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Terapia com ultrassom em paciente de pós-operatório de lipoaspiração

Maria do Socorro Soares1


corrinhasoares@hotmail.com
Dayana Priscila Maia Mejia2

Pós-Graduação em Fisioterapia Dermato-funcional – Faculdade Cambury

RESUMO
No ramo da estética pontua-se que os procedimentos de cirurgias plásticas estão cada vez,
mas sendo realizados no Brasil. Entre os principais procedimentos de cirúrgicos, está sendo
abordado no presente estudo a Lipoaspiração, cujo nome é referenciado a uma técnica que
consiste em retirar o excesso de gordura através de um aparelho de sucção ou seringas. O
objetivo desse estudo é realizar um levantamento bibliográfico acerca da contribuição dos
procedimentos fisioterapêuticos no pós-operatório da lipoaspiração. Com relação à
metodologia adotada para a realização dessa pesquisa adotou-se três aspectos: quanto aos
objetivos tratou-se de uma pesquisa exploratória; quanto à abordagem do problema, foi
qualitativa; quanto aos procedimentos técnicos, foi bibliográfica. Por fim destaca-se que de
acordo com o levantamento bibliográfico realizado nesse estudo a lipoaspiração pode ser
considerada como um procedimento cirúrgico seguro desde que este seja realizado por um
cirurgião bem treinado, com bom julgamento médico e cirúrgico, operando em local
adequado para o porte cirúrgico.Por fim salienta-se que o atendimento fisioterapêutico pré-
operatório da cirurgia plástica é de extrema importância na reabilitação do paciente
operado.
Palavras-Chave: lipoaspiração; Fisioterapia: Ultrassom.

Introdução

O Brasil é o segundo país que mais realiza cirurgias plásticas, perdendo somente para os
Estados Unidos. Pesquisa realizada em 2008 afirma que foram realizadas 629 mil cirurgias
plásticas de médio e grande porte, e destas 91 mil foram cirurgias de lipoaspiração
(ALBUQUERQUE, 2010).
Atualmente, a busca pelo belo e a forma ideal vem aumentando significativamente a procura
de procedimentos estéticos e cirúrgicos com o intuito de um corpo harmonioso e saudável. O
ato cirúrgico constitui uma agressão tecidual que, mesmo bem direcionado, pode prejudicar a
funcionabilidade destes tecidos. Embora pareça desnecessário para alguns cirurgiões, o
atendimento fisioterapêutico pré-operatório da cirurgia plástica é de extrema importância na
reabilitação do paciente operado (MACEDO, OLIVEIRA, 2010).
Neste trabalho está sendo apresentado o tema; “Terapia com ultrassom em paciente de pós-
operatório de lipoaspiração. Onde se destaca que a lipoaspiração consiste em um
procedimento que “objetiva a retirada do excesso de gordura localizada". Ambas, por serem
procedimentos invasivos e que interferem na função dos tecidos e de sistemas como vascular
e principalmente o linfático, necessitam de certos cuidados em seu pós-operatório, evitando
possíveis complicações e restabelecendo os tecidos em um período de tempo menor”
(CAMARGO, et al., p. 02).

1
Pós-graduanda em Fisioterapia Dermato-Funcional
2
Orientadora Dayana Priscila Maia Meija
2

Partindo desse contexto essa pesquisa tem como problema norteador, identificar: Qual a
contribuição do ultrassom como tratamento fisioterapêutico dermato-funcional? De acordo
com Macedo e Oliveira (2010, p. 196) ao se optar por realizar uma cirurgia plástica, é
necessário que a pessoa tenha consciência dos cuidados que devem ser tomados no pós-
operatório e de possíveis complicações que podem ocorrer nesse período. Faz-se necessária
toda uma preparação física, mental e emocional.
Para almejar responder ao problema desse estudo, foi desenvolvido como objetivo geral desse
estudo, a realização de um levantamento bibliográfico acerca da contribuição da ultrassom no
pós-operatório da lipoaspiração. Para tanto este foi divido em 03 (três) específicos, conforme
elencados: (01) Contextualizar a história da lipoaspiração; (02) Identificar quais os cuidados
do pós-operatório da lipoaspiração; e, (03) Qual os procedimentos a serem realizados com o
ultrassom no pós-operatório da lipoaspiração.
Neste trabalho, se utilizou a pesquisa qualitativa, que Vergara (2009, p. 42) descreve como
aquela que: Expõe características de determinada população ou de determinado fenômeno.
Pode também estabelecer correlações entre variáveis e definir sua natureza. Não tem
compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal
explicação.
No que tange à formulação dos objetivos, utilizou-se da pesquisa bibliográfica, que Vergara
(2009, p. 43) define como “o estudo sistematizado desenvolvido com base em material
publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público
em geral”. Também, foi utilizada a tipologia de pesquisa exploratória, que Beuren et al.
(2006, p. 80-81) vinculam ao tipo de pesquisa em que há pouca disponibilidade de
conhecimentos e literatura sobre o tema pesquisado, implicando que:

Por meio do estudo exploratório, busca-se conhecer com maior profundidade


o assunto, de modo a torná-lo mais claro ou construir questões importantes
para a condução da pesquisa.
[...] explorar um assunto significa reunir mais conhecimento e incorporar
características inéditas, bem como buscar novas dimensões até então não
conhecidas. O estudo exploratório apresenta-se como um primeiro passo no
campo científico, a fim de possibilitar a realização de outros tipos de pesquisa
acerca do mesmo tema, como a pesquisa descritiva e a pesquisa explicativa.

Utilizou-se o método dedutivo, porque segundo Gil (2007, p. 27), é um método que “parte de
princípios reconhecidos como verdadeiros e indiscutíveis e possibilita chegar a conclusões de
maneira puramente formal, isto é, em virtude unicamente de sua lógica”.
Para almejar os objetivos desse estudo, este foi iniciado com uma breve introdução onde
apresentamos o tema, o objetivo e a metodologia. Este estudo está subdividido em três
tópicos: o primeiro, “Procedimento de lipoaspiração, contexto histórico e cuidados”, o
segundo tópico “Tipologias da lipoaspiração, e os cuidados com o pós-operatório”, por fim o
terceiro: “O uso da ultrassom na fisioterapia demato-funcional”, em seguida é apresentada as
considerações finais e as referências bibliográficas.

1. Procedimento de lipoaspiração, contexto histórico e cuidados

Nos últimos cinco anos, o empresariado brasileiro de pequenos negócios, ao perceber que os
serviços na área da beleza ficaram, mais diversificados e sofisticados e que estava em curso
uma mudança social e comportamental na população, passou a investir mais em equipamentos
e tecnologia aproveitando também a rica biodiversidade do País. Com o Direcionamento
Estratégico 2006 a 2010, o Sistema SEBRAE vem definindo suas diretrizes e prioridades de
atuação e o setor de cosméticos vem sendo contemplado com a criação de técnicas de gestão
empresarial, inovação tecnológica, além do conhecimento sobre mercados interno e externo.
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Do mercado nacional, o micro e pequenas empresas representam 98,9% do parque industrial


brasileiro de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. E o SEBRAE, como conhecedor das
necessidades e da importância do micro, pequenos e médios empreendimentos, vem unindo
esforços com diversas instituições prontas para ampliar o suporte técnico e administrativo que
possibilite o desenvolvimento da cadeia produtiva.
De acordo com Borges (2011, p. 11):

Os paradigmas da beleza vêm se alterando no decorrer dos anos. O conceito


de beleza hoje se difere muito do que era considerado belo há alguns anos. A
preocupação faz parte da nossa cultura, as pessoas sentem necessidade de
estar dentro do padrão de beleza ditado como ideal pela sociedade para se
sentirem parte dela. A preocupação com a gordura localizada e com o peso
ganha grande importância dentro da sociedade.

Duval Neto (2012, p. 107) acrescenta ainda que:

A realidade do mundo atual evidencia que um percentual muito elevado da


população adulta, apresenta um peso corporal acima do previsto como
normal. Embora a lipoaspiração não seja considerada como um método de
tratamento para a obesidade, incontestavelmente, ela se apresenta como o
procedimento cirúrgico mais realizado dentro da cirurgia plástica e
cosmética. A introdução de técnicas cirúrgicas mais atuais, como, por
exemplo, a técnica tumescente, a super-úmida, a lipoaspiração ultra-sonônica
e a assistida por endoscopia, propiciaram a remoção de maiores volumes de
tecido gorduroso, com significante menor perda sanguínea. Entretanto, esse
fato resultou na freqüente geração de situações fisiopatológicas clínicas
complexas e de difícil entendimento e tratamento, muito diferente daquelas
consequentes às lipoaspirações convencionais.

