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Guerra de Classes no Rio de Janeiro: um programa revolucionário para as

eleições municipais

 O Brasil vive hoje um acirramento da guerra de classes. Com a intensificação


da superexploração da força de trabalho do nosso povo e o aprofundamento do
subdesenvolvimento e da dependência do nosso país ante as potências
imperialistas.
As disputas políticas regionais se encontram radicalmente condicionadas pela
conjuntura nacional e internacional. É por isso que nas eleições municipais
deste ano, qualquer candidato de esquerda que prometa atacar a raiz dos
problemas da sua cidade deve ter consciência de que não poderá fazê-lo
senão por intermédio do confronto com os grandes problemas da nação.

No campo da esquerda, abre-se uma lacuna a ser preenchida por uma


vanguarda revolucionária. É neste momento que, enquanto a esquerda liberal
insiste na “defesa das instituições democráticas” e na “resistência ao fascismo”,
os marxistas voltam a colocar na ordem do dia a Revolução Brasileira.

O desenvolvimento capitalista brasileiro hoje, favorece a acumulação com a


expansão da renda da terra, a superexploração da força de trabalho, os super
lucros comerciais e todas as formas de rentismo possível.

Uma das características mais importantes da crise atual é a força e


consistência da coesão burguesa (banqueiros, agronegócio, FIESP/FIRJAN e
comerciantes) que orienta os assuntos de Estado e da economia. Força que se
mostra de acordo com a espoliação em marcha da classe trabalhadora, algo
típico de Estados e Municípios que funcionam como um balcão de negócios da
burguesia. E o Rio não é diferente.

O quadro de deterioração do Rio de Janeiro decorre precisamente das diversas


formas como o capital se apropria do poder do Estado. É instrutivo reparar na
combinação de atividades legais (privatizações, parcerias público-privadas,
isenções fiscais) e ilegais (contratos sem licitação, obras superfaturadas, e os
mais variados esquemas de corrupção) que o Estado burguês usa para
enriquecer os capitalistas.

A economia política do Estado do Rio de Janeiro foi fortemente marcada por


erros de condução da política fiscal estadual. No caso da crise política e seus
reflexos na arrecadação do Estado, há uma relação entre a capacidade de
saquear os cofres públicos nos governos Cabral/Pezão com a política adotada
no período. Fato este que também compõe a raiz da ascensão de Bolsonaro e
Guedes e da contrarevolução que ambos representam.

 Longa jornada de trabalho, baixo salário, instabilidade, insegurança, exaustão


física e mental, as contas mais caras a pagar, a falta de tempo para qualquer
lazer, dívidas, desemprego, desalento, doenças, fome: tudo isso tem em
suagênese a exploração provocada pelo capitalismo.

O dever de uma candidatura que represente a urgência da Revolução


Brasileira é resgatar algo perdido pelo Liberalismo de Esquerda: a centralidade
do antagonismo entre capital e trabalho, bem como atuar em defesa da classe
trabalhadora diante da Guerra de Classes que foi deflagrada contra o nosso
povo.

Um programa revolucionário para as eleições municipais

A vanguarda da classe trabalhadora deve apresentar nessas eleições um


programa político capaz de fazer avançar a Revolução Brasileira. Contudo, a
crise econômica, política e social que inunda a cidade do Rio não pode ser
resolvida por quem quer que ocupe o cargo de prefeito ou por qualquer
conjunto de medidas e reformas municipais. Sendo assim, quais são os
objetivos de uma candidatura pela Revolução Brasileira?

A elevação da consciência de classe dos trabalhadores e da sua


independência organizativa é, na corrida eleitoral deste ano, o mais importante
desafio de uma campanha pautada por um programa classista. Por isso, se o
PSOL encarar os grandes desafios que lhe deram origem, ele deve apresentar-
se nessas eleições como o partido da classe trabalhadora.

Mas, para além do seu caráter classista, ele deve ser também um programa
orientado por um projeto de transição socialista. Isto é, além de organizar a
classe trabalhadora e prepará-la para as batalhas mais imediatas contra a
burguesia, o papel da vanguarda dos trabalhadores deve ser também o de
condicionar todas as táticas do movimento ao horizonte do socialismo. O
programa da classe trabalhadora deve, portanto, traduzir todos os embates
pontuais contra os patrões, todas as batalhas locais contra o Estado burguês,
na luta pela superação do sistema capitalista. Ele deve esclarecer que a
superação da condição de subdesenvolvimento e dependência do nosso país
ante as potências imperialistas, e da superexploração da força de trabalho que
rege o capitalismo periférico brasileiro, requer que a luta anti-imperialista ande
lado a lado com a luta anticapitalista. 

