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isentando-o do recolhimento de todas e quaisquer custas e emolumentos dispostos em
qualquer legislação aplicável nesta Justiça Especializada.
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férias proporcionais +1/3, décimo terceiro salário proporcional, depósitos de FGTS,
multa de 40% sobre o FGTS.
Caso o empregador não comprove o pagamento, deverá então ser condenado nas verbas
acima indicadas, sem prejuízo de aplicação da multa do artigo 477 e 467 da CLT, o que
desde já se requer.
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Sobre o valor dos depósitos, acrescido da TR, incidirão, ainda, juros de mora de 0,5%
a.m. ou fração e multa, sujeitando-se, também, às obrigações e sanções previstas no
Decreto-Lei nº 368, de 19 de dezembro de 1968.
A incidência da TR de que trata o "caput" deste artigo será cobrada por dia de atraso,
tomando-se por base o índice de atualização das contas vinculadas do FGTS.
A multa referida no §1º deste artigo será cobrada nas condições que se seguem:
I - 5% (cinco por cento) no mês de vencimento da obrigação;
II - 10% (dez por cento) a partir do mês seguinte ao do vencimento da obrigação.
Para efeito de levantamento de débito para com o FGTS, o percentual de 8% (oito por
cento) incidirá sobre o valor acrescido da TR até a data da respectiva operação.
O valor a ser depositado não é referente apenas ao salário e sim a todos os adicionais
que incidem sobre ele. Estes direitos estão fulcrados no Enunciado 593 do STF, que
dispõe:
"Incide o percentual do fundo de garantia do tempo de
serviço (FGTS) sobre a parcela da remuneração
correspondente a horas extraordinárias de trabalho."
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O TST entende situações análogas a situação em análise sempre com entendimento de
que é cabível a rescisão indireta:
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provido. (Processo: RR - 33800- 73.2006.5.04.0001
Data de Julgamento: 24/11/2009, Relator Ministro: Luiz
Philippe Vieira de Mello Filho, 1ª Turma, Data de
Divulgação: DEJT 04/12/2009)
E nem se alegue que o fato de o autor não ter se insurgido quanto à falta de depósitos do
FGTS durante o período em que durou o contrato de trabalho impediria a configuração
da falta grave a justificar o pedido de rescisão indireta. O fato de o empregado se
sujeitar a determinadas condições na empresa, ainda que por vários anos, decorre não
só de sua hipossuficiência, mas de sua preocupação em manter o seu trabalho e, por
conseguinte, o seu meio de subsistência, conforme precedentes deste c. TST:
"RECURSO DE REVISTA. RESCISÃO INDIRETA.
DESCUMPRIMENTO DE DIVERSAS CLÁUSULAS
DO CONTRATO DE TRABALHO. O descumprimento de
diversas obrigações pela reclamada, tais como o
recolhimento dos depósitos dos valores do FGTS, constitui
justo motivo para a rescisão indireta do contrato de
trabalho, nos termos do art. 483, d, da CLT. O fato de o
empregado continuar na empresa, por diversos anos,
permitindo essas irregularidades, não descaracteriza a
aplicação do instituto, visto que evidencia apenas a condição
de hipossuficiente do empregado e a preocupação em
manter o seu meio de subsistência. Precedentes da Corte.
Recurso de revista conhecido e provido. (RR-AIRR - 1274-
20.2011.5.06.0002, Relator Ministro: Aloysio Corrêa da
Veiga, 6ª Turma, DEJT 08/03/2013.)"
Fonte: TRT/MG - 17/09/2013 - Adaptado pelo Guia
Trabalhista.
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Isso é considerado falta grave do empregador e, por essa razão, a Justiça do Trabalho
tem deferido, nesses casos, a rescisão indireta do contrato, isto é, o rompimento do
contrato por iniciativa do empregado, mantendo-se o direito a todas as verbas
rescisórias típicas de uma dispensa sem justa causa.
