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2º semestre de 2016
Índice
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Normas de segurança em laboratório
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33. Todos os equipamentos de laboratório devem ser revisados, para se prevenir possíveis
problemas que possam por em risco a segurança.
34. Escudos de segurança devem ser requeridos ao redor do local onde são realizadas reações de
alto vácuo ou altas pressões.
35. Os cilindros de gás devem ser amarrados e protegidos antes das tampas de proteção serem
removidas.
36. As soluções de peróxido de hidrogênio com concentrações maiores de 3% devem ser
manuseadas com cuidado.
37. Não armazene solventes em refrigeradores, e sim em armários à prova de explosão.
38. Deve-se conhecer muito bem as características dos reagentes com respeito à sua toxicidade, à
inflamabilidade e à explosividade antes de utilizá-los.
39. Deve-se tomar precauções especiais quando se trabalha com substâncias reconhecidas ou com
potencial carcinogênico, tais como asbestos em todas as suas fórmulas, trióxido de arsênico,
cloreto de vinila, benzeno, clorofórmio, hidrazina e aminas.
40. Os reagentes e as soluções devem ser claramente identificados e as soluções apresentar data de
preparo, validade, e o nome do analista que as preparou.
41. Todo derramamento de produtos e reagentes deve ser limpo imediatamente. Ácidos e bases
fortes devem ser neutralizados antes da limpeza.
42. No caso de derramamentos de líquidos inflamáveis, produto tóxico ou corrosivo interrompa
imediatamente o trabalho, avise as pessoas próximas sobre o acidente e efetue ou solicite a
limpeza imediatamente.
43. Mantenha em todos os momentos uma atitude calma e cuidadosa. Deve-se estar sempre
consciente do que se está fazendo.
44. Ande ao invés de correr.
45. Não carregue volumes em excesso ou que possam obstruir a visão. Não erga pesos excessivos.
46. Não improvise, pois as improvisações são o primeiro passo para acidentes; deve-se sempre
utilizar material e equipamentos adequados.
47. Todas as substâncias são tóxicas, dependendo de sua concentração. Procure conhecer suas
propriedades físicas e a toxicidade para manipulá-la adequadamente.
48. Use os equipamentos de segurança recomendados.
49. Programe as atividades com colegas de laboratório para evitar a ocorrência de eventos
incompatíveis no mesmo local.
50. Não execute ações que possam envolver riscos, quando estiver sob tensão emocional.
51. Receba visitas apenas fora do laboratório, pois elas não conhecem as normas de segurança, não
estão adequadamente vestidas e são motivos de distração.
52. Ao utilizar equipamentos elétricos, verificar a voltagem correta.
53. Ao término do trabalho, arrumar a bancada e lavar o material utilizado.
54. Qualquer fato estranho ou incidente, comunicar ao responsável pelo laboratório.
55. Ao se retirar do laboratório, verifique se não há torneiras (água ou gás) abertas. Desligue todos
os aparelhos, deixe todo o equipamento limpo e lave as mãos.
56. Ao aquecer um tubo de ensaio contendo solução (ou qualquer outra substância) nunca aponte-o
para si ou para o colega vizinho. O super-aquecimento pode dar origem à formação brusca de
bolhas de vapor com a expulsão do conteúdo de forma violenta e perigosa.
57. Acostume-se a retirar quantidades mínimas de reagentes. Nunca se deve recolocar sobras de
reagentes nos recipientes originais. Adotando a regra acima, você evitará desperdícios e
contaminações.
58. Quando você retirar um frasco de reagente da estante, tenha o cuidado de recolocá-lo no
mesmo lugar, imediatamente após o uso.
59. Ao introduzir tubos de vidro em rolhas, umedeça-os convenientemente e enrole a peça de vidro
numa toalha para proteger as mãos.
60. Quando for testar um produto químico pelo odor, não coloque o frasco sob o nariz. Desloque
com a mão, para a sua direção, os vapores que se desprendem do frasco.
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61. Nunca adicione água em ácido. Promova a dissolução do ácido em água com resfriamento
simultâneo para facilitar a dissipação de calor.
♦ As instalações elétricas e hidráulicas devem ser aparentes ou sob piso falso, para facilitar a
manutenção;
♦ Em locais onde se trabalha com solventes orgânicos inflamáveis, as instalações elétricas devem
ser à prova de explosão;
♦ Os gases sob pressão devem passar por uma canalização visível;
♦ Os cilindros de gases de alimentação devem ser armazenados fora do laboratório, em área livre
bem ventilada e sinalizada;
♦ Bancadas e pisos devem ser construídos com materiais que dificultem a combustão e que sejam
resistentes ao ataque de produtos químicos;
♦ Deve existir uma capela, para se trabalhar com produtos voláteis e tóxicos;
♦ Os produtos químicos devem ser armazenados fora do laboratório, em local de boa ventilação,
livre do sol e bem sinalizado;
♦ Aprenda a localização e a utilização do extintor de incêndio existente no laboratório. Este
também deve estar localizado em lugar de fácil acesso e sinalizado.
♦ Para se prevenir e contornar situações de emergência devem ser previstas instalações como:
→ Proteção contra incêndios (portas corta-fogo e sinalização de alarme, ventilação geral
diluidora, para evitar a formação de misturas explosivas);
→ Chuveiro de emergência (deve ser instalado em local de fácil acesso e seu funcionamento
deve ser monitorado);
→ Lava-olhos (seu funcionamento deve ser monitorado);
→ Sinalização de segurança (faixas indicativas, cartazes e placas indicativas).
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♦ Use pinças e materiais de tamanho adequado e em perfeito estado de conservação.
♦ Limpe imediatamente qualquer derramamento de produtos de petróleo e reagentes.
A ocorrência de acidentes em laboratórios, infelizmente, não é tão rara como possa parecer.
Visando diminuir a ocorrência e a gravidade destes eventos, é absolutamente imprescindível que
sejam observadas as normas de segurança durante os trabalhos em laboratório.
Em um laboratório químico, devemos observar alguns símbolos de advertência para o
manuseio de reagentes e a execução de procedimentos. Alguns destes símbolos são comuns em
rótulos de reagentes e nas entradas de laboratórios. Assim, é importante saber o significado destes
símbolos para que sejam tomados os cuidados necessários. Os principais símbolos são:
Muito importante no projeto é o estudo do local que será destinado ao almoxarifado. Quando
são negligenciadas as propriedades físicas e químicas dos produtos químicos armazenados podem
ser ocasionados incêndios, explosões, emissão de gases tóxicos, vapores, pós e radiações ou
combinações variadas desses efeitos.
No que tange a produtos químicos, é importante considerar não somente a sua toxicidade, mas
também a quantidade manipulada. Algumas drogas, por exemplo, são efetivas na cura de doenças
até uma certa dosagem, que se excedida, podem provocar efeitos nocivos. Compostos de mercúrio,
arsênio e antimônio, que são considerados pelos leigos como altamente venenosos, têm sido
empregados no tratamento de doenças. É de vital importância para aqueles que tabalham no
laboratório, conhecer a simbologia existente em frascos de produtos químicos.
A simbologia apresentada a seguir é utilizada em embalagens de produtos químicos
(classificados ou não pela ONU). Dentre várias normas em vigor, a simbologia abaixo é a que traz
informações mais quantitativas sobre os perigos. Esta norma é adotada em todos os paises membros
da União Européia.
"E" EXPLOSIVO: Este símbolo se refere a uma substância que pode explodir se
entrar em contato com uma chama, ou se sofrer choque ou fricção.
"O" OXIDANTE: Este símbolo se refere a uma substância que produz calor
quando reage com outras substâncias, particularmente inflamáveis.
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"F" ALTAMENTE INFLAMÁVEL: Este símbolo se refere a uma substância que
entra em ignição em condições normais de pressão e temperatura. Caso seja um
sólido, pode entrar em ignição em contato com a fonte de calor e continuar
queimando por reação química, mesmo depois da remoção da fonte. Se esta
substância for gás, ela queima em contato com a ar em condições normais de
pressão.
Em contato com água ou ar úmido esta substância pode lançar gases altamente
inflamáveis em quantidades perigosas.
"F+" EXTREMAMENTE INFLAMÁVEL: Este símbolo se refere a uma
substância líquida que entra em ignição quando seus vapores entram em contato
com uma fonte de calor.
O símbolo "F+" fica no corpo da etiqueta.
"T" TÓXICO: Este símbolo se refere a uma substância altamente perigosa à saúde.
