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Joinville – SC
Introdução
Uma função importante do estágio de saída é dar ao amplificador uma baixa resistência para
que possa entregar o sinal à carga o maior ganho possível. Como o estágio de saída é a etapa final do
amplificador e costuma ter sinais relativamente grandes, os modelos e aproximações para pequenos
sinais devem ser usados com muito cuidado.
A linearidade continua sendo uma exigência muito importante. Nesses casos, uma medida da
qualidade do projeto do estágio de saída a distorção harmônica total. É o valor eficaz dos
componentes harmônicos excluindo a fundamental.
Uma exigência no projeto do estágio de saída é que entregue à carga a quantidade de
potência de uma forma eficiente. Isto quer dizer que a potência dissipada nos transistores no estágio
de saída deve ser a mais baixa possível, esta exigência se origina principalmente no fato de que a
potência dissipada no transistor eleva a temperatura na união interna e há uma máxima (entre 150
ºC e 200 ºC), acima disso o transistor se destrói.
Outra razão de para que seja necessária uma elevada eficiência é o prolongamento na duração das
baterias empregadas em circuitos alimentados com bateria, para permitir uma fonte de alimentação
menor ou para que não seja necessária a utilização de ventiladores de esfriamento.
Um amplificador de potência é simplesmente um amplificador com um estágio de saída de alta
potência.
a. Estágio Classe A:
É polarizado com uma corrente maior do que a amplitude de corrente do sinal. Então o
transistor conduz durante o ciclo completo do sinal de entrada, ou seja, o ângulo de condução é
360⁰.
b. Estágio Classe B:
É polarizado com corrente zero de DC, assim o transistor só conduz metade do ciclo da onda
senoidal de entrada. O ângulo de condução é de 180⁰.
Figura 2. Comportamento da corrente Ic para estágio classe B
Implica a polarização do transistor a uma corrente DC distinta de zero, muito menor que a
corrente de pico do sinal da onda senoidal. Como resultado o transistor conduz num intervalo um
pouco maior de meio ciclo. O ângulo de condução maior que 180⁰, mas muito menor que 360⁰.
Estes amplificadores são utilizados como estágios de saída de amp ops e amplificadores de potência
de áudio.
Seguidor de emissor Q1 polarizado com uma corrente I constante, fornecida pelo transistor Q2:
= +
A corrente I deve ser maior que a corrente negativa mais alta da carga, para que Q1 não entre em
corte.
Transferência do seguidor de emissor:
= −
A tensão de saída mais baixa é obtida quando a corrente I for maior que a amplitude de corrente da
carga correspondente:
Resumo:
Exercício: Para o seguidor da figura 4, suponha Vcc=15V, Vce=0,2V, Vbe=0,7V e β muito alto.
Calcule o valor de R que estabelecerá uma corrente de polarização suficientemente alta para permitir
a excursão, a maior possível, do sinal de saída para RL= 1kΩ. Determine a excursão do sinal de saída
resultante e as correntes máxima e mínima do emissor.
- Cálculo de R:
Para obtermos a máxima excursão possível de sinal precisamos produzir uma corrente de polarização
I constante que coloque a região de corte de Q1 na mesma da saturação de Q2
Logo:
= − ×
−14,8 = − × 1!
= 14,8"
Sabemos também que β é muito grande, logo vamos considerar que ib≈0mA. Também vamos
considerar que Q3 é um espelho de corrente e que por ele passa a corrente I.
Tendo a corrente I só precisamos do valor da tensão na base de Q2 para determinarmos a
resistência.
# −14,3
= = = 966,2Ω
−14,8
- Excursão de sinal:
Para vomín:
= + = 14,8 − 14,8 = 0,0"
Para vomáx:
= + = 14,8 + 14,8 = 29,6"
Se olharmos a curva de entrada pela saída (
0 ), veremos que o sinal de saída 3 poderá
excursionar desde até – , como está mostrado na figura 7-a, desde que se escolha o ponto de
polarização adequada. Se esta condição é satisfeita a tensão do transistor Q1 será 5 = −
.
Assumindo ainda que a corrente que passa pelo transistor Q2 é tal que temos uma corrente na
carga no seu máximo negativo (o que também faz parte da melhor excursão de sinal), teremos então
que a corrente terá a mesma forma de onda da saída 3 mas acrescido de um valor , como pode
ser visto na figura 7-c abaixo:
4. Dissipação de Potência
Conseguimos aqui garantir então que o transístor 61 esteja sempre na região ativa de operação.
Como temos o sinal de 5 , que é a tensão aplicada no transístor ao longo do tempo, e da corrente
, que é a corrente que circula pelo transístor, podemos dizer que a potência dissipada no
transístor será um produto das mesmas, ou seja: 78 = 5 . Então, basta multiplicarmos ponto
a ponto os gráficos de tensão e corrente, e teremos o gráfico de potência, mostrado na figura 7-d.