A ausência de recolhimento de FGTS é legalmente prevista como fundamento da
rescisão indireta do contrato. Como se pode perceber, Nobre Julgador, segundo os
documentos comprobatórios a empresa nuca efetuou tal recolhimento aja vista se quer
procedeu a assinatura da CTPS do obreiro, configurando- se atitude unilateral defeso
em lei alheio ao contrato de trabalho, incompatível com a continuidade da relação de
emprego, tipificadas no artigo 483 da CLT, há a necessidade de que seja declarado
RESCINDIDO O CONTRATO DE TRABALHO POR CULPA EXCLUSIVA DO
EMPREGADOR, através de sentença declaratória, ordenando-se, ainda, até o trânsito
em julgado da sentença, o pagamento das verbas rescisórias e do aviso prévio e
quaisquer benefícios de natureza salarial que se entendam à categoria.
Em razão da natureza da rescisão indireta, pelos fatos já expostos, entre eles não
assinatura da CTPS; ausência de depósitos do FGTS; desvirtuamento do contrato de
trabalho; não pagamento das horas extraordinárias, ferindo frontalmente o artigo 483, da
CLT, requer seja determinado POR DECISÃO DESTE JUÍZO RESCINDIDO DE
FORMA INDIRETA O CONTRATO DE TRABALHO.
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Com esse entendimento, o Tribunal Regional do Trabalho da 1 região publicou:
Segundo Ronaldo Alves de Andrade, em sua obra Dano Moral e sua Valoração, Ed.
Atlas- 2ª edição, página, 209 § 5º.
“ Como já afirmado, o empregador responde por ato comissivo ou omissivo de maneira
que tem o dever de prever a ocorrência de acidentes de trabalho, fornecendo
treinamento, informação, equipamentos coletivos e individuais de proteção, bem como
fiscalizando se os serviços estão sendo executados dentro dos padrões de segurança
estabelecidos em normas legais e administrativas.”
O reclamante estava trabalhando totalmente desamparado perante a legislação, pois não
teve sua CTPS assinada pela reclamada, um jovem pai de família na época do acidente,
cheio de sonhos, com um futuro pela frente, que teve seu futuro profissional
comprometido, por culpa e negligência da reclamada.
O reclamante após o acidente, pois como já mencionado, não possuía CTPS na época do
acidente, menos ainda recebia corretamente os valores a título de gratificação natalina,
férias acrescidas do terço constitucional, EPI’S, bem como não ocorreu qualquer
depósito a título de FGTS dentre outras verbas que lhes são devidas por direito.
Em flagrante desrespeito a legislação, não foi confeccionado a respectiva Comunicação
de Acidente de Trabalho (CAT) pela reclamada.
Cumpri-nos informar Excelência, que reclamante após o acidente foi assistido pela
reclamada, que durante 2 meses continuou repassando valores a títulos de salário ao
reclamante, no primeiro mês repassou o importe de R$ 1.200,00, e no segundo mês
repassou 700,00, e depois 600,00. Após esse período o obreiro teve que se virar
sozinho, além de arcar com os custos dos vários deslocamentos para tratamento e
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realização de exames e etc, somente recebendo o auxílio financeiro de familiares para
que pudesse manter-se dignamente.
O reclamante, sem qualquer experiência técnica, ou um mínimo conhecimento a cerca
de seus direitos, não conhece a legislação obreira, bem como a legislação
previdenciária, não sabia nada e nem foi orientado sobre seus os direitos advindos do
acidente que teve quando laborava para a reclamada, ainda mais sem seu vínculo
registro em CTPS.
O reclamante até o momento não conseguiu receber nenhum auxilio, devido não ter
sua CTPS assinada.