"T+" MUITO TÓXICO: Este símbolo se refere a uma substância que, se inalada,
ingerida ou em contato com a pele, pode causar danos imediato à saúde e a longo
prazo pode levar à morte.
O símbolo "T+" fica no corpo da etiqueta.
"C" CORROSIVO: Este símbolo se refere a uma substância que causa destruição
e queimaduras de tecidos vivos.
"Xi" IRRITANTE - MENOS QUE "C": Este símbolo se refere a uma substância
que pode causar irritação em contato com a pele. O símbolo "Xi" fica no corpo da
etiqueta.
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DIAMANTE DE HOMMEL
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ACIDENTES MAIS COMUNS EM LABORATÓRIOS
1) Queimaduras:
a) Queimaduras causadas por calor seco (chamas e objetos aquecidos):
- No caso de queimaduras leves, aplicar vaselina líquida.
- No caso de queimaduras graves, cobrir com gaze esterilizada umedecida com solução
aquosa de bicarbonato de sódio a 5%.
- Procurar um médico imediatamente.
b) Queimaduras por ácidos:
- Lavar o local imediatamente com água em abundância, durante cerca de cinco minutos. A
seguir, lavar com solução saturada de bicarbonato de sódio e novamente com água.
c) Queimaduras por álcalis (bases):
- Lavar, imediatamente, o local atingindo com bastante água durante cinco minutos. Tratar
com solução de ácido acético a 1% e lavar novamente com água.
d) Ácido nos olhos:
- Nos laboratórios existem lavadores de olhos acoplados aos chuveiros de emergência. A
lavagem deve ser feita por quinze minutos, após a qual se aplica solução de bicarbonato de
sódio a 1%.
e) Álcali nos olhos:
- Proceder como no item anterior, substituindo a solução de bicarbonato de sódio por uma de
ácido bórico a 1%.
Até há pouco tempo, os laboratórios descartavam seus rejeitos (resíduos) sem os cuidados
necessários; solventes voláteis eram evaporados (lançados para a atmosfera), sólidos eram
descarregados em lixo comum e, líquidos e soluções, eram descartados na pia. Essas práticas não
são recomendadas e, atualmente, existe uma preocupação maior no descarte de rejeitos químicos.
Existem regras estabelecidas para o descarte de rejeitos, especialmente os perigosos; no entanto,
muitas vezes são difíceis e de custo elevado para serem implementadas. Assim, na prática, procura-
se, sempre que possível, minimizar a quantidade de resíduos perigosos gerados nos laboratórios de
ensino.
Alguns procedimentos são adotados nesse sentido, como por exemplo:
a) Redução da escala (quantidade de substância) de produtos químicos usados nos
experimentos;
b) Substituição de reagentes perigosos por outros menos perigosos;
c) Conversão dos resíduos para uma forma menos perigosa através de reação química, antes
do descarte;
d) Redução dos volumes a serem descartados (concentrando as soluções ou separando os
componentes perigosos por precipitação);
e) Recuperação dos reagentes para novamente serem utilizados.
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Instruções para descarte dos resíduos são fornecidas junto com as experiências. Quando os
resíduos gerados na experiência não forem perigosos, poderão ser descartados na pia de acordo com
as seguintes instruções:
1) Soluções que podem ser jogadas na pia devem ser antes diluídas com água, ou jogar a
solução vagarosamente acompanhada de água corrente;
2) Sais solúveis podem ser descartados como descrito em 1.
3) Pequenas quantidades de solventes orgânicos solúveis em água (ex: metanol ou acetona)
podem ser diluídos antes de serem jogados na pia.
Grandes quantidades desses solventes, ou outros que sejam voláteis, não devem ser
descartados dessa maneira. No caso, tentar recuperá-los.
4) Soluções ácidas e básicas devem ter seu pH ajustado na faixa de 2 a 11 antes de serem
descartadas. Em caso de pequenos volumes dessas soluções (por exemplo, 10 mL ou pouco mais),
essas podem ser diluídas e descartadas.
5) Em caso de dúvida, perguntar ao professor como proceder o descarte.
Para que tais resíduos de laboratório possam ser eliminados de forma adequada é necessário
ter-se à disposição recipientes de tipo e tamanho adequados. Os recipientes coletores devem ser
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caracterizados claramente de acordo com o sue conteúdo, o que também implica em se colocar
símbolos de periculosidade.
Classe A: Solventes orgânicos e soluções de substâncias orgânicas que não contenham halogênios;
Classe B: Solventes orgânicos e soluções orgânicas que contenham halogênios;
Classe C: Resíduos sólidos de produtos químicos orgânicos que são acondicionados em sacos
plásticos ou barricas originais do fabricante;
Classe D: Soluções salinas: nestes recipientes deve-se manter o pH entre 6 e 8;
Classe E: Resíduos inorgânicos tóxicos, por exemplo, sais de metais pesados e suas soluções;
descartar em frascos resistentes ao rompimento com identificação clara e visível (consultar
legislação específica);
Classe F: Compostos combustíveis tóxicos; em frascos resistentes ao rompimento com alta vedação
e identificação clara e visível;
Classe G: Mercúrio e resíduos de seus sais inorgânicos;
Classe H: Resíduos de sais metálicos regeneráveis; cada metal deve ser recolhido separadamente;
Classe I: Sólidos inorgânicos.
Lavagem
Todo material de vidro, que tenha sido usado, deve ser lavado imediatamente. Nunca
reaproveitar um recipiente sem antes lavá-lo, mesmo que ele venha a conter a mesma substância.
Em laboratórios que empreguem pessoas cuja função é somente de lavagem de materiais e
peças de vidro, deve o laboratorista, sempre que usar uma substância química, fazer uma lavagem
preliminar antes de entregar a peça de vidro para limpeza final. Isto serve para ácidos, álcalis,
solventes, substâncias e elementos químicos perigosos e nocivos à saúde.
A pessoa que estiver no encargo de lavagem de material de vidro deve usar luvas de borracha
ou de plástico (neoprene ou PVC) com superfície externa antiderrapante, para dificultar o
deslizamento de vidro entre as mãos. Observou-se que no afã de segurar a peça de vidro que cai no
bojo da pia de lavagem, o lavador quase sempre ajuda o choque e os estilhaços da peça de vidro
poderão atravessar a luva e ocasionar cortes. O uso de luvas neste encargo também evita a dermatite
pelo contato contínuo com vários produtos químicos.
Vidro Quebrado
Um dos problemas mais sérios no laboratório é a quebra do material vítreo e, como resultado,
possíveis cortes. O material é caro e, em vários casos, sua substituição depende de importação. Não
há meio de impedir que o material se quebre, mas devem-se tomar providências para que o fato seja
reduzido, como instruir o laboratorista para ter o maior cuidado na manipulação. Podem ser
observadas algumas práticas para minimizar as quebras, tais como forrar o balcão e as pias com
lâminas de borracha.
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Quando houver possibilidade de consertar as peças quebradas, estas devem ser
provisoriamente recolhidas em recipientes especialmente destinados a esta finalidade existentes no
próprio laboratório para, posteriormente, terem o destino final adequado.
Apesar de a maior parte dos materiais de vidro de laboratório serem resistentes ao calor, é
necessário um cuidado especial do laboratorista no que se refere à forma de aquecimento. Sempre
deverá haver um material intermediário entre o recipiente de vidro e a chama, a não ser em casos
especiais, como tubos de ensaio e tubos de vidro. Este material é normalmente a tela de amianto.
Além de isolar o ataque do fogo ao vidro, a tela dispersa o calor e o aquecimento é uniforme em
toda a superfície de contato tela-vidro.
Para evitar que líquidos entrem em ebulição de forma violenta, deve-se colocar, no recipiente,
pérolas ou pedaços de vidro ou de cerâmica porosa.
As operações que envolvem aquecimento por chama devem ser feitas na capela. No caso de
aquecimento de tubos de ensaio, é boa prática trabalhar com a janela parcialmente fechada,
deixando apenas um espaço para a entrada dos braços do laboratorista. No caso de explosão, o vidro
de segurança defenderá a pessoa que estiver ali trabalhando. As mãos deverão estar sempre
protegidas por luvas.
