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Centro Universitário FEI

Relatório IV – Modelagem Pórtico

CV9340 – Teoria das Estruturas IV

Mateus Arena 11.116.300-2

Kauê Sanches 11.116.740-9

São Paulo, 2021


1. INTRODUÇÃO

Uma estrutura pode apresentar um comportamento linear ou não linear. Uma análise linear
não considera esforços de segunda ordem em uma estrutura, já em uma análise não linear, os
esforços de segunda ordem são considerados e o deslocamento apresenta formato de arco em seus
resultados. Em uma estrutura analisada de pequenos deslocamentos, os resultados obtidos pelas
duas análises (linear e não linear) são praticamente iguais.

A análise dos elementos finitos é um método numérico aproximado para resolução de


cálculos em equações diferenciais ou modelos matemáticos com determinadas condições de
contorno que ocorre em meios físicos. A ideia principal consiste em dividir o domínio do problema
em sub-regiões de geometria simples (formato retangular, cúbico etc.). O conjunto desses
elementos é denominado de malha e possui algumas classificações como tridimensional,
bidimensional e unidimensional.

O programa ANSYS é um software capaz de processar todos esses elementos de uma


maneira confiável (resultados aproximados) conforme a solicitação do usuário. Com base na
quantidade de elementos discretizados é possível chegar próximo aos valores analíticos.
2. OBJETIVO

O intuito deste relatório foi comparar os resultados (Momento Fletor nos nós) das análises
das estruturas de forma linear e não linear realizadas através do software ANSYS e equiparar o
ponto de momento máximo na viga de cada uma das análises, com a finalidade de determinar se
os efeitos de 2ª ordem são relevantes. Além disso, realizar uma análise dos deslocamentos nodais
em X de cada estrutura e comparar seus resultados com as análises lineares e não lineares. Com o
propósito também de comparar os resultados (Momento Fletor máximo) das análises de malhas
realizadas através do software ANSYS, com a finalidade de determinar uma malha de elementos
que forneça um erro abaixo de 1%.
3. DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS ANALISADAS

As estruturas analisadas neste relatório, conforme Figura 1, são dois pórticos compostos
pelas mesmas ações, dimensões e perfis, contendo como única diferença seus apoios (fixo-móvel
e engaste-engaste) com um L igual a 611 cm, cargas concentradas e cargas distribuídas nas vigas.
A viga de aço apresenta um perfil I, conforme Figura 2, com dimensões ilustradas na mesma.

Figura 1 – Estruturas analisadas neste relatório e seus carregamentos

Fonte: Autor “Adaptado de” Higaki, 2021.


Figura 2 – Perfil I, suas dimensões e seu material

Fonte: Autor “Adaptado de” Higaki, 2021.


4. ANÁLISE DE MALHAS

Na análise de malhas, foram realizadas modelagens das estruturas descritas conforme a


Figura 1, admitindo na primeira modelagem, cinco elementos finitos para os pilares e dez
elementos finitos para as vigas, além do BEAM188. Esta análise foi feita em um modelo plano
através do software ANSYS para a linearidade e não linearidade das estruturas. A segunda
modelagem foi realizada com dez elementos finitos para os pilares e vinte elementos finitos para
as vigas, além do BEAM188. Esta análise foi feita em um modelo plano através do software
ANSYS para a linearidade e não linearidade das estruturas.

No final das modelagens, foram comparados os momentos máximos fletores das estruturas
com cinco (pilar) e dez (viga) elementos finitos na primeira e dez (pilar) e vinte (viga) elementos
finitos na segunda modelagem. Foi escolhida a primeira modelagem como modelagem principal,
pois conforme Figuras 3 e 4, os momentos fletores máximos são idênticos e a simulação da primeira
modelagem foi efetuada de maneira mais rápida do que a segunda.

Figura 3 – Análise da estrutura linear com apoio fixo-móvel com 5 e 10 elementos finitos

Fonte: Autores.
Figura 4 – Análise da estrutura linear com apoio fixo-móvel com 10 e 20 elementos finitos

Fonte: Autores.
5. PORTÍCO BI-APOIADO

No pórtico bi-apoiado foram realizadas as análises linear e não linear geométricas, através
do software ANSYS com base na modelagem escolhida (cinco elementos finitos para os pilares e
dez elementos finitos para as vigas). A análise linear indicou um valor de momento fletor máximo
de 25.191 kN.cm, conforme Figura 3, já a análise não linear geométrica resultou em um momento
fletor máximo 27.833,6 kN.cm, conforme Figura 5.

Figura 5 – Resultados dos momentos fletores colhidos no ANSYS na análise não linear
geométrica

Fonte: Autores.
Foram encontrados os deslocamentos máximos nos nós em X, conforme Figura 6 e 7, e os
momentos fletores nos nós das estruturas (análise linear geométrica e não linear geométrica),
conforme Tabela 1.

Figura 6 – Deslocamento em X da análise linear geométrica

Fonte: Autores.
Figura 7 – Deslocamento em X da análise não linear geométrica

Fonte: Autores.
Tabela 1 – Momentos fletores nos nós da estrutura da análise linear geométrica e não linear
geométrica

Fonte: Autores.