Inobstante, as consequências do acidente, que foram gravíssimas, de cunho físico em
razão das dores que suportou diante do trágico acidente que o fez perder parte de sua
capacidade laboral, pela grave fratura que sofreu na queda, uma vez que no dia do
acidente o reclamante foi levado ao Hospital Municipal de Itaituba, local onde foi feito
a imobilização do pé do reclamante, e posteriormente ficou 1 mês aguardando TFD para
ia a Santarém, ao chegar em Santarém, o médico que o atendeu informou que após todo
esse período de um mês não seria mais possível fazer a cirurgia,
Então hoje o obreiro tendo que se adaptar a nova rotina de vida, pois até mesmo as
mínimas tarefas cotidianas são difíceis ou impossíveis de realizar, como um por
exemplo, qualquer situação que tenha que ficar de pé ou fazer alguma locomoção de um
local para outro, pois sente muitas dores, e terá que se adaptar a nova realidade,
somando-se ao fato de que sofreu e vem sofrendo um abalo emocional muito grande,
representado pela frustração de ainda jovem, com família para sustentar, estar com sua
liberdade parcialmente cerceada, estando inclusive começando a apresentar sinais de
depressão, prestes a iniciar um tratamento psicológico, da mesma forma que sofreu um
enorme prejuízo de cunho material, configurado pela perda de oportunidades que a vida
poderia lhe proporcionar com seus estudos e trabalho no futuro.
Da mesma forma que sofreu um enorme prejuízo de cunho social, por ter sido excluído
da sociedade e do mercado de trabalho, pois está impedido de exercer atividades que
necessite se movimentar.
Ademais, pela simples análise do caso em exame, identifica-se a presença de todos os
requisitos indispensáveis à obrigatoriedade de indenizar de parte da reclamada, onde o
fato lesivo está consubstanciado na negligência da reclamada ao desrespeitar as normas
protetivas a saúde e a segurança no ambiente de trabalho, consumando-se com a grave
lesão sofrida pelo reclamante.
Lembra-se ainda que do acidente sofrido pelo reclamante, restaram sequelas
permanentes que levará consigo pela vida toda, pois este perdeu totalmente a
mobilidade do pé direito, restando reduzida sua capacidade laboral, bem como restou
imensamente prejudicado seu convívio em sociedade, passa o tempo em casa sentado ou
deitado, e por onde passa, com o pé descoberto todos ficam observando com
curiosidade, alguns até com repugnância ao ver o estado atual do pé do reclamante
(fotografia anexa), inclusive o reclamante foi orientado a procurar um psicólogo, pois
ainda encontra-se muito abalado com sua atual situação, tem pesadelos com o acidente,
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mesmo após decorrido vários meses do acidente, ainda sente muitas dores e sempre que
tenta fazer algum esforço físico seu pé dói.
Resta inequívoco, o dano sofrido pelo reclamante, pois está devidamente comprovado
pelos atendimentos médicos a que foi submetido, fotografias anexas aos autos, pela
perda e redução, não apenas da capacidade laborativa, mas pela perda de sua
DIGNIDADE, bem jurídico maior tutelado constitucionalmente no Art. 1º, III, CF, além
da ofensa a cidadania e os valores do trabalho, em ofensa ainda ao art. 170, CF, que diz
que a ordem econômica funda-se na livre iniciativa e na valorização do trabalho
humano.
Vejamos os artigos mencionados!
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem
como fundamentos:
III - a dignidade da pessoa humana;
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre
iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da
justiça social, observados os seguintes princípios:
Está plenamente demonstrado pela gravidade do dano e nexo da causalidade e culpa,
entre a conduta da reclamada e a conduta do reclamante, somando-se a negligência e
omissão demonstrada pela reclamada ao não adotar medidas de prevenção e segurança
nos termos do art. 7º, inciso XXVIII da Constituição Federal, o que sem sombra de
dúvida, caso a máquina utilizada pelo reclamante, fosse dotada de um item mínimo de
segurança, uma grade de proteção, mesmo que adaptada, até mesmo fabricada de forma
artesanal, certamente o acidente grave que o reclamante sofreu, poderia ter sido evitado,
por si só, já demonstram que os fatos são incontroversos no sentido dos prejuízos
gravíssimos suportados pelo reclamante.
Vejamos!