Ao aquecer um recipiente, procure segurá-lo por meio de uma pinça de madeira ou metal para
evitar ser queimado ou atingido por respingos do material que está sendo aquecido. A boca do tubo
deverá estar sempre voltada para o lado oposto ao do manipulador, isto é, para o lado interno da
capela. Para aquecer a substância por igual, pode-se agitar ou girar o tubo, cuidadosamente para
evitar respingos. Existem substâncias, no entanto, cujo aquecimento por intermédio de chama é
muito perigoso; assim lança-se mão de outros métodos, como banho-maria, banho de areia ou por
chapas e mantas. O aquecimento de substâncias com “Ponto de Fulgor” ou “Flash Point”
(temperatura na qual o material pode se inflamar se estiver próximo a uma fonte de ignição, embora
a chama não se sustente) baixo pode ser feito no banho-maria, usando-se água ou óleo. Mesmo
quando se utiliza o banho-maria, deve–se evitar o aquecimento por chama (Bico de Bunsen e
maçaricos). Informe-se sobre o ponto de fulgor em catálogos apropriados; certos catálogos
comerciais (Aldrich) apresentam os pontos de fulgor de muitas substâncias.
• Rolhas de Cortiça
Parece que as rolhas de cortiça são mais facilmente perfuradas, em virtude da sua fragilidade;
mas também devido a ela se despedaçam e se racham com facilidade exigindo do laboratorista
maiores cuidados na operação, os quais são:
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1. Apoiar sobre a mesa a parte superior da rolha, ou seja, aquela com maior diâmetro;
2. Segurar a rolha firmemente com a mão enluvada porque no caso do furador escapar, sua
borda cortante poderá atingir a mão que segura a rolha, ocasionando ferimentos;
3. Furar a rolha com movimentos giratórios, como se fosse um saca rolhas, aprofundando o
aparelho aos poucos;
4. Não molhar a rolha ou o furador;
5. Para que o furo saia perfeito e vertical, o operador deverá fazê-lo em uma posição
conveniente, ou seja, em pé;
6. Não tentar furar a rolha a partir de ambos os lados, para fazer o encontro de orifícios no
centro da rolha. O furo sairá imperfeito, e a parte apoiada, que já tenha sido furada, estará mais
fraca, podendo ocasionar a quebra da rolha e possível ferimento no manipulador;
7. Para evitar o rompimento da rolha, pode-se reforçá-la envolvendo suas laterais com fita
adesiva;
8. Se, depois de furada a rolha, verificar que o furo é de diâmetro menor que o desejado, não
usar um furador maior, acertar o furo com uma grosa cilíndrica.
• Rolhas de Borracha
Este tipo de rolha é mais difícil de ser perfurada do que o anterior, porque a borracha oferece
mais resistência e maior atrito. Pode-se furar segura e facilmente este tipo de rolha seguindo- se
estas normas:
1. Ao furar a rolha de borracha, umedecer o furador com solução de sabão ou de silicone.
Não deixar que a rolha se molhe;
2. Ao escolher o furador, tomar um que tenha o diâmetro ligeiramente maior que o desejado.
A borracha cede quando penetrada e o furo será de diâmetro menor;
3. Os movimentos giratórios para furar as rolhas de borracha devem ser mais rápidos do que
aqueles feitos na rolha de cortiça;
4. Os mesmos itens indicados para a rolha de cortiça devem ser seguidos neste tipo de rolha.
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Medidas em análise química
Todas as vezes que realizamos uma medida, mesmo se utilizarmos um ótimo equipamento,
estamos sujeito a um erro inerente ao processo utilizado. Isto significa que é impossível se
determinar o valor exato ou real, o que podemos fazer é encontrar o seu valor mais provável.
A incerteza que existe em uma medida, pode ser relacionada com duas palavras importantes
(EXATIDÃO E PRECISÃO) que muitas vezes são utilizadas erradamente como sinônimos, mas
que significam coisas diferentes.
Para melhor compreender estes significados, podemos exemplificar com um concurso de
dardos, onde 3 candidatos atiraram seus dardos e conseguiram os seguintes resultados :
Podemos definir:
PRECISÃO – pode ser definida como a concordância de uma série de medidas de uma
mesma grandeza, ou seja, sua “reprodutibilidade”.
EXATIDÃO – pode ser definida como a concordância entre o valor verdadeiro e o valor
obtido.
O ideal é que a precisão e a exatidão estejam sempre associadas em uma medida, isto é, só
uma das duas não é suficiente em um trabalho quantitativo.
O erro em uma determinação pode ser de dois tipos, ou seja:
ERROS DETERMINADOS - são aqueles que podem ser identificados e avaliados, permitindo
assim, corrigir o resultado final.
Alguns erros determinados são inerentes ao processo que é denominado de erro constante.
Podemos enumerar os seguintes erros determinados:
a) erros instrumentais – como os existentes em equipamentos mal calibrados ou não calibrados.
b) erros operacionais – depende da prática e do cuidado do operador, como por exemplo, a
transferência de material, não controle de faixas de trabalho como temperatura, pressão, etc.
c) erros pessoais - depende do operador, como por exemplo, observação do ponto de viragem,
forçar resultados, não ler o resultado corretamente, etc.
d) erros de método – depende da técnica utilizada, e estas fontes de erro dependem de cada
caso em particular, sendo muitas vezes difícil de se eliminar.
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ERROS INDETERMINADOS - são aqueles que as causas não podem ser identificadas, mas estes
erros também afetam os resultados obtidos.
Depois de detectar e eliminar os erros determinados devem restar apenas os indeterminados
que devido sua maneira de ocorrer, seguem as leis de distribuição das probabilidades. Para dar uma
ideia desta lei, podemos exemplificar a partir de uma análise onde se realizou cerca de 50 ou 60
medidas. Se colocarmos estes valores em um gráfico, teremos o seguinte resultado. (curva de
distribuição de Gauss).
Pode-se observar que os resultados se encontram ao redor do valor verdadeiro, de modo
simétrico.
Σ x−x
2
S=
n −1
(
A fórmula da incerteza de medida é: IM = ± tn −1 , α
2 ) xSn
Para calcular a incerteza, devemos determinar o grau de confiança, que se baseia na porcentagem de
confiança desejada para a medida.
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Relatórios
Um relatório é o relato detalhado de um experimento científico, geralmente realizado em
laboratório. Aprender a elaborar um relatório significa, antes de tudo, aprender a organizar dados,
informações e resultados obtidos e transmiti-los de maneira correta, segundo os critérios científicos
aceitos no mundo todo. Assim, o relatório faz parte do experimento.
Um relatório tem como objetivo principal, informar com exatidão e clareza como um
experimento foi realizado. Caso queiram repetir o experimento, que sejam capazes de fazê-lo
seguindo a descrição do seu relatório.
Devido à importância de se saber escrever bem dados científicos, o que também é de
extrema importância para professores, após a realização de alguns experimentos deste curso, cada
equipe de alunos elaborará um Relatório Científico. Este deverá ser entregue, impreterivelmente,
após a execução do trabalho experimental, na aula seguinte logo no início, com tolerância de 10
minutos. Nesse relatório deverão constar obrigatoriamente, e na seqüência indicada abaixo, os
seguintes itens:
1. Capa
2. Introdução
3. Objetivos
4. Parte Experimental
4.1. Materiais (Reagentes, Vidrarias, Equipamentos, etc)
4.2. Métodos (Descrição dos procedimentos)
5. Resultados e discussão
6. Conclusões
7. Referências Bibliográficas.
Capa – A capa do relatório deverá conter: o nome da instituição, nomes dos autores, título do
experimento e local/data de realização do experimento. A Figura 1 apresenta um modelo de capa
em papel A4.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO
Instituto de Ciências Tecnológicas e Exatas
Experimento no: XX
Título do Experimento
Uberaba - MG
Dia/Mês/Ano
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Figura 1: Modelo de capa para relatórios científicos em papel A4.
Parte Experimental – Deve conter uma descrição precisa e detalhada dos procedimentos
utilizados, inclusive modificações que tenham sido feitas no roteiro, informando todos os dados
importantes como quantidades de reagentes, solventes, tempo, temperatura das reações, métodos de
análises, etc. Deve conter uma lista dos materiais, instrumentos , reagentes e soluções utilizadas.
(Consultar Handbook de química na Biblioteca)
Resultados e discussão – Esta seção é uma das mais importantes de um relatório. Primeiramente os
resultados obtidos devem ser apresentados da forma mais clara e completa possível, na forma de
tabelas, gráficos, equações químicas, cálculos, etc. Os dados devem estar inseridos dentro de um
texto, seguindo uma seqüência lógica e de fácil entendimento. Em seguida, os resultados obtidos
devem ser discutidos, ou seja, comentados pelos autores. Deve-se discutir possíveis fontes de erro,
correlaciona-las com os dados obtidos, e, sempre que possível, comparar os resultados obtidos com
os da literatura. Estes itens podem, opcionalmente, ser apresentados separadamente.
