de Israel mostra claramente que eles não estavam
acostumados a fazer isso antes.
Dr. H. C. Benson, o eminente M. E. Editor, estudioso e autor, diz de Êx. 16: “Está tão explícito que não somos
deixados em dúvida quanto ao fato de que o Sábado, como observado no deserto, não foi um dia consagrado pelo
Senhor em tempo anterior àquele.” (Citado e aprovado pelo Dr. Potts e Bispo Harris em The Lord's Day Our
Sabbath, pág. 15).
John Milton, há cerca de 200 anos, disse: “Parece ser confirmado por diversas passagens dos profetas que
antes os Israelitas jamais tinham ouvido algo a respeito do Sábado.” (Treatise on Christian Doctrine, Vol. I, livro 2
capítulo 7).
John Bunyan também disse: “O Sábado do sétimo dia, portanto, não vem do paraíso, da natureza ou dos
patriarcas, mas sim do deserto e do Sinai.” (Complete Works, pág. 895).
O Sábado era novo para eles. Leia: “Amanhã é descanso, o santo Sábado do Senhor.” O último verso fornece
a conclusão para toda a questão. “Assim o povo descansou no sétimo dia”, isto é, assim e por essa razão o povo ali
começou a descansar no sétimo dia. A linguagem não tem sentido se este não for o significado. Diversos textos se
harmonizam bem com esta ideia. Assim Nee. 9:13-14, “E sobre o monte Sinai... e fez conhecido a eles o teu santo
Sábado.” Isto implica em que ele não era conhecido antes. Em harmonia com isso, Ez. 20:10-12, diz: “E os tirei
da terra do Egito, e os levei ao deserto... e também lhes dei os meus Sábados, para que servissem de entre mim e
eles.” Quando Deus lhes deu o Sábado? Quando ele os tirou da terra do Egito? Onde ele deu o Sábado a eles? No
deserto. Para quê? Para sinal entre ele mesmo e eles.
O texto não diz que Deus restaurou o Sábado, mas que ele deu a eles o Sábado. “lhes dei os meus Sábados”
implica no ato de entregá-los a eles, mostrando que eles não os tinham antes. Seguramente todos esses fatos estão
claramente estabelecidos. Eles mostram que a guarda desse dia era uma coisa nova para eles, e apenas para eles.
Deut. 5:15 declara que o Sábado deveria ser guardado como um memorial do Egito. “Lembra-te que fostes
servo na terra do Egito, e que o Senhor teu Deus te tirou dali... por isso o Senhor teu Deus te ordenou que
guardasses o dia de Sábado.” Isto indica que o Sábado era uma instituição Judaica. Uma razão dada para que ele
fosse guardado era porque eles haviam sido libertos do Egito. É claro que eles não o guardavam até o
acontecimento que os fez guardá-lo.
As leis que regulavam como ele deveria ser guardado mostram que o Sábado era uma instituição local,
adaptada apenas para a adoração Judaica e para um clima ameno. 1) Não acender fogo no dia de Sábado (Êx.
35:3). 2) Eles não podiam assar ou cozinhar no dia (Êx. 16:23). 3). Eles não podiam sair de casa (Êx. 16:29). 4)
Os sacerdotes deveriam oferecer dois cordeiros no dia (Núm. 28:9). 5) Eles deveriam obrigar a todos os que
viviam entre eles, em sua terra, a guardá-lo (Êx. 20:10). 6) Eles tinham que apedrejar todo aquele que o quebrasse
(Êx. 31:14). 7) O Sábado deveria ser guardado de pôr do sol a pôr do sol (Lev. 23:32). 8) Seu gado deveria
descansar (Êx. 20:10). Nenhum encontro era indicado para o dia. Ele deveria ser totalmente um dia de descanso.

100
Os Adventistas do Sétimo Dia não observam nenhuma destas coisas. Na verdade, seria impossível para eles
fazerem a maioria delas. Eles congelariam sem o fogo e padeceriam sem comida quente. Eles andam muitas
milhas no Sábado e dirigem seus grupos; não oferecem cordeiros; não podem obrigar ninguém a guardá-lo, nem
apedrejam aqueles que o quebram. No extremo norte e em viagem ao redor da terra eles não se guiam pelo pôr do
sol, pois não conseguem. A sua guarda do Sábado não é mais semelhante àquela do Velho Testamento, tal como a
lei exigia, de modo que fazem das trevas luz. Isso mostra a tolice do seu esforço para guardar um obsoleto dia
Judaico. A nenhum dos Gentios é exigido guardar o Sábado, exceto os que habitavam entre os Judeus. A eles era
exigido também que guardassem os outros dias de festa (Lev. 16:29). Por todo o Velho Testamento os Gentios são
acusados vezes e mais vezes por todos os outros pecados, mas nem uma única vez por quebrar o Sábado, ainda
que nenhum deles o guardassem. A razão para isto é a de que não era vinculativo sobre eles. John Bunyan diz:
“Lemos que Deus não o deu para ninguém que não fosse a semente de Jacó.” (Complete Works, pág. 895).

“O SÁBADO JUDAICO” – UM NOME ADEQUADO PARA O SÉTIMO DIA.


Os Sabatistas protestam veementemente quando chamamos o sétimo dia de “Sábado Judaico.” Eles
perguntam, “Onde a Bíblia o chama de Sábado Judaico?” Ele é “o Sábado do Senhor teu Deus.” Este simples
argumento exerce grande impacto sobre muitos. Mas de minha parte me contento em saber que é perfeitamente
adequado designar o sétimo dia como Sábado Judaico.
Os irmãos estão constantemente falando ou escrevendo sobre a “lei cerimonial” e a “lei moral”; e tampouco
poderiam expressar adequadamente suas ideias das “duas leis” sem utilizar estes termos. Mas nenhum deles é
usado uma única vez em toda a Bíblia. Como é isto? Irão eles admitir que a sua ideia é não-escritural pelo fato de
estas palavras exatas não serem usadas na Bíblia? Não. Eles utilizam livremente os termos “festas Judaicas”,
“sábados Judaicos,” “sábados anuais”, “sábados dos Hebreus”, etc. (ver History of the Sabbath, pág. 82, 83, 84,
etc.). Contudo, nenhum destes termos é encontrado na Bíblia, embora eles não possam passar sem eles. Seria
cômico confinar um Sabatista estritamente à linguagem Bíblica e depois ouvi-lo pregar sobre as duas leis e os
diferentes sábados. “Aqueles que vivem em casas de vidro não deveriam atirar pedras.”
1. “Sabbath” (Sábado) é puramente uma palavra Hebraica jamais encontrada até o tempo de Moisés (Êx.
16:23).
2. A palavra Sábado nunca é usada na Bíblia, exceto em conexão com algum tempo sagrado Judaico.
3. Não existe registro de que o Sábado tenha sido guardado até que os Judeus começassem a guardá-lo (Êx.
16).
4. O Sábado foi dado para os Judeus. “Eu lhes dei os meus Sábados.” (Ez. 20:12). Se Deus o deu aos Judeus,
não era o Sábado deles; não era o Sábado Judaico? Eu dei uma faca para Fred. Ela não é a faca de Fred?
5. Observe como é claro o registro de que Deus deu o Sábado aos Judeus e a ninguém mais. “O Senhor vos
deu o Sábado.” (Êx. 16:29). “fala aos filhos de Israel, dizendo: Certamente guardareis meus Sábados.” (Êx.
31:13). A quem foi dito para guardar o Sábado? Aos filhos de Israel, os Judeus. “Será um sinal entre mim e os
filhos de Israel”, os Judeus (verso 17).
6. O próprio Deus chama o Sábado de “seus Sábados.” (Os. 2:11). “E farei cessar todo o seu gozo, as suas
festas, as suas luas novas, e os seus Sábados.” Não é, então, o Sábado Judaico?
7. O Sábado nunca foi dado a nenhuma outra nação.
8. “Os filhos de Israel guardarão o Sábado através de suas gerações.” (Êx. 31:16). A quem ele foi restrito? Às
gerações dos Judeus.
9. “É um sinal entre mim e os filhos de Israel.” (Êx. 31:17). Era exclusivamente dos Judeus.
10. O Sábado está arrolado juntamente com outros dias Judaicos de festas e sacrifícios (ver Lev. 23:1-44;
Num. 28:2, 16; 1 Crôn. 23:29-31; 2 Crôn. 2:4, 8:13).
11. Ele foi abolido com elas (Col. 2:14-17).
12. Os Judeus abrangem praticamente todos os que guardam o sétimo dia; por isso “Sábado Judaico” é uma
designação natural e coerente para o dia.

101
13. Os Cristãos, de forma quase unânime, guardam o primeiro dia em distinção ao dia dos Judeus, que
compreendem quase todos aqueles que guardam o sétimo dia. Assim, novamente o Sábado Judaico é um termo
apropriado e coerente.
14. Os poucos Cristãos que guardam um dia diferente do grande corpo da igreja, guardam o Sábado que os
Judeus guardam. Portanto, novamente é uma designação significativa e adequada para designar aqueles que
guardam o Sábado Judaico.
15. Mas os Sabatistas dizem que o sétimo dia é chamado “o Sábado do Senhor teu Deus” (Êx. 20:10), e “meu
santo dia” (Isa. 58:10); portanto não é adequado chamá-lo de “o Sábado Judaico.” Resposta: Cada festividade,
lugar, pessoa ou objeto santos eram mencionados como sendo do Senhor, como “a páscoa do Senhor” (Êx. 12:11).
Não obstante lemos “A páscoa, uma festa dos Judeus.” (João 6:4). Igualmente é “o Sábado do Senhor” em um
lugar e “seus Sábados” em outro (Ose. 2:11). Por isso é correto e escritural chamar o sétimo dia de “o Sábado
Judaico.”

ÊXODO 31:16-17, O SÁBADO PERPÉTUO.


Aqui os Sabatistas encontram três expressões a partir das quais argumentam que o Sábado não pode jamais
terminar. 1. “Nas suas gerações.” 2. “Perpétua.” 3. “Para sempre.” Assim: “Guardarão, pois, o Sábado os filhos
de Israel, celebrando-os nas suas gerações por aliança perpétua, pois é uma aliança perpétua. É um sinal entre mim
e os filhos de Israel para sempre.” Eles perguntam: quando terminará o que é perpétuo e para sempre? Eles
mostram que a geração dos Judeus ainda continua; por isso o Sábado ainda deve ser guardado.
Mas este argumento iria também perpetuar toda a lei Levítica, circuncisão, incenso, páscoa, sacerdócio, etc.
Para a páscoa, temos: “e celebrá-lo-eis por festa ao Senhor; nas vossas gerações o celebrareis por estatuto
perpétuo.” (Êx. 12:14). Ela deve ser guardada “nas vossas gerações” e “para sempre”, exatamente como o
Sábado. Igualmente a oferenda de incenso: “Um incenso perpétuo diante do Senhor, pelas vossas gerações.” (Êx.
30:8). Agora, se é bom o argumento dos Adventistas para o Sábado que se baseia sobre os termos “ perpétuo”,
“para sempre” e “por suas gerações”, então eles deveriam guardar a páscoa e oferecer incenso! Esta é uma clara
amostra da debilidade dos argumentos Sabatistas. O mesmo argumento provará a perpetuidade da queima de
ofertas (Êx. 29:42); da expiação (Êx. 30:10); do lavar das mãos e dos pés (Êx. 30:21); os primeiros frutos (Lev.
23:13); oferta de alimentos (Lev. 6:18); óleo para as lâmpadas (Lev. 24:3); franjas (Núm. 15:38); Pentecostes
(Lev. 23:21); festa dos tabernáculos (Lev. 23:41). Ver também Êx. 40:15; Lev. 3:17, 7:36; Núm. 10:8.
A aplicação destes termos para a guarda do Sábado é prova de que ela iria terminar. Por que? Porque em cada
caso onde os termos são aplicados para a observância de qualquer ordenança, esta ordenança cessou. Os próprios
Adventistas concordarão com isso em tudo, exceto para o Sábado. Nenhum desses termos foram alguma vez
aplicados para as leis ou deveres morais. Onde você encontra para ler “não matarás por suas gerações”; “estatuto
perpétuo será que não roubarás”; “Não terás outros deuses diante de mim é estatuto para sempre?” Esse texto,
então, prova que o Sábado iria terminar junto com as outras cerimônias Judaicas.
“Cristãos Gentios deveriam se tornar Judeus, Israelitas, e assim ficar sob a obrigação de guardar o Sábado,
pois o Sábado foi dado a Israel para sempre através das suas gerações.” Este é um argumento Adventista favorito
para a lei e o Sábado. Mas observe a sua total falácia: As ofertas queimadas, incenso, lavar das mãos e pés,
franjas, sacerdócio, circuncisão, páscoa e toda a lei Judaica foram também dados para Israel guardar para sempre
através das suas gerações (ver acima). Consequentemente, o argumento prova que devemos guardar tudo isso,
como também o Sábado! Os Adventistas guardam alguma destas coisas? Não.
Argumenta-se que o Sábado deve ser de obrigação perpétua porque está associado no decálogo com
mandamentos da natureza. Mas ele também está associado muitas vezes com os ritos cerimoniais, tipos e sombras
que eram peculiares aos Judeus. Assim: “Guardareis os meus Sábados, e o meu santuário reverenciareis.” (Lev.
19:30). “O Sétimo dia é o Sábado.” (Lev. 23:3). “Pela tarde, é a Páscoa do Senhor.” (verso 5). “A festa dos pães
ázimos.” (verso 6). No verso 38, o Sábado é chamado de “dom”, “votos” e “ofertas”. Em Lev. 24:1-8, o Sábado é
nomeado com as ofertas de óleo, pão e incenso. Em Núm. 28:9-10, ele está listado com as ofertas de cordeiro, de
alimentos e libações, ofertas queimadas, etc. Em 1 Cro. 23:29-31, o Sábado está listado com as ofertas de
alimentos, sacrifícios, luas novas, festas, etc. Estes fatos distorcem todo o argumento extraído do seu lugar no
decálogo.

O SÁBADO NOS LIVROS HISTÓRICOS.

102
De Josué a Jó nenhuma palavra é dita indicando que o Sábado tenha sido alguma vez guardado por alguém
que não fosse os Judeus, e por isso nenhum argumento pode ser retirado desta fonte para o impor aos Gentios.

O SÁBADO NOS PROFETAS.


O Sábado não é mencionado em Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Daniel e tampouco na maioria dos
profetas menores. Nada é dito sobre ele em algum dos profetas que pudesse ser extensível aos Cristãos. Diversos
textos são aplicados pelos Adventistas para o nosso tempo, mas são todos suposições sem prova. Por exemplo,
Isa. 56 é utilizado para provar que os Gentios Cristãos deveriam guardar o Sábado. O texto diz: Os estrangeiros,
Gentios, “que guardarem o Sábado, não o profanando, e os que abraçarem a minha aliança, também os levarei ao
meu santo monte, e os alegrarei na minha casa de oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no
meu altar.” (versos 6 e 7). Se o texto prova que os gentios devem guardar o Sábado, ele também prova que os
Gentios devem oferecer ofertas queimadas e sacrifícios sobre o altar de Deus no templo do Monte Sião em
Jerusalém, pois tudo isso é mencionado tão claramente quanto o Sábado. Ou então, isso se aplica à era Judaica e
para os Gentios prosélitos que abraçaram o Judaísmo e eram circuncidados (Êx. 12:48), e observavam todos os
ritos Judaicos; ou, se se aplica à era Cristã, então os termos “Sábado”, “altar”, “sacrifício”, “minha casa”, “meu
santo monte”, têm de ser tomados figurativamente, pois os Cristãos não oferecem sacrifícios, nem possuem um
altar literal, nem vão à Jerusalém para adorar no templo nem no monte.
Igualmente Isa. 58:12-13 é enfaticamente aplicado aos nossos dias e à obra dos Adventistas, para convocar a
todos a guardarem o Sábado Judaico. Mas não existe uma única palavra em todo o capítulo que ao menos insinua
tal coisa. Tudo isso eles assumem sem qualquer prova, e então aplicam as palavras para que se adéquem aos seus
propósitos. Eu fiz isso centenas de vezes quando estava com eles, exatamente como o restante fazia. Sei
exatamente como eles procedem. Ao final perdi toda a confiança nesta maneira tão irresponsável de lidar com a
palavra de Deus. Então eu tive que desistir de usar a maioria dos seus textos de prova sobre o Sábado, este com
outros.
Olhe para o texto. Todo o capítulo está endereçado aos Judeus, “a casa de Jacó” (verso 1); a “nação” (verso
2), e assim por diante. Frequentemente, na era Judaica, Deus os convocava para corrigir suas formas frouxas de
guardar o Sábado, como também outras coisas. Este é um desses casos (Isa. 66:22-23).
Na nova terra “será que desde uma lua nova até a outra, e desde um Sábado até ao outro, virá toda a carne a
adorar perante mim, diz o Senhor.” Isso mostra que o Sábado será guardado no próximo mundo;
consequentemente, é perpétuo e deve ser guardado agora. Mas o texto diz exatamente o mesmo para as luas novas
e lugares deles colocados antes do Sábado. Logo, se o texto prova que deveríamos guardar o Sábado, ele prova
que também deveríamos guardar as luas novas. Os Adventistas guardam as luas novas?
Ez. 22;26. “Os seus sacerdotes violentam a minha lei, e profanam as minhas coisas santas; não fazem
diferença entre o santo e o profano, nem discernem o impuro do puro; e de meus Sábados escondem os seus olhos,
e assim sou profanado no meio deles.” Eles também aplicam este texto para a sua obra atual e para os ministros
que se opõem ao Sábado Judaico. Mas não existe uma única palavra em todo o capítulo que sequer indique que ele
é aplicável até os dias atuais do Evangelho e para os Gentios, ao passo que o próprio Deus o aplica à nação
Judaica, quando eles foram levados cativos por Babilônia centenas de anos antes de Cristo. Leia todo o capítulo e
compare-o com Nee. 13:17-18, versos 2, 6, 18, 19, etc. “Julgarás a cidade sanguinária”, etc. “Observai, príncipes
de Israel.” “A casa de Israel se tornou para mim em escórias.” “Por isso eis que eu vos ajuntarei no meio de
Jerusalém.” É clara a evidência de que isso se aplica ao contexto dali, enquanto nenhuma prova pode ser dada para
mostrar que tem validade até aqui, onde os Adventistas o aplicam.
Tornei-me plenamente convencido de que a teoria do sétimo dia só é sustentada com tais suposições
desprovidas de fundamento; por argumentos com rodeios de palavras e artificiais. Quando você procura por toda a
Bíblia uma declaração direta exigindo que os gentios guardem o Sábado, ela não pode ser encontrada. Ela tem que
ser deduzida disso; argumentada daquilo e concluída de outra parte – tudo suposição, nada direto. Portanto, o
Velho Testamento não fornece evidência para que os Cristãos devam guardar o Sábado. Se tal prova fosse
encontrada, ela deveria estar no próprio Novo Testamento.

103
CAPÍTULO XIV

O SÁBADO NO NOVO TESTAMENTO.

O SÁBADO NOS EVANGELHOS.


Com o despontar do Evangelho chegou o período mais glorioso da história da Igreja. O próprio Filho de Deus
se coloca diante de nós revestido com toda a autoridade do céu (Mat. 28:18). Deus diz: “Escutai-o” (Mat. 17:5).
Ele veio apresentar o Evangelho, “um novo e vivo caminho” (Heb. 10:20), “a nova aliança”, “uma melhor
aliança” (Heb. 8:6, 8), que deixa de lado e substitui a antiga (verso 13). Comparada com a era Judaica, ele é “uma
grande luz” (Mat. 4:16), e a Igreja do Evangelho é representada como “uma mulher vestida do sol, tendo a lua
debaixo dos seus pés” (Apoc. 12:1). Muito do que antes era escuro, cheio de sombras e misterioso, agora está
claro e manifesto (Rom. 16:25-26).
Agora é apresentada uma mudança grande e radical no modo de adorar a Deus. Muitas instituições do Velho
Testamento, as quais uma vez foram dadas na forma mais solene, e por autoridade do próprio Deus, não são mais
obrigatórias.
Portanto, onde devemos olhar para encontrar a mais clara luz sobre essas antigas instituições? Onde devemos
ir para aprender a real intenção de todas elas? Para onde devemos nos voltar a fim de obter as regras necessárias
para viver uma vida Cristã? Deveríamos voltar ao luar da lei Judaica? Ir para a luz das estrelas da era patriarcal,
ou deveríamos nos achegar à plena luz do sol do Evangelho?
Evidentemente o Novo Testamento fornece o guia mais claro e a única autoridade para o Cristão. O Velho
Testamento só pode ser lido e compreendido corretamente sob a luz do Novo. Mas é um fato que os Sabatistas são
obrigados a se voltar para o Velho Testamento e até mesmo desvendar instituições incertas da era patriarcal, para
tentar esclarecer a autoridade do sétimo dia. A evidência vinda do Novo Testamento apenas se lhes apresenta
como secundária e acessória. Todos os seus argumentos mais fortes para o Sábado se encontram entre as sombras
do Velho Testamento. Tire isso deles, e o próprio alicerce da sua teoria desmorona. Eu sei que é assim, pois usei
esse fundamento milhares de vezes. Sei exatamente como um homem do sétimo dia se sente, e onde repousa a sua
confiança. Ele é bem tímido quando se trata do Novo Testamento.
Mas, existe algum outro dever Cristão que esteja claramente manifesto apenas no Velho Testamento? Não
penso que exista algum, embora no passado eu tentasse encontrá-lo de forma árdua e exaustiva. Em todos os
outros pontos o Novo Testamento é claro e completo. Nele temos capítulo após capítulo, epístola após epístola e
livro após livro, um pacote completo de instruções sobre cada dever Cristão em todas as esferas possíveis. O dever
ou pecado coberto por cada um dos outros nove mandamentos é diretamente indicado muitas vezes no Novo
Testamento. Mas o dever de guardar o sétimo dia não é mencionado nenhuma vez. Colocamos lado a lado:
Os Dez Mandamentos do Velho Testamento Os Dez Mandamentos do Novo Testamento

1. Não terás outros deuses diante de mim (Êx. 1. Vos anunciamos que vos convertais dessas vai-
20:3). dades ao Deus vivo, que fez o céu, a terra e o mar (At.
14:15).

2. Não farás para ti imagem de escultura; não te en- 2. Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. (1João 5:21)
curvarás a elas nem as servirás (Êx. 20:4, 5).

3. Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão 3. Mas, sobretudo, meus irmãos, não jureis, nem
(Êx. 20:7). pelo céu, nem pela terra, nem façais qualquer outro ju-
ramento (Tia. 5:12).

104
4. Lembra-te do dia de Sábado, para o santificar 4. Não existe mandamento em todo o Novo Testa-
(Êx. 20:8). mento para guardar o sétimo dia.

5. Honra a teu pai e a tua mãe (Êx. 20:12). 5. Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Se-
nhor, porque isto é justo (Efé. 6:1).

6. Não matarás (Êx. 20:13). 6. Não matarás (Rom. 13:9).

7. Não adulterarás (Êx. 20: 14). 7. Nem fornicadores, nem os idólatras, nem os
adúlteros... herdarão o reino de Deus (1 Cor. 6:9-10).

8. Não roubarás (Êx. 20: 15). 8. Não furte mais (Efé. 4:28).

9. Não dirás falso testemunho (Êx. 20:16). 9. Não mintais (Col. 3:9).

10. Não cobiçarás (Êx. 20:17). 10. A avareza, nem ainda se nomeie entre nós (Efé.
5:3).

O dever dos homens de adorar unicamente ao Senhor Deus, tal como ensinado no primeiro mandamento, é
encontrado não menos do que cinquenta vezes no Novo Testamento. A idolatria, que é o segundo mandamento, é
condenada doze vezes. Blasfêmia, o terceiro mandamento, é mencionada expressamente quatro vezes. Honrar teu
pai e mãe, que é o quinto mandamento, é ensinado pelo menos seis vezes. Matar, que é a sexta proibição, é
condenado doze vezes. Roubar, o oitavo, seis vezes. Falso testemunho, o nono, quatro vezes. Cobiça, o décimo,
nove vezes.
Agora, com estes fatos diante de nós, como pode haver qualquer perigo de que a lei de Deus possa tornar-se
vã? Outro fato notável é que o quarto mandamento não está repetido no Novo Testamento; nunca foi ordenado a
um Cristão que o observasse; nenhum Cristão jamais foi exortado pela quebra do Sábado. Repetidamente, por
todo o Novo Testamento, longas listas de pecados abrangendo cada sombra possível de iniquidade nos são dadas,
mas a desconsideração do sétimo dia nunca foi incluída. Assim: Marcos, 7:21-22, treze pecados; Rom. 1:29-31,
dezenove pecados; Gál. 5:19-21, dezessete pecados; 2 Tim. 3:1-4, dezoito pecados, etc. Como é isto? Os
Sabatistas teriam deixado o Novo Testamento assim?
Por mais estranho que pareça, o dever de guardar o sétimo dia não é mencionado nenhuma vez em todo o
Novo Testamento. Não existe uma única ordem vinda de Cristo ou de algum dos apóstolos para guardar este dia.
Nenhuma vez é mencionado que é errado trabalhar no sétimo dia ou que Deus abençoará qualquer um por
observá-lo. Não existe promessa por guardá-lo, nem ameaça por não guardá-lo. Ninguém jamais é reprovado por
trabalhar no sétimo dia, nem aprovado por não trabalhar. Se desconsiderar o sétimo dia é uma transgressão tão
grande como defendem os Adventistas, é inexplicável que nem uma única vez tenha sido dado algum alerta em
todo o Novo Testamento. Todo este silêncio é meramente acidental? Os Adventistas são obrigados a crer deste
modo, mas a suposição é absurda. Evidentemente o Sábado foi deixado de fora propositalmente, da mesma forma
que o pentecostes, páscoa, luas novas, sacrifícios e coisas semelhantes. Paulo, em todas as suas quatorze epístolas,
nunca menciona o Sábado, a não ser uma vez, e esta apenas para mostrar a sua abolição (Col. 2:16). Que contraste
com a literatura Adventista!
A resposta usual é que os Judeus já estavam guardando o Sábado, e de forma bem rigorosa, e por isso os
Cristãos Judeus não precisavam de instruções sobre este ponto. Mas esta resposta não é satisfatória. Os Judeus
eram igualmente bem rígidos na oposição aos falsos deuses e imagens, e ainda assim os Cristãos são alertados
diversas vezes contra tais coisas. Assim Paulo diz: “Não vos façais, pois, idólatras”, e “Fugi da idolatria” (1 Cor.
10:7, 14). Mas onde está dito: “guardai o sétimo dia?” ou “Fugi da quebra do Sábado.” Além disso, o grande
corpo dos Cristãos convertidos nos últimos anos do Evangelho era composto de Gentios que jamais haviam
guardado o sétimo dia de alguma forma. Por que eles não deveriam ser instruídos sobre como guardá-lo? Por que
eles tiveram de ser alertados repetidamente contra todas as outras práticas pecaminosas da sua vida antiga, mas
nunca foram alertados contra quebrar o Sábado, como eles certamente faziam antes de se converterem? Esta era
uma questão que eu nunca fui capaz de responder satisfatoriamente para mim mesmo enquanto guardava o sétimo
dia. O fato simples e claro é que não era a intenção impor o Sábado Judaico sobre a igreja Cristã.

105
Consequentemente, deixou-se que ele fosse lentamente abandonado juntamente com os outros dias sagrados e
instituições da antiga aliança.
Os argumentos retirados do Novo Testamento para a observância do sétimo dia são poucos e não difíceis de
replicar. Vamos examinar os principais.

JESUS GUARDOU O SÉTIMO DIA, E POR ISSO DEVEMOS GUARDÁ-LO.


Para os Sabatistas este argumento tem mais peso do que todos os outros do Novo Testamento. É assim que era
para mim. Mas agora tenho plena certeza de que, quando honestamente considerado, não existe nada nele.
Jesus nasceu e viveu toda a sua vida sob a lei (Gál. 4:4). A lei foi obrigatória até a sua morte (Col. 2:14).
Obviamente ele deveria guardar cada item da lei até à cruz, exatamente como claramente o fez. Sobre este ponto,
o Ancião George I. Butler, Adventista do Sétimo Dia, diz: “Ele viveu sob todas as cerimônias e observâncias da
lei de Moisés, do mesmo modo como viviam todos os outros Judeus. Assim, ele 'nasceu sob a lei' e se sujeitou a
ela. Em toda a sua vida ele era cuidadoso para não quebrar nenhum dos requisitos, e até o dia da sua morte jamais
permitiu que seus discípulos fizessem tal coisa.” (The Law in Galatians, pág. 59).
Esta é a plena verdade para o caso, mas também mostra a total falácia do argumento de que devemos guardar
o sétimo dia porque Jesus assim o fez. Se temos de observar uma instituição da antiga lei simplesmente porque
Jesus o fez, então deveríamos também guardar tudo o que ele guardou; isto é, viver exatamente como viviam os
Judeus sob a lei de Moisés, pois foi precisamente isto que Jesus fez! Ele instruiu seus discípulos a oferecerem
oferta diante do altar (Mat. 5:23-24); enviou um homem para oferecer uma oferta (Mat. 8:4); ordenou que seus
discípulos observassem tudo o que os escribas ensinavam (Mat. 23:2-3) e era bem minucioso em guardar a páscoa
de acordo com a lei há apenas um dia antes de sua morte (Luc. 22:7-15). Mas quem pensa agora em fazer todas
estas coisas porque Jesus fez? Ninguém. Jesus era circuncidado. Os Sabatistas se circuncidam? Não. Então, por
que pegar o sétimo dia de todos os outros dias e ritos sagrados para observá-lo, enquanto rejeitam todo o restante
que Jesus também observou? Com certeza um homem sincero deve admitir que este argumento para o Sábado
Judaico não é um sucesso. Se o dia é obrigatório para os Cristãos, é preciso que haja outro fundamento que não
seja o fato de Jesus tê-lo guardado enquanto vivia como um Judeu sob a lei Judaica.

MARCOS 2:27-28. O SÁBADO FEITO POR CAUSA DO HOMEM.


O uso que os Sabatistas fazem deste texto é diretamente contrário ao seu significado mais óbvio. Jesus não
estava relatando uma história sobre a origem do Sábado, nem defendendo sua sacramentalidade contra a
profanação, mostrando agora que ele foi feito para que toda a raça o observasse. Nenhum pensamento deste tipo é
o tema das suas observações. Ele não está reivindicando o Sábado como seu dia, como dia consagrado para si
mesmo. Não era como sendo Deus, o Criador, que ele dizia ser o seu Senhor, mas era na condição de filho do
homem, o representante do homem, que alegou ser senhor sobre o Sábado.
Observe suas premissas e suas conclusões: “O Sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por
causa do Sábado. Portanto, o filho do homem é Senhor também do Sábado.” Ele diz que, como o Sábado foi feito
para o homem e não o homem para o Sábado, portanto, ele, um filho do homem, era Senhor deste. Por que Jesus
era o Senhor do Sábado? Foi porque ele era o Filho de Deus e o tinha feito? De forma alguma, mas sim porque ele
era o Filho do homem, homem para quem o Sábado foi feito. É o homem que ele declara ser seu Senhor. E isto ele
diz para defender seus discípulos contra a acusação de quebrar o Sábado. Por que tal aplicação? Porque o Sábado
foi feito para eles, e por isso era apenas o servo deles. Eles eram superiores ao Sábado. Note os casos que ele usou
para ilustrar sua declaração (Mat. 12:3-12).
1) Davi foi ao sacerdote e comeu o pão sagrado que a lei proibia para todos, exceto os sacerdotes. As suas
necessidades eram superiores ao preceito cerimonial.
2) “Os sacerdotes no templo violam o Sábado e ficam sem culpa” (verso 5). Eles matavam o gado todo o dia
de Sábado. Seu serviço era superior ao Sábado.
3) Se uma ovelha cai numa cova no Sábado, eles iriam se esforçar muito para retirá-la. A preservação da vida
animal era superior ao Sábado. Eu já vi Adventistas trabalharem arduamente no Sábado no caso de um incêndio,
para salvar apenas bens materiais, embora a lei diga, “Nele não farás trabalho algum.” Eles ousariam violar a letra
de qualquer outro mandamento desse modo? Não. Certamente, então, com próprio Jesus sendo juiz, a observância
da letra estrita da lei do Sábado não é uma questão da maior importância. Esta é a lição claramente ensinada aqui

106
por Cristo, o Senhor do Sábado. Ela condena justamente a interpretação rígida dos Sabatistas, que fazem o Sábado
ser mais importante do que o próprio homem, para quem o mesmo foi feito.
4) O Sábado foi feito para o homem, e assim as necessidades do homem estão acima da lei do Sábado.
Portanto, este texto, quando lido honestamente, não fornece suporte para a sacralidade do Sábado Judaico sob o
Evangelho.

MATEUS 24:20.
Como este é um dos seus textos favoritos, iremos examiná-lo.
Predizendo a queda de Jerusalém, que ocorreu quarenta anos após sua morte, Jesus disse que quando eles
vissem os exércitos circundarem a cidade, deveriam fugir imediatamente ou serem capturados na cidade e perecer
com os outros. Por isso ele disse “E quem estiver sobre o telhado não desça a tirar alguma coisa de sua casa; e
quem estiver no campo não volte atrás a buscar as suas vestes. Mas ai das grávidas e das que amamentam
naqueles dias! E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no Sábado. Porque haverá então grande
tribulação.” (Mat. 24: 17-21).
A partir disto é argumentado que o Sábado continuaria a ser um dia sagrado após a ressurreição. Os
Adventistas admitem que não seria uma violação do Sábado fugir naquele dia em caso de necessidade. Então,
onde está o argumento no texto? Se a fuga para salvar suas vidas ocorresse no Sábado, isto profanaria o dia? Eles
reconhecem que não iria. Por conseguinte, não era a sacralidade do dia aquilo o que Jesus tinha em vista.
O contexto mostra de forma clara que era sobre a segurança que ele estava ministrando, não sobre guardar o
dia. A observância apropriada do Sábado não é de forma alguma o assunto. Os perigos e tribulações daquele
tempo eram o assunto. Observe quatro pontos: 1. Aqueles com crianças. 2) Aqueles com bebês de colo. 3)
Fugindo no inverno. 4) Fugindo no Sábado. Se eles tivessem que fugir repentinamente, com pressa e sem
preparação; até mesmo sem suas roupas habituais; mulheres com crianças ou com bebês; ou pessoas no frio do
inverno, seriam capaz de sofrer ou morrer. Logo, em todos estes três casos Jesus se refere à inconveniência e
perigo da sua fuga; e é exatamente por isso que ele menciona o Sábado. Naquele dia os portões da cidade estariam
fechados e assim ficariam impedidos de retornar. Os portões de todas as vilas através das quais eles teriam de
passar estariam fechados. Os Judeus suspeitariam deles e os prenderiam como traidores. Assim seria perigoso,
quase impossível, fugir naquele dia. Uma pessoa sincera pode ver que isso é tudo o que existe para o texto. Disto
eu me tornei convencido algum tempo antes de desistir do Sábado, e assim parei de usar o texto.

MATEUS 28:1; MARCOS 16:1-2; “O SÁBADO” É O DIA ANTERIOR AO “PRIMEIRO DIA DA


SEMANA.”
“E no fim do Sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana.” “E passando o Sábado... no primeiro
dia da semana.” De acordo com isto o Sábado, depois da morte de Cristo, é ainda o dia anterior ao primeiro dia da
semana. Portanto, o primeiro dia da semana, no qual Cristo ressuscitou, ainda não era o Sábado.
Resposta: Todos os dias na semana, no mês e no ano ainda continuavam sendo chamados pelos seus antigos
nomes Judaicos por muitos anos depois de Cristo; mas não se segue daí que eles continuassem a ser dias sagrados,
pois Paulo declara expressamente que todos os dias de festa, luas novas e dias de Sábado foram cravados na cruz
(Col. 2:14, 16; Gál. 4:10-11; Rom. 14:5-6).
Tome três exemplos: “E cumprindo-se o dia de Pentecostes”, (Atos 2:1). “E eram os dias dos pães ázimos”,
(Atos 12:3). “Entrando na sinagoga, num dia de Sábado”, (Atos 13:14). Aqui, muito depois da cruz, nós temos os
mesmos nomes antigos para três dos dias santos Judaicos, a saber, Pentecostes, Dias dos Pães Ázimos e Dia de
Sábado. Todos estes dias ainda eram dias santos pelo fato de ainda serem chamados por seus antigos nomes? Se
fosse assim, então deveríamos observar o Pentecostes, os dias dos pães ázimos, como também guardar o Sábado.
Portanto, não existe força no argumento do uso da palavra Sábado depois da cruz. O dia da ressurreição não era
chamado de Sábado no Novo Testamento e tampouco pelos Cristãos por centenas de anos após Cristo. Ele era
chamado de “Dia do Senhor” (Apoc. 1:10).
“O Sábado” era o nome do dia de descanso Judaico, “que era uma sombra das coisas futuras” (Col. 2:16-17);
mas o dia da ressurreição é outro dia inteiramente diferente. Ele é chamado “o primeiro dia da semana”, “o oitavo
dia” ou o “Dia do Senhor.” É apenas num sentido adaptado que ele agora é chamado Sábado, tal como usamos as
palavras “altar”, “santuário”, “templo”, “sacrifício”, “Israel”, etc.

107
LUCAS 23:56. A MULHER “REPOUSOU NO SÁBADO, CONFORME O MANDAMENTO.”
Isso foi após Cristo morrer; portanto mostra que eles pensavam que o Sábado ainda devia ser guardado. Eles
eram os seguidores de Jesus e sabiam o que ele ensinou.
Resposta: Mas isso foi antes de Jesus ressuscitar dos mortos, antes que eles soubessem algo sobre a sua
ressurreição e antes que tivessem qualquer ideia da grande mudança que seria promovida no culto a Deus. Sua
antiga ideia Judaica ainda cegava suas mentes de tal modo que não podiam assimilar de uma só vez a natureza
daquilo que Jesus realmente iria fazer. Pouco antes disso, Jesus disse: “Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós
não o podeis suportar agora.” (João 16:12). Logo, ele não tentou explicar para eles todas essas questões menos
importantes, mas ele disse que iria, após a ressurreição, enviar a eles o Espírito Santo para guiá-los em toda a
verdade (João 16:13). Não foi até depois que o Espírito Santo veio sobre eles em Pentecostes, que eles começaram
a compreender a verdadeira natureza do Evangelho.
Portanto, não se prova que o Sábado Judaico é obrigatório para os Gentios pelo fato de as mulheres Judaicas o
terem guardado enquanto Jesus estava morto e em seu túmulo. Volte para Atos 1:14 e 2:1, e encontramos todas
essas mesmas mulheres, cinquenta dias após a ressurreição, ainda guardando cuidadosamente “o dia de
Pentecostes”, outro dia santo Judaico. Mas, acaso os nossos Sabatistas guardam o Pentecoste pelo fato de as
mulheres tê-lo guardado? Não, mas eles deveriam, se guardam o Sábado por causa das mulheres o guardarem. Isto
mostra quão sem fundamento é este argumento.

O SÁBADO 59 VEZES NO NOVO TESTAMENTO.