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a
indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
Isto posto, e tendo em vista o amplo respaldo fático e jurídico, requer que seja
reconhecida a culpa da reclamada pelo acidente de trabalho que o reclamante sofreu, e,
de conseqüência o dever de indenizar, eis que demonstrado que o acidente ocorreu
quando o reclamante estava a serviço da reclamada, e, em razão do descumprimento das
normas apontadas, decorrendo daí a limitação da capacidade laborativa do reclamante,
ou, se Vossa excelência entender pela insuficiência de prova de culpa, o que não se
acredita, seja o reclamante indenizado com fundamento na teoria do risco,
responsabilidade objetiva conforme fundamentos retro expostos.
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V. DA ESTABILIDADE ACIDENTÁRIA
O reclamante sofreu o acidente quando prestava seus serviços para a reclamada em
29/08/2020, ficou vários meses afastados, depois procurou a reclamada e nada
adiantou, sendo despedido, em plena estabilidade acidentária. Dessa forma, o
reclamante tem direito à estabilidade acidentária prevista no artigo 118 da Lei nº
8.213/91, portanto não poderia ter sido demitido dentro do prazo de estabilidade legal.
Art. 118/lei 8213/91, in verbis:
" O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze
meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do
auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente. "
Logo, aplicável o entendimento expresso na Súmula nº 378, item II, do TST, abaixo
transcrita:
“Estabilidade provisória. Acidente do trabalho. art. 118 da Lei nº 8213/1991.
Constitucionalidade. Pressupostos. (Conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 105
e 230 da SDI-1 - Res. 129/2005, DJ 20.04.2005)
I - E constitucional o artigo 118 da Lei nº 8.213/1991 que assegura o direito à
estabilidade provisória por período de 12 meses após a cessação do auxílio-doença ao
empregado acidentado. (ex-OJ nº 105 - Inserida em 01.10.1997) “
II - São pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento superior a 15 dias e
a conseqüente percepção do auxílio doença acidentário, salvo se constatada, após a
despedida, doença profissional que guarde relação de causalidade com a execução do
contrato de emprego. (Primeira parte - ex-OJ nº 230 - Inserida em 20.06.2001)
( sublinhamos)
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4. Ainda nesse sentido, o pedido de dano moral resta caracterizado na presença dos três
requisitos da responsabilidade civil: culpa, dano e nexo causal, sendo que os
fundamentos jurídicos do dano moral estão positivados no art. 5º, X, CF e nos arts. 186
e 927 do CC.
5. Segundo o art. 5º da CF. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
nos termos seguintes:
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação; [...]
Art. 186, CC. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.
Art. 927, CC. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.
Art. 950, CC. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu
ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das
despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão
correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que
ele sofreu.
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja
arbitrada e paga de uma só vez.
6. O que também deve ser considerado no caso em tela é que o acidente que o
reclamante foi vítima, na época com “apenas” 27 anos, causou-lhe além da dor,
sofrimento e angústias próprios de um acidente de grande porte, também deixou uma
seqüela definitiva, um enorme defeito físico que o acompanhará por toda a sua
existência.
7. Quanto ao valor da indenização por danos morais decorrentes de acidente do trabalho
deve ser orientada tanto pela gravidade da lesão como pela condição das partes
envolvidas, pois a reclamada é um grande empresaria do ramo da construção civil,
possuí um alto poder aquisitivo, e tem plenas condições de suportar o pagamento de
uma justa indenização em benefício do reclamante, para que possa ao mínimo ressarcir
condignamente os danos que o reclamante sofreu em decorrência do acidente, pautando-
se o julgador pelo princípio da razoabilidade, porém há que ser lembrado a todo
momento que o acidente ocasionou e vem ocasionando prejuízos imensuráveis à vida do
reclamante.
O professor Fernando de Noronha ressalta nesse sentido:
“a reparação de todos os danos que não sejam suscetíveis de avaliação pecuniária
obedece em regra ao princípio da satisfação compensatória: o quantitativo pecuniário a
ser atribuído ao lesado nunca poderá ser equivalente a um ‘preço’, será o valor
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necessário para lhe proporcionar um lenitivo para o sofrimento infligido, ou uma
compensação pela ofensa à vida ou à integridade física”. (NORONHA, Fernando.
