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DOUGLAS RIBEIRO OLIVEIRA

LORRANY GUIMARÃES DE MENEZES

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DE ARGAMASSAS DE REVESTIMENTO EM


ALVENARIAS COM SUBSTITUIÇÃO DA CAL POR MATERIAIS
PLASTIFICANTES INERTES

PATOS DE MINAS
2015
DOUGLAS RIBEIRO OLIVEIRA
LORRANY GUIMARÃES DE MENEZES

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DE ARGAMASSAS DE REVESTIMENTO EM


ALVENARIAS COM SUBSTITUIÇÃO DA CAL POR MATERIAIS
PLASTIFICANTES INERTES

Pesquisa de Iniciação Científica apresentada à


Coordenadoria da Pós-Gradução, Pesquisa e
Extensão do Centro Universitário de Patos de
Minas - UNIPAM, relativa ao XVI PIBIC,
desenvolvida sob orientação do Professor Esp.
Rogério Borges Vieira.

PATOS DE MINAS
2015
AGRADECIMENTOS

A Deus pela saúde, força e sabedoria concedidas para superar os obstáculos.


Ao Centro Universitário de Patos de Minas e seu corpo docente pelo apoio à
pesquisa e pela transmissão dedicada de conhecimento.
Ao orientador Rogério Borges Vieira pela ajuda na definição da linha de pesquisa,
pelo suporte, suas correções e incentivos.
À docente e engenheira responsável pelo laboratório de Materiais de Construção,
Sheilla Pereira Vieira, pela paciência e pelas críticas construtivas que ajudaram a modelar o
trabalho.
Aos fornecedores Ultracal, e Mineração JK por ceder materiais dedicados a esta
pesquisa.
Sonhar, no final das contas, é uma forma de
planejar, que se torna concreta quando se
estabelece um alicerce forte, onde se
apoiarão os êxitos alcançados pela
persistência sobre o que poucos acreditariam
se tornar realidade. (Autores).
RESUMO

O trabalho busca avaliar os efeitos da substituição da cal por materiais plastificantes inertes - filito,
fíler calcário, saibro e aditivo plastificante - em argamassas para revestimentos de alvenarias. Faz uma
breve abordagem sobre as propriedades almejadas das argamassas no estado fresco e endurecido, além
das características dos materiais plastificantes e os índices físico-mecânicos das composições
produzidas. A primeira etapa consiste na caracterização física dos plastificantes, seguida da avaliação
destes em relação aos requisitos apontados pela normativa de produção de cales hidratadas. A terceira
parte estuda o comportamento das argamassas no estado fresco produzidas com traço volumétrico
1:1:6 (cimento, plastificante, areia) e consistência padrão 270±5 milímetros. Posteriormente, nas
etapas quatro e cinco são mensuradas as características mecânicas no estado endurecido e parâmetros
de desempenho das argamassas de revestimento aplicadas em pequenos modelos de alvenaria. A
caracterização dos materiais demonstrou que foram utilizados plastificantes com módulos de finura
baixos e teores de pulverulência altos, ideal para argamassas. Faz-se ressalva da utilização de saibro
com teor de impurezas orgânicas inadequado. Em relação aos requisitos apontados para as cales
hidratadas tipo CH-III, a finura é obedecida apenas pelo cimento Portland e a retenção de água apenas
pelo fíler e filito. As argamassas no estado fresco demonstraram forte correlação entre propriedades
como a retenção de água, o fator água/cimento e o teor de ar incorporado entre si e entre os índices
avaliados no estado endurecido. Na avaliação do desempenho das argamassas para o revestimento
observou-se que a aderência à tração não foi adequada para as composições com cal e saibro, o qual
tornou o revestimento suscetível ao desgaste por abrasão. A composição com filito por sua vez devido
ao alto teor de pulverulência apresentou fissuras por retração plástica de secagem, já a argamassa com
aditivo foi a que apresentou maior absorção por permeabilidade. Todas as argamassas produzidas
tiveram desempenho satisfatório quanto ao impacto de corpo duro. A quantidade e a diversidade de
dados obtidos impediu a escolha de uma argamassa em detrimento das demais, porém forneceu
entendimento suficiente da influência dos materiais e suas características nos estados fresco e
endurecido, que pode orientar dosagens racionais adequadas às propriedades almejadas para cada
composição.

PALAVRAS-CHAVE: Argamassas de revestimento. Cal. Materiais plastificantes inertes. Índices


físico-mecânicos. Desempenho.
LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS

a/c - água/cimento
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
CU - Coeficiente de uniformidade
ELS - Estado limite de serviço
fc - Resistência à compressão
MF - Módulo de finura
NBR - Norma Brasileira
NM - Norma Mercosul
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Comportamentos reológicos de fluidos ................................................................... 23


Figura 2 - Massa unitária e massa específica pelo Frasco Le Chatelier ................................... 31
Figura 3 - Ensaios de teor de pulverulência e de impurezas orgânicas .................................... 32
Figura 4 - Fluxograma de ensaios para as pastas...................................................................... 33
Figura 5 - Ensaio de determinação de finura ............................................................................ 34
Figura 6 - Aparelho de Vicat .................................................................................................... 35
Figura 7 - Funil de Buchner modificado .................................................................................. 35
Figura 8 - Ensaio de determinação do índice de consistência .................................................. 37
Figura 9 - Determinação da retenção de água .......................................................................... 38
Figura 10 - Determinação da densidade de massa e do teor de ar incorporado ....................... 39
Figura 11 - Squeeze-flow ......................................................................................................... 40
Figura 12 - Ensaios físicos no estado endurecido .................................................................... 42
Figura 13 - Ensaios mecânicos no estado endurecido .............................................................. 43
Figura 14 - Aplicação do revestimento .................................................................................... 44
Figura 15 - Resistência de aderência a tração........................................................................... 45
Figura 16 - Métodos de avaliação da permeabilidade de revestimento .................................... 46
Figura 17 - Fissuras de retração da argamassa com filito......................................................... 67
Figura 18 - Desgaste da argamassa com saibro ........................................................................ 68
Figura 19 - Permeabilidade pelo método do cachimbo ............................................................ 70
Figura 20 - Ensaio de Impacto de corpo duro .......................................................................... 72
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Curvas granulométricas dos materiais estudados................................................... 48


Gráfico 2 - Análise do índice de finura - Peneira #30 .............................................................. 50
Gráfico 3 - Análise do índice de finura - Peneira #200 ............................................................ 50
Gráfico 4 - Teor de ar incorporado em função da relação água/cimento ................................. 54
Gráfico 5 - Retenção de água em função do teor de ar incorporado ........................................ 55
Gráfico 6 - Carga x deformação ............................................................................................... 55
Gráfico 7 - Evolução da resistência à compressão e tração com a idade ................................. 59
Gráfico 8 - Módulo Elástico, Compressão e tração aos 28 dias ............................................... 60
Gráfico 9 - Correlação da tração na flexão e módulo elástico dinâmico com a compressão ... 61
Gráfico 10 - Variação da resistência à tração em função da resistência à compressão ............ 62
Gráfico 11 - Coeficiente de capilaridade em função do teor de ar incorporado ....................... 64
Gráfico 12 - Absorção por capilaridade em função do tempo .................................................. 64
Gráfico 13 - Correlação da tração na flexão, compressão e módulo elástico com o fator a/c .. 65
Gráfico 14 - Aderência a tração em função da tração na flexão............................................... 69
Gráfico 15 - Aderência a tração em função da relação água/cimento ...................................... 69
Gráfico 16 - Absorção por permeabilidade .............................................................................. 71
Gráfico 17 - Coeficiente de absorção em função da porosidade ............................................. 71
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Normas utilizadas para obtenção de índices físicos ............................................... 30


Quadro 2 - Normas utilizadas para comparação das adições plastificantes com a cal ............ 33
Quadro 3 - Normas utilizadas para avaliação do estado fresco das argamassas ...................... 36
Quadro 4 - Normas utilizadas nos ensaios físicos-mecânicos .................................................. 41
Quadro 5 - Ensaios de desempenho .......................................................................................... 44
Quadro 6 - Classificação segundo ABNT NBR 13281:2005 ................................................... 58
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Emissão específica de CO2 (kg/tonelada) .............................................................. 15


Tabela 2 - Resumo das características físicas ........................................................................... 47
Tabela 3 - Exigências físicas .................................................................................................... 49
Tabela 4 - Água da pasta de consistência normal ..................................................................... 51
Tabela 5 - Retenção de água ..................................................................................................... 51
Tabela 6 - Dosagem das argamassas e índice de consistência ................................................. 52
Tabela 7 - Densidade de massa e teor de ar incorporado ......................................................... 53
Tabela 8 - Retenção de água das argamassas ........................................................................... 54
Tabela 9 - Resumo das características físico-mecânicas aos 28 dias ....................................... 57
Tabela 10 - Critérios mecânicos para revestimento.................................................................. 58
Tabela 11 - Incremento na resistência à compressão com o tempo.......................................... 59
Tabela 12 - Resistência de aderência à tração ......................................................................... 68
Tabela 13 - Comparativo de preços das argamassas produzidas .............................................. 73
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 12
2 OBJETIVOS ............................................................................................................. 14
3 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 15
4 REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................... 18
4.1 ARGAMASSAS DE ASSENTAMENTO E REVESTIMENTO .............................. 18
4.1.1 Argamassas aéreas ...................................................................................................... 19
4.1.2 Argamassas hidráulicas .............................................................................................. 19
4.1.3 Argamassas mistas ..................................................................................................... 20
4.2 PROPRIEDADES DAS ARGAMASSAS ................................................................. 20
4.2.1 Estado fresco .............................................................................................................. 21
4.2.1.1 Retenção de água ........................................................................................................ 21
4.2.1.2 Consistência e plasticidade ......................................................................................... 21
4.2.1.3 Coesão ........................................................................................................................ 22
4.2.1.4 Trabalhabilidade ......................................................................................................... 22
4.2.1.5 Reologia...................................................................................................................... 22
4.2.2 Estado endurecido ...................................................................................................... 24
4.2.2.1 Aderência.................................................................................................................... 24
4.2.2.2 Resistência mecânica .................................................................................................. 24
4.2.2.3 Módulo elástico .......................................................................................................... 25
4.2.2.4 Permeabilidade ........................................................................................................... 26
4.3 MATERIAIS PLASTIFICANTES............................................................................. 26
4.3.1 Filito ........................................................................................................................... 27
4.3.2 Fíler calcário ............................................................................................................... 27
4.3.3 Saibro.......................................................................................................................... 28
4.3.4 Plastificantes ............................................................................................................... 28
5 METODOLOGIA .................................................................................................... 30
5.1 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA PARA DOSAGEM ................................................. 30
5.2 COMPORTAMENTO DAS PASTAS ....................................................................... 32
5.2.1 Finura.......................................................................................................................... 33
5.2.2 Água da pasta de consistência normal ........................................................................ 34
5.2.3 Retenção de água ........................................................................................................ 35
5.3 ARGAMASSAS NO ESTADO FRESCO ................................................................. 36
5.3.1 Traços ......................................................................................................................... 36
5.3.2 Preparo da mistura e índice de consistência ............................................................... 37
5.3.3 Retenção de água ........................................................................................................ 38
5.3.4 Densidade de massa e teor de ar incorporado ............................................................ 39
5.3.5 Squeeze-Flow.............................................................................................................. 39
5.4 ARGAMASSAS NO ESTADO ENDURECIDO ...................................................... 40
5.5 DESEMPENHO DO REVESTIMENTO ................................................................... 43
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 47
6.1 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA .................................................................................. 47
6.2 PASTAS ..................................................................................................................... 49
6.3 ESTADO FRESCO .................................................................................................... 52
6.4 ESTADO ENDURECIDO ......................................................................................... 57
6.4.1 Resistência mecânica .................................................................................................. 59
6.4.2 Módulo elástico .......................................................................................................... 62
6.4.3 Absorção por imersão ................................................................................................. 63
6.4.4 Absorção por capilaridade .......................................................................................... 63
6.4.5 Densidade de massa aparente no estado endurecido .................................................. 65
6.4.6 Correlações em função do teor água/cimento ............................................................ 65
6.5 DESEMPENHO DO REVESTIMENTO ................................................................... 65
6.5.1 Patologias observadas................................................................................................. 66
6.5.2 Resistência de aderência à tração ............................................................................... 68
6.5.3 Absorção de água pelo cachimbo de permeabilidade ................................................ 70
6.5.4 Impacto de corpo duro ................................................................................................ 72
6.5.5 Comparativo financeiro .............................................................................................. 73
7 CONCLUSÕES ........................................................................................................ 74
12

1 INTRODUÇÃO

As argamassas estão intimamente ligadas aos processos produtivos da indústria da


construção civil brasileira, respondendo por uma área muito grande de destinação de recursos,
tempo e mão de obra; são também as principais responsáveis pela ocorrência de patologias e
pela geração de resíduos. Segundo Pinto (1999) o entulho típico da construção civil, é
constituído majoritariamente, 64%, pelas perdas de argamassa e o restante do material
retirado no final das obras são principalmente restos de componentes de vedação.
A cadeia produtiva da construção tem responsabilidade sobre essa baixa eficiência
e também sobre o desempenho do produto acabado, mas é perceptível que o setor tem
almejado migrar dos métodos empíricos e artesanais para métodos construtivos mais ágeis,
enfrentando problemas como a baixa qualidade de mão-de-obra, de materiais e dos materiais
alternativos empregados.
As argamassas de assentamento e revestimento, por exemplo, eram produzidas
com cal, pozolanas e areias silicosas, sendo após a descoberta do cimento Portland,
melhoradas com a adição deste como principal aglomerante. Segundo Quarcioni e Cincotto
(2005) as argamassas mistas (cimento, cal, areia) ganharam espaço devido à cura mais rápida,
proporcionada pelo cimento Portland, que a argamassa simples de cal. Por isso, elas
propiciam ganhos no volume e tempo de produção. Entretanto, as características cada vez
mais ágeis do setor construtivo, conflitam com a exigência normativa de se garantir maior
tempo para cura das argamassas mistas. A norma ABNT NBR 7200:1998 cita que a idade de
cura exigida para emboço produzido com argamassa mista é de 21 dias, enquanto argamassas
hidráulicas exigem apenas 7 dias. Assim, a cal tem sido suprimida das misturas, em busca de
tempos mínimos, evitando a interrupção de serviços à espera do endurecimento e cura das
argamassas.
A ausência de cal na produção das alvenarias tem gerado patologias e dificuldades
por parte da mão de obra no lançamento das argamassas, pois a cal atua principalmente como
plastificante, retentora de água e aglomerante nas pastas. Deste modo, os benefícios
particulares da cal perdem-se junto ao interesse pelo cumprimento de prazos e para garantir
características como a plasticidade e retenção de água, a cadeia produtiva tem recorrido à
materiais alternativos, como filitos, fíler calcário, saibros e aditivos químicos, tratados neste
trabalho e denominados materiais plastificantes.
A discussão apresentada neste trabalho sobre a viabilidade e o desempenho desses
materiais é importante devido à grande utilização dos produtos citados como substitutos da
13

cal, sem que haja um consenso entre a comunidade científica quanto ao desempenho final dos
sistemas de revestimento, discordância essa que pode ser entendida pelas inúmeras variáveis
importantes ao estudo de argamassas no estado fresco e endurecido. Pretende-se então, a
análise da maior parte dessas características, através de estudos laboratoriais conforme a
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
As conclusões acerca desse estudo foram feitas à luz de conceitos de desempenho
físico-mecânicos dos estados fresco e endurecido das argamassas. Foco dado também às
questões financeiras decorrentes da substituição das cales, diminuindo o tempo de cura e
buscando a redução da alta ineficiência do lançamento das argamassas. Por fim, refere-se ao
estudo do desempenho das argamassas e dos sistemas de alvenaria, em relação a mais recente
normativa brasileira de desempenho de edificações habitacionais, ABNT NBR 15575: 2013.
14

2 OBJETIVOS

Buscou-se com a realização do trabalho investigar as propriedades dos materiais


utilizados como plastificantes nas argamassas, caracterizar as argamassas produzidas com
estes materiais, tanto no estado fresco como no estado endurecido e ainda, verificar o
comportamento e desempenho dessas argamassas quando aplicadas no revestimento de
sistemas de alvenaria. Foi compromisso desse estudo, contribuir com o meio acadêmico na
aquisição de informações acerca dos materiais plastificantes utilizados e julgar a viabilidade
dessas aplicações na construção civil. Abaixo, seguem os objetivos específicos, que refletem a
organização do trabalho em etapas:

 Caracterizar os materiais plastificantes comparando-os segundo os requisitos das


cales, definidos pela ABNT NBR 7175:2003.
 Avaliar a plasticidade e trabalhabilidade das argamassas produzidas, utilizando
conceitos de reologia e mensurar a capacidade de retenção de água,
 Estudar o desempenho físico-mecânico das argamassas no estado endurecido através
dos ensaios propostos pela ABNT NBR 13281:2005.
 Executar assentamento e revestimento de modelos reduzidos de alvenaria, para
avaliação de desempenho segundo ABNT NBR 15575:2013.
 Realizar estudo de viabilidade financeira, através dos consumos obtidos para o modelo
de alvenaria implementado.
15

3 JUSTIFICATIVA

A proposição deste tema deve-se à crescente importância dada a novos materiais


incorporados na indústria da construção civil, em especial na execução de sistemas de
alvenaria. O início da busca por materiais alternativos tem atenção voltada à questões
ambientais, como a substituição parcial da utilização de cimento Portland, devido ao grande
consumo energético da indústria cimenteira mundial. Segundo Veiga, Brito e Lampreia
(2012) o processo de produção de cimento ocorre com elevado consumo de energia emitindo
elevadas quantidades de dióxido de carbono para a atmosfera, devido às altas temperaturas
necessárias para a calcinação das matérias-primas, da ordem de 1400 º C.
As indústrias caieiras são também grandes geradoras de poluição, apesar de não
terem parques industriais de tamanho volume quanto à indústria cimenteira. De acordo com
Brasil (2009a, p. 6) “a indústria da cal está entre as mais poluidoras do meio ambiente, desde
a extração do calcário até a fase da cal propriamente dita”.

Com exceção das grandes empresas que atuam com modernas técnicas, a
maioria da produção da cal se dá de maneira altamente impactante, tanto
pela escavação de grandes cavas, como pela emissão de gases e partículas
poluentes durante o processo de fabricação desses derivados. (BRASIL,
2009a, p. 17).

Brasil (2009a, p. 16) também afirma que as emissões de carbono mensuradas para
a produção de uma tonelada de cal virgem são aproximadamente 1131 kg CO2 / tonelada,
havendo também consumos de 1,7 a 1,8 toneladas de rocha calcária e 240 litros de água por
tonelada de cal hidratada produzida. Há ainda, os impactos relativos ao desmonte da rocha,
transporte, moagem, desmatamento e queima de combustíveis. O impacto gerado pelas
indústrias caieiras e cimenteiras é mensurado na Tabela 1, adaptada de relatório produzido
pelo Ministério de Minas e Energia em 2014. Observa-se a emissão estimada de dióxido de
carbono por tonelada produzida pelas respectivas indústrias:

Tabela 1 - Emissão específica de CO2 (kg/tonelada)


Cerâmica Vermelha 185
Vidro 600
Cimento 700
Aço bruto 1100
Cal 1110
Alumínio 1800
Fonte: Adaptado de BRASIL (2014).
16

A motivação seguinte deve-se à mudança cultural, de preferência da utilização de


argamassas hidráulicas em detrimento das argamassas com cal e à necessidade do
entendimento dos benefícios e dos problemas funcionais relativos a essas argamassas.
Mattana (2013, p. 22) afirma que “a atual indústria de argamassas, principalmente quando se
trata de argamassas especiais, utiliza somente o cimento como aglomerante e aditivos para
complementar as propriedades pela qual a argamassa foi especificada”. “Isso ocorreu devido à
mudança da tecnologia da construção que passa a ter como foco principal a rapidez e
praticidade da execução sem o foco adequado para a durabilidade”. (SÉBAIBI et al., 2004
citado por MATTANA, 2013). 1
A incorporação de fíler calcário, filito, saibro e de aditivos químicos na
composição de argamassas tem como objetivo exclusivo aumentar a trabalhabilidade no
estado fresco, assim é importante entender as consequências de tais aplicações na pasta, tanto
quanto suas interferências na aplicação e na durabilidade das alvenarias produzidas. Não só a
produção de alvenarias em situ, mas também todos os processos de industrialização dos
produtos dependem dos estudos desses novos materiais. Mattana (2013) reitera que as
matérias primas estudadas se constituirão em um produto para construção civil se
apresentarem benefícios de custo e qualidade para o produto final.
No contexto de avaliação desses produtos quanto à sua viabilidade, o trabalho
diverge da pouca atenção voltada para esses materiais no meio acadêmico. Veiga, Brito e
Lampreia (2012), por exemplo, citam que os materiais alternativos e as substituições já
estudadas, abrangem basicamente, resíduos de cerâmica vermelha, resíduos de construção e
demolição (RCD), resíduos de pneus de borracha inservíveis e resíduos de vidro, quer como
substitutos aos agregados quer como aditivo de preenchimento (fíler) para redução dos teores
de cimento.
A substituição das cales, de forma ainda mais grave, não tem ocorrido de forma
acadêmica como o cimento e sim através de processos empíricos adotados pelo setor da
construção civil. A utilização artesanal das adições plastificantes em substituição a cal, é
motivação para a pesquisa à medida que as argamassas com cimento como único aglomerante
apresentam patologias relacionadas à retração e abertura de fissuras. Essas argamassas têm
maior fissuração, devido à não acomodação de deformações e assim facilitam a percolação de
agentes agressivos, reduzindo suas durabilidades.