Através dele, é nítido que o maior valor de potência instantânea dissipado pelo transístor é
789:; = . Fazendo a mesma análise para 62, sabemos que sua corrente será constante e de
valor . Como a tensão 5< = 3 + == , teremos então 78< = =< , com máximo instantâneo de
tensão em 5<9:; = −2== . Então, em módulo, a potência máxima dissipada por 62 será
>3²
78<9:; = 2. Temos ainda uma potência instantânea na carga igual a 7 = @ .
A (B9C)
Exemplo: Considerando o circuito seguidor de emissor mostrado na figura 4 com = 10, =
100", e = 100Ω, e que a excursão de sinal é maior possível, encontre a potência dissipada
em 61 62 sobre condições de polarização quiescentes ( 3 = 0). Para uma saída de tensão
senoidal, encontre a potência média dissipada em 61 62. Encontre também a potência na carga.
D
Solução: No ponto de polarização DC, teremos = + @E e = = == − 3 para o transistor Q1 e
A
=< = e =< = 3 + == para o transístor Q2. Mas como nossa tensão de entrada F = 0 temos
3 = 0. Vamos considerar daqui em diante que = = , e como temos a saída em 0 V, então
= = = =< e = = =< = == .
Como 78 = = = e 78< = =< =< , finalmente temos as tensões no ponto quiescente de
polarização: GHI = GHJ = KLL M = IN.
Em AC, Considerando uma entrada senoidal, teremos na saída 3 () = 3 (O). Novamente
vamos considerar que a corrente de coletor é a mesma corrente que flui no emissor. Analisando o
DE C5P(QR)
transistor Q1, temos que 5 () = == − 3 (O) e () = + . Lembrando que
@A
3 = == (pico). Então, multiplicando as duas expressões (ou seus respectivos gráficos), achamos
uma expressão para a potência, onde 7: () = == (1 − < (O)).
Fazendo uma integração num período e dividindo pelo mesmo, podemos achar a componente média
I V \
da potência: GSTUI = V W[ GXY (Z)UZ = == \ W
1 − < (O)] = == ^1 − <_.
I
Então, no transistor Q1, a potência média dissipada é GSTUI = J KLL M = [. `N.
Para o transístor Q2, sabendo que 5< () = 3 (O) + == e < () = , podemos simplesmente
multiplicar o gráfico de 5< () por , e facilmente veremos que em 7:< = (3 (O) + == ),
teremos uma média de potência GSTUJ = KLL M = IN (o resultado pode ser obtido analiticamente,
utilizando-se os mesmos passos acima).
Logo, a eficiência de um estágio de saída de um amplificador Classe A será a razão entre a potência
dissipada na carga e a potência fornecida pela fonte. Se fizermos a potência do circuito Classe A
estudado até agora, seguidor de emissor, demonstrado na figura 4:
Da mesma forma, olhando para o circuito, percebemos que possuímos dois estágios de entrada, um
em 6 e outro em 6< . Para tal, como estamos considerando um valor médio, conforme colocado no
item anterior, podemos considerar uma corrente I, que polarizará os transistores corretamente, e
que fará com que a tensão de saída
possua o comportamento da Figura 67 - a.
−== + = +
= 0
= = 2==
7no = == .
7ne = == .
Sendo esse o rendimento. Conseguimos, logo, que o máximo rendimento será quando:
^ = == = .
E nessa situação teremos que g = 25%, um rendimento baixo. Por causa disso, dificilmente o
estágio de saída Classe A é utilizado em situações com altas potências (acima de 1W).
Outro ponto a ser considerado que é deve-se cuidar com a tensão de saída e demais detalhes da
polarização para que os transistores não saiam da região de amplificação.
Exemplo: Seja o seguidor de emissor da figura 4, e sendo VCC=10V, I=100mA, RL=100 Ω. Se a tensão
de saída é senoidal e possui pico de 8V, encontre:
a) A potência fornecida à carga,
b) a potência média da fonte,
c) a eficiência de conversão de potência. Ignore as perdas em R e Q3.
Solução:
a) Para determinar a potência fornecida à carga, devemos fazer uso da equação abaixo,
considerando que o pico de tensão da saída é 8V e que a resistência de carga é de 100 Ω.
<
1
^ 1 8<
7 = . = . = [, sJN
2 2 100
7k = 2.10.100. 10tu = JN
E pelas razões de polarização, como comentado no item acima, teremos que normalmente o
rendimento (eficiência) de estágios de saída Classe A serão entre 10% e 20%, o que significa um
rendimento baixo.