Direito das obrigações, v. 1, 2003, p. 569). (grifo nosso).
Segundo as palavras do Desembargador Milton dos Santos Martins, do Tribunal de
Justiça do RS, que com maestria consagra a indenização do dano moral:
"Sempre atribuímos mais valores às coisas materiais do que às coisas pessoais e de
espírito. Não se indenizam as ofensas pessoais, espirituais, e se indenizam os danos
materiais. Quer dizer, uma bicicleta, um automóvel, tem mais valor do que a honra e a
boa fama do cidadão. Não se mediria a dor, esta não tem preço, indigno cobrar (...).
tem-se de começar a colocar no ápice de tudo não o patrimônio, mas os direitos
fundamentais à vida, à integridade física, à honra, à boa fama, à privacidade, direitos
impostergáveis da pessoa. O direito é feito para a pessoa. Não se concebe que se queira
discutir ainda hoje se indenizável ou não o chamado 'dano moral'. (Ap. Civil n. 38.677 -
2ª Câmara Cível - Porto Alegre - j. 29/10/81)."
Destarte, o empregado não pode sofrer qualquer dano pelo simples fato de executar o
contrato de trabalho. O risco para viabilizar a atividade econômica é do empregador nos
termos do art. 2º, da CLT. Contudo, é comum o trabalhador sofrer danos quando do
cumprimento de sua função contratual, independente de culpa patronal, mas como mera
decorrência do exercício de suas atividades, fazendo jus à conseqüente reparação.".
(DALLEGRAVE NETO, J. A. Responsabilidade Civil no Direito do Trabalho. Capítulo
III - Teoria Geral da Responsabilidade Civil, LTr, 3ª Edição, págs. 78 a 105).
É pacífico o entendimento do Egrégio Tribunal da 4ª Região:
ACIDENTE DE TRABALHO. DANOS MATERIAIS E MORAIS. Configurado o nexo
de causalidade entre a lesão no dedo e a perda auditiva da reclamante e o acidente
sofrido, bem como a culpa da reclamada, que não adotou medidas eficientes para a
proteção da saúde e integridade física da trabalhadora, a empregadora é responsável
pela reparação dos danos materiais e morais sofridos pela empregada. (PROCESSO nº
0020218-03.2016.5.04.0406 (RO)
ACIDENTE DO TRABALHO. NEXO CAUSAL. RESPONSABILIDADE.
Comprovada a existência de nexo entre o acidente sofrido pelo empregado e as
atividades laborais desenvolvidas, a empregadora é responsável pela indenização
integral dos danos suportados pelo trabalhador, a teor do art. 5º, inc. X, da CF
combinado com o art. 927 do Código Civil.
Vejamos a Jurisprudência do TRT9ª Região em um caso semelhante ao ocorrido com o
reclamante:
Ementa: TRT-PR-02-03-2007 ACIDENTE DE TRABALHO. ABALO MORAL
ADVINDO DA PERDA DA MÃO E DO ANTEBRAÇO. DANO PRESUMÍVEL. É
totalmente presumível o abalo moral gerado pela perda de um membro (dano in re ipsa)-
o qual, aliado ao dano estético, gera perturbação de ordem puramente moral e
psicológica, culminando, ainda, na redução da capacidade laborativa. Como se não
bastasse, saliento que o Autor, na época do acidente, contava com 20 anos de idade. A
perda de um membro por um jovem, que está em fase de construir sua vida, tanto sob o
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ponto de vista emocional, quanto financeiro, acarreta também a perda de expectativas e
esperanças, rendendo ensejo, indubitavelmente, a um forte dano de origem moral.(
TRT-9 - 780062005668900 PR 78006-2005-668-9-0-0 (TRT-9)) (sublinhamos e
negritamos)
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“O descanso anual remunerado é consagrado em todas as legislações por razões
médicas, familiares e sociais. No Brasil o princípio constitucional está previsto em
Convenção Internacional da OIT [...] seu ordenamento básico corresponde na extensão
de 30 dias corridos, pagamento em dobro quando gozadas a destempo, [...].” [1]
Sabemos ainda que tal direito encontra-se amparo, sobretudo no art. 129 da CLT, in
verbis:
Art. 129 - Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias,
sem prejuízo da remuneração.