1
SÉBAIBI, Y.; DHEILLY, R.M.; QUÉNEUDEC, M. A study of the viscosity of lime cement paste:
influence of the physico-chemical characteristics of lime. Construction and Building Materials, v. 18,
p. 653-660. Paris, 2004.
17

Conforme Thomaz (2001, p. 216) “a cal, em função de seu poder de retenção de


água, implicará em menor módulo de deformação das paredes, com maior potencial de
acomodar movimentações resultantes de recalques, variações higrotémicas, etc”, entretanto o
próprio Thomaz (2001) entende que no revestimento de fachadas deve-se evitar o emprego de
cal hidratada nas argamassas, de modo a prevenir a formação de eflorescências e sugere que
ao invés da cal, podem ser empregados aditivos plastificantes, incorporadores de ar e
retentores de água. Devido a essa dificuldade percebida para uma padronização, Thomaz
(2001) ainda admite que o estabelecimento de alguns traços de referência para o sistema de
revestimento não é possível em função do grande número de variáveis. Essas inúmeras linhas
de pensamento refletem a importância de uma caracterização detalhada das propriedades de
cada argamassa produzida com os diferentes materiais.
Outro motivo que se observa para o estudo é a definição da normativa de
desempenho de edificações habitacionais, que se configurou como um grande avanço para
determinar os requisitos aplicáveis à produção da construção civil, mas que se baseou apenas
em avaliações do sistema de alvenaria como um todo, sem denotar os devidos requisitos das
argamassas. Segundo a ABNT NBR 15575-4:2013 os principais requisitos para as vedações
verticais são estanqueidade à água, isolação térmica e acústica, capacidade de fixação de
peças suspensas, capacidade de suporte a esforços de uso e compartimentação em casos de
incêndio.
São omitidos, entretanto, alguns requisitos importantes, como a resistência de
aderência à tração das argamassas, a ausência de fissuração e do aparecimento de patologias,
além do desempenho do revestimento submetido a ações de envelhecimento acelerado.
18

4 REVISÃO DA LITERATURA

As argamassas são, de acordo com a ABNT NBR 13281:2005 compostas por


aglomerantes inorgânicos e agregados miúdos, misturados de forma homogênea utilizando
água. Estas têm propriedades de aderência e endurecimento, podendo conter aditivos e
adições minerais. As argamassas são empregadas na construção civil com várias funções,
dentre elas, o assentamento de blocos para fechamento de alvenarias, o revestimento de
alvenarias, pisos e tetos, a colagem de placas de revestimento cerâmico ou rochas ornamentais
e o rejuntamento das placas. Elas se colocam desse modo como um dos principais materiais
construtivos e são ainda mais relevantes por permitir serem utilizadas em quaisquer das
tipologias construtivas e estruturais adotadas atualmente.

4.1 ARGAMASSAS DE ASSENTAMENTO E REVESTIMENTO

As argamassas de assentamento são argamassas utilizadas com intuito de


solidarizar blocos de vedação através da sua capacidade aderente, formando as elevações de
alvenaria. Maccari (2010) aponta que a principal característica de uma argamassa de
assentamento, refere-se à exigência de resistência a esforços mecânicos, distribuindo as forças
por todos os blocos.

Ambiguamente, a argamassa de assentamento tem as funções básicas de unir


e ao mesmo tempo separar as unidades de alvenaria (blocos ou tijolos). Unir
para garantir monoliticidade ao conjunto, distribuindo adequadamente os
esforços, além de garantir estanqueidade e durabilidade. Separar as unidades
para compensar suas irregularidades geométricas e absorver deformações de
movimentações térmicas, higroscópicas e de pequenos recalques,
distribuindo essas variações volumétricas e diferenciais numa rede de
microfissuras não danosa. (CAVALHEIRO, 1995, p. 135).

Cardoso (2009, p. 1) entende que as argamassas de revestimento “[...] recobrem


paredes, pisos e tetos, com funções niveladora, estética, colaborando para o conforto termo
acústico e também, para a estanqueidade da vedação”. Maccari (2010) afirma ainda que para
as argamassas de revestimento as características básicas são a trabalhabilidade, aderência e
deformabilidade.
As argamassas que servem tanto ao assentamento quanto ao revestimento de
alvenarias são conhecidas como argamassas de uso geral e a ABNT NBR 13281:2005 define
19

estas, como argamassas indicadas para assentamento apenas de alvenarias sem função
estrutural e revestimento de paredes e tetos. As argamassas de uso geral que segundo Fiorito
(2009) são comumente utilizadas em obras, são compostas basicamente de areia natural
lavada e os aglomerantes utilizados são em geral o cimento Portland e em menor escala, a cal
hidratada.
A utilização de cimento, ou cal, nas argamassas de uso geral atribui denominações
à estas considerando o tipo de aglomerante utilizado. As argamassas de cimento são
denominadas argamassas hidráulicas, enquanto as de cal são chamadas argamassas aéreas e a
composição com cimento e cal caracteriza uma argamassa mista. Thomaz (2001) afirma que a
escolha do aglomerante e o traço da argamassa deverão ser estabelecidos em função das
exigências intrínsecas de cada aplicação, referentes às características físicas de
impermeabilidade, retenção de água, plasticidade e trabalhabilidade adequadas, além da
aderência mecânica.

4.1.1 Argamassas aéreas

As argamassas aéreas são definidas assim por incorporar exclusivamente


aglomerantes aéreos, tais como as cales e o gesso, que adquirem resistência mecânica ao
reagir pela ação do gás carbônico (CO2). Desta forma tais argamassas não experimentam o
endurecimento em ambientes submersos, o que constituiu por muito tempo a impossibilidade
de se construir sob a água.
Quarcioni e Cincotto (2005) lembram a Europa como o berço de gerações que
utilizaram, com sucesso, as argamassas exclusivamente aéreas, adotando por vezes a cal como
aglomerante único e outrora associando-a ao gesso ou pozolanas, para assentamento e
revestimento. Algumas das propriedades interessantes deste tipo de argamassa são lembradas
por Fiorito (2009) como a sua plasticidade, boas condições de endurecimento,
deformabilidade e por proporcionar acabamento plano e regular, o que garante o cumprimento
das funções tanto de assentamento quanto revestimento.

4.1.2 Argamassas hidráulicas

As argamassas hidráulicas são aquelas que passam do estado fresco para o estado
endurecido, adquirindo resistência mecânica pela reação de endurecimento de aglomerantes
por ação da água, tendo a propriedade de resistir às ações da água após o endurecimento. O
20

principal aglomerante hidráulico utilizado é o cimento Portland, que garantiu após sua
invenção maior agilidade no processo de endurecimento das pastas e, sobretudo a
possibilidade técnica para a execução de infraestruturas submersas.

Como exemplo, as argamassas de cimento são utilizadas em alvenarias de


alicerces pela resistência exigível e especialmente pela condição favorável
de endurecimento. São também utilizadas para chapisco pela sua resistência
a curto prazo; nos revestimentos onde as condições de impermeabilidade são
exigíveis, tais como no interior de reservatórios de água e outras obras
hidráulicas; ou em pisos cimentados onde se exige resistência mecânica e ao
desgaste. Fiorito (2009, p. 29).

4.1.3 Argamassas mistas

As argamassas mistas levam em sua composição os dois tipos de aglomerantes,


sendo a argamassa de cimento, cal e areia, a mais utilizada entre as argamassas de uso geral.
De acordo com Thomaz (2001) a adição do cimento para composição das argamassas mistas é
benéfica, sobretudo devido às características de aderência entre argamassa e os componentes
de alvenaria, na resistência mecânica da parede e na estanqueidade à água das juntas.
O papel da cal é basicamente aumentar a trabalhabilidade da pasta, retendo água
para a lubrificação e para a hidratação das partículas de cimento. Rago e Cincotto (1995)
lembram que as pastas hidráulicas quando tornadas mistas, com a incorporação da cal,
permitem melhor trabalhabilidade por terem aumentada sua homogeneidade e a coesão entre
as partículas.

4.2 PROPRIEDADES DAS ARGAMASSAS

As argamassas são suspensões de sólidos em meio aquoso, que se comportam ora


como fluidos, ora como sólidos e as reações químicas que se implantam na pasta durante o
seu endurecimento, são totalmente dependentes das proporções utilizadas para a dosagem e
dos materiais empregados. “Assim, uma argamassa pode ser definida como um material cujas
propriedades são determinadas pela interação do conjunto de grãos grossos imersos na matriz
fluida e reativa”. (Cardoso, 2009, p. 7).
21

4.2.1 Estado fresco

No estado fresco, as propriedades mais importantes para as pastas são reunidas


sob o conceito de trabalhabilidade. Uma pasta só será trabalhável, se puder ser aplicada com
facilidade, sem a exigência de esforço elevado para que haja aderência inicial. A pasta deve se
manter coesa, sem a segregação de materiais e resistir ao peso próprio após lançada, devendo
ainda reter quantidade considerável da água de amassamento, que é importante para a
hidratação dos aglomerantes, mesmo em substratos com alta absorção.

4.2.1.1 Retenção de água

A retenção de água de uma argamassa é a capacidade que esta tem de manter a


água necessária para lubrificação da pasta e para a hidratação do cimento. O poder de
retenção é de extrema importância em outras propriedades da argamassa, devido à sua
influência no teor de água/aglomerante e devido à minoração da movimentação de água pela
argamassa, o que induz à diminuição da porosidade. De acordo com Gomes (2000, p. 81) “a
movimentação da água [...] afeta a resistência, a capilaridade, a permeabilidade e a aderência
da argamassa à base”. Gomes (2000) também afirma que as argamassas com baixa capacidade
retentora de água tem prejudicada a trabalhabilidade e o desempenho do revestimento.

4.2.1.2 Consistência e plasticidade

A plasticidade é a propriedade pela qual as argamassas mantêm as deformações


sofridas sem retornar ao estado inicial, sendo de extrema importância para a fase de
acabamento do revestimento. Quanto à plasticidade as argamassas podem ser separadas em
argamassas gordas, argamassas médias e pobres; definições dadas com base na quantidade de
aglutinante na pasta.
A consistência é a medida do espalhamento de uma argamassa obtida através de
ensaio padronizado na ABNT NBR 13276:2005, onde um tronco de cone moldado com a
argamassa sofre 30 impactos em uma mesa de queda e observa-se então o diâmetro do
espalhamento obtido. Esse índice reflete a capacidade que as argamassas tem de resistir à
deformações impostas sobre a pasta e comumente as argamassas são categorizadas,
respectivamente da maior para a menor consistência, em argamassas secas, plásticas e fluidas.
22

A consistência se relaciona diretamente com a coesão entre as partículas, a


viscosidade da pasta, a forma dos agregados e a quantidade de água presente na mistura. A
dependência destes outros fatores levou diversos estudos a contestar a forma de obtenção da
consistência, que tem sido tomada como medida da trabalhabilidade da argamassa, afirmando
que o ensaio tem interferência da viscosidade das pastas. Oliveira, Brito e Veiga (2012, p. 11)
afirmam que “[...] o espalhamento só é representativo da trabalhabilidade para argamassas em
condições semelhantes, e não para argamassas com diferentes composições [...]”.

4.2.1.3 Coesão

A coesão é a propriedade pela qual se observa a homogeneidade das pastas, sem


que possa fazer distinção entre as fases dispersas e a matriz aquosa. Argamassas coesas são
aquelas que não apresentam problemas relacionados à segregação dos agregados miúdos e à
exsudação de água. A exsudação é o fenômeno que ocorre através do excesso de água de
amassamento e ocasiona principalmente a perda de material aglomerante devido à separação
da água da fase dispersa. Braga (2010, p. 2.18) lembra que “são as partículas finas que
melhoram a coesão interna da mistura, permitindo que a argamassa mantenha as deformações
impostas pela execução, pois grãos menores apresentam maior força de tensão superficial”.

4.2.1.4 Trabalhabilidade

Segundo Santos (2008, p. 17) a trabalhabilidade é “a combinação das


características das argamassas relacionadas com a coesão, consistência, plasticidade,
viscosidade, adesividade e massa específica”. A complexidade inerente à combinação de
tantas características, faz da trabalhabilidade, uma propriedade das argamassas imensurável e
de certa forma subjetiva, pois uma mesma argamassa pode ser considerada pela mão de obra
de forma divergente. Além, do que, uma argamassa trabalhável do ponto de vista
convencional, pode não o ser quando aplicada por projeção mecânica.

4.2.1.5 Reologia

A reologia não é uma propriedade das argamassas e sim o estudo do


comportamento do escoamento dessas argamassas. A reologia segundo Rago e Cincotto
(1995) é o estudo de materiais que não são considerados como sólidos e nem fluidos
23

Newtonianos. São exemplos, a areia movediça, o mel, concreto e argamassa frescos,


dispersões de partículas pequenas em meio aquoso, tintas, dentre outros.
As argamassas, por exemplo, apresentam uma propriedade de restrição à
deformação, até que haja força suficiente para impor o movimento; esta propriedade é
chamada tensão de escoamento, própria de fluidos conhecidos como fluidos de Bingham, e é
um dos motivos pelos quais as argamassas podem ser lançadas na parede e não escoar, ou se
desprender. Os grautes e concretos de alto desempenho apresentam por sua vez, viscosidade
elevada quando em repouso e à medida que são agitados passam a fluir com maior facilidade;
propriedade que é chamada pseudoplasticidade.
Observa-se então que o comportamento desses fluidos e suspensões é alterado
devido às solicitações (agitação) que são impostas ao sistema, conhecidas como taxas de
cisalhamento. Abaixo, na Figura 1, podem ser observados os diferentes tipos de
comportamentos observados por caracterizações reológicas e descritos em função da taxa de
cisalhamento aplicada.

Figura 1 - Comportamentos reológicos de fluidos

C
Tensão de cisalhamento

A
D
B

Taxa de cisalhamento
a) Fluido Newtoniano - b) Fluido de Bingham - c) Fluido Pseudoplástico - d) Fluido Dilatante
Fonte: Adaptado de BAUER, 2005, p. 25

As argamassas, se tratando de fluidos de Bingham e por vezes como fluidos


pseudoplásticos, não podem ser caracterizadas quanto à trabalhabilidade por ensaios como a
mesa de consistência e a penetração de cone, pois estes submetem as pastas sempre à mesma
taxa de cisalhamento. Cascudo e Carasek (2007) observaram que pode-se ter duas argamassas
24

totalmente distintas em relação à trabalhabilidade e ainda assim, estas apresentarem resultados


iguais de consistência. O que se propõe no trabalho é a avaliação do comportamento
reológico, das argamassas produzidas, através do ensaio squeeze-flow, que submete amostras
da pasta à diferentes taxas de movimento (cisalhamento) e retorna perfis reológicos que
exprimem indiretamente a trabalhabilidade do material estudado.

4.2.2 Estado endurecido

Cardoso, Pileggi, e John (2009, p.1) entendem que “os principais requisitos de
desempenho dos revestimentos estão relacionados a propriedades finais no estado endurecido,
como a resistência de aderência, o módulo elástico e a permeabilidade”. São essas
características, dentre outras que podem medir a durabilidade de um revestimento, pois
afetam diretamente a resistência das argamassas à fissuração, à penetração de agentes
agressivos e às deformações impostas pela estrutura, sejam de origem térmica, higroscópica
ou advinda de recalques.

4.2.2.1 Aderência

Santos (2008) define aderência como a propriedade de adesão das argamassas aos
substratos e afirma que a característica é influenciada pelas condições de rugosidade, umidade
e absorção do substrato, pelos componentes da pasta, pela espessura de aplicação e pela
capacidade retentora de água da argamassa. A ABNT NBR 13528:2010 por sua vez, define
aderência como a “propriedade do revestimento de resistir às tensões atuantes na interface
com o substrato” e pondera que esta não é intrínseca às argamassas e sim, uma propriedade de
interação entre as camadas do revestimento, como a base, o chapisco e a argamassa de
revestimento.

4.2.2.2 Resistência mecânica

Dentre as principais propriedades mecânicas associadas às argamassas, destacam-


se a resistência à tração e à compressão, definidas pela ABNT NBR 13279:2005. A
resistência à tração é ensaiada indiretamente através da ruptura por flexão de um corpo de
prova prismático, enquanto a resistência à compressão é realizada com as duas partes
seccionadas desse prisma.
25

A resistência à tração é relevante, pois caracteriza a resistência das argamassas aos


esforços que causam fissuração, já os valores de resistência à compressão não são requisitos
para o bom desempenho das argamassas, entretanto estes mantém forte relação com a
resistência a impactos e à abrasão e com o módulo elástico das argamassas. Cavalheiro (1995)
atesta que a resistência à compressão não é importante para a resistência das alvenarias, mas
ressalta que esse valor é fundamental para o controle da qualidade da argamassa.

4.2.2.3 Módulo elástico

O módulo elástico é a medida da deformabilidade dos corpos, que relaciona de


modo proporcional a tensão aplicada e a deformação. A equação 1 para obtenção do módulo
elástico é conhecida como Lei de Hooke, onde E é o módulo elástico, σ é a tensão aplicada
sobre o material e ε, é a deformação sofrida pelo material. Observa-se que quanto maior a
deformação apresentada, menor será o módulo elástico.

𝐸 = 𝜎⁄𝜀
Equação 1

Segundo Braga (2010) a elasticidade ou deformabilidade é a capacidade que os


corpos têm de se deformar com a aplicação de esforços sobre si e retornar às dimensões
iniciais sem que haja a ruptura ou quebra. Afirma ainda, que o desempenho de um
revestimento é muito afetado pela capacidade que as argamassas têm de absorver as
deformações sofridas, sem a ocorrência da fissuração.
Cavalheiro (1995) lembra que argamassas muito fortes, como as argamassas de
cimento, comprometem a estanqueidade da alvenaria por terem maior suscetibilidade à
fissuras de grande abertura, já que estas tem módulo elástico elevado, não se deformando o
suficiente para absorção das movimentações da alvenaria.
“Uma argamassa com menor módulo de elasticidade permite suportar tensões
internas superiores sem surgirem fissuras. Assim, um menor módulo de elasticidade é um
fator positivo para uma argamassa de revestimento”. (OLIVEIRA; BRITO; VEIGA, 2012, p.
14).
26

4.2.2.4 Permeabilidade

A medida de permeabilidade das argamassas é estritamente ligada às


características físicas da pasta no estado fresco, tais como o teor de ar incorporado, o teor de
finos e a retenção de água, que como já dito diminui a percolação de água pela pasta,
garantindo assim menor porosidade da argamassa endurecida. Carvalho (2005) diz que o
índice se relaciona ao desempenho e à conservação das edificações, com grande importância
no revestimento de fachadas externas, sendo desejáveis valores mínimos de absorção para que
se evitem patologias relacionadas à infiltração de águas capilares, ou pluviais.

