Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
net/publication/269279188
CITATIONS READS
6 11,754
2 authors:
Some of the authors of this publication are also working on these related projects:
Eco-epidemiologia de morcegos urbanos: aspectos ecológicos como delineadores da vigilância epidemiológica da Raiva nos estados da Paraíba e Pernambuco, Brasil View
project
All content following this page was uploaded by Rodrigo Fornel on 08 December 2014.
1
Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Departamento de Ciências Biológicas, Universidade
Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – Campus de Erechim. Av. Sete de Setembro
1621, CEP 99700-000, Erechim, Rio Grande do Sul, Brasil.
E-mail: rodrigofornel@uricer.edu.com.br
2
Biologia e Parasitologia de Mamíferos Silvestres Reservatórios, Fundação Oswaldo Cruz, Av.
Brasil, 4365 Manguinhos, CEP 21040-900, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
E-mail: pedroestrela@yahoo.com
1. Introdução
1.1 Um breve histórico
O conceito de forma provavelmente teve o seu início técnico com os povos babilônicos e
egípcios que chamavam tais técnicas de “medida da terra”. O filósofo grego Tales de Mileto
(~624-548 a.C.), há cerca de 2.500 anos, traduziu esta expressão “medida da terra” para o grego
como geometria (LIMA, 1991; MLODINOW, 2005). Os gregos, principalmente através de Tales
e os que o seguiram, deram os primeiros passos para a sistematização da geometria. Entre os
discípulos de Tales, destaque para Pitágoras de Samos (~570-497 a.C.) que fez várias revoluções
na matemática e na geometria. No Egito, por volta de 300 a.C. Euclides de Alexandria (325-265
a.C.), com sua obra Os elementos, faz um relato sobre a natureza do espaço bidimencional
usando-se do método dedutivo e do raciocínio lógico. Esta obra, composta supostamente por 13
rolos de pergaminhos, demonstrava cerca de 465 teoremas ( MLODINOW, 2005). Em referência
a este mesmo Euclides, que por muitos é considerado o “pai da geometria”, que utiliza-se a
expressão geometria Euclidiana. Ao longo da idade média, o desenvolvimento independente da
matemática, trigonometria e geometria continuam, principalmente no oriente médio e no extremo
oriente. No ocidente, após a “idade das trevas” a geometria é retomada pelo francês René
Descartes (1596-1650) que com suas idéias de coordenadas une geometria e matemática. Ou seja,
descreve a geometria em termos de álgebra, e permite o surgimento do cálculo diferencial e
integral e a idéia de espaço curvo (MLODINOW, 2005). Esta geometria e a sua descrição
matemática serviram mais tarde como base teórica para a morfometria geométrica. Mas antes
disso, precisamos entender como foram os primeiros passos na quantificação da forma dos seres
vivos.
Estima-se que a forma dos organismos seja um dos mais antigos temas investigados na
biologia (MONTEIRO e REIS, 1999; ZELDITCH et al., 2004). A expressão morfologia só foi
cunhada no século XVIII, mais precisamente em 1790 pelo poeta e naturalista alemão Johan
Wolfgang von Goethe (1749-1832) (KARDONG, 1995) sendo que morfologia significa o
“estudo da forma” ou mais precisamente o estudo das formas orgânicas.
A morfometria ou biometria propriamente dita, teve seu início no final do século XIX
com os trabalhos de Francis Galton (1822-1911), W. F. R. Weldon (1860-1906) e Karl Pearson
(1857-1936), os quais estudaram a variação na forma dos organismos através de correlações entre
medidas de distâncias em estruturas biológicas. A obra On Growth and Form de 1917 de D’Arcy
W. Thompson é considerada um marco, tentava analisar a mudança na forma de organismos
através de uma abordagem geométrica e em parte analítica, mas ainda faltava em sua obra o rigor
estatístico (MARCUS et al., 1996; MONTEIRO e REIS, 1999). Outros pensadores que
contribuíram para os avanços na morfometria foram Georges Teissier (1900-1972) e R. A. Fisher
(1890-1962) nos anos 30 do século XX. Teissier criou a análise de componentes principais
enquanto Fisher desenvolveu a análise da variância uni e multivariada bem como a análise
discriminante (MARCUS et al., 1996; MONTEIRO e REIS, 1999).
O termo morfometria só foi formulado em 1965 proposto por R. Blackith, referindo-se
aos estudos que analisavam de maneira quantitativa a variação na forma dos organismos,
relacionada tanto a forma como ao tamanho (MARCUS et al., 1996; MONTEIRO e REIS, 1999).