Pelo que desde já o requer.
XI ) DO 13º SALÁRIO:
Outra garantia da trabalhadora é o pagamento do 13º salário, também conhecido como
gratificação natalina.
Tal garantia está prevista na lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962,
Art. 1º - No mês de dezembro de cada ano, a todo empregado será paga, pelo
empregador, uma gratificação salarial, independentemente da remuneração a que fizer
jus.
§ 1º - A gratificação corresponderá a 1/12 avos da remuneração devida em dezembro,
por mês de serviço, do ano correspondente.
Ora, Excelência, a reclamada jamais pagou a trabalhadora qualquer gratificação, sempre
dizendo que 13º só possui quem tem carteira assinada, e assim procedeu sem que
houvesse qualquer pagamento. Pelo que desde já o requer.
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A conduta patronal causou gravame ao cabedal de direitos sociais e econômicos da
trabalhadora, desafiando a respectiva compensação pelo ofensor mediante a imposição
de indenização por dano moral.
A ausência da anotação na carteira de trabalho do empregado gera dano moral ao
empregado. (TRT/SP 2ª Região. Processo nº 20110633911. Acórdão nº 20120191177.
4ª Turma. Rel. Des. Ivani Contini Bramante. Publicação 09/03/2012) (grifamos) A
indenização por dano moral é de natureza in re ipsa, ou seja, desnecessária a prova da
dor, bastando provar os fatos, os quais, desde logo seguem evidenciados, eis que o
empregador deixou de anotar a CTPS quando do início do contrato de trabalho, tal
conduta feriu a lei, vejamos:
Art. 29 da CLT - A Carteira de Trabalho e Previdência Social será obrigatoriamente
apresentada, contra recibo, pela trabalhadora ao empregador que o admitir, o qual terá o
prazo de quarenta e oito horas para nela anotar, especificamente, a data de admissão, a
remuneração e as condições especiais, se houver, sendo facultada a adoção de sistema
manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério
do Trabalho.
(...) § 3o - A falta de cumprimento pelo empregador do disposto neste artigo acarretará a
lavratura do auto de infração, pelo Fiscal do Trabalho, que deverá, de ofício, comunicar
a falta de anotação ao órgão competente, para o fim de instaurar o processo de anotação.
§ 4o É vedado ao empregador efetuar anotações desabonadoras à conduta do empregado
em sua Carteira de Trabalho e Previdência Social. submeterá o empregador ao
pagamento de multa prevista no art. 52 deste Capítulo'.
Assim, como dano moral havido pela falta de anotação na CPTS do reclamante, por tal
ato ilícito cometido pela reclamada, requer seja condenado o empregador em 05 (cinco)
salários do autor, bem como condenada a anotar na CTPS a data de entrada, a função, o
salário e a data de saída do reclamante.
Pede-se que a condenação guarde lógica com o potencial econômico da reclamada que
poderá ser comprovado pela juntada das demonstrações financeiras e contábeis, do
IRPF dos últimos 05 (cinco) anos, referido pedido é para que este d. Juízo determine
que a reclamada junte as referidas demonstrações, sob pena de não o fazendo serem
aplicados os artigos 400 até 403 do nCPC, requerendo seja apontado tal condição na
notificação que se expedir ao empregador.