Conclusão: Constitui numa análise crítica e resumida do trabalho todo tendo relação estreita com
os objetivos propostos. Neste item deve ser verificado se os objetivos específicos foram atingidos,
podendo-se ainda fazer proposições que levem a melhores resultados.
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Nome e função dos principais utensílios de um laboratório químico
1. Objetivos
Nome: Nome:
Nome: Função: Função:
Função:
18
Nome: Nome: Nome:
Função: Função: Função:
Nome:
Nome: Nome:
Função:
Função: Função:
Nome: Nome:
Nome:
Função: Função:
Função:
19
Nome: Nome: Nome:
Função: Função: Função:
Nome: Nome:
Função: Nome: Função:
Função:
20
Nome: Nome: Nome:
Função: Função: Função:
Nome:
Função:
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Experimento 01 – Introdução às técnicas de laboratório e de medidas de massa,
de volume e de temperatura
1. Objetivos
2. Introdução
2.1. Medidas
Sempre que uma medida é efetuada, deve-se levar em consideração o erro a ela inerente. O
erro de uma medida é muitas vezes limitado pelo equipamento que é empregado na sua obtenção.
Em uma medida exata, os valores encontrados estão muito próximos do valor verdadeiro. A
precisão refere-se a quão próximos diversas determinações de uma medida estão entre si. Medidas
podem ser precisas sem serem exatas, devido a algum erro sistemático. O ideal é que as medidas
sejam precisas e exatas. A precisão de uma medida pode ser melhorada aumentando-se o número de
determinação de uma medida e fazendo-se o valor médio das mesmas.
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Figura 1 – Forma correta de se realizar a leitura de volume em vidrarias graduadas.
A norma ASTM E542 detalha o método de leitura do menisco da seguinte maneira: ”Para
todos os aparelhos calibrados por este procedimento, a leitura é feita no ponto mais baixo do
menisco. Para melhor observar o ponto mais baixo, é necessário colocar a sombra de um material
escuro imediatamente abaixo do menisco, a qual faz com que o perfil do menisco escureça e fique
claramente visível contra um fundo iluminado. Algo que pode ajudar muito é um anel de borracha
grossa, preta, cortada em um dos lados e com um diâmetro tal que abrace firme o tubo ou gargalo
de vidro. Papel preto pode ser usado com alternativa”.
A posição do ponto mais baixo do menisco em relação à linha de graduação é tal que ele as
encontra no meio do plano formado pelas porções frontal e traseira da linha de graduação. Tal
posição é obtida fazendo-se o posicionamento do menisco no centro da elipse formada pelas
porções frontal e traseira da linha de graduação, mantendo-se o olho num plano ligeiramente
inferior ao da mesma. O posicionamento do menisco será preciso se, ao se elevar o olho, a elipse se
estreitar no ponto mais baixo do menisco e o mesmo se mantiver a meio caminho entre as porções
frontal e traseira da linha de graduação. Por este método é possível observar a aproximação do
menisco de ambos os lados da linha, interior e superior, e manter o posicionamento correto”.
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3. Parte Experimental
Pergunta: Qual é o critério necessário para definir se a temperatura está constante? Use um gráfico
para ilustrar a alteração da temperatura em função do tempo.
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3.2.4. Relação massa – volume
− Pese uma proveta de 10 ml.
− Adicione 100 gotas de água destilada utilizando um conta-gotas, pese novamente e leia o
volume.
− Determine a massa e o volume de uma gota e a massa equivalente a 1 ml de água.
− Verifique a temperatura da água.
Obs.: Esse experimento permite comparar a precisão e a exatidão de medidas de volume obtidas
com distintos materiais de vidro - proveta e pipeta volumétrica. Compare os dados obtidos e dê uma
explicação plausível para seus resultados).
Sugestão: Utilize uma tabela de densidades da água em várias temperaturas para determinar a massa
de 10 ml de água na temperatura em que a sua experiência foi realizada. Analise os seus dados e
coloque os instrumentos de medição de volume que você utilizou em ordem crescente de exatidão.
Justifique a sua resposta.
4. Questões
1. Cite três cuidados que devem ser observados quando uma balança é utilizada.
2. Um objeto com massa igual a 15,000 g foi pesado três vezes em duas balanças diferentes. Foram
obtidos os seguintes dados:
balança 1 (g) balança 2 (g)
14,950 15,010
14,940 14,900
14,940 15,100
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3. Qual o número de algarismos significativos em cada uma das seguintes medidas:
a) 0,0230 mm d) 15 L
2
b) 8511965 km e) 25,5oC
c) 6,02×1023 moléculas f) 0,27000 g
4. Arredonde os seguintes números para que eles fiquem com dois algarismos significativos:
a) 9,754×1010 d) 0,565
b) 0,5824 e) 50,1000
c) 0,898 f) 57,435
5. Efetue os cálculos, observando o número correto de algarismos significativos:
(50,82 - 1,382) × 50,442 =
98725 × 0,000891 =
84545 : 43,2 =
1492 × 14,0 =
10,728 + 11,00 + 47,8543 =
912,80 - 805,721 =
6. Qual é a diferença conceitual entre:
massa e peso;
massa e densidade.
7. Compare os volumes de dois objetos A e B, que apresentam a mesma massa, sabendo-se que a
densidade de A é três vezes a de B.
8. O mercúrio despejado dentro de um béquer com água fica depositado no fundo do béquer. Se
gasolina é adicionada no mesmo béquer ela flutua na superfície da água. Um pedaço de parafina
colocado dentro da mistura fica entre a água e a gasolina, enquanto um pedaço de ferro vai situar-se
entre a água e o mercúrio. Coloque estas cinco substâncias em ordem crescente de densidade.
9. Um béquer contendo 4,00 × 102 cm3 de um líquido com uma densidade de 1,85 g.cm-3
apresentou uma massa igual a 884 g. Qual é a massa do béquer vazio?
5. Bibliografia
• BROWN, T. L.; LEMAY, H. E.; BURSTEN, B. E. Química A Ciência Central, 9ª. ed. São
Paulo: Prentice Hall, 2010.
• MENDHAM, J.; DENNEY, R.C.; BARNES, J.D.; THOMAS, M. VOGEL - Análise
Química Quantitativa. 6ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012.
• VOGEL, A.I. Química Analítica Qualitativa. 5ª ed. São Paulo: Mestre Jou, 1981.
26
Experimento 02 – Uso do bico de Bunsen e teste de chama
1. Objetivos
2. Introdução
27
onda muito longos). Os raios gama (raios γ) estão no final da região de alta freqüência do espectro
eletromagnético. Eles são produzidos por elementos radioativos.
De todas as radiações, seus olhos são capazes de sentir apenas uma faixa muito estreita de
comprimentos de onda que variam de aproximadamente 400 a 700 nm. Esta faixa é chamada
espectro visível e consiste em todas as cores que você pode ver desde o vermelho, passando pelo
laranja, o amarelo, o verde e o azul até o violeta. Na tabela 1 estão apresentados os intervalos de
comprimento de onda na região do visível e suas cores respectivas.
3. Parte experimental
28
3.2. Procedimento experimental
3.2.1. Uso do bico de Bunsen
i) Acendendo o bico de Bunsen
Abra a válvula do distribuidor. Abra lentamente a válvula de controle no bico de Bunsen e
acenda um palito de fósforo ou isqueiro próximo ao tubo de saída do queimador.
CUIDADO: o gás poderá apagar o fósforo. Se o palito for apagado feche a válvula de controle
enquanto um novo palito é aceso.
ii) Ajustando o bico de Bunsen
Ajuste a altura da chama abrindo ou fechando a válvula de controle de gás. A chama
apropriada será a menor chama necessária para executar a tarefa. Uma chama que tem em torno de
5 a 8 cm de altura é suficiente para a maioria das tarefas no laboratório.
Ajuste o controle de ar até que a chama do bico esteja azul e contenha dois ou mais cones
distintos. Chamas amarelas são resultados de pouco oxigênio na mistura gasosa. O fluxo de
oxigênio pode ser incrementado (ou reduzido) na mistura do gás ajustando o controlador da entrada
de ar.
Nota: quando ajustar a entrada de ar, tome cuidado para não extinguir a chama ou desrosquear
completamente o tubo do bico.
