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CURSO: EMA
SÉRIE: 1ª série do Ensino Médio Anual Turmas: M1RAM/M1RBM/M1RAT/M1RBT
Texto I
“Eu quero ter 1 milhão de amigos e bem mais forte poder cantar”! Esse verso da
canção de Roberto Carlos é muito apreciado e fez sucesso à época de seu lançamento,
permanecendo popular ainda hoje. Traz a licença poética da intensidade – ter 1 milhão de
amigos denota vivenciar a amizade de modo pleno, amplo e intenso: “Quero levar o meu
canto amigo a quem precisar”. Traduz-se, assim, o desejo de ser e ter amigos sempre e
em toda circunstância.
Uma leitura literal desses versos conduz à pergunta: é possível cultivar 1 milhão de
amigos? Ora, aquilo que na poesia parece simples contradiz-se no rigor dos conceitos
envolvidos. Amizade condiz com a ideia de uma relação interpessoal de proximidade,
envolve afeição, conhecimento mútuo e até mesmo intimidade. Se não chega a ser algo
exclusivo, sendo possível, portanto, cultivar várias amizades na vida, não combina muito
com a ideia de multidão. Amizade tem a ver com confidência, confiança, lealdade.
Companheiro: aquele que compartilha o “pão”, a existência, a jornada da vida; aquela
pessoa com quem nos sentimos acolhidos e aceitos tais como somos, real e integralmente.
Assim, a descoberta de uma amizade autêntica, em determinado momento da vida, forja a
personalidade, o caráter, os valores individuais; conhecendo uns aos outros em
profundidade, esse tipo de relação nos devolve a possibilidade de amadurecer também o
conhecimento de nós mesmos. “Dependemos uns dos outros para sermos nós mesmos” é
a clássica afirmação de Santo Agostinho.
A experiência da amizade é algo profundamente humanizador. Considerando-a, o Papa
Francisco propõe, na encíclica Fratelli tutti, o conceito de amizade social. Na condição de
quem pensa e contempla globalmente o mundo atual, de alguém que conversa, ouve e tem
como interlocutores pessoas de todas as partes do mundo, em condições sociais e culturais
diversas (pobres, ricos, poderosos; indígenas, negros, asiáticos; homens, mulheres,
transgêneros; intelectuais, políticos, pessoas simples e humildes etc.), Francisco vê os
distanciamentos entre os povos crescerem, motivados por situações sociais, econômicas,
guerras e conflitos de povos e nações, ou também por questões étnicas, culturais,
religiosas. O senso de cooperação e boa vontade entre os grupos diversos parece decair;
fomentam-se diferenças, divisões, desconfianças, inimizades, proliferando discursos de
ódio em casos extremos. Em escala mundial, o equilíbrio que mantém a paz é cada vez
mais frágil e instável.
Mais do que um desejo poético, a amizade social constitui-se ato político e também
educacional, já que impele à elaboração de um verdadeiro projeto de vida pessoal e social,
cultivando o senso do diálogo democrático e do respeito ao ser humano como tal,
propiciando a vivência e a partilha da paz e da boa vontade entre os povos. Assim, as
palavras do poeta se tornarão possíveis: “Eu quero crer na paz do futuro, eu quero ter
um quintal sem muro! Quero meu filho pisando firme, cantando alto, sorrindo livre!
Quero levar o meu canto amigo a qualquer amigo que precisar!”
Questão 01
Texto II
Nos versos “Eu quero ter um milhão de amigos / E bem mais forte poder cantar”,
percebe-se, metaforicamente, a importância e o poder da amizade.
A amizade contribui para nossa autoestima? Ela pode ser considerada a capacidade de se
conhecer, tornar-se mais forte e de tomar atitudes saudáveis que promovem o
relacionamento consigo e com o outo? Justifique sua resposta
Questão 03
Questão 04
Complete:
a) Acredito que sou/ fui amigo (a) quando eu...