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EUTANÁSIA: ASSASSINATO, SUICÍDIO OU DIREITO?

Keyiane Souza

Eutanásia é uma forma de apressar a morte de um doente incurável, sem que esse sinta dor
ou sofra, esta ação, geralmente, é praticada por um médico com o consentimento do doente
ou de sua família. Atualmente existem diversas classificações para a eutanásia, que podem
ser quanto ao tipo de ação da prática, como: ativa, onde a morte é provocada por fins
misericordiosos; a passiva ou indireta, com a interrupção de algo necessário à
sobrevivência do paciente e; de duplo efeito em que a morte é acelerada utilizando-se as
duas medidas anteriores. A eutanásia também pode ser classificada quanto ao
consentimento e pode ser voluntária, quando o paciente toma a decisão; involuntária, neste
caso a morte é provocada sem o consentimento e; não-voluntária, onde o paciente não
manifestou a sua vontade.
De qualquer forma, a discussão da eutanásia deve levar em conta questões da ética e do
direito. Será que é ético tirar a vida de um paciente, mesmo com o seu consentimento? Isso
não seria um assassinato? A pessoa que decide retirar sua própria vida não está cometendo
suicídio? Mas, será que o paciente não deve ter o direito de decidir sobre a sua vida? E, é
correto permitir que uma pessoa viva em estado vegetativo de dor e sofrimento?
Sim, a eutanásia seria o direito ao suicídio, visto que o doente ou seu responsável possui o
direito de dar fim a vida do paciente, com a idéia de que aliviará a dor e sofrimento do
mesmo. Mas, também é certo que a prática é realizada em pacientes que se encontrem em
estado terminal ou tão critico que já tenham se esgotado as medidas médicas para a
melhora, apressando sua morte. Isso daria ao paciente o direito de escolher pôr fim a sua
vida, devido à falta de perspectiva de melhora e de um futuro.
Não é correto permitir que uma pessoa “viva” extremamente dependente de remédios, de
outras pessoas e, principalmente, vegetando em uma cama de hospital sabendo que não
haverá melhora. È necessário dar o direito da escolha, do livre arbítrio, de decidir sobre sua
vida mesmo que seja escolhendo a morte.
Porém, é preciso fazer uma análise realmente completa das condições de melhora e de
possibilidades de melhora do paciente para não cometer erros. Além disso, deve ser feita
uma investigação policial para saber o verdadeiro motivo pelo qual os responsáveis querem
realizar a eutanásia e a prática da eutanásia deve ter a autorização de todas as partes, ou
seja, pais, filhos maiores e esposos para que não ocorra como no caso da americana, Terry
Schiavo. Os aparelhos que a mantinham viva foram desligados após uma serie de brigas
judiciais entre seus pais e seu marido, que queria realizar a eutanásia em Terry, porém seus
pais acreditavam que ela ainda respondia aos estímulos. O caso teve que ser resolvido pelo
então governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger.
No Brasil, a prática da eutanásia é considerada homicídio ou suicídio e a discussão sequer
aparece em alguma lei.
A eutanásia é um assunto muito amplo e torna-se difícil afirmar o que é certo ou errado.

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