POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE

e
CONTEXTO HISTÓRICO do
PROCESSO de SAÚDE

Profa. Dra. Erica Passos Baciuk

DEFINIÇÃO DE SAÚDE
 SAÚDE
• “Saúde é um estado de completo bem
estar físico, mental e social, não
apenas a ausência de doença ou
enfermidades.” OMS

• “A saúde para cada homem, mulher ou

criança é ter meios de traçar um
caminho pessoal e original, em direção
ao bem-estar físico, psíquico e social.”
C. Dejours
 Constituição Federal - Art. 196

Saúde é um direito de todos e dever do

Estado, garantido mediante Políticas
Sociais e Econômicas que visem a
redução de risco de doença e de outros
agravos e ao acesso universal e
igualitário às ações e serviços para a
promoção, proteção e recuperação.
 Modelo de Saúde
ZONA NEUTRA
(Ausência de Doenças)

Incap. Física Crescimento

Sinais Consciência
Morte Máximo
Precoce Bem-Estar
Sintomas Educação

Modelo de Tratamento

Campo da Medicina Campo da Promoção de Saúde

Tradicional
Campo da Medicina Alternativa
A saúde é determinada por um conjunto de
fatores agrupáveis em quatro categorias:
BIOLOGIA E
FISIOLOGIA
HUMANA

AMBIENTE,
INCLUÍDO O
SAÚDE ESTRUTURA E
ORGANIZAÇÃO
DO TRABALHO HUMANA DA ATENÇÃO A
SAÚDE

ESTILO DE VIDA E
COMPORTAMENTO
 O QUE AFETA A SAÚDE ???

• Estilo de vida 53%

• Ambiente 20%

• Hereditariedade (Fatores Biológicos) 17%

• Assistência Médica 10%

 Saúde
• Nossos problemas mais sérios de
saúde e de doença estão ligados com o
estilo de vida e o comportamento.

• Estes parâmetros são os principais

responsáveis pelo bem-estar individual
e pelo nível de qualidade de vida de
uma comunidade
O QUE É QUALIDADE DE VIDA???
É como você percebe sua realidade dentro da
sociedade que vive e onde você se situa em
relação às suas expectativas, preocupações e
padrões.

Envolve a saúde física, estado psicológico,

relações sociais, crenças pessoais e
relacionamento com o meio ambiente.
Qual a relação entre Qualidade de
Vida e saúde?
As atividades e ações visando a Promoção e
Prevenção da Saúde de todos, estão centradas
na abordagem do fenômeno Saúde-Doença
segundo o modelo da História Natural da
Doença, tal como interpretado por Leavell e
Clark, que parte do pressuposto de que a Saúde
e doença não são estados estáticos e polares
mutuamente exclusivos.
História natural da doença é o nome dado ao
conjunto de processos interativos compreendendo “as
inter-relações do agente, do suscetível e do meio
ambiente que afetam o processo global e seu
desenvolvimento, desde as primeiras forças que criam o
estímulo patológico no meio ambiente, ou em qualquer
outro lugar, passando pela resposta do homem ao
estímulo, até às alterações que levam a um defeito,
invalidez, recuperação ou morte”.

(Leavell & Clark, 1976).

 História Natural da Doença
Determinantes - Morte
- Cronificação
- Cura com sequela
Agente
Horizonte Clínico - Cura

Hospedeiro Meio
Ambiente

Nível Sub-clínico Nível Clínico

Pré-Patogênese
Patogênese: SER HUMANO

(Leavell & Clark, 1976).

 Contexto histórico
As mudanças econômicas, políticas, sociais
e culturais, que ocorreram no mundo desde
o século XIX e se intensificaram no século
passado, produziram alterações
significativas para a vida em sociedade.
 SAÚDE: Contexto histórico

• O processo de transformação da sociedade é também

o processo de transformação da saúde e dos
problemas sanitários.
• Sendo assim, a saúde, uma esfera da vida de homens e
mulheres em toda sua diversidade e singularidade, não
permaneceu fora do desenrolar das mudanças da
sociedade nesse período.
 SAÚDE COLETIVA

Diferenças de ordem política, econômica e social

na América Latina levaram à criação de um
pensamento original sobre a saúde que levasse
em conta as dimensões políticas e econômicas e
contribuíssem para o redesenho de conteúdos e
formas de intervenção concreta.
 SAÚDE COLETIVA