Eles dizem que o fato de o Sábado ser nomeado 59 vezes no Novo Testamento é prova de que ele ainda era de
grande importância e devia ser guardado. Bem, o templo é mencionado no Novo Testamento 115 vezes;
circuncisão, 55 vezes; sacrifícios, 38 vezes; a páscoa, 28 vezes, etc. Então, eu suponho que devêssemos observar
também tudo isso no Evangelho!
Os Sabatistas pensam que possuem um bom argumento em Atos. Aqui o sétimo dia é sempre chamado de “o
Sábado”, e isso pode ser porque os Judeus Cristãos ainda o observavam e se reuniam com os Judeus para adoração
naquele dia. A partir disto é concluído que todos os Cristãos também deveriam guardar o dia. A dedução está
baseada sobre a falsa premissa de que quaisquer costumes e leis da antiga aliança que ainda fossem observados
pelos Cristãos Judeus, durante uns poucos anos após a ressurreição, devem ser obrigatórios para a igreja Gentílica
atual.
Um exame cuidadoso daquilo que os discípulos realmente faziam por muitos anos após a ressurreição
mostrará que eles guardavam toda a lei Mosaica, incluindo dias de festa, o dia de Sábado, sacrifícios, circuncisão,
votos e todo o ritual Judaico. Mas eles fizeram isso como Judeus, de acordo com a sua lei nacional e costume
longamente estabelecido. Fica evidente que eles não faziam tudo aquilo como um dever Cristão, pelo fato de que
aos Cristãos Gentios não foi exigido que observassem tais coisas (Atos 15:19-28; 21:25). “No tocante aos Gentios
que creram, já nós havemos escrito e concluído que não observem tais coisas.” Cada menção do Sábado em Atos,
sem uma única exceção, está em conexão com a adoração Judaica naquele dia (Atos 13:14-15, 42-45; 15:21;
16:13; 17:1-2; 18:4). A lei e os profetas eram lidos e a adoração Judaica conduzida como de costume. Certamente
os discípulos não podiam manter um encontro distintivamente Cristão sob estas circunstâncias. Eles tinham de se
reunir para adorarem a Jesus e participarem da ceia do Senhor, e é exatamente isso o que os encontramos fazendo
no primeiro dia da semana (Atos 20:7). Não existe registro de uma única reunião de Cristãos Gentios no sétimo
dia, nem de Cristãos Judeus, exceto na adoração Judaica.
Considere uns poucos fatos quanto a por que os Judeus Cristãos não desistiram imediatamente da observância
da lei Mosaica, e a forma como Jesus desvendou gradualmente suas novas doutrinas até mesmo para os apóstolos
escolhidos. Às multidões ele falou apenas por parábolas “segundo o que podiam compreender” (Marc. 4:33).
Tivesse Jesus falado tudo de uma vez, e dito expressamente ao povo a mudança radical que iria trazer e fazer no
sistema Judaico de adoração, eles o teriam matado imediatamente. Sem dúvida até mesmo os apóstolos o teriam
deixado. Durante todo o ministério do nosso Senhor, nada ficou mais evidente do que o fato de que ele estava
gradualmente, mas cautelosamente, preparando as mentes de seus discípulos para a grande mudança que o seu
Evangelho estava destinado a fazer na adoração a Deus. Os grandes obstáculos que ele haveria de encontrar eram
suas visões estreitas, suas obstinações pelas formas, cerimônias, letra da lei e concepções Judaicas do reino de
Deus. Estabelecer o trono de Davi, subjugar o mundo a Israel e levar adiante o modo Judaico de adoração com o
culto no templo – esta ideia estava tão firmemente enraizada, até na mente dos apóstolos, que eles não podiam

108
compreender a Jesus mesmo quando este lhes falava abertamente o contrário. Por isso o Salvador simplesmente
deixou que eles superassem essas ideias à medida que assimilassem a natureza plena do seu Evangelho, a qual
lhes estava oculta e que se desvendou após a sua ressurreição, ascensão e a descida do Espírito Santo. Pouco antes
de morrer, Jesus disse: “Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora. Mas, quando vier
aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade.” (João 16:12-13). Quantas vezes ele teve que dizer a
eles, “Ó néscios, e tardos de coração para crer.” (Luc. 24:25). “Até vós mesmos estais sem entender?” (Mat.
15:16).
Durante todo o ministério de Cristo ele nenhuma vez declarou diretamente que algum dos ritos Judaicos seria
abolido, nem mesmo os sacrifícios, o culto do templo, circuncisão, os dias de festa ou nada. Contudo, ele sabia
muito bem que tudo isto terminaria em breve e planejou para que assim fosse. Na época nem o povo ou seus
discípulos estavam preparados para tal anúncio. Por isso ele deixou estas coisas para que eles aprendessem mais
tarde. São nas epístolas de Paulo que essas mudanças são declaradas mais distintamente, justamente onde
encontramos o Sábado Judaico revogado.
Quarenta dias após a ressurreição ainda encontramos os discípulos se apegando à antiga ideia Judaica de um
reino temporal de Jesus em Jerusalém. “Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel?” (Atos. 1:16).
Sabendo que era impossível corrigir suas noções erradas por uma mera declaração, Jesus deixou que superassem
esses erros na medida em que aprendiam mais do Evangelho. Agora siga-os pelo livro de Atos e observe quão
longa e tenazmente eles persistiam em todas as observâncias da antiga lei Judaica, não apenas no Sábado, mas em
todo o culto do templo e cerimônias da lei Mosaica. No Pentecostes encontramo-los guardando o dia sagrado com
outros Judeus (Atos 2). Cerca de dez anos após a ressurreição, eles estavam “pregando a palavra apenas para os
Judeus.” (Atos 11:19). Eles não cogitaram em pregar algum sermão para um Gentio até que Deus, por um milagre
especial, enviasse Pedro a Cornélio (Atos 10). Nesta mesma época tardia Pedro observava escrupulosamente a lei
Mosaica de alimentos. Ele disse, “nunca comi coisa alguma comum e imunda.” (verso 14), e tinha a intenção de
continuar observando-a. E quando o Espírito Santo veio sobre os Gentios, os discípulos ficaram atônitos “porque
sobre os Gentios também foi derramado o dom do Espírito Santo.” (verso 45). Quando ele retornou à Jerusalém,
toda a igreja estava em tumulto por causa disso. “E quando Pedro subiu à Jerusalém, aqueles que eram da
circuncisão contenderam com ele, dizendo: Entraste em casa de homens incircuncisos e comeste com eles.” (Atos
11:2-3).
Até este tempo, então, encontramos a igreja em Jerusalém com Pedro como seu cabeça ainda guardando a lei
Judaica relativa aos alimentos e recusando-se a comer com os Gentios. Agora estude o grande concílio de
Jerusalém, realizado cerca de vinte anos após a ressurreição (Atos 15). Não apenas toda a igreja na Judeia
guardava inteiramente a lei Mosaica em todos os seus ritos, incluindo a circuncisão, mas alguns deles se
empenhavam para impô-la também aos Gentios convertidos (versos 1-19). Mas através da influência de Paulo,
este movimento foi derrotado. Se não tivesse sido assim, na providência de Deus com Paulo sendo levantado para
se opor a ele, toda a igreja Cristã teria sido colocada sob a escravidão da lei Mosaica. Conforme decidido, o
concílio liberou apenas os gentios convertidos da obediência da lei de Moisés (Atos 15:19, 23; 2125). Todos os
Judeus Cristão continuaram guardando-a.
Por volta de 60 D. C., ou cerca de trinta anos depois da cruz, nós ainda encontramos toda a igreja Judaica na
Judeia guardando estritamente a lei de Moisés quanto a circuncisão, ofertas, votos, raspar a cabeça, etc. Não
apenas eles observavam todos esses ritos da antiga lei, mas exigiam que todos os Cristãos Judeus através do
mundo fizessem o mesmo. Quando Paulo subiu à Jerusalém apenas uns poucos anos antes de sua morte, eles
exigiram dele um testemunho de que também guardava todos esses ritos. Leia atenciosamente Atos 21:20-26.
Estas palavras mostram conclusivamente que os Judeus Cristãos observavam todos os ritos da lei de Moisés
naquela época, poucos anos antes da queda de Jerusalém. Todos os historiadores da igreja concordam que os
Judeus Cristãos continuaram a observar o sétimo dia até algum tempo depois da queda de Jerusalém, como temos
visto.
Philip Schaff, o maior dos autores vivos, em seu History of the Apostolical Church, pág. 118, diz: “Tanto
quanto sabemos, os Judeus Cristãos da primeira geração, ao menos na Palestina, observavam escrituralmente o
Sábado, as festas Judaicas anuais e todo o ritual Mosaico; e celebravam em adição a tudo isso o Domingo Cristão,
a morte e ressurreição do Senhor e a santa ceia. Mas esta união foi gradualmente enfraquecendo, e ao final foi
inteiramente quebrada pela destruição do templo... O Sábado Judaico tornou-se em Domingo Cristão.” O Ancião
Waggoner, Adventista, diz: “Dr. Schaff é com justiça considerado um homem de elevada erudição, e cujo
testemunho com relação aos fatos ninguém iria pôr em dúvida.” (Replies to Canright, pág. 132). Bom. Agora
deixe-os aceitarem a declaração do Dr. Schaff e que parem com suas negações.

109
O Ancião Butler, Adventista, diz corretamente: “Na verdade, pode ser colocado em dúvida se uma ampla
parcela da igreja primitiva, que eram Judeus antes da conversão, tenha em algum momento compreendido
plenamente o escopo e extensão do Evangelho, para pôr de lado as leis particularmente Judaicas. Eles estavam
apegados a elas e eram e foram zelosos por elas durante muito tempo depois de serem abolidas na cruz.” Com
Paulo estamos em dívida por meio da bênção de Deus, pela única explanação completa da relação adequada destas
leis para a plena salvação.” (Law in Galatians, pág. 8).
Quanto, então, existe de prova em favor do Sábado Judaico pelo fato de o encontrarmos ainda sendo chamado
de “o Sábado”, ou porque ainda era guardado pelos Judeus Cristãos, ou mesmo pelo próprio Paulo? Exatamente
nada, pois pelo mesmo argumento, como vimos, teríamos que observar a páscoa, o pentecostes, oferecer
oferendas, fazer votos, raspar as cabeças, circuncidar e guardar todos os ritos da lei Mosaica da mesma forma que
os discípulos fizeram durante anos.

O APÓSTOLO PAULO E A GUARDA DO DIA DE SÁBADO.


Os Adventistas do Sétimo Dia tentam construir um argumento em favor do Sábado Judaico a partir do
exemplo de Paulo. Eles enumeram 84 Sábados que ele teria guardado, e dizem que se ele os guardou, nós também
devemos guardá-lo. Eu costumava pensar que existia grande força neste argumento e usei-o diversas vezes para
convencer a outros. Mas, ao final, fiquei convencido de que todo o argumento é uma falácia. Vamos examiná-lo.
1. Paulo era um Judeu, mas nós somos Gentios.
2. Paulo foi criado em todas as observâncias da lei Judaica (Atos 22:3). Nós não fomos.
3. O grande desejo do coração de Paulo era levar seus irmãos Judeus a Cristo. Para fazer isto ele estava
disposto a morrer; sim, e até mesmo tornar-se anátema (Rom. 9:3-4).
4. A fim de ganhar esses irmãos Judeus ele era muito cauteloso para não fazer nada, na medida daquilo que
podia evitar, que viesse a colocá-lo contra eles e assim interromper seu acesso a eles.
5. Como esses Judeus eram muito zelosos na observância de toda a lei Judaica, Paulo sabia que ele mesmo
também tinha que guardar esta lei, se desejasse conseguir algum acesso a eles. Por isso ele diz: “E fiz-me como
Judeu para os Judeus, para ganhar os Judeus; para os que estão debaixo da lei [os Judeus], como se estivesse
debaixo da lei, para ganhar os que estão debaixo da lei... e isto eu faço por causa do Eangelho.” (1 Cor. 9:20-23).
Veja o que ele fez no caso de Timóteo. “Paulo quis que este fosse com ele; e tomando-o, o circuncidou, por causa
dos Judeus que estavam naqueles lugares; porque todos sabiam que seu pai era grego.” (Atos 16:3). Paulo queria
que Timóteo o ajudasse entre os Judeus, mas sabia que os Judeus não dariam ouvidos a ele se não fosse
circuncidado. Assim, ele circuncidou a Timóteo para ganhar os Judeus, embora dissesse que “a circuncisão não é
nada.” (1 Cor. 7:19). Pela mesma razão ele guardou o Pentecostes (Atos 18:21; 20:16); raspou sua cabeça (Atos
18:8); fez ofertas (Atos 21:20-26) e viveu o mesmo que os Judeus viviam, embora soubesse e ensinasse que todas
essas coisas haviam passado.
Agora suponha que pudesse ser demonstrado que Paulo sempre guardou o Sábado. Iria isto provar que ele
considerava a prática como sendo obrigatória para todos os Cristãos, especialmente para os Gentios Cristãos?
Certamente que não. Para estes ele escreveu mui claramente que eles não deveriam guardar a lei concernente aos
alimentos, bebidas, dias de festa, luas novas e dias de Sábado (ver Col. 2:14-17; Rom. 14:1-5; Gál. 4:10). Ele
ensinou com relação a tudo isso exatamente como o fez sobre a circuncisão (Gál. 5:2) – que nada disso era
necessário, embora ele mesmo tenha circuncidado Timóteo.
Examinaremos agora cada texto onde é dito que Paulo guardou o Sábado.
Atos 13: 14-15. “E entrando na sinagoga, num dia de Sábado, assentaram-se. E após a leitura da lei e dos
profetas” ele foi convidado a pregar para eles, o que fez. Isso aconteceu com os Judeus, na adoração Judaica, na
sinagoga Judaica, no Sábado Judaico. Paulo, como um Judeu, juntou-se a eles nisto, de modo a pregar o
Evangelho para eles. Logo, versos 42-46, no próximo Sábado e se encontrou novamente com eles no mesmo lugar
e para o mesmo propósito. Estes foram dois Sábados que Paulo guardou.
Atos 16:13. “E no dia de Sábado saímos fora das portas, para a beira do rio, onde se costumava fazer
orações”, ou melhor, onde existia uma proseuche, uma casa Judaica de oração. Desta forma temos no siríaco e no
grego. Ali ele encontrou mulheres Judias em adoração e pregou de Jesus para elas. Este foi o terceiro Sábado que
ele guardou.

110
Atos 17:1-2. Paulo “chegou a Tessalônica, onde havia uma sinagoga de Judeus... e por três Sábados disputou
com eles.” Aqui novamente ele estava na adoração Judaica, entre os Judeus, em sua sinagoga, em seu Sábado.
Mais três Sábados aqui; seis até agora.
Atos 18:1-4. Paulo está novamente entre os Judeus “E todos os Sábados disputava na sinagoga, e convencia a
Judeus e Gregos.” O mesmo de antes; na sua guarda do Sábado em cada situação ele está entre os Judeus em sua
adoração no Sábado. Mas, quantos Sábados ele se encontrou com eles ali? O verso 11 diz: Paulo permaneceu em
Corinto “um ano e seis meses”, o que seriam 78 semanas. Por isso os Adventistas dizem que ele guardou 78
Sábado ali. Estes, somando-se aos seis anteriores, totalizam 84. Mas os versos 6 e 7 mostram um quadro diferente
sobre a matéria. Em vez de disputar na sinagora em cada Sábado todo esse tempo, ele se retirou dos Judeus e
disse, “Desde agora parto para os Gentios.” Então ele foi para a casa de Justo, perto da sinagoga. Portanto, não
existe evidência de que ele tenha pregado na sinagoga mais do que uns poucos Sábados. Logo, seus 84 Sábados
que Paulo guardou reduzem-se para dez ou uma dúzia, e todos estes foram com os Judeus na adoração Judaica. E
isso ele mesmo explica, dizendo: “E fiz-me como Judeu para que pudesse ganhar os Judeus.” (1 Cor. 9:20).
Nem um único caso pode ser encontrado onde Paulo guardasse o Sábado numa assembleia Cristã, nem isto é
mencionado de alguma forma em conexão com encontros Cristãos, ao mesmo tempo em que é dito que os
discípulos se reuniam no primeiro dia da semana. Marque isto: “Onde quer que os apóstolos tenham entrado em
sinagogas Judaicas no Sábado para pregar, isso foi antes de a igreja Cristã ser plantada em tais lugares.”

PAULO NÃO FEZ NADA CONTRA OS COSTUMES DOS JUDEUS; POR ISSO ELE GUARDOU O
SÁBADO.
Em Atos 25:8, Paulo diz que não havia feito nada “contra a lei dos Judeus”, e em Atos 28:17 diz que não
havia “cometido nada contra o povo ou os costumes de nossos pais.” A partir disto é afirmado que ele deve ter
guardado o Sábado, pois este estava na lei e costumes dos pais. Verdade, mas igualmente era costume dos pais
circuncidar, oferecer sacrifícios, guardar as luas novas, festas anuais, etc. Consequentemente, Paulo deve ter feito
tudo isso. Deveríamos nós, então, fazer todas essas coisas pelo fato de Paulo tê-las feito como um Judeu fazia?
Dificilmente. Observe que quase todos os argumentos se aplicam igualmente para toda a lei Judaica e imporia
todo o sistema sobre os Cristãos!

111
CAPÍTULO XV

O SÁBADO JUDAICO ABOLIDO. COLOSSENCES 2.

1. Nós agora vamos para a declaração direta de Paulo de que o Sábado foi abolido (Col. 2:14, 16, 17).
“Havendo riscado a cédula que era contra nós, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de
nós, cravando-a na cruz... Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa,
ou da lua nova, ou dos Sábados; que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo.”
Juntamente com outras ordenanças Judaicas, o Sábado foi riscado e cravado na cruz; por isso nenhum homem
pode julgar sobre guardar “os dias de Sábado.” A declaração é positiva e clara. Quando eu guardava o sétimo dia,
este texto sempre me deixava perplexo, como acontece com meus irmãos do Advento agora, digam o que
quiserem. Paulo nomeia diretamente “o Sábado” ou “os dias de Sábado”, pois não existe diferença, como entre as
sombras que passaram.
2. É dito por alguns que “os dias de Sábado”, número plural, não é o mesmo que “o Sábado”, número
singular, e por isso não se trata do Sábado semanal. Esta é uma objeção sem fundamento, pois ambos, os números
singular e o plural, são usados indiferentemente para o Sábado semanal. Assim, o Greenfield's Greek N. T.
Lexicon, diz: “Sabbaton, O Sábado... ambos no singular e plural.” Bagster's Greek Lexicon, diz: “O Sábado
Judaico, ambos no singular e plural.” Tão claro é este fato que mesmo o Ancião Smith, Adventista, é obrigado a
admiti-lo, embora tente salvar sua teoria excluindo Col. 2 e Atos 17:2, mas sem razão. Ele diz: “Quando ele
[Sabbaton] é usado na forma plural [excetuando Atos 17:2 e Col. 2:16], significa exatamente o mesmo como se
tivesse sido escrito no singular.” (Greek Falsehood, pág. 8). Col. 2:16 não é uma exceção à regra. Em Atos 17:2, a
palavra três é o que caracteriza o plural. A Revised Version apresenta corretamente Col. 2:16 no singular, assim:
“Ninguém vos julgue com respeito ao dia de Sábado”, número singular. A tradução de Sawyer, diz: “Com respeito
a uma festa, ou lua nova, ou Sábado”, singular. A Bible Union, diz: “De um dia de festa, ou de uma lua nova, ou
de um Sábado”, singular.
Umas poucas citações mostrarão que ambos os números, singular e plural, são usados para o Sábado semanal.
“Certamente guardareis meus Sábados [plural]; porquanto ele [singular] é um sinal entre mim e vós.” (Êx. 31:13).
Este é o Sábado semanal. “Guardará meus Sábados.” (Lev. 19:3). “Além dos Sábados do Senhor.” (Lev. 23:38).
Os Adventistas dizem que este é o Sábado semanal. “Abençoado é o homem que... guarda o Sábado”, “os eunucos
que guardam os meus Sábados.” (Isa. 56:2-4). Tanto no singular como no plural, nenhuma diferença. “E lhes dei
os meus Sábados, para que servissem de sinal.” (Ez. 20:12). Este é o Sábado semanal, como os Adventistas bem
sabem. “Aos Sábados [plural] os sacerdotes no templo violam o Sábado [singular].” (Mat. 12:5). Aqui temos no
mesmo verso tanto o plural quanto o singular usados para o Sábado semanal. “É lícito curar nos Sábados?” (Mat.
12:10). “E os ensinava nos Sábados.” (Lucas 4:31). “Por três Sábados disputou com eles.” (Atos 17:2). “Ninguém
vos julgue... por causa dos Sábados.” (Col. 2:16).
Quem pode ler esta lista de textos e não ficar profundamente impressionado que, por “dias de Sábados” de
Col. 2:16, Paulo se refere exatamente à mesma linguagem usada em todos os outros casos? É claro que ele usou, e
nenhuma outra aplicação coerente pode ser feita do texto.
3. No grego, no qual Paulo escreveu Col. 2:16, ele não apenas usa a mesma palavra que é sempre usada para o
Sábado semanal, mas exatamente a mesma forma da palavra usada no próprio quarto mandamento! Darei a
palavra grega para “dias de Sábados” em Col. 2:16 e outros textos onde a mesma palavra e a mesma forma da
palavra, letra por letra, é usada para o Sábado semanal (Col. 2:16). “Ninguém vos julgue por causa dos Sábados”,
grego, sabbatown, Sabbaton, genitivo plural.
Êx. 20:8, 10, quarto mandamento, “Lembra-te do dia de Sábado [grego, sabbatown, Sabbaton, genitivo
plural], para o santificar.” “Mas o sétimo dia é o Sábado [grego, sabbata, Sabbata, acusativo plural] do Senhor.”

112
Vemos aqui que Paulo usa a mesma palavra grega, letra por letra, que é usada no decálogo. Portanto, seguramente
ele se referiu ao próprio dia de Sábado. Observe ainda que em cada caso no quarto mandamento onde a palavra
“Sábado” ocorre, ela está em plural no grego.
Logo, se o uso do plural em Col. 2 mostra alguma coisa, ele mostra que significa o Sábado do decálogo. Além
disso, a Revised Version traduz Êx. 20:10 e Col. 2:16 exatamente do mesmo modo. Assim: “O sétimo dia é um
Sábado do Senhor.” “Nenhum homem julgue a ti com respeito a 'um Sábado.'” Claramente, então, Col. 2:16 se
refere ao Sábado de Êx. 20:8-11.
Além disso, sabbatown, Sabbaton, genitivo plural, a forma da palavra usada em Col. 2:16, é a única usada
com frequência em outros textos para o Sábado semanal. Assim:
Êx. 35:3 - “Não acendereis fogo... no dia do Sábado [sabbatown].”
Lev. 23:38 - “Além dos Sábados [sabbatown] do Senhor.”
Lev. 24:8 - “Em cada dia de Sábado [sabbatown], isto se porá em ordem.”
Núm. 15:32 - “apanhando lenha no dia de Sábado [sabbatown].”
Núm. 28:9 - “No dia de Sábado [sabbatown], dois cordeiros.”
Deut. 5:12, quarto mandamento novamente, “Guarda o dia de Sábado [ sabbatown].”
Mat. 28:1 - “E, no fim do Sábado [sabbatown].”
Luc. 4:16 - “Entrou na sinagoga num dia de Sábado [sabbatown].”
Atos 13:14 - “Entrando na sinagoga num dia de Sábado [sabbatown].”
Col. 2:16 - “nenhum homem te julgue... com respeito aos dias de Sábados [ sabbatown].”
A menos que um homem esteja cego por uma teoria de estimação, ele tem de ver que Col. 2:16 seguramente
significa o Sábado semanal, como em todos os outros textos onde a mesma palavra ocorre.
4. A única palavra utilizada na Bíblia para o Sábado semanal é a própria palavra que Paulo usou, Sabbaton.
Portanto, se ele quisesse indicar este Sábado, que outra palavra poderia ter dito que não fosse a mesma que ele
disse, Sábados? Por que, então, negar que ele quis dar a entender exatamente o que falou, quando não poderia ter
dito nada mais além do que disse para o Sábado?
5. A palavra Sábado ocorre 60 vezes no Novo Testamento. Os Adventistas do Sétimo Dia admitem que em 59
destes 60 casos ela significa o Sábado semanal; mas no sexagésimo caso, onde exatamente a mesma palavra é
usada tanto no grego quanto no inglês, como temos visto, eles dizem que ela significa uma outra coisa. Não é isto
espantoso? Ouçam-nos: “No Novo Testamento, o Sábado do Senhor é mencionado 59 vezes; e os Sábados locais,
os que expiraram pela limitação e cessaram na cruz, é mencionado uma vez.” (Scripture References, pág. 9). É
estranho que o Sábado signifique Sábado 59 vezes e na sexagésima não signifique! “As festas Judaicas são
mencionadas com frequência no Novo Testamento, mas em nenhuma parte alguma delas é chamada um Sábado
ou revestida com a natureza de um Sábado.” (The Sabbath for Man, pág. 544).
6. “Os dias de festa e luas novas” de Col. 2:16 incluem todos os dias santos dos Judeus, exceto o Sábado
semanal; por isso não resta nada mais a que se possa aplicar que não seja ao Sábado. A lista inteira é dada em
Núm. 28 e 29.
7. Mas o que estabelece além de qualquer dúvida coerente o fato de Col. 2:16 se referir aos Sábados semanais,
é que exatamente a mesma lista de dias santos fornecida por Paulo ali é dada cerca de doze vezes no Velho
Testamento, onde sabemos que significa o sétimo dia.
Volte para Núm. 28 e 29, e você tem uma lei detalhada quanto a quais ofertas deveriam ser feitas em cada dia
durante todo o ano. A primeira era as ofertas diárias de “dois cordeiros”, dia a dia, para uma oferta queimada
contínua. “O cordeiro deves oferecer pela manhã, e o outro cordeiro oferecerás ao entardecer.” (versos 3 e 4). A
segunda era as ofertas no Sábado. “E no dia de Sábado dois cordeiros de um ano sem mácula.” (versos 9 e 10).
Ninguém irá negar este era o sábado semanal. Terceira, no próximo verso vêm as luas novas. “E no começo dos
seus meses oferecerás uma oferta queimada ao Senhor.” (versos 11-15). A quarta se refere aos dias de festa
anuais. “E no décimo quarto dia do primeiro mês é a páscoa do Senhor.” (verso 16). Então segue-se uma lista
completa de todos os dias de festa anuais, terminando com estas palavras, “Estas coisas fareis ao Senhor nas
vossas solenidades.” (Núm 29:39).

113
Temos aqui a lei para as ofertas diária, semanal, mensal e anual; ou, aquelas em cada dia, nos Sábados
semanais, nas luas novas e nos dias de festa anuais. Agora leia os textos seguintes e observe como essa lista de
ofertas diárias, ofertas nos Sábados, nas luas novas e no conjunto de festas, como declarada na lei de Moisés, é
repetidamente mencionada de forma quase exata nas palavras de Col. 2:16.
1 Crôn. 23:30-31: “E para estarem cada manhã em pé para louvarem e celebrarem ao Senhor; e
semelhantemente à tarde; e para oferecerem os sacrifícios do Senhor, aos Sábados, nas luas novas, e nas
solenidades, segundo o seu número e costume, continuamente perante o Senhor.” Aqui está uma referência direta
às ofertas diárias, ofertas nos Sábados semanais, luas novas e conjunto de festas, tal como ordenado em Núm. 28 e
29. Poderia alguém duvidar que “Sábados” aqui são os Sábados semanais, o mesmo que lá? Certamente não.
2 Crôn. 2:4: “Eis que estou para edificar uma casa ao nome do Senhor meu Deus, para lhe consagrar, para
queimar perante ele incenso aromático, e para a apresentação contínua do pão da proposição, para as ofertas
queimadas da manhã e da tarde [diária], nos Sábados [semanal] e nas luas novas [mensal], e nas festividades
solenes [anual] do Senhor.” Precisamente a mesma lista novamente e na mesma ordem, e, por consequência, os
Sábados semanais são os nomeados. Além disso, seria absurdo supor que Salomão mencionaria todos os outros
dias santos menores, mas não dissesse nada sobre o principal de todos os dias, os Sábados semanais. Qualquer
homem sincero admitirá que “Sábados” aqui são os Sábados semanais, e assim eles são em todas as passagens
seguintes.
2 Crôn. 8:13: “E isto seguindo a ordem de cada dia [diário, novamente], fazendo ofertas conforme o
mandamento de Moisés, nos Sábados [semanal] e nas luas novas [mensal], e nas festas solenes [anual], três vezes
no ano.” A mesma lista e ordem como antes.
2 Crôn. 31:3: “Holocaustos da manhã e da tarde, e para os holocaustos dos Sábados, e das luas novas, e das
festas solenes; como está escrito na lei do Senhor.” A mesma lista novamente; ofertas diária, semanal, mensal e
anual, exatamente na ordem como viriam naturalmente, e exatamente com dado “na lei do Senhor.” (Núm. 28 e
29). Mas, se os “Sábados” não são os Sábados semanais, então o Senhor indica as ofertas diária, mensal e anual,
mas omite as ofertas semanais. Qualquer homem pensante sabe que tal interpretação é falsa. Mas este é o único
modo para que a interpretação dos Sábados de festa possam ser salvos da lista de Paulo em Col. 2:16, pois estes
Sábados, aos quais ele se refere, são os mesmos que todos mencionados – semanais. Como o objetivo nessas
passagens é fazer menção ao culto a Deus, que deveria ser executado em cada um dos dias santos, seria absurdo
supor que todos os outros dias sagrados de todo o ano seriam cuidadosamente mencionados repetidamente, ao
passo que nenhuma referência de qualquer tipo seria feita para os Sábados semanais, os mais importantes e mais
numerosos de todos os dias sagrados.
Nee. 10:33: “Para os pães da proposição, para a contínua oferta de alimentos, e para o contínuo holocausto
dos Sábados, das luas novas, para as festas solenes.” A mesma lista novamente – diário, semanal, mensal e anual.
Ou aqui está se referindo aos Sábados semanais, ou então a referência a adoração a Deus no Sábado é sempre
estudadamente evitada, enquanto todo o resto é cuidadosamente mencionado. A evidência é clara demais para se
enganar.
Ez. 45:17: “As libações, nas festas, e nas luas novas, e nos Sábados.” Aqui estão nomeados exatamente os
mesmos dias que Paulo dá em Col. 2:16, e na mesma ordem; anual, mensal, semanal.
Osé. 2:11: “E farei cessar todo o seu gozo, as suas festas, as suas luas novas, e os seus Sábados, e todas as
festas solenes.” A mesma lista de dias santos que temos vezes e mais vezes, onde sabemos que o Sábado significa
o sétimo dia.
Col. 2:16: “Portanto, não deixe nenhum homem julgar você em comer ou em beber, ou em respeito a um dia
de festa (Rev. Version), ou de lua nova, ou de dias de Sábado.” Aqui, como antes, estão os dias santos anuais,
mensais e semanais, exatamente como estabelecido na lei onde sabemos que se menciona os Sábados semanais. É
evidente que Paulo tinha em sua mente a lista dos dias santos tão frequentemente dada no Velho Testamento, onde
o Sábado está incluído.
As palavras “os dias de Sábado” certamente abrangem os Sábados semanais, a menos que eles fossem
especialmente nomeados como exceção. Mas não é feita nenhuma exceção. Consequentemente, temos que aplicar
o temo como ele é usado na lei, para o sétimo dia.
Osé. 2:11 é uma profecia clara de que todos esses dias santos terminariam exatamente como sabemos que
aconteceu de fato; e em Col. 2:16 está comprovado que eles foram cravados na cruz.
8. Testemunho de outros sobre Col. 2:14-17.

114
Bunyan: Sobre este texto, John Bunyan, homem que ninguém superou no estudo da sua própria Bíblia, diz:
“Aqui também como ele [Paulo], que serviu outros dias santos como serviu ao Sábado, dá uma liberdade para os
crentes recusarem a observância deste. Tampouco o apóstolo (desde que ele disse, ou do Sábado), alguém poderia
pensar, deixou de fora qualquer buraco no qual a invenção dos homens poderia começar a cavucar.” Novamente:
“O antigo Sábado do sétimo dia está abolido e aniquilado.” (Complete Works, de Bunyan, pág. 899, 900).
Dr. Scott diz: “Sem dúvida alguma este último está relacionado principalmente com o Sábado semanal, o
qual, como observado no sétimo dia, agora se tornou uma parte da lei Judaica ab-rogada.”
The Pulpit Commentary diz sobre o texto: “Os dias de Sábado, relacionados com o Sábado Judaico que era
sempre observado no sétimo dia. Se a ordenança do Sábado fosse em qualquer sentido ou forma obrigatória para a
igreja Cristã, teria sido praticamente impossível para o apóstolo ter usado esta linguagem.”
John Wesley: “Com respeito à festa anual, a lua nova ou ao Sábado Judaico semanal.”
Dr. Lee, Metodista: “O apóstolo se refere ao Sábado do sétimo dia e faz com que eles entendam claramente
que não é mais moralmente obrigatório observá-lo... Em 'dia santo' e 'lua nova' ele inclui todas as outras festas e
descanso que poderiam ser chamados de Sábado, não restando nada para ser mencionado por 'dias de Sábado' que
não fosse o Sábado do sétimo dia.” (Lee's Theology, pág. 375).
9. Do que dependem os Adventistas do Sétimo Dia, para salvar esse texto da aplicação aos Sábados, é a
afirmação de que havia diversos dias de sábado periódicos ou anuais, e que a linguagem de Paulo deve se aplicar a
estes, ao invés dos Sábados semanais. O Ancião Andrews, em seu “History of the Sabbath”, diz assim: “Existiam
sete sábados anuais”, e então ele nomeia todos os dias de festa Judaicos, como o pentecostes, o dia da expiação,
etc., e cita Lev. 23. É verdade que na nossa versão Inglesa a palavra sábado é aplicada para quatro destes dias de
festa; mas nos voltamos para o grego, no qual Paulo escreveu, e encontramos que a palavra para “sábado” é
sabbaton. É este o termo usado onde a palavra sábado é aplicada aos dias de festa anuais? Não, exceto em apenas
uma situação. O dia da expiação é chamado de sábado (sabbaton) no grego (Lev. 23:32). “No Velho Testamento
nenhum desses dias de festa é alguma vez denominado Sábado, salvo o dia da expiação.” (Sabbath for Man, pág.
544).
A palavra hebraica para sábado é shabbath. Em apenas esse único exemplo ela é aplicada a um dos festivais
anuais. Mas a palavra “sábado” na versão Inglesa, quando aplicado às festas anuais, vem do termo grego
anapausis, e no hebraico, de shabbathon. Estas palavras não deveriam ser traduzidas para “sábado”, mas
deveriam significar “descanso”, com estão na Revised Version. Assim estão todos os textos lidos na New Version:
“No sétimo mês, no primeiro dia do mês, será um solene descanso para vós.” (Lev. 23:24). “No primeiro dia será
um descanso solene, e no oitavo dia será um descanso.” (verso 39). Analogamente, também na versão Inglesa do
hebraico usado pelos Judeus, estas palavras são traduzidas por descanso, e não sábado. Assim: “No sétimo mês,
no primeiro dia do mês, terás descanso”, não sábado (verso 24). “No primeiro dia haverá descanso, e no oitavo
dia haverá descanso” (verso 39).
Portanto, excetuando os sábados semanais entre todos os dias de festa e dias santos do Velho Testamento,
apenas um único dia em todo o ano é sempre chamado de sábado. Logo não é correto falar de “os sábados anuais”,
e muito menos dizer que existiam sete deles. Havia apenas um, e não mais, e este um estava incluído nos dias de
festa anuais. Mesmo o Ancião Andrews confessa que “os sábados anuais eram parte e parcela destas festas e não
poderiam ter existência até depois que as festas às quais pertenciam haverem sido instituídas. Assim, o primeiro e
segundo desses Sábados eram os primeiro e sétimo dias da festa pascal. O terceiro sábado anual era coincidente
com a festa de pentecostes.” (History of the Sabbath, pág, 86). Por sua própria confissão os dias que ele chama de
sábados anuais estavam todos incluídos nas festas anuais e não poderiam ter existência separada delas. Dias de
festa (heortes) é o termo que abrange todos aqueles dias, como temos visto. Logo “os dias de sábado” (sabbaton)
deve ser aplicado apenas aos sábados semanais. Ou, para dizer o mínimo, este termo, sendo primordialmente e
quase exclusivamente aplicado aos sábados semanais, deve incluí-los de qualquer maneira, seja ele aplicado a algo
mais ou não.
10. Os Adventistas do Sétimo Dia tentam fazer uma diferença entre “os Sábados do Senhor”, (Lev. 23:38; Êx.
20:10), e “seus Sábados”, (Osé. 2:11). Eles dizem que “seus Sábados” eram os Sábados Judaicos, dias de festa
anuais; mas que o Sábado do Senhor nunca é chamado de seus Sábados. A afirmação é contrária aos fatos.
Por que os dias santos anuais eram seus dias? Foram os Judeus que os indicaram? Não, o Senhor os indicou
do mesmo modo como fez com o Sábado, e os deu a Israel para os guardarem exatamente como deu-lhes o
Sábado para guardar. Por isso, de um ponto de vista eles são do Senhor, mas de outro eles são seus dias. São de
Deus, porque ele os ordenou; seus, porque foi dado a eles. “Eu lhes dei meus Sábados.” Assim lemos sobre quase

115
todas as instituições sagradas da Bíblia. Em um lugar é “do Senhor”, e no próximo é “deles”, “seus” ou “vossos”,
mas a mesma instituição todo o tempo. Assim lemos:
Sobre o templo: “Minha casa” (Isa. 56:7); “vossa casa” (Mat. 23:38).
Dos sacrifícios: “Os sacrifícios do Senhor” (Lev. 10:13); “minha oferta, e meu pão para meus sacrifícios”
(Núm. 28:2); “vossos holocaustos, e os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos” (Deut. 12:6).
Da lei: “Minha lei” (Jer. 6:19); “vossa lei” (João 10:34).
Agora observe particularmente que os dias de festa são mencionados exatamente da mesma maneira que o
Sábado; isto é, “minhas festas” e “suas festas”, “meus sábados” e “seus sábados.” Assim: “A páscoa do Senhor”
(Êx. 12:11); “a festa do Senhor” (Lev. 23:4); “os sábados do Senhor” (verso 38); “minhas festas” (verso 2); “meus
sábados” (Êx. 31:13); “uma festa ao Senhor” (Lev. 23:41); “o santo Sábado do Senhor” (Êx. 16:23); “seus dias de
festa, suas luas novas e seus Sábados” (Osé. 2:11).
Estas citações são suficientes para mostrar a falácia de tentar fazer uma distinção entre “meus sábados” e
“seus sábados.” O mesmo argumento provaria que “minhas festas” e “suas festas”, “meus sacrifícios” e “seus
sacrifícios”, “minha casa” e “sua casa”, etc., eram inteiramente diferentes. Mas todos sabem o correto. Estas
experiências se aplicam às mesmas coisas sob diferentes pontos de vista; os Sábados do Senhor, indicados por ele;
seus Sábados (dos Judeus), guardados por eles; e isso é tudo sobre o assunto.
11. Paulo representa essas coisas como tendo sido “riscadas”, “cravadas na cruz” (Col. 2:14). Diz-se que isto
não poderia se aplicar ao Sábado que foi gravado em pedras no decálogo, como se você não pudesse riscá-lo dali
nem cravá-lo.
A resposta é fácil. Riscar e cravar só são usados como uma ilustração. Antigamente um documento que
tivesse sido cancelado, ou abolido, era apagado, riscado, ou um prego era fincado nele, tal como agora um
condutor perfura um bilhete para mostrar que ele foi usado. Como ilustração isso poderia ser aplicado às leis
escritas de qualquer maneira, não importa qual. Para um homem sincero, tais objeções são injustificadas. Paulo
diz que essas coisas eram contra nós. Mas diz-se que o Sábado não era contra nós; logo não pode estar se
referindo a ele. Resposta: 1. Paulo diz que era; que devia terminar. 2. O Sábado Judaico era o grande sinal do
Judaísmo (Ez. 20:10-13; Deut. 5:15). Como tal ele carregava consigo todo aquele sistema, e por isso era contra os
Cristãos.
12. É dito que o Sábado semanal nunca estava associado com alimentos, bebidas, dias de festa, etc., como em
Col. 2:16. Isto é um grande erro, como já temos visto. Ele está associado com isso dezenas de vezes. Ver Lev.
23:2-6; Núm. 28:3-11; 1 Cr. 2:29-31, etc.
13. Argumenta-se que, como “os dias de sábados” de Col. 2:16 “eram sombras das coisas futuras” (verso 17),
e o Sábado semanal é um memorial da criação, apontando para o princípio, eles não podem ser os mesmos, pois o
sábado não poderia apontar para ambos as direções. Mas isso não é uma mera afirmativa sem qualquer prova?
Como nós sabemos que ele não pode apontar para ambas as direções? A páscoa era um memorial da sua libertação
do Egito, e sempre apontava para aquele evento passado (Êx. 12:11-17). Mesmo assim ela também era uma
sombra de Cristo (Col. 2:16-17). “Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós.” (1 Cor. 5:7). Assim, todas
essas festas anuais eram de algum modo tipos de Cristo, e ainda assim todas são também memoriais de eventos
passados, como todos sabem. Mas quem haveria de pensar a respeito disso, se o apóstolo não tivesse dito nada
assim? Se, então, esses dias de festa podiam ser tanto memoriais quanto tipos, apontando para ambas as direções,
também o pode ser o Sábado. Paulo diz claramente que os dias de Sábado eram sombras de coisas por vir; e uma
declaração cristalina da inspiração tem mais valor do que milhares dos nossos raciocínios vãos. Isso está em
harmonia com o argumento de Paulo em Hebreus 4:1-11, de que o sétimo dia era um tipo. Por quarenta anos eles
têm tentado explicar este texto, e mostrar que ele realmente não significa o que está dizendo; mas ele permanece e
zomba de todas as suas teorias. O Sábado é um tipo, pois assim diz a inspiração. Novamente, diz-se que o Sábado
foi instituído antes da queda, mas tipos não poderiam ter sido instituídos até depois da queda. Como você sabe que
não poderiam? Onde a Bíblia diz isso? Pedro fala de Cristo: “O qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido,
ainda antes da fundação do mundo, mas manifesto nestes últimos tempos por amor de vós.” (1 Ped. 1:20). O que
revela diz, “O Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.” (Apoc. 13:8). Se, pois, Cristo foi ordenado
para morrer antes da fundação do mundo, então o Sábado poderia ter sido designado antes da criação da terra,
como um tipo de Cristo.
Dr. Watson diz: “Ele é usado como um expressivo tipo de descanso celestial e íntimo.” (Theol. Inst. Vol. II,
pág. 509). The Pulpit Commentary diz: “O Sábado dos Judeus era uma tipificação.” Sobre Col. 2:17, Dr. Adam
Clarke diz: “A verdade é: o Sábado é considerado como um tipo.” (sobre Êx. 20:8). Até mesmo o Ancião