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EMENTA: FGTS NÃO RECOLHIDO AO LONGO DO CONTRATO DE
TRABALHO - LICITUDE DO PAGAMENTO, DIRETAMENTE, AO EMPREGADO,
EM ACORDO JUDICIAL. O FGTS é, sem dúvida, uma contribuição social, sendo seus
recursos aplicados, em vários programas sociais, destinados aos trabalhadores
brasileiros. Entretanto, possui natureza dúplice, sendo, ao mesmo tempo, também,
direito dos empregados urbanos e rurais, conforme assegurado pelo artigo 7o., inciso
III, da Constituição da República. Trata-se, portanto, de direito trabalhista,
constitucionalmente garantido aos empregados urbanos e rurais, a quem resta,
igualmente, assegurado o direito de Ação, junto ao Poder Judiciário. E, por tratar-se de
créditos trabalhistas, os valores do FGTS têm natureza alimentícia, gozando de
prerrogativas, exatamente, porque deles depende a subsistência da trabalhadora e de sua
família. Por tais razões, não tendo havido o recolhimento de tais valores, ao longo do
contrato de trabalho, o pagamento pode ser efetuado, diretamente, ao empregado - caso
presente qualquer das hipóteses de levantamento, previstas na legislação pertinente
É importante ainda mencionarmos ser direito fundamental do reclamante, que o poderá
usar para diversos fins, os quais certamente contribuíram para a construção de sua
dignidade humana.
Caso procedam os pedidos aqui requeridos, deverá a reclamada suportar o pagamento
do FGTS sobre todos os pedidos com reflexos em todo o período contratual, bem como
por não ter recolhido o FGTS corretamente. Portanto, deverá a reclamada juntar
comprovadamente os recolhimentos de todo o período trabalhado, sob pena de
responderem pelo equivalente.
Tal pedido conta com fundamento na súmula 461 do TST: É do empregador o ônus da
prova em relação à regularidade dos depósitos do FGTS, pois o pagamento é fato
extintivo do direito do autor (art. 373, II, do CPC de 2015).
Ex positis, as Reclamadas deverão ser condenadas a indenizar diretamente pelo
percentual de 8% sobre o que deixou de recolher e sobre cada parcela que restar
deferida nesta inicial.
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Em atendimento aos princípios da economia e celeridade processual, vem O reclamante
requerer a esse Juízo que fixe desde logo em sentença, a responsabilidade pelo
recolhimento dos valores devidos a título de imposto de renda e de recolhimentos
previdenciários.
Observa-se que a Lei 8620/93, determina o recolhimento da verba devida ao INSS,
todavia a mesma não obriga que tal recolhimento deva ser descontado do empregado,
mesmo porque tal previsão estaria contrariando o entendimento a teor do artigo 33, § 5º
da Lei nº 8.212/91, o qual impõe ao empregador de forma expressa o ônus do
recolhimento intempestivo das referidas contribuições previdenciárias.
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Dessa forma, não se admite que a correção por força judicial dos direitos advindos do
trabalho se transforme em um ônus aa trabalhadora compelindo-o a arcar com um
sistema fiscal oneroso.
Assim sendo, com fundamento no artigo 8º da CLT, combinado com os artigos 186 e
927 do Código Civil, entendemos que deve a reclamada ser responsabilizado e
condenado pelo recolhimento do imposto de renda, não admitindo deduções a esse título
dos créditos resultantes da presente ação, o que então desde já fica requerido.
Todavia, caso Vossa Excelência, assim não entenda, requer desde logo, seja aplicada a
tabela progressiva para cálculo do imposto devido, sobre as parcelas tributáveis
separadamente, ou seja, mês a mês, até o limite de isenção permitido, da mesma forma
que ocorreria caso o pagamento fosse efetuado no momento oportuno e, NUNCA
SOBRE O TOTAL DO CRÉDITO A SER APURADO. Requer então seja atribuída esta
interpretação quando da determinação da forma do recolhimento do referido tributo.
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execução trabalhista, que prisma pela celeridade na satisfação, a exemplo da Súmula 01
editada pelo TRT da 2ª Região, segunda a qual o cumprimento da decisão se dará com o
pagamento do valor incontroverso em 48 horas, restando assim pendente apenas o
controvertido saldo remanescente, que deverá ser garantido com a penhora, não há que
se falar em incompatibilidade com o processo do trabalho. Nestes termos, requer seja
determinado, após o trânsito em julgado, o cumprimento espontâneo da obrigação, nos
termos do artigo 523 do CPC, por ser esta a medida de direito que se impõe.