Assim, em uma livre tradução podemos entender morfometria como “medir a forma” ou
mensurar as formas orgânicas. Com o desenvolvimento de computadores a morfometria passou a
utilizar técnicas multivariadas como formalizado por Blackith e Reyment no clássico
Multivariate Morphometrics (BLACKITH e REYMENT, 1971). Porem, apesar do
desenvolvimento de uma série de ferramentas exploratórias e de inferência estatística a análise de
formas não constituía um conjunto coerente de teoria e métodos.
Apenas em 1983 com a publicação da tese de doutorado de Colin R. Goodall
(GOODALL, 1991), em 1984 com a publicação de dois artigos seminais pelo matemático e
estatístico inglês David G. Kendall (KENDALL, 1984) e pelo zoólogo e estatístico Fred L.
Bookstein (BOOKSTEIN, 1984) é que se considera o aparecimento do campo de pesquisa
denominado morfometria geométrica ou análise estatística de formas. Entre o final dos anos 80 e
início dos 90 do século XX é que se tem o amadurecimento deste novo campo de pesquisa
(ROHLF e MARCUS, 1993; ADAMS et al., 2004; MARCUS et al., 1996). Goodall em 1983
estabelece um teste estatístico para o estudo de forma em um espaço multivariado e Fred L.
Bookstein (1984) propôs um novo método geométrico para estudar diferenças de forma em
configurações de marcos anatômicos (em inglês landmarks) (Marcus et al., 1996). Em 1986 em
um mesmo volume aparecem as contribuições de Bookstein, Goodall e Kendall mostrando a
convergência das idéias sobre o espaço de formas (MONTEIRO e REIS, 1999). Este período foi
depois conhecido como a “revolução na morfometria” devido ao título do artigo de Rohlf e
Marcus (A Revolution in Morphometrics) que trazia de maneira geral os preceitos desta nova
morfometria, agora chamada de morfometria geométrica, uma área de pesquisa na fronteira entre
biologia, estatística e geometria (ROHLF e MARCUS, 1993; MARCUS et al., 1996; ROHLF,
1998; MONTEIRO e REIS, 1999; RICHTSMEIER et al., 2002; ADAMS et al., 2004;
ZELDITCH et al., 2004; MITTEROECKER e GUNZ, 2009). A maior popularização dos
métodos de morfometria geométrica só veio a ocorrer no início dos anos 90 quando F. James
Rohlf começou a desenvolver uma série de programas de análise geométrica para
microcomputadores (MONTEIRO e REIS, 1999).
Cabe aqui fazer uma distinção entre as palavras forma, tamanho e formato, sendo esta
última designada como a soma dos dois termos anteriores, em analogia aos termos em inglês
shape + size = form (MONTEIRO e REIS, 1999).
Das diferentes definições de forma, podemos usar aquela proposta por Dryden e Mardia
(1998) sendo que “forma é toda a informação geométrica que resta quando os efeitos de posição,
rotação e tamanho são removidos de um objeto”. Se a definição de forma é relativamente
intuitiva a definição de tamanho necessita um formalismo matemático. O tamanho pode ser
definido como toda função real positiva g que respeita a relação seguinte:
g(aX) = ag(X)
As estruturas de origem biológica que podem ser analisadas com técnicas de morfometria
geométrica são quase infinitas. Os estudos vão desde nervuras de asas e carapaças de insetos
passando por toda sorte de estruturas ósseas, conchas, escamas até pegadas fósseis de
dinossauros. Nas últimas décadas, principalmente após a revolução morfométrica (ROHLF e
MARCUS, 1993) muitos trabalhos vem sendo publicados em diferentes áreas de interesse da
biologia. Estes estudos de quantificação da forma dos organismos podem ser relacionados à
ontogenia (trajetória ontogenética), variação geográfica intraespecífica, taxonomia, sistemática,
evolução de caracteres morfológicos, dimorfismo sexual, ecomorfologia, questões funcionais e
biomecânicas das formas biológicas (MARCUS et al., 1996; ZELDITCH et al., 2004). Nos
próximos parágrafos alguns exemplos e alguns artigos serão citados para ilustrar algumas áreas
de aplicação da morfometria geométrica.