4.3 MATERIAIS PLASTIFICANTES

Os materiais inertes que são utilizados em argamassas tem finalidade básica de


conferir plasticidade às pastas, de modo similar ao efeito da cal. Quarcioni e Cincotto (2005)
afirmam que estes produtos são adições minerais inertes ou químicos, que conferem apenas
plasticidade às argamassas no estado fresco, mas não contribuem com o desempenho no
estado endurecido. Outros estudos, entretanto tem notado que adições e resíduos da
construção tem influência favorável ao desempenho das argamassas, quando empregados com
alto teor de finos, através do efeito de preenchimento de vazios (efeito fíler). Segundo Silva,
Buest e Campiteli (2005, p. 20) “[...] os finos ocupam os espaços vazios entre as partículas
maiores, tendo, assim, um empacotamento melhor que a argamassa sem finos. Com isso, as
resistências à compressão e à tração na flexão são maiores [...]”. Devido ao empacotamento
há também garantia de menor porosidade às argamassas e assim maior estanqueidade das
alvenarias produzidas.
Entre estes materiais os filitos e saibros, são chamados também de argilominerais,
enquanto o fíler calcário é denominado material carbonático. Os aditivos químicos são
materiais a parte, com uma extensa lista de propriedades específicas para cada tipo de aditivo.
São exemplos, os aditivos incorporadores de ar, plastificantes, redutores de viscosidade,
retardadores e aceleradores de pega, e cristalizantes.
Contudo, assim como afirmado por Romano e colaboradores (2014) estes
materiais utilizados de forma alternativa à cal tem sido pouco reportados na literatura e não
existe controle qualitativo embasado em normativas técnicas, assim como as cales.
Caracterizam-se estes insumos quanto a ensaios físicos adaptados principalmente da
27

caracterização de agregados miúdos, como a granulometria, massa específica e unitária,


impurezas orgânicas e teor de materiais pulverulentos.

4.3.1 Filito

“Filitos são tipos de rochas metamórficas que vêm sendo utilizadas ultimamente
como insumos em composições de argamassa de revestimento, em substituição à cal”.
(ROMANO e colaboradores, 2014, p. 75). A ABNT NBR 13529:1995 descreve o filito como
“rocha constituída por quartzo, caulinita e mica moscovita finamente dividida ou sericita, de
modo geral friável, com baixo resíduo em peneira de 0,075 mm de abertura”.
A utilização dos filitos se dá principalmente na indústria cerâmica, por se
comportar como fundente cerâmico com propriedades refratárias, possibilitando a substituição
dos caulins, por um material de menor valor. Melo e Thaumaturgo (2012) entendem que o
filito tem baixo valor agregado, pois seu beneficiamento exige apenas moagem, facilitada pela
textura granuloblástica da rocha, que permite pulverizá-la fornecendo um pó finíssimo.
A utilização dos filitos se dá nas argamassas em função da garantia de
plasticidade às pastas cimentícias e teve seu uso acentuado devido aos baixos custos de
aquisição desse insumo. Porém, é relatado por Romano e colaboradores (2014) que nenhum
dos filitos, ou blendas (misturas de filito e cal) estudados por eles, são conformes com as
normativas aplicadas para avaliação das cales. Afirmam ainda que isso se deve a não
compatibilidade química entre os dois materiais, pois os filitos tem constituição predominante
de silicatos e óxido de alumínio, enquanto as cales são compostas por ligantes como óxidos de
cálcio e magnésio.

4.3.2 Fíler calcário

Fíler é a designação adotada para qualquer adição mineral inerte, que contribua
com as propriedades das argamassas e concretos, devido ao efeito físico e granulométrico de
preenchimento de vazios (efeito fíler). Os fílers comumente utilizados nas dosagens de pastas
cimentícias tem origem da britagem de rochas calcária e basáltica e eram considerados
rejeitos dessas plantas industriais. Atualmente, com a descoberta das propriedades benéficas
dos fílers nos compostos cimentícios, estes têm sido considerados subprodutos industriais e
ainda assim podem ser adquiridos a baixo custo.
28

“Os fílers são materiais não reativos, finamente moídos, que devido às suas
características físicas têm um efeito benéfico sobre as propriedades das argamassas e
concretos, tais como trabalhabilidade, densidade, permeabilidade e porosidade”. (NEVILLE
citado por FONTES, 2008, p. 25). 2
Fontes (2008) ressalta que os fílers influenciam diretamente o estado fresco e o
estado endurecido das pastas, por terem elevada finura. No estado fresco os benefícios se
traduzem no aumento da trabalhabilidade, através das propriedades coesivas que aumentam a
fluidez e impedem a segregação e a exsudação. No estado endurecido, a presença dos fílers
como material de preenchimento, garante um bom empacotamento dos materiais reduzindo a
porosidade, dificultando assim a entrada de agentes agressivos.

4.3.3 Saibro

A ABNT NBR 13529:1995 define saibro como uma manifestação de solos


arenosos ou siltosos, originados de granitos e gnaisses, com baixo teor de argila e de minerais
totalmente decompostos, com denominações regionais como taguá, arenoso, massara, dentre
outros.
Oliveira e Agopyan (1992) definem os saibros como areias argilosas, formadoras
de solos instáveis devido à alta porosidade e permeabilidade, empregadas nas argamassas a
fim de conferir plasticidade no estado fresco. Lembra ainda que os saibros eram os principais
constituintes das antigas edificações de taipa.
Vale ressaltar que a definição de saibro é estritamente regional e não se tem
normativas ou meios de caracterização física ou química, para denominação deste material.
Entende-se o termo saibro neste trabalho, com o seu significado local e empírico, como uma
mistura de argila, silte e areia, que foi caracterizada fisicamente para descrição mais
detalhada, apresentada adiante.

4.3.4 Plastificantes

Os plastificantes pertencem ao grupo de aditivos químicos, que vem sendo


estudados em grande parte pela ciência denominada reologia, que visa entender o fluxo e
escoamento de suspensões como as argamassas. Os benefícios conseguidos dependem da

2
NEVILLE, A.M. (1997). Propriedades do concreto. São Paulo, Ed. Pini, 2ª ed., 1997.
29

composição química e da dosagem meticulosa desse ingrediente e garantem alterações


principalmente no comportamento das pastas no estado fresco.
Segundo Seabra (2007) a utilização de plastificantes reduz a resistência das
argamassas ao movimento, devido em grande parte à dispersão das partículas, à defloculação
dos conglomerados de partículas e a liberação da água adsorvida entre esses flocos.

Nas definições encontradas sobre os plastificantes e demais aditivos


redutores de água, o foco entre as propriedades dos aditivos é forte sobre as
propriedades de redução de água e cimento, porém mais duas propriedades
devem ser ressaltadas, o aumento do tempo de trabalhabilidade e a
capacidade dos aditivos de promover melhores condições de hidratação dos
grãos de cimento, gerando concretos e argamassas de maior regularidade e
possivelmente de maior resistência mecânica (CORRÊA, 2010, p. 28).

Seabra (2007) confirma que o ganho de resistência mecânica é possível graças a


diminuição da quantidade de água utilizada para manter a trabalhabilidade desejada.
30

5 METODOLOGIA

O presente projeto de pesquisa foi realizado de forma experimental no Laboratório


de Tecnologia de Materiais de Construção do Centro Universitário de Patos de Minas, com
atividades buscando a princípio a caracterização dos materiais plastificantes e das argamassas,
nos estados fresco (pasta) e endurecido, além de abordar a verificação do desempenho de um
modelo de alvenaria produzido com dimensões reduzidas.

5.1 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA PARA DOSAGEM

Para dosagem das argamassas em laboratório foram realizados ensaios para


determinação de índices físicos como massa específica e massa unitária para o cimento, cal,
areia e para os materiais plastificantes. Esses ensaios fizeram-se necessários para a conversão
do traço volumétrico para traço em massa, utilizado em laboratório. Os materiais
plastificantes e a areia foram caracterizados também quanto à sua composição granulométrica,
pulverulência e à quantidade de impurezas orgânicas presentes. As normas utilizadas se
encontram no Quadro 1.

Quadro 1 - Normas utilizadas para obtenção de índices físicos


NBR NM 23 2001 Cimento Portland e outros materiais em pó - Massa específica
NBR NM 45 2006 Determinação da massa unitária e do volume de vazios
NBR NM 46 2003 Determinação do material fino que passa através da peneira 75µm
NBR NM 49 2001 Determinação de impurezas orgânicas
NBR NM 248 2003 Determinação da composição granulométrica
Fonte: Elaborado pelos autores, 2015.

A composição granulométrica foi avaliada de acordo com a ABNT NBR NM


248:2003, permitindo também a determinação do módulo de finura, da dimensão máxima
característica e do coeficiente de uniformidade das curvas granulométricas encontradas.
A massa unitária dos agregados, importante para a conversão do traço volumétrico
para traço em massa foi determinada de acordo com a ABNT NBR NM 45:2006. Seu valor é
definido pela razão entre a massa e o volume que o material ocupa. Para cada um dos
materiais foram realizadas pelo menos três determinações. Na Figura 2 pode-se ver a pesagem
do cilindro utilizado preenchido com o material.
31

A massa específica foi determinada segundo os princípios da ABNT NBR NM


23:2001 que utiliza o frasco de Le Chatelier para avaliação do volume que certa massa de
material ocupa, excluídos seus vazios. O volume é mensurado pela diferença do volume final
do líquido no frasco com o volume inicial. Utilizou-se respectivamente água para os materiais
inertes e querosene para o ensaio com cimento. Na figura 2 podem-se ver os materiais
utilizados.

Figura 2 - Massa unitária e massa específica pelo Frasco Le Chatelier

(A) (B) (C)


a) Cilindro para determinação da massa unitária - b) Frascos de Le Chatelier em banho
termorregulador - c) Detalhe da graduação do Frasco Le Chatelier
Fonte: Elaborada pelos autores, 2015.

Para mensurar o material fino foram realizadas lavagens de uma massa conhecida
de cada amostra e a pesagem do material retido na peneira de 75 µm após sua secagem. O
material fino determinado por este ensaio é chamado também material pulverulento e espera-
se que contribua para o empacotamento das partículas.
Por sua vez, as impurezas orgânicas presentes em um agregado ou adição são
prejudiciais às argamassas e o ensaio estabelecido pela ABNT NBR NM 49:2001 visa a
comparação visual entre a cor de uma solução de hidróxido de sódio em contato com o
agregado com uma solução composta por ácido tânico e hidróxido de sódio. Se a mistura com
o agregado se mostrar mais escura que o referencial o agregado é considerado impróprio para
utilização.
32

Figura 3 - Ensaios de teor de pulverulência e de impurezas orgânicas

(A) (B)
a) Lavagem de material na peneira #200 - b) Ao centro, filtração da solução de hidróxido de sódio
com agregado; à direita a solução colorimétrica padrão.
Fonte: Elaborada pelos autores, 2015.

5.2 COMPORTAMENTO DAS PASTAS

A primeira parte consistiu na avaliação do comportamento físico das pastas


produzidas com os materiais plastificantes e com a quantidade necessária de água para
garantir uma consistência padrão. A ABNT NBR 7175:2003 foi adotada como diretriz para os
ensaios realizados e para os resultados. As exigências físicas para as cales, adotadas pela
normativa, servirão para comparação dos materiais no estado de pasta.
Ressalta-se a não realização dos ensaios de plasticidade, incorporação de areia e
estabilidade, pois estes são irrelevantes ao estudo, ou dependentes de equipamentos que
sequer são encontrados no mercado como o Plastômetro de Voss e o Plasticímetro de Emley.
Mattana (2013) também atesta a incapacidade de realização de alguns desses ensaios.
Realizou-se então para cada um dos materiais, três ensaios, considerados
importantes como requisitos e possíveis de execução no laboratório. A obtenção desses
índices serviu como parâmetro para comparação das adições plastificantes com o
comportamento apresentado pela cal estudada. As normas utilizadas nestes ensaios se
encontram presentes no Quadro 2.
33

Quadro 2 - Normas utilizadas para comparação das adições plastificantes com a cal
NBR 7175 2003 Cal hidratada para argamassas: Requisitos
NBR 9289 2000 Determinação da finura
NBR 9290 1996 Determinação da retenção de água
NBR 14399 1999 Determinação da água da pasta de consistência normal
Fonte: Elaborado pelos autores, 2015.

O fluxograma constante da Figura 4 esquematiza de modo ordenado, os ensaios


realizados para cada um dos materiais: cal, filito, fíler, saibro. Primeiramente efetuaram-se os
ensaios de finura com os materiais secos e em seguida o ensaio para determinação da água
necessária para a consistência normal da pasta, com a qual as pastas foram misturadas para
determinação da retenção de água.

Figura 4 - Fluxograma de ensaios para as pastas

NBR 7175 - REQUISITOS

FINURA

CONSISTÊNCIA NORMAL

RETENÇÃO DE ÁGUA

Fonte: Elaborada pelos autores

5.2.1 Finura

O ensaio de finura é um ensaio de peneiramento do material através da passagem


de água sob pressão de 50 KPa (0,5 kgf/cm²) pelas peneiras e tem como objetivo caracterizar
a quantidade percentual de material retido por peneiras granulométricas de 600 e 75 µm. Com
as massas de material retido consegue-se avaliar a quantidade de grãos considerados grossos e
então saber a pureza das cales produzidas. Através do ensaio é possível também aferir a
quantidade de finos presente nos materiais estudados, que tem importância em muitas das
propriedades que serão verificadas nas argamassas.
34

Figura 5 - Ensaio de determinação de finura

(A) (B)
a) Manômetro com bocal pulverizador - b) Lavagem do material utilizando jato de água
Fonte: Elaborada pelos autores, 2015.

5.2.2 Água da pasta de consistência normal

A consistência da pasta de cal é obtida através do ensaio de penetração de uma


haste de metal em um molde tronco cônico conformado com a pasta. A ABNT NBR
14399:1999 define o método de mistura da pasta e padroniza o molde e o aparelho para
penetração (Aparelho de Vicat), presente na Figura 6. A consistência normal é considerada
aquela que permite a penetração de 20 ± 2 mm da haste e o resultado é expresso como a
quantidade de água necessária para o amassamento de uma pasta com essa característica.
35

Figura 6 - Aparelho de Vicat

(A) (B)
a) Aparelho de Vicat - b) Ensaio de penetração em pasta
Fonte: Elaborada pelos autores, 2015.

5.2.3 Retenção de água

A retenção de água de uma pasta é analisada em um aparato com bomba de vácuo


chamado funil de Buchner, apresentado na Figura 7. O ensaio é realizado com duas amostras
da pasta de consistência padrão e a ABNT NBR 9290:1996 entende o índice de retenção de
água como a relação entre a consistência da pasta após a sucção pelo funil e a consistência
encontrada inicialmente.

Figura 7 - Funil de Buchner modificado

Fonte: ABNT (1996) - NBR 9290


36

5.3 ARGAMASSAS NO ESTADO FRESCO

A etapa seguinte buscou a caracterização das argamassas produzidas com os


materiais plastificantes no estado fresco. A avaliação das argamassas terá como base, o ensaio
de squeeze-flow e os requisitos apontados na normativa específica para argamassas de
assentamento e revestimento. No Quadro 3 estão listadas as normas utilizadas para a
caracterização das argamassas.

Quadro 3 - Normas utilizadas para avaliação do estado fresco das argamassas


NBR 13281 2005 Argamassa para assentamento e revestimento - Requisitos
NBR 13276 2005 Preparo da mistura e determinação do índice de consistência
NBR 13277 2005 Determinação da retenção de água
NBR 13278 2005 Determinação da densidade de massa e do teor de ar incorporado
NBR 15839 2010 Caracterização reológica pelo método squeeze-flow

Fonte: Elaborado pelos autores, 2015.

5.3.1 Traços

O traço escolhido para a mistura das argamassas e para análise neste trabalho é
comumente utilizado para assentamento e revestimento, servindo bem ao desempenho de
argamassas de uso geral. A relação aglomerante/agregados é 1:3, assim a argamassa de
referência, produzida com os aglomerantes cimento e cal, tem traço volumétrico 1:1:6
(cimento, cal e areia), que com auxílio das massas específicas foi convertido para traço em
massa.
As argamassas foram dosadas com índice de consistência padrão de 270±5 mm
em volume suficiente para realização dos ensaios das pastas e para preenchimento dos moldes
para ensaios no estado endurecido. Foi utilizado cimento CP IV 32 RS, areia natural seca e a
cal adotada para o traço de referência foi a cal hidratada CH III, de uso mais comum.
O traço de argamassa 1:1:6 de referência foi reproduzido outras três vezes com a
simples substituição da cal pelos materiais plastificantes. Foi produzida também uma
argamassa hidráulica, com a utilização de um aditivo plastificante no teor adequado indicado
pelo fabricante; sendo esta a única argamassa com proporção aglomerante/agregados de 1:4,
haja vista o conhecimento de que argamassas de cimento na proporção 1:3 teriam elevado
37

desempenho mecânico à compressão, distante do que se espera para as demais argamassas


produzidas.

5.3.2 Preparo da mistura e índice de consistência

A ABNT NBR 13276:2005 estabelece o modo de produção de argamassas em


laboratório e recomenda que nas argamassas preparadas com cal hidratada, seja utilizada
somente pasta de cal preparada antecipadamente com aproximadamente 24 horas. Esse
período obedecido é chamado de maturação e é importante para permitir o inchamento da cal
se estabilizar e garantir a lubrificação do sistema.
O índice de consistência é a medida do espalhamento da argamassa, mensurado
após 30 golpes da mesa de consistência, mostrada na Figura 8, que promove o espalhamento
de um formato tronco cônico com argamassa. O resultado, segundo a ABNT NBR
13276:2005 corresponde à média da medida de três diâmetros da argamassa espalhada.

Figura 8 - Ensaio de determinação do índice de consistência

(A) (B)
a) Mesa de consistência com argamassa pronta para ser ensaiada - b) Medição do diâmetro após o
espalhamento da argamassa
Fonte: Elaborada pelos autores, 2015.

Adotou-se 270 mm como índice padrão para a produção das argamassas, haja
vista ser o índice físico mais facilmente mensurável que melhor se relaciona com a
trabalhabilidade das argamassas, além de ser perceptível a necessidade de se controlar pelo
menos uma característica no estado fresco que norteará a análise do desempenho no estado
38

endurecido. O índice foi escolhido após testes iniciais em que algumas das argamassas
apresentaram exsudação e segregação quando menos consistentes.
A caracterização das diferentes propriedades reológicas das argamassas também
dependerá de um padrão na dosagem das pastas, porém demais fatores de controle como a
relação água/cimento ou água/materiais secos poderiam resultar em argamassas muito
distintas e até mesmo impraticáveis, devido às diferenças granulométricas entre os materiais
estudados.

5.3.3 Retenção de água

A retenção de água foi mensurada de acordo com a ABNT NBR 13277:2005


através de pesagens sucessivas do funil de Buchner vazio, com papel filtro, com a argamassa
produzida, e após a sucção, nessa ordem. A diferença entre o peso inicial da argamassa e o
peso da argamassa após sucção por 15 minutos, expressa a quantidade de água perdida, que é
utilizada para o cálculo do percentual de retenção de água. Na Figura 9 pode-se visualizar
parte do processo.

Figura 9 - Determinação da retenção de água

(A) (B)
a) Sucção da argamassa no funil de Buchner - b) Pesagem da argamassa após sucção.
Fonte: Elaborada pelos autores, 2015.
39

5.3.4 Densidade de massa e teor de ar incorporado

A densidade de massa é uma das propriedades importantes no estado fresco, pois


o esforço necessário para o lançamento de argamassas é proporcional à densidade que estas
apresentam. O teor de ar incorporado tem relação inversamente proporcional à densidade e a
partir dele foi possível relacionar algumas das propriedades do estado endurecido como a
porosidade, a absorção de água e a capilaridade.
A execução do ensaio depende de um recipiente cilíndrico de volume e massa
conhecidos, que foi preenchido com argamassa para determinação da massa que ocupa o
volume do recipiente. A densidade foi utilizada para o cálculo do teor de ar incorporado,
através da relação entre a densidade aparente e a densidade teórica dos componentes anidros
da argamassa.

