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Justiça

Decisão do STF sobre


isolamento de estados e
municípios repercute no
Senado
Anderson Vieira | 16/04/2020, 13h38

Um dos pontos mais movimentados de São Paulo, o Viaduto


do Chá deixou de receber milhares de pedestre diariamente por
determinação do governo e da prefeitura

Rovena Rosa/Agência Brasil

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que garante


autonomia a prefeitos e governadores determinarem medidas
para o enfrentamento ao coronavírus repercutiu entre os
senadores. Os ministros chegaram à conclusão de que estados e
municípios podem regulamentar medidas de isolamento social,
fechamento de comércio e outras restrições, diferentemente do
entendimento do presidente Jair Bolsonaro, segundo o qual cabe
ao governo federal definir quais serviços devem ser mantidos ou
não. 

O posicionamento agradou principalmente senadores de


oposição. O líder do PDT, senador Weverton (MA), por exemplo,
disse que foi uma vitória dos entes federados, que precisam ter
segurança jurídica para tomar as providências necessárias ao
combate à pandemia.

— Havia um atrito de competências, que era muito ruim, porque


nesse momento todas as forças têm que ser unificadas. O
Supremo atendeu nossa ação, que foi proposta pelo PDT, e deu
autoridade aos governadores, confirmando que eles têm, sim,
plenas condições de tratar esse assunto como deve ser tratado.
É uma crise na saúde pública e, como tal, precisa de todas as
providências — afirmou. 

Segundo o parlamentar, a Constituição é clara ao permitir que


União, estados e municípios tratem de forma conjunta de
assuntos relacionadas à saúde pública e, numa situação grave
como essa, é preciso que todos se mobilizem. 

— Quem está lá no dia a dia, como deputados estaduais,


vereadores, governadores e prefeitos, é que conhece os
problemas locais. Cada região tem sua especificidade, sua
estratégia e a forma de lidar com a crise. Cabe à União convergir
forças e criar condições, principalmente econômicas, para dar
suporte aos estados enfrentarem de forma efetiva e eficaz essa
crise — avaliou.  
Pelas redes sociais, o senador Humberto Costa (PT-PE) mostrou-
se a favor da decisão do STF e destacou o fato de ter sido uma
derrota para o presidente Jair Bolsonaro: 

— O Supremo Tribunal Federal decidiu, por unanimidade, que


estados e municípios têm autonomia para regulamentar as
medidas de isolamento. Bolsonaro, que limpa o nariz e
cumprimenta as pessoas nas ruas, sai derrotado. Ele não poderá
acabar com a quarentena — publicou. 

Federação em risco
Senadores da base de apoio ao governo pensam de forma
diferente. O senador Márcio Bittar (MDB-AC) considerou
equivocada a decisão do Supremo. 

— Acho que o STF, mais uma vez, ajuda a passar a impressão de


que não somos uma Federação. Governadores e prefeitos podem
fechar suas atividades econômicas e depois pedir para o
presidente Bolsonaro pagar a conta — avaliou. 

O senador Arolde de Oliveira (PSD-RJ) também discorda do


entendimento dos ministros do STF: 
— Acho que a decisão não foi sábia.  Ao invés de botar ordem, vai
gerar mais confusão — opinou.

Medida Provisória
O assunto foi parar na Suprema Corte depois que o PDT
questionou a validade da Medida Provisória 926/2020, editada
pelo presidente Jair Bolsonaro, por meio da Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI) 6.341. Entre outras providências, a
MP restringe a liberdade de prefeitos e governadores na tomada
de ações contra a pandemia.  

Para os ministros do STF, o governo federal somente pode definir


sobre serviços e atividades de interesse nacional. Fora disso,
cabe aos prefeitos e governadores regulamentarem a situação
em seus respectivos territórios. 

A decisão foi tomada na quarta-feira (15), em sessão realizada


por videoconferência. Em março, o ministro Marco Aurélio já
tinha deferido uma medida cautelar, acolhendo o
questionamento do PDT, com o argumento de que havia a
violação da autonomia dos entes federados. 

Outros pontos da medida provisória continuam valendo, visto que


os ministros não viram irregularidade no restante do texto. 

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência


Senado)

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