• No processo de recriação na América Latina do

campo da saúde se propõe uma saúde coletiva,

• Significando pública, preventiva e integral,

comunitária, eqüitativa, constituída de coletivos
socialmente distribuídos, politicamente
atuantes e sadios.
 SUS

No Brasil, pensar outros caminhos para garantir

a saúde da população significou pensar a
redemocratização do país e a constituição de
um sistema de saúde inclusivo.
 SUS
• No processo de criação do SUS encontram-se:

• o conceito ampliado de saúde,

• a necessidade de criar políticas públicas para promovê-la,

• o imperativo da participação social na construção do sistema

e das políticas de saúde e

• a impossibilidade do setor sanitário responder sozinho à

transformação dos determinantes e condicionantes para
garantir opções saudáveis para a população.
 SAÚDE COLETIVA

• Inicialmente subsistia na Saúde Coletiva, uma

concepção de Saúde Ambiental moldada nos modelos
epidemiológicos tradicionais.

• Essa noção alinhava fatores de risco ambientais a

doenças e agravos à saúde em populações expostas a
agentes físico- químicos determinados em situações
definidas como não-ocupacionais.
 SAÚDE COLETIVA

• A incorporação de “nova Saúde Ambiental”,

como elemento integrante do campo da
Saúde Coletiva, torna-se possível a partir do
momento em que a Saúde do Trabalhador
aponta uma relação mais ampla que
abrange a produção, o ambiente e a saúde.
 Saúde Ambiental
• Segmentos populacionais como gestantes,
crianças, adolescentes e idosos foram
incorporados pela Saúde Ambiental.

• Importante enfatizar que em qualquer análise de

riscos à saúde a partir dos processos produtivos,
os trabalhadores são os mais afetados através da
exposição direta.
 Saúde coletiva
A saúde coletiva deveria ser vista como inserção e
interferência no campo da saúde em dois planos:

 Plano horizontal - saberes e práticas comporiam

parte dos saberes e práticas de outras categorias e
atores sociais.

 Plano vertical: a saúde coletiva como área específica

de intervenção, área especializada e com valor de uso
próprio, diferente da clínica ou de outras áreas de
intervenção.
 VALOR DE USO

• Valor de uso entendido como a utilidade que

bens ou serviços têm para pessoas concretas
vivendo em situações específicas.

• A saúde, mesmo entendida como um bem

público, como acontece no SUS por ser produzida
como um direito universal e não em função de
seu valor de troca, conserva o caráter de valor de
uso.
 VALOR DE USO

• A utilidade de um bem ou serviço não é um dado

intrínseco a ele, mas é socialmente construída.

• Assim, o valor da vida varia conforme a época, a

classe e o contexto social: expressa-se sob a
forma de necessidades sociais.
 Promoção da saúde
• A abordagem socioambiental define promoção à
saúde como o processo de capacitação de
indivíduos e coletivos para que tenham controle
sobre os determinantes de saúde com o objetivo
de terem uma melhor qualidade de vida.

• Essa abordagem foi responsável pela melhoria

da qualidade de vida de alguns grupos sociais
mostrando que os resultados, em termos de
qualidade de vida, variaram de acordo com a
extração social do indivíduo.
 Promoção da Saúde definida na
Carta de Ottawa (1986):

Um processo que visa criar condições

que permitam aos indivíduos e aos
grupos controlar a sua saúde, a dos
grupos onde se inserem e ao mesmo
tempo, agir sobre os fatores que a
influenciam.
 Promoção da Saúde definida na
Carta de Ottawa (1986):

O processo de capacitação da comunidade para

atuar na melhoria de sua qualidade de vida e
saúde, incluindo uma maior participação no
controle deste processo.
PROMOÇÃO EM SAÚDE

A Nova Promoção à Saúde preconiza:

criação de ambientes sustentáveis,

reorientação dos serviços de saúde,
desenvolvimento da capacidade dos
sujeitos individuais e
fortalecimento de ações comunitárias.
 PROMOÇÃO DA SAÚDE
• Associa-se a valores como:
– Vida
– Saúde
– Solidariedade
– Equidade
– Democracia
– Cidadania
– Desenvolvimento
– Participação
– Parceria
 PROMOÇÃO DA SAÚDE
• Relaciona-se à ideia de “responsabilização
múltipla”.