116
Andrews, Adventista do Sétimo Dia, diz: “Quando o Criador deu existência ao nosso mundo, não previu ele a
queda do homem? E, em prevendo esta queda, não cogitou o propósito de redimir o homem? E não se segue disso
que o propósito da redenção fosse cogitado no propósito da criação?” (History of the Sabbath, pág. 151).
Exatamente, e assim o Sábado, como um tipo dessa redenção, poderia ter sido dado no Éden, de acordo com a sua
própria demonstração. Portanto, numa inspeção mais detalhada, cada argumento dos nossos irmãos do Sétimo Dia
sobre Col. 2, segue lhes desapontando.
14. Por meio de uma construção falsa e antigramatical do pronome relativo “quais” em Col. 2:17, os
Adventistas tentam excluir o Sábado Judaico semanal do texto. Eles fazer com que o pronome “quais” se refira
apenas a “dias de Sábados”, fazendo com que se leia assim: “Aqueles dias de Sábados os quais são uma sombra.”
Isto que dizem implica em que existem outros Sábados que não são uma sombra, isto é, o sétimo dia. Mas a
palavra grega para “dias de Sábados” é sabbatown, Sabbaton, genitivo plural, enquanto a palavra para “quais” é
ha, nominativo plural, neutro. Portanto, “quais” não pode concordar com dias de Sábados, como sabem muitos
estudiosos. “Que são uma sombra” se relaciona com toda a lista dada no verso 16, a saber, comer, beber, dias de
festa, luas novas e Sábados. A versão revisada traduz “um dia de festa, ou uma lua nova, ou um dia de Sábado,
que são uma sombra.” Não simplesmente apenas o Sábado, mas tudo isso junto eram uma sombra.
Consequentemente, a frase “que são uma sombra” se aplica a cada item do verso 16. Acaso Paulo, então,
pretendia dizer que apenas certos dias de festa, certas luas novas e certos Sábados eram sombra, enquanto existiam
outros dias de festa, outras luas novas e outros Sábados que não eram sombra e assim estavam excluídos da sua
lista? Não, ele não fez exceções de qualquer espécie; nem de festas, luas ou Sábados. Todos estavam incluídos,
nenhum foi excetuado. Portanto, como Paulo incluiu cada dia de festa e cada lua nova, assim ele também incluiu
cada Sábado do Velho Testamento; e, para dizer o mínimo, isso tomou o Sábado semanal como o principal de
todos. Deste modo desfaz-se o último pretexto no qual se pendura o Sábado Judaico.
Professor A. M. Weston, Presidente do Eureka College, III., diz de forma correta: “Se o Sábado não aponta
para Cristo em seu princípio subjacente, então ele é a única observância importante do Velho e Novo Testamentos
que falhou em cumprir tal desígnio.” (The Evolution of a Shadow, pág. 16). Nós sabemos que existia no Éden um
tipo de Cristo, que era Adão, pois a Bíblia assim o diz (Rom. 5:14). “Adão... o qual é a figura daquele que havia
de vir.” Figura vem do termo grego tupos, tupos, tipo. “O qual era o tipo daquele que havia de vir.” (Siríaco,
Diaglott, Sawer, Living Oracles e Bible Union Translations). Logo, tipos foram instituídos no Éden. Portanto o
Sábado não pode ser excluído dos tipos sobre este fundamento.
Em Gál. 4:10, 11, Paulo deixa de lado a guarda do Sábado Judaico e todos os dias santos da lei. “Guardais
dias, e meses, e tempos, e anos. Receio de vós.” A sua menção da antiga lei, tanto nos versículos anteriores quanto
nos posteriores, prova que ele se refere aos dias santos desta. Assim: “A lei nos serviu de aio, para nos conduzir a
Cristo, para que pela fé fôssemos justificados. Mas, depois que veio a fé, já não estamos debaixo de aio.” (Gál.
3:24, 25). A lei findou na cruz, como disse Paulo em Col. 2:14:17. Novamente: “Dizei-me, os que quereis estar
debaixo da lei, não ouvis vós a lei?” (Gál. 4:21). “Não estais debaixo da lei.” (Gál. 5:18). Por conseguinte, ele se
refere aos dias santos da lei, e estes incluindo o Sábado como o principal de todos. Olhe para a lista: Dias (dias de
Sábado, semanais), meses (luas novas), tempos (festas anuais) e anos (anos Sabáticos). Esta é exatamente a lista
dos tempos santos Judaicos.
Para os Romanos, Paulo ensinou a mesma doutrina: a observância dos dias santos Judaicos não devia ser
considerada. “Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente
seguro em sua própria mente.” (Rom. 14:5).
Dr. Potts, Metodista, diz: “Por Rom. 14:1-6 é evidente que a questão do Sábado entrou no raciocínio de Paulo
na ocasião.” (The Lord's Day Our Sabbath, pág. 27). Estes eram os dias prescritos na lei, pois é a lei que é tratada
por todo o livro de Romanos. Ele não faz nenhuma exceção para o dia de Sábado, mas diz claramente “todos os
dias.” Há apenas alguns versos antes ele havia citado cinco dos dez mandamentos (13:9), mostrando que incluiu
os dias do decálogo. É inútil dizer que Paulo pretendeu se referir apenas aos Sábados anuais, pelo fato de
mencionar comer carne e legumes. Eu já provei que o Sábado semanal estava associado com esse tempo.
O que prova que Paulo não tencionava pôr de lado o Sábado, como suas palavras naturalmente querem dizer,
é o fato de que em parte alguma, de todas as suas instruções para as igrejas, ele diz uma única palavra em favor de
guardar o Sábado. Repetidamente ele ordena cada outro dever, mas jamais uma palavra sobre guardar o Sábado
em todas as suas quatorze epístolas. A maioria daqueles para os quais escreveu eram Gentios que nunca haviam
guardado o Sábado, e por isso precisavam de instrução, se tivessem de guardá-lo. Mas ele não diz uma única
palavra sobre ele, embora os tenha dado ordens a respeito do primeiro dia da semana (1 Cor. 1, 2).

117
Mas, diz-se que este entendimento da linguagem de Paulo abole todos os dias santos e deixa a igreja sem
nenhum dia de descanso. A resposta é fácil e óbvia. Paulo estava tratando das antigas instituições que haviam sido
cravadas na cruz (Col. 2:14). Portanto, sua linguagem não tem correlação com as novas instituições do Evangelho,
do qual poderia ter inúmeros dias santos, na medida em que esses textos são considerados.

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CAPÍTULO XVI

UM HISTÓRICO DE NUMEROSOS ESFORÇOS


PARA REVIVER O SÁBADO JUDAICO.

POR QUE NÃO DESCOBERTO ANTES?


Se os Sabatistas estão certos sobre a questão do Sábado, então toda a Igreja Cristã quebrou o Sábado por pelo
menos 1800 anos; e tem guardado o Domingo, “uma instituição papal”, “a marca da besta”, em seu lugar. Durante
essas longas eras todos os homens santos, mártires, reformadores, comentaristas, historiadores e estudiosos
Cristãos, com toda a sua busca a Deus, pesquisando a Bíblia e estudando a história, nunca descobriram este grande
erro! É razoável acreditar que toda a Igreja, durante toda a sua história, tem pisoteado um dos mandamentos mais
sagrados de Deus? É possível que a ira de Deus esteja agora sendo derramada sobre a igreja por guardar o mesmo
dia que todos os outros têm guardado por 1800 anos? Teria Deus abençoado os reformadores e a sua igreja, como
fez, se a guarda do Domingo fosse uma iniquidade tão terrível contra Deus, como é dito agora?
Agora, é difícil pensar que toda a igreja de Cristo, imediatamente após a morte dos apóstolos, cairia neste
pecado e erro tenebrosos, e praticar este delito sem repreensão durante toda a história da Igreja, até uns poucos
anos antes de Jesus voltar, para então, apenas uns poucos, descobrirem e mudarem. De acordo com os Adventistas
do Sétimo Dia, Lutero, Calvino, Knox, Wesley, juntamente com toda a Igreja de Cristo, por centenas de anos,
cometeram dois pecados terríveis a cada semana de suas vidas; eles quebraram o santo Sábado, o mais importante
mandamento do decálogo, e guardaram o Domingo, a marca da besta! E mesmo assim Deus permitiu que toda a
coisa fosse adiante sem protesto, até o último minuto do tempo; e agora, todos os que não aceitam essa “nova luz”
devem ser condenados sem esperança por fazer aquilo que os Cristãos unanimemente sempre fizeram! Com toda a
franqueza, esta é uma pílula grande demais para engolir!
Mas os Sabatistas dizem que isso não tem nada a ver com o caso. “Nossa consideração é somente pela Bíblia.
A Bíblia ensina claramente isso, e nos guiamos por ela.” Assim eles falam e deste modo acreditam; mas o fato é
que é somente a sua interpretação, a sua explanação da Bíblia, que os fazem falar assim. Você já soube de alguma
seita debaixo do céu, até mesmo a mais extravagante e mais fanática, que não estivesse sempre pronta para
“provar tudo pela Bíblia”? Sim, eles sabem que estão certos além de qualquer dúvida, “porque a Bíblia diz
exatamente assim.” Eles dirão que você está cego e crescerão em confiança a cada dia, e sempre terminam
dizendo, “Isso é verdade, não porque eu digo que é, mas porque a Bíblia diz que é.” Converse com um Mórmon, e
verá que ele tem a Bíblia na ponta da língua. Ele “prova tudo pela Bíblia.” Da mesma forma o Shaker, o
Swedenborgiano, o Universalista e todo o resto deles, “provam tudo pela Bíblia.” Quantas pessoas e seitas têm
surgido em diferentes épocas com um perfeito furor de entusiasmo sobre algumas novas ideias além da “antiga,
antiga história de Jesus e seu amor.” Não importa o dano que isso possa causar aos outros Cristãos e ao
Evangelho, “a Bíblia ensina assim, e isto é suficiente. Quando desistirmos disso, desistiremos também da Bíblia.”
Assim eles vão adiante até que o tempo sozinho arruína a sua teoria, e depois só lhes resta, na verdade, desistir da
Bíblia e de tudo, enquanto almas preciosas se perdem.

GUARDAR O SÁBADO JUDAICO – UM FRACASSO.


Os Sabatistas começaram na Inglaterra no tempo da Reforma, há cerca de trezentos anos. Eles tiveram muitos
homens, ministros e escritores capacitados; publicaram muitos livros; discutiram amplamente o assunto e fizeram
muitos convertidos. Ali eles tiveram uma terra fértil e um início auspicioso. O que a guarda do Sábado conseguiu?
O que eles realizaram na Inglaterra? Trezentos anos deveria ser tempo suficiente para dizer se ele é um sucesso ou
não. Deixe o Ancião Andrews contar a triste história: “No século dezessete, onze igrejas dos Sabatistas
floresceram na Inglaterra, ao mesmo tempo em havia muitos que guardavam o Sábado espalhados em várias

119
partes do reino. Atualmente apenas três dessas igrejas ainda existem! E nestas, apenas uns poucos restaram!”
(Hist. Sabbath, pág. 491). Desde que ele escreveu isso, mais duas daquelas três, creio eu, acabaram, e apenas um
pequeno grupo de menos de dez membros sobrevive! O Ancião Andrews pergunta melancolicamente, “A que
causa devemos atribuir este triste fato?” A causa é evidente: Deus não está nisto. Não leva a nada toda vez que é
tentado. Trezentos anos daqui, a mesma cantiga fúnebre será cantada sobre a sepultura do Adventismo do Sétimo
Dia.

OLHE AGORA PARA A HISTÓRIA DO ESFORÇO SABATISTA NA AMÉRICA.


Em 1664, cerca de 200 anos atrás, os Batistas do Sétimo Dia começaram ensinando essa doutrina na América,
em Newport, R. I. A primeira igreja foi organizada em 23 de dezembro de 1671 (ver Manual of the Seventh-Day
Baptists, pág. 39, 40; https://archive.org/details/manualofseventhd00utte). Daquele tempo em diante, eles
ensinaram diligentemente a observância do sétimo dia, tanto na América quanto em outras terras tão longínquas
quanto a própria China por meio da pregação, tratados, livros e periódicos, até que o mundo religioso se tornasse
familiarizado com suas visões. Eles foram numerosos o suficiente para organizarem uma conferência geral em
1802 (ver Hist. S. D. Bap. Gen. Conf., pág. 15, 238, ou qualquer enciclopédia). Eles tiveram academias, colégios e
universidades; homens eruditos, hábeis escritores e trabalhadores zelosos. O que realizaram? Quase nada. Agora
eles contam com aproximadamente 8000 membros e mal conseguem se sustentar, pois estão perdendo terreno a
cada década. Não conseguem nem ao menos manter suas crianças quando crescem. Sua juventude amplamente
abandona o Sábado em favor do Domingo. Por conveniência eles se agrupam em colônias, e assim causam pouca
influência no mundo. Em seu favor pode ser dito que são um povo excelente e livre de qualquer fanatismo ou
outros conceitos heréticos.
Aqui novamente o sétimo dia teve a melhor chance possível de sucesso. Seus defensores são inteligentes,
altamente instruídos, respeitados e vivem nesta terra livre numa era de investigação. Por que não teve sucesso?
Isso eles próprios são obrigados a admitir. Estes fatos sóbrios e inflexíveis deveriam ter peso entre nós. Irmãos
Sabatistas, parem e pesem estas coisas de forma imparcial. Qual a utilidade de desperdiçar a vida lutando por
aquilo que é praticamente um fracasso?
Em 1846, há quase setenta anos atrás, os Adventistas do Sétimo Dia começaram a ensinar o Sábado. Eles o
praticaram zelosamente, dedicaram tudo a ele, derramaram seus tesouros de milhões e encheram a terra com a sua
literatura. O que realizaram? Eles contam atualmente com cerca de 100000 membros. Possuem 4000 obreiros no
campo e gastam $2,000,000 anualmente, e ainda assim ganham cerca de 4000 anualmente, ou seja, um para cada
obreiro! Metade destes vêm de outras igrejas. O sistema perde vitalidade e poder evangelístico.
Contraste com o que foi dito acima, a obra e sucesso dos Batistas do Primeiro Dia. Que grande obra eles têm
feito por Cristo e as almas nos últimos duzentos anos. Em vez de contarem com 8000, como acontece com os
Batistas do Sétimo Dia, eles são 5000000. Como um corpo, eles são tão piedosos e devotados quanto os Batistas
do Sétimo Dia. Depois, olhe para os Metodistas e outras igrejas que guardam o Domingo, e veja como Deus as
têm abençoado. A prática mostra que guardar o Sábado Judaico tolhe o crescimento, enfraquece e incapacita a
Igreja para a obra do Evangelho.
Se, agora, guardar o Sábado é tão agradável a Deus, por que eles não prosperam mais? Se a observância do
Domingo é um pecado tão grande à vista de Deus, por que ele abençoa admiravelmente aqueles que persistem
nisto?

LUTERO E O SÁBADO.
Até mesmo os Adventistas reconhecem a grandeza de Lutero em piedade e em profundo conhecimento da
palavra de Deus. A Sra. White fala dele: “Zeloso, ardente e dedicado, não conhecendo outro temor senão o de
Deus, e não reconhecendo outro fundamento para a fé religiosa além das Escrituras sagradas.” (Great
Controversy, pág. 94; O Grande Conflito, pág. 120; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=1&p=120). “Anjos
celestiais estavam a seu lado, e raios de luz procedentes do trono de Deus traziam-lhe à compreensão os tesouros
da verdade.” (Great Controversy, pág. 97; O Grande Conflito, pág. 122; http://www.ellenwhitebooks.com/?
l=1&p=122).
Bom, agora ouça Lutero. Carlstadt, um Sabatista zeloso e erudito, apresentou seus argumentos para o sétimo
dia diante de Lutero, que examinou-os. Aqui está a decisão de Lutero em suas próprias palavras: “Na verdade, se
Carlstadt fosse escrever mais sobre o Sabbath, o Domingo teria que dar-lhe lugar, e o Sabbath, ou seja, Sábado,

120
deveria ser guardado como santo – ele verdadeiramente nos tornaria Judeus em todas as coisas e deveríamos ser
circuncidados, pois isto é verdade e não pode ser negado, que aquele que considerar necessário guardar um item
da lei de Moisés, e guardá-lo como a lei de Moisés, deverá necessariamente guardar toda ela.” (Hist. Sabbath, pág.
457).
Portanto, a “luz” sobre a questão do Sábado foi dada a Lutero, e ele a rejeitou, do mesmo modo como todo o
grande corpo dos Cristãos atuais. Os outros líderes da reforma igualmente estavam familiarizados com os
argumentos para o sétimo dia, mas, como confessa o Ancião Andrews, eles “como um corpo não foram amigáveis
para tais visões.” (Hist. Sabbath, pág. 460).
Estes fatos mostram quão inverídico é dizer que antes o povo não estava familiarizado com a questão do
Sábado.

JOHN MILTON SOBRE O SÁBADO.


Semelhantemente o grande John Milton, autor de “Paradise Lost” (Paraíso Perdido), discutiu amplamente toda
a questão do Sábado usando os mesmos argumentos que utilizamos agora para mostrar a abolição do Sábado
Judaico. Citarei umas poucas frases do seu “Treatise on Christian Doctrine”, Vol. I, Livro 2, Cap. 7. “É vidente
por mais de uma passagem da Escritura que o Sábado original está revogado.” “Se, então, o mandamento do
Sábado foi dado somente para queles que foram retirados da terra do Egito e da casa da servidão, evidentemente é
inaplicável a nós como Cristãos.” Ele argumenta a questão deste modo por uma extensão considerável.

RICHARD BAXTER SOBRE O SÁBADO.


Este grande teólogo, autor de “Saint's Rest”, “Call to the Unconverted”, etc., em 1671 escreveu seu “Divine
Appointment of the Lord's Day” contra os defensores do sétimo dia de seu tempo. Gilfillan diz: “Baxter (1671) e
Bunyan (1685) escreveram suas interessantes defesas do Dia do Senhor para aliviar as perplexidades com as quais
algumas pessoas boas de seu tempo se afligiram em consequência do proselitismo zeloso dos Sabatistas do
Sábado.” (The Sabbath, pág. 144). Portanto, os Sabatistas de 200 anos atrás estavam dando a mesma “luz” e
fazendo a mesma obra proselitista que agora. Eles foram contestados por homens tais como Baxter, Bunyan,
Milton, etc.
Citarei algumas palavras de Baxter: “É reconhecido, também, que a Igreja universal, desde os dias dos
apóstolos até hoje, tem guardado de forma ininterrupta como santo o Dia do Senhor em memória da ressurreição
de Cristo, e que, por vontade de Cristo, foi entregue a eles, por ou através dos apóstolos; de tal maneira que eu não
me lembro de nenhum Cristão, seja ortodoxo ou herético, que alguma vez tenha se oposto, questionado ou
hesitado em aceitá-lo desde a era primitiva.” (Parte 2, Cap. 18). A respeito dele, a própria Sra. White diz: Baxter,
um homem “de talento, cultura e profunda experiência Cristã, ergueram-se em valorosa defesa da fé que uma vez
foi entregue aos santos.” (Great Controversy, pág. 175; O Grande Conflito, pág. 252;
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=1&p=252). Sim, tais homens como estes se levantaram e se opuseram à
heresia do Sábado Judaico.

JOHN BUNYAN.
Ouça a Sra. White a respeito de Bunyan: “John Bunyan respirava a própria atmosfera do Céu.” (Great
Controversy, pág. 174; O Grande Conflito, pág. 252; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=1&p=252).
Bem, agora ouçam Bunyan: “Quanto ao sétimo dia, Sábado, o qual, como vemos, foi para o seu túmulo
juntamente com os sinais e sombras do Velho Testamento; sim, e tem um tal risco deixado sobre si por autoridade
apostólica, que é suficiente para fazer um Cristão fugir dele para sempre (2 Cor. 3).” “Novamente os apóstolos
batem nos mestres da lei com sua boca, dizendo, 'eles não entendem nem o que dizem nem o que afirmam.'”
(Complete Works, pág. 915).
Se algum homem deste lado dos apóstolos viveu perto de Deus, mergulhou em seu espírito e conhecia o
verdadeiro propósito da Bíblia, este homem foi Bunyan, autor da obra imortal Pilgrim's Progress. Ele conheceu os
Sabatistas de sua época, bem como a sua obra. Estudou profundamente o assunto e escreveu um livro contra eles,
do qual retirei a citação. Ele os considerou exatamente como o são agora – legalistas, cegos zelosos e
perturbadores da igreja.

121
Portanto, toda essa conversa de que a Igreja não tinha tido a luz sobre a questão do Sábado, até que os
Adventistas se levantassem para proclamar, é contrária aos fatos, como comprovado acima. É simplesmente uma
repetição dos velhos argumentos de 200 anos atrás.

122
CAPÍTULO XVII

A LEI.

O fundamento do erro Sabatista, creio eu, é a ideia de que “a lei”, em todo o rigor da velha letra, é obrigatória
para os Cristãos. Consequentemente, o seu tema constante é a lei, lei, lei. Eles pregam sobre ela dez vezes mais do
que pregam a Cristo. Infelizmente uma falsa teoria da lei ensinada por algumas outras igrejas os têm feito cair
neste triste erro. Por vinte e oito anos eu estive preso por essa “escravidão.” Agora encontrei meu caminho de
libertação; se puder ajudar a outros, me alegrarei.
Os simples fatos seguintes relacionados com a lei me ajudaram a sair do Adventismo, e eu jamais conheci
alguém que saísse de qualquer outra forma. Acredito ser isto a resposta correta para o erro do Sábado sabático.
Escrevo para leitores sinceros. Eles examinarão meus argumentos de forma imparcial e permitirão que outros
façam o mesmo, ainda que não venham a concordar plenamente com cada posição. Como resultado da atual
agitação sobre a questão do Sábado, podemos esperar uma melhor compreensão de todo o assunto do que havia
antigamente. Quarenta anos de investigação e discussão da questão me alicerçaram firmemente nas proposições
seguintes. Elas estão em harmonia com os homens e teólogos mais capacitados da atualidade e dos tempos
passados. Portanto, nada é original de minha parte.

ANTINOMIANISMO.
Antinomiano, de anti, contra, e nomos, lei – contra a lei – é um termo aplicado àqueles que sustentam que os
Cristãos não estão sob obrigação de guardar a lei de Deus ou de fazer qualquer boa obra. Se eles cometem
qualquer espécie de pecado, isso não impedirá a sua salvação de forma alguma, se apenas acreditarem em Jesus. A
salvação é totalmente pela fé, sem qualquer consideração pelos deveres do homem (ver qualquer enciclopédia).
Esta é uma doutrina abominável, destruidora do Evangelho. Os Adventistas, contudo, taxam de Antinomianos
todos aqueles que não concordam com eles quanto ao que é a lei de Deus. Eu me oponho ao Antinomianismo
tanto quanto eles. Creio tão fortemente quanto eles na estrita obediência à lei, em guardar os mandamentos de
Deus e na necessidade de boas obras. Lutero se opôs veementemente ao Antinomianismo, e ainda assim ensinou a
abolição da lei Mosaica. É incorreto e injusto os Adventistas chamarem de Antinomianos as pessoas que
abominam sua doutrina. Nós defendemos uma vida pura, boas obras e obediência a Deus como necessárias para a
salvação. Logo, é uma falsidade e calúnia nos representar como Antinomianos. Homens conscientes de estar no
direito podem se dar ao luxo de exprimir a posição de seus oponentes de maneira mais imparcial. Bunyan, Judson
e uma hoste de homens do mesmo quilate repudiaram a visão Sabatista da lei, e ainda assim foram homens santos.
Eu não receio me posicionar junto a eles.
O próprio Ancião Waggoner diz: “Quanto a se o Salvador aboliu os dez mandamentos e com eles o Sábado, é
uma questão teológica; isso é apenas uma matéria de interpretação da Escritura.” (Replies to Elder Canright, pág.
164). Muito bem; então os homens podem discordar sobre esta questão e ainda serem Cristãos honestos. Vou
declarar agora algumas proposições relacionadas à lei que me parecem ser tão claras e respaldadas pela Bíblia, e
que todos concordarão com elas.
PROPOSIÇÃO 1. “A Lei” abrange toda a lei Mosaica – Moral, Civil e Cerimonial.
O termo “a lei”, quando usado com o artigo definido e sem palavas qualificadoras, se refere “em nove entre
dez casos à lei Mosaica, ou ao Pentateuco.” (Smith's Bible Dictionary, artigo Lei). Os Adventistas utilizam
amplamente o termo “a lei” somente para os dez mandamentos. Ele penduram um quadro do decálogo e
constantemente apontam para ele como “a lei” (Mat. 5:17); “a lei do Senhor” (Sal. 19:7); “a lei de Deus” (Rom.
7:22). Este é o seu erro fundamental sobre a lei. Eu afirmo que “a lei” incluía todo o sistema da lei dada aos

123
Judeus no Sinai, abrangendo todas as exigências, seja moral, civil ou cerimonial, decálogo e tudo o mais. Olhe
para o termo “lei” em uma concordância ou em qualquer léxico, dicionário ou enciclopédia Bíblica. “A lei”
geralmente incluía a totalidade dos cinco livros de Moisés. Até o Ancião Butler é obrigado a fazer esta confissão:
“O termo 'a lei' entre os Judeus geralmente abrangia os cinco livros de Moisés, incluindo assim todo o sistema;
moral, ritual, típica [simbólica] e civil.” (Law in Galatians, pág. 70). Esta é exatamente a verdade. O Dr. John
Kitto, em sua Cyclopedia of Religious Literature, artigo Lei, diz: “A palavra 'lei' isolada, quase invariavelmente é
usada como equivalente à lei de Moisés.” “A lei está especialmente incluída nos quatro últimos livros do
Pentateuco.”
Agora tenha em mente este simples fato onde quer que encontre o termo “a lei”, e você não terá problemas
com os argumentos Sabatistas sobre “a lei.”
Tome uns poucos exemplos do uso do termo “a lei.” 1 Cor. 14:34. As mulheres “devem estar sujeitas
conforme ordena a lei.” Onde a lei diz isso? Gên. 3:16. Portanto, o Gênesis está na lei. Novamente: “A lei disse,
não cobiçarás.” (Rom. 7:7). Onde? Êx. 20:17. Logo Êxodo está na lei. Mais uma vez: “Mestre, qual é o grande
mandamento na lei?” (Mat. 22:36). Jesus então faz duas citações da lei; a primeira, “Amarás o Senhor teu Deus de
todo o teu coração.” Isto foi tirado de Deut. 6:5. Logo, Deuteronômio está na lei. Segundo, “Amarás o teu
próximo como a ti mesmo.” Este vem de Lev. 19:18. Logo, Levítico é uma parte da lei. E isto: “Não tendes lido
na lei que, aos, Sábados, os sacerdotes no templo violam o Sábado, e ficam sem culpa?” (Mat. 12:5). Isso é de
Núm. 28:9. Estes, então, abrangem todos os cinco livros de Moisés como “a lei.” Observe um pouco onde a lei é
mencionada, e você logo verá que a referência cai indiscriminadamente em cada um e todos os livros de Moisés
como sendo “a lei.” É óbvio que qualquer verso em qualquer desses livros é citado como “a lei” pelo fato de ser
uma parte da lei. Portanto, os dez mandamentos são citados como a lei porque eles são uma parte da lei.
Novamente, “a lei” abrange todas as partes da lei – moral, civil ou cerimonial. Assim, os preceitos
cerimoniais: “Os pais trouxeram o menino Jesus, para com ele procederem segundo o costume da lei.” (Luc.
2:27). Isto é, oferecer um sacrifício (verso 24). Preceitos morais: “A lei não é feita para um homem justo, mas
para os sem lei e desobedientes, para os ímpios e profanos, para os homicidas.” (1 Tim. 1:9). Isto é o decálogo.
Preceitos civis: “Ordenas me ferir contra a lei?” (Atos 23:3). Note que em todo tempo é simplesmente a lei.
“Gamaliel, um doutor da lei.” (Atos 5:34). De qual lei? Era ele simplesmente um doutor de alguma parte da lei,
como a de preceitos moral, civil ou cerimonial? Qualquer homem esclarecido sabe que “a lei” da qual ele era
doutor ou mestre era todo o Pentateuco, decálogo incluído. A lei, então, é toda a lei Judaica, em todas as suas
partes. Este único ponto, claramente estabelecido, destrói nove décimos de todo o argumento Adventista do
Sétimo Dia para o Sábado Judaico.

AS DUAS LEIS.
PROPOSIÇÃO 2. Não existe tal coisa como duas leis separadas, dadas aos Judeus.
Para sustentar sua doutrina, os Sabatistas inventaram uma teoria de duas leis dadas no Sinai: uma a lei moral,
a outra a cerimonial.
Os Adventistas atribuem uma importância extrema para a sua teoria das duas leis e a defendem com rigor,
pois, se ela estiver errada, sua causa está perdida. O Ancião Smith diz: “Nenhuma questão, portanto, mais vital
para os interesses dos que guardam o Sábado, pode ser proposta.” (Synopsis of Present Truth, pág. 258). Mas é
facilmente demonstrado que eles estão errados nesta questão vital.
1. “Lei moral”, “lei cerimonial.” Os Adventistas utilizam estes termos muito à vontade, como se a Bíblia
estivesse cheia deles. Todavia, é estranho dizer, as Escrituras não fazem tal distinção; nunca fala de uma lei como
“moral” e outra como “cerimonial.” Os Adventistas criticam severamente aqueles que se utilizam de palavras ou
frases não escriturais; mas eles fazem a mesma coisa frequentemente, como neste caso. Seria cômico ouvir um
deles tentar pregar sobre as “duas leis” limitando-se à linguagem Bíblica! Ele não conseguiria fazer isso.
Se existissem duas leis distintas dadas a Israel, tão opostas em sua natureza, é estranho que não haja registro
disto, nenhuma referência a isto na Bíblia. Se uma foi abolida e a outra não foi, é estranho que Paulo não tenha
feito a distinção quando teve tanto o que dizer sobre a lei. Por que ele não disse, “nós estabelecemos a lei moral”?
Ou, “a lei cerimonial foi o nosso aio”? Não, ele apenas diz “a lei” e deixa a coisa como está. Parece que ele não
era tão esclarecido neste ponto quanto são os Adventistas! Sobre esta questão, a Kitto's Cyclopedia of Biblical
Literature, artigo Law (Lei), diz: “Nem Cristo ou os Apóstolos jamais fizeram distinção entre lei moral,
cerimonial ou civil, quando falam do seu estabelecimento ou da sua abolição.”

124
2. As duas leis contrastadas. Os Adventistas elaboraram uma longa lista de coisas que afirmam ser
verdadeiramente da lei “moral”, e uma lista oposta que só pode ser aplicada à lei “cerimonial.” Estas duas eles
diferenciam e fazem com que existam duas leis. Diz o Ancião Smith: “Lei moral: Foi falada no Sinai pela própria
voz de Deus e duas vezes escritas em tábuas de pedra pelo seu próprio dedo... Foi depositada na arca de ouro...
Relacionada apenas com deveres morais.” (Synopsis of Present Truth, pág. 266). É óbvio que estes são os dez
mandamentos, nada mais, nada menos. Portanto, aqui temos a sua “lei moral.” Agora aqui está a outra: “A lei
cerimonial: Foi comunicada a Moisés privativamente e por Moisés escrita com tinta em um livro (Deut. 31:9)...
Foi colocada num receptáculo ao lado da arca (Deut. 31:26... Era totalmente cerimonial.” (mesma página).
Consequentemente, tudo o que não for encontrado no decálogo pertence à lei cerimonial, e tudo o que o
próprio Moisés escreveu no livro da lei colocado ao lado da arca é “totalmente cerimonial.” Lemos em Deut.
31:26: “Tomai este livro da lei, e ponde-o ao lado da arca da aliança.” O decálogo estava na arca; o livro da lei
estava ao lado da arca. Nós perguntamos, então, quanto “o livro da lei” continha. A resposta é fácil: ele continha
todos os cinco livros de Moisés – Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Desse modo, 2 Reis 14:6
diz: “está escrito no livro da lei de Moisés”, e então cita Deut. 24:16, como o livro da lei. 2 Crôn. 35:12, diz:
“como está escrito no livro de Moisés”, e faz menção a Lev. 3:3. Esdras 6:18, diz: “conforme ao que está escrito
no livro de Moisés”, e menciona Núm. 3:6. Josué 8:31 cita Êx. 20:25, como o que “está escrito no livro da lei.” 1
Cor. 14:34 se reporta à Gên. 3:16, como “a lei.” O Dr. Scott, sobre Deut. 31:26, diz “Este (livro) parece ter sido
uma cópia autêntica e correta dos cinco livros de Moisés.”
Portanto, aquilo que eles chamam de lei cerimonial contém dezenas de preceitos tão puramente morais quanto
os do decálogo. Leia estes: “O estrangeiro não afligirás.” “A nenhuma viúva nem órfãos afligireis.” (Êx. 22:21,
22). “Não seguirás a multidão para fazeres o mal.” (Êx. 23:2). “Sereis santos.” “Não andarás como mexeriqueiro
entre o teu povo.” “Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo
como a ti mesmo.” (Lev. 19:2, 16, 18). “Não farás acepção de pessoas”, “Perfeito serás.” (Deut. 16:19; 18:13).
Esses preceitos, e dezenas iguais a eles, deveriam ser classificados como cerimoniais porque Deus não os escreveu
numa pedra, mas deu-os a Moisés para que escrevesse num livro? Certamente que não. Portanto, a natureza de um
preceito não era determinada pelo modo no qual foi dado. Deus os deu em tempos diferentes e da forma como lhe
aprouve.
Como vimos, “a lei” abrange “toda a lei” (Gál. 5:3). É óbvio que na lei alguns preceitos se referem a deveres
morais, outros a civis e outros a cerimoniais, mas todos são apenas partes diferentes da mesma lei, chamada como
um todo de “a lei.” Assim Jesus cita Lev. 19 como “a lei” (ver Mateus 22:36-40). Agora leia todo o capítulo de
Lev. 19, e você encontra preceitos morais, civis e cerimoniais, todos misturados e muitas vezes no mesmo verso.
Para sustentar sua teoria os Adventistas têm de ir através deste capítulo, como vão através de toda a Bíblia,
cortando e esculpindo, perdendo-se em minúcias e rotulando uma sentença como “a lei moral”; outra como “a lei
cerimonial”, etc. Isto é o que se chama apropriadamente de “sistema de dissecação.” Ele faz grande violência com
as Escrituras, distorcendo o seu significado mais evidente.
Em nenhum lugar eles podem encontrar a sua lei cerimonial dada por si mesma. Eles são obrigados a buscá-la
aqui e ali em pedaços. O “livro da lei”, que foi colocado ao lado da arca (Deut. 31:24-26), é apontado como a lei
cerimonial. Mas esse “livro da lei”, como vimos, abrange todos os cinco livros de Moisés. Ele contém tudo dos
dez mandamentos, palavra por palavra, repetidas duas vezes (Êx. 20 e Deut. 5). O próprio Ancião G. I. Butler faz
esta confissão: “O 'livro da lei', que foi colocado no lado da arca, ou ao lado dela, continha as leis moral e
cerimonial.” (Law in Galatians, pág. 39; http://centrowhite.org.br/files/ebooks/apl/all/Butler/The%20Law%20in
%20the%20Book%20of%20Galatians.pdf). Isto derruba ao chão a teoria de que a lei moral estava “na arca, e a lei
cerimonial ao lado da arca”, como eles costumam declarar. Logo, num exame mais detalhado, cada texto no qual
eles contam para distinguir as duas leis, vai lhes desapontando.
Gál. 3:10 estabelece que o “livro da lei” continha preceitos morais. “Está escrito: Maldito todo aquele que não
permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las.” Onde está escrito isso no livro da
lei? Em Deut. 27:26. Voltando um pouco, temos uma maldição contra imagens (verso 15); desobediência aos pais
(verso 16); adultério (verso 20); assassinato (verso 24); suborno (verso 25); e depois vem o verso citado como “o
livro da lei.” Portanto, se o decálogo contém lei moral, então o livro da lei também contém. Isso mostra a total
falácia da sua teoria das duas leis.
A passagem seguinte por si só arruína a teoria das duas leis dos Adventistas: “Mestre, qual é o grande
mandamento da lei? E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de
todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu
próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.” (Mat. 22:36-40).

125
1. Estes dois grandes mandamentos estavam “na lei.” 2. Mas nenhum deles é encontrado no decálogo. 3.
Ambos estão naquilo que os Adventistas chamam de lei cerimonial. 4. Nenhum deles foi falado por Deus, nem
escrito por ele, nem gravado sobre pedras, nem colocado na arca. Ambos foram dados por Deus a Moisés
particularmente, e este os escreveu com tinta no livro da lei que foi colocado ao lado da arca. E ainda assim esses
dois preceitos são os maiores de todos. Jesus disse a respeito do primeiro que ele é “o primeiro de todos os
mandamentos.” Do segundo, ele disse “Não existe outro mandamento maior do que esses.” (Marc. 12:29, 31). E
sobre esses se pendura toda a lei. Deste modo, os maiores mandamentos estão no livro da lei, não sobre tábuas de
pedra. Como isso aniquila totalmente seu argumento das duas leis! Mostra-se que o mero fato de os dez
mandamentos terem sido pronunciados por Deus, escritos na pedra e colocados na arca, não é prova de que eles
eram superiores àqueles dados através de Moisés no livro da lei.
Iremos agora examinar um pouco mais dos seus contrastes das duas leis, da forma como eles os organizam.
Assim:
“1. Moral: Existia no Éden antes da queda. Cerimonial: Foi dado depois da queda.
2. Moral: Era perfeito (Sal. 19:7). Cerimonial: Não tornava nada perfeito (Heb. 7:19).
3. Moral: Contém todo o dever do Homem (Ecl. 12:13). Cerimonial: 'Consistia apenas em comidas, e bebidas,
e várias abluções e justificações da carne.' (Heb. 9:10).”
1. Onde eles leem que o decálogo foi dado no Éden? Em parte alguma. Isto eles presumem não apenas sem
prova, mas indo contra o claro registro de Êx. 19 e 20, que afirma que o decálogo foi dado no Sinai. Portanto, a
sua primeira comparação é um fracasso.
2. A lei é perfeita (Sal. 19:7), e, novamente, a lei não tornou nada perfeito (Heb. 7:19). Isso eles consideram
como uma das suas provas mais claras das duas leis. Mas onde está a prova? Daí segue-se que, se a lei é perfeita,
ela irá ou pode tornar os pecadores perfeitos? Se ela pudesse, então, como Paulo diz, “a justiça, na verdade, teria
sido pela lei” (Gál. 3:21), e “então Cristo morreu em vão” (Gál. 2:21). A lei podia ser perfeita e mesmo assim
fracassar em tornar qualquer um perfeito. Logo, aqui também não existe prova alguma de duas leis.
3. Ecl. 12:13 é citado como se referindo apenas aos dez mandamentos e então é afirmado que eles contêm
cada dever do homem. Mas as declarações são falaciosas. Existem dezenas de deveres que temos para com Deus e
os homens que nem sequer são insinuados no decálogo. Portanto, não existe uma partícula de evidência de que
Ecl. 12:13 se refira somente ao decálogo. Os mandamentos do texto manifestamente abrangem todos os
mandamentos de Deus sobre todos os assuntos. Olhe para a segunda citação (Heb. 9:10); ela não se refere a
qualquer tipo de lei, mas está falando dos serviços dos sacerdotes no templo, cujo serviço “consistia somente em
comidas e bebidas”, etc.. Leia-o.
Portanto, as suas “duas leis” são estabelecidas: 1. Por pura suposição. 2. Pela aplicação equivocada das
Escrituras. 3. Por frases destacadas daqui e dali, retiradas do seu sentido apropriado. Assim eu poderia ir por toda
a lista e mostrar que ela não prova tal contraste que eles afirmam.
Mas eles dizem que existem coisas tão opostas ditas sobre “a lei”, que ela não pode ser a mesma o tempo
todo. Este método de comprovar a existência de duas leis por meio de expressões específicas contrastantes da lei,
quando mencionada sob diferentes pontos de vista, traria um mau resultado para a Bíblia, se aplicada em outros
assuntos. Paulo disse que ele era “um Judeu” (Atos 21:39), e novamente que era “um Romano” (Atos 22:25); dois
Paulos. Igualmente Cristo é “um Leão” e “um Cordeiro” (Apoc. 5:5, 6); “O Pai eterno” (Isa. 9:6), e nascido de
uma mulher (Lucas 2:7); “Príncipe da Vida” (Atos 3:15), embora “morto por fraqueza” (2 Cor. 13:4); uma criança
(Isa. 9:6), e ainda assim Deus (Heb. 1:1-8); dois Cristos. Seria muito mais difícil reconciliar as coisas
aparentemente opostas ditas sobre Cristo, do que as coisas diferentes ditas sobre a lei. Existiam dois aspectos
diferentes para a natureza de Cristo, ainda que fosse uma única pessoa. Semelhantemente, existiam diferentes
aspectos para a lei, mas ela era apenas uma lei para todo o conteúdo.
Vista sob a luz de seu desígnio último, a saber, preparar o caminho para Cristo (Rom. 10:4; Gál. 3:23-25); em
seu espírito (Rom. 7:6); em sua justiça (Rom. 8:3, 4); ela era “santa, justa e boa.” (Rom. 7:12). Mas, vista sob o
aspecto da sua mera letra (Rom. 2:29; 7:6; 2 Cor. 3:6, 7); seus numerosos ritos, cerimônias, punições e exigências
rigorosas, ela era “a ministração da morte” (2 Cor. 3:7) e um “jugo de escravidão” (Gál. 5:1-3; Atos 15:1-10). Esta
é a verdadeira explicação das suas “duas leis.” Ademais, não é verdade que não existia nada de cerimonial no
decálogo. O Sábado semanal era o principal cerimonial de toda a adoração Judaica. Ver isto provado na primeira
parte do capítulo nove. Ver também o capítulo oito sobre o decálogo. No Capítulo XXI examinei cada texto que
eles usam para as duas leis.