Figura 10 - Determinação da densidade de massa e do teor de ar incorporado

Fonte: Elaborada pelos autores, 2015.

5.3.5 Squeeze-Flow

O ensaio squeeze-flow normatizado pela ABNT NBR 15839:2010 espera


reproduzir as solicitações reais impostas às argamassas no canteiro de obras, no qual
aproximadamente aos 10 minutos contados a partir do preparo, a argamassa é lançada
vigorosamente e passado certo tempo faz-se o seu espalhamento. Os resultados obtidos
expressam indiretamente as características de trabalhabilidade das argamassas.
40

As argamassas foram submetidas à taxas de cisalhamento de 3mm/s aos 10 min e


de 0,1 mm/s aos 15 min. Utilizou-se Prensa Universal Emic linha DL20000 com taxa de
aquisição de dados superior a 30 Hz, e célula de carga com sensibilidade de 1N.

Figura 11 - Squeeze-flow

(A) (B)

(C) (D)

a) Moldagem do disco de argamassa - b) Retirada do molde - c) Posicionamento da placa de punção


para início do ensaio - d) Ensaio em andamento
Fonte: Elaborada pelos autores, 2015.

5.4 ARGAMASSAS NO ESTADO ENDURECIDO

No estado endurecido foram mensurados índices físico-mecânicos presentes na


ABNT NBR 13281:2005, relacionados no Quadro 4.
41

Quadro 4 - Normas utilizadas nos ensaios físicos-mecânicos


NBR 13281 2005 Argamassa para assentamento e revestimento - Requisitos
NBR 9778 2009 Absorção por imersão, índice de vazios e massa específica
NBR 13279 2005 Determinação da resistência à tração na flexão e à compressão
NBR 13280 2005 Determinação da densidade de massa aparente no estado endurecido
NBR 15259 2005 Absorção de água por capilaridade e coeficiente de capilaridade
NBR 15630 2009 Módulo de elasticidade dinâmico por propagação de onda ultrassônica
Fonte: Elaborado pelos autores, 2015.

Todos os ensaios no estado endurecido devem, segundo as respectivas normas, ser


realizados aos 28 dias. Para conciliar todos os ensaios, além dos 3 corpos de prova foi
moldada uma placa para o ensaio de absorção por imersão. Vale lembrar que o estudo exigiu a
conformação de corpos de prova para ensaio de resistência aos 3, 7, 28 e 70 dias de idade.
Os ensaios aos 28 dias nos corpos de prova prismáticos começaram com o ensaio
de densidade de massa aparente, seguido pelo módulo de elasticidade pelo ultrassom, a
absorção de água por capilaridade e finalmente a resistência à tração na flexão e à
compressão. O ensaio de absorção por imersão começou aos 28 dias nas placas moldadas para
esse fim.
A densidade de massa aparente é mensurada pela razão entre a massa e o volume
calculado com as medidas obtidas com paquímetro. Utilizou-se paquímetro digital
DIGIMESS 300 mm com resolução de escala 0,01 mm e balança Digimed 2100 g com
resolução de 0,01g.
O módulo de elasticidade dinâmico foi realizado por aparelho Ultrassom Pundit
Lab da Proceq, que após a inserção do comprimento dos corpos de prova, retorna o tempo de
percurso da onda e sua velocidade, as quais foram utilizadas para cálculo do módulo elástico,
de acordo com a Equação 2.

(1 + 𝜇)(1 − 2𝜇)
𝐸 = 𝑣 2 . 𝜌.
(1 − 𝜇)
Equação 2

Onde, E é o módulo elástico dinâmico, v é a velocidade da onda em mm/µs, ρ é a


densidade de massa em kg/m³, e µ é o coeficiente de Poisson adotado igual a 0,2.
A absorção por capilaridade foi determinada pela massa de água absorvida após
10, 40 e 90 minutos do início do contato dos corpos de prova com uma lâmina de água de 5
42

mm. O tempo de 40 min foi adotado para melhor visualização do comportamento das
argamassas haja vista que a ABNT NBR 15259:2005 define apenas os tempos 10 e 90
minutos.
Após a realização destes três ensaios físicos procedeu-se à execução dos ensaios
mecânicos de tração na flexão e posteriormente compressão. Os ensaios se deram na Prensa
Universal EMIC Linha DL 20000 com aplicação das taxas de força de 50N/s e 500N/s
respectivamente, assim como disposto na ABNT NBR 13279:2005.
O ensaio de absorção por imersão foi realizado com uma placa de dimensões
2x10x10 cm, atendendo ao volume mínimo ditado pela ABNT NBR 9778:2009 e aos tempos
de 72 horas para secagem total em estufa e absorção submersa em água. O método de
execução dos ensaios descritos pode ser conferido pelas Figura 12 e Figura 13, abaixo:

Figura 12 - Ensaios físicos no estado endurecido

(A) (B)

(C) (D)
a) Medição e pesagem para determinação da massa aparente - b) Aparelho ultrassom utilizado
c) Detalhe do recipiente para absorção por capilaridade - d) Placas de argamassa submersas em água
fervente para determinação da massa específica
Fonte: Elaborada pelos autores, 2015.
43

Figura 13 - Ensaios mecânicos no estado endurecido

(A) (B)
a) Ensaio de resistência à tração na flexão - b) Ensaio de compressão
Fonte: Elaborada pelos autores, 2015.

5.5 DESEMPENHO DO REVESTIMENTO

Por fim, o estudo de laboratório lembrou a normativa de desempenho de


edificações habitacionais, ABNT NBR 15575-4:2013, para nortear a análise de desempenho
de alvenarias produzidas com as diferentes argamassas estudadas. Um modelo de alvenaria
em dimensões reduzidas foi executado para cada argamassa.
Os modelos de alvenaria tiveram suas dimensões limitadas à 50 x 40 cm, de modo
a reduzir o peso próprio facilitando o transporte e a execução dos demais ensaios. Estes foram
produzidos com tijolos cerâmicos comercializados na região e chapiscados para garantia de
melhor aderência entre o revestimento e o substrato.
O revestimento do modelo foi realizado em camada única com espessura de 1,5
cm nas duas faces da alvenaria de modo a permitir os ensaios propostos. Após a execução do
revestimento, os modelos foram deixados por 3 dias no local da moldagem e então colocados
expostos à ação climática em ambiente externo ao laboratório. Contadas as idades de 3, 7, e
28 dias foram feitas avaliações observativas das patologias encontradas.
44

Figura 14 - Aplicação do revestimento

(A) (B)

(C) (D)
a) Sarrafeamento do modelo - b) Acerto das arestas com desempenadeira - c) Modelo finalizado - d)
Modelos expostos à ações climáticas
Fonte: Elaborada pelos autores, 2015.

A avaliação do desempenho proposta envolveu a observação das patologias ao


longo do tempo, e após ciclos de molhagem e secagem, no qual não se percebeu alterações; a
execução de ensaios de impacto de corpo duro, permeabilidade pelo método do cachimbo e
resistência de aderência à tração. No Quadro 5 segue resumo dos ensaios realizados:

Quadro 5 - Ensaios de desempenho


NBR 13528 2010 Determinação da resistência de aderência à tração
NBR 14992 2003 (Anexo G) - Absorção de água por cachimbo de permeabilidade
NBR 15575-4 2014 (Anexo B) - Impacto de corpo duro
- - Ciclos de molhagem e secagem
- - Inspeção das patologias encontradas
Fonte: Elaborado pelos autores, 2015.
45

Com 28 dias de idade os revestimentos foram ensaiados em uma das faces pela
resistência de aderência à tração, com aparelho dinamométrico, com resolução de 1 kg. A
outra face foi mantida sem alterações para permitir a realização dos demais ensaios.

Figura 15 - Resistência de aderência a tração

(A) (B)

(C) (D)
a) Furos - b) Pastilhas coladas - c) Aparelho dinamométrico para tração - d) Modelo de ruptura
Fonte: Elaborada pelos autores, 2015.

O ensaio de impacto de corpo duro foi orientado pelo Anexo B da ABNT NBR
15575-4:2013. Utilizou-se esfera de aço largada de determinada altura para impactar o
revestimento com os padrões de energia tabelados em norma.
A permeabilidade à agua foi mensurada através de ensaio adaptado do anexo D da
ABNT NBR 15575-4:2013 que padroniza a utilização de uma “câmara com formato de caixa,
com dimensões internas de 16 cm x 34 cm, contendo no seu perímetro uma moldura para
acoplamento com a parede”. Esta câmara, mostrada na Figura 16, é fixada à parede,
preenchida com água e se conecta a uma bureta graduada que se situa acima do nível de água
da câmara. À medida que há absorção de água pela alvenaria a bureta vai cedendo o volume
de água para preenchimento da câmara, assim determina-se o tempo necessário para
infiltração de um volume de água para a área de ensaio.
46

Substituiu-se esse procedimento, por ensaio com os mesmos princípios físicos,


com a utilização de um cachimbo de permeabilidade, que tem bureta graduada e deve ser
vedado no ponto de ensaio. Essa proposta teve como base a dificuldade de atender a ABNT
NBR 15575-4:2013 realizando o ensaio por câmara. Enquanto isso, o modelo reduzido de
alvenaria, ofereceu vários pontos de ensaio quando testado pelo método do cachimbo, que
consta do anexo G da ABNT NBR 14992:2003.

Figura 16 - Métodos de avaliação da permeabilidade de revestimento

(A) (B)
a) Câmara com bureta graduada - b) Cachimbo de permeabilidade utilizado
Fonte: ABNT, 2013, Anexo D; Elaborada pelos autores, 2015.

Através dos consumos de argamassa obtidos para execução do modelo de


alvenaria implantado foram elaborados também os comparativos financeiros do produto final,
para os materiais estudados em relação à argamassa mista de cimento, cal e areia.
47

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O estudo visa principalmente à observação das características físicas dos materiais


plastificantes, das argamassas e dos revestimentos, de modo a entender quais destes materiais
são mais vantajosos para o atual cenário da construção civil e compará-los com a cal haja
vista que as argamassas mistas de cimento e cal vêm perdendo espaço. Este capítulo traz os
resultados observados, os pareceres por parte da literatura, além do julgamento dos autores.

6.1 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA

A primeira etapa de ensaios realizada teve por objetivo a caracterização física dos
agregados e dos aglomerantes utilizados, fornecendo subsídio para o cálculo da conversão de
traço volumétrico para traço em massa e para o entendimento das características das
argamassas. Na Tabela 2, segue o resumo das características mensuradas.

Tabela 2 - Resumo das características físicas


Composição granulométrica Densidade (g/cm³)
Impurezas Fino
Material Dmáx Argila+ Areia Cu
M.F. Específica Unitária orgânicas <75µm
(mm) Silte (%) D60/D10
Areia 0,6 1,42 4,2% 95,8 0,48 2,64 1,49 Puro 2,3%
Cal - - - - - 2,38 0,60 - -
Cimento - - - - - 3,03 1,02 - -
Filito 2,36 1,41 38,5% 61,0 0,15 2,19 1,00 Puro 81,7%
Filler 0,3 0,18 87,5% 12,5 0,24 2,59 1,21 Puro 75,1%
Saibro 1,18 1,30 18,2% 81,8 0,41 2,58 1,47 Impuro 8,1%

Fonte: Elaborada pelos autores, 2015.

De acordo com os resultados da composição granulométrica percebe-se que os


materiais plastificantes tem módulo de finura inferior a 1,41, característica ideal para
argamassas de revestimento. A ABNT NBR 7211:2009 que serve à análise de agregados para
concreto, entende que todos os materiais utilizados se enquadram abaixo da Zona Utilizável
Superior, mas afirma também que módulos de finura inferiores a 1,55 são característicos de
materiais que se situam abaixo da Zona Utilizável inferior. Tais considerações foram
observadas apenas para breve entendimento dos materiais, posto que a norma serve à
caracterização de agregados para concretos.
48

Gráfico 1 - Curvas granulométricas dos materiais estudados

100%
Areia
90%
Porcentagem retida acumulada

Filito
80%
Filler
70%
Saibro
60%
Zona utilizável superior (ABNT
50%
NBR 7211:2009)
40%
30%
20%
10%
0%
0 1,18 2,36
Peneiras (mm)

Fonte: Elaborado pelos autores com utilização da zona utilizável superior da ABNT NBR 7211:2009

Os materiais se mostraram livres de impurezas orgânicas, com exceção do saibro,


o que já era esperado. A ABNT NBR 7211:2009 solicita que o material com coloração que
indique alto teor de impurezas orgânicas, seja ensaiado para determinação do índice de
desempenho, que pode ou não permitir o uso do agregado. Este quesito não foi realizado no
trabalho, pois ainda que o teor de impurezas inviabilize o uso, almejou-se visualizar os efeitos
possíveis das impurezas no revestimento.
Concluiu-se com a caracterização física que o material adquirido sobre o nome de
saibro na região, é uma mistura de areia fina e material siltoso contendo impurezas orgânicas.
Deve-se ressaltar que os saibros em geral tratam-se de materiais de difícil definição,
principalmente em função da variabilidade causada pela heterogeneidade de jazidas.
(OLIVEIRA; AGOPYAN, 1992).
O filito e o filler analisados tem alto teor de pulverulência e, portanto de grãos
finos. O filito apresenta maior pulverulência apesar do maior módulo de finura e de sua curva
granulométrica mais contínua, enquanto o fíler tem curva mais uniforme. Isso se deve ao fato
da pulverulência ser ensaiada com aspersão de água que possivelmente quebrou as partículas
de fácil desagregação do filito.
49

Retomando Silva, Buest e Campiteli (2005, p. 20) esses materiais são


interessantes às argamassas pois “[...] os finos ocupam os espaços vazios entre as partículas
maiores, tendo, assim, um empacotamento melhor que a argamassa sem finos”, o que leva a
melhores índices tanto no estado fresco quanto no estado endurecido.

6.2 PASTAS

A ABNT NBR 7175:2003 define cal hidratada como um pó obtido pela hidratação
da cal virgem, constituído essencialmente de uma mistura de hidróxido de cálcio e hidróxido
de magnésio, ou ainda, de uma mistura de hidróxido de cálcio, hidróxido de magnésio e óxido
de magnésio.
De acordo com a norma, a cal hidratada é classificada em três tipos, sendo eles:
CH-I, CH-II e CH-III. A norma ainda define as exigências físicas em que a cal hidratada deve
atender, conforme a Tabela 3.

Tabela 3 - Exigências físicas


Limites
Compostos
CH-I CH-II CH-III
Finura Peneira 0,600 mm ≤ 0,5 % ≤ 0,5 % ≤ 0,5 %
(% retida acumulada) Peneira 0,075 mm ≤ 10 % ≤ 15 % ≤ 15 %
Retenção de água ≥ 75 % ≥ 75 % ≥ 70 %

Fonte: Adaptada de ABNT NBR 7175:2003.

As características físicas normalmente são muito importantes para a cal hidratada,


principalmente se tratando de argamassa. A sua finura tem papel importante na composição
granulométrica da argamassa, e a partir disso garantir um adequado desempenho para a
argamassa (MATTANA, 2013, p. 72).
Os índices obtidos através dos ensaios da segunda etapa foram utilizados
posteriormente como parâmetro para comparação do comportamento da cal estudada com as
adições plastificantes. Os resultados dos ensaios demonstraram a não conformidade da cal
utilizada com as exigências físicas descritas na ABNT NBR 7175:2003. Os demais materiais
também não têm características adequadas para comparação com cales do tipo CHIII.
50

No Gráfico 2 e Gráfico 3, nota-se a diferença relevante entre os requisitos de


finura definidos pela ABNT NBR 7175:2003, que são de 0,5% para a peneira #30 e 15% para
a peneira #200, com os índices obtidos pelos ensaios dos materiais.

Gráfico 2 - Análise do índice de finura - Peneira #30

5,79%
6%

5%

4%
2,44% 2,63%
3% # 30
2% 1,37%

0,00% 0,50%
1%

0%
Cal Cimento Filito Filler Saibro Requisitos

Fonte: Elaborado pelos autores, 2015.

Gráfico 3 - Análise do índice de finura - Peneira #200

93,41%
100%
90%
80%
70%
60%
50% # 200
33,01%
40%
23,14%
30% 16,79% 15,00%
20% 3,88%
10%
0%
Cal Cimento Filito Filler Saibro Requisitos

Fonte: Elaborado pelos autores, 2015.

Diante dos resultados, pode-se perceber que nenhum dos materiais obedeceu aos
parâmetros de finura da norma, exceto o cimento, devido ao controle bastante rigoroso
aplicado no setor. Esse controle pode ser explicado por Bauer (2005, p. 17), o qual atesta que
51

a finura “é uma característica intimamente ligada à propriedade aglomerante do cimento, pois


influi decisivamente na reatividade e na velocidade das reações químicas que se processam
durante a pega e o endurecimento.”.
O ensaio de consistência padrão serviu para determinação por tentativas da
quantidade de água necessária para que a pasta fosse penetrada 20 ± 2 mm pelo aparelho
Vicat. Com os resultados constantes da Tabela 4, foram confeccionadas pastas que
posteriormente foram ensaiadas pelo método de retenção de água da ABNT NBR 9290:1996.

Tabela 4 - Água da pasta de consistência normal


Massa Água Penetração
Amostra água/sólidos
(g) (ml) (mm)
Cimento + Aditivo 500,0 185,0 37,0% 19
Cal 500,0 330,0 66,0% 20
Filito 500,0 135,0 27,0% 22
Fíler 500,0 330,0 66,0% 19
Saibro 500,0 125,0 25,0% 19

Fonte: Elaborada pelos autores, 2015.

O consumo de água se relaciona bem com a quantidade de finos (argila+silte)


avaliada pela composição granulométrica e observa-se que mesmo com a finura acentuada do
cimento o consumo de água se manteve baixo, em grande parte por causa do aditivo.
A ABNT NBR 9290:1996 entende o índice de retenção de água como a relação
entre a consistência da pasta após a sucção pelo funil e a consistência encontrada inicialmente.
Os resultados seguem na Tabela 5.

Tabela 5 - Retenção de água


Argamassa padrão Retenção média
Cal 68,8%
Filito 92,0%
Fíler 86,6%
Saibro 48,1%
Cimento + aditivo 32,4%
Fonte: Elaborada pelos autores, 2015.

A retenção de água está relacionada com a trabalhabilidade e o desempenho do


revestimento, e diante dos dados obtidos pelo ensaio, pode-se observar que o filito apresentou
tal característica de forma positiva, pois possui alta capacidade retentora de água devido à
52

presença de finos. Silva (2006) defende que a redução de finos provoca a redução da retenção
de água devido à capacidade de adsorção da água na superfície das partículas.
A pasta com cal e areia padrão não atingiu índice de retenção de 70% apesar da
proximidade com o valor normativo. Visualiza-se também que a pasta confeccionada com
cimento tem o menor valor de retenção. Green et al. (1999, citado por Mattana, 2013),
comprovaram maiores valores de retenção de água para argamassas com cal. Os autores
observaram que a incorporação de cimento em argamassas com cal reduz a sua capacidade de
retenção.

6.3 ESTADO FRESCO

Para produção das argamassas adotou-se 270±5 mm como a consistência padrão a


ser obtida, devido à consistência ser o índice físico mais facilmente mensurável e que melhor
se relaciona com a trabalhabilidade das argamassas. Tal fato se justifica pela perceptível
necessidade de se controlar pelo menos uma característica no estado fresco que norteará a
análise do desempenho no estado endurecido. O índice foi escolhido após testes iniciais em
que algumas das argamassas apresentaram exsudação e segregação quando mais fluidas.
A caracterização das diferentes propriedades reológicas das argamassas também
depende de um padrão na dosagem das pastas, porém demais fatores de controle como a
relação água/cimento ou água/materiais secos poderiam resultar em argamassas muito
distintas e até mesmo impraticáveis.
A partir dos dados da etapa de caracterização física foi possível calcular as massas
dos materiais para a dosagem e proceder com a análise do teor ideal de água que resultaria em
argamassa com consistência de 270±5 mm. Na Tabela 6 encontram-se os valores de
consistência, e o traço final das argamassas confeccionadas.