Gire o anel inferior para um lado e para o outro. Observe a chama com o anel. Com o anel
fechado a chama se assemelha com uma lamparina, já com o anel aberto se parece com a chama de
um fogão a gás.
iii) Apagando a chama
Apague a chama na ordem inversa na qual ela foi acesa. Feche a válvula de controle do bico
de Bunsen. Feche a válvula do distribuidor. Desligue o gás no distribuidor.
Certifique-se de fechar completamente o fornecedor de gás para prevenir o acúmulo de gás
no laboratório - uma faísca e há uma explosão perigosa.
iv) Aquecimento da água
Monte o sistema conforme as instruções.
Coloque a tela de amianto sobre o tripé. Sobre a tela de amianto coloque o béquer de 250
mL contendo 150 mL de água.
Adapte uma garra de três dedos à haste de ferro e fixe o termômetro. Mergulhe o
termômetro na água mantendo uma distância entre o bulbo do termômetro e o fundo do béquer de
aproximadamente 1 cm.
Acenda o bico de Bunsen e ajuste de forma a obter a chama azul.
Agora aqueça a água contida no béquer e observe como a temperatura da água varia com o
tempo.
29
Use um cronômetro para medir o tempo. A primeira leitura da temperatura será registrada
como tempo zero. Em intervalos de 2 minutos, leia as temperaturas indicadas no termômetro.
Anote a temperatura na qual a água entra em ebulição.
Construa uma tabela, como a descrita abaixo:
Exercício: com os dados da tabela obtida, construa um gráfico do tempo versus Temperatura.
Utilize para isto um programa gráfico (EXCEL) para realizar esta tarefa. Discuta qual seria o efeito
que um aumento da quantidade de água teria sobre a forma da curva obtida?
hc
∆E = , onde h = 6,63 x 10-34 J.s
λ
Solução Átomo que Cor observada λ Estimado do fóton ∆E aproximado da
se excita na chama (nm) transição
30
4. Questões
5. Bibliografia
31
Experimento 03 – Separação dos componentes de uma mistura
1. Objetivos
2. Introdução
Misturas são muito comuns, sendo usadas e consumidas pela sociedade em geral. Exemplos
de misturas comuns ao cotidiano incluem o café, leite ou suco ingerido nas refeições matinais, o
combustível empregado nos veículos automotores, os perfumes, cremes dentais e até mesmo o chão
que você pisa. Na verdade, pouquíssimos materiais empregados no dia a dia são substâncias puras.
Qualquer material contendo duas ou mais substâncias que não estejam combinadas
quimicamente é uma mistura. Os químicos desenvolveram uma série de técnicas para separar os
componentes de misturas, tais técnicas são baseadas nas diferenças das propriedades físicas
apresentadas pelos diversos componentes de uma mistura. Alguns exemplos de técnicas físicas de
separação são apresentados a seguir:
Sublimação: processo pelo qual um sólido é convertido diretamente ao estado gasoso. Exemplos de
sólidos que sublimam incluem iodo, cafeína, naftalina, etc. Este processo pode ser empregado para
separar sólidos que sublimam de sólidos que não sofrem sublimação.
Evaporação: neste processo a mistura é aquecida de modo que o componente mais volátil é
separado na forma de vapor. Este processo é bastante apropriado para separar sólidos de líquidos.
Extração: nesta técnica um solvente que seletivamente dissolve um componente é empregado para
separá-lo dos demais componentes da mistura. Esta técnica pode ser empregada, por exemplo, para
separar sólidos solúveis em água de sólidos insolúveis neste solvente.
Filtração: nesta técnica um sólido é separado de um líquido pelo uso de um material poroso como
filtro. Os materiais mais comuns utilizados como filtros em laboratórios químicos incluem papel e
carvão ativado. O filtro deve permitir que o líquido passe pelos seus poros e que nenhum sólido o
faça. Quanto mais eficientemente o filtro for capaz de fazer isto melhor será a eficiência da
separação.
A mistura que será separa neste experimento possui três componentes: naftaleno (C10H8), sal
de cozinha (NaCl) e areia (SiO2). A separação será realizada de acordo com o esquema apresentado
na Figura 1.
32
Mistura: Areia + Naftaleno + NaCl
Aquecimento
a 250 oC
Sublimação do naftaleno
Adição de
H2O
Dissolução do NaCl
Filtração
Solução Areia
de NaCl úmida
Aquecimento
Aquecimento
Evaporação Evaporação
da água da água
NaCl Areia
3. Parte experimental
33
Aqueça a mistura contida no béquer 1 empregando a montagem experimental apresentada na
Figura 2. Deve-se tomar cuidado para que a água proveniente do derretimento do gelo não caia no
interior do béquer. (Cuidado! Ao final das etapas envolvendo aquecimento no bico de bunsen, o
béquer estará muito quente! Espere que o mesmo se resfrie antes de manuseá-lo!)
Gelo
Mistura
Aqueça a mistura até que seja observada a formação de vapores no interior do béquer. Um
sólido deve ser formado na parte inferior do vidro de relógio colocado sobre o béquer. A mistura
deve permanecer sob aquecimento por cerca de 10 minutos após a observação do início da
φ= 8 cm) com precisão de 0,001 g e anote a
formação de dos vapores. Pese outro vidro de relógio (φ
massa. Após os 10 minutos de aquecimento, desligue o bico de bunsen, retire a cápsula de
porcelana tomando cuidado para não perder o sólido aderido. Raspe com uma espátula o sólido
aderido transferindo-o para o vidro de relógio previamente pesado. Determine a massa de naftaleno.
Com o auxílio de um bastão de vidro revolva exaustivamente a mistura contida no béquer 1.
Monte novamente o sistema apresentado na Figura 2 e ligue o bico de bunsen. Aqueça por mais 5
minutos. Caso continue a ocorrer formação de sólido no vidro de relógio continue aquecendo por
mais 10 minutos e repita o procedimento anterior. (Atenção! Descartar o naftaleno no recipiente
indicado pelo técnico do laboratório. Não descartar na pia!)
Após ter se certificado que todo o naftaleno foi removido por sublimação, espere até que o
béquer 1 retorne à temperatura ambiente e pese-o. Determine a massa de naftaleno sublimado por
subtração.
Adicione cerca de 10 mL de água destilada ao béquer 1. Agite vigorosamente o conteúdo do
béquer com auxílio de um bastão de vidro por cerca de 5 minutos.
Pese um segundo béquer de 100 mL e um papel de filtro, ambos com precisão de 0,001g.
(Não se esqueça de anotar as massas!)
34
Monte o sistema de filtração conforme apresentado na Figura 3A. Dobre o papel de filtro
conforme ilustrado na Figura 3B.
A
B
Dobra
Dobra
Resíduo
sólido Cortar
(opcional)
Filtrado
Figura 3 – A) Ilustração de um sistema de filtração por gravidade. B) Etapas para a dobra do papel
de filtro.
Filtre a mistura contida no béquer 1. Caso seja necessário, utilize um bastão de vidro para
transferir o sólido restante. Após a remoção da máxima quantidade possível de sólido do béquer 1,
adicione a este 5 mL de água destilada para lavá-lo. Transfira também esta água para o funil de
filtração. Repita este procedimento com mais 5 mL de água destilada. (Atenção para não perder
parte do resíduo sólido no bastão de vidro).
Após a filtração, coloque o papel de filtro “aberto” sobre um vidro de relógio e o leve à
estufa a cerca de 120 oC, deixando-o lá por cerca de 20 minutos. Após isto, verifique se o resíduo
sólido está completamente seco. Caso não esteja, deixe-o na estufa por mais 10 minutos. Após a
secagem completa do resíduo sólido, retire-o da estufa, espere até que retorne à temperatura
ambiente e pese novamente. Determine a massa de areia por subtração.
Evapore a água do béquer 2 empregando a montagem experimental apresentada na Figura 4.
Aqueça cuidadosamente para evitar que a solução “espirre” para fora do béquer. Quando quase toda
a água tiver sido evaporada diminua a intensidade da chama para evitar que o sólido “espirre” para
fora do béquer. Após a evaporação de toda a água, mantenha o aquecimento em chama branda por
mais 5 minutos. Caso o resíduo sólido obtido ainda esteja úmido, continue o aquecimento em
chama branda por mais 5 minutos ou o leve a estufa a cerca de 120 oC por mais 15 minutos. Após a
secagem completa do resíduo sólido, espere até que o béquer 2 retorne a temperatura ambiente.
Pese-o e determine a massa de NaCl por subtração.