Dimorfismo sexual – Há muito tempo que se conhecem distinções entre machos e fêmeas
quanto à forma e hoje sabemos que estas diferenças morfológicas podem ter relação com a
seleção sexual como Darwin (1871) já mostrava em sua obra A Descendência do Homem e
Seleção em Relação ao Sexo, ou devido a fatores ecológicos (HOOD, 2000). Um trabalho que
testa e descreve o dimorfismo sexual quanto à forma do exoesqueleto de um inseto usando thin-
plate splines é o artigo de Adams e Funk (1997). Bruner et al. (2005) demonstraram dimorfismo
sexual na forma das escamas cefálicas do lagarto Lacerta bilineata. Sanfelice e Freitas (2008)
usaram morfometria geométrica para demonstrar dimorfismo sexual e diferenças ontogenéticas
entre machos e fêmeas na forma do crânio em três espécies de otariidae. Astúa (2010) testou e
descreveu o dimorfismo sexual na forma do crânio em marsupiais do novo mundo usando
técnicas de morfometria geométrica.
Taxonomia e diagnose – Reconhecer distintos grupos de espécies ou classificá-los
corretamente são habilidades de extrema importância para taxonomistas do mundo todo e nas
últimas décadas eles vêm recebendo o reforço de técnicas morfométricas. Recentemente estudos
em paleontologia vêm recorrendo a métodos morfométricos como no trabalho de Rodrigues e
Santos (2004) em que analisaram a variação na forma de 22 pegadas fósseis de dinossauros
saurópodes. Cordeiro-Estrela et al. (2006; 2008) demonstraram usando sobreposição de marcos
anatômicos tridimensionais diferenças significativas na forma do crânio entre espécies de
roedores do gênero Calomys. Evin et al. (2008), demonstraram a variação na forma do crânio de
espécies do gênero Myotis para esclarecer a relação taxonômica entre três espécies deste grupo.
Para mais informações sobre morfometria associada à taxonomia consulte Becerra e Valdecasas
(2004).
Variação geográfica – Um bom exemplo de trabalho nesta área é o de variação geográfica
na forma do crânio de Thrichomys apereoides, roedor que ocorre do sudeste até o nordeste do
Brasil (REIS et al., 2002a, 2002b). Cardini e Elton (2009), demonstraram a variação geográfica
em clina na forma do crânio de um grupo de primatas africanos utilizando técnicas de
morfometria geométrica em três dimensões. Fernandes et al. (2009) mostram através de
sobreposição de marcos anatômicos nas vistas dorsal, ventral e lateral do crânio, diferenças
morfológicas entre populações cromossômicas em Ctenomys torquatus e C. pearsoni. Fornel et
al. (2010) usaram técnicas similares e mostram diferenças significativas entre populações de C.
minutus ao longo de uma porção da Planície Costeira do sul do Brasil, inclusive com implicações
morfo/funcionais.
Alometria – Alometia se refere às mudanças na forma de determinadas estruturas
morfológicas correlacionadas com mudanças no tamanho corporal (KLINGENBERG 1998).
Cardini e Tongiorgi (2003), Cardini e O’Higgins (2005) e Cardini e Thorington Jr (2006)
testaram, usando sobreposição de marcos anatômicos no crânio e mandíbula de marmotas, a
variação ontogenética do grupo e suas implicações na alometria e filogenia das marmotas. Debat
et al. (2003) demonstraram alometria e respostas de desenvolvimento com a variação de
temperatura nas asas de Drosophila.
Ecomorfologia – Fatores ecológicos podem ter forte influência na aptidão de
determinadas populações naturais e a ecomorfologia busca estudar as relações entre o papel
ecológico dos indivíduos e suas adaptações morfológicas. Adams et al. (2007) testaram
diferenças de forma entre populações de duas espécies de salamandras em situações de alopatria
e simpatria para testar divergência morfológica via interação entre espécies. Vários trabalhos
utilizando morfometria geométrica vêm demonstrando a radiação adaptativa que ocorreu em
peixes ciclídeos e suas adaptações a diferentes nichos ecológicos em lagos africanos (CLABAUT
et al., 2007; COOPER et al., 2010; KERSCHBAUMER e STURMBAUER, 2011). Cooper e
Westneat (2009) também estudaram um grupo de peixes com rápida adaptação morfológica com
implicações biomecânicas em diferentes nichos ecológicos com auxílio de morfometria
geométrica.