Tabela 6 - Dosagem das argamassas e índice de consistência


Traço Consistência
Dosagem
Cimento Material Areia Água (mm)
cimento:cal:areia 1 0,588 8,765 1,90 265
cimento:filito:areia 1 0,980 8,765 2,47 269
cimento:fíler:areia 1 1,186 8,765 1,86 272
cimento:saibro:areia 1 1,441 8,765 2,06 267
cimento:aditivo:areia 1 4 ml 5,843 1,23 271
Fonte: Elaborada pelos autores, 2015.
53

Nota-se que a relação água/cimento da argamassa com filito foi muito alta devido
às características das partículas finas presentes no material as quais exigem maior umidade
para lubrificação da sua superfície.
Abaixo seguem tabelados os índices de densidade de massa da argamassa fresca e
o teor teórico de ar incorporado. Vale lembrar que a densidade de massa é uma das
propriedades importantes no estado fresco, pois o esforço necessário para o lançamento de
argamassas é proporcional à densidade que estas apresentam. O teor de ar incorporado tem
relação inversamente proporcional à densidade e a partir dele será possível relacionar algumas
das propriedades do estado endurecido como a porosidade, a absorção de água e a
capilaridade.

Tabela 7 - Densidade de massa e teor de ar incorporado


Densidade de Densidade Teor de ar
Argamassas
massa (g/cm³) teórica incorporado
cimento:cal:areia 1,997 2,114 5,50%
cimento:filito:areia 1,973 2,012 1,94%
cimento:fíler:areia 2,004 2,146 6,63%
cimento:saibro:areia 1,992 2,116 5,85%
cimento:aditivo:areia 1,871 2,138 12,50%
Fonte: Elaborada pelos autores, 2015.

Mais uma vez a composição granulométrica parece relevante para o


empacotamento entre os grãos. As argamassas com distribuição de partículas mais aberta,
como a argamassa hidráulica, tem maior teor de ar incorporado, enquanto a argamassa
composta com filito apresenta teor muito baixo devido à boa distribuição entre partículas
maiores e partículas finas. O filito apresenta o menor coeficiente de uniformidade, enquanto a
areia apresenta o maior.
É importante lembrar que o teor de ar incorporado é um índice essencial para a
trabalhabilidade das argamassas, que pode levar, entretanto a uma maior absorção de água e
menor resistência mecânica no estado endurecido. Além da boa relação percebida com a
granulometria dos materiais plastificantes, o teor de ar incorporado manteve uma relação
linear com o consumo de água necessária para o amassamento das argamassas.
54

Gráfico 4 - Teor de ar incorporado em função da relação água/cimento

14,0%

12,0% y = -0,0841x + 0,2251


Teor de ar incorporado R² = 0,9701
10,0%

8,0%

6,0%

4,0%

2,0%

0,0%
1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
Água cimento
Fonte: Elaborado pelos autores, 2015.

Foi observado que o teor de ar incorporado diminui com o aumento da relação


água/cimento, fato verificado por Miranda (2000) que aponta que o preenchimento de vazios
é acompanhado por uma demanda crescente de água. Calhau e Tristão (1999) também
afirmam que a incorporação de ar nas argamassas reduz parte da água necessária para a
trabalhabilidade, reduzindo o fator água/cimento graças ao poder plastificante do ar.
Para o ensaio de retenção de água das argamassas os resultados obtidos
confirmaram o princípio de que as argamassas hidráulicas retêm pouca água, entretanto o
valor encontrado para a argamassa com cal se distanciou muito do valor esperado. A
argamassa produzida com filito reteve pouco mais de 90% da água, em grande parte devido
ao proporcionamento adequado das dimensões das partículas.

Tabela 8 - Retenção de água das argamassas


Argamassas Retenção de água
cimento:cal:areia 74,2%
cimento:filito:areia 90,5%
cimento:fíler:areia 71,6%
cimento:saibro:areia 74,6%
cimento:aditivo:areia 65,7%
Fonte: Elaborada pelos autores, 2015.
55

Foi verificado que a retenção de água diminui com o aumento do teor de ar


incorporado, semelhante ao estudo conduzido por Rago et. al. (1994) que produziu
argamassas com cal e com aditivos encontrando menor retenção de água para aquelas com
maior incorporação de ar. O Gráfico 5 retrata esse comportamento.

Gráfico 5 - Retenção de água em função do teor de ar incorporado

100,0%

80,0%
Retenção de água

60,0%

40,0%

y = 0,4522x-0,174
20,0%
R² = 0,9915

0,0%
0,0% 5,0% 10,0% 15,0%
Teor de ar incorporado

Fonte: Elaborado pelos autores, 2015.

O ensaio squeeze-flow retornou os perfis reológicos através das curvas força x


deformação de cada um dos ensaios realizados. Ressalta-se que quanto menos acentuada a
curvatura melhor é a trabalhabilidade do material para a taxa de solicitação imposta. No
Gráfico 6 estão expressas as curvas reológicas das argamassas estudadas.

Gráfico 6 - Carga x deformação


1000 1000

800 800
Força (N)
Força (N)

600 600

400 400
0,1 mm/s
200 0,1 mm/s 200 3 mm/s
3 mm/s
0 0
0,0 1,0 2,0 3,0 0,0 1,0 2,0 3,0
Deformação (mm) Deformação (mm)
(A) (B)
56

Gráfico 6 - Carga x deformação (continuação)


1000 1000
800 800
Força (N)

Força (N)
600 600
400 400
200 0,1 mm/s 200 0,1 mm/s
3 mm/s 3 mm/s
0 0
0,0 1,0 2,0 3,0 0,0 1,0 2,0 3,0
Deformação (mm) Deformação (mm)
(C) (D)
1000
800
Força (N)

600
400
0,1 mm/s
200 3 mm/s

0
0,0 1,0 2,0 3,0
Deformação (mm)
(E)
a) argamassa cal - b) argamassa filito - c) argamassa fíler - d) argamassa saibro - e) argamassa aditivo
Fonte: Elaborado pelos autores, 2015.

Os ensaios em geral demonstraram grande diversidade entre os padrões reológicos


das argamassas. Nenhum das argamassas, porém teve comportamento inicial que
demonstrasse alta tensão de escoamento, definida por Cardoso, Pileggi, e John (2010) como
um parâmetro para o cálculo da máxima espessura da camada de revestimento que pode ser
aplicada.
As argamassas que permitiram maior deformação com a menor reação à carga
foram as composições que adotam filito e aditivo, justamente aquelas com menor e maior teor
de ar incorporado respectivamente. Para a argamassa com aditivo, a qual tem maior teor de ar
incorporado, Cardoso (2009) afirma que a presença de ar reduz os valores de carga
necessários para deformar o material, assim o estágio de enrijecimento por deformação é
discreto ou quase inexistente. A argamassa com filito, por sua vez tem o menor teor de ar
incorporado apresentando, entretanto o maior consumo de água, que segundo Cardoso (2009)
57

é responsável por fornecer líquido para recobrir a superfície dos agregados e assim diminuir o
atrito e a viscosidade da argamassa, o que facilita o escorregamento das partículas.
O comportamento da argamassa com fíler foi contrário às demais, exigindo altas
solicitações mecânicas para a taxa de cisalhamento de 3mm/s. Isso se deve possivelmente à
restrição do fluxo da pasta quando submetida a uma deformação rápida. Quando solicitada a
0,1 mm/s a argamassa tem tempo para permitir a movimentação relativa dos agregados na
pasta.
Através dos comportamentos visualizados pode-se admitir que as argamassa com
filito e aditivo tem melhor trabalhabilidade. Deve-se ressaltar que em nenhum dos ensaios foi
observada a separação das fases, ou a deformação heterogênea do disco de argamassa.

6.4 ESTADO ENDURECIDO

Segundo Cardoso (2009, p.99) “as argamassas de revestimento não têm função
estrutural e, por isso, a resistência mecânica poderia ser encarada como parâmetro secundário
no desempenho do revestimento”. Entretanto os parâmetros de desempenho das argamassas
no revestimento como resistência à fissuração, ao arrancamento, fendilhamento, ao impacto
de corpo duro, abrasão por ações antrópicas, entre outros, são intrinsecamente ligados aos
valores de módulo elástico, resistência à compressão e à tração.
Silva e Campiteli (2008) concordam que a resistência de aderência à tração e a
fissuração de argamassas aumentam proporcionalmente ao desempenho mecânico e que a
capacidade de deformação do revestimento se relaciona com o módulo elástico, o qual
também é influenciado pelas características mecânicas. As variáveis mensuradas aos 28 dias
na presente etapa, de acordo com a ABNT NBR 13281:2005, seguem na Tabela 9.

Tabela 9 - Resumo das características físico-mecânicas aos 28 dias

Coef. de Densidade Módulo Tração


Absorção Compressão
Argamassas capilaridade de massa elástico na flexão
(%) (MPa)
(g/cm².√min) (kg/m³) (MPa) (MPa)
cimento:cal:areia 14,5% 1,11 1764,9 5106 0,73 1,53
cimento:filito:areia 17,4% 1,83 1694,3 2420 0,52 0,83
cimento:filler:areia 12,7% 1,20 1767,0 5450 0,72 1,35
cimento:saibro:areia 14,9% 1,26 1644,3 3774 0,45 0,79
cimento:aditivo:areia 16,5% 0,94 1593,9 7432 1,09 2,42
Fonte: Elaborada pelos autores, 2015.
58

Ainda de acordo com a ABNT NBR 13281:2005, através dos dados tabelados,
pode-se classificar as argamassas em classes. Para tanto, foram tomados também os valores de
densidade no estado fresco, retenção de água e aderência à tração a qual será mostrada na
próxima etapa. No Quadro 6 é dada a classificação das argamassas produzidas com o intuito
de servir como referência para trabalhos posteriores.
As classes para resistência à compressão recebem a letra P. Do mesmo modo, M
se refere à classe de massa aparente no estado endurecido, R à classe de resistência à tração, C
para classificação de acordo com o coeficiente de capilaridade, D para densidade no estado
fresco, U para retenção de água e A para resistência de aderência à tração.

Quadro 6 - Classificação segundo ABNT NBR 13281:2005


Argamassas Classificação
cimento:cal:areia P2; M5; R1; C2; D5; U2; A1
cimento:filito:areia P1; M5; R1; C2; D5; U4; A2
cimento:filler:areia P1; M5; R1; C2; D5; U1; A3
cimento:saibro:areia P1; M5; R1; C2; D5; U2; A1
cimento:aditivo:areia P2; M5; R2; C1; D5; U1; A3
Fonte: Elaborado pelos autores, 2015.

Com os índices mensurados também foi possível avaliar as argamassas segundo


os requisitos apontados por Veiga (2001) para o bom desempenho das argamassas de
revestimento de fachadas.

Tabela 10 - Critérios mecânicos para revestimento


Compressão (MPa) Tração na flexão (MPa) Módulo elástico (Gpa)
Critérios (mín - máx)
0,4 - 2,5 0,2 - 0,7 2-5
cimento:cal:areia 1,53 0,73 (alto) 5,1 (alto)
cimento:filito:areia 0,83 0,52 2,4
cimento:fíler:areia 1,35 0,72 (alto) 5,5 (alto)
cimento:saibro:areia 0,79 0,45 3,8
cimento:aditivo:areia 2,42 1,09 (muito alto) 7,4 (muito alto)
Fonte: Elaborada pelos autores, 2015.
59

6.4.1 Resistência mecânica

Foram realizados testes mecânicos de tração na flexão e compressão nas idades de


3, 7, 28, e 70 dias. Com isso pode-se perceber a particularidade de evolução da resistência das
argamassas, como visto no Gráfico 7.
É possível notar que as argamassas com aditivo, filito e saibro chegam a um
patamar de resistência aos 7 dias, enquanto as argamassas com fíler e cal continuam a ganhar
resistência até 70 dias.

Gráfico 7 - Evolução da resistência à compressão e tração com a idade


3
Compressão Tração na flexão

2,5 cimento:cal:areia
cimento:filito:areia
2 cimento:filler:areia
cimento:saibro:areia
(MPa)

1,5 cimento:aditivo:areia

0,5

0
0 Idade (dias) 70 0 Idade (dias) 70

Fonte: Elaborado pelos autores, 2015.

Na Tabela 11 está expresso percentualmente o ganho de resistência à compressão


entre as idades de 3 a 70 dias e 7 a 70 dias.

Tabela 11 - Incremento na resistência à compressão com o tempo


fc70/fc3 fc70/fc7
cimento:cal:areia 550% 128%
cimento:filito:areia 121% 21%
cimento:filler:areia 130% 57%
cimento:saibro:areia 30% -8%
cimento:aditivo:areia 96% 11%
Fonte: Elaborada pelos autores, 2015.
60

A argamassa com saibro entre as idades de 7 e 70 dias experimentou uma perda


de resistência à compressão de 8%, ao passo que a argamassa com cal entre 3 e 70 dias
ganhou 550%. A presença de matéria orgânica é a explicação mais plausível para a queda do
desempenho mecânico da argamassa com saibro ao longo do tempo; a carbonatação da cal por
sua vez é a responsável pelo crescimento da resistência da argamassa mista até idades
superiores. De acordo com Agostinho (2008, p.7) “esta reação de carbonatação desenvolve-se
durante vários meses do exterior para o interior da argamassa”.
O presente trabalho obteve correlações coerentes entre o desempenho mecânico à
compressão e demais variáveis das argamassas, de modo semelhante a estudos já elaborados e
consolidados no meio acadêmico (QUARCIONI; CINCOTTO, 2005; AGOSTINHO, 2008;
SILVA; CAMPITELI, 2008). A correlação foi observada primeiramente devido ao
comportamento semelhante das curvas de resistência e módulo elástico do Gráfico 8; e depois
pela comparação direta dos dados no Gráfico 9.

Gráfico 8 - Módulo Elástico, Compressão e tração aos 28 dias


8
Ver legenda

7
6
5 Módulo Elástico (GPa)
4 Compressão (MPa)
3
Tração (MPa)
2
1
0
cal filito fíler saibro aditivo

Fonte: Elaborado pelos autores, 2015.


61

Gráfico 9 - Correlação da tração na flexão e módulo elástico dinâmico com a compressão

2,00 Tração na flexão x Compressão 8


Módulo elástico dinâmico x Compressão
1,75 7

Módulo elástico dinâmico (GPa)


R² = 0,881
Resistência à tração (MPa)

1,50 6
Tração na flexão
1,25 5 cimento:cal:areia
cimento:filito:areia
1,00 4
cimento:filler:areia
R² = 0,9377
0,75 3 cimento:saibro:areia
cimento:aditivo:areia
0,50 2
Módulo elástico
0,25 1

0,00 0
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00
Resistência à compressão (MPa)

Fonte: Elaborado pelos autores, 2015.

As correlações obtidas retornaram valores de R² altos, em torno de 90%,


confirmando assim a importância dos resultados de resistência à compressão para avaliação
indireta das demais propriedades das argamassas. Cavalheiro (1995) atesta que a resistência à
compressão não é importante para a resistência das alvenarias, mas ressalta que esse valor é
fundamental para o controle da qualidade da argamassa.
Não só a resistência à compressão se relaciona bem com as demais propriedades,
como o incremento da resistência à compressão ao longo do tempo, leva a alteração dos
índices correlacionados. Devido ao fato dos corpos de prova prismáticos não terem sido
ensaiados de acordo com todas as normas nas idades de 3, 7 e 70 dias; foi possível apenas a
visualização da alteração da resistência à flexão em relação à resistência à compressão,
constante do Gráfico 10.
62

Gráfico 10 - Variação da resistência à tração em função da resistência à compressão


Incremento na resistência à tração 600%
y = 0,8859x
R² = 0,7908
500%

400%

300%

200%

100%

0%
0% 100% 200% 300% 400% 500% 600%
Incremento na resistência à compressão

Fonte: Elaborado pelos autores, 2015.

6.4.2 Módulo elástico

O valor de módulo elástico encontrado para a argamassa de cimento:aditivo:areia


comparado aos valores encontrados para as demais argamassas, reflete a posição de Quarcioni
e Cincotto (2005) que afirmam ser a rigidez das argamassas proporcional ao teor de cimento
empregado.
Interessante notar que as argamassas com filito e saibro apresentaram módulo
elástico menor que a argamassa mista, contrariando a afirmação de John (2003, p.59) de que
“sob o ponto de vista do módulo de elasticidade e da forma de fratura, argamassas de cimento
e cal hidratada parecem possuir desempenho significativamente melhor que cimento e
plastificantes minerais inertes.” A explicação provável é o fato da relação
agregado/aglomerante ser muito maior para a argamassa com cal aumentando assim sua
rigidez.
Segundo Veiga (2001) o módulo de elasticidade ideal para argamassas a serem
usadas na recuperação de edifícios sem apresentar falhas, gira entre 2 e 5 GPa para o ambiente
externo. Assim, por esse estudo só as argamassas com a incorporação dos inertes, filito e
saibro, são consideradas adequadas.
63

6.4.3 Absorção por imersão

A absorção por imersão encontrada variou entre 12,7 e 17,4%, sendo a argamassa
com filito a de maior absorção, seguida pela argamassa com aditivo. Mattos (2001) entende
que valores altos de absorção são reflexo de elevado teor de finos, principalmente de origem
argilosa. A afirmação se mostra coerente, pois o filito utilizado tem alto teor de pulverulência
e a argamassa de cimento e aditivo tem maior teor de cimento e portanto de finos.
Não foi possível contudo obter a correlação deste índice com outros. A argamassa
com filito, por exemplo, tem o maior coeficiente de capilaridade, justamente o contrário da
argamassa com aditivo. A explicação para os valores de absorção não demonstrarem
correlação ao coeficiente de capilaridade deve estar relacionada à forma e quantidades de
poros presentes na argamassa.
A argamassa com aditivo foi a que apresentou maior teor de ar incorporado,
portanto a sua estrutura possivelmente tem poros maiores, que permitem maior absorção de
água por imersão, mas impedem a ascensão capilar devido ao seu diâmetro relativamente
grande. Para trabalhos posteriores a relação entre a absorção capilar e a absorção total pode
ser avaliada à luz de ensaios na microestrutura das argamassas.

6.4.4 Absorção por capilaridade

A maior absorção capilar foi a da argamassa com filito, a qual tem o menor teor
de ar incorporado. Enquanto isso a argamassa com aditivo plastificante que obteve o maior
índice de teor de ar incorporado resultou no menor coeficiente de capilaridade. Ressalta-se
que esta argamassa tem o maior teor de cimento o que leva à baixa capilaridade, segundo
Melo, K. (2007, p.10) “em função do preenchimento dos vazios pelos produtos da hidratação
do cimento”.
64

Gráfico 11 - Coeficiente de capilaridade em função do teor de ar incorporado


2
R² = 0,9366

Coef. de capilaridade
1,6

g/cm².min0,5
1,2
0,8
0,4
0
0,0% 3,0% 6,0% 9,0% 12,0% 15,0%
Teor de ar incorporado

Fonte: Elaborado pelos autores, 2015.

No Gráfico 12 visualiza-se o comportamento consistente das curvas de absorção


em função do tempo, sendo a curva para a argamassa com filito evidentemente a mais
acentuada.

Gráfico 12 - Absorção por capilaridade em função do tempo


3
2,78
2,5

2,16
Absorção (g/cm²)

2 1,94
1,84
1,62
1,5

cimento:cal:areia
1
cimento:filito:areia
cimento:filler:areia
0,5 cimento:saibro:areia
cimento:aditivo:areia
0
0 20 40 60 80 100
Tempo (min)

Fonte: Elaborado pelos autores, 2015.


65

6.4.5 Densidade de massa aparente no estado endurecido

A determinação da massa aparente foi realizada assim como preconiza a ABNT


NBR 13280:2005 aos 28 dias, resultando para todas as argamassas produzidas valores muito
próximos, característicos da Classe D5 definida pela ABNT NBR 13281:2005.