35
Solução de
NaCl
4. Resultados e discussão
36
5. Bibliografia
37
Experimento 04 – Síntese do alúmen de potássio, KAl(SO4)2.12H2O
1. Objetivos
Realizar a síntese de um sal duplo. Efetuar filtrações por gravidade e a vácuo de uma
mistura sólido-líquido. Determinar o rendimento percentual da reação.
2. Introdução
Os sais duplos são compostos cristalinos que podem ser obtidos através de certas reações de
neutralização específicas e também pela cristalização conjunta de dois sais em solução aquosa.
Assim, quando um ácido poliprótico neutraliza duas bases diferentes, produz-se um sal duplo.
Como exemplo, tem-se a reação do ácido sulfúrico com os hidróxidos de sódio e de potássio,
produzindo o sulfato de potássio e sódio; esta reação é representada através da seguinte equação
química:
KOH (aq) + NaOH (aq) + H2SO4 (aq) → KNaSO4 (aq) + 2H2O (l)
Da mesma forma, quando uma base polihidroxílica reage com ácidos diferentes, também,
produz-se um sal duplo. A reação de neutralização dos ácidos clorídrico e sulfúrico pelo hidróxido
de alumínio é um exemplo disso, conforme mostra a seguinte equação:
Al(OH)3 (s) + H2SO4 (aq) + HCl (aq) → AlSO4Cl (aq) + 3H2O (l)
A obtenção de um sal duplo pela cristalização conjunta de dois sais em solução aquosa pode
ser feita misturando-se soluções de dois sais seguida, concentrando-se a solução resultante através
da evaporação da água. À medida que a solução perde água, em vez de precipitar inicialmente o sal
menos solúvel em água (KCl) e depois o mais solúvel (MgCl2), formam-se cristais de uma
substância diferente (KMgCl3.6H2O), chamada sal duplo, onde o estado de oxidação dos íons
presentes é conservado.
É importante destacar que essas substâncias apresentam composição estequiométrica
constante e bem definida, isto é, para uma certa quantidade de um dos íons, existe sempre uma
mesma quantidade dos demais íons que compõem o sal duplo. Além disto, quando os cristais dessas
substâncias são dissolvidos em água, a solução resultante apresenta todas as reações características
dos três íons que constituem o sal duplo, da mesma forma que para os correspondentes sais simples.
Existe um grande número de sais duplos que são denominados alúmens. Estes são sais
duplos hidratados, contendo um cátion monovalente, um cátion trivalente e o íon sulfato como
ânion. Os compostos em que o cátion trivalente é o alumínio são sais duplos típicos, daí a razão do
nome alúmem para essas substâncias. A fórmula geral dos alúmens é M+M3+(SO4)2.12H2O, onde
38
M+ pode ser qualquer cátion monovalente, com exceção do Li+ (geralmente Na+, K+, ou NH4+) e
M3+ principalmente os seguintes cátions trivalentes: Al3+, Cr3+, Fe3+, Ti3+ ou Co3+. Com relação às
doze moléculas de água de hidratação ou cristalização, seis estão associadas ao cátion monovalente
e as demais ao cátion trivalente.
O sal duplo a ser sintetizado na presente experiência é o sulfato de alumínio e potássio,
KAl(SO4)2.12H2O, também conhecido como alumém de potássio. Para sua obtenção, inicialmente,
alumínio metálico é dissolvido numa solução aquosa de hidróxido de potássio, de acordo com a
seguinte equação química:
2Al (s) + 2KOH (aq) + 6H2O (l) → 2KAl(OH)4 (aq) + 3H2 (g)
a solução resultante é, então acidificada com ácido sulfúrico. Primeiro, ocorre precipitação de
hidróxido de alumínio, descrita pela equação química:
2KAl(OH)4 (aq) + H2SO4 (aq) → K2SO4 (aq) + 2Al(OH)3 (s) + 2H2O (l)
em seguida, ao se aquecer o hidróxido de alumínio na presença de excesso de ácido sulfúrico,
ocorre uma reação descrita pela seguinte equação química:
4Al(OH)3 (s) + 3H2SO4 (aq) → Al2(SO4)3 (aq) + 2Al(OH)3 (s) + 6H2O (l)
Agora, estando os íons potássio, alumínio e sulfato em solução, ocorre a formação do sulfato
de alumínio e potássio descrita pela equação química:
K2SO4 (aq) + Al2(SO4)3 (aq) + 6H2O (l) → 2KAl(SO4)2.12H2O (s)
a equação química global que representa a síntese do alumén de potássio e:
2Al (s) + 2KOH (aq) + 22H2O (l) + 4H2SO4 (aq) → 2KAl(SO4)2.12H2O (s) + 3H2 (g)
O alumém de potássio é um sal duplo de grande importância industrial, sendo muito
utilizado na tintura de tecidos, purificação de águas, clarificação de açúcar etc.
3. Parte experimental
39
- Hidróxido de amônio - Hidróxido de potássio (4 M)
40
c) Teste para o íon sulfato
Ao terceiro tubo de ensaio, contendo a solução de alúmem, adicione igual volume de
solução 0,1 mol.L-1 de cloreto de bário e anote as transformações ocorridas.
4. Questões
5. Bibliografia
41
Experimento 05 – Preparo de soluções
1. Objetivos
2. Introdução
10,0 g NaCl
concentraç ão 2 = = 0,0909 g/g = 9,09 %
110 g H2O
As quantidades a que nos referimos podem ser medidas de massa, de volume, de moles, o
que dá origem a grande variedade de unidades de concentração. As unidades mais importantes são
aquelas em que o denominador representa a quantidade de solução que contém a quantidade de
soluto representada no numerador (como a concentração 2 acima). Exemplos de unidades muito
utilizadas:
42
Tipo de concentração 2:
g (soluto)
x 100 = % m/m (porcentagem massa por massa) , é usualmente transformada
g (solução)
numa porcentagem, conhecida como título.
mL (soluto)
x 100 = %v/v (porcentagem volume por volume)
mL (solução)
g (soluto)
= g/L (gramas por litro)
L (solução)
moles (soluto)
= mol/L (moles por litro)
L (solução)
Tipo de concentração 1:
moles (soluto)
= molal
1000 g (solvente)
g (soluto)
= usada para solubilidades
100 g (solvente)
43
As bases fortes mais frequentemente utilizadas são: hidróxido de sódio e hidróxido de
potássio. Esse sólido se dissolve em água, causando o aparecimento de íons hidroxila, isto é:
NaOH (s) + H2O (l) → Na+ (aq) + OH- (aq)
O hidróxido de sódio, o álcali industrialmente mais importante, bem como o hidróxido de
potássio, é encontrado comercialmente na forma de um sólido esbranquiçado, sendo adquirível a
preços bastante acessíveis.
3. Parte Experimental
44
Coloque o NaOH em um béquer de 100 mL, contendo aproximadamente 40 mL de água
destilada, e dissolva com auxílio de um bastão de vidro. Espere a solução atingir a temperatura
ambiente e transfira com cuidado para o balão volumétrico de 100 mL.
Adicione a água até que o volume da solução atinja a marca indicativa no gargalo do balão
(menisco).
Preparada a solução, a mesma deve ser homogeneizada invertendo-se o balão volumétrico
(bem tampado) várias vezes.
Transfira a solução para um frasco e rotule-o com etiqueta.
Reserve essa solução de NaOH, em frasco apropriado e rotulado, para uso posterior.
Observação: Após efetuar os procedimentos acima, entregue as soluções de HCl e NaOH para
o técnico guardar. No próximo experimento você utilizará estas soluções.
4. Questões
45
5. Bibliografia
• ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de Química: Questionando a vida moderna e o meio
ambiente. 3ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2007.
• BROWN, T. L.; LEMAY, H. E.; BURSTEN, B. E. Química A Ciência Central, 9ª. ed. São
Paulo: Prentice Hall, 2010.
• MENDHAM, J.; DENNEY, R.C.; BARNES, J.D.; THOMAS, M. VOGEL - Análise
Química Quantitativa. 6ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012.
• KOTZ, J. C.; TREICHEL, P. M.; WEAVER, G.C. Química e Reações Químicas, vol 1. São
Paulo: Cengage Learning, 2010.
• BRADY, J. E.; SENESE, F. Química: a matéria e suas transformações – vol. 1. 5ª ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2009.
• CONSTANTINO, M.G.; SILVA, G.V.J.; DONATE, P.M. Fundamentos de Química
Experimental. São Paulo: Edusp, 2004.
• RUSSEL, J.B. Química Geral – vol. 1. 2ª ed. São Paulo: Makron Books, 1994.
