O documento discute como a atividade física é essencial para a saúde durante a pandemia de Covid-19. Ele resume estudos mostrando que mesmo curtos períodos de sedentarismo podem prejudicar a saúde, especialmente de idosos e doentes crônicos. Também fornece recomendações de sociedades médicas sobre como continuar exercícios físicos de forma segura durante a quarentena.
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APOSTILA SOBRE ATIVIDADE FÍSICA DURANTE A PANDEMIA
O documento discute como a atividade física é essencial para a saúde durante a pandemia de Covid-19. Ele resume estudos mostrando que mesmo curtos períodos de sedentarismo podem prejudicar a saúde, especialmente de idosos e doentes crônicos. Também fornece recomendações de sociedades médicas sobre como continuar exercícios físicos de forma segura durante a quarentena.
O documento discute como a atividade física é essencial para a saúde durante a pandemia de Covid-19. Ele resume estudos mostrando que mesmo curtos períodos de sedentarismo podem prejudicar a saúde, especialmente de idosos e doentes crônicos. Também fornece recomendações de sociedades médicas sobre como continuar exercícios físicos de forma segura durante a quarentena.
sendo preconizada como a melhor forma de se manter saudável durante a pandemia de Covid-19. Por isso, reunimos, numa sequência de 12 perguntas e respostas, algumas das principais recomendações de duas sociedades médicas. Veja também importantes dicas sobre o uso de máscara em exercícios ao ar livre, se isso for permitido na sua cidade.
Em pouco mais de seis meses, desde o primeiro caso de contaminação
humana pelo novo coronavírus, no final do ano passado, na China, mais de 6 milhões de pessoas em todo o mundo foram infectadas, de acordo com o Worldometer. Assim, governos ao redor do globo começaram a adotar medidas restritivas para evitar aglomerações.
Uma das ações a fim de tentar conter a pandemia de Covid-19 foi o
fechamento de espaços públicos e privados destinados à prática de atividade física e exercício. Além disso, cidades entraram em quarentena ou “lockdown” (fechamento quase completo das atividades), e a população foi estimulada a ficar em casa.
Esses fatos, somados, ligaram um importante alerta entre os especialistas
da área da saúde: o aumento do sedentarismo.
Pesquisador recomenda atividade física em casa
Estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP)
publicado no American Journal of Physiology, no fim de maio, alerta que o sedentarismo provocado pela quarentena pode contribuir para a deterioração da saúde cardiovascular, ainda que em curtos períodos de tempo. Idosos e portadores de doenças crônicas, ressalta a pesquisa, tendem a ser os mais afetados.
Para os autores, o apelo das autoridades governamentais e sanitárias para
que a população fique em casa é válido, mas deveria vir acrescido de uma segunda recomendação: “não fiquem parados”.
Em entrevista à Agência Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de São Paulo), um dos pesquisadores, o educador físico e doutor em Ciência Tiago Peçanha, lembra que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda, no mínimo, 150 minutos de atividade física de moderada a intensa por semana.
“O uso de academias e centros
esportivos ficará limitado nos próximos meses, mesmo após o fim da quarentena. A atividade física realizada no ambiente domiciliar surge como uma alternativa interessante”, comenta. Os impactos da inatividade física sobre o organismo
Os pesquisadores relatam alguns experimentos significativos sobre o
rápido impacto do sedentarismo na saúde. Em um deles, por exemplo, voluntários foram induzidos a reduzir o número de passos diários, de 10 mil para menos de 5 mil.
Apenas uma semana depois, foi constatada redução no diâmetro da
artéria braquial, que é o principal vaso do braço. Além disso, o estudo detectou, nos participantes, perda da elasticidade dos vasos sanguíneos e danos ao endotélio, a camada de células epiteliais que recobre o interior das veias e artérias. Em outro experimento, voluntários foram mantidos sentados continuamente durante um intervalo de três a seis horas. O tempo de inatividade foi suficiente para promover alterações vasculares e aumento nos marcadores de inflamação e no índice glicêmico pós-alimentação.
“Essas primeiras alterações observadas
(…) são funcionais, ou seja, o coração e os vasos sanguíneos dos voluntários saudáveis passaram a funcionar de forma diferente em resposta à inatividade física. Caso a situação se prolongue, porém, a tendência é que se transformem em alterações estruturais, mais difíceis de reverter”, explica Peçanha. Sedentarismo tem efeitos mais nocivos em doentes crônicos
Os efeitos do sedentarismo prolongado tendem a ser ainda mais
devastadores em pessoas com doenças cardiovasculares e outras condições crônicas de saúde, como diabetes, hipertensão, obesidade e câncer. Já em idosos, pode agravar a perda generalizada de massa muscular (sarcopenia) e aumentar o risco de quedas, fraturas e outros traumas físicos.
“Essas populações mais vulneráveis
aos efeitos do sedentarismo também integram o grupo de risco da Covid-19 e, portanto, precisarão se resguardar em casa durante os próximos meses. O ideal é que encontrem estratégias para se manterem ativas, seja realizando tarefas domésticas, caminhando até o jardim, subindo escadas, brincando com os filhos ou dançando na sala”, orienta Peçanha. De acordo com o pesquisador, evidências científicas indicam que a prática de exercícios no ambiente domiciliar é segura e eficaz para controlar a pressão arterial e melhorar as taxas lipídicas. Ademais, promove ganhos na composição corporal, na qualidade de vida e no sono.
Para os pacientes de maior risco, principalmente aqueles não habituados
à prática de exercícios, Peçanha recomenda supervisão por profissionais de saúde, ainda que a distância. Para isso, podem ser usados dispositivos eletrônicos, como câmeras e aplicativos de celular.
“Estudos mostram que as pessoas
tendem a aderir melhor à atividade física quando se cria um ambiente on-line que favoreça o suporte social e a interação entre os praticantes”, afirma o pesquisador. Sociedades médicas reforçam importância da atividade física na pandemia de Covid-19
A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) corrobora os achados da FM-
USP. Em um posicionamento do Departamento de Ergometria, Exercício, Cardiologia Nuclear e Reabilitação Cardiovascular (Derc) sobre a atuação médica durante a pandemia de Covid-19, publicado em maio, a SBC ressalta que a prática de atividade física regular é essencial para promoção de saúde e correção dos fatores de risco para doenças cardiovasculares.
“O sedentarismo piora a evolução e
aumenta a mortalidade das doenças crônico-degenerativas”, destaca o documento. Da mesma forma, a Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE) lembra que pessoas ativas fisicamente apresentam melhora do sistema imunológico. Num informe emitido em abril, a SBMEE também aconselha obesos e diabéticos a continuar, durante a pandemia de Covid-19, programas de atividade física que lhes tenham sido prescritos, pois “exercício é remédio”.
Esta semana, a entidade lançou um novo comunicado, com
esclarecimentos à população sobre o uso de máscaras durante os exercícios. O Estúdio André Guzmán reuniu algumas orientações dos dois documentos da SBMEE e também do comunicado do Derc/SBC. Confira abaixo.