6.4.6 Correlações em função do teor água/cimento

O comportamento de alguns índices do estado endurecido teve grande relação


com o teor de água/cimento necessário para produzir as argamassas com índice de
consistência de 270±5 mm. Entre eles destacam-se a resistência mecânica e o módulo elástico.

Gráfico 13 - Correlação da tração na flexão, compressão e módulo elástico com o fator a/c

4 8
Compressão Tração Módulo elástico
3,5 7

Módulo elástico (GPa)


Resistência à tração e

R² = 0,97
compressão (MPa)

3 6
2,5 5
2 4
R² = 0,87
1,5 3
1 2
R² = 0,82
0,5 1
0 0
1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
fator a/c
Fonte: Elaborado pelos autores, 2015.

O coeficiente de capilaridade notadamente mostrou uma dependência ao teor de ar


incorporado, o qual, juntamente à retenção de água, ambos determinados na etapa anterior, se
relaciona linearmente com o fator água/cimento.

6.5 DESEMPENHO DO REVESTIMENTO

O revestimento foi executado por pedreiro experiente, em camada única com


acabamento sarrafeado, após a cura de chapisco fechado aplicado sobre os modelos em
formato 40x50 cm. O chapisco foi aplicado sobre os tijolos cerâmicos assentados e levemente
66

umedecidos. Ressalta-se que a aplicação do reboco, devido às diferentes características de


trabalhabilidade, foi efetuada sem controle das energias de lançamento e da espessura das
camadas lançadas.

6.5.1 Patologias observadas

Só foram observadas duas patologias nos modelos submetidos à ação climática, a


primeira foi o aparecimento de fissuras por retração nas idades iniciais e a segunda foi o
desgaste por abrasão devido à necessidade de movimentação dos modelos dentro do
laboratório.

 Fissuras por retração

A retração é o fenômeno de contração dos elementos sólidos da argamassa,


segundo Fiorito (2009) através da perda de água para o ambiente e pelas reações de hidratação
do cimento. Fiorito ainda afirma que cerca de 80% da retração das argamassas se dá até os
sete dias de idade.
A ocorrência de fissuração foi observada aos 3 dias no modelo rebocado com a
argamassa cimento:filito:areia. Percebeu-se ao todo 3 fissuras de pequena abertura com
comprimento aproximado de 10 cm cada.
Esta argamassa possui o menor módulo elástico, e a maior relação tração/módulo
elástico, portanto não se esperava sua fissuração. Por outro lado, a argamassa com filito
emprega o material estudado com maior teor de pulverulência, levando também a maior
relação água/cimento. Mattos (2001) concorda que a quantidade de água é uma das principais
causas da retração por secagem e cita também que altos teores de finos favorecem essa
retração.
67

Figura 17 - Fissuras de retração da argamassa com filito

(A) (B)

(C) (D)
a) Fissura horizontal na face 1 do modelo - b) Detalhe da fissura horizontal - c) Fissura vertical e
fissura inclinada na face 2 do modelo - d) Detalhe da fissura vertical
Fonte: Elaborada pelos autores, 2015.

 Desgaste por abrasão

A argamassa com saibro apresentou desgaste devido à movimentação do modelo


de alvenaria dentro do laboratório. As demais argamassas não demonstraram comportamento
semelhante, e a justificativa para o desgaste do revestimento com saibro pode ser explicado
pela baixa resistência mecânica dessa composição.
68

Figura 18 - Desgaste da argamassa com saibro

(A) (B)
a) Modelo revestido pela argamassa com saibro com desgaste por abrasão - b) Detalhe da patologia
Fonte: Elaborada pelos autores, 2015.

6.5.2 Resistência de aderência à tração

A resistência de aderência à tração foi ensaiada nos modelos com a idade de 28


dias, como preconiza a ABNT NBR 13528:2010. Seguem na Tabela 12 os resultados médios
de 12 determinações em cada amostra, excluídos os valores com desvio relativo superior a
30%.
Tabela 12 - Resistência de aderência à tração

Argamassas Tensão Ra (MPa) Coef. Variação


cimento:cal:areia 0,13 15,7%
cimento:filito:areia 0,22 13,2%
cimento:fíler:areia 0,33 20,4%
cimento:saibro:areia 0,17 13,4%
cimento:aditivo:areia 0,39 13,6%
Fonte: Elaborada pelos autores, 2015.

De acordo com a ABNT NBR 13749:2013 por análise das resistências de


aderência, as argamassas produzidas com cal e com saibro não se adequam à condições
normais de uso. A argamassa com filito serve à utilização apenas em paredes internas que
receberão pintura ou base para reboco, ou ainda para tetos. Por fim, as argamassas com fíler e
com aditivo plastificante não têm restrições quanto à exposição e ao acabamento recebido.
O baixo resultado de aderência encontrado para a argamassa com cal pode ter
surgido devido à molhagem excessiva do modelo no dia de aplicação do revestimento.
Durante a execução percebeu-se que a citada argamassa teve dificuldade em “puxar”,
69

atrasando também o sarrafeamento. Devido a este problema não foi realizada a molhagem dos
demais modelos revestidos.
A condição de saturação ou excesso de água segundo Bauer (2005, p.44) “pode
reduzir excessivamente a absorção do substrato e, consequentemente, reduzir a “avidez” do
material pela água da argamassa, o que prejudica a ancoragem mecânica devido à falta de
penetração de produtos de hidratação dos aglomerantes no interior dos poros”.
Essa hipótese é confirmada no pelas relações entre a resistência de aderência com
os índices: teor de água/cimento e a tração na flexão. Essas correlações excluem a argamassa
com cal por ser a única a apresentar comportamento incoerente às retas obtidas.

Gráfico 14 - Aderência a tração em função da tração na flexão

0,5
y = 0,4215x
Aderência à tração

0,4 R² = 0,972
(MPa)

0,3
0,2
0,1
0
0 0,5 1 1,5
Tração na flexão (MPa)
Fonte: Elaborado pelos autores, 2015.

Gráfico 15 - Aderência a tração em função da relação água/cimento

0,5
Aderência á tração (MPa)

y = -0,2423x + 0,7496
0,4 R² = 0,8052
0,3

0,2

0,1

0
0,0 1,0 2,0 3,0
a/c
Fonte: Elaborado pelos autores, 2015.

Faz-se notar ainda que a aderência à tração no substrato utilizado (chapisco)


atinge aproximadamente 42% da resistência total à tração de cada argamassa.
70

6.5.3 Absorção de água pelo cachimbo de permeabilidade

A absorção de água por permeabilidade das argamassas é função da quantidade e


da distribuição de poros. O índice foi mensurado para permitir a avaliação indireta da
durabilidade do revestimento, pois uma maior permeabilidade permite maior degradação
devido às variações higrotérmicas oriundas dos ciclos naturais ou antrópicos de umidificação
e secagem do revestimento. (BRAGA, 2010)
O ensaio de absorção através do cachimbo foi escolhido em detrimento do método
da ABNT NBR 15575-4:2015 que estabelece a utilização de uma grande câmara de vidro
acoplada à parede. A avaliação da absorção pelo cachimbo tem os mesmos princípios físicos e
é de mais fácil execução. Silva (2006) realizou estudo com dois cachimbos, enquanto o
Anexo G da ABNT NBR 14992:2003 especifica a utilização de três cachimbos.

A absorção de água e a permeabilidade de um revestimento podem ser


avaliadas utilizando o Método do Cachimbo no próprio local da obra; além
de ser de fácil execução e não destrutível é barato e rápido. Em revestimento
com grande incidência de fissuras e coeficiente de variação elevado, o ensaio
deverá ser reavaliado. (SILVA, 2006, p.95)

O ensaio utilizou cimento asfáltico de petróleo para vedação e estanqueidade do


cachimbo colado sobre o revestimento. Na Figura 19 podem ser conferidos detalhes.

Figura 19 - Permeabilidade pelo método do cachimbo

(A) (B)
a) Cachimbo de vidro durante ensaio - b) Montagem dos cachimbos sobre o revestimento
Fonte: Elaborada pelos autores, 2015.
71

No Gráfico 16 percebe-se a relação entre o tempo e o volume infiltrado. As curvas


são relativas à média das três determinações realizadas.

Gráfico 16 - Absorção por permeabilidade


3,5

2,5

2
Volume (cm³)

1,5 cimento:cal:areia
cimento:filito:areia
1 cimento:filler:areia
cimento:saibro:areia
0,5 cimento:aditivo:areia

0
0 250 500 750 1000
Tempo (s)

Fonte: Elaborado pelos autores, 2015.

As argamassas com fíler e com saibro foram as menos absortivas, seguidas pelas
argamassas com filito e com cal. A argamassa com aditivo foi por sua vez a que apresentou
absorção mais elevada. Através das retas de volume infiltrado em função do tempo obteve-se
os coeficientes lineares de absorção, em cm³/s. Tais coeficientes se relacionam bastante bem
com a porosidade das argamassas, como demonstrado no Gráfico 17, explicando também a
alta absorção pela argamassa com cimento e aditivo.

Gráfico 17 - Coeficiente de absorção em função da porosidade


0,03
Coeficiente de absorção

0,025
0,02
(cm³/s)

0,015
0,01
0,005 R² = 0,9511
0
30% 35% 40% 45% 50%
ar + água (%volume)
Porosidade

Fonte: Elaborado pelos autores, 2015.


72

A porosidade foi calculada, de acordo com Cardoso (2009) que entende que a
porosidade total é dada pelo teor de ar incorporado no estado fresco e pela quantidade de água
presente que não se combina quimicamente durante o desenvolvimento microestrutural do
revestimento. O autor encontrou excelente correlação entre a porosidade real e o percentual de
volume ocupado no estado fresco pelo somatório água + ar, o qual foi adotado.

6.5.4 Impacto de corpo duro

O ensaio foi realizado em adaptação ao proposto pela ABNT NBR 15575-4:2013,


para avaliação do desempenho no estado limite de serviço (ELS), admitindo a utilização da
argamassa para vedação de fachadas. O critério da norma para o ELS é a não ocorrência de
falhas e mossas de profundidade maior que 2 mm para uma energia de impacto de 3,75J. É
sugerido a utilização de uma esfera de aço de 500 g solta de uma altura de 0,75m, porém
utilizou-se uma esfera de 413 g, solta de aproximadamente 0,91m de modo a produzir a
energia de impacto normatizada.
Não foram observadas falhas em nenhum dos revestimentos, e a profundidade das
mossas se mostrou sempre inferior a 2mm, caracterizando assim as argamassas com nível de
desempenho Intermediário de acordo com a ABNT NBR 15575-4:2013.

Figura 20 - Ensaio de Impacto de corpo duro

(A) (B) (C)


73

Figura 18 - Ensaio de Impacto de corpo duro (continuação)

(D) (E)
a) Pesagem da esfera - b) Ajuste da altura de lançamento - c) Lançamento da esfera d) Esfera sobre o
revestimento impactado - e) Profundidade da mossa
Fonte: Elaborada pelos autores, 2015.

6.5.5 Comparativo financeiro

Através da pesquisa de preços no mercado de seis empresas fornecedoras dos


materiais utilizados durante este trabalho, foi possível realizar um comparativo dos valores
finais das argamassas produzidas. Para este cálculo foi utilizado o traço em massa de cada
composição, apresentado na Tabela 13.

Tabela 13 - Comparativo de preços das argamassas produzidas


Traços Densidade
Dosagem Fresca R$/m³
Cimento Material Areia Água (t/m³)
cimento:cal:areia 1000 588 8765 1900 2,00 617,23
cimento:filito:areia 1000 980 8765 2468 1,97 542,75
cimento:fíler:areia 1000 1186 8765 1864 2,00 428,89
cimento:saibro:areia 1000 1441 8765 2063 1,99 417,89
cimento:aditivo:areia 1000 4 5843 1233 1,87 366,58
Fonte: Elaborada pelos autores, 2015.

A argamassa com cal mostrou-se 68% mais cara do que a argamassa produzida
com aditivo, e tal discrepância é o principal fator regional da utilização de argamassas
hidráulicas em detrimento da argamassa mista.
74

7 CONCLUSÕES

Com a pesquisa desenvolvida, obtiveram-se conclusões satisfatórias em cada


etapa. A caracterização física dos materiais revelou a utilização de saibro com teor de
impurezas orgânicas acima do limite normatizado; revelou ainda a diversidade granulométrica
e o alto teor de pulverulência encontrado para o filito e o fíler. A etapa garantiu também a
dosagem das argamassas.
A caracterização das pastas e as comparações com os requisitos definidos para a
produção de cales hidratadas possibilitou o conhecimento da não conformidade de todos os
materiais estudados. Os índices de referência para finura e retenção de água não foram
obedecidos para todos os plastificantes, inclusive para a cal, que não se enquadrou nos
requisitos do tipo CH-III. Notou-se também que valores de retenção de água das pastas
tiveram ótima relação com a retenção das argamassas.
No estado fresco, observou-se principalmente a forte relação do consumo de água
necessário para a consistência 270 ± 5 mm com a finura dos plastificantes utilizados. O
aumento da relação água/cimento simultaneamente ao aumento no teor de finos conduziu a
menores valores do teor de ar incorporado, graças à contribuição da água no preenchimento
dos vazios. O aumento do teor de ar, por sua vez, levou à diminuição da capacidade retentiva
das argamassas.
As argamassas com filito e aditivo demonstraram os melhores perfis reológicos no
squeeze-flow e, portanto, tem maior trabalhabilidade, devido ao grande consumo de água e do
alto teor de ar, respectivamente.
A análise das argamassas no estado endurecido permitiu a visualização de boas
correlações entre a resistência à compressão e os demais índices, como a tração na flexão e o
módulo elástico. A compressão, por sua vez, foi inversamente proporcional à quantidade de
água necessária para o amassamento das argamassas.
As composições com filito e saibro apresentaram baixo módulo elástico e valores
de tração e compressão considerados adequados para revestimentos de fachadas por Veiga
(2001), entretanto as mesmas tiveram altos valores para o coeficiente de capilaridade, o que é
prejudicial à durabilidade, assim como o alto valor de absorção por imersão apresentado pela
argamassa com filito.
No estudo de desempenho as argamassas com cal e com saibro não atenderam aos
requisitos de aderência à tração e a argamassa com aditivo apresentou valor alto de absorção
por permeabilidade, descaracterizando sua estanqueidade. O ensaio de impacto de corpo duro
75

não revelou nenhuma patologia grave e, portanto, todas as argamassas obtiveram desempenho
satisfatório. Ressalta-se a ocorrência de fissuras por retração na argamassa com filito e de
desgaste do revestimento da argamassa com saibro.
Em relação aos aspectos financeiros, a argamassa com cal foi considerada
inviável, enquanto a argamassa com aditivo foi a que apresentou produção mais barata.
Para estudos futuros propõe-se a análise de diferentes traços para cada material,
maximizando sua eficiência. Sugere-se também a avaliação da microestrutura das argamassas
em relação aos índices de absorção, a avaliação da retração por secagem e variação de massa
ao longo do tempo, e a dosagem de argamassas fazendo uso das correlações presentes neste
trabalho.
76

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Determinação da densidade de massa e do teor de ar incorporado. Rio de Janeiro, 2005.

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77

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81

APÊNDICES

Nesta parte do trabalho encontram-se as tabelas de dados, e os resultados


individuais de cada ensaio.

ETAPA 01 - CARACTERIZAÇÃO FÍSICA


AREIA
Determinação da composição granulométrica
NBR NM 248 - 2001

Massa seca amostra 1 (m1): 300


Massa seca amostra 2 (m2): 300

Amostra 01 Amostra 02 Média das amostragens


Malha Verif.
Massa % Massa Massa % Massa Massa % Massa % M.ret. % Pass.
(mm) norma
retida (g) retida retida (g) retida retida (g) retida acumulad acum.
75,0 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
63,0 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
50,0 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
37,5 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
31,5 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
25,0 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
19,0 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
12,5 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
9,50 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
6,30 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
4,75 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
2,36 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
1,18 0,67 0,2% 0,72 0,2% 0,695 0,2% 0,2% 99,8% OK
0,60 6,1 2,0% 5,81 1,9% 5,955 2,0% 2,2% 97,8% OK
0,30 123,75 41,3% 124,09 41,5% 123,92 41,4% 43,6% 56,4% OK
0,15 155,99 52,0% 156,49 52,3% 156,24 52,2% 95,8% 4,2% OK
0,075 10,97 3,7% 10,89 3,6% 10,93 3,6% 99,4% 0,6% OK
Fundo 2,32 0,8% 1,28 0,4% 1,8 0,6% 100,0% 0,0% OK
299,8 299,28 299,54
Peneiras da série normal
Variação de m1 Variação de m2 * Peneiras série intermediária
-0,07% -0,24%
* A tolerância para a perda de massa definida pela
Argila + Silte Areia Pedregulho norma é de 0,3% em relação à massa inicial. A
4,2% 95,8% 0,0% tolerância entre as massas individuais de cada
peneira é de 4%.
Diâmetro máximo característico (Dmax )
0,6

Módulo de finura (MF)


1,42

Determinação da composição granulométrica


NBR NM 248 - 2001

D máx - Condiç
fórmula de ordem Curva de distribuição granulométrica
Malha Ordem
Massa ão D
Malha
procv malha D max
apoio max
PENEIRAS (mm) 0,15 0,3 0,6 1,18 2,36 4,75 9,5 19
0 0 1,18 0,998 0 75 0
4,2% 95,8% 0,0% tolerância entre as massas individuais de cada
peneira é de 4%.
Diâmetro máximo característico (Dmax )
0,6

Módulo de finura (MF) 82


1,42

Determinação da composição granulométrica


NBR NM 248 - 2001

D máx - Condiç
fórmula de ordem
Malha Ordem
Massa ão D
MalhaCurva de distribuição granulométrica
procv malha D max
apoio max
PENEIRAS (mm) 0,15 0,3 0,6 1,18 2,36 4,75 9,5 19
0 0 1,18 0,998 0 75 0
100%
0 0 75 0,6 0,978 0 63 0
0 0 63 0,3 0,564 0 50 0
0 0 50 0,15 0,042 0 37,5 0
80%
0 0 37,5 0,075 0,006 0 31,5 0
PORCENTAGEM PASSANTE

0 0 31,5 #N/D #N/D 0 25 0


0 0 25 #N/D #N/D 0 19 0
60%
0 0 19 #N/D #N/D 0 12,5 0
0 0 12,5 #N/D #N/D 0 9,5 0
0 0 9,5 #N/D #N/D 0 6,3 0
40%
0 0 6,3 #N/D #N/D 0 4,75 0
0 0 4,75 #N/D #N/D 0 2,36 0
MENOR 0 2,36 #N/D #N/D 0 1,18 0,998
20%
MENOR 1 1,18 #N/D #N/D 1 0,6 0,978
MAIOR 2 0,6 #N/D #N/D 0 0,3 0,564
MAIOR 3 0,3 #N/D #N/D 0 0,15 0,042
0%
MAIOR 4 0,15 0 0,075 0,006
0,0001 0,001 0,01 0,1 1 10 100
5 0,075
ARGILA | SILTE | AREIA | PEDREGULHO |
ESCALA NBR 6502/95 0,002 0,06 2,0 60,0

DIÂMETRO DOS GRÃOS (mm)

Determinação da massa unitária no estado solto


NBR NM 45 - 2006 - Método C

Características do recipiente Massa M. rec+solo M. solo Diferença *


Diâmetro médio (mm) 101,05 m1 4878,2 1494,1 -0,18%
Altura média (mm) 125,10 m2 4880,3 1496,2 -0,04%
Volume dimensional (mL) 1003,3 m3 4884,3 1500,2 0,22%
Massa (g) 3384,1 Média 4880,9 1496,8