DEMONSTRATIVO
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DOS PEDIDOS PROPRIAMENTE DITOS
Por oportuno, caso Vossa Excelência, entenda ausente alguma formalidade nesta peça
de entrada, requer seja aplicada a Súmula 263 do C. TST e, diante de toda argumentação
exposta é que passamos então a relacionar os pedidos MEDIATOS, respectivamente a
cada causa de pedir, evitando assim eventual preliminar de inépcia por ausência de
pedido ou mesmo causa de pedir, tudo para que este D. Juízo CONDENE a reclamada, e
assim o fazemos:
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e) o pagamento de Danos Morais, em valor não inferior a cinco (05) salários
(remuneração) do autor, pela falta de assinatura em sua CTPS.
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o) Requer a causa de pedir XIII, caso deferidos quaisquer dos pedidos aqui pleiteados,
deverá a reclamada arcar com os pagamentos referentes ao FGTS, acrescido da multa
de 40%, inclusive sobre os reflexos concernentes ao período contratual, acrescidos de
juros e correção monetária, pois deixou de efetuar corretamente os devidos depósitos;
s) Requer a causa de pedir XVII, correção monetária, a qual deverá ser aplicada a
partir do mês em que se constitui a obrigação, ou seja, do próprio mês da prestação.
Portanto, requer seja aplicada a correção monetária, desde o início do vínculo laboral,
considerando que a obrigação de fazer (pagamento) deve ser corrigido mês a mês, tudo
devidamente apurado na fase de liquidação de sentença.
t) Requer a causa de pedir XVIII, a condenação da reclamada pelo recolhimento dos
valores devidos a título de imposto de renda e de recolhimentos previdenciários.
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y) Requer a condenação da causa de pedir IX, a condenação da Reclamada ao
pagamento de custas e demais despesas processuais, inclusive em honorários
advocatícios, importe de 15% ou a critério do M.M JUÍZO, uma vez que preenchidos
os requisitos legais para sua concessão.
Nesses termos vem requerer o pedido imediato, qual seja que a Jurisdição Especializada
determine à Reclamada, por meio de notificação, para que compareça à audiência
designada, sob pena de revelia e confissão quanto a matéria de fato, prosseguindo-se
nos ulteriores atos e termos do processo até a sentença que, data vênia, deverá ser
julgada TOTALMENTE PROCEDENTE A PRESENTE RECLAMAÇÃO
TRABALHISTA, para o fim de condenar as Reclamadas ao pagamento do principal,
além dos juros de mora, da correção monetária e custas judiciais.
Outrossim, requer seja a reclamada compelido a juntar toda a documentação pertinente
à Reclamante, como holerites, controles de jornada e todo e qualquer documento
relacionado ao Autor, conforme amplamente requerido nas respectivas causas de pedir,
sob pena dos artigos 396 e 400 do CPC, sem prejuízo da prova testemunhal e demais
que forem necessárias ao deslinde desta reclamação.
Protestando ainda, por todos os meios de provas em direito admitidas, especialmente
pelo depoimento pessoal da reclamada sob pena de confissão e sem prejuízo de
aplicação da Súmula 74, I do Colendo TST, e ainda inquirição de testemunhas, perícia
técnica, juntada de documentos e outras que se fizerem necessárias no decorrer do
processo.
Requer ainda a compensação de eventual valor já quitado, desde que devidamente
comprovado nos autos, evitando assim entendimento de pedido de verba já quitada.
Atribuindo a presente Reclamação o valor de R$ 84.169,55 (Oitenta e quatro mil
Cento e sessenta e nove reais e cinquenta e cinco centavos), para efeito de alçada,
sem prejuízo de atualização monetária e juros a serem calculados em regular liquidação
de sentença.
Termos em que,
Pede deferimento.
Itaituba, 04 de julho de 2021.
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(Assinado digitalmente)
Rol de documentos:
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