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GRUPO I

Nas questões de escolha múltipla, apenas uma das afirmações está correta.
Assinale-a.

1. Os factos sociais caracterizam-se por serem:


A. complexos e imutáveis.
B. imutáveis e exteriores aos indivíduos.
C. totais e não coercivos.
D. complexos e exteriores aos indivíduos.

2. O estudo dos fenómenos sociais requer o contributo das várias ciências sociais.
Esta afirmação é:
A. verdadeira, porque os fenómenos sociais são complexos,
pluridimensionais e a sua compreensão exige a complementaridade das
ciências sociais.
B.falsa, porque cada ciência social ajuda a compreender melhor a sociedade
em que vivemos e a melhorá-la.
C. verdadeira, porque os fenómenos sociais podem ser, apenas, políticos,
económicos ou sociológicos.
D. falsa, porque cada ciência social dá-nos uma visão imparcial e
completa dos fenómenos sociais complexos.

3. A pobreza é um fenómeno social total, porque é um fenómeno:


A. complexo e com implicações em diversos níveis da realidade social.
B.global e que afeta um elevado número de indivíduos.
C. generalizado e com consequências muito diversificadas.
D. unidimensional e com formas variadas consoante a sociedade.

4. Os factos sociais são coercivos e exteriores aos indivíduos. Esta afirmação é:


A. verdadeira, porque os factos sociais variam de época para época.
B.falsa, porque os factos sociais variam de sociedade para sociedade.
C. verdadeira, porque os factos sociais são impostos aos indivíduos.
D. falsa, porque os factos sociais são universais e exteriores aos
indivíduos.

5. O etnocentrismo é:
A. uma técnica de investigação.
B.uma atitude científica.
C. um método de investigação
D. um obstáculo epistemológico.
GRUPO II

O problema do desemprego jovem atinge não só Portugal, mas também vários


países da União Europeia, em que o número de desempregados jovens tem vindo
a aumentar de forma acentuada. Com este estudo pretendemos dar a conhecer a
realidade que nos rodeia através da comparação e análise de dados estatísticos
relativos à taxa de desemprego jovem, bem como averiguar as possíveis causas e
consequências do fenómeno.

Vânia Catarina Neves de Sá, O Desemprego Jovem em Portugal,


Faculdade de Economia, Universidade de Coimbra, 2014.

1. Defina o objeto de estudo, a partir do texto.

2. Justifique, com base no texto, que a realidade social é una mas decomponível
em vários aspetos, consoante a perspetiva a estudar.

3. Explicite a complexidade no domínio social.

4. Relacione a complexidade do social com a complementaridade das ciências


sociais.

5. Indique a abordagem sociológica do problema indicado no texto.

6. O desemprego jovem é um facto social. Explicite as suas características.


GRUPO III

Na investigação em ciências sociais, a etapa de aproximação aos processos e


aos sujeitos que nos propomos estudar, ou seja, a passagem da teoria à pesquisa
empírica, é sempre um momento particularmente intenso e criativo para o
investigador.
Munido de uma questão de partida e de uma problemática teórica geradora de
interrogações, suspeitas e hipóteses que, num primeiro esforço de sistematização,
desemboca naquilo a que os especialistas do método denominam «modelo de
análise», o investigador prepara-se, então, não sem angústias e alguma excitação,
para mergulhar no «terreno» e aí tentar desvendar as perplexidades que o
intrigam.

Maria Manuel Vieira Fonseca, Educar Herdeiros, Lisboa, Fundação Calouste


Gulbenkian (adaptado).

1. Indique o objeto das ciências sociais, tendo em conta o texto.

2. Especifique o processo de investigação, tendo em conta o texto.

3. Explicite dois dos principais obstáculos que se levantam ao conhecimento


científico.

4. No processo de investigação, intervêm métodos e técnicas. Distinga os dois


termos através de um exemplo de cada.

5. Comente o texto, tendo em conta a especificidade da investigação em ciências


sociais.
Soluções
GRUPO I
1. D
2. A
3. A
4. C
5. D

GRUPO II
1. Fenómeno social: desemprego jovem.