Massa unitária (Kg/m3)** 1490

* A diferença percentual entre as massas de ** A massa unitária é dada com aproximação de 10


amostras e a média não pode ser maior que 1% kg/m3

Massa específica do agregado seco - Método do Frasco de Chapman


NBR NM 52 - 2003

Frasco de Chapman para A massa específica é determinada pela


determinação de massa relação dada abaixo:
específica
Bulbo Inferior 200 ml

Limite bulbo
375 ml
superior onde, ρ é a massa específica em g/cm3
Graduação limite ∆V é a variação de volume em cm 3
450 ml
do gargalo

Dados de ensaio
Volume inicial (bulbo inferior) 200
Massa unitária (Kg/m3)** 1490

* A diferença percentual entre as massas de ** A massa unitária é dada com aproximação de 10


amostras e a média não pode ser maior que 1% kg/m3
83

Massa específica do agregado seco - Método do Frasco de Chapman


NBR NM 52 - 2003

Frasco de Chapman para A massa específica é determinada pela


determinação de massa relação dada abaixo:
específica
Bulbo Inferior 200 ml

Limite bulbo
375 ml
superior onde, ρ é a massa específica em g/cm3
Graduação limite ∆V é a variação de volume em cm 3
450 ml
do gargalo

Dados de ensaio
Volume inicial (bulbo inferior) 200
Massa adicionada de solo (g) 500
Volume obtido (ml) 389,5 ρ - massa específica (g/cm3)
Variação de volume (∆V) (ml) 189,5 2,64

Determinação do material fino que passa pela peneira 0,075 mm, por lavagem
NBR NM 46 - 2003

Amostras Massa seca (g) Massa seca após lavagem (g) Pulvurulência Diferença (%)
Amostra 01 100 97,9 2,10% -0,15%
Amostra 02 100 97,6 2,40% 0,15%
Amostra 03 100 98,6 1,40% -0,85%

Média (amostras mais próximas): 2,25%

Agregado miúdo - Determinação de impurezas orgânicas


NBR NM 49 - 2001

FOTOS DA AMOSTRA

OBS:
A coloração da amostra é mais clara que a
solução padrão definida por norma, indicando a
não existência de matéria orgânica em
quantidade superior ao especificado.
84

ETAPA 01 - CARACTERIZAÇÃO FÍSICA


CAL

Determinação da massa unitária no estado solto


NBR NM 45 - 2006 - Método C

Características do recipiente Massa M. rec+amost M. amost Diferença *


Diâmetro médio (mm) 101,72 m1 4002,5 616,1 0,31%
Altura média (mm) 125,02 m2 4002,3 615,9 0,28%
Volume dimensional (mL) 1015,8 m3 3997 610,6 -0,59%
Massa (g) 3386,4 Média 4000,6 614,2

Massa unitária (Kg/m3)** 600

* A diferença percentual entre as massas de ** A massa unitária é dada com aproximação de 10


amostras e a média não pode ser maior que 1% kg/m3

Massa específica do agregado seco - Método do Frasco de Chapman


NBR NM 52 - 2003

Frasco de Chapman para A massa específica é determinada pela


determinação de massa relação dada abaixo:
específica
Bulbo Inferior 200 ml

Limite bulbo
375 ml
superior onde, ρ é a massa específica em g/cm3
Graduação limite ∆V é a variação de volume em cm3
450 ml
do gargalo

Dados de ensaio
Volume inicial (bulbo inferior) 375
Massa adicionada de solo (g) 50
Volume obtido (ml) 396 ρ - massa específica (g/cm3)
Variação de volume (∆V) (ml) 21 2,38
85

ETAPA 01 - CARACTERIZAÇÃO FÍSICA


CIMENTO

Determinação da massa unitária no estado solto


NBR NM 45 - 2006 - Método C

Características do recipiente Massa M. rec+amost M. amost Diferença *


Diâmetro médio (mm) 101,72 m1 4424,4 1038,0 0,58%
Altura média (mm) 125,02 m2 4417,8 1031,4 -0,06%
Volume dimensional (mL) 1015,8 m3 4413 1026,6 -0,52%
Massa (g) 3386,4 Média 4418,4 1032,0

Massa unitária (Kg/m3)** 1020

* A diferença percentual entre as massas de ** A massa unitária é dada com aproximação de 10


amostras e a média não pode ser maior que 1% kg/m3

Massa específica do agregado seco - Método do Frasco de Chapman


NBR NM 52 - 2003

Frasco de Chapman para A massa específica é determinada pela


determinação de massa relação dada abaixo:
específica
Bulbo Inferior 200 ml

Limite bulbo
375 ml
superior onde, ρ é a massa específica em g/cm3
Graduação limite ∆V é a variação de volume em cm3
450 ml
do gargalo

Dados de ensaio
Volume inicial (bulbo inferior) 375
Massa adicionada de solo (g) 50
Volume obtido (ml) 391,5 ρ - massa específica (g/cm3)
Variação de volume (∆V) (ml) 16,5 3,03
86

ETAPA 01 - CARACTERIZAÇÃO FÍSICA


FILITO

Determinação da composição granulométrica


NBR NM 248 - 2001

Massa seca amostra 1 (m1): 300


Massa seca amostra 2 (m2): 300

Amostra 01 Amostra 02 Média das amostragens


Malha Verif.
Massa % Massa Massa % Massa Massa % Massa % M.ret. % Pass.
(mm) norma
retida (g) retida retida (g) retida retida (g) retida acumulad acum.
75,0 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
63,0 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
50,0 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
37,5 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
31,5 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
25,0 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
19,0 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
12,5 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
9,50 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
6,30 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
4,75 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
2,36 1,7 0,6% 1,7 0,6% 1,7 0,6% 0,6% 99,4% OK
1,18 22,2 7,4% 21 7,0% 21,6 7,2% 7,8% 92,2% OK
0,60 57,9 19,3% 54,6 18,2% 56,25 18,8% 26,5% 73,5% OK
0,30 53,5 17,9% 54,5 18,2% 54 18,0% 44,6% 55,4% OK
0,15 50,3 16,8% 51,4 17,1% 50,85 17,0% 61,5% 38,5% OK
0,075 31,8 10,6% 29,6 9,9% 30,7 10,2% 71,8% 28,2% OK
Fundo 82,1 27,4% 87,1 29,0% 84,6 28,2% 100,0% 0 OK
299,5 299,9 299,7
Peneiras da série normal
Variação de m1 Variação de m2 * Peneiras série intermediária
-0,17% -0,03%
* A tolerância para a perda de massa definida pela
Argila + Silte Areia Pedregulho norma é de 0,3% em relação à massa inicial. A
38,5% 61,0% 0,6% tolerância entre as massas individuais de cada
peneira é de 4%.
Diâmetro máximo característico (Dmax )
2,36

Módulo de finura (MF)


1,41

D máx - Condiç
fórmula de ordem Curva de distribuição granulométrica
Malha Ordem
Massa ão D
Malha
procv malha D max
apoio max
PENEIRAS (mm) 0,15 0,3 0,6 1,18 2,36 4,75 9,5 19
0 0 2,36 0,994 0 75 0
100%
0 0 75 1,18 0,922 0 63 0
0 0 63 0,6 0,735 0 50 0
0 0 50 0,3 0,554 0 37,5 0
80%
0 0 37,5 0,15 0,385 0 31,5 0
E
87

D máx - Condiç
fórmula de ordem
Malha Ordem
Massa ão D
MalhaCurva de distribuição granulométrica
procv malha D max
apoio max
PENEIRAS (mm) 0,15 0,3 0,6 1,18 2,36 4,75 9,5 19
00
100% 2,36 0,994 0 75 0
0 0 75 1,18 0,922 0 63 0
0 0 63 0,6 0,735 0 50 0
0 0 50 0,3 0,554 0 37,5 0
80%
0 0 37,5 0,15 0,385 0 31,5 0
PORCENTAGEM PASSANTE

0 0 31,5 0,075 0,282 0 25 0


0 0 25 #N/D #N/D 0 19 0
60%
0 0 19 #N/D #N/D 0 12,5 0
0 0 12,5 #N/D #N/D 0 9,5 0
0 0 9,5 #N/D #N/D 0 6,3 0
40%
0 0 6,3 #N/D #N/D 0 4,75 0
MENOR 0 4,75 #N/D #N/D 1 2,36 0,994
MAIOR 1 2,36 #N/D #N/D 0 1,18 0,922
20%
MAIOR 2 1,18 #N/D #N/D 0 0,6 0,735
MAIOR 3 0,6 #N/D #N/D 0 0,3 0,554
MAIOR 4 0,3 #N/D #N/D 0 0,15 0,385
MAIOR
0% 5 0,15 0 0,075 0,282
0,0001 6 0,001
0,075 0,01 0,1 1 10 100
ARGILA | SILTE | AREIA | PEDREGULHO |
ESCALA NBR 6502/95 0,002 0,06 2,0 60,0

DIÂMETRO DOS GRÃOS (mm)

Determinação da massa unitária no estado solto


NBR NM 45 - 2006 - Método C

Características do recipiente Massa M. rec+solo M. solo Diferença *


Diâmetro médio (mm) 99,33 m1 6140,4 978,7 -0,30%
Altura média (mm) 126,87 m2 6148,4 986,7 0,52%
Volume dimensional (mL) 983,2 m3 6141,1 979,4 -0,22%
Massa (g) 5161,7 Média 6143,3 981,6

Massa unitária (Kg/m3)** 1000

* A diferença percentual entre as massas de ** A massa unitária é dada com aproximação de 10


amostras e a média não pode ser maior que 1% kg/m3

Massa específica do agregado seco - Método do Frasco de Chapman


NBR NM 52 - 2003

Frasco de Chapman para A massa específica é determinada pela


determinação de massa relação dada abaixo:
específica
Bulbo Inferior 200 ml

Limite bulbo
375 ml
superior onde, ρ é a massa específica em g/cm 3
Graduação limite ∆V é a variação de volume em cm 3
450 ml
do gargalo

Dados de ensaio
Massa unitária (Kg/m3)** 1000

* A diferença percentual entre as massas de ** A massa unitária é dada com aproximação de 10


amostras e a média não pode ser maior que 1% kg/m3

88

Massa específica do agregado seco - Método do Frasco de Chapman


NBR NM 52 - 2003

Frasco de Chapman para A massa específica é determinada pela


determinação de massa relação dada abaixo:
específica
Bulbo Inferior 200 ml

Limite bulbo
375 ml
superior onde, ρ é a massa específica em g/cm 3
Graduação limite ∆V é a variação de volume em cm 3
450 ml
do gargalo

Dados de ensaio
Volume inicial (bulbo inferior) 200
Massa adicionada de solo (g) 500
Volume obtido (ml) 428 ρ - massa específica (g/cm3)
Variação de volume (∆V) (ml) 228 2,19

Determinação do material fino que passa pela peneira 0,075 mm, por lavagem
NBR NM 46 - 2003

Amostras Massa seca (g) Massa seca após lavagem (g) Pulvurulência Diferença (%)
Amostra 01 100 16,5 83,50% 1,85%
Amostra 02 100 20,2 79,80% -1,85%
Amostra 03 100 6 94,00% 12,35%

Média (amostras mais próximas): 81,65%

Agregado miúdo - Determinação de impurezas orgânicas


NBR NM 49 - 2001

FOTOS DA AMOSTRA

OBS:
A coloração da amostra é mais clara que a
solução padrão definida por norma, indicando a
não existência de matéria orgânica em
quantidade superior ao especificado.
89

ETAPA 01 - CARACTERIZAÇÃO FÍSICA


FÍLER

Determinação da composição granulométrica


NBR NM 248 - 2001

Massa seca amostra 1 (m1): 300


Massa seca amostra 2 (m2): 300

Amostra 01 Amostra 02 Média das amostragens


Malha Verif.
Massa % Massa Massa % Massa Massa % Massa % M.ret. % Pass.
(mm) norma
retida (g) retida retida (g) retida retida (g) retida acumulad acum.
75,0 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
63,0 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
50,0 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
37,5 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
31,5 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
25,0 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
19,0 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
12,5 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
9,50 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
6,30 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
4,75 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
2,36 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
1,18 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
0,60 4,6 1,5% 5,2 1,7% 4,9 1,6% 1,6% 98,4% OK
0,30 7,8 2,6% 8 2,7% 7,9 2,6% 4,3% 95,7% OK
0,15 24,8 8,3% 24,8 8,3% 24,8 8,3% 12,5% 87,5% OK
0,075 55 18,4% 63,9 21,3% 59,45 19,8% 32,4% 67,6% OK
Fundo 207,3 69,2% 197,9 66,0% 202,6 67,6% 100,0% 0 OK
299,5 299,8 299,65
Peneiras da série normal
Variação de m1 Variação de m2 * Peneiras série intermediária
-0,17% -0,07%
* A tolerância para a perda de massa definida pela
Argila + Silte Areia Pedregulho norma é de 0,3% em relação à massa inicial. A
87,5% 12,5% 0,0% tolerância entre as massas individuais de cada
peneira é de 4%.
Diâmetro máximo característico (Dmax )
0,3

Módulo de finura (MF)


0,18
90

D máx - Condiç
fórmula de ordem
Malha Ordem
Massa ão D
MalhaCurva de distribuição granulométrica
procv malha D max
apoio max
PENEIRAS (mm) 0,15 0,3 0,6 1,18 2,36 4,75 9,5 19
0 0 0,6 0,984 0 75 0
100%
0 0 75 0,3 0,957 0 63 0
0 0 63 0,15 0,875 0 50 0
0 0 50 0,075 0,676 0 37,5 0
80%
0 0 37,5 #N/D #N/D 0 31,5 0
PORCENTAGEM PASSANTE

0 0 31,5 #N/D #N/D 0 25 0


0 0 25 #N/D #N/D 0 19 0
60% #N/D
0 0 19 #N/D 0 12,5 0
0 0 12,5 #N/D #N/D 0 9,5 0
0 0 9,5 #N/D #N/D 0 6,3 0
40%
0 0 6,3 #N/D #N/D 0 4,75 0
0 0 4,75 #N/D #N/D 0 2,36 0
0 0 2,36 #N/D #N/D 0 1,18 0
20%
MENOR 0 1,18 #N/D #N/D 0 0,6 0,984
MENOR 1 0,6 #N/D #N/D 1 0,3 0,957
MAIOR 2 0,3 #N/D #N/D 0 0,15 0,875
MAIOR
0% 3 0,15 0 0,075 0,676
0,0001 4 0,001
0,075 0,01 0,1 1 10 100
ARGILA | SILTE | AREIA | PEDREGULHO |
ESCALA NBR 6502/95 0,002 0,06 2,0 60,0

DIÂMETRO DOS GRÃOS (mm)

Determinação da massa unitária no estado solto


NBR NM 45 - 2006 - Método C

Características do recipiente Massa M. rec+solo M. solo Diferença *


Diâmetro médio (mm) 99,60 m1 6360 1198,2 0,46%
Altura média (mm) 126,87 m2 6352,4 1190,6 -0,18%
Volume dimensional (mL) 988,5 m3 6351,2 1189,4 -0,28%
Massa (g) 5161,8 Média 6354,5 1192,7

Massa unitária (Kg/m3)** 1210

* A diferença percentual entre as massas de ** A massa unitária é dada com aproximação de 10


amostras e a média não pode ser maior que 1% kg/m3
91

Massa específica do agregado seco - Método do Frasco de Chapman


NBR NM 52 - 2003

Frasco de Chapman para A massa específica é determinada pela


determinação de massa relação dada abaixo:
específica
Bulbo Inferior 200 ml

Limite bulbo
375 ml
superior onde, ρ é a massa específica em g/cm3
Graduação limite ∆V é a variação de volume em cm3
450 ml
do gargalo

Dados de ensaio
Volume inicial (bulbo inferior) 200
Massa adicionada de solo (g) 500
Volume obtido (ml) 393 ρ - massa específica (g/cm3)
Variação de volume (∆V) (ml) 193 2,59

Determinação do material fino que passa pela peneira 0,075 mm, por lavagem
NBR NM 46 - 2003

Amostras Massa seca (g) Massa seca após lavagem (g) Pulvurulência Diferença (%)
Amostra 01 100 25 75,00% -0,10%
Amostra 02 100 24,8 75,20% 0,10%
Amostra 03 100 53,6 46,40% -28,70%

Média (amostras mais próximas): 75,10%

Agregado miúdo - Determinação de impurezas orgânicas


NBR NM 49 - 2001

FOTOS DA AMOSTRA

OBS:
A coloração da amostra é mais clara que a
solução padrão definida por norma, indicando a
não existência de matéria orgânica em
quantidade superior ao especificado.
92

ETAPA 01 - CARACTERIZAÇÃO FÍSICA


SAIBRO

Determinação da composição granulométrica


NBR NM 248 - 2001

Massa seca amostra 1 (m1): 300


Massa seca amostra 2 (m2): 300

Amostra 01 Amostra 02 Média das amostragens


Malha Verif.
Massa % Massa Massa % Massa Massa % Massa % M.ret. % Pass.
(mm) norma
retida (g) retida retida (g) retida retida (g) retida acumulad acum.
75,0 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
63,0 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
50,0 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
37,5 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
31,5 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
25,0 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
19,0 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
12,5 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
9,50 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
6,30 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
4,75 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
2,36 0 0 0 0 0 0 0 0 OK
1,18 2,8 0,9% 2,7 0,9% 2,75 0,9% 0,9% 99,1% OK
0,60 20,9 7,0% 15,1 5,0% 18 6,0% 6,9% 93,1% OK
0,30 105 35,1% 97,1 32,4% 101,05 33,7% 40,7% 59,3% OK
0,15 118,7 39,7% 127,4 42,5% 123,05 41,1% 81,8% 18,2% OK
0,075 42,5 14,2% 48,2 16,1% 45,35 15,1% 96,9% 3,1% OK
Fundo 9,4 3,1% 9,1 3,0% 9,25 3,1% 100,0% 0 OK
299,3 299,6 299,45
Peneiras da série normal
Variação de m1 Variação de m2 * Peneiras série intermediária
-0,23% -0,13%
* A tolerância para a perda de massa definida pela
Argila + Silte Areia Pedregulho norma é de 0,3% em relação à massa inicial. A
18,2% 81,8% 0,0% tolerância entre as massas individuais de cada
peneira é de 4%.
Diâmetro máximo característico (Dmax )
1,18

Módulo de finura (MF)


1,30
93

D máx - Condiç
fórmula de ordem
Malha Ordem
Massa ão D
MalhaCurva de distribuição granulométrica
procv malha D max
apoio max
PENEIRAS (mm) 0,15 0,3 0,6 1,18 2,36 4,75 9,5 19
0 0 1,18 0,991 0 75 0
100%
0 0 75 0,6 0,931 0 63 0
0 0 63 0,3 0,593 0 50 0
0 0 50 0,15 0,182 0 37,5 0
80%
0 0 37,5 0,075 0,031 0 31,5 0
PORCENTAGEM PASSANTE

0 0 31,5 #N/D #N/D 0 25 0


0 0 25 #N/D #N/D 0 19 0
60% #N/D
0 0 19 #N/D 0 12,5 0
0 0 12,5 #N/D #N/D 0 9,5 0
0 0 9,5 #N/D #N/D 0 6,3 0
40%
0 0 6,3 #N/D #N/D 0 4,75 0
0 0 4,75 #N/D #N/D 0 2,36 0
MENOR 0 2,36 #N/D #N/D 1 1,18 0,991
20%
MAIOR 1 1,18 #N/D #N/D 0 0,6 0,931
MAIOR 2 0,6 #N/D #N/D 0 0,3 0,593
MAIOR 3 0,3 #N/D #N/D 0 0,15 0,182
MAIOR
0% 4 0,15 0 0,075 0,031
0,0001 5 0,001
0,075 0,01 0,1 1 10 100
ARGILA | SILTE | AREIA | PEDREGULHO |
ESCALA NBR 6502/95 0,002 0,06 2,0 60,0

DIÂMETRO DOS GRÃOS (mm)

Determinação da massa unitária no estado solto


NBR NM 45 - 2006 - Método C

Características do recipiente Massa M. rec+solo M. solo Diferença *


Diâmetro médio (mm) 101,00 m1 4871,7 1470,8 -0,06%
Altura média (mm) 125,27 m2 4871,1 1470,2 -0,10%
Volume dimensional (mL) 1003,6 m3 4874,8 1473,9 0,15%
Massa (g) 3400,9 Média 4872,5 1471,6