46
Experimento 06 – Titulação Ácido-Base
1. Objetivos
Padronizar e utilizar uma solução diluída de base através da titulação. Tomar volumes pré-
determinados de líquidos usando uma pipeta volumétrica. Medir volume de líquidos usando uma
bureta. Utilizar reações químicas (reações de neutralização) para determinar a concentração de
soluções de ácidos e bases fortes. Utilizar indicadores ácido-base para identificar o ponto de
equivalência numa titulação. Redigir um relatório.
2. Introdução
47
Tabela 1. Tipos de indicadores ácido-base, com zona de viragem e coloração.
Indicador Zona de Transição Mudança de cor
Alaranjado de metila 3,1-4,4 Vermelho para alaranjado
Vermelho de metila 4,4-6,2 Vermelho para amarelo
Azul de Bromotimol 6,2-7,6 Amarelo para azul
Fenolftaleína 8,0-10,0 Incolor para vermelho
3. Parte experimental
4. Questões
1. Neste experimento utiliza-se uma solução padronizada de base para padronizar uma solução
básica. Poderia se usar uma solução ácida para padronizar uma básica? Caso, afirmativo, quais as
considerações práticas e teóricas que se deve levar em consideração?
2. Por que é necessário padronizar a solução de hidróxido de sódio?
48
3. O que é e para que serve um padrão primário?
4. Quais as características desejáveis de um padrão primário?
5. Por que precisamos usar uma pipeta volumétrica para medir a alíquota da solução ácida na
titulação.
6. Determine o teor de ácido acético em sua amostra de vinagre. Mostre explicita e organizadamente
todos os cálculos realizados. Expresse seus resultados em mol L-1 e gramas de ácido acético por mL
de solução.
7. Sabendo que o teor nominal de ácido acético no vinagre é 4,0 % (m:v), compare este resultado
com o resultado que você obteve. Discuta as prováveis fontes de erro.
5. Bibliografia
• ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de Química: Questionando a vida moderna e o meio
ambiente. 3ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2007.
• BROWN, T. L.; LEMAY, H. E.; BURSTEN, B. E. Química A Ciência Central, 9ª. ed. São
Paulo: Prentice Hall, 2010.
• MENDHAM, J.; DENNEY, R.C.; BARNES, J.D.; THOMAS, M. VOGEL - Análise
Química Quantitativa. 6ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012.
• KOTZ, J. C.; TREICHEL, P. M.; WEAVER, G.C. Química e Reações Químicas, vol 1. São
Paulo: Cengage Learning, 2010.
• BRADY, J. E.; SENESE, F. Química: a matéria e suas transformações – vol. 1. 5ª ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2009.
• RUSSEL, J.B. Química Geral – vol. 1. 2ª ed. São Paulo: Makron Books, 1994.
49
Experimento 07 – Equilíbrio Químico
1. Objetivos
Observar o deslocamento do equilíbrio químico de uma reação a partir de fatores como
concentrações dos reagentes e variação da temperatura.
2. Introdução
Uma das razões pelas quais as propriedades de um sistema em equilíbrio são muito
importantes é que todas as reações tendem a alcançar um estado de equilíbrio, embora isso nem
sempre seja evidente. Às vezes, dizemos que uma reação química foi "completada", mas
rigorosamente falando, não existem reações que consumam 100% dos reagentes. Todos os
sistemas que reagem alcançam um estado de equilíbrio, no qual permanecem pequenas
quantidades de reagentes que estão sendo consumidos, até que seja quase impossível de se medir.
Considere a seguinte reação:
É possível observar pelo gráfico que as variações de concentração vão se tornando menos
acentuadas desde o início da reação (t0) até o instante t3, em que o equilíbrio foi atingido. Isso
50
significa que as velocidades de troca se tornam menores com o passar do tempo. No tempo t0
somente pode ocorrer a reação no sentido da formação dos produtos (reação direta). Entretanto,
após certo tempo, quando significativa quantidade de produto já foi formada, pode se iniciar a
reação no sentido contrário, ou seja, reação inversa. A velocidade da reação direta diminui com o
tempo, devido ao decréscimo de reagentes (menor número de choques efetivos). Ao mesmo
tempo, a velocidade da reação inversa aumenta, por causa do aumento da concentração dos
produtos. Finalmente, em t3, a velocidade da reação direta diminui e a da reação inversa aumenta,
a ponto de se igualarem. A partir daí não há mais variação das concentrações de reagentes e
produtos, uma vez que estes são formados e consumidos em velocidades iguais:
CO2 (g) + H2 (g) CO (g) + H2O (g)
2.1. Princípio de Le Chatelier
Quando as condições de um sistema em equilíbrio são alteradas, o sistema responde de tal
forma a manter o equilíbrio. Em 1888, Henri-Lewis Le Chatelier descreveu esse fenômeno em
um princípio que afirma que "quando uma mudança de temperatura, pressão ou concentração
perturba um sistema em equilíbrio químico, a mudança será contrabalançada por uma alteração
na composição de equilíbrio". Você observará este princípio neste experimento através da reação
reversível entre os íons ferro(III) e os íons tiocianato:
3. Parte experimental
51
3.2. Procedimento experimental
3.2.1. Estudo do equilíbrio entre Fe3+ e SCN-
Colocar 20 mL de água em um béquer e adicionar, com pipetas de Pasteur, 2 gotas de
solução 1 mol/L de FeCl3 e 2 gotas de solução 1 mol/L de KSCN. Meça as gotas com certo
cuidado, pois se você adicionar muito, a solução ficará muito escura, não permitindo que um
posterior escurecimento seja facilmente visível. Divida a mistura em sete porções de 2 mL,
colocando cada uma em um tubo de ensaio. Um dos tubos de ensaio servirá como um "controle"
para a comparação com o conteúdo dos demais tubos de ensaio.
Ao primeiro tubo, adicione 3 gotas da solução 1 mol/L de FeCl3 e agite. Se não notar a
diferença ou não tiver certeza, adicione mais 3 gotas. Continue adicionando 3 gotas de cada vez,
agitando, até ter certeza de que você percebeu qual a diferença entre este tubo e os outros. Anote
suas observações e explique o que aconteceu. O conteúdo deste tubo de ensaio, bem como o
controle, pode ser descartado na pia.
Ao segundo tubo, adicione 3 gotas da solução 1 mol/L de KSCN. Anote suas observações
e explique. O resultado foi diferente do ocorrido com o 1° tubo? Se foi, qual foi a diferença?
Explique tudo. O conteúdo deste tubo de ensaio, bem como o controle, pode ser descartado
na pia.
Ao terceiro tubo, adicione uma pequena quantidade de KCl sólido e agite vigorosamente
para dissolver. Compare a cor com a do tubo "controle". E seguida, adicione cerca de 3 gotas de
solução 1,0 mol L-1 de Fe(NO3)3, homogeneizando a solução e anotando as observações. O
conteúdo deste tubo pode ser descartado na pia.
Ao quarto tubo, adicione 3 gotas de solução 0,2 mol L-1 de AgNO3. Agite bem para
homogeneizar o conteúdo do tubo. Anote suas observações. Em seguida, adicionar 3 gotas de
solução 1,0 mol L-1 de Fe(NO3)3, agite o tubo de ensaio e anote suas observações. Descarte o
conteúdo deste tubo de ensaio em um recipiente apropriado (peça auxílio ao docente ou ao
técnico).
Ao quinto tubo, adicione cerca de 3 gotas de solução 0,2 mol L-1 de AgNO3.
Homogeneíze o conteúdo do tubo e anote suas observações. Em seguida, adicione 3 gotas de
solução 1,0 mol L-1 de KSCN, homogeneizando a solução e anotando as observações. Descarte
o conteúdo deste tubo de ensaio em um recipiente apropriado (peça auxílio ao docente ou
ao técnico).
Coloque o sexto tubo de ensaio no banho-maria a 70-80 °C durante 1 a 2 minutos.
Compare a solução quente com a solução no tubo de ensaio não aquecido, o "controle", e anote
52
suas observações. O conteúdo deste tubo de ensaio, bem como o controle, pode ser
descartado na pia.
4. Questões
5. Bibliografia
• ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de Química: Questionando a vida moderna e o meio
ambiente. 3ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2007.
• BROWN, T. L.; LEMAY, H. E.; BURSTEN, B. E. Química A Ciência Central, 9ª. ed.
São Paulo: Prentice Hall, 2010.
• BROWN, L.S.; HOLME, T.A. Química Geral Aplicada a Engenharia. São Paulo:
Cengage Learning, 2009.