Simetria e assimetria – A assimetria pode estar relacionada a ruídos no desenvolvimento
ontogenético. Klingenberg et al. (2001a; 2002) usaram técnicas de morfometria geométrica para
estudar modularidade, integração morfológica e assimetria ao longo do desenvolvimento da
forma da asa de abelhas. Leamy et al. (2001) analisaram a assimetria flutuante na morfologia da
mandíbula de roedores em associação com o endocruzamento nestes animais. Mais sobre simetria
e assimetria pode ser encontrado em Kent e Mardia (2001).
Genética da forma – Klingenberg e Leamy (2001) combinaram morfometria geométrica e
genética quantitativa multivariada para estudar os padrões fenotípicos de variação na forma da
mandíbula de roedores. Albert et al. (2007) demonstraram o modelo geométrico de adaptação em
três espécies de peixes usando dados de QTL (Quantitative Trait Loci – loci de traços
quantitativos) e abordagens com marcos anatômicos. Burgio et al. (2009) fizeram uma análise
genética (QTL) da variação na forma do crânio em Mus spretus usando marcos anatômicos em
3D.
Evolução da forma – o pesquisador Andréa Cardini possui uma série de trabalhos
explorando a variação na forma do crânio e mandíbula de marmotas no contexto da filogenia do
grupo (CARDINI, 2003; CARDINI e O’HIGGINS, 2004; 2005; CARDINI et al., 2005). Claude
et al. (2003) usaram morfometria geométrica tridimensional para analisar a variação na forma da
carapaça de tartarugas no contexto filogenético e ecológico. Marroig e Cheverud (2005) e
Marroig (2007) utilizaram morfometria geométrica tridimensional e medidas lineares para
analisar a evolução morfológica do crânio de primatas neotropicais.
Integração morfológica e modularidade – Entender como diferentes partes de um
organismo variam ou evoluem quanto à forma e como estas partes podem ser vistas de maneira
integrada são interesses da integração morfológica. Goswami (2006; 2007a; 2007b) estudou a
integração morfológica no crânio de mamíferos, de carnivora e marsupiais respectivamente,
usando morfometria geométrica. Cardini e Elton (2008) investigam a modularidade no crânio de
primatas usando marcos anatômicos tridimensionais. Mitteroecker e Bookstein (2008) utilizaram
técnicas tridimensionais de morfometria geométrica para estudar modularidade e integração
morfológica no crânio de hominoides. Klingenberg (2009) estudou modularidade e integração
morfológica em configurações de marcos anatômicos em asas de Drosophila e mandíbula de
roedores. Klingenberg (2010) faz uma revisão sobre evolução e desenvolvimento da forma
integrando abordagens quantitativas.
6. Conclusão
Referências Bibliográficas
ADAMS, D.C.; FUNK, D.J. Morphometric Inferences on Sibling Species and Sexual
Dimorphism in Neochlamisus bebbianae Leaf Beatles: Multivariate Applications of the Thin-
Plates Spline. Systematic Biology , 46(1):180-194. 1997.
ADAMS, D.C.; MAYR, E.W.; COLLYER, M.L. Location-specific sympatric morphological
divergence as a possible response to species interactions in West Virginia Plethodon
salamander communities. Journal of Animal Ecology, 76:289-295. 2007.
ADAMS, D.C.; ROHLF, F.J.; SLICE, D.E. Geometric morphometrics: ten years of progress
following the “revolution”. Italian Journal of Zoology , 71:5-16. 2004.
ALBERT, M.H.; LE, H.; SMALL, C.G. Assessing landmark influence on shape variation.
Biometrika, 90(3):669-678. 2003.
ALBERT, A.Y.; SAWAYA, S.; VINES, T.H.; KNECHT, A.K.; MILLER, C.T.; SUMMERS,
B.R.; BALABHADRA, S.; KINGSLEY, D.M.; SCHLUTER, D. The genetics of adapttive
shape shift in stickleback: Pleiotropy and effect size. Evolution, 62(1):76-85. 2007.
ASTÚA, D. Cranial sexual dimorphism in New World marsupials and test of Rensch’s rule in
Didelphinae. Journal of Mammalogy, 91(4):1011-1024. 2010.
BECERRA, J.A.; VALDECASAS, A.G. Landmark superimposition for taxonomic identification.
Biological Journal of the Linnean Society, 81:267-274. 2004.
BLACKITH, R.E.; REYMENT, R.A. Multivariate morphometrics. Academic Press, London.
412 pp. 1971.
BOOKSTEIN, F.L. Foundations of Morphometrics. Annual Review of Ecology and
Systematics, 13:451-470. 1982.