Massa unitária (Kg/m3)** 1470

* A diferença percentual entre as massas de ** A massa unitária é dada com aproximação de 10


amostras e a média não pode ser maior que 1% kg/m3
94

Massa específica do agregado seco - Método do Frasco de Chapman


NBR NM 52 - 2003

Frasco de Chapman para A massa específica é determinada pela


determinação de massa relação dada abaixo:
específica
Bulbo Inferior 200 ml

Limite bulbo
375 ml
superior onde, ρ é a massa específica em g/cm3
Graduação limite ∆V é a variação de volume em cm3
450 ml
do gargalo

Dados de ensaio
Volume inicial (bulbo inferior) 200
Massa adicionada de solo (g) 500
Volume obtido (ml) 394 ρ - massa específica (g/cm3)
Variação de volume (∆V) (ml) 194 2,58

Determinação do material fino que passa pela peneira 0,075 mm, por lavagem
NBR NM 46 - 2003

Amostras Massa seca (g) Massa seca após lavagem (g) Pulvurulência Diferença (%)
Amostra 01 120 110,3 8,08% 0,00%
Amostra 02 120 110,3 8,08% 0,00%
Amostra 03 120 110,5 7,92% -0,17%

Média (amostras mais próximas): 8,08%

Agregado miúdo - Determinação de impurezas orgânicas


NBR NM 49 - 2001

FOTOS DA AMOSTRA

OBS:
A coloração da amostra é mais escura que a
solução padrão definida por norma. Há
presença de matéria orgânica em quantidade
superior ao especificado.
95

ETAPA 02 - CARACTERIZAÇÃO DAS PASTAS

Água da pasta de consistência normal


Amostra Massa (g) Água (ml) água/sólidos Penetração
(mm)
Cimento + 185,0 37,0% 19
Aditivo
Cal 330,0 66,0% 20
500,0
Filito 135,0 27,0% 22
Fíler 330,0 66,0% 19
Saibro 125,0 25,0% 19

Finura
Peneira Amostra Cal Cimento Filito Filler Saibro Requisitos
1 3,08 0,00 1,33 0,61 1,13
2 2,75 0,00 1,39 0,72 1,81
# 30 3 2,85 0,00 0,94 0,73 1,00
Média 2,89 0,00 1,22 0,69 1,31
FINURA 5,79% 0,00% 2,44% 1,37% 2,63% 0,50%
1 13,69 1,85 6,81 10,64 45,87
2 13,43 1,92 7,33 10,99 44,70
# 200 3 13,72 2,05 7,38 11,02 45,61
Média 13,61 1,94 7,17 10,88 45,39
FINURA 33,01% 3,88% 16,79% 23,14% 93,41% 15,00%

Consistência Consistência Retenção


Argamassa padrão Água (ml) Retenção
inicial (mm) final (mm) média
206 178 65,4%
Cal 365 68,8%
206 183,5 72,2%
215 206,5 90,6%
Filito 450 92,0%
202 197 93,5%
209 197 85,7%
Filler 310 86,6%
205 195 87,5%
205 173 60,0%
Saibro 400 60,1%
213 178 60,2%
208 157 38,6%
Cimento + aditivo 270 38,2%
207 156 37,8%
96

ETAPA 03 - ARGAMASSAS NO ESTADO FRESCO

Consistência
água/ água/ Consistência
Argamassas Água (ml) água/sólidos
cimento aglomerante (mm)
cimento:cal:areia 458,9 1,90 1,20 1,20 265
cimento:filito:areia 575 2,47 - 1,25 269
cimento:filler:areia 425 1,86 - 0,85 272
cimento:saibro:areia 460 2,06 - 0,85 267
cimento:aditivo:areia 450 1,23 1,23 1,23 271

Densidade de massa
Volume Massa de Densidade de Densidade Teor de ar
Argamassas
(cm³) argamassa (g) massa (g/cm³) teórica incorporado
cimento:cal:areia 1000 1997,3 1,997 2,114 5,50%
cimento:filito:areia 1000 1972,9 1,973 2,012 1,94%
cimento:filler:areia 1000 2004,1 2,004 2,146 6,63%
cimento:saibro:areia 1000 1992 1,992 2,116 5,85%
cimento:aditivo:areia 1000 1870,9 1,871 2,138 12,50%

Retenção de água
Massa do Massa do
Massa após fator água/ Retenção de
Argamassas conjunto conjunto com
sucção argamassa água
vazio argamassa
cimento:cal:areia 1564,0 2778,4 2729,9 0,155 74,2%
cimento:filito:areia 1567,8 2779,4 2757,9 0,187 90,5%
cimento:filler:areia 1561,7 2742,3 2693,6 0,145 71,6%
cimento:saibro:areia 1567,2 2715,2 2669,8 0,155 74,6%
cimento:aditivo:areia 1567,1 2692,9 2634,0 0,153 65,7%
Absorção de água por capilaridade (g/cm²) Coeficiente de Coeficiente de capilaridade
Argamassas Massa (g) Absorção (g/cm²) capilaridade médio corrigido
0 min 10 min 40 min 90 min 10 min 40 min 90 min (g/cm².min¹ /²) (g/cm².min¹ /²)
445,6 458 469,1 477,9 0,77 1,47 2,02 1,24
cimento:cal:areia 445,9 457,7 467,5 475,3 0,74 1,35 1,84 1,10 1,11
455,2 466,2 475,1 482 0,69 1,24 1,68 0,99
428,1 443,2 457,1 472,9 0,94 1,81 2,80 1,86
cimento:filito:areia 428,1 443,2 456,7 472,4 0,94 1,79 2,77 1,83 1,83
423,7 439,2 453 467,9 0,97 1,83 2,76 1,79
456,5 468,5 479,5 488,2 0,75 1,44 1,98 1,23
cimento:filler:areia 465,1 477,1 487,1 495,1 0,75 1,38 1,88 1,13 1,20
458,5 469,9 480,9 489,9 0,71 1,40 1,96 1,25
424,5 437,4 448,2 456,5 0,81 1,48 2,00 1,19
cimento:saibro:areia 419,3 434,6 447,1 456,7 0,96 1,74 2,34 1,38 1,26
422,2 437,1 448 456,6 0,93 1,61 2,15 1,22
408,2 419,2 428,1 434,1 0,69 1,24 1,62 0,93
cimento:aditivo:areia 408,5 419 427,7 433,8 0,66 1,20 1,58 0,93 0,94
405,9 416,9 426,1 432,5 0,69 1,26 1,66 0,98
ETAPA 04 - ARGAMASSAS NO ESTADO ENDURECIDO
97
Densidade de massa aparente
Dimensões (mm) Densidade Densidade
Argamassas Volume (cm³) Massa (g)
cimento:cal:areia
Argamassas

Comprimento Largura Altura (kg/m³) média (kg/m³)


cimento:filler:areia
cimento:filito:areia

cimento:saibro:areia
cimento:aditivo:areia

159,7 40,15 39,6 253,9 454,5 1790


cimento:cal:areia 159,55 40,15 40 256,2 453,3 1769 1765
159,8 40,2 39,5 253,7 440,4 1736
159,45 40 39,65 252,9 428,7 1695
333
336,8
352,8
347,7
347,7

cimento:filito:areia 159,5 40,65 39,65 257,1 439,7 1710 1694


159,45 40,05 39,75 253,8 425,8 1677
160,2 40,2 40 257,6 453,8 1762
cimento:filler:areia 160,55 40,2 39,9 257,5 455,6 1769 1767
160,1 40,15 40,2 258,4 457,4 1770
Absorção por imersão

160,5 39,8 40,35 257,8 424,0 1645


388
398

386,9
397,6
408,3

cimento:saibro:areia 160,5 39,9 40,3 258,1 427,3 1656 1644


160,55 39,85 40,2 257,2 419,8 1632
Massa seca (g) Massa saturada (g)

160,35 39 40,4 252,6 404,1 1599


cimento:aditivo:areia 160,45 39 40,2 251,6 403,5 1604 1594
160,3 39,3 40,15 252,9 399,2 1578
16,5%
14,9%
12,7%
17,4%
14,5%
Absorção (%)
98
99

Ensaio de resistência à flexão


3 dias
cimento:cal:areia 0,21 0,16 0,24 0,20
cimento:filito:areia 0,21 0,22 0,24 0,22
cimento:filler:areia - 0,43 0,46 0,45
cimento:saibro:areia 0,26 0,18 0,22 0,22
cimento:aditivo:areia 0,69 0,51 0,66 0,62
7 dias
cimento:cal:areia 0,43 0,40 0,45 0,43
cimento:filito:areia 0,32 0,34 0,35 0,34
cimento:filler:areia 0,53 0,54 0,54 0,54
cimento:saibro:areia 0,32 0,22 0,35 0,30
cimento:aditivo:areia 1,14 1,10 0,96 1,07
28 dias
cimento:cal:areia 0,82 0,72 0,64 0,73
cimento:filito:areia - 0,48 0,56 0,52
cimento:filler:areia - 0,67 0,77 0,72
cimento:saibro:areia - 0,43 0,46 0,45
cimento:aditivo:areia 1,04 1,18 1,04 1,09
70 dias
cimento:cal:areia 1,01 1,15 1,17 1,11
cimento:filito:areia 0,54 0,58 0,50 0,54
cimento:filler:areia 1,30 1,07 1,07 1,15
cimento:saibro:areia 0,58 0,50 0,53 0,54
cimento:aditivo:areia 1,30 1,09 1,10 1,16
100

Resistência à compressão

cimento:cal:areia cimento:saibro:areia
Idade 3 dias 7 dias 28 dias 70 dias Idade 3 dias 7 dias 28 dias 70 dias
CP1 0,34 1,12 1,48 2,76 CP1 0,64 0,67 0,77 1,05
CP2 0,42 1,14 1,75 2,38 CP2 0,58 0,79 0,69 0,65
CP3 0,39 1,05 1,24 2,63 CP3 0,54 0,79 0,74 0,67
CP4 0,38 1,19 1,71 2,8 CP4 0,52 0,87 0,84 0,57
CP5 0,46 1,21 1,41 2,44 CP5 0,55 0,69 0,88 0,65
CP6 0,41 1,13 1,59 2,59 CP6 0,54 0,93 0,82 0,78
Média 0,40 1,14 1,53 2,60 Média 0,56 0,79 0,79 0,73
cimento:filito:areia cimento:aditivo:areia
Idade 3 dias 7 dias 28 dias 70 dias Idade 3 dias 7 dias 28 dias 70 dias
CP1 0,44 0,86 0,99 0,96 CP1 1,6 2,43 2,31 2,93
CP2 0,43 0,87 0,88 0,99 CP2 1,48 2,49 2,45 2,48
CP3 0,42 0,72 0,8 0,85 CP3 1,14 2,67 2,29 2,95
CP4 0,41 0,78 0,78 0,99 CP4 1,43 2,32 2,49 2,58
CP5 0,44 0,8 0,74 0,97 CP5 1,42 2,3 2,52 2,53
CP6 0,48 0,77 0,8 1,04 CP6 1,13 2,23 2,43 2,58
Média 0,44 0,80 0,83 0,97 Média 1,37 2,41 2,42 2,68
cimento:filler:areia
Idade 3 dias 7 dias 28 dias 70 dias
CP1 1,17 1,7 1,31 2,17
CP2 1,14 1,54 1,51 2,48
CP3 0,99 1,64 1,3 2,33
CP4 1 1,39 1,31 2,46
CP5 1,02 1,33 1,24 1,98
CP6 0,77 1,34 1,45 2,6
Média 1,02 1,49 1,35 2,34

Determinação do módulo elástico dinâmico


Velocidade Densidade aparente E - módulo E - módulo elástico
Argamassas Tempo (µs)
(mm/µs) (kg/m³) elástico (MPa) médio (MPa)
CP 1 93,9 1,70 1790 4677
cimento:cal:areia CP 2 91,3 1,75 1769 4890 5106
CP 3 83,4 1,92 1736 5750
CP 1 126,4 1,27 1695 2444
cimento:filito:areia CP 2 116,7 1,37 1710 2893 2420
CP 3 141,8 1,13 1677 1922
CP 1 88,8 1,80 1762 5148
cimento:filler:areia CP 2 82,7 1,93 1769 5959 5450
CP 3 88,2 1,81 1770 5242
CP 1 98,2 1,63 1645 3930
cimento:saibro:areia CP 2 102,3 1,56 1656 3646 3774
CP 3 100,2 1,60 1632 3745
CP 1 69,2 2,31 1599 7696
cimento:aditivo:areia CP 2 69,8 2,29 1604 7586 7432
CP 3 72 2,22 1578 7014
101

ETAPA 05 - DESEMPENHO
Resistência de aderência à tração

CAL
Forma de ruptura (%)
Carga de Tensão Ra Validade do
nº Bloco/ Arg Cola
ruptura (kgf) (MPa) Bloco Chap. Arg. ensaio
Chap /Cola /Past
1 23 0,11 0% 0% 50% 50% 0% 0% OK
2 27 0,13 0% 0% 20% 80% 0% 0% OK
3 25 0,12 0% 0% 30% 70% 0% 0% OK
4 23 0,11 0% 0% 50% 50% 0% 0% OK
5 34 0,17 0% 0% 10% 90% 0% 0% OK
6 36 0,18 0% 0% 0% 100% 0% 0% OK
7 30 0,15 0% 0% 0% 100% 0% 0% OK
8 23 0,11 0% 0% 0% 100% 0% 0% OK
9 40 0,20 0% 0% 10% 90% 0% 0% OK
10 34 0,17 0% 0% 0% 100% 0% 0% OK
11 24 0,12 0% 0% 0% 100% 0% 0% OK
12 24 0,12 0% 0% 20% 80% 0% 0% OK
MÉDIA 28,6 0,14
COEF. DE VARIAÇÃO 20,1%

FILITO
Forma de ruptura (%)
Carga de Tensão Ra Validade do
nº Bloco/ Arg Cola
ruptura (kgf) (MPa) Bloco Chap. Arg. ensaio
Chap /Cola /Past
1 53 0,26 0% 0% 0% 100% 0% 0% OK
2 44 0,22 0% 0% 0% 0% 100% 0% OK
3 51 0,25 0% 0% 30% 70% 0% 0% OK
4 47 0,23 0% 0% 0% 100% 0% 0% OK
5 41 0,20 0% 0% 10% 90% 0% 0% OK
6 45 0,22 0% 0% 20% 80% 0% 0% OK
7 41 0,20 0% 0% 0% 100% 0% 0% OK
8 35 0,17 0% 0% 30% 70% 0% 0% OK
9 21 0,10 0% 0% 0% 100% 0% 0% OK
10 48 0,24 0% 0% 30% 70% 0% 0% OK
11 29 0,14 0% 0% 30% 70% 0% 0% OK
12 35 0,17 0% 0% 30% 70% 0% 0% OK
MÉDIA 40,8 0,20
COEF. DE VARIAÇÃO 22,0%
102

FÍLER
Forma de ruptura (%)
Carga de Tensão Ra Validade do
nº Bloco/ Arg Cola
ruptura (kgf) (MPa) Bloco Chap. Arg. ensaio
Chap /Cola /Past
2 83 0,41 0% 0% 0% 100% 0% 0% OK
3 77 0,38 0% 0% 0% 100% 0% 0% OK
4 48 0,24 0% 0% 0% 100% 0% 0% OK
5 41 0,20 0% 0% 0% 100% 0% 0% OK
6 81 0,40 0% 0% 20% 80% 0% 0% OK
7 53 0,26 0% 0% 0% 100% 0% 0% OK
8 85 0,42 0% 0% 0% 100% 0% 0% OK
9 73 0,36 60% 0% 0% 40% 0% 0% OK
10 60 0,30 0% 0% 0% 100% 0% 0% OK
11 50 0,25 0% 0% 0% 100% 0% 0% OK
12 59 0,29 0% 0% 0% 100% 0% 0% OK
MÉDIA 64,5 0,32
COEF. DE VARIAÇÃO 23,3%

SAIBRO
Forma de ruptura (%)
Carga de Tensão Ra Validade do
nº Bloco/ Arg Cola
ruptura (kgf) (MPa) Bloco Chap. Arg. ensaio
Chap /Cola /Past
1 46 0,23 0% 0% 0% 100% 0% 0% OK
2 39 0,19 0% 0% 0% 100% 0% 0% OK
3 35 0,17 0% 0% 0% 100% 0% 0% OK
4 24 0,12 0% 0% 20% 80% 0% 0% OK
5 21 0,10 0% 0% 40% 60% 0% 0% OK
6 29 0,14 0% 0% 0% 100% 0% 0% OK
7 29 0,14 0% 0% 0% 100% 0% 0% OK
8 17 0,08 0% 0% 20% 80% 0% 0% OK
9 31 0,15 0% 0% 0% 100% 0% 0% OK
10 31 0,15 0% 0% 0% 100% 0% 0% OK
11 48 0,24 0% 0% 20% 80% 0% 0% OK
12 41 0,20 0% 0% 0% 100% 0% 0% OK
MÉDIA 32,6 0,16
COEF. DE VARIAÇÃO 28,3%
103

ADITIVO
Carga de Tensão Ra Forma de ruptura (%) Validade do

ruptura (kgf) (MPa) Bloco Bloco/ Chap. Arg. Arg Cola ensaio
1 67 0,33 100% 0% 0% 0% 0% 0% OK
2 116 0,58 0% 0% 0% 100% 0% 0% OK
3 89 0,44 60% 0% 20% 20% 0% 0% OK
4 174 0,87 0% 0% 0% 100% 0% 0% OK
5 71 0,35 0% 0% 0% 100% 0% 0% OK
6 96 0,48 0% 0% 0% 100% 0% 0% OK
7 66 0,33 0% 20% 40% 40% 0% 0% OK
8 122 0,61 0% 0% 0% 100% 0% 0% OK
9 74 0,37 100% 0% 0% 0% 0% 0% OK
10 56 0,28 80% 0% 20% 0% 0% 0% OK
11 123 0,61 0% 0% 0% 100% 0% 0% OK
12 80 0,40 60% 0% 0% 40% 0% 0% OK
MÉDIA 94,5 0,47
COEF. DE VARIAÇÃO 34,3%

Permeabilidade pelo cachimbo


Infiltração - Tempo (s) x Volume (ml)
Volume inflitrado (ml)
Argamassas
1 1,5 2 2,5 3
CP 1 120 190 260 340 420
CP 2 105 155 210 270 330
cimento:cal:areia
CP 3 115 180 245 315 390
Média 113,3 175,0 238,3 308,3 380,0
CP 1 140 220 315 420 510
CP 2 130 200 270 350 420
cimento:filito:areia
CP 3 125 200 280 365 445
Média 131,7 206,7 288,3 378,3 458,3
CP 1 270 450 645 870 1110
CP 2 265 395 560 720 910
cimento:filler:areia
CP 3 170 280 380 490 620
Média 235,0 375,0 528,3 693,3 880,0
CP 1 140 240 350 480 630
CP 2 90 155 225 300 390
cimento:saibro:areia
CP 3 240 390 585 780 975
Média 156,7 261,7 386,7 520,0 665,0
CP 1 16 19 22 26 30
CP 2 38 60 85 110 145
cimento:aditivo:areia
CP 3 45 70 95 130 170
Média 33,0 49,7 67,3 88,7 115,0
Cotação orçamentária
Preços (R$) Preço unitário
MATERIAL MASSA (kg) Preço médio
Loja 1 Loja 2 Loja 3 Loja 4 Loja 5 Loja 6 (R$/kg)
Cimento 50 19,50 - 19,00 21,00 - - 19,83 0,40
Cal CHIII 8 7,15 - - - 5,10 - 6,13 0,77
Filito 17 - 5,50 - 5,00 4,50 - 5,00 0,29
Fíler 1000 - - - - - 65,00 65,00 0,07
Saibro 1470 50,00 60,00 55,00 45,00 45,00 - 51,00 0,03
Aditivo 1 - - 8,00 - - - 8,00 8,00
Areia fina 1490 69,90 65,00 68,00 60,00 65,00 - 65,58 0,04
104

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