Uma campanha eleitoral pela Revolução Brasileira deve reforçar a todo


momento a necessidade da conquista do poder político pela classe
trabalhadora, deve reafirmar a todo instante que a realização das reformas
necessárias para solucionar a crise da cidade só serão possíveis por meio de
um processo revolucionário em âmbito nacional. Afinal, o processo eleitoral e,
no geral, o jogo parlamentar da democracia burguesa, não servem aos
revolucionários senão como plataforma para agitação e propaganda a fim de
promover a organização do proletariado como classe revolucionária com vistas
à conquista do poder político. 

Ou seja, é impossível que qualquer mudança em âmbito local toque a raiz dos
problemas locais. O máximo que as prefeituras poderão fazer neste contexto
será nacionalizar os problemas da cidade, isto é, esclarecer às massas que os
problemas da cidade são efeitos necessários da totalidade do sistema que
domina e explora o povo brasileiro. E é precisamente isso que uma candidatura
pela Revolução Brasileira deve fazer desde a sua campanha. Nacionalizar as
questões locais, apontar para o acirramento da guerra de classes, e
promover a constituição de uma vanguarda revolucionária dos
trabalhadores.

Por fim, a nossa atuação não começa e nem se encerra nas eleições, mas as
instrumentaliza para fazer ecoar nossos diagnósticos sobre a guerra de classes
no Brasil e a convocação geral aos trabalhadores a lutar pela Revolução
Brasileira.

É TEMPO DE REVOLUÇÃO NO RIO DE JANEIRO

Décadas de militância aguerrida e estudos acerca da realidade carioca


prepararam Heitor Silva para tal intento: lançar uma candidatura a vereador
que, a partir de um olhar crítico sobre a atual crise na cidade, pudesse
capitanear a criação de um novo polo político, baseado numa atuação radical e
consequente, liberta das ilusões do liberalismo de esquerda e do cretinismo
parlamentar, preparada para os grandes desafios futuros que a crise brasileira
irá nos impôr. Urge a criação de uma nova vanguarda política no Rio de
Janeiro!

HEITOR SILVA: ORIGEM, TRAJETÓRIA E LUTAS

Pai de um casal de filhos e casado pela segunda vez, Heitor Silva é um


legítimo filho da classe trabalhadora brasileira. Nascido em Coelho da Rocha,
distrito de São João de Meriti na Baixada Fluminense, é filho de uma imigrante
do Rio Grande do Norte, de origem indígena, com um negro carioca. Apesar da
origem humilde,, sempre combinando trabalho e estudo, tornou-se economista
formado pela UFF, professor, pesquisador bolsista da Fiocruz e Doutor em
Planejamento Urbano pela UFRJ. Sua descoberta da política ocorreu nos anos
80 enquanto fazia a faculdade de Matemática tomando contato com jovens que
lutavam em torno da figura de Leonel Brizola. A identificação veio de imediato,
muito por conta de suas origens trabalhistas, e resultaram na sua filiação ao
Partido Democrático trabalhista (PDT) cujo rompimento viria anos depois
devido às escolhas distorcidas de tal partido que optou por se submeter à
ordem política apodrecida.

A luta pelo direito a moradia como paixão e profissão

A luta pelo direito à moradia a partir de 1994 se tornou o centro das suas
reflexões e atuações durante o seu trabalho na Companhia Estadual de
habitação – CEHAB. No curso de sua trajetória, também passou pelo Instituto
de Terras e Cartografia do Estado do Rio de Janeiro (ITERJ) e em ambas as
experiências tomou contato com os dramas e dilemas de diversas famílias que
buscavam o cadastramento e reassentamento, bem como a regularização
fundiária em favelas.

Heitor também tem a sua atuação marcada no trabalho de regularização da


posse de loteamentos então clandestinos como o Vale dos caboclos em
Campo Grande e em fábricas abandonadas e transformadas em habitação por
ocupações como por exemplo: os galpões da Embratel, a CONAB em
Manguinhos e a Borgauto na Avenida Brasil.