126
PROPOSIÇÃO 3. Os dez mandamentos sozinhos nunca são chamados de “a lei do Senhor”, nem de “a lei
de Deus.”
Os Sabatistas constantemente usam estes dois termos, aplicando-os ao decálogo sozinho. Para eles, “a lei de
Deus” e “a lei do Senhor” são apenas o decálogo e nada mais. Eles são os únicos que guardam a lei de Deus, já
que todos os outros quebram o Sábado, o sétimo dia. Mas agora note este fato que eu sei ser verdadeiro, depois de
uma análise aprofundada. A palavra lei aparece na Bíblia cerca de 400 vezes, mas em nenhum caso o decálogo,
como um todo e sozinho, é chamado de “a lei”. Nunca, em nenhuma situação, ele é chamado de “a lei do
Senhor”, ou “a lei de Deus.” É óbvio que os dez mandamentos são uma parte da lei de Deus, mas apenas uma
parte, não o todo.
Examine uns poucos textos: Lucas 2:22, “os dias da purificação de acordo com a lei de Moisés;” verso 23,
“está escrito na lei do Senhor: Todo macho primogênito”; verso 24, “segundo o disposto na lei do Senhor: Um par
de rolas”; verso 27, “para fazer com ele segundo o costume da lei.” Aqui “a lei”, “a lei do Senhor” e “a lei de
Moisés”, todas significam a mesma coisa, a saber, a lei no tocante ao nascimento de um filho. Novamente,
sacrifícios, ofertas, Sábados, luas novas e festas são exigidas “na lei do Senhor.” Assim: “Também estabeleceu a
parte da fazenda do rei para os holocaustos; para os holocaustos da manhã e da tarde, e para os holocaustos dos
Sábados, e das luas novas, e das solenidades; como está escrito na lei do Senhor.” (2 Crô. 31:3). Dezenas de textos
como estes poderiam ser citados, mostrando que “a lei do Senhor” inclui sacrifícios, circuncisão, dias de festa e
toda a lei Judaica. Igualmente “a lei de Deus” não é simplesmente o decálogo, mas toda a lei de Moisés. Leia Nee.
8:1, 2, 3, 7, 8, 14, 18. “O livro da lei de Moisés”, “a lei”, “o livro da lei”, “eles leram no livro da lei de Deus”, “a
lei que o Senhor ordenou por Moisés”, “no livro da lei de Deus.” A lei de Deus, então, inclui toda a lei de Moisés.
Nenhum Sabatista, portanto, guarda “a lei”, “a lei de Deus” ou “a lei do Senhor”, pois se guardasse ofereceria
sacrifícios, seria circuncidado e viveria exatamente como os Judeus viviam. Portanto, toda a sua conversa de
“guardar a lei” se reduz a nada, pois nenhum deles faz nada disso. Além do mais, na sua tentativa de guardar uma
parte da lei, eles se colocam sob a obrigação de “guardar toda a lei”, como Paulo declara em Gál. 5:3. Mas como
nenhum deles guarda toda a lei, trazem sobre si mesmos a maldição da lei por violarem continuamente uma parte,
enquanto tentam guardar a outra. É exatamente este ponto que Paulo enfatizou contra os Judaizantes legalistas de
seus dias. “Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque está escrito: Maldito
todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las.” (Gál. 3:10).
Isto é, a pessoa que guarda um preceito da lei pelo fato de a lei assim dizer, por conta disso reconhece que a lei é
obrigatória sobre ele. Portanto, se ele negligencia alguma outra parte da lei, torna-se assim um transgressor da
própria lei que professa guardar. Isto é exatamente o que os Sabatistas fazem. Eles guardam o Sábado porque a lei
diz assim, e por isso se tornam “devedores para com toda a lei.” (Gál. 5:3). Depois eles negligenciam muitas
coisas da mesma lei, e assim ficam sob a condenação da lei (Gál. 3:10). Mas Cristãos não fazem isso ou aquilo
porque a lei diz assim, mas porque assim diz o Novo Testamento.
PROPOSIÇÃO 4. “A lei” foi dada por Moisés, e a “lei de Moisés” inclui o decálogo.
Não que Moisés seja o autor dela, mas foi através dele que Deus a deu a Israel. Isto é estabelecido de forma
tão clara e tantas vezes que é inútil tentar negar. Assim: “Porque a lei foi dada por Moisés.” (João 1:17). “Não vos
deu Moisés a lei?” (João 7:19). “A lei que foi dada por Moisés.” (Nee. 8:14). “a lei de Deus que foi dada por
Moisés.” (Nee. 10:29). Isto inclui o decálogo. “Moisés disse. Honra teu pai e tua mãe”, (Marc. 7:10). Este é o
quinto mandamento. Novamente: “Não vos deu Moisés a lei? E nenhum de vós observa a lei. Por que procurais
matar-me?” (João 7:19) A lei contra matar é chamada aqui de a lei de Moisés.
Em Heb. 8:30-31, é dito que “aquele que desprezar a lei de Moisés morre sem misericórdia sob a palavra de
duas ou três testemunhas.” Pessoas eram condenadas à morte por violar o decálogo (ver Deut.17:6). Elas eram
condenadas à morte por quebrar o Sábado (Êx. 31:14), blasfêmia, roubo e os demais. Consequentemente, o
decálogo está incluído na “lei de Moisés.” Mas em Deut. 17:19, eles devem “guardar a lei.” Portanto, num verso
ela é “a lei de Moisés” e em outro verso é simplesmente “a lei”; portanto, não existe diferença entre “a lei” e “a lei
de Moisés.”
Em Josué 8:30-31, lemos: “Então Josué edificou um altar ao Senhor Deus de Israel, no monte Ebal; como
Moisés, o servo do Senhor, ordenara aos filhos de Israel, conforme o que está escrito no livro da lei de Moisés, a
saber, um altar de pedras inteiras, sobre o qual não se moverá instrumento de ferro.” É dito que isto a respeito do
altar estava escrito no “livro da lei de Moisés.” Agora volte a Êx. 20:25, o mesmo capítulo onde se encontra o
decálogo, e lá está o texto de referência mencionado. “E se me fizeres um altar de pedras, não o farás de pedras
lavradas; se sobre ele levantares o seu buril, profana-lo-ás.” Isto prova além de qualquer dúvida que os dez
mandamentos estão na lei de Moisés.

127
PROPOSIÇÃO 5. “A lei” não foi dada até o tempo de Moisés no Sinai.
Os textos citados acima provam isto. Assim: “A lei foi dada por Moisés.” (João 1:17). “Não vos deu Moisés a
lei?” (João 7:19). “Porque até a lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado, não havendo lei. No
entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés.” (Rom. 5:13-14). A entrada da lei é aqui situada em Moisés.
Novamente ela é situada sob o sacerdócio Levítico. “Se a perfeição fosse pelo sacerdócio Levítico, pois sob
ele o povo recebeu a lei.” (Heb. 7:11). Logo, a entrega da lei está situada em “quatrocentos e trinta anos depois da
aliança com Abraão.” “E isso eu digo, que tendo sido a aliança anteriormente confirmada por Deus em Cristo, a
lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois, não a invalida.” (Gál. 3:17). Isso nos traz ao mesmo ano em que os
Judeus saíram do Egito e chegaram ao Sinai. “E aconteceu que, passados os quatrocentos e trinta anos, naquele
mesmo dia, todos os exércitos do Senhor saíram da terra do Egito.” (Êx. 12:41). Além de qualquer
questionamento, então, aquilo que a Bíblia chama de “a lei” não foi dada até Moisés, 2500 anos depois de Adão,
ou quase a metade da história do mundo.
PROPOSIÇÃO 6. A lei não é encontrada em parte alguma até Moisés.
Nenhuma cópia da lei nem qualquer referência a ela pode ser encontrada até Moisés. É claro que a grande lei
moral e espiritual de Deus condenando todo o pecado e exigindo atos justos existia desde Adão, quiçá desde a
eternidade. Mas aquilo que em todas as Escrituras Judaicas é conhecido como “a lei”, da forma como compilada
em um código no Sinai, seja em um livro ou sobre tábuas de pedra, isto certamente não existia até Moisés. Toda a
disputa entre Paulo e os Judaizantes de seus dias era sobre esta lei. Ver Romanos, Gálatas e Atos 15 e 21. A
questão era se “a lei”, aquela que foi escrita no “livro da lei” (Gál. 3:10), e “gravada em pedras” (2 Cor. 3:7),
deveria ser guardada sob o Evangelho. Paulo disse, Não; eles disseram, Sim.
Os Sabatistas atuais se atêm à lei do Sinai do mesmo modo como os judaizantes do passado. Dizer que os
princípios da lei existiam antes do Sinai, não prova que a lei existia. Estes princípios poderiam ter sido ensinados
para Adão e os seus descendentes num modo diferente daquele que foi dado na forma de lei no Sinai. Mas onde
você encontra a lei ou mesmo algum dos dez mandamentos, da forma como ordenados no Sinai, antes deste
tempo? Em parte alguma.
Os diversos princípios e preceitos – moral, cerimonial e simbólico – que haviam sido ensinado previamente e
de formas diferentes, foram agora reunidos em um código e redigidos de modo a adaptá-los aos tempos que
viriam, para as circunstâncias da nação Judaica. Da forma como foram redigidos, certamente a lei nunca tinha sido
dada antes.
PROPOSIÇÃO 7. Seus pais não tinham o decálogo da forma como foram redigidos sobre as tábuas.
Isto moisés afirma claramente. Deut. 4:12, 13 diz que Deus lhes falou desde os céus, e declarou a eles a “sua
aliança”, “os dez mandamentos.” Capítulo 5:2, 3, diz: “O Senhor nosso Deus fez conosco aliança em Horebe. Não
com nossos pais fez o Senhor esta aliança, mas conosco.” Então ele repete os dez mandamentos como falado do
céu (versos 4-22). Ninguém pode duvidar que os principais princípios e exigências desse código foram ensinados
aos pais de algum modo; mas, que os pais tinham a lei da forma como redigida e organizada no Sinai, é
diretamente negado por Moisés, como visto acima.
PROPOSIÇÃO 8. A lei foi dada apenas aos Judeus.
Isto está tão manifesto em cada item da lei, que não necessita de argumento para prová-lo. Moisés diz (Deut.
4:8) que nenhuma nação tinha uma lei tão boa “e juízos tão justos como toda esta lei que hoje ponho perante vós.”
Então ele nomeia os dez mandamentos como uma parte dela (versos 10:13). “Esta é, pois, a lei que Moisés propôs
aos filhos de Israel.” (verso 44). Perante quem? Israel, não os Gentios. Portanto, novamente (Cap. 5:1), “Ouve, ó
Israel, os estatutos e juízos que hoje vos falo aos ouvidos.” Então segue-se o decálogo. E assim acontece uma
centena de casos por toda a lei. Ela é endereçada aos Judeus e apenas a eles. A própria redação da lei mostra que
ela foi elaborada apenas para eles. O decálogo é introduzido assim: “Eu sou o Senhor teu Deus que te tirei da terra
do Egito, da casa da servidão.” (Êx. 20:2). Para quem ela é aplicável? Apenas para a nação Judaica. Nem anjos,
Adão ou Cristãos Gentios jamais estiveram sob escravidão Egípcia. Portanto, a lei não é endereçada a eles. Para
quem a lei foi dada? Deixe Paulo responder. “Quem são Israelitas; dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e as
alianças, e a lei.” (Rom. 9:4). Ela foi dada para Israel. “Lembrai-vos da lei de Moisés, meu servo, que lhe mandei
em Horebe para todo o Israel, a saber, estatutos e juízos.” (Mal. 4:4). A lei foi dada “para todo o Israel”, e apenas
para eles.
Todas essas coisas mostram que ela era uma lei nacional, redigida de modo adequado para a condição dos
Judeus daquele tempo.

128
PROPOSIÇÃO 9. Os Gentios não tinham a lei.
Isto já foi provado anteriormente; mas Paulo declara diretamente, assim. Rom. 2:14 - “Porque, quanto aos
Gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei.”
Isso é tão claro que não precisa ser provado. Os Gentios não tinham a lei. Paulo diz de forma tão direta que
deveria decidir a questão, e o faz. Entender e obedecer os grandes princípios morais da lei é uma coisa; estar sob a
letra, a exata redação da lei como dada em detalhes no Sinai, é outra totalmente diferente, como veremos mais
adiante.
PROPOSIÇÃO 10. As recompensas e punições da lei eram todas temporais.
Em toda a lei Mosaica não existiam promessas de recompensas futuras nem ameaças de punições futuras. O
erudito Bispo Warburton demonstrou plenamente isto em seu “Divine Legation of Moses”
(https://archive.org/details/divinelegationof176501warb). Todo estudante cuidadoso da lei deve estar consciente
desta característica dela. A razão é evidente: ela era uma lei nacional, temporal, dada para um propósito nacional e
temporal. Como um exemplo de tudo, ver Deut. 28:1-19. Se eles guardassem a lei, iriam ser abençoados em
filhos, em bens, em gado, em saúde, etc. Se eles desobedecessem, seriam amaldiçoados em tudo isso.
Apedrejamento até a morte era a punição por roubo, assassinato, etc. Portanto, isto era a “ministração da morte
escrita e gravada em pedras” (2 Cor. 3:7), e “acabou” (verso 11).
Paulo declara que a promessa de Cristo e a herança futura foi feita para Abraão quatrocentos e trinta anos
antes de a lei ter sido dada. A partir disto ele argumenta, e de forma enfática, que a guarda dessa lei não era
necessária de modo a obter Cristo e a herança (versos 16-18). “Agora para Abraão e à sua descendência as
promessas foram feitas. Ele não disse dos seus descendentes, como se fossem muitos, mas apenas de um, e para
tua descendência, que é Cristo. E isso eu digo, que tendo sido a aliança anteriormente confirmada por Deus em
Cristo, a lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois, não a invalida, de forma a abolir a promessa. Porque, se a
herança provém da lei, jã não provém da promessa; mas Deus pela promessa a deu gratuitamente a Abraão.” (Gál.
3:16-18). Igualmente para os Romanos, ele escreveu: “Porque a promessa de que havia de ser herdeiro do mundo
não foi feita pela lei a Abraão, ou à sua posteridade, mas pela justiça da fé. Porque, se os que são da lei são
herdeiros, logo a fé é vã e a promessa é aniquilada.” (Rom. 4:13-14).
Isso ensina claramente que a lei não foi dada com referência à herança futura. Certamente Abraão não
guardou a lei que não haveria de ser dada até centenas de anos depois da sua morte. Mas Abraão é o pai de todos
os crentes e não simplesmente daqueles que eram “da lei.” (Rom. 4:13-16). Este ponto sozinho deveria abrir os
olhos daqueles que contendem tão seriamente pela guarda da lei como necessária para a salvação. Somos os filhos
de Abraão (Gál. 3:29), e “andamos nas pisadas de nosso pai Abraão”, o qual nunca esteve sob a lei (Rom. 4:12-
16). Nós estamos sob a aliança da promessa feita a Abraão 430 anos antes da lei (Gál. 2:15-19), e não sob a
aliança da lei do Sinai, que é escravidão (Gál. 4:21-26).
PROPOSIÇÃO 11. A lei eterna da justiça de Deus existia antes de a lei do Sinai ter sido dada.
Esta proposição é autoevidente. Certamente Deus tinha uma lei pela qual governa suas criaturas, tanto anjos
quanto homens, muito antes do Sinai. Mas “a lei”, como redigida no decálogo e no “livro da lei”, não foi dada até
Moisés, 2500 anos depois da criação. Portanto, a obrigação moral não começou com a lei, nem cessará se a lei
tiver sido abolida.
“Toda a iniquidade é pecado.” (1 João 5:17). E “pecado é a transgressão da lei.” (3:4). Este texto é usado
pelos Sabatistas para provar que todo pecado possível é sempre uma violação dos dez mandamentos. Mas, 1. “A
lei” é toda a lei Mosaica; não meramente o decálogo. 2. Uma tradução correta estraga inteiramente esse texto para
eles. A palavra lei não está no texto original. A versão revisada o dá corretamente. “Pecado é iniquidade.” Este é o
verdadeiro significado do texto. Pecado é iniquidade, uma negligência para com alguma lei, mas não
necessariamente sempre a mesma lei. Assim: “Os anjos pecaram.” (2 Ped. 2:4). Mas eles não violaram a lei do
Sinai, pois ela não seria dada até milhares de anos depois que caíram, e eles não estavam sob esta lei de forma
alguma.
Adão “pecou” muito antes de a lei ter sido dada. Assim diz Paulo, Rom. 5:12-14. Caim pecou (Gên. 4:7); os
Sodomitas eram “pecadores” (Gên. 13:13), e escandalizavam a Ló com suas “obras injustas” (2 Ped. 2:8).
Seguramente nenhum destes violaram “a lei”, que não foi dada até Moisés, centenas de anos depois. Dizer que
eles violaram os princípios da lei não é o caso.
Quando os Judeus mataram Estêvão (Atos 7:59), eles violaram os princípios da lei de Michigan, que proíbe o
assassinato; mas eles violaram a “lei de Michigan”? Não, pois ela só seria dada 1800 anos depois, e eles não
estavam em nenhum aspecto sob esta lei. Igualmente nem anjos nem Adão nem os Sodomitas poderiam ter

129
transgredido a lei do Sinai, pois ela ainda não havia sido dada. Do mesmo modo Abraão guardou as leis de Deus
(Gên. 26:5), mas seguramente não “a lei que veio quatrocentos e trinta anos depois.” (Gál. 3:17). Tudo isso mostra
claramente que Deus tinha uma lei antes do código do Sinai ter sido dado.
Jesus, sob o Evangelho 1500 anos depois, ao nomear os mandamentos, não os apresenta nas mesmas palavras
nem na mesma ordem em que são encontrados no decálogo. Ademais, ele mistura com eles alguns preceitos do
livro da lei dando uma importância igual aos dos dez mandamentos. Assim: Não adulterarás; não matarás; não
furtarás; não dirás falso testemunho; não defraudarás alguém; honra a teu e tua mãe (Mar. 10:19). Isso mostra que
a mera forma e ordem dos mandamentos não é de nenhuma relevância, desde que a ideia seja dada. Logo, as duas
edições do decálogo, em Êx. 20 e Deut. 5, variam muito na redação, embora uma seja tão boa quanto a outra. Isso
mostra que a redação exata não é essencial.
Seja qual for a forma ou maneira que Deus tivesse escolhido para comunicar sua vontade aos homens, isso
seria os “seus mandamentos, seus estatutos e suas leis.” Paulo diz: “Havendo Deus antigamente falado muitas
vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho.” (Heb. 1:1-2).
Uma desconsideração da sua vontade revelada seria iniquidade – pecado. Mas, declarar que Deus deu aos
patriarcas a sua lei na forma e palavras exatas dos dez mandamentos é uma presunção isenta de prova, contrária à
razão e a todos os fatos ligados ao caso.
PROPOSIÇÃO 12. A lei original é superior à lei do Sinai.
Quando perguntado sobre “Qual é o grande mandamento na lei?” Jesus disse: “Amarás o Senhor teu Deus de
todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o
segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda
a lei e os profetas.” (Mat. 22:37-40). Nenhum destes está no decálogo, mas a lei se pendura nesta lei maior, e
portanto é inferior a ela. Estes princípios, vestidos com a armadura da imutabilidade eterna, estavam depositados
na lei Mosaica e existiram por toda aquela dispensação, como já existiam antes e existem agora.
Em sua própria natureza essa grande lei do supremo amor a Deus, e amor igual pelas criaturas semelhantes, é
tão eterna e infindável como o próprio Deus. Essa lei governa os anjos; governou Adão, os patriarcas, os Judeus
piedosos enquanto sob “a lei”, e agora os Cristãos Gentios. Ela é aplicável a todas as criaturas de Deus em todas
as eras e em todos os mundos. Idolatria, assassinato, roubo, egoísmo e “toda a injustiça” (1 João 5:17) são e
sempre foram violações dessa lei suprema de Deus. Essa grande lei seria redigida de diferentes modos em
diferentes épocas, embora a mesma ideia essencial fosse preservada. Assim Jesus estabeleceu o segundo
mandamento de uma outra forma. “Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lhe também
vós, porque esta é a lei e os profetas.” (Mat. 7:12). A ideia é a mesma de “Amarás o teu próximo como a ti
mesmo.” As palavras ou formas exatas na qual essa lei é estabelecida não é o fundamental, na medida em que a
ideia fique clara. Evidentemente essa lei suprema foi tornada conhecida para Adão e para os patriarcas, mas em
qual forma exata, não nos foi informado. Dizer que ela era as palavras exatas do decálogo é afirmar o que de
modo algum pode ser provado.
PROPOSIÇÃO 13. A lei Mosaica foi fundada sobre uma lei mais elevada e original.
Jesus afirma isso diretamente, Mat. 22:40 - “Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.” Os
princípios dessa grande lei estavam entrelaçados por toda a lei do Sinai, sendo a vida, “o espírito”, ou “a justiça da
lei.” (Rom. 2:26-29; 8:4). Como exemplo, examine Lev. 19. Aqui você tem o segundo grande mandamento, verso
8, e os princípios de cada um dos dez mandamentos. Assim: 1° mandamento, verso 32; 2°, verso 4; 3°, verso 12;
4°, verso 30; 5°, verso 3; 6°, verso 17; 7°, verso 29; 8°, verso 13; 9°, verso 11; 10°, verso 35. Misturado entre
estes estão mandamentos sobre sacrifícios, verso 5; colheita, verso 9; vestimenta, verso 19; sacerdotes, verso 22;
primeiros frutos, verso 23; adivinhadores, verso 31; Gentios, verso 34, etc. Todos estão fundamentados sobre uma
lei maior e podem ser mudados para se adequarem às circunstâncias sem afetar a lei suprema, que é sempre a
mesma.
A redação particular da lei, da forma como adaptada para a era Judaica, era “a letra” ou “forma” da lei para o
tempo existente. Enquanto o espírito da lei jamais pode mudar, a letra desta muda para se adequar às mudanças de
circunstâncias do povo de Deus. Se um Judeu amava a Deus com todo o seu coração, ele circuncidaria seus filhos,
ofereceria sacrifícios de ofertas queimadas, pagaria dízimos, guardaria a páscoa, as luas novas, o Sábado e
participaria da adoração no templo, pois isso era “a lei do Senhor.” (2 Crô. 31:3; Luc. 2:22-27). Mas se um Cristão
ama a Deus, ele se batizará (Atos 2:38), participará da Ceia do Senhor (1 Cor. 11:24), irá à igreja (Heb. 10:25),
guardará “o Dia do Senhor” (Apoc. 1:10) e fará muitas coisas bastante diferentes dos Judeus. Consequentemente,
“necessariamente se faz também mudança de lei.” (Heb. 7:12). Isso faz sentido tanto comum quanto Bíblico.
Aqueles que fazem da mera letra da lei Judaica uma regra rígida, e contendem pela redação exata sob todas as

130
circunstâncias e em todas as eras, perdem o espírito do Evangelho e estão em escravidão sob um sistema
desatualizado (Gál. 3:19-25; 4:21-25; 5:1-3, 13, 14; 2 Cor. 3:3-15).
PROPOSIÇÃO 14. “A lei” do Sinai foi dada para reprimir violadores que só obedeceriam a Deus por meio
do medo.
Considere bem esta proposição. Uma deficiência em compreender este simples fato é a causa de todas as
contendas dos Sabatistas e legalistas em suas menções extravagantes e não-escriturais do “ministério da morte
gravado com letras em pedras.” (2 Cor. 3:7). Sobre este ponto, ouça a declaração de Paulo sobre a razão de a lei
ter sido feita, e observe que é a respeito dos preceitos morais que ele fala. “Sabendo isto, que a lei não é feita para
o justo, mas para os injustos e obstinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreligiosos, para os
parricidas e matricidas, para os homicidas, para os devassos, para os sodomitas, para os roubadores de homens,
para os mentirosos, para os perjuros e para o que for contrário à sã doutrina.” (1 Tim. 1:9-10).
Não pode haver dúvida de que se refere ao código do Sinai, o qual proibia assassinato, roubo, etc. Esta lei ele
diz que não foi feita para um homem justo, mas para os iníquos. Desta lei Paulo fala em outro lugar: “Logo, para
que serve a lei? Foi ordenada por causa das transgressões.” (Gál. 3:19). Novamente, “Veio, porém, a lei para que a
ofensa abundasse.” (Rom. 5:20), e, “até à lei estava o pecado no mundo.” (verso 13). Por isso está manifesto que
pecado, ofensa e transgressão existiam antes de “a lei” ser dada, e que ela foi dada para proibir delitos já
existentes. Evidentemente Deus colocou a raça à prova desde Adão até Moisés sob a mesma lei eterna do direito e
amor que governou os anjos e homens santos; mas a humanidade falhou vergonhosamente. Eles não viveram por
esta regra; eles se tornaram sem lei. A desconsideração para com Deus e a violência aberta em direção aos homens
estavam crescendo; até a vida e a propriedade tornaram-se inseguras. Então Deus selecionou uma nação, os
Hebreus, e entregou os demais aos seus próprios caminhos (Rom. 1:20-28).
Até aquele tempo o povo de Deus não havia sido uma nação por si mesmos, mas tinham habitado entre outras
nações e estavam sujeitos às suas leis civis que proibiam a violência aberta e protegiam a vida e a propriedade.
Mas tão logo se tornaram uma nação por si mesmos, foi absolutamente necessário ter uma lei nacional que lhes
regesse, a qual iria proibir e punir os crimes abertos, tais como assassinado, roubo, adultério, etc. A vida e a
propriedade não poderiam ser garantidas sem ela, porque muitos dentre eles eram homens ímpios e sem lei, “dura
cerviz e rebeldes.” Se todos fossem justos, se todos amassem a Deus e ao seu próximo, não haveria necessidade de
uma lei proibitiva com a pena de morte. Rapidamente podemos ver a razão porque Paulo diz “a lei não foi feita
para os justos, mas para os iníquos.” Estes iníquos teriam roubado e matado os justos, caso não houvesse uma lei
nacional e temporal para protegê-los; pois estes homens iníquos teriam pouco cuidado com a lei maior de Deus, a
qual diz respeito ao julgamento futuro. Mas como o governo Judaico era uma teocracia, na qual o próprio Deus é
o legislador, a lei requeria e regulava o culto a ele, como também os deveres entre eles.
Portanto, para essa nação Deus deu a lei do Sinai (Êx. 20:2). Teria ela sido dada se os homens tivessem
obedecido a Deus incondicionalmente? Paulo estabelece o ponto. “A lei não é feita para o justo, mas para os
injustos e desobedientes.” (1 Tim. 1:9). Portanto, a lei não foi feita até que o homem tivessem pecado (Rom.
5:13), ofendido (verso 20), transgredido (Gál. 3:19) e se tornado iníquo. Esta, portanto, não é a lei original de
Deus pela qual ele preferiria governar os homens. Ela era uma lei repleta de proibições, ameaças, castigos e
punições. Seu objetivo era reprimir o crime aberto, proteger os homens em seus direitos naturais e preservar o
conhecimento de Deus na terra até que Cristo viesse (Gál. 3:19-25). De modo a guardar a nação separada de todas
as outras, muitos ritos penosos foram incorporados na lei, o que a tornou um jugo de escravidão (Atos 15:10; Gál.
5:1, 3).
Quando Cristo veio, e a nação Judaica foi rejeitada e dispersada, e sua lei nacional foi derrubada, e o
Evangelho foi para todas as nações, esta lei cumpriu o seu propósito e assim findou como um sistema (Mat. 5:17-
18; Rom. 10:4; Gál. 3:24; Heb. 7:12-19). Agora os Cristãos não estão sob o sacerdócio Aarônico, nem sob a lei
Judaica (Heb. 7:11, 12); mas sob o sacerdócio de Melquisedeque (versos 14-19), como estava Abraão, nosso pai
(Gên. 14:18-20), que nunca teve “a lei” do Sinai (Gál. 3:17), mas andou segundo a lei maior que governa anjos e
homens santos (Gên. 26:5). Com a lei Judaica sendo removida nós agora nos submetemos à mesma lei pela qual
Enoque e Abraão “andaram com Deus.” O sermão da montanha é uma bela elucidação desta lei, a regra pela qual
todos os Cristãos devem viver, e pela qual todos os pecadores serão avaliados no julgamento.
Nos dias anteriores a Moisés o povo de Deus não era uma nação por si mesmo, mas era disperso entre todas as
nações onde eram governados e protegidos pela lei civil dessas nações. Logo, o Novo Testamento não fornece
uma lei civil para o governo dos Cristãos, nenhuma punição temporal para os criminosos. Seria contrário à própria
natureza do Evangelho se fosse desse modo. Tudo isso é deixado para os legisladores das nações onde quer que os
Cristãos possam estar. Criminosos declarados que não obedecerão por princípios a lei maior estão agora sujeitos

131
aos magistrados civis. Paulo torna bem clara esta matéria e coloca a questão além da disputa; assim: “ Toda a alma
esteja sujeita às potestades superiores; porque não há potestade que não venha de Deus; e as potestades que há
foram ordenadas por Deus. Por isso quem resiste à potestade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão
sobre si mesmos a condenação. Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres
tu, pois, não temer a potestade? Faze o bem, e terás louvor dela, porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas,
se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador para castigar o que
faz o mal. Portanto é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente pelo castigo, mas também pela consciência.
Por esta razão também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo sempre a isto mesmo.” (Rom.
13:1-6).
Existe lugar onde você pode encontrar lei proibitória para os “sem-lei”: é na lei civil da terra onde eles vivem.
Esta pune seus crimes contra a sociedade. Suas ofensas contra a grande lei de Deus será recompensada no
julgamento, mas os santos de Deus devem ser governados pela lei superior, a lei do supremo amor a Deus e amor
igual pelos semelhantes. Tal obediência só pode vir de um coração regenerado pelo Espírito de Deus (2 Cor. 3:3),
e “se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei.” (Gál. 5:18).
Um Cristão se exime de matar, roubar e adulterar simplesmente porque a lei diz, “Não farás”? Não; na
verdade ele evita fazer estas coisas por um motivo mais elevado do que este. Então certamente ele é governado
por uma lei maior do que o decálogo. “O cumprimento da lei é o amor.” (Rom. 13:10). A disputa entre Paulo e os
Judaizantes, então, era sobre a natureza e obrigação da lei Judaica. A disputa agora, relativa ao Sábado Judaico,
envolve o mesmo ponto: a obrigação da letra da lei Judaica.
PROPOSIÇÃO 15. A letra da lei não é obrigatória sobre os Cristãos como um código coercitivo. Seria
necessário pouco argumento para provar isto, pois se a letra da lei é obrigatória, então devemos ser circuncidados;
oferecer sacrifícios, guardar o sétimo dia e todo o ritual Judaico, pois “a lei” incluía toda a lei (Gál. 3:10; 5:3).
Observe no texto seguinte que “a justiça da lei” e o espírito da lei é uma coisa só, enquanto “a letra” e o
serviço exterior são outra coisa. Observe ainda que um homem pode “cumprir a lei” sem guardar a letra desta, e
assim reprovar o formalista que guarda a letra da lei, mas não o espírito dela. Paulo diz: “Se, pois, a incircuncisão
guardar os preceitos da lei, porventura a incircuncisão não será reputada como circuncisão? E a incircuncisão que
por natureza o é, se cumpre a lei, não te julgará porventura a ti, que pela letra e circuncisão és transgressor da lei
Porque não é Judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne. Mas é Judeu o
que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra; cujo louvor não provém dos
homens, mas de Deus.” (Rom. 2:26-29).
Paulo argumenta que os Cristãos devem ser circuncidados, mas não “exteriormente na carne”, como
antigamente, mas “interiormente no espírito, não na letra.” Por isso ele ilustra a diferença entre guardar a lei agora
e antigamente. Assim, indo adiante: “pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça.” (Rom. 6:14). A seguir,
no próximo capítulo, ele diz: “Mas agora temos sido libertados da lei, tendo morrido para aquilo em que
estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra.” (Rom. 7:6).
Como pode alguém não compreender linguagem tão clara? Agora, sob Cristo, estamos libertos da lei; a lei
está morta, e nós servimos a Cristo em espírito, “não na velha letra.” Assim alguém pode dizer, insistindo neste
ponto: “Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o
Espírito.” (Rom. 8:4). Paulo usa a palavra “carne” para as “obras da lei” exteriores (ver Gál. 3:2, 3). Nós não
andamos de acordo com a forma externa da lei, mas obedecemos a intenção e o espírito da mesma, ou sua
“justiça”, como ele aqui a chama.
A lei maior de Deus, supremo amor a Deus e igual amor ao próximo, sob a qual a lei Judaica pendia, era o
“espírito”, “justiça”, ou a real intenção de “a lei.” Esta “primeira e grande” lei os Cristãos guardam, ao mesmo
tempo em que estão livres da mera letra da lei, que era escravidão. Portanto para os Gálatas, que estavam sendo
molestados pelos Judaizantes legalistas, Paulo escreveu: “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não
useis então da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor. Porque toda a lei se
cumpre numa só palavra, nesta: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo... Mas se sois guiados pelo Espírito, não
estais debaixo da lei.” (Gál. 5:13, 14, 18).
Ele reitera a verdade com todas as letras – que os Cristãos não estão sob a lei; que eles são chamados para
uma liberdade que os Judeus nunca desfrutaram. Note como ele declara repetidamente que toda a lei está
cumprida nisto: Ame seu próximo como a ti mesmo. “Porque quem ama aos outros cumpriu a lei.” (Rom. 13:8,
10). Esta não é uma liberdade para a licenciosidade e autoindulgência, mas é uma liberdade das formas e
cerimônias da lei que escravizava os Judeus.

132
Em Jer. 31:3-34, foi profetizado que o Senhor faria uma “nova aliança” com Israel, “não conforme” aquela
que ele fez no Sinai; pois ele colocaria suas leis em seus corações e mentes. Isso indica claramente uma mudança
do modo anterior formal de governo do povo de Deus. Paulo assim menciona esta profecia: “não em tábuas de
pedra, mas nas tábuas de carne do coração... O qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo
testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica.” (2 Cor. 3:3, 6).
A lei dos Cristãos agora não é aquela escrita no livro ou sobre as tábuas de pedra. Não foi a letra, mas o
espírito da lei, o que os apóstolos ensinaram. Assim Paulo fala. Depois ele diz que “o ministério da morte,
gravado com letras em pedras... foi-se” (versos 7, 11). Seguramente, então, os Cristãos estão livres da letra da lei,
mas ela ainda é estudada com reverência, e seu espírito levado adiante nos deveres Cristãos, embora na forma
estes difiram dos deveres Judaicos. A observância do Dia do Senhor vai ao encontro do espírito do quarto
mandamento. Somos circuncidados no coração, não na carne (Rom. 2:26-29).
O Rev. W. P. Harrison, D.D., editor de livro da M. E. Church, Sul, afirma corretamente: “A vinda de Cristo
não repeliu qualquer lei moral, e a lei cerimonial não foi repelida, mas cumprida. Tudo o que era permanente, útil
ou espiritual na economia Mosaica permanece, não na letra de estatutos, mas no cumprimento e dispensação
concluída da graça.” (The Christian Sabbath, pág. 30). Igualmente o Rev. J. H. Potts, D.D., Metodista, diz: “A lei
na dispensação Mosaica foi formulada em nove preceitos morais, com um mandamento (do Sábado) adicionado,
formando dez ao todo. Esta mesma lei sob a dispensação Cristã é sumarizada sob dois grandes títulos – amor a
Deus e amor ao homem. Contudo, nem um jota ou um til da essência da lei moral é mitigada. Quando Paulo,
referindo-se ao término da dispensação da lei, disse: 'Pois, se aquilo que passou era glorioso, muito mais aquilo
que permanece é glorioso', ele indicou a situação correta da lei. A essência da lei moral 'permaneceu'.” Isso é
exatamente o que eu creio.
O texto seguinte de Pedro é uma ilustração correta da aplicação espiritual da antiga lei que os apóstolos
fizeram por todo o Evangelho: “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio
santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.” (1 Ped. 2:5). O antigo templo,
sacerdócio e sacrifícios da lei, agora tem um significado espiritual como encontrado na Igreja e em seu culto.
PROPOSIÇÃO 16. A lei foi mudada. Jeremias predisse que sob a nova aliança a lei de Deus seria escrita no
coração, e não como era antes. “Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração.” (Jer. 31:33).
Paulo menciona isto quando diz que a nossa epístola é “escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo,
não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração.” (2 Cor. 3:3). Portanto, a lei de Deus não está agora
escrita em tábuas de pedra como as do Sinai. Isto é uma completa contradição ao que os Adventistas ensinam.
Eles afirmam que a lei de Deus está ainda sobre tábuas no céu, como as de antigamente. Paulo diz que não, ela
está escrita pelo Espírito sobre o coração.
Isso implica numa mudança radical na forma da lei e no modo que ela deveria ser ensinada. Em Heb. 7:12, é
expressamente declarado que “necessariamente se faz também mudança da lei.” A letra da lei Judaica é totalmente
imprópria para a condição da igreja Cristã. Ela pode ser apenas um guia para nós na medida em que seja
modificada e interpretada pelo Evangelho. Mas no Evangelho não existe determinação para guardar o sétimo dia.
Consequentemente, a letra deste comando não nos diz respeito.
PROPOSIÇÃO 17. Todo o sistema Judaico terminou na cruz. Seguramente isso é ensinado tão nitidamente
por todo o Novo Testamento, que ninguém deveria negá-lo. Mas nós provamos claramente que “a lei” incluía todo
o código de leis dado a Israel no Sinai – preceitos morais, civis e cerimoniais, o decálogo e tudo o mais.
Este sistema completo de lei foi moldado para se adequar à era Judaica e não poderia ser aplicado aos Cristãos
Gentios em todas as partes do mundo. Logo, um “novo caminho” (Heb. 10:20), uma “nova aliança” (Heb. 8:13),
uma nova “ministração” (2 Cor. 3:8) foram apresentados, e assim “necessariamente se faz também mudança da
lei.” (Heb. 7:12).
Examine cuidadosamente uns poucos textos aos quais irei me referir. “A lei foi dada por Moisés; a graça e a
verdade vieram por Jesus Cristo.” (João 1:17). Isso implica uma mudança. “Não estais debaixo da lei, mas
debaixo da graça.” (Rom. 6:14). “Sob a misericordiosa dispensação do evangelho.” (John Wesley). “De maneira
que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados. Mas, depois que
veio a fé, já não estamos debaixo de aio.” (Gál. 3:24-25). “Vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo.”
(Rom. 7:4). “Mas agora temos sido libertados da lei.” (verso 6). “Cristo é o fim lei.” (Rom. 10:4). “o ministério da
morte, gravado com letras em pedras era glorioso... o que passou era glorioso.” (2 Cor. 3:7, 10). Isso termina o
decálogo.