BOOKSTEIN, F.L. A Statistical Method for Biological Shape Comparisons. Journal of
Theoretical Biology. 107:475-520. 1984.
BOOKSTEIN, F.L. “Size and shape”: a comment on semantics. Systematic Zoology, 38:173-
180. 1989.
BOOKSTEIN, F.L. Morphometric tools for landmark data. Geometry and Biology.
Cambridge University Press: New York. 1991.
BRUNER, E.; CONSTANTINI, D.; FANFANI, A.; DELL’OMO, G. Morphological variation
and sexual dimorphism of cephalic scales in Lacerta bilineata. Acta Zoologica (Stockholm),
86:245-254. 2005.
BURGIO, G.; BAYLAC, M.; HEYER, E.; MONTAGUTELLI, X. Genetic analysis of skull
shape variation and morphological integration in the mouse using interspecific recombinant
congenic strains between C57BL/6 and mice of the Mus spretus species. Evolution,
63(10):2668-2686. 2009.
CADRIN, S.X.; FRIEDLAND, K.D. The utility of images processing techniques for
morphometrics analysis and stock identification. Fisheries Research, 43:129-139. 1999.
CALLEGARI-JACQUES, S.M. Bioestatística: princípios e aplicações. Porto Alegre: Artmed,
2003.
CARDINI, A. The Geometry of the Marmot (Rodentia: Sciuridae) Mandible: Phylogeny and
Patterns of Morphological Evolution. Systematic Biology, 52(2): 186-205. 2003.
CARDINI, A.; ELTON, S. Does the skull carry a phylogenetic signal? Evolution and modularity
in the guenons. Biological Journal of the Linnean Society, 93:813-834. 2008.
CARDINI, A.; ELTON, S. Geographical and taxonomic influences on cranial variation in red
colobus monkeys (Primates, Colobinae): introducing a new approach to “morph” monkeys.
Global Ecological and Biogeography, 18:248-263. 2009.
CARDINI, A.; HOFFMANN, R.S.; THORINGTON JR, R.W. Morphological evolution in
marmots (Rodentia, Sciuridae): size and shape of the dorsal and lateral surfaces of the
cranium. Journal of Zoological Systematics and Evolutionary Research. 43(3):258-268.
2005.
CARDINI, A.; O’HIGGINS, P. Pattens of morphological evolution in Marmota (Rodentia,
Sciuridae): geometric morphometrics of the cranium in context of marmot phylogeny, ecology
and conservation. Biological Journal of the Linnean Society, 82:385-407. 2004.
CARDINI, A.; O’HIGGINS, P. Post-natal ontogeny of mandible and ventral cranium in Marmota
species (Rodentia, Sciuridae): allometry and Phylogeny. Zoomorphology, 124:189-203. 2005.
CARDINI, A.; THORINGTON JR, R.W. Postnatal ontogeny of Marmot (Rodenta, Sciuridae)
Crania: allometric trajectories and species divergence. Journal of Mammalogy, 87(2):201-
215, 2006.
CARDINI, A.; TONGIORGI, P. Yellow-bellied marmots (Marmota flaviventris) “in the shape
space” (Rodentia, Sciuridae): sexual dimorphism, growth and allometry of mandible.
Zoomorphology, 122:11-23. 2003.
CHIARI, Y.; WANG, B.; RUSHMEIER, H.; CACCONE, A. Using digital images to reconstruct
three-dimensional biological forms: a new tool for morphological studies. Biological Journal
of the Linnean Society, 95:425-436. 2008.
CLABAUT, C.; BUNJE, P.M.E.; SALZBURGER, W.; MEYER, A. Geometric morphometrics
analyses provide evidence for the adaptative character of the tanganyikan cichlid fish
radiations. Evolution, 61(3):560-578. 2007.
CLAUDE, J.; PARADIS, E.; TONG, H.; AUFFRAY, J-C. A geometric morphometric
assessment of the effects of environment and cladogenesis on the evolution of the turtle shell.
Biological Journal of the Linnean Society, 79:485-501. 2003.
COOPER, W.J.; PARSONS, K.; MCLNTYRE, A.; KERN, B.; McGEE-MOORE, A.;
ALBERTSON, R.C. Bentho-Pelagic Divergence of Cichlid Feeding Architecture Was
Prodigious and Consistent during Multiple Adaptive Radiations within African Rift-Lakes.
PLoS ONE, 5(3):e9551. 2010.