Negritude

Durante o seu trabalho no ITERJ, Heitor atuou na regularização fundiária de


áreas quilombolas dirigindo o cadastramento dos Quilombos São José da Serra
(no Município de Valença) e Rasa (em Búzios). Tal trabalho aprofunda a
consciência de sua negritude fazendo com que passasse a militar no
Movimento Negro da cidade do Rio de Janeiro, assessorando o Conselho
Estadual de Direito dos Negros (CEDINE-RJ) de 2007 a 2011. Porém, se
afasta do movimento ao discordar da política de segurança das UPPs do
Governo Sérgio Cabral por entender que a mesma iria acentuar o genocídio da
população jovem e negra das favelas cariocas (o que com o tempo acabou se
confirmando).

Luta por trabalho e renda com Cooperativas Populares

No ano de 2009, tornou-se membro do corpo técnico da Incubadora


Tecnológica de Cooperativas Populares da UFRJ (ITCP-UFRJ) desenvovlendo
trabalhos com cooperativas de catadores de materiais recláveis com foco na
inclusão produtiva e consolidação das mesmas. O objetivo era promover a
inclusão produtiva dos catadores, organizando-os em cooperativas
atuogestionárias e sustentáveis, contribuindo para a sua retirada da condição
de pobreza extrema e risco social, bem como promover a a proteção ambiental
a partir da destinação correta dos resíduos. Tal trabalho com as Cooperativas
Populares gerou frutos, resultando em sua participação na incubação de um
projeto de turismo com caiçaras da Praia do Aventureiro em Ilha Grande (Angra
dos Reis).

Ensino em bairro popular, extensão e pesquisa no Complexo do Alemão

Lecionou em 2010 na UNISUAM localizada em Bonsucesso (centro da região


onde desenvolveu suas pesquisas de Mestrado e Doutorado), bairro de
trabalhadores de baixa renda e com três complexos de favelas no seu entorno:
Manguinhos, Maré e Alemão. Por óbvio, a maioria de seus alunos eram
moradores eram de baixa renda.

Em 2011, é convidado a coordenar o Centro de Extensão da instituição no


Complexo do Alemão, contribuindo no planejamento e promoção de alguns
cursos como: técnicas de vendas; informática básica; manutenção de
computadores; fotografia; promoção de eventos. Pelo seu trabalho e então,
acompanhou a finalização da maior intervenção urbanística da história do
complexo (o PAC do Alemão, iniciado em 2008 e cujo custo foi estimado em
700 milhões de reais) e as ações das UPPs locais. Tal realidade somada à
ampla discussão com a população local motivou sua pesquisa defendida no
Instituto de Planejamento Urbano (IPPUR) da UFRJ que analisava as
transformações locais geradas por tais intervenções.

Em 2014, ingressa no projeto “Pesquisadores em movimento” da Organização


da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) “Raízes em Movimento”
localizada no próprio Complexo do Alemão cujo objetivo era reunir
pesquisadores do território. Tal participação teve como resultado a coautoria do
livro “Complexo do Alemão – Uma bibliografia comentada” editado pela
Faculdade de Arquiteura e Urbanismo da UFRJ.

Ingresso no PSOL, projeto político e candidatura

Em 2017, Heitor retorna à militância partidária ingressando no PSOL e se


tornando parte do Núcleo Méier e do Setorial de favelas (ambos do partido).
Sua entrada no PSOL se deu pela ambição de constituir e organizar dentro do
partido um polo nacionalista que dada a conjuntura atual de Guerra de Classes,
se mostra decisivo. Afinal, somente com a construção e organziaçãod e um
nacionalismo de caráter Revolucionário capaz de reivindicar rupturas com a
ordem e de enfrentar de peito aberto o Imperialismo estadunidense poderá
trazer mudanças definitivas nas condições de vida do povo brasileiro. Afinal, a
história da América Latina dá provas cabais de que não há caminho de
revolução Social que não passe pelo enfrentamento ao Imperialismo e pela
Revolução. Dito isso, diante de fatos que deflagraram a guerra de Classes que
a classe dominante abriu contr ao nosso povo, abriu-se a hora da verdade.
Somente com organização e luta com iniciativa de abrir um caminho
revolucionário é que tal quadro será superado. Assim pensam os militantes da
revolução Brasileira, organziação interna do PSOL que heitor contribuiu para a
fundação. E nesta candidatura, o objetivo principal é não abrir mão de falar
sempre a verdade. Mesmo que signifique a perda do mandato ou mesmo a não
eleição. Afinal, não é um mandato parlamentar que mudará a vida das
pessoas. O povo sabe disso e já está cansado de tantas mentiras oriundas do
parlamento. Esta candidatura quer contribuir para a organização e rebeldia do
povo brasileiro.