O fisioterapeuta dermato-funcional ganhou seu espaço no mercado sendo cada dia que passa
mais reconhecido pelo cirurgião plástico, pela sociedade e pelo paciente por mostrar
tratamentos eficazes nos pós- operatórios estéticos. O tratamento com o fisioterapeuta tornou
se indispensável e necessário fazendo com que esta seja reconhecido (MARTINS, 2007).
Em um trecho dos estudos de Gomes (2003) desde que Illouz introduziu a Lipoaspiração para
o mundo em 1979, houve uma verdadeira revolução na Cirurgia Plástica, que possibilitou
uma grande evolução da técnica e difusão entre os profissionais médicos, a ponto de ser
atualmente a cirurgia plástica mais realizada no mundo há vários anos.
Segundo Morais (2012). A lipoaspiração consiste na remoção cirúrgica do excesso de tecido adiposo
através de cânulas inseridas em pequenas incisões na pele que provocam uma pressão negativa
(vácuo). Este procedimento cirúrgico acarreta sequelas no período pós-operatório como quadros de
dor, edema, hematoma, fibrose, alteração da mobilidade tecidual ou dos contornos corporais e
alteração ou ausência da sensibilidade tátil e dolorosa. A eficácia de uma cirurgia plástica passa não
só pela cirurgia em si, mas também pelos cuidados prestados no pré e pós-operatório. Assim, os
tratamentos de fisioterapia têm sido cada vez mais recomendados pelos cirurgiões plásticas.
Corroborando ainda dentro desse contexto, Pacheco (2014) descreve que lipoaspiração é o
nome dado a uma técnica que consiste em retirar o excesso de gordura através de um aparelho
de sucção ou seringas Por sua vez, a lipoescultura consiste em utilizar a própria gordura
retirada para modelar partes do corpo ou preencher depressões. Ambos são procedimentos que
podem ser realizados isoladamente ou associados com intervenções outras, tais como as
plásticas totais ou parciais de abdome ou de face.
Entre as principais técnicas cirúrgicas de lipoaspiração Duval Neto (2012, p. 108) elenca:
1 - Lipoplastia por aspiração assistida – tecido adiposo retirado do espaço subcutâneo, por
aspiração, através de uma cânula de ponta cega conectada a um aspirador de elevada potência
de sucção (1 atmosfera de pressão negativa);
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2 - Técnica seca – primeira técnica descrita e realizada de lipoaspiração. Realizada,


geralmente, com anestesia geral e sem infiltração do tecido adiposo subcutâneo. O conteúdo
aspirado contém, em média, 20 a 45% de sangue total, fato que limita a possibilidade de
aspiração de grandes volumes, sem a necessidade de grandes reposições sanguíneas e
hidroeletrolíticas, além de internações hospitalares prolongadas;
3 - Técnica úmida – consiste na infiltração subcutânea do campo operatório com 200 a 300 ml
de solução, associada ou não a drogas aditivas, imediatamente antes da introdução das cânulas
de aspiração. O líquido de infiltração descrito pode ser associado à pequena dose de
epinefrina, objetivando a diminuição da perda sanguínea. Com essa técnica, a perda sanguínea
diminui, em média, para 4 a 30% do volume aspirado. Infelizmente, a literatura mostra que
essa técnica não diminuiu significantemente a necessidade clínica de transfusões sanguíneas;
4 - Técnica superúmida – foi introduzida na década de 80 e preconiza a infiltração subcutânea
de grandes volume, ou seja, 1 ml de solução infiltrada para cada ml de substância removida.
O líquido de infiltração é constituído de solução salina fisiológica (soro fisiológico – iso-
osmolar com plasma) ou Ringer lactato associado à epinefrina e/ou lidocaína. Essa técnica
diminuiu a perda sanguínea para 1% do volume aspirado, com significante diminuição da
necessidade de transfusões sanguíneas perioperatórias;
5 - Técnica tumescente – introduzida em 1985 e preconiza a infiltração sob pressão, de
grandes volumes líquidos, sendo 3 a 4 ml de solução infiltrada para cada ml de substância
aspirada (possibilidade de volume residual líquido, anestésico local e epinefrina elevados no
tecido celular subcutâneo). A composição do líquido tumescente infiltrado varia, mas,
tipicamente, consiste em 0,025 a 0,1% de lidocaína e adrenalina a 1:1. 000.000, dissolvidas
em Ringer lactato ou em solução salina fisiológica. A perda sanguínea estimada com essa
técnica é menor do que 1% da substância aspirada, o que viabiliza a lipoaspiração de grandes
volumes, sem necessidade de transfusões sanguíneas; e,
6 - Técnica de lipoaspiração ultrasônica – técnica que utiliza uma cânula associada a um
eletrodo ultrasônico, que visa à liquefação do tecido adiposo, facilitando a sua aspiração,
teoricamente, com menor lesão tissular e, consequentemente, menor perda sanguínea.
Definição de grandes volumes de aspiração – trata-se de conceito que apresenta uma grande
variabilidade de opiniões na literatura médica especializada, não apresentando uma definição
consistente, sendo, até o momento atual, caracterizado como um termo médico arbitrário.
Frente a esse contexto Franco et al. (2012, p. 136) pontua que a lipoaspiração realizada como
procedimento estético para retirada de gordura em pacientes saudáveis tem como finalidade
reduzir o acúmulo de gordura localizada, a chamada lipodistrofia, levando à melhora no
contorno corporal.
Nas últimas três décadas, a lipoaspiração vem sendo aperfeiçoada, reduzindo a invasão da
cirurgia e preservando a circulação local. É importante salientar que cirurgiões e
anestesiologistas com treinamento e experiência na área de lipoaspiração de grandes volumes,
sob condições ideais, tornam um procedimento seguro e efetivo, com baixo índice de morbi-
mortalidade.
Os traumatismos que a lipoaspiração provoca nos vasos sanguíneos e linfáticos podem
ocasionar edemas de natureza hiperprotéica (linfedemas), que podem evoluir para
fibroescleroses, formando ”placas” duras no tecido subcutâneo e alterando a mobilidade
tecidual e os contornos corporais (Tacani, 2005).