COOPER, W.J.; WESTNEAT, M.W. Form and function of damselfish skulls: rapid and repeated
evolution into limited number of trophic niches. BMC Evolutionary Biology, 9(24):1-17.
2009.
CORDEIRO-ESTRELA, P.; BAYLAC, M.; DENYS, C.; MARINHO-FILHO, J. Interspecific
patterns of skull variation between sympatric Brazilian vesper mice: geometric morphometrics
assessment. Journal of Mammalogy, 87(6):1270-1279. 2006.
CORDEIRO-ESTRELA, P.; BAYLAC, M.; DENYS, C.; POLOP, J. Combining geometric
morphometrics and pattern recognition to identify interspecific patterns of skull variation: case
study in sympatric Argentinian species of the genus Calomys (Rodentia: Cricetidae:
Sigmodontinae). Biological Journal of the Linnean Society, 94:365-378. 2008.
CRAMON-TAUBADEK, N.V.; FRAZIER, B.C.; LAHR, M.M. The problem of assessing
landmark error in geometric morphometrics: theory, methods, and modifications. American
Journal of Physical Anthropology, 134:24-35. 2007.
DARWIN, C.R. The Descent of Man and selection in relation to sex. Inglaterra, 1871.
Disponível em < http://www.literature.org/authors/darwin-charles/the-descent-of-man/ >
Acesso: 02/08/2011.
DEBAT, V.; BÉGIN, M.; LEGOUT, H.; DAVID, J.R. Allometric and nonallometric components
of Drosophila wing shape respond differently to developmental temperature. Evolution,
57(12):2773-2784. 2003.
DRYDEN, I.L.; MARDIA, K.V. Statistical shape analysis. John Wiley & Sons, New York.
1998.
EVIN, A.; BAYLAC, M.; RUEDI, M.; MUCEDDA, M. PONS, J-M. Taxonomy, skull diversity
and evolution in a species complex of Myotis (Chiroptera: Vespertilionidae): a geometric
morphometric appraisal. Biological Journal of the Linnean Society, 95:529-538. 2008.
FERNANDES, F.A.; FORNEL, R.; CORDEIRO-ESTRELA, P.; FREITAS, T.R.O. Intra- and
interspecific skull variation in two sister species of the subterranean rodent genus Ctenomys
(Rodentia, Ctenomyidae): coupling geometric morphometrics and chromosomal
polymorphism. Zoological Journal of the Linnean Society, 155:220-237. 2009.
FORNEL, R.; CORDEIRO-ESTRELA, P.; FREITAS, T.R.O. Skull shape and size variation in
Ctenomys minutus (Rodentia: Ctenomyidae) in geographical, chromosomal polymorphism,
and environmental contexts. Biological Journal of the Linnean Society, 101:705-720. 2010.
GOODALL, C.R. Procrustes methods in the statistical analysis of shape. Journal of the Royal
Statistical Society: Series B. B53:285-339. 1991
GOSWAMI, A. Morphological integration in the carnivoran skull. Evolution, 60(1):169-183.
2006.
GOSWAMI, A. Phylogeny, Diet, and Cranial Integration in Austtralodelphian Marsupials. PloS
ONE, 2(10):1-7. 2007a.
GOSWAMI, A. Cranial modularity and sequence heterochrony in mammals. Evolution &
Development, 9(3):290-298. 2007b.
HOOD, C.S. Geometric morphometrics approaches to the study of sexual size dimorphism in
mammals. Hystrix, 11:77-90. 2000.
KARDONG, K.V. Vertebrates: comparative anatomy, function, evolution. Oxford:W.C.
Brown. 1995.
KENDALL, D.G. Shape manifolds, procrustean metrics, and complex projective spaces. Bulletin
of the London Mathematical Society, 16:81-121. 1984.
KENT, J.T.; MARDIA, K.V. Shape, Procrustes tangent projections and bilateral symmetry.
Biometrika, 88(2):469-485. 2001.
KERSCHBAUMER, M.; STURMBAUER, C. The Utility of Geometric Morphometrics to
Elucidate Pathways of Cichlid Fish Evolution. International Journal of Evolutionary
Biology, 290245:1-8. 2011.
KLINGENBERG, C.P. Heterochrony and allometry: the analysis of evolutionary change in
ontogeny. Biological Reviews, 73:79-123. 1998.
KLINGENBERG, C.P. Morphometric integration and modularity in configurations of landmarks:
tools for evaluating a priori hypothese. Evolution & Development, 11(4):405-421. 2009.