2. Para os economistas, o desemprego está associado ao crescimento económico, às políticas


económicas e sociais e à modernização da economia, entre outros; para os sociólogos, o
desemprego é um fenómeno social uno e complexo que analisa, entre outros, os
comportamentos dos jovens desempregados, os níveis de escolaridade e a integração social
dos jovens desempregados.

3. A complexidade está patente no facto de o desemprego conter múltiplas dimensões com


possibilidades de abordagem específicas. Deverá ser estudado por várias ciências que sobre
ele se debruçarão, procurando explicações necessariamente parcelares (cada uma dessas
explicações será relativa a uma das perspetivas ou domínios estudados de acordo com os
interesses de cada ciência), que se deverão complementar no sentido de produzir uma
explicação mais profunda e completa do fenómeno em estudo. Afinal, o desemprego é um
fenómeno social total.

4. A complexidade (as múltiplas facetas que o fenómeno contém) só pode ser «entregue» à
investigação de várias ciências sociais que se complementarão no seu estudo. É pelo facto do
fenómeno ser complexo que se exige a complementaridade das ciências sociais, para uma
abordagem em profundidade.

5. O estudo do fenómeno social: desemprego, tendo em conta o nível de escolaridade dos


jovens desempregados, o género, o estatuto migratório e as profissões, por exemplo.

6. O desemprego jovem é um facto social: exterior, coercivo e relativo. É exterior, porque o


desemprego tem uma existência fora da consciência dos indivíduos. É observável e objetivo;
é uma realidade social. É coercivo, porque o desemprego impõe-se aos indivíduos e leva-os a
comportamentos de acordo com padrões «impostos» pela sociedade sob pena de serem
excluídos caso a eles «desobedeçam», como é o caso da inscrição nos centros de emprego
para obtenção do subsídio de desemprego, formação profissional e maiores possibilidades de
empregabilidade.
É relativo porque o desemprego varia no tempo e no espaço, devendo ser interpretado de
acordo com o contexto social em que ocorre.

GRUPO III
1. Os fenómenos ou os factos sociais.
2. Partindo do «modelo de análise» com a identificação de uma questão de partida (o que se
quer estudar) e de uma teoria sobre essa questão (o que a ciência já explicou), o cientista
entra no «terreno» (inicia a sua investigação, procurando novos dados, formulando e testando
as suas hipóteses explicativas), confrontando teoria e prática (desvendando as perplexidades
que o intrigam).
3. O senso comum: o cientista deve afastar-se do conhecimento vulgar baseado nos sentidos e
na aparente facilidade da descoberta. O conhecimento científico exige distanciamento deste
tipo de conhecimento «popular», embora o senso comum possa constituir um excelente ponto
de partida para a investigação, mas sempre sujeito à experimentação.
O etnocentrismo: o cientista não deverá considerar a sua cultura superior, nem como um
referente ou modelo para o estudo de outras realidades sociais.
4. O método implica a seleção de técnicas adequadas ao trabalho a realizar, o controlo da sua
utilização e a integração dos resultados obtidos. É, portanto, um conjunto de procedimentos
que organiza a pesquisa sob o comando de uma teoria. Técnicas são, apenas, as operações
executadas para a pesquisa.
5. O aluno poderá seguir o seguinte esquema de ideias:
A Sociologia, como ciência social, recorre ao método científico. No entanto, pelo facto de o
cientista ser um ser social, ele próprio sujeito e objeto da investigação, isto é, havendo uma
grande proximidade entre ele e o objeto de estudo, deverá proceder com grande objetividade
e rigor metodológico.
O texto refere-se ao grande envolvimento do cientista, com a sua enorme inquietação na
procura de explicações, e a excitação e criatividade como fatores geradores de hipóteses
explicativas e caminhos a trilhar na busca do conhecimento, ilustrando a proximidade do
cientista com o objeto de investigação, situação particular da pesquisa no domínio social.
Armadilhas como o senso comum, o etnocentrismo, o naturalismo ou o individualismo são
também de ter em conta, na procura do conhecimento no domínio sociológico.

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