2 Principais complicações decorrentes da lipoaspiração, e o cuidados com o pós-


operatorio

Como qualquer outro procedimento cirúrgico, a lipoaspiração não é isenta de complicações


locais ou sistêmicas. Frente a esse cenário, os critérios atuais de segurança em Lipoaspiração,
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em sua grande maioria, têm sido obtidos de forma empírica. Tem-se nos estudos de Gomes
(2003, p. 36-43) as seguintes observações:
- CUIDADOS GERAIS. Como em qualquer procedimento cirúrgico, são necessários
cuidados antes, durante e depois da cirurgia. Assim, é importante definirmos as áreas a serem
operadas, volume provável a ser aspirado, tipo de anestesia a ser utilizada e se há necessidade
de tratamento antes da cirurgia para eventual anemia, processos infecciosos ou outras
situações necessárias.
- LOCAL DA CIRURGIA. No Brasil, é necessário que o local escolhido esteja de acordo
com normatização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), ou seja, em
Hospitais Gerais ou especializados.
- IDADE. Não é fator isolado para contra-indicação de Lipoaspiração, devendo ser
consideradas outras variáveis, como patologias prévias, medicamentos, peso, condição física,
antecedentes familiares e extensão da cirurgia para avaliar o verdadeiro risco cirúrgico.
4. PATOLOGIAS PRÉVIAS. Investigar história de hemorragias, diabetes, tireóide, infecções,
tumores, tromboflebites, acidentes tromboembólicos e antecedentes familiares de trombose.
Patologias severas, como insuficiência cardíaca severa, isquemia coronariana, processos
infecciosos em curso, distúrbios severos de coagulação, diabetes descompensado, entre
outras, contra-indicam o procedimento.
- MEDICAMENTOS EM USO. Medicamentos que alteram a coagulação, como ácido acetil-
salicílico, heparina, anti-inflamatórios, vitamina E, hormônios e ginkgo biloba, devem ser
suspensos pelo menos 1 semana antes da cirurgia.
- TABAGISMO. Assim como em qualquer cirurgia, o tabagista tem maior probabilidade de
complicações, com recuperação mais lenta pelas alterações vasculares que causa. Não deve
ser fator isolado para contra-indicação de cirurgia, mas deve ser considerado dentro de uma
avaliação pré-operatória completa.
- DIETAS. Grandes perdas ponderais recentes podem causar desnutrição, com baixos níveis
de albumina, que estando abaixo de 2,4mg/dl pode liberar ácidos graxos que agridem o
endotélio vascular, podendo precipitar a ocorrência de trombose venosa profunda.
- ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC). A relação entre o peso e a altura ao quadrado
(P/A²) é definida como IMC, e tem sido cada vez mais utilizada para indicação cirúrgica.
Assim, Lipoaspiração em pacientes com IMC>30, ou seja, pacientes obesos classe I, tem
contra-indicação relativa, e acima de 35 a contra-indicação é absoluta, pois têm maior
incidência de risco respiratório pela sedação, risco maior de complicações circulatórias,
infecciosas e maior tempo de recuperação.
- AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA. É importante identificar exigências excessivas com a auto-
imagem, grau de expectativa em relação ao resultado, falta de compreensão do procedimento
e do pós-operatório, ou então, várias cirurgias estéticas realizadas em curto espaço de tempo
com troca frequente de médico.
- TÉCNICA OPERATÓRIA. Pode ser realizada com seringa a vácuo, com lipoaspirador,
vibrolipoaspiração e aparelho ultra-sônico. A escolha é feita pelo cirurgião, já que esses
métodos possuem vários estudos comprovando suas qualidades, vantagens e desvantagens.
- INFILTRAÇÃO. Tem-se dividido em método seco, onde nenhuma infiltração é utilizada e o
sangramento varia de 20 até 50% do líquido aspirado; infiltração úmida, quando a área