Por dentro da ordem, contra a ordem!

Heitor Silva 50 501

Nossas lutas

Quando olhamos as últimas gestões da Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro


e as legislaturas da Câmara dos Vereadores, vemos a submissão da cidade a
interesses de lucros privados. Tanto o Executivo (Prefeitura) como o Legislativo
(Câmara dos Vereadores) se transformaram em balcões de negócios. O caso
mais emblemático é a substituição dos serviços oferecidos diretamente pela
prefeitura por Organizações Sociais (OSs), principalmente no caso da saúde, e
por Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), antes eram
denominadas ONGs, principalmente nas áreas de assistência social, lazer e
cultura.

Pelo fim das OSs na Saúde e das “ONGs” nas creches, no serviço social e
no esporte

A grande maioria dos cidadãos já vivenciou no seu cotidiano a experiência de


que a realização de um serviço com mão de obra própria é mais econômico do
que contratar uma empresa para fazer. Então cabe a pergunta, qual o sentido
dessas “parcerias público-privadas”(PPPs)? A resposta é simples: repasse dos
nossos impostos para empresários “amigos” dos detentores do poder político
na cidade. No caso, são OSs pertencentes a quem financiou as campanhas;
quanto às OSCIPs, em sua maioria são dirigidas por vereadores e líderes
religiosos que trocam seu apoio por verbas públicas em creches, projetos
esportivos, sociais e culturais e que reforçam suas obras sociais permitindo o
aumento da “bancada da bíblia”.

Luta por transporte público sem a roubalheira das empresas de ônibus


No entanto, o “balcão de negócios” não se restringe às áreas sociais e a
pequenas empresas. No caso do capital ligado as empreiteiras e aos
transportes era evidente o estrangulamento dos transportes públicos em nossa
cidade. Para que a solução não fosse por metrô ou trem prejudicando os
interesses dos donos de linhas de ônibus (leia-se Fetranspor e Jacob Barata -
o maior empresário do transporte da cidade e hoje preso por fraudes no bilhete
único em conivência com o Tribunal de Contas do Estado), tivemos a
construção de dois elefantes brancos: o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), uma
obra cara que corta uma parte ínfima da cidade e transporta um número risível
de passageiros; e o BRT, obra também caríssima e cada vez mais ineficiente
como transporte de massas. Cabe lembrar que a política de transporte é
discutida e aprovada na Câmara dos Vereadores onde são famosas as formas
de corrupção diretas, como a famosa “caixinha da Fetranspor”, e a indireta pela
cessão de ônibus para os vereadores fazendo benesses para as áreas pobres
da cidade (o que é pago com a aprovação quase automática do reajuste das
passagens)

Exigência de fiscalização de depósitos de gás de e negócios imobiliários

A omissão da Prefeitura não favorece apenas o grande empresariado. Mesmo


os marginais milicianos, que começaram com venda de segurança, hoje têm
uma parcela importante de seus lucros relacionados à venda de gás de
cozinha, contando com a não fiscalização de depósitos clandestinos que se
junta a omissão federal da ANP - que determinou para o começo de julho de
2020 o bujão de gás a 55 reais - que permite que nas áreas controladas por
milícias o bujão de gás custe mais de 100 reais. Outra omissão da Prefeitura
refere-se a não fiscalização dos negócios imobiliários em áreas das milícias
que provocaram a tragédia do Muzemba em 2019. Diante da necessidade de
defender seus negócios ilegais vimos nos últimos anos a constituição da
“bancada da bala” na Câmara dos Vereadores através da eleição de milicianos.

NOSSO COMPROMISSO É COM A VERDADE E A LUTA!

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