KLINGENBERG, C.P.; Evolution and development of shape: integrating quantitative
approaches. Nature Reviews, 11:623-635. 2010.
KLINGENBERG, C.P.; BADYAEV, A.V.; SOWRY, S.M.; BECKWITH, N.J. Inferring
developmental modularity from morphological integration: analysis of individual variation
and asymmetry in bumblebee wings. The American Naturalist, 157:11-23. 2001a.
KLINGENBERG, C.P.; BARLUENGA, M.; MEYER, A. Shape analysis of symmetric
structures: quantifying variation among individuals and asymmetry. Evolution, 56(10):1909-
1920. 2002.
KLINGENBERG, C.P.; LEAMY, L.J. Quantitative genetics of geometric shape in the house
mouse mandible. Evolution, 55(11):2342-2352. 2001.
KLINGENBERG, C.P.; LEAMY, L.J.; RIUTMAN, E.J.; CHEVERUD, J.M. Genetic
architecture of mandible shape in mice: effects of quantitative trait loci analyzed by geometric
morphometrics. Genetics, 157: 785-802. 2001b.
LEAMY, L.J.; MEAGHR, S.; TAYLOR, S.; CARROLL, L.; POTTS, W.K. Size and fluctuating
asymmetry of morphometrics characters in mice: their associations with inbreeding and t-
haplotype. Evolution, 55(11):2333-2341. 2001.
LELE, S.; RICHTSMEIER, J.T. Statistical models in morphometrics: are they realistic?
Systematic Biology, 39(1):60-69. 1990.
LIMA, E.L. Medida e Forma em Geometria: comprimento, área e semelhança. Rio de
Janeiro, Sociedade Brasileira de Matemática. 1991.
MANTEL, N. The detection of disease clustering and a generalized regression approach. Cancer
Research, 27:209-220. 1967.
MARCUS, L.F.; CORTI, M.; LOY, A.; NAYLOR, G.J.P.; SLICE, D.E. Advances in
Morphometrics. NATO ASI series A: Life Sciences Vol. 284, Plenum Press, New York,
1996.
MARROIG, G. When size makes a difference: allometry, life-history and morphological
evolution of capuchins (Cegus) and squirrels (Saimiri) monkeys (Cebinae, Platyrrhini). BMC
Evolutionary Biology, 7(20):1-26. 2007.
MARROIG, G.; CHEVERUD, J.M. Size as a line of least evolutionary resistance: diet and
adaptive morphological radiation in new world monkeys. Evolution, 59(5):1128-1142. 2005.
MITTEROECKER, P.; BOOKSTEIN, F. The evolutionary role of modularity and integration in
the hominoid cranium. Evolution, 62(4):943-958. 2008.
MLODINOW, L. A janela de Euclides – A história da geometria: das linhas paralelas ao
hiperespaço. Geração Editorial, 3ªed, São Paulo. 2005.
MITTEROECKER, P.; GUNZ, P. Advances in Geometric Morphometrics. Evolutionary
Biology, 36:235-247. 2009.
MONTEIRO, L.R.; REIS, S.F. Princípios de Morfometria Geométrica. Holos, Ribeirão Preto.
1999.
MONTEIRO, L.R.; BORDIN, B.; REIS, S.F. Shape distances, shape spaces and the comparison
of morphometrics methods. Trends in Ecology and Evolution, 15(6):217-220. 2000.
REIS, S.F.; DUARTE, L.C.; MONTEIRO, L.R.; VON ZUBEN, J.J. Geographic variation in
cranial morphology in Thrichomys apereoides (Rodentia: Echimyidae). I. Geometric
descriptors and patterns of variation in shape. Journal of Mammalogy, 83(2): 333-344.
2002a.
REIS, S.F.; DUARTE, L.C.; MONTEIRO, L.R.; VON ZUBEN, J.J. Geographic variation in
cranial morphology in Thrichomys apereoides (Rodentia: Echimyidae). II. Geographic units,
morphological discontinuities, and sampling gaps. Journal of Mammalogy, 83(2): 345-353.
2002b.
RICHTSMEIER, J.T.; DELEON, V.B.; LELE, S.R. The Promise of Geometric Morphometrics.
American Journal of Physical Anthropology, 45:63-91. 2002.
RODRIGUES, L.A. SANTOS, V.F. A geometric morphometrics study on sauropod tracks, Em:
Morphometrics Applications in Biology and Paleontology. Editado por Ashraf M. T.