133
“Tendo abolido na sua carne a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças.” (Efé.
2:15). “Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era
contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber,
ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados. ” (Col. 2:14-16). “Porque, mudando-se o
sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei... Porque o precedente mandamento é ab-rogado por
causa da sua fraqueza e inutilidade, pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou e desta sorte é introduzida uma melhor
esperança.” (Heb. 7:12, 18, 19).
Leia Atos 15:1-29 e veja toda essa questão da “lei” discutida pelos apóstolos e estabelecida nestas palavras:
“Porquanto ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras, e transtornaram as vossas
almas, dizendo que deveis circuncidar-vos e guardar a lei, não lhes tendo nós dado mandamento.” (verso 24). O
veredito é enfático e claro: os apóstolos não deram mandamento para “guardar a lei.” Não foi dito a “lei
cerimonial”, ou uma parte da lei, mas simplesmente “a lei.” Os Adventistas dizem que devemos guardar a lei ou
“não podemos ser salvos”, exatamente aquilo que os Judaizantes disseram (verso 1), e exatamente aquilo que o
concílio condenou. A circuncisão foi especialmente mencionada porque ela era o rito iniciatório, o sinal que
representava toda a lei. Assim, quando um Gentio fosse compartilhar dos privilégios da nação, ele tinha que ser
circuncidado (Êx. 12:48). Ser incircunciso era ser um pagão, impuro e perdido; ser circuncidado era ser um
Israelita, um membro da nação santa. Consequentemente, a circuncisão representava toda a lei de Moisés em todas
as suas partes. O Ancião Butler, líder Adventista, teve que confessar isso. Ele diz: “O termo 'a lei' para os Judeus
geralmente incluía os cinco livros de Moisés, incluindo assim todo o sistema – moral, ritual típico (simbólico) e
civil. Isto, como um sistema, esses mestres Judaizantes desejavam manter. A circuncisão era um sinal do todo.”
(Law in Galatians, pág. 70).
Nunca houve uma declaração mais verdadeira. A circuncisão era o sinal de todo o sistema Mosaico – moral,
típico, civil; tudo o que estava escrito nos cinco livros de Moisés, do qual o decálogo era uma parte principal. Os
apóstolos decidiram que os crentes Gentios estavam livres de todo o sistema da lei. Junte a declaração de Butler
com esta do Ancião Smith, outro líder Adventista, e você terá toda a verdade: “O que foi abolido na cruz era um
sistema inteiro. Deus não selecionou e aboliu porções e pedaços de algum arranjo ou sistema, e deixou outras artes
remanescentes.” (Synopsis of Present Thruth, pág. 259). Correto; todo o sistema terminou na cruz.
PROPOSIÇÃO 18. Nenhuma parte da grande lei espiritual de Deus foi abolida, reordenada ou mudada na
cruz. Os Adventistas fazem um grande alvoroço sobre o absurdo da ideia de que Deus abolira a sua lei na cruz e
depois reordenou imediatamente nove décimos dela. O que eles dizem é como se você cortasse seus dez dedos
para se livrar de um mal, e depois implantasse nove outra vez. Igualmente eles seguem adiante com toda uma
mistura de absurdos envolvidas na posição de que a lei moral de Deus foi abolida na cruz e dada uma nova. Mas
isso é apenas um espantalho da sua própria maquinação, e por isso facilmente demolido. Nós não sustentamos tal
posição absurda. A grande lei moral de Deus é imutável; mas a lei Mosaica era apenas uma lei nacional fundada
sobre os princípios da lei moral de Deus. Mesmo quando existia ela não substituía a lei maior de Deus; e quando
terminou de modo algum afetou a lei de Deus, que continuou da mesma forma inalterada e inalterável.
Para ilustrar: “O estado de Michigan proíbe assassinato, roubo e adultério. Nesse aspecto ela está fundada
sobre a lei moral de Deus. Agora, se a lei de Michigan for abolida, isso faz abolir a lei de Deus?” Não. Da mesma
forma com a lei estatal de Israel. Nem seu estabelecimento no Sinai ou sua abolição na cruz mudaram de algum
modo a grande lei moral de Deus pela qual ele julgará o mundo. Os absurdos Adventistas cresceram a partir da
sua própria teoria falsa, e isso é tudo.
Os Adventistas concordam conosco quanto à lei de Moisés (Atos 15:5) ter sido abolida. Bem, esta lei continha
muitos preceitos tão puramente morais quanto qualquer coisa no decálogo. Aqui estão alguns: “Amarás, pois, o
Senhor teu Deus de todo o teu coração.” (Deut. 6:5). “Ame teu próximo como a ti mesmo.” “Não furtareis, nem
mentireis, nem usareis de falsidade cada um com o seu próximo.” (Lev. 19:11, 18). Dezenas de preceitos
semelhantes estão por toda a lei que eles admitem ter sido abolida. Eles são tão morais, espirituais e necessários
quanto qualquer coisa nos dez mandamentos, e mesmo assim toda essa lei foi abolida, como eles admitem. Mas o
dever intimado nestes preceitos foram abolidos? Não, porque eles eram inerentes a uma lei maior. Exatamente
assim cada princípio moral envolvido no decálogo existia numa lei mais elevada antes de este documento ser
dado, e por isso não cessaram quando a lei expirou. O próprio Ancião White faz esta confissão: “Os dez
mandamentos são adaptados para seres caídos. Como redigido na sagrada Escritura eles não estão adaptados para
a condição de anjos santos, nem para o homem em seu estado santo no Éden... Mas os dois grandes princípios do
governo moral de Deus existiam antes da queda, na forma de lei... Esses dois grandes mandamentos abrangem
tudo o que é exigido pelos dez preceitos do decálogo.” (Law and Gospel, pág. 4, 5). Bom e verdadeiro. Portanto,

134
os dez mandamentos não são a lei primária de Deus. Eles são apenas temporários, ao passo que todo o conteúdo
moral que estão neles, e muito mais, sempre continua.
“Os ensinamentos do Cristianismo são fatos e princípios, não proposições e restrições; suas instituições são
simples esboços, não cerimônias meticulosas; e suas leis são sentimentos morais, não protocolos mecânicos de
direcionamentos.” (Pulpit Commentary sobre 2 Cor. 3:6). Esta é a verdade bem colocada.
Assim, o ímpio que não vive por esses princípios, que não ama a Deus nem seus semelhantes, mas vive
egoisticamente uma vida corrupta, será julgado e condenado pelos princípios da lei eterna de Deus, como
ensinado no Novo Testamento.

135
CAPÍTULO XVIII

O DECÁLOGO EXAMINADO.

Para os Adventistas do Sétimo Dia o decálogo é a única lei suprema moral e espiritual de Deus, de modo que
não existe nada superior. Ele é a lei que governa os anjos no céu. Assim diz a Sra. White: “A lei de Deus existia
antes de o homem ser criado. Os anjos eram governados por ela. Depois de Adão e Eva terem sido criados, Deus
tornou conhecido a eles sua lei.” (Spirit of Prophecy, Vol. I, pág. 261; http://www.ellenwhitebooks.com/?
l=152&p=261). Ele governa todos os homens em todas as eras e no mundo por vir. Os dez mandamentos
abrangem todo o dever do homem, de modo que não existe pecado cometido que não seja uma violação dessa lei,
ao mesmo tempo em que neles residem toda a virtude. “Nenhuma virtude conhecida para o mundo moral aqui
contida escapa de sua aprovação e louvor; nenhum vício ou delito dos quais o homem possa ser culpado escapa da
condenação.” (Perfection of the Ten Commandments, pág. 4).
Mas estas declarações são exageradas e sem fundamento. Um desejo de sustentar o Sábado do sétimo dia
levou a esta falsa posição sobre o decálogo. Dois mil e quinhentos anos, quase a metade de toda a história do
mundo, se passaram antes de o decálogo ter sido dado de alguma forma, como provamos. Isto é estranho, se o
decálogo é algo tão sumamente importante.
Vamos examiná-lo. Moisés diz claramente que todas as palavras que o Senhor falou foram escritas sobre as
tábuas de pedra: “E o Senhor me deu as duas tábuas de pedra, escritas com o dedo de Deus; e nelas estava escrito
conforme a todas aquelas palavras que o Senhor tinha falado convosco no monte, do meio do fogo.” (Deut. 9:10).
Este texto é conclusivo demais para ser manipulado. Tudo o que Deus falou foi escrito sobre as tábuas e era uma
parte do decálogo. Aqui estão as primeiras destas palavras: “Então falou Deus todas estas palavras, dizendo: Eu
sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim”,
etc. (Êx. 20:1-3).
Estas palavras fazem parte do Decálogo tanto quanto qualquer outra do restante dele. Elas foram ditas por
Deus desde o céu, escritas com Seu dedo, foram gravadas sobre a pedra e colocadas na arca. Agora olhem para o
quadro que os Adventistas penduram como sendo a “Lei de Deus.” Aquelas palavras estão lá? Verdadeiramente,
não. Por que elas são deixadas de fora? Porque se colocadas arruinariam toda a sua teoria da lei. Eles afirmam que
essa lei é obrigatória para anjos. Mas como isso soaria para os anjos: “Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da
terra do Egito, da casa da servidão”? Os anjos estiveram em escravidão no Egito? Não soaria um tanto estranho
para Gabriel e os serafins dizer-lhes que estiveram em escravidão no Egito? Faça a leitura para Adão. Seria
novidade para ele aprender que estivera em escravidão no Egito! Faça a leitura para um americano livre de
nascimento; faça a leitura todas as hostes redimidas no céu. Para quem essas palavras são aplicáveis? Apenas para
a nação Judaica e a ninguém mais. Para eles o decálogo foi estruturado e para eles foi dado. Durante anos eu
pesquisei tentando encontrar um único texto declarando que essa lei havia sido dada para algum outro povo além
dos Judeus – jamais o encontrei. Estas primeiras palavras mostram nitidamente que o decálogo foi endereçado
apenas para eles.
Os Adventistas do Sétimo Dia afirmam que o preceito do Sábado é a única coisa no Decálogo que diz quem o
deu. Assim: “Afora este preceito [o Sábado], nada há no Decálogo para mostrar por que autoridade a lei é dada.”
(Sra. White, em Great Controversy, pág. 284; O Grande Conflito, pág. 452 http://www.ellenwhitebooks.com/?
l=1&p=452). Isto não é verdade. As palavras introdutórias dizem claramente quem o deu. Foi o Deus que os tirou
do Egito. Aqui estão o nome, assinatura e selo desta lei nas primeiras palavras dela. Aqui Deus se coloca diante
deles como seu Libertador, em vez de seu Criador. Sua obediência a estes mandamentos está baseada sobre este
fato. Veja como isso está claro. Eu sou o Senhor teu Deus que te tirei da terra do Egito; portanto tu deves fazer
assim e assim. O Egito, não o Éden, é apontado. Na cópia do decálogo, como é dada em Deut. 5:6-21, nem sequer
existe referência à criação, ao passo em que a libertação do Egito é indicada de forma proeminente. “Estendê-lo
mais longe do que o seu próprio prefácio é violar as regras da crítica.”

136
Que coisa inatural e estranha seria, ao se redigir um documento importante, indicar o nome do autor no meio
dele, como os Sabatistas dizem que o Senhor fez ao dar o decálogo! Em nosso tempo o nome é indicado ao final
do documento; mas antigamente, especialmente entre os Judeus, o nome do autor era sempre dado primeiro, na
primeira frase do documento. Assim: “Artaxerxes, rei dos reis, ao sacerdote Esdras” (Esd. 7:12); “Visão de Isaías”
(Isa. 1:1); “Palavras de Jeremias” (Jer. 1:1); “Paulo, servo de Jesus Cristo” (Rom. 1:1); “Tiago, servo de Deus”
(Tiago 1:1); “Pedro, apóstolo” (1 Ped. 1:1). Assim é por toda a Bíblia; o nome e autoridade são dados primeiro e
depois segue o corpo do documento. O Senhor fez exatamente assim, de acordo com o costume antigo da época
em uso e familiar a todos, ao dar o decálogo anunciando primeiro o seu nome, “o Senhor teu Deus”, e seu poder,
“que te tirei do Egito.”
Isso ele fez nas palavras de abertura da lei. Aqui, então, bem nas palavras iniciais do decálogo, e não no
preceito do Sábado no meio da lei, está o nome, assinatura e selo do legislador, Jeová, que os tirou do Egito. Isto
define que a lei não havia sido dada até então; que foi dada apenas para os Judeus e não foi projetada para
ninguém mais.
Para ilustrar: Abrindo uma lei promulgada pela legislatura de Michigan, de 16 de fevereiro de 1882, leio: “É
decretado pelo senado e a casa dos representantes do estado de Michigan”, etc. Agora suponha que alguém viesse
dizer que essa lei foi editada mil anos atrás e foi projetada para o mundo inteiro. Estas palavras iniciais não
mostrariam que essa lei não havia sido promulgada até que Michigan se tornasse um estado, e que havia sido
elaborada para o povo de Michigan? Sem dúvida alguma. Da mesma forma as palavras de abertura do decálogo
mostram que a lei não foi dada até que Deus tirou Israel do Egito; que foi dada a eles e para nenhum outro povo.
Se alguém encontrar uma cópia do decálogo anterior a este tempo, desistiremos do caso. Em todos os aspectos
existem evidências de que ele foi formulado para atender somente à nação Judaica em suas circunstâncias
peculiares.
Tome o mandamento do Sábado: “Teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu
animal, nem o estrangeiro, que está dentro das tuas portas.” (Êx. 20:10). Pense sobre este mandamento sendo dado
para anjos no Céu! “Filhos”, “filhas” e “a mulher do teu próximo” (verso 17), quando eles não se casam e nem se
dão em casamento! Novamente: “gado”, “boi”, “jumento”, etc. Acaso os anjos possuem gado e trabalham com
bois e jumentos no Céu? Igualmente “servos e servas.” Isto significa servos cativos ou escravos, tais como os
Hebreus possuíam naqueles dias. Isso é mostrado pelo décimo mandamento (verso 17). “Não cobiçarás a casa do
teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu
jumento.” Estes eram sua propriedade, servos ou escravos, jumentos, bois, etc. Mas os anjos possuem escravos?
Adão teve servos no Éden? Irão os redimidos possuí-los futuramente? Quão sem sentido é aplicar esta lei para os
anjos, para o Éden e para o Céu! A redação foi especialmente adaptada para a condição social dos Judeus como
uma nação na terra de Canaã, e para ninguém mais.
Uma vez mais: “Teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas.” (verso 10). Como todos sabem, “o
estrangeiro” era o Gentio. “Dentro das tuas portas” era uma expressão comum significando dentro das suas
cidades ou habitando em sua terra. Isso não se refere a viver na sua fazenda ou dentro dos portões que fecham a
sua fazenda, como os Adventistas sempre explicam. As cidades eram muradas e a entrada era através de portões.
Ali era onde os juízes sentavam e onde todos os negócios eram feitos. Assim: “Todos os que entravam pela porta
da sua cidade.” (Gên. 23:10). “Juízes e oficiais porás em todos os teus portões.” (Deut. 16:18). É para este
costume dos Judeus que o mandamento do Sábado está se referindo. Todos os Gentios habitando entre eles em
suas cidades deveriam guardar o Sábado. Isso mostra que se trata de uma lei nacional, redigida em todas as suas
partes para se adaptar às circunstâncias dos Judeus daquela época.
Este mandamento, então, não poderia ser aplicado a ninguém mais, a não ser aos Judeus dali. Novamente, o
quinto mandamento: “A terra que o Senhor teu Deus te dá” (Êx. 20:12), claramente se refere a Canaã, que Deus
lhes deu. O nono preceito: “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.” Isto não está relacionado à mentira
em geral, mas apenas a um falso juramento contra o próximo num tribunal (ver Deut. 19:15-19). Um homem
poderia dizer uma centena de mentiras, as quais não seriam falso testemunho contra o próximo. A ordem contra a
mentira é encontrada em Lev. 19:11: “Nem mentireis... cada um com o seu próximo.” Este é um preceito moral
muito mais abrangente do que o nono mandamento.
Cada princípio contido no decálogo é também encontrado várias vezes descrito na lei de Moisés, seja com as
mesmas palavras ou com similares. Por exemplo, Lev. 19 reitera cada princípio encontrado nos dez mandamentos,
com muito mais além. Quão errôneo, então, é chamar uma lei de moral e outra de cerimonial, quando ambas são
da mesma natureza; o decálogo simplesmente sendo preceitos representativos da lei de Moisés.

137
Mas o principal argumento usado para provar a natureza superior dos dez mandamentos é que eles foram ditos
pela voz de Deus, escritos por seu dedo sobre a pedra e colocados na arca, ao passo que o restante da lei foi escrito
pela mão de Moisés, num livro. Por que estes mandamentos seriam assim selecionados e apresentados de tal
maneira, se não fosse para exaltá-los sobre todos os outros? A resposta é fácil: De acordo com o costume daqueles
tempos, qualquer contrato solene ou aliança eram celebrados escolhendo-se algum objeto como testemunha ou
testemunho destes. Assim: Jacó erigiu uma coluna como testemunha do seu voto a Deus (Gên. 28:18). Jacó e
Labão fizeram um montão de pedras como testemunha da sua aliança (Gên. 31:48). Abraão separou sete cordeiras
como “um testemunho” da sua aliança com Abimeleque (Gên. 21:27-30).
Da mesma forma quando a aliança solene foi feita entre Deus e Israel no Sinai, o Senhor deu-lhes as tábuas de
pedra para serem sempre guardadas como uma testemunha ou “testemunho” daquele acordo. Consequentemente,
elas são chamadas “as tábuas do testemunho”, isto é, testemunha (Êx. 31:18). Igualmente o tabernáculo era “o
tabernáculo do testemunho” (Núm. 1:53), ou “a tenda do testemunho” (Núm. 17:7). As tábuas de pedra, então,
contendo alguns dos principais itens da lei, deveriam ser sempre guardadas como “testemunho” da aliança que
Israel fez de guardar a lei. Evidentemente esta é a razão pela qual o decálogo foi dado como foi, e não porque ele
era uma lei perfeita e eterna em si mesma.
Obviamente seria impossível transportar toda a lei, se estivesse escrita sobre pedras; portanto, apenas umas
poucas amostras da lei poderiam ser selecionadas e colocadas sobre pedras para serem guardadas como um
testemunho da aliança. Logo, a razão pela qual Deus falou essas palavras não foi pelo fato de ser uma lei perfeita,
mas para impressionar suas mentes de modo que jamais a esquecessem. Isto é exatamente o que Deus diz de si
mesmo: “E os farei ouvir as minhas palavras, e aprendê-las-ão, para me temerem todos os dias que na terra
viverem.” (Deut. 4:10). Quão muito mais simples e óbvias são estas razões, do que o imaginário inventado pelos
Sabatistas.
Que o decálogo era meramente, em suas obrigações, a lei nacional e temporal para os Judeus, é comprovado
pelo fato de que o apedrejamento até a morte era a penalidade por sua violação. Quando a morte era assim
infringida sobre um homem ele teria pago a penalidade desta lei, e toda a penalidade possível. Mas, o
apedrejamento até a morte é a punição para a lei moral de Deus? Não, esta é a morte eterna no julgamento. Um
homem que é enforcado por assassinato pagou a penalidade da lei de nossa terra, do mesmo modo que o Judeu
que foi apedrejado pagou a penalidade da lei da sua terra. Irá Deus julgar um homem segunda vez no julgamento
pela lei da nossa terra, depois de ele ter pago uma vez sua punição por enforcamento? Não, mas ele será julgado
por uma outra lei maior – a grande lei espiritual de Deus. E assim será com os Judeus. Eles nunca serão julgados a
segunda vez pelo decálogo, pois este era apenas nacional, mas sim por uma lei maior, aquela que exige supremo
amor a Deus e amor ao próximo como a si mesmo. Uma lei sem penalidade é uma nulidade; mas o apedrejamento,
a penalidade ligada ao decálogo, foi abolido na cruz; consequentemente, a lei cessou ali também.
Os Adventistas do Sétimo Dia declaram que os dez mandamentos são uma lei perfeita, condenando cada
pecado possível e exigindo cada virtude possível. Mas isto é tudo suposição e contrário à verdade manifesta. Qual
dos dez mandamentos condena o orgulho, ostentação, embriaguez, ingratidão, amor pelo prazer, ira, conversa
impura, impaciência, contradição, egoísmo e coisa semelhante? Qual dos dez mandamentos exige de nós
alimentar o pobre, visitar o órfão e a viúva, ser longânimo e tranquilo, ser gentil, submisso, sóbrio, orar,
arrepender-se, ir ao culto, perdoar e coisa semelhante? Não, o decálogo não faz tal coisa, porque ele não foi feito
para tal propósito. Ele era meramente proibitório em sua natureza. O homem que meramente não faz nada, que
simplesmente evita o delito, guardou esta lei. Mas a lei de Deus, pela qual um Cristão deve viver, exige que ele
faça, e faça muito. Ele deve amar a Deus, amar seu próximo, amar seus inimigos, visitar a viúva e o necessitado,
sofrer a injustiça, ser paciente, hospedar os estrangeiros e ser ativo em toda boa obra.
Ela exige atividade crescente e a consagração de todas as nossas energias para as boas obras; mas o decálogo
não exige nada a não ser evitar o delito aberto. O decálogo sozinho nunca é chamado de “a lei de Deus”, nem de
“a lei do Senhor”, nem de lei perfeita, nem é dito que alguém será julgado por ele, ou que ele é impositivo sobre
os Cristãos.

A DIVISÃO CATÓLICA DO DECÁLOGO.


Os Adventistas do Sétimo Dia têm feito um grande alvoroço em relação ao modo como os Católicos dividem
e enumeram os dez mandamentos. Eles elaboraram um quadro mostrando em uma coluna o Decálogo “mudado
pelo Papa” e uma outra como foi “dado por Deus”. Ali eles mostram como “o Papa mudou a lei de Deus, em
cumprimento de Dan. 7:25.” De acordo com o quadro, os Católicos incluíram no primeiro mandamento aquilo que

138
nós temos nos dois primeiros. A seguir o nosso terceiro é o seu segundo; nosso quarto seu terceiro e assim
sucessivamente até o nosso décimo, do qual eles fizeram dois.
Os Adventistas declaram que o Papa fez isso para suprimir o segundo mandamento e mudar o Sábado. Mas
tudo isso é completamente falso, como pode ser visto consultando-se a palavra decálogo em qualquer enciclopédia
religiosa. A Schaff-Herzog Encyclopedia, diz: “Existiam três arranjos do decálogo – o Talmúdico (Judaico), o
Agostiniano (adotado pelas Igrejas Católica Romana e Luterana) e o Helenístico (Grego), na visão de Filo, Josefo,
Orígenes e das Igrejas Grega e Reformadas, etc. A tabela seguinte exibe as diferenças, sendo usado o registro de
Êxodo 20.

Talmúdico Helenístico Agostiniano

1. Eu sou o Senhor, etc. (v. 2) 1. Contra ídolos (v. 3) 1. Contra ídolos e imagens (v. 3-6)

2. Contra ídolos e imagens (v. 3-6) 2. Contra imagens (v. 4-6) 2. Blasfêmia

3. Blasfêmia 3. Blasfêmia 3. O Sábado

4. O Sábado 4. O Sábado 4. Obediência filial

5. Obediência filial 5. Obediência filial 5. Assassinato

6. Assassinato 6. Assassinato 6. Adultério

7. Adultério 7. Adultério 7. Roubo

8. Roubo 8. Roubo 8. Falso testemunho

9. Falso testemunho 9. Falso testemunho 9. Não cobiçarás a casa do teu vizi-


nho (v. 17)

10. Cobiça 10. Cobiça 10. O restante do v. 17

Pode ser visto aqui que os Católicos nisto simplesmente seguiram os primeiros Pais, enquanto nós seguimos
os Gregos. O papa não teve nada a ver com a elaboração desta divisão dos mandamentos. De acordo com a
divisão Talmúdica (Judaica), que é a mais antiga de todas, o primeiro mandamento começa com as palavras “Eu
sou o Senhor teu Deus que te tirei da terra do Egito”, etc. Os Judeus, os Católicos e os Luteranos incluem em seu
primeiro mandamento as palavras introdutórias “Eu sou o Senhor teu Deus”, etc., exatamente como tudo deveria
ser, pois estas são as palavras mais importantes de todas, pois elas falam quem deu a lei. Os Adventistas as
expurgam para salvar a sua teoria. Deste modo, na medida em que eu aprendia mais comecei a ver um a um como
os argumentos dos Adventistas eram falaciosos e contrários à história e aos fatos.

AUTORES EMINENTES SOBRE O DECÁLOGO.


Muitos dos homens dos mais eminentes, devotados e eruditos da Igreja sustentaram que o decálogo estava
abolido, embora estivessem longe de serem Antinomianos. Entre esses estavam os pais apostólicos, Lutero,
Calvino, Milton, Baxter, Bunyan, Doddridge, Whately, Grotius, Locke, Sherlock, Watts, Hassey, Judson, George
Dana Boardman e uma hoste de homens semelhantes.
Justino Mártir, 140 D. C., diz: “A lei promulgada em Horebe é agora velha e pertence apenas a vós (Judeus);
mas a outra pertence a todos. Uma lei colocada contra a outra lei anula a primeira.” (Diálogo com Trifão, Cap. 11;
http://www.abralic.org.br/anais/cong2008/AnaisOnline/simposios/pdf/018/MARTA_MARCZYK.pdf). Sobre isto,
o Ancião Andrews diz: “Também está manifesto que Justino sustentou a revogação dos dez mandamentos.”
(Testimony of the Fathers, pág. 43).

139
Tertuliano, 200 D. C., diz: “Nós admitimos plenamente a abolição da antiga lei.” (Contra Marcion, Livro 5
Cap. 2). Sobre a lei ele cita Col. 2:16, e diz: “O apóstolo aqui ensina claramente como ele tinha sido abolido.”
(Ibid. Cap. 19).
Lutero, diz: “Os dez mandamentos não se aplicam a nós Gentios e Cristãos, mas apenas aos Judeus. Se um
pregador deseja forçá-lo de volta a Moisés, pergunte a ele se você foi tirado por Moisés do Egito. Se ele disser
não, então diga: 'Como, então, Moisés me interessa, já que ele fala (nas dez palavras) para o povo que foi tirado
do Egito?' No Novo Testamento Moisés chega a um fim, e sua lei perde as suas forças.” (ver Kitto's Cyclopedia,
artigo Lei).
Kitto's Cyclopedia of Biblical Literature, artigo Lei, diz: “Eles [Cristo e os apóstolos] indicaram claramente
que a lei moral não é de forma alguma excluída quando falam da abolição da lei em geral.”
O recente comentário popular de Jamison, Faussett e Brown, diz: “A lei (incluindo especialmente a lei moral
onde estava a principal dificuldade em obedecer) é revogada para os crentes, na medida em que era um código
obrigatório e acusatório.” (sobre Col. 2:16).
A Encyclopedia Britannica diz: “Os dez mandamentos não se aplicam a nós, Gentios e Cristãos, mas apenas
aos Judeus.” (sobre os Dez Mandamentos).
Diz o Dr. Dobbs, Batista: “Isso não é 'ensino novo e perigoso.' Era a doutrina dos reformadores Protestantes
do décimo sexto século. Calvino argumenta neste tom em suas Institutas. O eminente e estudioso comentarista
Batista John Gill diz escrevendo sobre Êx. 20:1-2: 'O verso 2 mostra que esse corpo de leis foi entregue para o
povo de Israel e primariamente pertence a eles; pois de nenhum outro povo pode as coisas acima terem sido ditas'.
Sobre Mat: 5:17 e 2 Cor. 3:7-11, Gill é enfático em conclusão similar. Leia isto, sobre a última passagem: 'A lei é
aquilo que foi feito; não meramente a lei cerimonial, ou a lei judicial; mas todo o ministério de Moisés, e
particularmente a lei do decálogo.' Termino citando um incidente relatado pela Sra. Emily C. Judson, na Life of
Adoniram Judson, escrito por seu filho, Dr. Edward Judson. A Sra. Judson diz que certa vez seu marido a
repreendeu por apresentar algumas lições do Velho Testamento nas suas classes Bíblicas, 'comparando-a às
apalpadelas entre as sombras, quando ela poderia muito bem ter o sol do meio-dia.' Ao relatar este incidente, a
Sra. Judson diz: 'Minha impressão, obtida através de muitas e longas conversas, é a de que ele considerava o
Velho Testamento como as Escrituras dadas especialmente para os Judeus, e apenas para eles. Ele não gostava das
distinções comumente extraídas entre a lei moral e cerimonial, e algumas vezes censurava com gravidade as
colocações dos dez mandamentos feitas pelos Cristãos. Ele pensava que o Velho Testamento era muito importante
como uma explanação e confirmação do Novo – como uma porção da inspiração que veio de Deus, etc., mas
vinculante para os Cristãos apenas na medida em que repetia o Novo Testamento. Ele costumava falar da lei de
Moisés como tendo sido cumprida em Cristo, a assim não tendo mais qualquer poder adicional; e a outra como
cerimonial e não mais exigindo obediência. Praticamente nós não temos nada a ver com a lei do Velho
Testamento.” (Life of Judson, pág. 411, 412).
Rev. George Dana Boardman, D.D., o eminente teólogo Batista, em seu recente livro The Ten
Commandments, diz: “Embora o decálogo, em seu espírito, seja para todas as terras e épocas, ainda assim, em sua
letra, ele era evidentemente para os Judeus. O próprio preâmbulo prova a afirmação: 'Deus falou todas estas
palavras, dizendo: Eu sou Jeová, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da escravidão.' Então, segue-se os
dez mandamentos, fundamentados no único fato de que Jeová era o Deus da aliança de Israel.” (pág. 127-130).
John Milton, diz: “Com relação à doutrina daqueles que consideram o decálogo como um código de
moralidade universal, não consigo compreender como poderia prevalecer tal opinião; com estes mandamentos
sendo evidentemente nada mais do que um resumo de toda a lei Mosaica, como o quarto mandamento o é de toda
a lei cerimonial; o qual, portanto, não pode conter nada aplicável à adoração do Evangelho.” (Treatise on
Christian Doctrine, Vol. 1, Livro 2, Cap. 7).

140
CAPÍTULO XIX

AS DUAS ALIANÇAS.

Nenhum outro assunto confunde os Adventistas tanto quanto as alianças. Eles temem se defrontar com ele.
Eles têm tentado vários meios para explicá-las, mas estes não são satisfatórios nem para eles mesmos. Eu estive lá
e sei. “A abolição da aliança Sinaítica carrega consigo a abolição do Sábado Judaico tão completamente, que
nenhum traço autoritativo pode ser encontrado deste lado do sepulcro do nosso Senhor ressurreto.”
O Ancião Smith, diz: “Se os dez mandamentos constituem a velha aliança, então eles se foram para sempre...
Isto, portanto, se torna uma questão crucial.” (Two Covenants, pág. 5). Logo veremos a força disto. Jer. 31:31, 32,
diz: “Eis que dias vêm, diz o Senhor, em que farei uma aliança nova com a casa de Israel e com a casa de Judá.
Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito.”
Aqui aprendemos os seguintes fatos sobre a primeira, ou velha aliança: 1. Ela foi feita entre Deus e Israel. 2.
Ele foi feita quando ele os tirou do Egito. 3. Uma nova aliança seria feita. 4. Ela não será de acordo com a velha.
Adventistas e todos concordam que essa velha aliança é encontrada em Êx. 19 a 24. Todos nós sabemos que
os dez mandamentos, como e por que foram dados, são as coisas destacadas naqueles cinco capítulos. Nós
sabemos também que eles são chamados “a aliança”, que foi dada no Sinai ou Horebe. Assim: “Então o Senhor
vos falou do meio do fogo; a voz das palavras ouvistes; porém, além da voz, não vistes figura alguma. Então vos
anunciou ele a sua aliança que vos ordenou cumprir, os dez mandamentos, e os escreveu em duas tábuas de
pedra.” “O Senhor nosso Deus fez conosco aliança em Horebe. Não com nossos pais fez o Senhor esta aliança,
mas conosco, todos os que hoje aqui estamos vivos.” (Deut. 4:12; 5:2-3). Então segue-se os dez mandamentos
como a aliança nomeada. Novamente: “As tábuas de pedra, as tábuas da aliança que o Senhor fizera convosco.”
(Deut. 9:9). Da mesma forma, “E escreveu nas tábuas as palavras da aliança, os dez mandamentos.” (Êx. 34:28).
Seguramente isso está claro o suficiente para um homem comum. O que é uma aliança? Webster diz: “Um
consentimento mútuo ou acordo de duas ou mais pessoas para fazer ou se abster de algum ato ou coisa; um
contrato.” Como o decálogo sozinho não é um acordo mútuo, ele se torna uma parte de um acordo para ser
chamado de aliança, da forma como é com tanta frequência. Examinando-o, descobrimos que o decálogo era a
própria base da aliança do Sinai; a principal coisa na aliança entre Deus e Israel. Isso até mesmo o Ancião Smith
reconhece: “Ele era a base de todo o arranjo.” (The Two Covenants, pág. 10). Sendo a coisa principal na aliança,
ele é assim colocado como representativo do todo, e assim chamado “a aliança.”
Analisando Êx. 19, lemos: “Ao terceiro mês da saída dos filhos de Israel da terra do Egito, no mesmo dia
chegaram ao deserto de Sinai.” (verso 1). Foi no Sinai, assim que saíram do Egito. Moisés era o mediador (verso
3). O Senhor o enviou para dizer a Israel “Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a
minha aliança, então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a terra é minha.”
(verso 5). Moisés vai e repete esta oferta aos Judeus. Eles dizem: “Tudo o que o Senhor tem falado, faremos.”
(verso 8). Aqui firmou-se um acordo, uma aliança, entre Deus e Israel. Eles concordam em obedecer a sua voz.
Ele concorda em abençoá-los.
A seguir, eles se preparam para ouvir a sua voz (versos 9-25). No capítulo 20, Deus fala os dez mandamentos
e acrescenta depois deles vários preceitos através de Moisés até o fim do capítulo 23, terminando com uma
promessa de abençoar-lhes o seu pão e água, remover a enfermidade de entre eles, expulsar os Cananitas e dar-
lhes a terra. Capítulo 24:1-8, relata como Moisés depois repetiu para o povo “todas as palavras do Senhor e todos
os estatutos.” Novamente eles concordam em obedecer (verso 3). Então “Moisés escreveu todas as palavras do
Senhor” num livro (verso 4). Reunindo novamente o povo, ele lê “o livro da aliança” para eles, e pela terceira vez
eles dizem “Tudo o que o Senhor tem falado faremos.” (verso 7). “Então tomou Moisés aquele sangue, e aspergiu-
o sobre o povo, e disse: 'Eis aqui o sangue da aliança que o Senhor tem feito convosco sobre todas estas

141
palavras.'” (verso 8). Isto fechou a aliança. Nós sabemos que esta foi a primeira, ou velha, aliança, pois Paulo,
citando este mesmo verso, diz que era ela (Heb. 9:18-20). Isto a define.
O quanto abrangia a velha aliança? Somente uma resposta verdadeira pode ser dada, a saber, tudo o que está
incluído nos registros de Êx. 19:1 a Êx. 24:8, pois esta é a aliança escrita em detalhe. O decálogo está incluído
nela? Negar é como dizer que o sol não brilha, pois ali ele está escrito por completo no próprio coração da aliança
(Êx. 20:1-17). Como Smith disse acima, “ele era a base de todo o arranjo.” Ele era uma parte tão proeminente da
aliança que sozinho é colocado como toda a aliança; como frequentemente falamos de ver um barco, uma casa ou
um rio, quando vemos apenas uma parte deles. Consequentemente, as pedras nas quais o decálogo foi escrito são
chamadas “as tábuas da aliança.” (Deut. 9:9); o livro no qual ele foi escrito era chamado “o livro da aliança” (Êx.
24:7); a arca na qual ele foi depositado era chamada “a arca da aliança” (Deut. 31:26). Mas Êx. 19-24 é apenas um
epítome da aliança; pois todos os ensinos subsequentes de Moisés são apenas uma explanação adicional dele e
pertencem a ele. Na verdade, ele deu seu nome para todo o Velho Testamento, isto é, a Velha Aliança.
Essa aliança era apenas nacional e temporal, dada apenas para os Judeus e referente apenas a bênçãos terrenas.
Ela não faz menção da vida futura. Dr. Scott diz: “A aliança nacional com Israel foi aqui definida. Era um
compromisso de Deus, para dar a Israel a posse de Canaã”, etc. “Ela não se referia à salvação dos indivíduos.”
(sobre Êx. 19:5).
Agora observe quão claramente e quão repetidamente os dez mandamentos são chamados de “a aliança” que
Deus deu no Sinai para Israel quando os tirou do Egito.
“Então vos anunciou ele a sua aliança que vos ordenou cumprir, os dez mandamentos, e os escreveu em duas
tábuas de pedra.” (Deut. 4:13).
“Subindo eu ao monte a receber as tábuas de pedra, as tábuas da aliança que o Senhor fizera convosco.”
(Deut. 9:9). Que aliança estava em tábuas de pedras? A que o Senhor fizera com eles. Novamente ele fala quando
ela foi feita, e o que ela era: “O Senhor nosso Deus fez conosco aliança em Horebe. Não com nossos pais fez o
Senhor esta aliança, mas conosco, todos os que hoje aqui estamos vivos. Face a face o Senhor falou conosco no
monte, do meio do fogo (naquele tempo eu estava em pé entre o Senhor e vós, para vos notificar a palavra do
Senhor; porque temestes o fogo e não subistes ao monte), dizendo: Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra
do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim.” (Deut. 5:2-7). Assim ele vai adiante dando
os dez mandamentos. Isto o estabeleceria. “Disse mais o Senhor a Moisés: Escreve estas palavras; porque
conforme ao teor destas palavras tenho feito aliança contigo e com Israel. E esteve ali com o Senhor quarenta dias
e quarenta noites; não comeu pão, nem bebeu água, e escreveu nas tábuas as palavras da aliança, os dez
mandamentos.” (Êx. 34:27, 28). Se isto não está claro o suficiente, o que poderia ser?
“Na arca nada havia, senão só as duas tábuas de pedra que Moisés ali pusera junto a Horebe, quando o Senhor
fez a aliança com os filhos de Israel, saindo eles da terra do Egito.” “E constituí ali lugar para a arca em que está a
aliança do Senhor, a qual fez com nossos pais, quando os tirou da terra do Egito.” (1 Reis 8:9, 21). “E pus nela a
arca, em que está a aliança que o Senhor fez com os filhos de Israel.” (2 Crôn. 6:11).
Isso exclui toda a possibilidade de dúvida quanto ao quer era a aliança. 1) Não havia nada na arca, exceto as
tábuas de pedra. 2) Contudo, na arca estava “a aliança do Senhor que Ele fez com Israel quando os tirou do
Egito.” Isto certamente era os dez mandamentos. O Ancião Smith diz: “Se os dez mandamentos constituem a
velha aliança, então eles se foram para sempre.” (Two Covenant, pág. 5). Logo, verdadeiramente são eles, como
veremos agora.