• Envolve Ações:
– do Estado (políticas públicas saudáveis);
– dos indivíduos (desenvolvimento de habilidades
pessoais);
– do Sistema de saúde (re-orientação do sistema de
saúde);
– de parcerias inter setoriais.
 PROMOÇÃO DA SAÚDE
• Os termos como empoderamento e autocuidado vêm
sendo cada vez mais utilizados

• Promoção da saúde envolve desenvolvimento de

habilidades individuais

• Permite a tomada de decisões favoráveis à qualidade de

vida e à saúde
 PROMOÇÃO DE SAÚDE
• A promoção da saúde, uma das estratégias de
produção social de saúde, deve estar articulada e
permear políticas públicas e tecnologias a serem
implantadas.
• Pressupõe a interação entre o setor sanitário e os
demais setores da sociedade, entre o indivíduo e seu
meio, produzindo uma rede de co- responsabilidade
pelo bem-estar global.
 MISSÃO

Influenciar a transformação de saberes e

práticas de outros agentes, contribuindo para
mudanças do modelo de atenção e da lógica
com que funcionam os serviços de saúde em
geral.
 PRODUÇÃO DE SAÚDE
Modos básicos para se produzir saúde:
 transformações econômicas, sociais e políticas
resultando em padrões saudáveis de existência,
dificultando o surgimento de enfermidades.

Cidades saudáveis tem denominado este modo de

produção referente à promoção à saúde.
PROMOÇÃO EM SAÚDE X SUS
A incorporação das premissas e estratégias de
promoção à saúde no SUS deve ter como parâmetro
a necessidade de responder aos desafios:
a) garantir o acesso a bens e serviços de saúde de
qualidade;
b) produção de sujeitos autônomos e socialmente
responsáveis e
c) contribuir para a democratização do poder
político.
EDUCAÇÃO EM SAÚDE –
DEFINIÇÃO OPERACIONAL
Quaisquer combinações de experiências de
aprendizagem delineadas com vistas a facilitar ações
voluntárias conducentes à saúde.
A palavra combinação enfatiza a importância de
combinar múltiplos determinantes do comportamento
humano com múltiplas experiências de aprendizagem
e de intervenções educativas.
EDUCAÇÃO EM SAÚDE –
DEFINIÇÃO OPERACIONAL
A palavra delineada distingue o processo de
educação de saúde de quaisquer outros processos que
contenham experiências acidentais de aprendizagem,
apresentando-o como uma atividade sistematicamente
planejada.
 Facilitar significa predispor, possibilitar e reforçar.
EDUCAÇÃO EM SAÚDE –
DEFINIÇÃO OPERACIONAL
Voluntariedade significa sem coerção e com plena
compreensão e aceitação dos objetivos educativos
implícitos e explícitos nas ações desenvolvidas e
recomendadas.

Ação diz respeito a medidas comportamentais

adotadas por uma pessoa, grupo ou comunidade
para alcançar um efeito intencional sobre a própria
saúde.
PROMOÇÃO EM SAÚDE –
DEFINIÇÃO OPERACIONAL
Combinação de apoios educacionais e ambientais
que visam a atingir ações e condições de vida
conducentes à saúde.
Combinação refere-se à necessidade de mesclar os


múltiplos determinantes da saúde (fatores genéticos,

ambiente, serviços de saúde e estilo de vida) com
múltiplas intervenções ou fontes de apoio.
PROMOÇÃO EM SAÚDE –
DEFINIÇÃO OPERACIONAL
Educacional refere-se à educação em saúde como


definida.
Ambiental refere-se a circunstâncias sociais,
políticas, econômicas, organizacionais e
reguladoras, relacionadas ao comportamento
humano, assim como a todas as políticas de ação
mais diretamente relacionadas à saúde.
PROMOÇÃO EM SAÚDE –
DEFINIÇÃO OPERACIONAL
A expressão condições de vida permite que a
definição de promoção em saúde ultrapasse os limites
dos fatores comportamentais, observáveis no
relacionamento interpessoal no âmbito do nível local.
Prende-se a uma teia de interações complexa
constituída pela cultura, por normas e pelo
ambiente socioeconômico.
EDUCAÇÃO E PROMOÇÃO EM
SAÚDE
A educação em saúde procura desencadear


mudanças de comportamento individual.

A promoção em saúde, embora incluindo a
educação em saúde, visa a provocar mudanças de
comportamento organizacional por meio da
legislação.
 CONCLUSÕES
• É preciso investir na dimensão corporal dos
sujeitos conforme tradição da Saúde Pública
(vacinação, por exemplo).

• Mas também pensá-los como cidadãos de

direito e donos de uma capacidade crítica de
reflexão e de eleição mais autônoma de
modos de levar a vida.