Elewa. Springer-Verlag (Heidelberg, Alemanha). 2004.
ROHLF, F.L. Morphometrics. Annual Review of Ecology and Systematics, 21:299-316. 1990.
ROHLF, F.J. Shape statistics: Procrustes superimpositions and tangent spaces. Journal of
Classification, 16:197-223. 1999.
ROHLF, F.J. On Applications of Geometric Morphometrics to Studies of Ontogeny and
Phylogeny. Systematic Biology, 47(1):147-158. 1998.
ROHLF, F.J.; MARCUS, LF. A revolution in morphometrics. Trends in Ecology and
Evolution, 8(4): 129-132. 1993.
SANFELICE, D.; FREITAS, T.R.O. A comparative description of dimorphism in skull ontogeny
of Arctocephalus australis, Callorhinus ursinus, and Otaria byronia (Carnivora: Otariidae).
Journal of Mammalogy, 89(2):336-346. 2008.
SLICE, D.E. Modern Morphomertrics em Slide, D.E. (ed) Modern Morphometrics in Physical
Anthropology. Kluwer Academic/Plenum Publishers. 1-45. 2005.
SOKAL, R.R.; ROHLF, F.J. Biometry: the principles and practice of statistics in biological
research. 3. ed. Freeman and Company, New York. 1995.
STRAUSS, R.E.; ATANASSOV, M.N. Determining best subsets of specimens and characters in
the presence of large amounts of missing data. Biological Journal of the Linnean Society.
88:309-358. 2006.
STRAUSS, R.E.; ATANASSOV, M.N.; OLIVEIRA, J.A. Evaluation of Principal Component
and Expectation-Maximization methods for estimating missing data in morphometrics studies.
Journal of Vertebrate Paleontology. 23:284-296. 2003.
ZELDITCH, M.L.; SWIDERSKI, D.L.; SHEETS, H.D. FINK, W.L. Geometric Morphometrics
for Biologists: a Primer. Elsevier Academic Press, San Diego, California, USA, 2004.
FIGURAS:
Figura 1. Vista dorsal do crânio de Ctenomys minutus com indicação de 29 marcos anatômicos.
Descrição morfológica de cada marco: 1- extremidade anterior da sutura entre os pré-maxilares;
2-3- extremidade antero-lateral do alvéolo incisivo; 4- extremidade anterior entre os nasais; 5-6-
ponto mais anterior da sutura entre nasal e pré-maxilar; 7-8- ponto mais anterior da raiz do arco
zigomático; 9- sutura entre nasais e frontais; 10-11- extremidade antero-lateral do lacrimal; 12-
13- menor largura entre os frontais; 14-15- extremidade do processo jugal superior; 16-17-
extremidade antero-lateral da sutura entre frontal e esquamosal; 18- sutura entre frontais e
parietais; 19-20- ponta do processo jugal posterio; 21-22- extremidade antero-lateral da sutura
entre parietal e esquamosal; 23-24- extremidade anterior do meato auditivo externo; 25-26- ponto
de máxima curvatura na apófise mastóide; 27- extremidade posterior do occipital no plano
sagital; 28-29- extremidade lateral da sutura entre jugal e esquamosal. Quanto ao tipo de marco
anatômico os do tipo I são: 9, 18; do tipo II são: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18,
19, 20, 21, 22, 23, 24, 25,26, 27, 28, 28; e do tipo III são: 7 e 8.
Figura 2. Gráfico da análise discriminante mostrando os dois primeiros eixos discriminantes
usando marcos anatômicos para as três vistas do crânio (dorsal, ventral e lateral) integradas para
diferentes populações cromossômicas de Ctenomys torquatus (2n = 40, 44, 44u e 46) e C.
pearsoni (2n = 66 e 70). Modificado de Fernandes et al. (2009).
Figura 3. Boxplot com a variação no tamanho do centróide para a vista lateral do crânio para
duas espécies (Ctenomys torquatus e C. pearsoni) e entre machos e fêmeas. A linha horizontal
mais escura é a mediana, as margens das caixas representam os percentis (25 e 75), a extensão
das barras os percentis 5 e 95, e os círculos os outliers. Modificado de Fernandes et al. (2009).
Figura 4. Variação na forma do crânio na vista lateral de Ctenomys minutus. a) desenho com a
localização de 21 marcos anatômicos. b) diferenças de forma entre diferentes habitats, duna
(linha tracejada) e campo (linha contínua). Modificado de Fornel et al. (2010).