A ALIANÇA ABOLIDA.
Como vimos, Jeremias 31:31-34 predisse que o Senhor faria uma nova aliança, não de acordo com a velha.
Paulo cita isso claramente e diz que foi cumprido no Evangelho, assim:
“Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de uma melhor aliança que está
confirmada em melhores promessas. Porque, se aquela primeira fora irrepreensível, nunca se teria buscado lugar
para a segunda. Porque, repreendendo-os, lhes diz: Eis que virão dias, diz o Senhor, Em que com a casa de Israel e
com a casa de Judá estabelecerei uma nova aliança, não segundo a aliança que fiz com seus pais no dia em que os
tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; como não permaneceram naquela minha aliança, eu para eles não
atentei, diz o Senhor. Porque esta é a aliança que depois daqueles dias farei com a casa de Israel, diz o Senhor;
porei as minhas leis no seu entendimento, e em seu coração as escreverei; e eu lhes serei por Deus, e eles me serão
por povo; e não ensinará cada um a seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece o Senhor; porque

142
todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior. Porque serei misericordioso para com suas iniquidades, e
de seus pecados e de suas prevaricações não me lembrarei mais. Dizendo nova aliança, envelheceu a primeira.
Ora, o que foi tornado velho, e se envelhece, perto está de acabar. (Heb. 8:6-13).
Note esses pontos. 1. Jesus é mediador de uma melhor aliança do que a velha (verso 6). Então temos algo
melhor do que o decálogo. 2. A nova está estabelecida sobre melhores promessas do que a velha, a qual, como
vimos, era totalmente temporal (ver Êx. 23:22-33). Mas as promessas da nova aliança são totalmente espirituais.
Elas são (1) leis de Deus que estariam em seus corações. (2) Todos conheceriam o Senhor e apenas almas
convertidas seriam admitidas, ao passo que sob a velha todo membro da nação, bom ou mau, era um cidadão. (3)
Deus perdoaria e esqueceria todos os seus pecados, e assim todos eles serão santos e herdeiros do céu. (4) Paulo
diz que se a primeira aliança fora irrepreensível nunca se teria buscado lugar para uma segunda. Isso mostra que a
primeira aliança sempre foi imperfeita. Consequentemente, o Senhor diz que fará uma nova, não de acordo com a
velha. Portanto, não podemos ter o velho decálogo novamente imutável. Finalmente, Paulo diz que a primeira é
tornada velha e está pronta para desaparecer. Isto termina a velha aliança, a do Sinai, os dez mandamentos, como
temos comprovado.
Em 2 Cor. 3, Paulo torna ainda mais claro que o decálogo foi removido.
Verso 3. “Porque já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós, e escrita, não com tinta,
mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração.” 6. “O qual nos
fez também capazes de ser ministros de um novo testamento [aliança], não da letra, mas do espírito; porque a letra
mata e o espírito vivifica.” 7. “E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de
maneira que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos na face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a
qual era transitória.” 8. “Como não será de maior glória o ministério do Espírito?” 9. “Porque, se o ministério da
condenação foi glorioso, muito mais excederá em glória o ministério da justiça.” 11. “Porque, se o que era
transitório foi para glória, muito mais é em glória o que permanece.” 13. “E não somos como Moisés, que punha
um véu sobre a sua face, para que os filhos de Israel não olhassem firmemente para o fim daquilo que era
transitório.” 14. “Mas os seus sentidos foram endurecidos; porque até hoje o mesmo véu está por levantar na lição
do velho testamento, o qual foi por Cristo abolido.”
Observe os seguintes pontos:
1. O verso 3 faz referência à profecia de Jeremias de que uma nova aliança substituiria a velha gravada sobre
pedras. Agora Paulo diz que ela não é escrita com tinta como a lei de Moisés foi escrita em um livro, nem sobre
pedras como foi o decálogo, mas pelo espírito no coração. Ambas as leis, no livro e sobre pedras, se foram.
2. Verso 6: ele diz que os apóstolos não ministram a letra, mas o espírito. “A letra se refere exclusivamente à
lei.” “O contexto mostra que pela carta ele se refere à velha aliança, e, pelo espírito, a nova.” (Pulpit Commentary,
pág. 58-80).
3. Para colocar isso além de qualquer dúvida, quanto ao que ele se refere, Paulo, no verso 7, especifica “a
ministração da morte, escrito e gravado com letras em pedras.” Seguramente sabemos que este era o decálogo. A
este ele chama de “ministração da morte.”
4. Nos versos 8 e 9 ele chama o Evangelho de “ministração do espírito” e “ministração da justiça”, e diz que
ele excede em glória o velho ministério da morte.
5. Para colocar além de qualquer dúvida que se refere ao decálogo, ele faz menção do véu que Moisés
colocava sobre sua face quando desceu com as tábuas de pedra em suas mãos. Compare o verso 13 com Êx.
34:27-35.
6. Duas vezes Paulo nomeia diretamente aquilo que foi “gravado com letras na pedra”, versos 3 e 7; uma vez
ele diz que não somos ministros da letra, verso 6; ele diz que aquilo que foi gravado em pedras era a ministração
da morte, verso 7, e o “ministério da condenação”, verso 9; depois ele diz que o mesmo foi “abolido”, verso 14, e
três vezes diz que era “transitório”, versos 7, 11, 14.
7. Compare os versos 7 e 11. “A ministração da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória” e “o
que era transitório foi para a glória”; da própria coisa que foi escrita em pedras no verso 7, diz-se que “se foi” no
verso 11.
8. No verso 7, os dez mandamentos são evidentemente tomados para representar toda a dispensação Mosaica.
Se estes, o alicerce de todo o sistema, são removidos, então é claro que todo o sistema deve ir com eles. “Os dez
mandamentos descritos desta forma aqui, representam toda a economia Mosaica.” (Notas da Am. Tract Society
sobre o verso 7).

143
Os Adventistas têm tentado salvar sua teoria aqui, dizendo que no verso 7 “ministração” não era o que foi
“gravado” em pedras, mas a “morte” é o que estava escrito ali. Isto não se faz. No grego a palavra para “gravado”
concorda exatamente com “ministração”, mas não concorda com “morte”, e assim o decálogo é o que é chamado
“a ministração”, e o que se foi. Dr. Clarke diz sobre o verso: “Aqui o apóstolo evidentemente tem em mente a lei.”
“Essa ministração da morte, os dez mandamentos, escritos em pedras, uma parte da instituição Mosaica, sendo
colocado para o todo, era glorioso.”
O Pulpit Commentary diz sobre o verso: “Literalmente, “gravado em” letras na pedra (Êx. 31:18). A
referência mostra que, ao falar de “a letra”, São Paulo estava pensando apenas na Lei Mosaica, e, na verdade,
especificamente sobre o decálogo.” “A ministração da morte foi escrita e gravada na pedra, na forma de dez
mandamentos.” Leia com o verso 7 o texto de Êx. 31:18; 32:16. “Tábuas de pedra “escritas” com o dedo de
Deus.” “A escrita de Deus, gravada sobre as pedras.” Como um homem sincero pode negar que Paulo se referiu a
estas pedras, o decálogo?
Para os Gálatas Paulo também escreve que a aliança do Sinai se foi. Vemos que ele usa “aliança” e “lei” como
sinônimos, mostrando que a lei era a aliança.
“Dizei-me, os que quereis estar debaixo da lei, não ouvis vós a lei? Porque está escrito que Abraão teve dois
filhos, um da escrava, e outro da livre. Todavia, o que era da escrava nasceu segundo a carne, mas, o que era da
livre, por promessa, o que se entende por alegoria; porque estas são as duas alianças; uma, do monte Sinai,
gerando filhos para a servidão, que é Agar.” (Gál. 4:21-24). Aqui a velha aliança do Sinai é dita ser “escravidão”,
e ele fala “Não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da escravidão." (cap. 5:1).
Semelhantemente, em Hebreus 12:18-24, Paulo diz claramente que os Cristãos não vão ao Sinai e aos trovões
da lei, mas vêm para Jesus e à nova aliança. Leia o texto todo. Aqui estão algumas poucas frases: “Porque não
chegastes ao monte palpável, aceso em fogo, e à escuridão, e às trevas, e à tempestade... e tão terrível era a visão,
que Moisés disse: Estou todo assombrado, e tremendo... mas chegastes ao monte Sião... e a Jesus, o Mediador de
uma nova aliança.”
Os Adventistas estão sempre habitando nas terríveis cenas do Sinai durante entrega da lei e apontando aos
outros para ali; mas Paulo diz: Não, não vão para lá, mas para o Monte Sião, para Jesus e a nova aliança.
Igualmente Jeremias predisse a rejeição da aliança que estava na arca, e, ao invés dela, os homens buscariam o
nome do Senhor em Jerusalém, onde o Evangelho foi adiante.
“Naqueles dias, diz o Senhor, nunca mais se dirá: A arca da aliança do Senhor, nem lhes virá ao coração; nem
dela se lembrarão, nem a visitarão; nem se fará outra. Naquele tempo chamarão a Jerusalém o trono do Senhor, e
todas as nações se ajuntarão a ela, em nome do Senhor, em Jerusalém.” (Jer. 3:16, 17).
Os Adventistas estão tentando reviver a mesma coisa que o Senhor disse que deveria ser esquecida, “a arca da
aliança.” Todo o seu estudo e adoração é centrado em volta dela, tal como era antigamente com os Judeus. Mas o
esforço é em vão. Deus disse isto. Desde a cruz, Jesus e Jerusalém têm sido para onde todos os olhos se voltam,
enquanto a arca e a velha aliança são esquecidas, exatamente como o Senhor disse que seria. Igualmente Jer. 2:3 -
“de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do Senhor.” Lá é o lugar onde vamos agora para a lei, não para a arca
ou para o Sinai.

144
CAPÍTULO XX

A QUAL LEI OS CRISTÃOS ESTÃO SUJEITOS?

Quando Deus fala, não é pecado desobedecer? Certamente que é. Paulo diz: “Havendo Deus antigamente
falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo
Filho.” (Heb. 1:1-2). Isso diz que Deus falou aos homens de várias maneiras em épocas diferentes. Não importa
em qual modo a vontade de Deus tenha sido expressada, teria sido pecado desobedecer.
“Se a lei do Sinai se foi, então não existe lei nem pecado”, dizem os Adventistas. Sendo assim, então é
impossível para Deus revelar sua vontade aos homens, exceto naquelas palavras exatas, letra por letra! Quem
acreditaria em tal absurdo?
Toda a controvérsia é reduzida a simplesmente isto: “Deus, no Novo Testamento, revelou clara e plenamente
sua vontade aos homens e falou a eles o que é certo e o que é errado? A vontade de Deus revelada através de seu
Filho no Novo Testamento é de maior autoridade do que o Velho Testamento, ou não é? Os ensinos do Novo
Testamento devem ser modificados para se harmonizarem com a letra da lei no Velho Testamento, ou os preceitos
do Velho Testamento serem modificados para se harmonizarem com o Evangelho? O último, certamente. Mas o
Evangelho em parte alguma ordena o sétimo dia.
Então, não é a palavra do Senhor Jesus Cristo, lei? Poderia existir qualquer lei maior? Disse Jesus “Eu e o Pai
somos um” (João 10:30), e “Todos os homens devem honrar o Filho, como honram o Pai” (João 5:23). Portanto,
as palavras de Cristo devem ser honradas de forma tão exaltada quanto as palavras de Deus. Elas são lei do
mesmo modo como são as palavras de Deus. Deus prometeu exaltar a Cristo e pôr as suas palavras na boca dele, e
ele falaria como Deus lhe ordenou (Deut. 18:18).
Jesus disse que o Pai o enviou e ordenou a ele o que dizer (João 12:49-50). “A palavra que tenho pregado,
essa o há de julgar no último dia.” (verso 48). Portanto, seremos julgados pelos ensinos de Cristo, não pela velha
lei. Os Cristãos serão julgados pelo Evangelho. “No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por
Jesus Cristo, segundo o meu Evangelho.” (Rom. 2:16). Deus disse, “Escutai-o,” (Mat. 17:5). Toda autoridade no
céu e na terra é dada a ele (Mat. 28:18). “Ele os ensinava como tendo autoridade”, (Mat. 7:19). Ele tem uma lei
(Gál. 6:2). “Cumprir a lei de Cristo.” “As ilhas aguardarão a sua lei.” (Isa. 42:4). Estamos debaixo da sua lei (1
Cor. 9:21). “Sob lei para Cristo.” (Revised Version). “Sob a lei de Cristo” (Diaglott). “Sob a lei do Messias”
(Siríaco). O maior resumo da verdade moral e religiosa do mundo já ouvido foi o sermão do Monte (Mat. 5-7).
Ele é tão mais superior ao decálogo quanto o Evangelho é superior ao Judaísmo. Ali Cristo proíbe assassinato
(versos 21, 22); adultério (versos 27, 28); jurar (verso 34); hipocrisia (6:1-5); cobiça (6:19-34) e todo ato errado
(7:12). Não seria pecado desobedecer os preceitos de Cristo?
Jesus deu mandamentos aos seus discípulos (Atos 1:2), e ordenou-lhes que os ensinassem a todas as nações
(Mat. 28:18-20). Devemos guardar seus mandamentos (João 14:15, 21; 15:10). Então, não seria pecado quebrá-
los? Quem se atreveria negar isto? “Paulo, apóstolo de Jesus Cristo pela vontade de Deus” (Efé. 1:1), disse
“Deixai a mentira”, “não pequeis”, e “não furte mais” (Efé. 4:25-28), e “As coisas que vos escrevo são
mandamentos do Senhor.” (1 Cor. 14:37).
E ainda assim os Adventistas dirão que, se a velha lei se foi, não existem mandamentos contra mentir, roubar,
etc. Nós conhecemos algo melhor, como nos ensina o que foi escrito acima. Na verdade, Paulo diz “Nada, que útil
seja, deixei de vos anunciar”, “Porque nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus.” (Atos 20:20, 27).
Todo pecado do qual o coração humano é culpado é claramente proibido no Novo Testamento muitas vezes pela
autoridade de Cristo e seus apóstolos, como todos sabem. E ainda assim, nada condena o pecado, a não ser o
decálogo!

145
O espírito da lei Mosaica, cada princípio moral nela, é reiterado muitas vezes no Evangelho com toda a
autoridade do Filho de Deus. Nenhum dever Cristão pode ser nomeado que não seja ensinado no Novo
Testamento. Não existe uma única coisa proibida pelo Velho Testamento, que seria errada para um Cristão fazer,
que não esteja também de alguma forma proibida no Novo. Com exceção do Sábado, os outros nove
mandamentos estão no Novo Testamento, seja nas mesmas palavras ou em substância.
Então, o Velho Testamento deve ser descartado? Deus proíbe. Ele deve ser recebido como palavra inspirada
de Deus, uma mina de verdade preciosa, mas deve ser estudado à luz do Novo Testamento e modificado por ele.
Nada deveria ser exigido dos Cristãos simplesmente porque é encontrado na lei do Velho Testamento. Para
obrigar nossa consciência, é preciso ser exigido pelo Novo Testamento. Aqui o sétimo dia falha inteiramente, pois
não existe exigência em todo o Novo Testamento para guardá-lo, mas a sua revogação é claramente ensinada.

“OS MANDAMENTOS DE DEUS” NO NOVO TESTAMENTO.


Os Adventistas do Sétimo Dia têm muito a dizer sobre “os mandamentos de Deus” (Apoc. 14:12), e afirmam
que eles são os dez mandamentos. Para eles, “os mandamentos” sempre significam exatamente o decálogo, nada
mais. Onde quer que encontrem este termo, eles o aplicam assim. Mas tal posição é totalmente errônea. Existem
cerca de 800 textos onde a frase “os mandamentos” é usada em suas várias formas. Eu examinei cuidadosamente
cada uma delas. Descobri que este é um termo geral para todas as exigências da Bíblia. De acordo com o meu
melhor julgamento, em cinquenta casos, quarenta e nove a expressão significa mais do que os dez mandamentos.
Permita-se o leitor analisar os seguintes textos:
Lev. 22 se refere integralmente aos deveres dos sacerdotes e das ofertas de sacrifício. O que o Senhor ordenou
sobre eles, ele chama de seus “mandamentos” (verso 31). Em Deut. 11:27, 28, o que Moisés ordenou é chamado
de “os mandamentos de Deus.” Em Deut. 26:12, 13, o termo é usado para a lei do dízimo. Em Deut. 28:1, ele é
aplicado para tudo o que Moisés ordenou a eles. Com uma concordância Bíblica qualquer pessoa pode
rapidamente encontrar centenas de casos onde o termo significa algo mais do que o decálogo. Quando Jesus foi
questionado sobre a lei, ele nomeou como os maiores “mandamentos” dois inteiramente fora dos dez (ver Mat.
22:35-40).
Do mesmo modo os preceitos de Cristo e de seus apóstolos são frequentemente chamados de mandamentos.
Jesus diz: “O Pai, que me enviou, ele me deu mandamento sobre o que hei de dizer e sobre o que hei de falar.”
(João 12:49). Se Deus deu mandamentos a Cristo, e este os deu para a sua Igreja, não seriam eles mandamentos de
Deus? Certamente. A velha dispensação havia passado e o Senhor estava proclamando os mandamentos de Deus
para a nova dispensação, o Evangelho. Assim, na grande comissão, ele disse: “Ensinando-os a guardar todas as
coisas que eu vos tenho mandado.” (Mat. 28:20).
Novamente, Jesus disse: “Se me amais, guardai os meus mandamentos.” “Aquele que tem os meus
mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me
manifestarei a ele.” (João 14:15, 21). Como podemos dizer, em face destes textos claros, que Jesus não deu
mandamentos? Quem é aquele que ama a Cristo? Aquele que guarda seus mandamentos. Isto é o que está no
Novo Testamento para ser um guardador de mandamentos. Novamente, temos: “Se guardardes os meus
mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai,
e permaneço no seu amor.” “Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando.” (João 15: 10, 14).
Se, então, nós fazemos o que Jesus nos ordena, não é isto o suficiente? E não estaríamos seguros e certos do
seu amor e do amor do seu Pai? Mas, onde Jesus alguma vez ordenou guardar o sétimo dia? Em parte alguma.
Assim, Lucas diz que ele foi recebido em cima “depois de ter dado mandamentos, pelo Espírito Santo, aos
apóstolos que escolhera.” (Atos 1:2). Se Jesus deu mandamentos através do Espírito Santo, não seriam eles
mandamentos de Deus? Não são eles iguais aos dados através de Moisés? Agora ouça Paulo, quanto a quais são os
mandamentos no Evangelho: “Se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo
são mandamentos do Senhor.” (1 Cor. 14:37).
Então, todos os escritos de Paulo são “os mandamentos de Deus.” E o apóstolo diz: deixe que aqueles que são
espirituais reconheçam isto. Irão os nossos irmãos do Sétimo Dia reconhecer isto? Ele podem ver um novo
significado em “os mandamentos de Deus” (Apoc. 14:12), se quiserem. Novamente, Paulo diz “Porque vós bem
sabeis que mandamentos vos temos dado pelo Senhor Jesus.” (1 Tess. 4:2). Portanto, os apóstolos deram
mandamentos pela autoridade do Senhor Jesus. Pedro produz um testemunho similar, “Para que vos lembreis das
palavras que primeiramente foram ditas pelos santos profetas, e do nosso mandamento, como apóstolos do Senhor
e Salvador.” (2 Ped. 3:2).

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Entole, a palavra grega para mandamento, aparece sessenta e oito vezes no Novo Testamento em suas formas
singular e plural. Em pelo menos quarenta e oito desses casos ela não pode significar o decálogo, e em cerca da
metade das outras ela é usada num modo geral. Em nem um único caso é certo que ela signifique todos os dez
mandamentos e nada mais. Não existe nenhuma indicação que ela signifique o decálogo em qualquer uma das três
passagens nas quais aparece no Apocalipse. Dizer que ela significa, é presumir sem evidência o próprio ponto a
ser comprovado. João, que escreveu o livro do Apocalipse, também escreveu o evangelho de João e as três
epístolas de João. Ele usa a palavra “mandamentos”, nas formas plural e singular, vinte e oito vezes, e em nem um
único caso a palavra se refere aos dez mandamentos; mas praticamente em cada caso, senão em todos, ela se
refere aos mandamentos de Jesus (ver João 14:15, 21; 15:10; 1 João 2:1-5; 3:22-24; 4:21; 5:1-3). E naturalmente
suporíamos que com isto ele quis dar a entender a mesma coisa ao mencionar “mandamentos” em Apoc. 14:12.
Como Cristo é o nosso “Senhor e Mestre” (João 13:13), e o “Cabeça” da Igreja (Efé. 1:22); “Tudo em todos”
(Col. 3:11); tendo “todo o poder no céu e na terra” (Mat. 28:18); e há de julgar o mundo (João 5:22) ante o seu
tribunal (Rom. 14:10); quão razoável é que ele tenha dado leis para esta Igreja. Isso é exatamente o que ele fez
(Mat. 28:18-20; Atos 1:1, 2). Se alguém obedecer os ensinamentos de Cristo não precisa ter receio quanto à sua
salvação.

147
CAPÍTULO XXI

EXAME DE QUARENTA E SETE TEXTOS


PRINCIPAIS USADOS PELOS SABATISTAS.

Para a conveniência do leitor, planejamos aqui em ordem um exame de todos os principais textos utilizados
pelos Adventistas do Sétimo Dia sobre o Sábado ou a lei. Onde o texto foi plenamente examinado no corpo da
obra, faremos referência ao capítulo onde será encontrado.

Gên. 2:1-3. Ver Capítulo XIII.

Gên. 26:5. Abraão guardou o Sábado. Abraão guardou “mandamentos e leis” de Deus. Isto era os dez
mandamentos, e, portanto, ele guardou o Sábado.
Resposta:
1. Eles presumem a própria coisa a ser provada, a saber, que isto era os dez mandamentos.
2. Isto foi 430 anos antes de o decálogo ser dado (Gál. 3:16, 17). Como ele poderia guardar o que ainda não
havia sido dado?
3. Qualquer coisa que Deus ordenou em qualquer época seria “seus mandamentos”, e isso variou com as
circunstâncias. O que Moisés exige é chamado “mandamentos de Deus” (Deut. 28:1, 15). Paulo diz “As coisas
que vos escrevo são mandamentos do Senhor.” (1 Cor. 14:37). “Sacrificar ao Senhor nosso Deus como ele nos
ordenou.” (Êx. 8:27). As instruções do Senhor a Noé sobre a arca eram mandamentos de Deus (Gên. 6:22).
Circuncidar era um dos mandamentos de Deus a Abraão, o qual ele guardou (Gên. 21:4). Assim Abraão obedeceu
tudo o que Deus falou para ele fazer. Portanto, este texto não tem relação com os dez mandamentos, nem com o
Sábado.

Êx. 16:23-30. Ver Capítulo XIII;

Êx. 20: 1-17. O decálogo. Ver Capítulo XVIII.

Êx. 31:13-17. O Sábado para sempre. Ver Capítulo XIII.

Lev. 23. Os Sábados anuais. Ver Capítulo XV.

Lev. 23:38. “Além dos Sábados do Senhor.”


É afirmado pelos Adventistas do Sétimo Dia que o Senhor aqui separou o Sábado de todos os outros dias
santos, mostrando que ele é de uma natureza diferente, nestas palavras (versos 37, 38): “Estas são as festas do
Senhor... além dos Sábados do Senhor.” Sim, mas leia todo o verso, “Além dos sábados do Senhor, e além dos
vossos dons, e além de todos os vossos votos, e além de todas as vossas ofertas voluntárias, que dareis ao Senhor.”
Não apenas o Sábado, mas dons, votos e ofertas são também excetuados com o Sábado no mesmo verso. A ideia é

148
esta: o Sábado, os dons, votos e ofertas são de ocorrência regular semanal ou diária, considerando que os outros
dias santos e ofertas especiais ocorriam apenas uma vez ao ano em determinadas estações. Quando estas ofertas e
dias santos anuais vinham ao mesmo tempo do serviço regular diário ou semanal, eles não tomariam o lugar dos
serviços regulares diário e semanal, mas tinham de ser observados além de todos estes. Qualquer um pode ver que
este é o simples significado das palavras “além dos Sábados do Senhor, e além de seus dons”, etc. A ideia não é
distinguir o Sábado acima das outras festas, mas dizer que estas deveriam ser guardadas em adição ao serviço
regular do Sábado e das ofertas diárias.

Deut. 31: 24-26. Duas leis, uma na arca e outra ao lado dela. Ver Capítulo XVII.

2 Reis 21:8. Duas leis. “Se fizer conforme tudo o que lhes tenho ordenado, e conforme toda a lei que Moisés,
meu servo, lhes ordenou.”
É afirmado que isto mostra duas leis; uma dada por Deus, a lei moral, o decálogo; a outra por Moisés, a
cerimonial, a escrita no livro. Bem, Moisés no livro deu a lei, “Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu
coração.” (Deut. 6:5), e “Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Lev. 19:18). Estes, então, devem ser
cerimoniais! Não, não existe diferença feita entre o que Deus deu de si mesmo ou o que deu por Moisés. Na
verdade, o maior mandamento de todos, que ele deu por Moisés (Mat. 22:36-40; 2 Reis 21:8), é vagamente
formulado; e isto é tudo. Leia o mesmo texto em 2 Crôn. 33:8: “Contanto que tenham cuidado de fazer tudo o que
eu lhes ordenei, conforme a toda a lei, e estatutos, e juízos, dados pela mão de Moisés.” (Versão Revisada). O
texto torna isso claro. Deus deu todos eles pela mão de Moisés (ver também Nee. 8:14).

1 Crôn. 16:15-17. O decálogo por 1000 gerações.


Os Adventistas declaram que esta aliança são os dez mandamentos. Consequentemente, ele foi dado aos
patriarcas e deve ser ainda guardado por eras, pois menos de 200 gerações passaram desde Adão. Portanto, esta lei
deve continuar, ainda, por pelo menos 800 gerações.
Resposta:
1. O termo “mil gerações” é manifestamente uma expressão significando um longo tempo indefinido, e não
exatamente 1000 gerações, nem mais, nem menos. Se o mundo deve ainda permanecer por 800 gerações, o que
acontece com o Adventismo? Logo, eles mesmo não podem tomar o texto literalmente. Portanto isso pode ter
terminado eras atrás.
2. Como isso é poesia (verso 7), a permissão para a poesia é usada.
3. A “aliança” aqui mencionada não é a aliança dos dez mandamentos, pois Moisés diz expressamente que os
pais não possuíam a aliança do decálogo (Deut. 5:2, 4); mas essa aliança foi feita com Abraão (1 Crôn. 16:16).
4. A aliança aqui referida é a promessa de Deus de dar Canaã a Abraão, Isaque e Jacó (ver verso 18).
“Dizendo, a ti darei a terra de Canaã.” (ver Gên. 15:18; 26:3; 28:13). Portanto, o texto não tem relação com o
decálogo.

Nee. 9:13, 14. Duas leis. Deus mesmo deu a eles um conjunto de leis, e depois deu a eles outro conjunto de
leis por Moisés. Leia o texto.
Resposta: É verdade que uma parte da lei foi dada de um modo e outra parte de outro modo. Mas isso não
quer dizer, e nem obriga, que por causa disso elas eram leis diferentes e de uma natureza diferente (ver
observações sobre 2 Reis 21:8).

Sl. 19:7. A lei perfeita. Os Adventistas citam constantemente este texto como prova de que os dez
mandamentos são uma lei perfeita, e por conta disso não pode ser mudada.
Resposta: Um exame deste texto responderá nove décimos de todos os seus textos de lei na Bíblia. Logo,
faremos uma resposta aqui e a aplicaremos para os outros textos.

149
A grande falácia de todos os seus argumentos é a suposição de que “a lei” é exatamente os dez mandamentos,
nada mais nada menos. Consequentemente, eles retinem sem fim sobre “a lei”, “a lei”. Mas lembre-se que “a lei”
significa todo o sistema de lei dada aos Judeus no Sinai, incluindo moral, civil e cerimonial, preceitos, sacrifícios,
sacerdócio, circuncisão, festas, etc. Smith's Bible Dictionary, art. Lei, diz que a lei se refere “em nove casos entre
dez à lei Mosaica, ou ao Pentateuco.” O Ancião Butler confessa, “O termo 'a lei' entre os Judeus geralmente
incluíam os cinco livros de Moisés.” (Law in Galatians, pág. 70). Não se esqueça deste fato, e você terá poucos
problemas com os argumentos Adventistas sobre “a lei”.
“A lei”, “a lei do Senhor” e “a lei de Moisés” são todos o mesmo e incluem circuncisão e sacrifícios. Prova:
Lucas 2:22, 23, 24, 27; 2 Crôn. 31:3. Novamente: “A lei”, “a lei de Moisés”, “o livro da lei” e “a lei de Deus” são
todos o mesmo. Prova: Nee. 8:2, 3, 8, 14, 18.
Agora, o que se quer dizer com “a lei” e “a lei do Senhor” nos Salmos? Significa toda a lei que Deus deu a
Israel, aquilo que foi escrito no “livro da lei.” Prova: Davi, que escreveu os Salmos, era rei de Israel. Deus exigia
que o rei sempre guardasse uma cópia do “livro da lei” e a lesse cada dia da sua vida (Deut. 17:15-19). O primeiro
Salmo se refere a isto: Seu “deleite está na lei do Senhor; e na Sua lei medita dia e noite.” (verso 2). Davi como rei
lia a lei do Senhor todos os dias, e é a isto que ele se refere por todos os Salmos. Os Adventistas estão
constantemente citando Salmo 119 como significando apenas os dez mandamentos. Mas “a lei” aqui inclui toda a
lei que Deus deu a Israel: moral, civil, cerimonial, tudo. Prova: Verso 128, “Estimo todos os teus preceitos acerca
de todas as coisas, como retos.” Davi considerava os preceitos de Deus relacionados ao dízimo, sacrifícios, festas,
adoração pública, deveres morais, etc., como sendo tudo certo. Nove décimos de “a lei do Senhor” os Adventistas
do Sétimo Dia não pretendem guardar mais do que aqueles que guardam o Domingo. Se, então, somos violadores
da lei, assim também são eles.
É provável que Sl. 19:7 tenha um significado mais amplo do que até mesmo a lei de Moisés. A leitura
marginal é “A doutrina do Senhor é perfeita.” O Dr. Scott fala sobre este verso: “A palavra aqui traduzida por 'lei'
pode tomada como doutrina, e ser entendida como um nome geral para a revelação divina como existente na
época; a lei de Moisés sendo a parte principal.” Dr. Clarke, o Eclectic Commentary e tudo o que eu consultei dão
a mesma interpretação. Quão estreita e não-autorizada, então, é a interpretação que confina este texto a
simplesmente o decálogo. São por tais métodos não-naturais que o sétimo dia é sustentado.

Sl. 40:8. A lei no coração de Jesus. “A tua lei está dentro do meu coração.” Isto se refere a Cristo. Os
Adventistas dizem que Jesus guardou a lei, os dez mandamentos, e, portanto, nós deveríamos guardar.
Resposta:
1. Veja como eles sempre presumem que “a lei” é apenas o decálogo. Ver o argumento respondido acima,
sobre Sl. 19:7.
2. Jesus guardou toda a lei de Moisés exatamente como os outros Judeus faziam. Os Adventistas fazem isto?
Eles guardam a lei como Jesus fazia? Não. Então o seu argumento é um fracasso.
3. Jesus amou toda a lei e veio para cumpri-la (Mat. 5:17; Luc. 24:44), e a cumpriu totalmente na cruz (Atos
13:29). Consequentemente, “Cristo é o fim da lei.” (Rom. 10:4).

Sl. 89:27-36. Deus não altera a sua aliança. Os Adventistas do Sétimo Dia reivindicam ter um forte argumento
aqui. A profecia se refere a Cristo. Se os discípulos quebrassem a lei, estatutos ou mandamentos de Deus, este iria
puni-los. Deus não quebrará sua aliança e nem alterará aquilo que saiu de seus lábios, o decálogo.
Resposta: Suposições são fáceis de fazer e de elaborar para os desinformados. A lei de Deus é toda a lei (ver
acima sobre Sl. 19:7). A aliança e o que saiu dos lábios de Deus não possuem relação com o decálogo, mas se
referem à aliança com Davi para dar a ele um filho que se assentasse sobre seu trono (ver versos 3, 4, 19, 33-35).
Isto está claro demais para ser negado. Assim se desvanece outro dos seus grandes textos de prova.

Sl. 119. A lei exaltada. Cada verso neste longo Salmo ensina a sacralidade e perpetuidade da lei.
Resposta: Mas a lei é toda a lei Mosaica, que o rei estudava diariamente e que Israel deveria guardar (ver
minhas notas sobre Sl. 19:7). Os Cristãos devem guardar esta lei? Não. Nem mesmo os Adventistas do Sétimo Dia
a guardam.

150
Prov. 28:9. Não se deve desviar da lei. Aquele que se desvia da lei, a sua oração será abominável. Aqueles que
quebram o Sábado fazem isto, e Deus não escuta as suas orações.
Resposta: Os Adventistas voltam seus ouvidos para nove décimos da lei, pois ela abrange sacrifícios, festas,
circuncisão, etc., nenhum dos quais eles praticam (ver minhas notas sobre Sl. 19:7, para prova). Portanto, este
texto não lhes favorece de forma alguma.

Ecl. 12:13, 14. Os dez mandamentos cobrem todos os deveres do homem. “Guardar os mandamentos de Deus,
pois isto é dever de todo o homem.” Estes são exatamente os dez mandamentos. Logo, eles são perfeitos. Não
precisamos de outra lei. Sendo perfeitos, não podem ser abolidos ou mudados. Todos serão julgados por eles
(verso 14). Assim falam os Adventistas do Sétimo Dia.
Resposta: Isto é uma bolha de sabão que desaparece com um toque.
1. O texto diz que eles são os dez mandamentos, nada mais, nada menos? Não. Eles presumem isto, pois não
têm prova para tal (ver minhas notas sobre Gên. 26:5 e Sl. 19:7). Os mandamentos são qualquer coisa que Deus
tenha ordenado sobre qualquer assunto.
2. Salomão, um rei de Israel escreveu isto para Israel 1000 anos antes de Cristo. O decálogo cobria todos os
deveres do homem de então? Não era dever pagar dízimos, guardar festas, oferecer sacrifícios, ser circuncidado e
uma centena de outras coisas sobre as quais os dez mandamentos são silentes? Certamente que era. Portanto, eles
não cobrem todo o dever do homem, e este texto é mal aplicado pelos Adventistas. Os dez mandamentos não
cobrem todo o dever do homem e tampouco o dízimo deste. Onde ele exige que visitemos o enfermo, o pobre, a
viúva e os órfãos, sermos sóbrios, pacientes e amorosos? Em parte alguma. Está bem claro, então, que os
mandamentos aqui mencionados, que cobrem todo o dever do homem, abrange tudo o que Deus ordenou sobre
todos os assuntos – moral, civil ou religioso.
3. Esta lei foi cumprida e terminada na cruz (Efé. 2:15; Gál. 3:19-25). Os próprios Adventistas não a guardam.

Isa. 42:21. Jesus engrandece a lei. “Ele engrandecerá a lei e a fará honrosa.” Este é o decálogo. Se Jesus o
engrandeceu, ele não poderia tê-lo abolido; se ele o tivesse colocado de lado, não estaria honrando-o.
Resposta: Veja novamente a imediata suposição de que “a lei” é exatamente o decálogo. O texto diz assim?
Não. Se o leitor tiver em mente de uma vez por todas que “a lei” é todo o código Mosaico, irá facilmente descartar
todos os seus textos de prova. Jesus engrandeceu a lei; primeiro, observando cuidadosamente cada preceito da lei,
moral e cerimonial; segundo, cumprindo todas as suas profecias e tipos, cumprindo assim todos os objetivos para
os quais foi dada. Os próprios Adventistas do Sétimo Dia declaram que Cristo aboliu a lei cerimonial. Bem, neste
caso ele menosprezou e desonrou a lei? Eles não se atrevem a dizer que sim. Não, ele a engrandeceu e a honrou,
como são obrigados a admitir. Portanto, uma lei pode ser honrada, engrandecida e ainda assim ser posta de lado
após ter cumprido o seu propósito. Isto é exatamente o que Cristo fez quanto a lei como um todo (ver minha nota
sobre Rom. 3:31).

Isa. 56. O Sábado será restaurado. Ver Capítulo XIII.

Isa. 58:12, 13. O Sábado restaurado. Ver Capítulo XIII.

Isa. 66:22, 23. O Sábado na Nova Terra. Ver Capítulo XIII.

Ez. 22:26. A violação da lei. Ver Capítulo XIII.

Dan. 7:25. O papa mudar o Sábado. “Ele mudará tempos e leis.” Isto de refere ao papa. Ele mudaria a lei de
Deus, o decálogo. Ele mudou o Sábado e assim mudou tempos.

151
Resposta:
1. O texto não diz que se refere ao decálogo; isto eles presumem.
2. Mudar o quarto mandamento e o Sábado seria mudar apenas uma lei e um tempo; mas a profecia diz leis e
tempos, ambos plural. Isto mostra que a profecia é de escopo muito maior do que eles atribuem.
3. Não existe uma única palavra de verdade na afirmação de que o papa mudou o Sábado (ver Capítulo XI
deste livro). Portanto, esta aplicação é falsa.
4. A velha lei foi mudada por Cristo, não pelo papa. Paulo diz: “Porque, mudando-se o sacerdócio,
necessariamente se faz também mudança da lei.” (Heb. 7:12). Muitas outras escrituras declaram claramente que
Jesus cumpriu a lei e a terminou na cruz (Gál. 3:19-25; Rom. 10:4; Col. 2:14-17). Esta profecia se cumpre durante
a era apostólica e assim se refere à lei de Cristo, não à velha lei do Sinai que findou na cruz. Portanto, a teoria dos
Adventistas é totalmente falsa.
5. Em uma centena de modos o papa cumpriu esta predição afora o Sábado, legislando para a igreja em muitas
coisas contrárias às leis de Cristo. A tradução dos Judeus diz que ele iria “mudar as festas e a lei.” Ver os diversos
dias de festa que o papa criou, como a Quarta-Feira de Cinzas, Quinta-Feira da Paixão, Sexta-Feira Santa, Dia de
São Patrício, Dia de Todos os Santos, etc. Isto é o que a profecia se refere. Scott diz: “Ele não multiplicou seus
dias santos até que praticamente apenas quatro dos seis dias de trabalho foram deixados?” Clarke diz: “Indicando
festas e festas... novos modos de adoração... novos artigos de fé.” Isto é o que predisse a profecia. Ela não possui
relação com o decálogo.

Mat. 5:17-19. Até que o céu e a terra passem. Jesus disse que não veio destruir a lei, mas para cumpri-la. “Até
que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido.” Quem quer que
quebre um desses mandamentos é culpado. Esta lei é o decálogo. Jesus disse que cada jota ou um til permanecerão
até que passem céu e terra. Isso mostra que esta lei é imutável e ainda obrigatória. O Sábado é uma parte dela, e,
portanto, o sétimo dia ainda deve ser guardado.
Resposta: Os Adventistas do Sétimo Dia consideram este o texto mais forte no Novo Testamento para a lei.
Eles estão constantemente citando-o. Se ele falhar, eles não têm uma fortaleza mais forte. Eu estou seguro de que
o texto não ensina aquilo que eles declaram.
1. Os próprios Adventistas do Sétimo Dia admitem que Jesus cumpriu e terminou aquilo que eles chamam de
lei cerimonial. Ele a aboliu na cruz. Bem, ele veio para destruir esta lei? Certamente que não, e mesmo assim ele a
colocou de lado. Portanto, uma coisa é destruir a lei, e outra completamente diferente é trazê-la para um
fechamento através do seu cumprimento. Ele diz que veio para cumprir a lei.
2. O texto não diz que cada jota e til da lei permanecerão até que passem céu e terra, mas diz que não passarão
até que tudo seja cumprido. Isso ensina que tudo seria cumprido e passaria em algum tempo. A ideia é que céu e
terra passarão mais rápido do que uma letra da lei deixar de ser cumprida. As palavras de Lucas tornam esta
questão muito mais clara; “E é mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til da lei.” (Luc. 16:17). Aqui não
podemos nos enganar quanto ao significado; a ideia não é a extensão do tempo da lei, mas a certeza de que ela não
falhará em ser cumprida. “Cumprida” é definida assim pelo Webster: “completar, tornar cheio ou completo;
realizar.” A palavra grega é plarosai, e é definida por Greenfield, entre outras coisas, “cumprir, completar, trazer a
um fechamento, terminar, fim, concluir.” Portanto Jesus não veio para destruir a lei, mas para terminá-la. A
tradução de Campbell, Macknight e Doddridge, traduz: “É mais certo que céu e terra passarão do que um jota ou
um til da lei perecer sem atingir sua finalidade.” Esta é exatamente a ideia. A tradução de Sawyer, diz: “Eu não
vim para destruir, mas para completar.” No início de seu ministério Jesus disse que veio para cumprir a lei. Depois
da sua ressurreição, ele disse: “E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que
convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos.” (Luc.
24:44). E depois Paulo diz: “E, havendo eles cumprido todas as coisas que dele estavam escritas, tirando-o do
madeiro.” (Atos 13:29). Portanto, tudo foi cumprido na cruz. Consequentemente, Paulo diz que a lei foi cravada
na cruz (Col. 2:14-16). “O fim da lei é Cristo.” (Rom. 10:4). “A lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo,
para que pela fé fôssemos justificados. Mas, depois que veio a fé, já não estamos debaixo de aio.” (Gál. 3:24, 25).
O que poderia estar mai claro do que a lei ter terminado na cruz?
3. A lei da qual se fala aqui não é simplesmente o decálogo, mas toda a lei de Moisés. Nenhum homem
sincero negará isto. Todos os comentaristas e estudiosos admitem isto. A prova é abundante. Assim: “A lei e os
profetas eram uma expressão costumeira para todo o Velho Testamento.” (Whedon's Commentary, Metodista,

152
sobre Mat. 5:17). “Por lei e os profetas entende-se os escritos do Velho Testamento, incluindo os cinco livros de
Moisés chamado de lei e os escritos dos profetas do resto do Velho Testamento.” (Notas sobre Mat. 5:17, por
George W. Clarke). “Como em todas as demais partes, da mesma forma aqui a palavra nomos (lei) se refere a toda
a lei, e não meramente ao decálogo.” (Lange's Comentário sobre Mat. 5:17). “Por ton nomos (a lei) deve ser
entendido, em algum sentido, a lei de Moisés.” (Bloomfield's Notes sobre Mat. 5:17). “Resumidamente a lei e os
profetas denotam toda a revelação do Velho Testamento.” (Meyer's Commentary sobre Mat. 5:17). “Pela lei e os
profetas está aqui indicado o Velho Testamento em geral.” (Bible Commentary). Dr. Albert Barnes diz sobre este
texto: “A lei – os cinco livros de Moisés chamados de a lei. Os profetas – os livros que os profetas escreveram.
Estas duas divisões aqui parece compreender todo o Velho Testamento.” É deste modo com todos os
comentaristas.
As Escrituras Judaicas eram divididas em o “livro da lei”, que incluía os cinco livros de Moisés, e o “livro dos
profetas”, que incluía os livros escritos pelos profetas, como os livros históricos, etc. Algumas vezes era
reconhecida uma terceira divisão, a saber, os Salmos, ou livros poéticos. Tenho diante de mim a Bíblia dos
Judeus, a qual está dividida desta forma. Porções do livro da lei e também dos profetas eram lidas nas sinagogas a
cada Sábado. Esta divisão do Velho Testamento é frequentemente mencionada no Novo Testamento. Paulo diz:
“Todas as coisas que estão escritas no livro da lei.” (Gál. 3:10). Novamente: “Está escrito no livro dos profetas.”
(Atos 7:42). Uma vez mais: “Após a leitura da lei e dos profetas.” (Atos 13:15). Portanto, “a lei e os profetas”
tornou-se um termo comum para todo o Velho Testamento.
A lei era os cinco livros de Moisés. Leia uns poucos textos: “Esta é a lei e os profetas.” (Mat. 7:12). “Porque
todos os profetas e a lei profetizaram até João.” (Mat. 11:13). Aqui a lei não pode significar exatamente o
decálogo, pois a lei profetizou. “Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.” (Mat 22:40). “A lei
e os profetas duraram até João.” “Eles têm Moisés e os profetas.” “Se não ouvem a Moisés e aos profetas.” (Luc.
16:16, 29, 31). Aqui a lei e os profetas é o mesmo que Moisés e os profetas. “Aquele de quem Moisés escreveu na
lei, e os profetas.” (João 1:45). “o que foi escrito na lei de Moisés, e nos profetas, e nos Salmos concernente a
mim.” “tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos.” (Luc. 24:27, 44). “tudo
quanto está escrito na lei e nos profetas.” (Atos 24:14). “o que os profetas e Moisés disseram.” (Atos 26:22).
Paulo pregava “tanto pela lei de Moisés como pelos profetas.” (Atos 28:23). “testemunho da lei e dos profetas.”
(Rom. 3:21). Veja quão comum, na época, era esta frase significando todo o Velho Testamento. Por isso Jesus
disse: “Não vim destruir a lei ou os profetas.” (Mat. 5:17). À luz dos fatos acima, qualquer um pode ver que Jesus
aqui se referiu a todo o Velho Testamento da mesma forma que os outros textos. Como prova disso, observe que
ele menciona várias partes da lei – assassinato, altar, dom, adultério, juramento, olho por olho, divórcio, amor aos
inimigos, etc. (versos 21-43). Está tudo isso no decálogo? Não; está no livro da lei.
É absurdo dizer que ele se referiu apenas ao decálogo e aos profetas. Isso deixaria inteiramente de fora os
livros de Moisés. Logo, a lei aqui é toda a lei de Moisés. Agora, se cada jota ou til desta lei é obrigatório até o fim
do mundo, então temos toda a lei Judaica para guardar, como também o Sábado. Isso mostra a falácia da posição
dos Adventistas do Sétimo Dias. A simples verdade é que Cristo cumpriu a lei, e esta findou após realizar o seu
propósito.