• KOTZ, J. C.; TREICHEL, P. M.; WEAVER, G.C. Química e Reações Químicas, vol 2.
São Paulo: Cengage Learning, 2010.
• BRADY, J. E.; SENESE, F. Química: a matéria e suas transformações – vol. 2. 5ª ed. Rio
de Janeiro: LTC, 2009.
• RUSSEL, J.B. Química Geral – vol. 2. 2ª ed. São Paulo: Makron Books, 1994.
53
Experimento 08 – Cinética Química: Velocidade das reações químicas
1. Objetivos
2. Introdução
Uma reação química ocorre quando certas substâncias sofrem transformações em relação
ao seu estado inicial, onde as ligações entre átomos e moléculas devem ser rompidas e
restabelecidas de outra maneira. O conhecimento e o estudo da velocidade das reações químicas,
além de ser muito importante para a indústria, também está relacionado ao nosso cotidiano. Para
que ocorra uma reação química, duas condições são necessárias:
i) Haver afinidade química entre as substâncias;
ii) Haver colisões entre as moléculas dos reagentes que levem a quebra de suas ligações para
formação de novas ligações.
A velocidade das reações químicas depende de uma série de fatores: a concentração das
substâncias reagentes, a temperatura, a pressão, a luz, a presença de catalisadores, superfície de
contato. Esses fatores nos permitem alterar a velocidade natural de uma reação química:
Concentração de reagentes: quanto maior a concentração dos reagentes, mais rápida será a
reação química. Essa propriedade está relacionada com o número de colisões entre as partículas.
Exemplo: uma amostra de palha de aço reage mais rapidamente com ácido clorídrico
concentrado do que com ácido clorídrico diluído.
Temperatura: de um modo geral, quanto maior a temperatura, mais rapidamente se processa a
reação. Podemos acelerar uma reação lenta, submetendo os reagentes a uma temperatura mais
elevada. Exemplo: se cozinharmos um alimento em panela de pressão ele cozinhará bem mais
rápido, devido à elevação de temperatura em relação às panelas
Pressão: O aumento de pressão externa diminui o volume interno (para gases) e
conseqüentemente aumenta a concentração dos reagentes (deixa-os mais próximos) e isso
aumenta a velocidade.
Luz: Certas reações, as chamadas reações fotoquímicas, podem ser favorecidas e aceleradas pela
incidência de luz. Trata-se de uma reação de fotólise, ou seja, da decomposição de uma
substância pela ação da luz. Podemos retardar a velocidade de uma reação diminuindo a
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quantidade de luz. Exemplo: A fotossíntese, que é o processo pelo qual as plantas convertem a
energia solar em energia química, é uma reação fotoquímica.
Catalisadores: São substâncias capazes de acelerar uma reação. Exemplo: alguns produtos de
limpeza contêm enzimas para facilitar na remoção de sujeiras. Essas enzimas facilitam a quebra
das moléculas de substâncias responsáveis pelas manchas nos tecidos.
Superfície de contato: Quanto maior a superfície de contato dos reagentes, maior será a
velocidade da reação. Exemplo: os antiácidos efervescentes quando triturados se dissolvem mais
rápido em água do que em forma de comprimido inteiro, isto porque a superfície de contato fica
maior para reagir com a água.
Natureza dos reagentes: Reações que ocorrem entre íons geralmente ocorrem mais rapidamente
do que as que envolvem moléculas.
3. Parte experimental
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3.2.2. Estudo da velocidade de reação em função da concentração de reagente
Em três tubos de ensaio pipetar 2 mL de solução aquosa de sulfato de cobre 1,0 mol/L,
0,1 mol/L e 0,01 mol/L, respectivamente. Posteriormente, mergulhar em cada béquer 1 prego
amarrado em um barbante, por aproximadamente 5 minutos. Observar e anotar. Comparar os
resultados obtidos.
4. Questões
1. Qual a composição química do comprimido de SONRISAL?
2. Qual a evidência de que está ocorrendo reação química?
3. Consulte a literatura e escreva a equação correspondente à reação química que é evidenciada.
4. Qual a cor da solução de sulfato de cobre?
5. Qual a cor do prego?
6. Consulte a literatura e escreva a equação correspondente à reação química que é evidenciada.
7. Escreva a equação química para a reação de decomposição da água oxigenada.
8. O que significa o termo (10 vol/vol) no frasco de água oxigenada?
5. Bibliografia
• ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de Química: Questionando a vida moderna e o meio
ambiente. 3ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2007.
• BROWN, T. L.; LEMAY, H. E.; BURSTEN, B. E. Química A Ciência Central, 9ª. ed.
São Paulo: Prentice Hall, 2010.
• BROWN, L.S.; HOLME, T.A. Química Geral Aplicada a Engenharia. São Paulo:
Cengage Learning, 2009.
• KOTZ, J. C.; TREICHEL, P. M.; WEAVER, G.C. Química e Reações Químicas, vol 2.
São Paulo: Cengage Learning, 2010.
• BRADY, J. E.; SENESE, F. Química: a matéria e suas transformações – vol. 2. 5ª ed. Rio
de Janeiro: LTC, 2009.
• RUSSEL, J.B. Química Geral – vol. 2. 2ª ed. São Paulo: Makron Books, 1994.
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Experimento 09 – Cinética Química: Determinação da ordem de reação
1. Objetivos
2. Introdução
A cinética química trata das velocidades das reações químicas. Enquanto algumas reações
se processam muito rapidamente, outras reações são mais lentas. Geralmente, os processos que
envolvem íons ocorrem rapidamente e os que envolvem moléculas ou grupos ligados por
covalência levam mais tempo para ocorrer. Os principais fatores que controlam a velocidade de
uma reação química são: a natureza dos reagentes e produtos, a concentração das espécies
reagentes, a temperatura, a superfície de contato, a presença de catalisadores. O aumento da
concentração dos reagentes e da temperatura aumenta a possibilidade de colisões entre as
moléculas, aumentando a velocidade da reação.
3. Parte experimental
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Retire a palha de aço de dentro da solução e agite-a vigorosamente dentro de uma pia para
eliminar o excesso de líquido. Introduza a palha de aço imediatamente dentro de uma proveta de
100 mL, com o auxílio do bastão de vidro empurre-a para o fundo da proveta. Coloque a
extremidade aberta da proveta dentro do béquer de 500 mL contendo água, fixando-a com a
garra ao suporte universal, conforme ilustrado na Figura 1.
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4. Questões
1. Por que é necessária a lavagem da porção de palha de aço com uma solução diluída de ácido
acético antes da realização do experimento?
2. Escreva a equação química que representa a reação envolvida no experimento.
3. Construa os gráficos da % de O2 em função do tempo de reação.
4. Apresente os cálculos realizados para a determinação da % de O2 no ar a partir dos resultados
obtidos no experimento.
5. Determine a ordem global da reação envolvida no experimento, expressando seu resultado na
forma de gráfico. Discuta o resultado encontrado.
6. Com base nos resultados anteriores, escreva a equação de velocidade (lei cinética) da reação
envolvida no experimento.
7. Suponha que na reação entre o Fe0 e o O2, a lei de velocidade seja governada por:
v = k[Fe][O 2 ]2
a) Qual a ordem da reação, com relação ao Fe?
b) Qual a ordem da reação, com relação ao O2?
c) Qual a ordem global da reação?
d) O que vem a ser k na expressão matemática acima?
Levando-se em conta a lei de velocidade mencionada, o que acontece com a velocidade da
reação quando:
e) Se a concentração molar de ferro for duplicada?
f) Se a concentração molar de oxigênio for duplicada?
g) Se ambas as concentrações molares forem duplicadas?
5. Bibliografia
• ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de Química: Questionando a vida moderna e o meio
ambiente. 3ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2007.
• BROWN, T. L.; LEMAY, H. E.; BURSTEN, B. E. Química A Ciência Central, 9ª. ed.
São Paulo: Prentice Hall, 2010.
• BROWN, L.S.; HOLME, T.A. Química Geral Aplicada a Engenharia. São Paulo:
Cengage Learning, 2009.
• KOTZ, J. C.; TREICHEL, P. M.; WEAVER, G.C. Química e Reações Químicas, vol 2.
São Paulo: Cengage Learning, 2010.
• BRADY, J. E.; SENESE, F. Química: a matéria e suas transformações – vol. 2. 5ª ed. Rio
de Janeiro: LTC, 2009.
• RUSSEL, J.B. Química Geral – vol. 2. 2ª ed. São Paulo: Makron Books, 1994.
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