Foram encontrados os pontos de deslocamentos nas vigas de cada uma das análises (linear
geométrica e não linear geométrica) para a estrutura bi-apoiada, conforme Tabela 2.

Tabela 2 – Deslocamentos nos nós em X das vigas da estrutura da análise não linear
geométrica e linear geométrica

Fonte: Autores.
A classificação de deslocabilidade da estrutura é determinada através da razão entre o
deslocamento não linear geométrico (dLNG) e o deslocamento linear geométrico (dL). Como os
resultados das análises foram menores que 1,10, conforme Tabela 3, a estrutura é classificada com
pequena deslocabilidade, não sendo necessário o cálculo do momento de segunda ordem.

Tabela 3 – Resultados dos cálculos da deslocabilidade da estrutura

Fonte: Autores.
6. PORTÍCO BI-ENGASTADO

No pórtico bi-engastado foram realizadas as análises linear e não linear geométricas, através
do software ANSYS com base na modelagem escolhida (cinco elementos finitos para os pilares e
dez elementos finitos para as vigas). A análise linear indicou um valor de momento fletor máximo
de 10.530,6 kN.cm, conforme Figura 8, já a análise não linear geométrica resultou em um momento
fletor máximo 10.736,3 kN.cm, conforme Figura 9.

Figura 8 – Resultados dos momentos fletores colhidos no ANSYS na análise linear


geométrica

Fonte: Autores.
Figura 9 – Resultados dos momentos fletores colhidos no ANSYS na análise não linear
geométrica

Fonte: Autores.
Foram encontrados os deslocamentos máximos nos nós em X, conforme Figura 10 e 11, e
os momentos fletores nos nós das estruturas (análise linear geométrica e não linear geométrica),
conforme Tabela 4.

Figura 10 – Deslocamento em X da análise linear geométrica

Fonte: Autores.
Figura 11 – Deslocamento em X da análise não linear geométrica

Fonte: Autores.
Tabela 4 – Momentos fletores nos nós da estrutura da análise linear geométrica e não linear
geométrica

Fonte: Autores.

Foram encontrados os pontos de deslocamentos nas vigas de cada uma das análises (linear
geométrica e não linear geométrica) para a estrutura bi-engastada conforme Tabela 5.

Tabela 5 – Deslocamentos nos nós em X das vigas da estrutura da análise não linear
geométrica e linear geométrica

Fonte: Autores.
A classificação de deslocabilidade da estrutura é determinada através da razão entre o
deslocamento não linear geométrico (dLNG) e o deslocamento linear geométrico (dL). Como os
resultados das análises foram menores que 1,10, conforme Tabela 6, a estrutura é classificada com
pequena deslocabilidade, não sendo necessário o cálculo do momento de segunda ordem.

Tabela 6 – Resultados dos cálculos da deslocabilidade da estrutura

Fonte: Autores.
7. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Foram comparados os momentos máximos fletores das estruturas com cinco (pilar) e dez
(viga) elementos finitos na primeira e dez (pilar) e vinte (viga) elementos finitos na segunda
modelagem. Foi escolhida a primeira modelagem como modelagem principal, pois conforme
Figuras 3 e 4, os momentos fletores máximos são idênticos e a simulação da primeira modelagem
foi efetuada de maneira mais rápida do que a segunda.

Com os resultados das análises obtidas através do software ANSYS (linear e não linear), o
momento de 1ª ordem resultou em 25.191 kN.cm e o momento de 2ª ordem resultou em 27.833,6
kN.cm, apresentando uma diferença percentual de 9,49% para a estrutura bi-apoiada. Com relação
a estrutura bi-engastada, o momento de 1ª ordem resultou em 10.530,6 kN.cm e o momento de 2ª
ordem resultou em 10.736,3 kN.cm, apresentando uma diferença percentual de 1,92%.

Com relação a classificação da deslocabilidade, ambas as estruturas apresentaram


resultados menores que 1,10, caracterizando-as com pequena deslocabilidade e, consequentemente,
não sendo necessário o cálculo do momento de segunda ordem.
8. CONCLUSÃO

A conclusão deste relatório é que foi escolhida a primeira modelagem como modelagem
principal, pois conforme Figuras 3 e 4, os momentos fletores máximos são idênticos e a simulação
da primeira modelagem foi efetuada de maneira mais rápida do que a segunda.

Os resultados das análises foram mais relevantes nas estruturas bi-apoiadas devido a sua
classificação de deslocabilidade apresentar um resultado maior do que nas estruturas bi-engastadas.
Além disso, os valores obtidos foram inferiores a 1,10 em ambas as estruturas, sendo desprezíveis
os efeitos de segunda ordem e classificando as estruturas com pequena deslocabilidade, conforme
NBR 8800:2008.

De acordo com valores dos momentos máximos fletores obtidos nas estruturas, conclui-
se que as estruturas bi-apoiadas apresentam valores mais discrepantes em relação as estruturas bi-
engastadas, sendo assim, seus efeitos de segunda ordem são mais relevantes.
REFERÊNCIAS

HIGAKI, B. AULA 05 – MODELAGEM DE UM PÓRTICO DE DOIS ANDARES. Disponível


em <site do moodle>. Acesso em: 18 de abril de 2021.

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