Mat. 19:16:22. Os mandamentos devem ser guardados. O jovem perguntou o que deveria fazer para ter a vida
eterna. Jesus disse, “Guarda os mandamentos.” Quando perguntado sobre quais, ele disse, não matar, não cometer
adultério, não roubar, não dizer falso testemunho, honrar pai e mãe e amar o próximo como a si mesmo. Aqui
Jesus ensina que devemos guardar os mandamentos para ter vida. Ele, então, cita cinco dos dez, mostrando que
estava se referindo à lei. O Sábado é uma parte da lei, e, consequentemente, devemos guardá-lo.
Resposta:
1. É visível que Jesus omite o Sábado não apenas aqui, mas em todas as outras ocasiões semelhantes a esta.
2. É óbvio que ninguém poderia ganhar a vida eterna e quebrar os mandamentos que Jesus mencionou.
3. E está manifesto que ele não mencionou todos os mandamentos que deveriam ser guardados.
4. Se for dito que ao citar uma parte do decálogo ele, por causa disso, indicou e defendeu a sua totalidade
como sendo obrigatória, então replicamos que ao citar a lei de Moisés ele, por causa disso, tornou obrigatório para
nós também todo o restante da lei. A ordem para amar o nosso próximo não está no decálogo, mas sim no “livro
da lei.” Igualmente em Marcos 10:19, ele cita “não defraudarás” de Lev. 19:13, a lei de Moisés. É, então, toda a
lei Levítica obrigatória para nós, pelo fato de Jesus ter citado uma parte dela? Não. Então, de maneira alguma
segue-se que a totalidade de uma lei é obrigatória para nós pelo fato de Jesus ter citado uma parte dela para um

153
jovem que ainda estava sob esta lei. Nos recusamos a engolir todo um boi, porque nos dizem que um pedaço da
carne é boa.
Deveríamos nos lembrar que naquele tempo tanto Jesus quanto o jovem estavam sob a lei. Jesus
frequentemente adaptava suas instruções ao tempo e às circunstâncias. Ao leproso curado, Jesus disse “Vai,
mostra-te ao sacerdote, e apresenta a oferta que Moisés determinou.” (Mat. 8:4). Deveríamos aplicar isso aos
Cristãos atuais e concluir que eles devem oferecer ofertas de acordo com Moisés? É claro que não. Ele ainda
estava sob a lei, e nós não estamos. Novamente, Cristo disse: “Dizendo: Na cadeira de Moisés estão assentados os
escribas e fariseus. Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as.” (Mat. 23: 2, 3). Aqui eles
são orientados a observar cada item da lei Mosaica exatamente como os Fariseus ensinavam. Por que os
Adventistas não citam isso para provar que devemos guardar o Sábado, já que certamente a lei incluía o Sábado?
Isso mostra que as orientações de Cristo sobre guardar a lei Judaica eram para aqueles que ainda estavam sob a lei,
e não para todo o tempo por vir. É perceptível que Jesus nunca declarou diretamente que qualquer parte da antiga
lei seria abolida, nem mesmo os sacrifícios, o culto no templo, circuncisão, etc. O tempo não tinha chegado; o
povo ainda não estava preparado para isto.
Portanto, o jovem Fariseu veio como alguém olhando para a lei e para seus próprios atos de justiça. “Que
coisa boa devo fazer para que possa herdar a vida eterna?” Jesus respondeu-lhe de acordo com o seu dever sob a
lei, a lei para a qual ele procurava por salvação. “Conheces os mandamentos”, cumpra-os, pois a lei disse “o
homem que fizer estas coisas, por elas viverá.” (Gál. 3:12). É evidente que Jesus fez assim para tirar a vaidade
dele e mostrar a sua necessidade por algo melhor. Ele obteve sucesso, pois o jovem foi embora triste e humilhado.

Mat. 24:20. O Sábado 70 D. C. Ver Capítulo XIV.

Mat. 28:1. “O Sábado” ainda depois da cruz. Ver Capítulo XIV.

Marcos 2:27. O Sábado para o homem. Ver Capítulo XIV.

Lucas 23:5-6. As mulheres guardavam o Sábado. Ver Capítulo XIV.

Atos 13:14; 18:4, etc. Paulo guardou o Sábado. Ver Capítulo XIV.

Rom. 3:31. A lei estabelecida. “Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a
lei.” A lei são os dez mandamentos. Ele não está abolido, mas estabelecido. Esta é uma declaração positiva de que
a lei ainda é obrigatória sob o Evangelho. O Sábado é uma parte da lei, e por isso deve ser guardado.
Resposta:
1. Uns poucos textos isolados não podem ser interpretados de modo a conflitar com a grande tendência geral e
muitas declarações diretas do Novo Testamento, quando afirmam que não estamos sob a lei e que ela terminou na
cruz.
2. Não existe nada no texto ou no contexto que diga ou indique que Paulo fala apenas do decálogo.
3. Paulo argumentou através desses três capítulos que ninguém jamais guardou a lei, nem Gentios ou Judeus.
Portanto, ele conclui que ninguém pode ser justificado pela “lei das obras”, mas todos podem ser justificados
“pela lei da fé.” (3:27). Depois ele conclui “que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei.” (verso 28).
Depois ele se antecipa em dizer que alguns irão se opor acusando-o de ser um Antinomiano, colocando de lado a
lei (verso 31). Isto ele nega. O fato de a lei Judaica ser abolida, de forma alguma segue-se que toda a lei está
abolida. Assim ele diz: “Anulamos, pois, a lei através da fé? De maneira nenhuma, mas estabelecemos lei.”
(Diaglott). Esta é uma tradução literal do grego, e transmite a ideia corretamente. Paulo não diz a lei, mas
simplesmente lei em geral. No original, o artigo definido a não é usado entes de lei. Consequentemente, neste
verso entendemos que Paulo fala da lei em geral, e não de “a lei” do Sinai. Aqui estão outras traduções confiáveis
do texto dando a mesma ideia. “Nós, então, tornamos vã lei através da fé? Longe disso, nós estabelecemos lei.”
(American Bible Union Translation). “Nós, então, tornamos lei inútil através da fé? De forma alguma, mas

154
estabelecemos lei.” (Campbell, Macknight e Dodridge). “Nós, então, fazemos lei de nenhum efeito através da fé?
Deus proíbe; não, estabelecemos lei.” (Revised Version, escrita marginal). A escrita marginal nesta versão, onde
difere dos textos autorizados, como faz aqui, era apoiada por dois terços dos tradutores eruditos presentes na
última redação (ver seu prefácio). Esta, então, é bem fundamentada.
Portanto, o texto não fala do decálogo e nem mesmo da lei Mosaica, mas da lei em abstrato. Paulo afirma que
a fé em Cristo não nulifica o uso de lei. Isto é exatamente o que eu creio. A grande lei moral de Deus permanece
imutável através das eras, enquanto que expressões particulares dessa lei adaptadas às circunstâncias locais, como
era a lei Judaica, pode ser mudada.
Se for insistido que esta é a lei dada aos Judeus, então replicamos: A lei seria toda a lei Mosaica, não somente
o decálogo. Dr. Adam Clarke dá uma resposta suficiente para os Adventistas: “Por lei aqui podemos entender toda
a lei Mosaica em seus ritos e cerimônias, dos quais Jesus era o objetivo e o fim. Toda esta lei dizia respeito a ele, e
à doutrina da fé em Jesus Cristo, que a religião Cristã proclamou e estabeleceu as próprias reivindicações e
exigências da lei, ao mostrar que tudo foi realizado na paixão e morte de Cristo.” (sobre Rom. 3:31). Portanto, o
texto de forma alguma favorece a ideia Adventista, embora seja ele sua principal esperança.

Rom. 6:14, 15. “Não debaixo da lei.”


Diversas vezes Paulo diz diretamente que os Cristãos não estão “debaixo da lei.” (ver Rom. 6:14, 15; Gál.
3:23-25; 4:21; 5:18). É como se dissesse que os Cristãos não são governados por essa lei; pois, certamente se nós
não estamos sob uma lei, não estamos sob obrigação de obedecê-la. Vivendo em Michigan, eu estou debaixo da
lei deste estado; mas eu não estou debaixo da lei da Inglaterra, e, consequentemente, ela não tem reivindicação
sobre mim. Logo, se nós não estamos debaixo da lei ela não tem reivindicações sobre nós.
Em oposição ao claro significado desta frase, os Adventistas do Sétimo Dia dizem que ela significa que nós
não estamos debaixo da maldição ou condenação da lei. Mas Paulo não diz que nós não estamos debaixo da
maldição da lei, mas sim que nós não estamos debaixo desta própria lei. Cada texto onde a frase aparece mostra
que o significado é estar debaixo da autoridade da lei.
Este assunto está tão claro, que os próprios Adventistas se dividem quanto a ele; um partido escrevendo contra
o outro. O Ancião Waggoner lidera um partido, e o Ancião Butler, o outro. Cito Butler contra Waggoner em The
Law in Galatians, pág. 51, 52 (http://dedication.www3.50megs.com/1888/waggonerbutler_twolaws2.html). “Mas,
imagina-se que neste verso (Gál. 3:23) a expressão “debaixo da lei” deve se referir ao pecador sob a condenação
da lei moral. Extensos argumentos têm sido feitos em suporte disto, mas nós não conseguimos ver evidências para
provar tal posição.” Depois ele admite para o outro partido que “debaixo da lei” significa algumas vezes debaixo
da sua condenação, embora este não seja seu significado primário. Ele tem que dizer isto para salvar a si mesmo
em outros textos, mas eu nego que alguma vez tenha sido este o significado.
Ele continua: “Lemos em Mat. 8:9 a respeito de um homem debaixo de autoridade tendo soldados abaixo
dele, isto é, a autoridade estava sobre ele e ele estava investido de autoridade sobre os soldados, e cada um tinha
que obedecer; não que ele estivesse debaixo da condenação da autoridade, ou os soldados sob sua condenação... A
própria natureza da expressão em si significa isso, 'debaixo da lei' significando simplesmente a lei estando acima
ou tendo autoridade sobre as pessoas que estão abaixo dela. Este é o significado primário e mais simples do termo;
e a menos que puderem ser apresentadas fortes razões, deveríamos sempre dar à expressão este significado.”
“Greenfield não indica exemplo onde ela é usada no sentido de estar sujeito à condenação da lei.” “Não estamos
mais sob o pedagogo (a lei), isto é, não mais debaixo da sua autoridade; sua autoridade já não está sobre nós,
porque seu ofício divino cessou quando o renovo veio.” Da mesma forma escreve o Ancião Butler, e ele declara a
verdade; mas ele tenta limitar isto à lei cerimonial. Aqui ele falha, pois é “a lei”, não uma parte dela.
Aqui está o que os léxicos falam sobre a palavra “debaixo”: “Em relação a algo que governa. Em um estado
de sujeição; sujeito” (Webster). Quando está na forma da palavra grega “hupo”, é assim definida: “Em sujeição a
uma lei” (Rom. 6:14). Greenfield: “expressar sujeição”; “sob seu domínio”; sob sua direção”; “sujeito a.” Groves
Gr. and Eng. Dict. “Sob sujeição a” (Rom. 14), Bagster's Gr. Lex. Portanto, todas as autoridades que consultei
definem “debaixo” como significando sob a autoridade de, sujeito a. Agora Paulo diz, “Não estais debaixo da lei”
(Rom. 6:14), isto é, não sob sua autoridade, não sujeito a ela. Isso está claro o suficiente.
Voltando aos comentaristas, leio: “Debaixo da lei; em sujeição a ela” (Clarke sobre Gál. 4:4). “Sujeito à lei”,
“Compelido por suas exigências” (Barnes sobre Gál. 4:4). “Não sob a lei; não submisso a uma dispensação legal”
(American Tract Society, notas sobre Rom. 6:14). “Debaixo da lei, debaixo da dispensação legal” (Scott sobre
Gál. 3:23-25).

155
Assim todos concordam que “debaixo da lei” significa sujeito à sua autoridade. Mas nós não estamos debaixo
da lei, nem debaixo da sua autoridade. Leia uns poucos textos quanto ao seu significado. “Edom se revoltou
debaixo da mão de Judá” (2 Reis 8:20). “Israel saiu debaixo da mão dos Sírios” (2 Reis 13:5). “Vós cuidais em
sujeitar a vós os filhos de Judá” (2 Cr. 28:10). Em cada caso significa estar sob autoridade de. Novamente: “Sou
homem sob autoridade, tendo treze soldados sob mim” (Mat. 8:9). “Não estais debaixo da lei, mas debaixo da
graça” (Rom. 6:14). “E fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus; para os que estão debaixo da lei,
como se estivesse debaixo da lei, para ganhar os que estão debaixo da lei.” “Para os que estão sem lei, como se
estivesse sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os que estão sem
lei” (1 Cor. 9:20-21).
Essa passagem mostra além da dúvida o que Paulo quis dizer por “debaixo da lei.” Os Judeus estavam
debaixo da lei. Quando com eles, ele fazia como eles, para ganhá-los. Ele guardou a lei como eles faziam. Ver
como prova Atos 16:3, onde ele circuncidou Timóteo; e Atos 21:20-26, onde ele raspou sua cabeça e ofereceu
oferta. Os sem lei eram os Gentios, que nunca estiveram debaixo da lei Judaica. Quando com eles, ele vivia como
eles, para ganhá-los. Ele não guardava a lei Judaica. Contudo, Paulo é cuidadoso em acrescentar que eles estavam
debaixo da lei de Cristo, ou mais corretamente, “sob a lei de Cristo” (Revised Version). “Debaixo da lei de Cristo”
(Diaglott). “Sob a lei do Messias” (Siríaca). “Sob a lei do Cristo” (Clarke). “A lei ordenada de Cristo” (Barnes).
Paulo diz que ele estava debaixo da lei de Cristo. Quis ele dizer que estava condenado pela lei de Cristo?
Certamente que não, mas ele estava sob a autoridade desta lei.
Novamente: “Mas, antes que a fé viesse, estávamos guardados debaixo da lei, e encerrados para aquela fé que
se havia de manifestar. De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé
fôssemos justificados. Mas, depois que veio a fé, já não estamos debaixo de aio.” (Gál. 3:23-25).
Quando as pessoas estavam debaixo da lei? Antes de Cristo vir. Elas estão debaixo da lei agora? Não. Isso
mostra o que Paulo quis dizer: uma mudança de dispensações mudou suas relações para com a lei. Antes de
Cristo, debaixo da lei; a partir de Cristo, não debaixo dela.
Antes de Cristo vir eles estavam debaixo da lei, como um mestre que os estava preparando para o grande
Mestre. Quando Cristo veio, eles já não estavam mais debaixo do velho aio, a lei. Prosseguindo com este
argumento, Paulo diz: “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido
sob a lei.” (Gál. 4:4). Novamente isto é decisivo quanto ao significado de “sob a lei.” Cristo nasceu sob a lei, isto
é, sujeito à lei do mesmo modo que qualquer Judeu. Ele obedeceu cuidadosamente esta lei até que ela foi abolida
na sua cruz. Ele certamente não nasceu sob a condenação da lei, pois era sem pecado.
Aos Gálatas que estavam voltando à observância da lei, Paulo diz: “Dizei-me, os que quereis estar debaixo da
lei, não ouvis vós a lei?” (Gál. 4:21). Eles desejavam estar sob a maldição da lei? Contrassenso. Eles desejavam
obedecer a lei exatamente como os Adventistas fazem agora. Finalmente, Paulo diz a eles “Mas, se sois guiados
pelo Espírito, não estais debaixo da lei.” (Gál. 5:18). Se eles aceitaram a Cristo, não tinham necessidade adicional
da velha lei. Portanto, os Cristãos não estão sob a autoridade da lei, pois ela foi cravada na cruz. Sobre este ponto
o Dr. Adam Clarke forçosamente diz: “Debaixo da lei; em sujeição a ela, a qual nele todos os desígnios seriam
cumpridos, e por sua morte seria integralmente abolida; a lei morrendo quando o filho de Deus expirou sobre a
cruz.” (sobre Gál. 4:4).
Que “debaixo da lei” significa sujeito à autoridade da lei, é plenamente provado por Rom. 3:19 - “Ora, nós
sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei.” Os Judeus prontamente admitiam que todos os
Gentios eram pecadores, mas a questão era provar que os próprios Judeus também eram pecadores. Logo, nos
versos 10-18 ele faz várias citações da sua escritura, dizendo que “Não há um justo, nem um sequer,” etc. Agora,
parafraseando o que Paulo diz, “você não pode aplicar isso aos Gentios, pois está na sua própria lei, e nós
sabemos que a lei fala para aqueles que estão sujeitos a ela, e não para aqueles que não estão. Assim, isso significa
que nenhum de vocês, Judeus, são justos. Consequentemente, como todos os Gentios são pecadores, e ela prova
que todos os Judeus também são pecadores, segue-se que todo mundo é culpado.”
Novamente Paulo argumenta que a lei fala apenas para “aqueles que estão debaixo da lei.” Mas a lei fala
apenas para aqueles que são condenados por ela? Isto é falso e absurdo. Para cada homem em Michigan, nossa lei
diz “não roubarás”, tenham eles roubado ou não. Igualmente a lei Mosaica foi endereçada a todos os Judeus.
“Agora, pois, ó Israel, ouve os estatutos e os juízos que eu vos ensino.” (Deut. 4:1). Quem deveria ouvir a lei?
Todo o Israel, pois ela falou para todos eles. Este fato está tão evidente, que Paulo disse “Ora, nós sabemos que
tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz.” (Rom. 319). O que, então, ele quis dizer com “debaixo da
lei?” Ele quis dizer debaixo da autoridade da lei, sujeito à lei, e isto é o que sempre significa. Mas Paulo diz vezes
e mais vezes que os Cristãos não estão “debaixo da lei.”

156
Mas os Adventistas imediatamente exclamam, “Então, se não estamos debaixo da lei, podemos pecar tudo o
que quisermos; podemos roubar, mentir, matar, etc.” Parece que eles nunca percebem que isto é exatamente o que
os Judaizantes, os oponentes de Paulo, disseram contra a sua doutrina naquele momento. Ele menciona a objeção
deles, e responde a ela. “Não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça. Pois que? Pecaremos porque não
estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum.” (Rom. 6:14, 15).
O fato de ter sido objetado contra Paulo que sua doutrina da lei dava licença para pecar, mostra que ele
colocava de lado a autoridade da lei. Se não, por que esta objeção foi feita contra a sua doutrina? Os Judeus
acreditavam no perdão do pecado tão fortemente quanto Paulo acreditava. Logo, se ele meramente ensinava que o
pecador estava perdoado pela graça, de modo que não estava mais sob a condenação da lei, os Judeus
concordariam com ele, pois todos eles acreditavam no perdão dos pecados. O fato de esta objeção ter sido
levantada contra a posição de Paulo sobre a lei – a mesma posição que é a nossa agora – mostra que temos
interpretado-o corretamente.

Rom. 7. A lei é santa. Verso 12. “E assim a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom.” Este é o
decálogo, como mostra o verso 7. Já em cerca de 60 D. C., Paulo disse que ela era santa, justa, boa e espiritual
(verso 14), e ele tem prazer nela (verso 22). Certamente, então, ela não foi abolida.
Resposta: Qualquer um que tenha acesso ao Comentário do Dr. Clarke sobre este capítulo encontrará este
argumento Adventista do Sétimo Dia respondido de forma completa e refinada. Destacarei apenas alguns pontos.
Paulo tinha acabado de declarar que nós não estamos debaixo da lei (Rom. 6:14). Agora ele faz uma
ilustração. Uma mulher está sujeita ao seu marido enquanto ele viver. Ela está debaixo da sua lei, sua autoridade.
Se ele morre, “ela está livre da lei” (verso 3). Esta não é a lei do estado, nem a lei moral, nem a lei de Moisés, mas
é “a lei de seu marido” (verso 2), como Paulo diz distintamente. Esta lei debaixo da qual ela estava vivendo morre
com o seu marido, e ela está livre dela; não está mais obrigada a fazer a vontade do marido, mas está livre para se
dar a outro.
Exatamente assim os Judeus haviam sido mantidos debaixo da autoridade da lei Mosaica. Que ele escreve isto
para os crentes Judeus em Roma, está provado pelo primeiro verso. “Falo aos que conhecem a lei.”
Mas a lei morreu e assim a conexão entre eles foi dissolvida e sua autoridade terminada. Esta é a conclusão de
Paulo como declarada por ele mesmo: “Mas agora temos sido libertados da lei, tendo morrido para aquilo em que
estávamos retidos.”
“Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro,
daquele que ressuscitou dentre os mortos.” (versos 4 e 6). Nenhuma declaração poderia ser mais clara; estamos
libertos da lei, que está morta; e estamos mortos para a lei. Agora podemos ser desposados para Cristo. Diz o Dr.
Albert Barnes sobre o verso 4: “A ideia transmitida é que a morte dissolve uma conexão da qual resultou a
obrigação. Este é o único ponto da ilustração. É um erro fazer todas as coisas nesta ilustração de adequarem a
algum caso da igreja Romana.
Como todas as parábolas, ela tem apenas um objetivo, e este é mostrar a dissolução de uma conexão outrora
existente; o fim de uma autoridade outrora em força. Os crentes Judeus estiveram antes debaixo da lei Mosaica. A
lei está morta e eles estão libertos da sua autoridade. Agora eles podem aceitar a autoridade de outro, o Senhor
Jesus.” Diz Dr. Clarke: “Enquanto ele viver (verso 2); ou enquanto ela viver; a lei não estende a sua influência
para os mortos, nem leis revogadas impõem obrigações. É como se falássemos de uma lei revogada que já não
pode expressar ordens; ou do seu objetivo já estando morto, de modo que ela já não tem mais nada para impor
suas obrigações. Em ambos os casos a lei não possui força.” Seguramente o assunto está claro o suficiente, se
quisermos entendê-lo.
Vista sob a luz dos seus muitos excelentes preceitos, a lei era santa, justa, boa e até mesmo espiritual.
Contudo, falhando em realizar a salvação do homem, ela foi substituída por um sistema melhor que fez aquilo que
ela não poderia fazer.

Rom. 14:5. Um dia sobre o outro. Ver Capítulo XV.

1 Cor. 7:19. Os mandamentos a serem guardados. Paulo diz que devemos guardar “os mandamentos de Deus”,
que são os dez mandamentos.

157
Resposta: Vejam como eles sempre presumem exatamente aquilo que deveriam provar, a saber, que isto é o
decálogo. Agora deixe Paulo na mesma carta explicar o que ele pretendeu dizer com “mandamentos de Deus.”
“As coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor.” (1 Cor. 14:37). Portanto, isso não tem relação com o
decálogo.

2 Cor. 3. A ministração da morte aniquilada. Ver Capítulo XIX.

Gál. 3:19. A lei adicionada. “A lei foi ordenada por causa das transgressões.” Esta era a lei cerimonial
adicionada à lei moral. Consequentemente, a lei aniquilada em Gálatas é apenas a lei cerimonial.
Resposta: Isto é o que uma facção dos Adventistas do Sétimo Dia dizem, enquanto outra facção diz que isto se
refere a toda a lei moral, e que não foi aniquilada de forma alguma! Portanto, eles contradizem uns aos outros
acaloradamente. Mas;
1. Em todo o livro não existe nada mencionado sobre uma tal distinção entre leis moral e cerimonial.
2. Temos provado que não existe tal distinção em toda a Bíblia.
3. Por todo o livro de Gálatas, é “a” lei sem nenhuma indicação de que existia uma outra lei da qual esta
deveria ser distinguida. A lei era toda a lei. Até mesmo o Ancião Butler admite isto. Ouçam-no: “O termo 'a lei'
entre os Judeus geralmente abrangia os cinco livros de Moisés, incluindo assim todo o sistema; moral, ritual,
típica [simbólica] e civil. Esta, como um sistema, os mestres Judaizantes desejavam manter.” Novamente: “Não há
dúvidas, diversas referências à lei moral na epístola.” (Law in Galatians, pág. 15, 70). Bom, isto termina a
matéria; Gálatas trata de toda lei.
4. É facilmente provado que esta lei moral, com eles a chamam, está incluída em “a lei.” Gál. 3:13 inclui
“todas as coisas que estão escritas no livro da lei.” Este livro continha os dez mandamentos. Butler admite isto. “O
livro da lei... continha as leis moral e cerimonial.” (Law in Galatians, pág. 39). Novamente: “Cristo nos resgatou
da maldição da lei.” (Gál. 3:13). Esta é a lei moral, pois não existia maldição na lei cerimonial. Este ponto é difícil
para eles harmonizarem. Butler faz esta confissão: “Estamos perfeitamente dispostos a admitir que a maldição
trazida à vista no texto, no qual Cristo redime seu povo, principalmente inclui transgressões da lei moral.” (Law in
Galatians, pág. 40). Isto faz com que se desista de todo o caso. Em Gál. 5:14, Paulo cita como “a lei”, “Amarás ao
teu próximo como a ti mesmo.” Se alguma lei é moral, é esta.
5. Agora leia cuidadosamente Gál. 3:15-19, e veja que a lei foi adicionada à promessa feita a Abraão. “Foi
adicionada à promessa,” (Notas de Wesley). Portanto, toda a conversa Adventista sobre esta ser a lei cerimonial
adicionada à lei moral é uma falácia. Ela é toda a lei, e terminou em Cristo (Gál. 3:19-24).

Efé. 2:14, 15. A lei de ordenanças. Isto mostra que apenas a lei cerimonial foi abolida.
Resposta: Como os preceitos cerimoniais da lei compunham a maior parte dela, e como foi em grande parte
por sua causa que a lei foi abolida como um sistema opressivo, eles são naturalmente mencionados como a razão
pela qual ela foi abolida. Ao dar a causa da morte de um homem, nós naturalmente mencionamos as partes
enfermas, embora todo o homem tenha morrido. Dizemos que Brown morreu de doença do coração. Então, Smith
diz para todos que tudo aquilo que está morto em Brown é o seu coração! Esta é uma ilustração simplória dos
argumentos Adventistas para muitos textos. Os apóstolos dizem que a lei está morta, morte de tipos (símbolos),
sombras e ordenanças carnais; os Adventistas relatam que apenas uma parte da lei está morta, exatamente as
partes mais doentes, e estas foram amputadas. Selá!
Os Adventistas dizem que não existem “ordenanças” nos dez mandamentos, e assim isso não pode ser
aplicado a eles. Mas isto é um erro. O que é uma ordenança? Webster diz: 1. “Uma ordenação ou estabelecimento
feito por uma autoridade; compromisso. 2. Uma regra estabelecida por autoridade; um estatuto, lei, edito,
decreto.” Isto é exatamente o que o decálogo era; uma lei estabelecida por autoridade. A Cruden's Concordance,
diz: “Ordenança. 1. Qualquer decreto, estatuto ou lei feita por governadores civis. 2. As leis, estatutos e
mandamentos de Deus.” Portanto, os estatutos, leis e mandamentos de Deus são ordenanças; e especialmente isto
era verdadeiro quanto ao Sábado ser guardado no sétimo dia. Isto dependia total e unicamente da designação de
Deus; consequentemente, era seguramente uma ordenança, e assim morreu com as demais ordenanças.

158
Col. 2:14-16. Cravado na cruz. Ver Capítulo XV.

A lei no livro de Hebreus. É declarado pelos Adventistas que a lei que é mencionada aqui de forma tão
distinta como tendo sido “riscada”, “tirada”, etc., é apenas a lei cerimonial.
Resposta:
1. Nem uma palavra é dita que signifique uma lei cerimonial, ou que se trata de uma lei particular dentre duas.
Ela é simplesmente “a lei”, sem qualquer qualificação. Se esta doutrina de duas leis fosse tão clara para os
apóstolos, e tão importante como é para os Adventistas, é estranho que eles não tivessem dito isso claramente ao
menos uma vez. Mas eles não disseram; eles apenas dizem “a lei” e vão adiante.
2. Várias vezes neste livro o decálogo é referido de forma distinta, como no Cap. 8:9, “a aliança” (ver Deut.
4:13), “as tábuas da aliança” (Cap. 9:4), e na entrega dos dez mandamentos no monte Sinai (Cap. 12:18-21).
Consequentemente, o livro se refere a toda a lei.

Tiago 2:8-12. Cada ponto da lei obrigatório. Tiago cita dois preceitos dos dez, e diz que devemos guardar toda
a lei, da qual o Sábado é uma parte.
Resposta:
1. Novamente nós lembramos ao leitor que “a lei” é toda a lei dada aos Judeus, da qual o decálogo é apenas
uma parte. Logo, se “a lei” é obrigatória agora, então deveríamos guardá-la toda – sacrifícios, dias de festa, etc.
2. Se todo o decálogo é obrigatório pelo fato de Tiago ter citado uma parte dele, então toda a lei de Moisés é
obrigatória também, porque ele também cita dela o verso 8, “Amarás a teu próximo.” Isto vem de Lev. 19:18.
Todo este capítulo é obrigatório agora?
3. Tiago cita o tanto quanto era aplicável ao seu assunto, seja do decálogo ou de outros livros, sem por meio
disto colocar obrigações sobre nós.
4. “A lei da liberdade”, verso 12, é a lei do Novo Testamento. Wesley diz: “Lei da liberdade – o Evangelho.”
(notas sobre o verso 12). Adam Clarke diz: “A lei da liberdade, o Evangelho de Jesus Cristo.”(sobre o verso 12).
Cada citação neste texto é tomada das palavras de Cristo nos evangelhos (ver Mat. 19:18, 19).

1 João 2:3-6. Estes são os dez mandamentos.


Assim os Adventistas sempre interpretam, e em seguida julgam mentirosos todos aqueles que não guardam o
sétimo dia.
Resposta:
1. O texto diz que estes são os dez mandamentos? Isto, como de costume, é presumido.
2. O contexto mostra claramente que está se referindo aos mandamentos de Cristo. Leia os versos 1 a 5 e
observe que é de Cristo que se fala. Logo, “seus mandamentos” são mandamentos de Cristo. Não existe referência
ao decálogo.

1 João 3:4. Pecado é a transgressão da lei.


Deste texto os Adventistas do Sétimo Dia declaram que todos os pecados de qualquer tipo são uma violação
dos dez mandamentos, que é a lei aqui subentendida.
Resposta:
1. O texto diz que esta lei são os dez mandamentos? Não, nem qualquer indício de tal coisa. Aqui, como
sempre, eles presumem a própria coisa a ser provada.
2. O decálogo não foi dado até Moisés, 2500 anos depois da criação (Êx. 20; Deut. 5:2-6); mas o pecado
existiu durante todo esse tempo. Os anjos pecaram (2 Ped. 2:4); Adão pecou (Rom. 5:12); os Sodomitas pecaram
(Gên. 13:13); “os Gentios, que não têm lei”, pecaram; e, portanto, o pecado é algo mais do que uma violação do
decálogo. Uma negligência de fazer o bem é pecado (Tiago 4:17), mas isto não violaria o decálogo. Incredulidade

159
é pecado (Rom. 14:23), mas isto não é transgressão do decálogo. Logo, muitos serão condenados porque
negligenciaram de alimentar o faminto, dar de beber ao sedento, abrigar o estrangeiro, vestir o nu ou visitar o
enfermo (Mat. 25:41-43), nenhum dos quais são mencionados no decálogo. João diz, “Toda a iniquidade (não
retidão, mal) é pecado.” (1 João 3:4). Existem dezenas de coisas erradas que o decálogo não notifica de forma
alguma.
3. O decálogo terminou na cruz (2 Cor. 3:7; Rom. 10:4), e por isso ele não pode condenar o pecado agora.
4. No original de 1 João 3:4, a palavra lei não aparece de forma alguma. Assim: “Pecado é ilegalidade”
(Revised Version). “Pecado é iniquidade” (Diaglott). “Todo pecado é iniquidade” (Siríaco). “Pecado é maldade”
(Sawyer's Translation). “Pecado é ilegalidade” (grego literal). Esta é a ideia correta. Assim, uma tradução correta
estraga completamente este texto para os Adventistas. Ele simplesmente afirma que todo pecado é iniquidade,
impiedade ou desconsideração da lei, sem qualquer referência necessária ao decálogo.

1 João 3:22. Os dez mandamentos novamente.


A mesma velha suposição novamente, a saber, que “os mandamentos” são sempre os dez mandamentos. Mas
o próximo verso explode este hobby, ao indicar o significado. “E o seu mandamento é este: que creiamos no nome
de seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o seu mandamento.” Isto não é de forma alguma
o decálogo.

Apoc. 12:17. O remanescente guarda os mandamentos. Este texto mostra que o remanescente, o último estado
da Igreja, guardará os dez mandamentos, consequentemente, o Sábado.
Resposta:
1. Isto ocorre sob o dragão, que os Adventistas do Sétimo Dia dizem ser Roma Pagã. Mas a Roma Pagã
findou há mais de 1300 anos, como eles admitem. Portanto, isso de aplica há eras atrás, não ao presente.
2. O texto diz que “os mandamentos” são os dez mandamentos? Não, nem existe qualquer coisa que o
indique. Eles presumem isto, como de costume.
3. Muitas das vezes, por todo Novo Testamento, outras coisas são chamadas de “os mandamentos”. Assim é
com os dois grandes “mandamentos” (Mat. 22:36-40; os preceitos de Cristo (João 14:15, 21; 15:10; 13:34; Atos
11:2); os ensinos dos apóstolos (1 Cor. 14:37; 1 Tess. 4:2; 2 Ped. 3:2), etc. É de longe mais provável que o texto
esteja se referindo a estes, ao invés da velha lei que foi abolida.

Apoc. 14:12. Ver notas sobre o Capítulo 12:7, acima.

Apoc. 22:14. Guardar seus mandamentos.


1. Se a versão comum está correta, as observações sobre Apoc. 12:17 serão aplicáveis igualmente aqui.
2. Mas na leitura correta não existe nada dito sobre os mandamentos. A versão revisada apresenta assim:
“Bem-aventurados são aqueles que lavam suas vestes.” Igualmente a American Bible Union, o Diaglott, etc.
Consequentemente, este texto não oferece nenhum suporte para o assunto.
Examinamos assim cada texto, de Gênesis a Apocalipse, com os quais os Sabatistas contam para afirmar a
perpetuidade da lei e do Sábado. 1. Para ser conclusivo, todos estes textos estão sujeitos a uma interpretação
diferente daquelas que eles dão aos mesmos; eles não necessariamente significam aquilo que os Adventistas
dizem. 2. Sinto-me confiante de que temos provado de forma justa e conclusiva que eles não ensinam o que os
Adventistas declaram.
De minha parte estou profundamente convencido de que a teoria Sabatista é totalmente construída sobre uma
interpretação estreita, forçada e não-natural da Bíblia; uma que não pode resistir ao teste de um criticismo
legítimo. Quanto mais eu estudo, mais visíveis estes fatos de tornam para mim. Sou devotadamente grato a Deus
por ele ter-me conduzido para fora deste erro.

160
CAPÍTULO XXII

A NATUREZA DO HOMEM.

Sobre este assunto darei apenas uns breves argumentos simplesmente chamando a atenção para alguns pontos
principais.
Que o espírito do homem sobrevive à morte de seu corpo, e vive em um estado consciente, tem sido a crença
generalizada de todas as pessoas em todas as eras, de modo que podemos de forma justa chamá-la de universal.
Quanto a isto, as nações mais bárbaras e as mais iluminadas estão de acordo. Tampouco a inteligência crescente
das gerações que progridem têm perdido esta crença, mas, ao contrário, a confirmam. Os pensadores mais cultos
da raça sustenta essa fé. Embora este fato não seja conclusivo, ele, contudo, tem muito peso.
Igualmente esta doutrina tem sido a fé universal da Igreja Cristã em todas as eras. As exceções a isto têm sido
poucas e sempre consideradas como heréticas. Este fato, estou autorizado a dizer com justiça, possui grande peso.
Ele não deveria ser considerado superficialmente.
Os Judeus, que por muitos séculos desfrutaram dos benefícios das revelações de Deus, também acreditavam
que o espírito vivia após a morte do corpo.
Os Apócrifos apresentam as visões dos Judeus pouco antes do tempo de Cristo. Aqui estão uns poucos versos:
O ímpio irá “suportar tortura eterna pelo fogo.” (4 Macab. 9:9; http://pt.scribd.com/doc/106690098/Quarto-Livro-
Dos-Macabeus). “A vingança divina lhe é reservada com fogo e tormento eternos, que se apegarão a ti todo o
tempo.” (Cap. 12:12). “Não vamos temer aquele que pensa que mata; porque grande é o julgamento da alma e o
perigo do tormento eterno reservado para aqueles que transgridem.” (Cap. 13:14). A respeito dos mártires, é dito:
“Através do qual também eles agora estão ao lado do trono divino, e vivem uma vida inefável.” (Cap. 17:18). “Os
filhos de Abraão, com sua vitoriosa mãe, estão reunidos juntos ao coro de seus pais, tendo recebido almas puras e
imortais da parte de Deus.” (Cap. 18:23). “O tirano Antíoco foi punido sobre a terra e está sendo punido agora que
é morto.” (verso 5).
Isso mostra claramente que os Judeus acreditavam na imortalidade da alma; o estado consciente dos mortos e
a punição eterna.
Igualmente Josefo, o historiador Judeu que viveu na mesma época de Paulo, declara nitidamente que a
sociedade dos Judeus acreditava na imortalidade das almas. Dos Fariseus, ele diz: “Eles também acreditavam que
as almas tinham nelas um vigor imortal.” (Antiguidades, Livro 18, Cap. 1). Novamente: “Eles dizem que as almas
são incorruptíveis; mas que as almas dos homens bons são apenas removidas para outros corpos; mas que as almas
dos homens maus estão sujeitas à punição eterna.” (Guerras, Livro 2, Cap. 8). De outra seita Judaica, os Essênios,
ele diz: “Eles ensinam a imortalidade das almas.” (Antiguidades, Livro 18, Cap. 1). Além disso, “Sua doutrina é
que os corpos são corruptíveis e que a matéria da qual eles são feitos não é permanente; mas que as almas são
imortais e continuam para sempre; e que elas se achegam como o ar mais sutil, e ficam unidas aos seus corpos
como em prisões, sendo atraídas por uma certa sedução natural. Mas que, quando são libertas de seus ossos e
carne, ficam como que libertas de um longo cativeiro e regozijam-se ao se elevar para cima.” (Guerras, Livro 2,
Cap. 8). Dos Saduceus, ele diz: “Mas a doutrina dos Saduceus é que as almas morrem com seus corpos.”
(Antiguidades, Livro 18, Cap. 1). Novamente: “Eles também levam a crença da duração imortal da alma e a
punição e recompensa no Hades.” (Guerras, Livro 2, Cap. 8).
Josefo fala muito mais na mesma linha, de modo que não pode haver dúvida quanto à crença dos Judeus
naquele tempo, pois ele era um deles e conhecia todas as suas doutrinas. Ele diz que eles acreditavam na
imortalidade da alma, no estado consciente dos mortos e na punição eterna. Os esforços dos aniquilacionistas para
negar isto são desleais e fúteis.

161
A FÉ DA IGREJA PRIMITIVA.
A igreja Cristã primitiva sustentava a mesma doutrina. Os mártires são representados na morte como indo
imediatamente para o céu. “Eles se apressaram para Cristo”, diz Euzébio (História Eclesiástica, Livro 5, Cap. 1).
Ele diz que outro, ao morrer, “recebeu a coroa da imortalidade.” (mesmo capítulo). Novamente: “Em paz ele
partiu para Deus.” (Livro 5, Cap. 2). De um que morreu junto com outro, ele diz que “ligou-se ao primeiro como
sua companhia a caminho do céu.” (Livro dos Mártires, Cap. 11). Dos mártires que morreram, ele diz: “Sendo
transferidos para os céus e para o paraíso de gozos celestiais.” (Livro 10, Cap. 1).
Escrevendo sobre a última parte do segundo século, Eusébio diz: “Pela mesma época de que falamos,
surgiram novamente, na Arábia, outros introdutores de uma doutrina alheia à verdade, os quais diziam que as
almas humanas, enquanto durar o tempo presente, morrem no transe derradeiro juntamente com os corpos, e com
eles se corrompe, mas que um dia reviverão novamente com eles no momento da ressurreição.” (Livro 6, Cap. 37;
http://pt.scribd.com/doc/6451956/HISTORIA-ECLESIASTICA-Eusebio-de-Cesareia). Vê-se que estes heréticos
sustentavam a mesma doutrina dos Adventistas. Eles foram declarados, naqueles dias primevos, como
“introdutores de uma doutrina alheia à verdade”, o mesmo que agora.

APENAS UMA TRAMA DOENTIA.


Ocasionalmente, aqui e ali, ao longo de toda a história da Igreja, homens se levantaram defendendo o sono da
alma e a aniquilação do ímpio. Mas a doutrina não encontrou guarida; foi aceita apenas por uns poucos; teve uma
existência doentia e logo desapareceu.
Minha longa familiaridade com a doutrina convenceu-me de que não são produzidos os frutos que os
Adventistas reivindicam para ela. Eles dizem que a crença nesta doutrina salvará os homens da infidelidade, do
Espiritualismo, do Universalismo, etc. Tenho observado algo bem diferente. Uma grande proporção dos
Adventistas do Sétimo Dia tem ido para a infidelidade, Espiritualismo e Universalismo mais do que outra igreja
com a qual estou familiarizado. O número tem sido assustadoramente grande e crescente. Onde eles têm
convertido um infiel, têm feito diversos. Muitas vezes eu notei que infiéis e opositores da Igreja ficavam muito
satisfeitos com o nosso ataque à fé ortodoxa e saíam fortalecidos em sua incredulidade e ódio pela Igreja. Isto
criava dúvidas em minha mente, quanto à utilidade de ensinar esta doutrina. Percebi, também, que homens tais
como Wesley, Whitefield, Edwards, Spurgeon, Moody e outros que pregaram intransigentemente sobre a punição
eterna, tiveram mais sucesso em ganhar almas e converter incrédulos para Deus.
Eu também vi que esta doutrina nas mãos dos Adventistas leva à discórdia, contenta, discussão e briga; à
perda da piedade e devoção. Ela naturalmente agarra os homens para uma mudança de mente, em vez de torná-los
humildes e devotados. Consequentemente, como um todo, eu não vejo bem nela.
Os Adventistas asseveram que a doutrina do estado consciente dos mortos leva ao Espiritualismo. Mas, como
declarado acima, os fatos refutam isto, pois a proporção dos membros que vai para este erro é maior entre eles do
que nas igrejas evangélicas. Estas igrejas sustentam fortemente outras doutrinas que proíbem totalmente a
aceitação ao Espiritualismo. Ademais, a Bíblia proíbe consultar os mortos e diz claramente que eles não sabem
nada das coisas sobre a terra (ver Deut. 18:9-12; Jó 14:21; Ecl. 9:5; Lucas 16:19-31). Portanto, após quarenta anos
de esforço, o Espiritualismo já não causa sobre a Igreja um abalo maior do que outros erros, e tampouco existe
qualquer perspectiva de que causará no futuro.

A PRINCIPAL FORÇA DA DOUTRINA.


Aquilo que mais pesa para os que acreditam no sono dos mortos e na aniquilação é o argumento racional.
Muitos textos das Escrituras são decididamente eles, e os Adventistas sentem isto; mas eles são obrigados a
interpretá-los de outra forma, porque a doutrina ortodoxa não lhes é razoável.
Na medida em que podemos ver, nada permanece vivo do homem que morre. Consequentemente, os
Adventistas afirmam que a morte termina tudo. Mas não necessariamente acontece desta forma. Os agentes mais
poderosos no universo são invisíveis. O próprio Deus é “invisível” (1 Tim. 1:17). Os Adventistas acreditam que
anjos e demônios estão constantemente ao nosso redor, embora jamais os tenhamos visto. O ar nos circunda por
todos os lados, e ainda assim não o enxergamos. Até mesmo a água convertida em vapor torna-se invisível. Tome
o calor, eletricidade, gravitação – os agentes mais poderosos com os quais estamos familiarizados – eles são
invisíveis. Quem jamais viu a gravitação? Vemos ela puxar a maçã da árvore; derrubar ao solo o carvalho gigante

162
e sustentar a imensa terra em seu lugar ao redor do sol; mas, a coisa em si, nós nunca vimos. O que é a luz?
Ninguém pode dizer.
Após eras de estudo, os cientistas mais brilhantes são incapazes de dizer o que é a vida até mesmo em sua
forma mais elementar como a simples planta. Nós sabemos que ela existe, vemos seus efeitos e vemos quando ela
parte; mas, o que ela é, de onde vem e para onde vai, ninguém pode dizer. Diante desses problemas insolúveis, as
maiores mentes ficam mudas e reverentemente reconhecem a inescrutável sabedoria de Deus.
Mas de todos os mistérios profundos da criação, o maior é o da alma humana, a parte pensante do homem. O
que é o pensamento? Ele não pode ser visto, nem ouvido, nem pesado ou mensurado. Não podemos dizer se ele é
alto, largo, comprido, circular ou quadrado. Como, então, podemos afirmar que a mente ou o espírito não pode
existir separado da carne e ossos simplesmente porque não podemos vê-lo indo embora? Tal raciocínio é apenas
uma obra de suposição superficial. Como temos visto, isso negaria a existência de Deus, anjos, demônios e as
maiores forças presentes na natureza, como o calor, eletricidade, gravitação, os princípios da vida, etc. Somente
Deus pode nos dizer algo sobre a alma e a sua natureza. Consequentemente, esta é uma questão que só pode ser
estabelecida pela Bíblia.
O maior argumento para a aniquilação é aquele que diz ser irrazoável que Deus venha a permitir que pecado e
pecadores existam para sempre como uma mancha na sua criação. Mas o mesmo argumento provaria que um
Deus Todo-Poderoso de pureza e amor jamais teria de suportar o pecado entrar em sua criação perfeita; ou, tendo
entrado, que ele iria imediatamente aniquilá-lo. Mas fatos inflexíveis refutam tal raciocínio. Pecado e pecadores
estão aqui. Eles têm estado aqui presentes desde que o mundo começou, era após era. Deus não destruiu o pecado
e nem os pecadores tão logo apareceram, nem tem manifestado pressa em trazê-los a um fim. Ele tem suportado a
vida de milhões de pecadores, não só para algum propósito, na medida em que a sua própria salvação está em
causa, tampouco como um aviso para os outros; pois, tanto quando se pode ver, o exemplo deles endurece outros
no pecado e introduz milhões a mais num mundo tão vil quanto o deles próprios. Mesmo os anjos caídos, que não
estão sob provação, cujas vidas não podem trazer nenhum bem para eles mesmos, mas que vivem apenas para
levar outros para longe de Deus, a estes ele tem permitido viver por milhares de anos.
Quem pode afirmar que aquilo que Deus tem assim permitido por milhares de anos, desde o início da criação,
na medida em que sabemos, ele não possa permitir durante eras por vir, e para sempre? Podemos dizer que isto
não estaria de acordo com as nossas ideias de sabedoria e direto. Bem, tem o passado sido de acordo com as
nossas ideias? É o presente como nós iríamos planejá-lo? Não; então isso explode o argumento.
Até que tenhamos sabedoria infinita, é melhor que sejamos cuidadosos em como nos sentamos para julgar os
caminhos de Deus. Poderíamos reunir e ver num único lugar todo o pecado, toda a dor, sofrimento, aflição,
angústia, lágrimas e miséria da nossa terra presente? Isto seria tão horrível quanto o próprio inferno. Contudo,
Deus vê tudo isso e permite que vá adiante. Não saberíamos que isto é um fato, e iríamos declarar que é
irreconciliável com os atributos de Deus? Nós simplesmente e piedosamente aceitamos aquilo que não podemos
explicar. A punição eterna não evidencia ser um problema maior, e por isso pode ser verdadeira, não obstante seja
contrária a todo o nosso raciocínio finito.
Os Adventistas se deleitam em retratar o inferno com todos os horrores literais do fogo, quentura, tortura, etc.,
e então declaram que isto é exatamente o que as igrejas ortodoxas acreditam. Mas ninguém acredita ou ensina tais
coisas. Coisas materiais da terra são usadas para representar coisas espirituais do outro mundo. Portanto, é fogo
em um lugar, trevas exteriores em outro, etc. Não declaramos saber exatamente o que será; apenas que será um
estado terrível de punição eterna.

DECLARAÇÕES DAS ESCRITURAS.


A Bíblia ensina que existe um espírito inteligente no homem, o qual se mantém num estado consciente após a
morte do corpo. O que é um espírito? Jesus disse: “Deus é um espírito” (João 4:24), e “Um espírito não tem carne
e ossos” (Lucas 24:39). Aqui, portanto, está um espírito inteligente, consciente e imortal que não tem carne nem
ossos. Paulo diz que Deus é “o Pai dos espíritos” (Heb. 12:9), em contraste com os “pais da nossa carne.” Se ele é
o Pai dos espíritos, então, necessariamente, estes devem ser participantes da sua natureza. Por isso Jesus disse: “O
que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.” (João 3:6). Note o contraste distinto entre
carne e espírito. Eles são de naturezas diferentes. Isaías diz: “Os Egípcios são homens, não Deus; e seus cavalos
carne e não espírito.” Como Deus é superior ao homem, assim o espírito é superior à carne. Deus é o Pai dos
nossos espíritos, mas certamente não da nossa carne. Paulo diz, “Somos a geração de Deus.” (Atos 17:29). Nossos
espíritos, então, são de uma fonte diferente e de uma natureza maior do que os nossos corpos.

163
Igualmente o Espírito Santo, a terceira pessoa da Trindade, é um espírito inteligente e imortal, sem carne ou
ossos. Ele apareceu no Batismo de Jesus (Mat. 3:16), e em Pentecostes (Atos 2:2-4); ele nos ensina e guia (João
14:26; 16:10). Aqui, então, está outro espírito imortal.
Os anjos são seres conscientes, inteligentes, embora sejam espíritos. “Faz dos seus anjos espíritos.” (Heb.
1:7). Igualmente os demônios são espíritos; ainda que sejam seres inteligentes e não morram. Ver Marc. 5:1-13;
aqui um homem com um espírito imundo encontrou Jesus e o conhecia. Ele falou com Jesus e disse que existiam
muitos deles no homem. Jesus os expulsou do homem para os porcos. Isto mostra que eles podem subsistir em um
corpo ou fora de um corpo e ainda estarem vivos e conscientes em ambos os casos. Mostra ainda que os espíritos
são pessoas inteligentes, não meramente ar, ou sopro, ou uma influência, como os Adventistas tentam provar. Da
mesma forma 2 Reis 22:21-22, “Então saiu um espírito, e se apresentou diante do Senhor, e disse: Eu o induzirei”,
Acabe. O Senhor disse para ele ir.
Vimos com Josefo que os Fariseus acreditavam na imortalidade da alma e que o espírito vivia depois da morte
do corpo. Sobre esta questão, Paulo declarou que era um Fariseu. “E Paulo, sabendo que uma parte era de
Saduceus e outra de Fariseus, clamou no conselho: Homens irmãos, eu sou Fariseu, filho de fariseu; no tocante à
esperança e ressurreição dos mortos sou julgado. E, havendo dito isto, houve dissensão entre os Fariseus e
Saduceus; e a multidão se dividiu, porque os Saduceus dizem que não há ressurreição, nem anjo, nem espírito;
mas os Fariseus reconhecem uma e outra coisa.” (Atos 23:6-8). Os Fariseus acreditavam na ressurreição, nos
anjos e nos espíritos, e assim também Paulo. Os Adventistas acreditam nos dois primeiros e negam o terceiro.
Paulo enumera diversas coisas no céu, como o “Monte Sião”, “a Jerusalém celestial”, os “anjos”, “Deus o juiz”,
“Jesus”, e, finalmente, “os espíritos dos justos aperfeiçoados.” (Heb. 12:22-24). Todos estes textos, e muitos mais
semelhantes a eles, provam que um espírito é um ser inteligente, sem carne ou ossos, vivendo e agindo no corpo
da mesma forma que homens.
É fácil mostrar que o homem tem um espírito como estes. Assim: “Há um espírito no homem.” “O meu
espírito me constrange.” (Jó 32:8, 18). “O Senhor forma o espírito do homem dentro dele.” (Zac. 12:1). Dele é
falado como sendo uma entidade distinta, diferenciada do corpo. Esse espírito não é dependente do corpo para
viver, mas, antes, o corpo é dependente dele. “O corpo sem o espírito está morto.” (Tiago 2:26). Em toda parte o
espírito é reconhecido como superior ao corpo. Esse espírito no homem conhece e pensa. “Porque, qual dos
homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está?” (1 Cor. 2:11). Portanto, o espírito
pensa, raciocina, conhece. Novamente: “Na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.” (Mat. 26:41).
Igualmente é o espírito que determina, “e o meu espírito esquadrinhou.” (Sal. 77:6). Então ele é a parte pensante
do homem. O espírito não morre com o corpo. Nem uma vez, em toda a Bíblia, é dito ou indicado que o espírito
morre; ao passo que é claramente declarado que ele não vai para o pó com o corpo. “E o pó volte à terra, como o
era, e o espírito volte a Deus, que o deu.” (Ecl. 12:7). Isto está claro o suficiente. Novamente: “Quem sabe que o
fôlego do homem vai para cima, e que o fôlego dos animais vai para baixo da terra?” (Ecl. 3:21). O espírito do
homem, então, se eleva para Deus. O corpo pode ser destruído sem destruição do espírito. “Para destruição da
carne, para que o espírito seja salvo.” (1 Cor. 5:5). Davi diz: “Ele passa rapidamente e nós voamos.” Sim, nós
voamos.
O caso do ladrão na cruz jamais poderá ser harmonizado adequadamente com o sono da alma na morte. “E
disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino. E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que
hoje estarás comigo no Paraíso.” (Luc 23:42, 43). Toda a sorte de esforços são feitos para se esquivar do claro
significado deste texto; mas eles são inúteis. Jesus diz claramente “hoje estarás comigo no Paraíso.” Se ele foi
para o paraíso naquele dia, então todos os Cristãos vão para lá na morte. Seu corpo não foi para o paraíso, pois ele
foi sepultado. Portanto, o seu espírito vivia e foi para lá. Imediatamente depois disto, Jesus disse: “Pai, nas tuas
mãos entrego o meu espírito.” (verso 46). Seu espírito foi com o ladrão para o paraíso naquele dia. Igualmente o
agonizante Estêvão disse: “Senhor Jesus, recebe meu espírito.” (Atos 7:59). Esta doutrina da sobrevivência do
espírito está por toda a Bíblia.
A Bíblia representa o corpo como o tabernáculo ou templo no qual o homem vive. Jesus disse: “Destruí este
templo, e em três dias o levantarei.” “Ele falava do templo do seu corpo.” (João 2:19, 21). Do mesmo modo,
Pedro disse: “Enquanto estiver neste tabernáculo.” “Hei de deixar este meu tabernáculo.” (2 Ped. 1:13, 14). Paulo
ensina a mesma doutrina. “Ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia
em dia.” (2 Cor. 4:16). Existe, então, um homem interior e um homem exterior. O homem interior é o homem
substancial, aquele que não perece. Paulo continua: “Porque sabemos que, se a nossa casa terrena deste
tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus; por isso
também gememos, desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do céu; se, todavia, estando vestidos, não
formos achados nus. Porque também nós, os que estamos neste tabernáculo, gememos carregados... Por isso

164
estamos sempre de bom ânimo, sabendo que, enquanto estamos no corpo, vivemos ausentes do Senhor (porque
andamos por fé, e não por vista). Mas temos confiança e desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o
Senhor.” (2 Cor. 5:1-8). Veja quão explícita é a declaração de Paulo: “Nossa casa terrena”, “tabernáculo”, “no
corpo”, “deixar este corpo”, etc. Os Adventistas nunca falam desta maneira. Em casa no corpo, ausente do Senhor;
mas ausente do corpo, presente com o Senhor. É apenas fazendo violência contra as Escrituras, que este texto
pode ser harmonizado com a ideia do sono da alma.
Ouça novamente Paulo: “Conheço um homem em Cristo que há catorze anos (se no corpo, não sei, se fora do
corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado ao terceiro céu. E sei que o tal homem (se no corpo, se fora do corpo,
não sei; Deus o sabe) foi arrebatado ao paraíso; e ouviu palavras inefáveis, que ao homem não é lícito falar.” (2
Cor. 12:2-4). Assim, Paulo acreditava que um homem poderia sair de seu corpo e ir ao céu e ouvir palavras ali. Os
Adventistas ridicularizam tais ideias.
O texto seguinte é tão claro sobre o assunto do estado consciente dos mortos, que os Adventistas ficam
sobremaneira perplexos diante dele. Eles têm tentado várias explicações, todas contraditórias e nenhuma
satisfatória até para eles mesmos. Eu estive lá e sei. Paulo diz: “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é
ganho. Mas, se o viver na carne me der fruto da minha obra, não sei então o que deva escolher. Mas de ambos os
lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor. Mas julgo
mais necessário, por amor de vós, continuar na carne.” (Fil. 1:21-24). “Morrer é ganho”, “desejo de partir, e estar
com Cristo”, “viver na carne”, “continuar na carne” – esta era a fé de Paulo. Ele estava num dilema entre dois; se
permanecer na carne e pregar a Cristo e socorrer seus irmãos, ou partir e estar com Cristo. Quão totalmente
contrário aos Adventistas é esta ideia.
Veja a mesma doutrina definitivamente ensinada no caso do rico e Lázaro. “E aconteceu que o mendigo
morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado. E no inferno,
ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio. E, clamando, disse: Pai
Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a
língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus
bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado. E, além disso, está posto
um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem
tampouco os de lá passar para cá. E disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai, pois tenho
cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento. Disse-
lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos. E disse ele: Não, pai Abraão; mas, se algum dentre os mortos
fosse ter com eles, arrepender-se-iam. Porém, Abraão lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco
acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite.” (Lucas 16:1931).
1) Este é o ensino do próprio Cristo.
2) Como vimos, é aquilo que os Fariseus acreditavam com relação aos mortos.
3) Jesus aceitou e confirmou a doutrina deles.
4) Estes eventos ocorreram entre a morte e a ressurreição, enquanto os irmãos do rico ainda estavam vivos
sobre a terra.
5) Assim, imediatamente após a morte e antes da ressurreição, o rico estava no inferno e Lázaro é
recompensado.
6) Ambos estão conscientes.
7) Abraão está vivo por lá.
8) Ambos pensam e falam. Portanto, os mortos certamente sabem algo. Se não tivéssemos outro texto, este
sozinho já refutaria o sono dos mortos. Novamente, Jesus disse que Deus é “o Deus de Abraão, o Deus de Isaque,
e o Deus de Jacó. Ora, Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos.” (Mat. 22:32). Então, estes patriarcas estão
vivos e não apagados da existência na morte. Uma vez mais: “E não temais os que matam o corpo e não podem
matar a alma.” (Mat. 10:28). Se o corpo é tudo, não existe homem; se a alma é simplesmente a vida do corpo,
então os homens podem matar a alma. Mas Jesus diz que eles não podem matar a alma. Ela não pode, então,
morrer com o corpo. Quão justamente ao contrário estes textos claros contradizem a fé Adventista, embora eles
declarem ir pela Bíblia. Igualmente encontramos Moisés no monte com Jesus, ainda que houvesse sido sepultado
mil e quinhentos anos antes (Deut. 32). “E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele.” (Mat. 17:3).
Mas, por que citar mais? Estes são decisivos.

165
Muitos dos textos citados para provar o sono da alma se referem apenas ao corpo. Assim, Gên. 3:19,
“Porquanto és pó e em pó te tornarás.” Isto não pode se referir ao espírito, que não tem carne nem ossos (Luc.
24:39), mas retorna para Deus na morte (Ecl. 12:7). Leia seus textos de prova:
“E Davi dormiu com seus pais, e foi sepultado na cidade de Davi.” (1 Reis 2:10). O espírito de Davi foi
sepultado?
“Assim o homem se deita, e não se levanta... Quem dera que me escondesses na sepultura.” (Jó 14:12, 13). O
espírito de Jó deitou-se na sepultura? Ficou ele escondido no pó? Dificilmente.
“Se eu esperar, a sepultura será a minha casa.” (Jó 17:13). O espírito vai para a sepultura?
“Para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.” (Ecl. 9:10). “E
muitos dos que dormem no pó da terra.” (Dan. 12:2). “Lázaro dorme”, “Lázaro está morto”, “Nesta altura já
cheira mal.” (João 11: 11, 14, 39). Poderia isso ser dito do espírito? O espírito de Lázaro apodreceu?
Seguramente, não.
Tome seu texto favorito, Atos 2:34, “Porque Davi não subiu aos céus.” O contexto mostra claramente que se
fala do corpo. “Ele morreu e foi sepultado, e entre nós está até hoje a sua sepultura.” “Nesta previsão, disse da
ressurreição de Cristo.” (versos 29, 31).
Igualmente em 1 Cor. 15, as diversas expressões sobre estar adormecido, são todas explicadas pelo assunto
discutido – a ressurreição do corpo. 1 Tess. 4:13-16 é explicado do mesmo modo. Paulo está se referindo à
ressurreição. Toda aquele conjunto de textos se referem apenas aos corpos que vão para a sepultura na morte.
Como o espírito não vai para lá, estes textos não possuem relação com ele, e assim nada provam com relação a
ele. Um único texto explica todos eles: “E abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos que dormiam foram
ressuscitados.” (Mat. 27:52). Sim, sepulcros, corpos, dormiam – isto é tudo quanto ao texto. Os Adventistas
deveriam ir aos nossos hinários ortodoxos e selecionar expressões sobre nossos amigos adormecidos e em suas
sepulturas, e assim provar que nós todos acreditamos no sono da alma. Mas isto seria falso, pois, como sabemos,
referem-se somente ao corpo.
Da mesma forma com muitos textos; Ecl. 9:5-10, “Os mortos não sabem coisa nenhuma”, é limitado pelo
contexto a “coisa alguma do que se faz debaixo do sol” (verso 6). Compare este com outros textos onde a mesma
expressão é usada. “Foram com Absalão duzentos homens... iam na sua simplicidade, porque nada sabiam.” (2
Sam. 15:11). Outro: “E o moço não entendeu coisa alguma; só Jônatas e Davi sabiam deste negócio.” (1 Sam.
20:39). De um mestre presunçoso, Paulo diz, “Ele é soberbo, e nada sabe.” (1 Tim. 6:4). Estavam todos estes
absolutamente sem pensamento ou consciência? Não. Isto simplesmente significa que eles não sabiam nada das
coisas mencionadas. Igualmente para Ecl. 9:5. O contexto o explica. “Já não têm parte alguma para sempre, em
coisa alguma do que se faz debaixo do sol.” (verso 6).
Salmos 146:3, 4, “Não confieis em príncipes, nem em filho de homem, em quem não há salvação. Sai-lhe o
espírito, volta para a terra; naquele mesmo dia perecem os seus pensamentos.” Seus pensamentos, seus propósitos.
A margem da Revised Version anota “propósitos”. A palavra grega para pensamentos é dialogismo. Greenfield
define-a como “raciocínio, argumentação, pensamento, cogitação, propósito.” Se nós confiarmos nos príncipes
terrenos, quando eles morrerem seus propósitos perecem e somos deixados sem esperança. Portanto, este texto é
facilmente explicado, como são também todos os poucos remanescentes utilizados para ensinar o sono dos
mortos.

166
APÊNDICES
_____________

APÊNDICE A

Battle Creek, Mich., fornece uma boa ilustração do fracasso do Adventismo, depois de um julgamento justo.
Começando em 1855, foi a sede da denominação por cerca meio século. Era a casa do Ancião White e esposa. Por
todos aqueles anos ela teve o benefício dos labores de todos os seus homens mais capacitados e a influência das
suas grandes conferências gerais. Ali foram construídos, a um custo imenso, suas grandes instituições, como as
suas amplas casas publicadoras, seu colégio, seu grande sanatório de renome mundial, seu espaçoso tabernáculo,
etc.
Quando me retirei, em 1887, existiam perto de dois mil que ali guardavam o Sábado, todos unidos. Com
frequência eu preguei no grande tabernáculo onde cada assento no saguão e na galeria estavam ocupados. No
colégio ministrei para uma classe com cerca de duzentos, todos homens e mulheres jovens preparando-se para
trabalhar, seja como ministros ou instrutores da Bíblia. Agora, 1914, o colégio está fechado e perdido para a
causa; o sanatório se rebelou contra a denominação e praticamente poucos administradores, médicos, enfermeiras
e ajudantes são guardadores do Sábado. As casas publicadoras incendiaram e o que sobrou foi movido para outro
lugar; a igreja decresceu cerca de quatrocentos ou quinhentos; o tabernáculo fica praticamente vazio e é um
elefante branco em suas mãos; três grupos separados de observadores do Sábado agora se encontram a cada
Sábado, não tendo relação uns com os outros. Pior ainda, um grande número se apostatou, perdeu a fé em tudo e
não se congrega em parte alguma. Tem sido como um ciclone devastador.
Há cerca de vinte anos, entre os maiores homens em seus escalões, homens dos quais toda a denominação se
orgulhava, estavam Dr. J. H. Kellog, diretor do sanatório; Ancião A. T. Jones, editor, autor, ministro, orador;
Ancião E. J. Waggoner, editor, autor, pregador; Ancião Geo. Tenney, editor, ministro, missionário; Ancião L.
McCoy, ministro, capelão do sanatório e muitas pessoas em posições importantes, como administradores de
negócios, professores de colégio, médicos, etc. Todos estes estão agora fora da igreja e toda a sua influência é
contra o corpo.
O que aconteceu aqui está constantemente acontecendo por todo o campo e em suas igrejas antigas. É nos
novos campos e em terras estrangeiras, onde a sua história é desconhecida, que seus principais ganhos são feitos.
Posso nomear um grande número de igrejas por todo o país que eram igrejas grandes e fortes há trinta ou quarenta
anos atrás. Elas agora estão ou extintas ou apenas com um pequeno grupo que se reúne no canto de uma velha
igreja. Tais são Norridgewock, Maine; Danvers, Mass., Memphis; Wright e Monteray, Mich.; Knoxville;
Sigourney; Winterset e Osceola, Iowa; com dezenas de igrejas menores em muitos estados. A coisa não se
conserva. Se o passado é algum guia, podemos concluir que vinte anos adiante muitos de seus homens mais hábeis
atualmente os deixarão e se oporão a eles; e muitas das suas melhores igrejas decrescerão. Em 1912, segundo as
últimas estatísticas disponíveis, com 4000 obreiros no campo, com milhões em dinheiro gasto, eles ganharam
apenas 4000 em membresia em todo o mundo, ou seja, apenas um para cada obreiro! O Review and Herald, 23 de
abril de 1914, diz: “Tome 1912 como base, e descobriremos que isto custa à denominação praticamente $900 a
$1000 por cada pessoa acrescentada à membresia da igreja.”
Como isso se compara com sua reivindicação de que deles é a mensagem mais maravilhosa que o mundo já
teve, e que o poder de Deus está com eles como em nenhum outro povo? Fatos gélidos são contra eles.

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APÊNDICE B

O sistema do Adventismo do Sétimo Dia alicerça sua fundação sobre as teorias insubsistentes de um velho
fazendeiro iletrado em seus últimos dias e nos devaneios de uma jovem totalmente sem instrução, iletrada, doente
e emotiva.
William Miller, o fundador do Adventismo, tinha sessenta e um anos em 1843, o ano que ele determinou para
o fim do mundo. Ele morreu seis anos depois, desapontado e confuso. Ele mal teve uma educação rural limitada.
Ele rejeitou todos os auxílios da Bíblia e dependeu unicamente das suas próprias ideias a respeito do Bíblia (ver
“Life of Miller,” de James White, pág. 46, 48, 59). Ele aceitou como infalivelmente corretas as datas que existiam
na época na margem da Bíblia. Estas foram organizadas por Usher (http://pt.wikipedia.org/wiki/James_Ussher),
de acordo com a melhor informação disponível na sua época. Investigações posteriores mostraram que essas datas
eram incorretas e com variações de muitos anos. Miller baseou todas as suas figuras sobre essas datas antigas e
por meio delas fixou um determinado ano – o início e fim de cada período profético na Bíblia! Por meio disso ele
determinou 1843 para o fim do mundo e todos os outros períodos se encaixando nesta data, tais como as setenta
semanas, os 2300 dias, os 1335 dias, os 1290 dias, os 1260 dias, as sete igrejas, sete selos, trombetas, etc. Ele
disse que tudo era absolutamente correto!
Então veio a presente Sra. White, uma mera jovem totalmente não-familiarizada com história e cronologia, e
colocou o seu selo em todas as figuras e datas de Miller; disse que nenhuma deveria ser alterada. Ouçam-na:
“Tenho visto que o diagrama de 1843 foi dirigido pela mão do Senhor, e que ele não deve ser alterado; que as
figurações eram o que Ele desejava que fossem.” (Early Writings, edição de 1882, pág. 64; Primeiros Escritos,
pág. 74, http://www.ellenwhitebooks.com/?l=27&p=74). Estas datas, toda a denominação deve sempre respeitar,
estejam certas ou erradas! Portanto, todo o seu sistema profético repousa sobre as figuras que um velho fazendeiro
e uma garota em instrução elaboraram há setenta anos! Deus tenha piedade deles.

_____________

APÊNDICE C

As expectativas fanáticas dos Adventistas. Por cerca de setenta anos os Adventistas do Sétimo Dias têm
predito que em poucos meses, ou anos, antes do fim, o Espírito Santo seria derramado sobre eles como em
Pentecostes. Eles chamam a isto de “as últimas chuvas.” Então acontecerá que o “Alto Clamor” fechará a obra.
Agora, 1914, eles pregam e publicam que tudo isso começou e a obra está prestes a se encerrar rapidamente!
Desta obra, a Sra. White diz: “Milagres serão operados, os doentes serão curados, e sinais e maravilhas seguirão
os crentes.” (Great Controversy, pág. 430, edição de 1884; O Grande Conflito, pág. 612;
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=51&p=612). Cinco capítulos predizem as maravilhas que ocorrerão pouco
antes do fim. Leia-os. Eu só posso rascunhas uns poucos itens:
Satanás aparecerá de forma pessoal e visível para todos, em deslumbrante glória, declarando que é Cristo de
volta à terra. Todo o mundo, com exceção dos Adventistas, o aceitará como tal. Ele sorri para eles e os abençoa.
Todos gritarão “Cristo voltou”. Então Satanás lhes dirá que os Adventistas são ímpios blasfemadores por
trabalharem no Domingo, e devem ser todos mortos (pág. 442, 443; O Grande Conflito, pág. 624, 625;
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=1&p=624). Leia.

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O Espiritualismo tomou posse de todas as igrejas (pág. 405, 422); igreja e estado se uniram (pág. 423, 424),
não apenas nos Estados Unidos, mas “por toda a Cristandade” (pág. 444; O Grande Conflito, pág. 626
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=1&p=626).
Satanás, então, move todos os corpos legislativos para que emitam um edito determinando que todos os que
guardam o Sábado sejam mortos e exterminados, a menos que o reneguem por um dia determinado. “Nenhum
homem pode comprar ou vender”, a menos que guarde o Domingo (pág. 422); qualquer um que recuse “deverá ser
condenado à morte.” Os que guardam o Sábado “serão empurrados para a prisão, alguns serão exilados, alguns
tratados como escravos.” (pág. 426). “Eles serão ameaçados com destruição” (pág. 427). Os Adventistas, então,
fugirão apressadamente das cidades e das vilas e se unirão em grupos, habitando nos lugares mais inóspitos e
solitários.” (pág. 445). “Muitos de todas as nações serão lançados numa escravidão injusta e cruel, e sentenciados
a serem assassinados” (pág. 445). “Em cada quarteirão grupos de homens armados, instigados pelas hostes de
anjos maus, estão se preparando para a obra de morte, com gritos de triunfo; com zombarias e imprecações, estão
prestes a cair sobre sua presa.” (pág. 452; O Grande Conflito, pág. 635; http://www.ellenwhitebooks.com/?
l=1&p=635).
Só então Cristo aparece, e 144000 Adventistas do Sétimo Dia são apanhados rapidamente para as nuvens e
salvos. Todo o resto da humanidade – mundanos, Metodistas, Batistas e todos os que guardam o Domingo, são
totalmente destruídos!
Isto é o que os Adventistas acreditam e ensinam. Leia o livro citado acima. De todas as selvagens teorias
fanáticas já pregadas, esta é o clímax. Para que isso aconteça, as rodas do progresso teriam que rodar para trás
milhares de anos. Esta seria a revolução mais miraculosa que o mundo jamais viu, e tudo dentro de uns poucos
anos! Isto se passará ao redor do mundo, “em todas as nações” (pág. 445). Índia, China, Japão, onde eles não têm
nenhum cuidado pelo Domingo, decretarão que devem morrer todos os que trabalham neste dia! A tendência de
todo o mundo é exatamente oposta; separação da igreja e estado, maior liberdade de pensamento, maior tolerância
em relação a todas as crenças e maior frouxidão na observância do Domingo. É cego o homem que não consegue
ver isto.

_____________

APÊNDICE D

A supremacia do Papa, não o Domingo, é a “Marca” do papado. A única declaração suprema do papado; o
único teste essencial de lealdade de cada Católico; a única coisa que cada Católico deve jurar quando se une
àquela igreja; a única coisa sobre todas as outras, insistidas em todos os catecismos e livros doutrinários, é a
supremacia do papa de Roma. Ninguém pode ser um Católico e negar tal reivindicação. Assine embaixo disto, e
tudo o mais acompanha.
Durante a supremacia papal dezenas de milhares foram martirizados pelo fato de não terem se curvado ante a
autoridade do papa. Foi isto o que ocasionou a grande Reforma sob Lutero e originou o nome Protestante. É
contra isto que todas as igrejas Protestantes têm alertado por trezentos anos.
O teste, a marca de lealdade de um Muçulmano, é reconhecer a suprema autoridade de Maomé como um
profeta; de um Mórmon, reconhecer J. Smith como profeta de Deus; de um Cientista Cristão, reconhecer a
autoridade da Sra. Eddy; de um Católico, reconhecer a autoridade do papa de Roma como suprema.
Nesta cidade temos diversas igrejas Católicas e dezenas de igrejas que guardam o Domingo. Alguém pensa a
respeito dessas igrejas como sendo Católicas pelo fato de elas guardarem o Domingo? Não. Os Católicos pensam
a respeito deles como Católicos por causa disso? Não. Estas próprias igrejas alguma vez pensaram ser Católicas
porque guardam o Domingo? Não. É então a marca de um Católico guardar o Domingo? Não, porque ninguém,
seja Católico, Protestante, mundano ou alguém mais, jamais pensou disto como sendo a marca de um Católico.

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Consequentemente, como ninguém na Igreja ou fora dela jamais considerou uma pessoa como Católica pelo fato
de ela guardar o Domingo, isto não pode ser a marca de um papista.
Contudo, no momento em que qualquer pessoa reconhece a autoridade do papa como suprema, todos a
consideram como um Católico, um papista. E a igreja Católica assim a considera. Mas, se ela simplesmente
guarda o Domingo, e nega a autoridade do papa, irá a igreja Católica aceitá-la? Decisivamente, não. Então, qual é
o teste, a marca, de um papista? É reconhecer a supremacia do papa de Roma. Isto a marca como um Católico.
Assim, a Johnson's New Universal Encyclopedia diz: “Igreja Católica Romana, o corpo de Cristãos que
reconhece a autoridade do Papa de Roma.” O mesmo artigo apresenta o credo ao qual todo Católico deve jurar
obediência: “Prometo e juro verdadeira obediência ao Bispo de Roma, sucessor de São Pedro, Príncipe dos
Apóstolos e Vigário de Jesus Cristo.”
Aqui você tem a marca daquela igreja. Esta não é guardar o Domingo, mas a suprema autoridade do papa.
Todo catecismo ou obra doutrinária Católica possui letras em negrito com este título: “MARCAS DA IGREJA.”
A guarda do Domingo nunca é dada como uma delas, mas a supremacia do papa é sempre dada. Marque bem este
fato.

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APÊNDICE E
A declaração seguinte eu redigi e li para um influente sacerdote Católico de Grand Rapids, Michigan, que
prontamente respondeu, como veremos abaixo:
“A doutrina Católica da mudança do dia Sabático é esta: Os apóstolos, pela instrução de Jesus Cristo,
mudaram o dia sabático do Sábado para o Domingo para comemorar a ressurreição de Cristo e a descida do
Espírito Santo, ambos tendo ocorrido no Domingo. A mudança foi feita pelos próprios apóstolos, e,
consequentemente, por autoridade divina, bem nos primórdios da Igreja. Existem referências para essa mudança
em Atos 20:7; 1 Cor. 16:1-2; Apoc. 1:10, etc. No entanto, os textos não estabelecem positivamente tal mudança, e
por isso os Católicos se voltam para as declarações dos primeiros Pais Cristãos, onde a mudança promovida pelos
apóstolos é confirmada e estabelecida acima de qualquer dúvida. Os Católicos também se apoiam na tradição da
Igreja, que igualmente afirma que a mudança foi feita pelos apóstolos. Os Católicos nunca ensinam que a
mudança do dia foi feita pela Igreja duzentos ou trezentos anos depois de Cristo. Tal declaração seria contrária a
todos os fatos da história e das tradições da Igreja.”
“A Santa Igreja Católica começou com os apóstolos. São Pedro foi o primeiro Papa. Consequentemente,
quando se diz que a Igreja mudou o dia Sabático, queremos dizer que isso foi feito pela Igreja nos dias dos
apóstolos. Nem a Igreja ou o Papa, duzentos ou trezentos anos depois dos apóstolos, tiveram alguma coisa a ver
com a mudança do dia Sabático, pois a mudança foi feita eras antes. Os Católicos não chamam o primeiro dia da
semana de 'dia Sabático', pois este era o Sábado; mas o chamam de Domingo (Dies Domminicus), ou o 'Dia do
Senhor.”
“A declaração acima do Rev. D. M. Canright é verdadeira e a pura doutrina Católica.
Rev. James C. Pulcher, Sacerdote da St. James Church, Grand Rapids, Mich.”

Em resposta à minha pergunta, o Arcebispo Ireland escreveu-me assim:

“St. Paul, março de 1914.


Meu Caro Senhor,

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Em resposta à sua pergunta eu diria que o Sábado Judaico era simplesmente um preceito positivo na lei
Mosaica que caiu junto com esta. Os apóstolos e os primeiros Cristãos instituíram o Domingo como um dia de
oração especial em honra aos maiores mistérios da religião Cristã – a ressurreição e a vinda do Espírito Santo –
ambos ocorrendo no primeiro dia da semana.
Sinceramente,
John Ireland.”

Eu examinei cuidadosamente a “Enciclopédia Católica”, o “Dicionário Católico” e um grande número de


catecismos Católicos, maiores e menores, e todos concordam em localizar a mudança do Sábado no tempo dos
apóstolos e feita pelos apóstolos. Esta é enfaticamente a doutrina da igreja Católica. Nem uma única autoridade
Católica jamais localizou a mudança em alguma outra parte. Os Adventistas são injustos por omitir este fato
quando citam apenas uma parte daquilo que os Católicos dizem. As autoridades Católicas acima citam Atos 20:7;
1 Cor. 16:2; Apoc. 1:10, o mesmo que os Protestantes fazem, como evidência de que a observância do Dia do
Senhor se originou com os apóstolos.

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