cirúrgica é infiltrada com solução de soro fisiológico e adrenalina, obedecendo à relação
volume infiltrado.
- ANESTÉSICOS LOCAIS. Obrigatoriamente, quando se optar pela anestesia local assistida
e recomendavelmente na anestesia geral, utiliza-se a lidocaína associada à epinefrina que, de
acordo com a American Society of Anesthesiologists, a dose máxima permitida para todo tipo
de infiltração é de 7mg/kg.
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- EPINEFRINA. Sugere-se que deva ser usada na concentração máxima de 1:500.000, com
um máximo de 6 ampolas16, sendo que aproximadamente 15 minutos de intervalo para início
da Lipoaspiração diminuam a perda sanguínea em 21,9%.
- TÉCNICA ANESTÉSICA. Anestesia local- em pequenas áreas, com ou sem sedação
associada, ou áreas maiores com a solução de Klein.
- REPOSIÇÃO E SOBRECARGA HÍDRICA. A reposição hídrica deve ser feita para evitar a
sobrecarga hídrica e suas complicações (insuficiência cardíaca congestiva, edema pulmonar,
hemodiluição, alterações do nível de consciência).
- LIMITES DA LIPOASPIRAÇÃO. Segundo a SBCP16 e o CFM17, existem 3 variáveis
maiores a serem analisadas para definir os limites da Lipoaspiração: O volume aspirado, a
composição do aspirado e a superfície corporal aspirada.
- COMPLICAÇÕES MENORES. Irregularidades, seromas, hipercromias, fibroses e
queimaduras de pele são citados em quase todos os trabalhos que avaliaram estas variáveis,
porém com incidência baixa, sendo as mais graves citadas como relato de caso e curiosamente
mais relacionados com infiltração tumescente e Lipoaspiração Ultrassônica.
- TROMBOSE VENOSA PROFUNDA (TVP) E EMBOLIA. As complicações vasculares,
como trombose venosa profunda e tromboembolismo pulmonar, podem ocorrer em qualquer
tipo de cirurgia, e apesar de infrequentes são a principal causa de óbito em Lipoaspiração.
- EMBOLIA GORDUROSA (EG) E SUA SÍNDROME. A síndrome da embolia gordurosa
(SEG) foi descrita pela primeira vez em 1861, mas sua fisiopatologia, diagnóstico e
tratamento permanecem incompletos.
- PERFURAÇÃO ABDOMINAL. É uma complicação relativamente incomum em
Lipoaspiração, mas quando ocorre tem mortalidade maior que 50%.
- INFECÇÕES, SEPSIS E NECROSE. Geralmente ocorre por infecções localizadas de
subcutâneo, que são tratadas com antibioticoterapia adequada e drenagem, quando necessário,
para evitar uma evolução para fasciíte necrotizante.
- ÓBITO. O tromboembolismo pulmonar, seguida de perfuração de cavidade e
anestesia/sedação/medicação, são as principais causas de óbito, seguidas de outras menos
frequentes.
Meyer et al. (2011) pontua que devido à escassez literária e a pouca informação a respeito de
protocolos existentes, surgiu a idéia de apresentar um protocolo fisioterapêutico para o pós-
operatório de pacientes submetidos à lipoaspiração. Através da busca em prontuários de
pacientes de uma clinica de Fisioterapia Dermato-funcional submetidos à lipoaspiração e da
verificação na literatura científica de outros protocolos fisioterapêuticos para o pós-operatório
(PO) de lipoaspiração pretende-se organizar os dados encontrados de maneira que se possa
construir um proposta de protocolo de atenção fisioterapêutica ao paciente submetido à
lipoaspiração levando em consideração as fases de cicatrização, complicações mais freqüentes
e novas tecnologias disponíveis no mercado, para que o profissional tenha este material como
um guia de auxilio a sua atuação neste tipo de afecção (Tab. 01).

Fase inflamatória Fase proliferativa Fase de remodelação


Atendimento diário Atendimento diário Atendimento em dias alternados
Repouso com deambulação
de pequenas distâncias Ultra-som de 3 MHz. Ultra-som de 3 MHz.
frequente
Compressão: cinta ou malha Compressão: cinta ou malha
Compressão: cinta ou malha modeladora
modeladora modeladora
Mobilização suave do tecido
Exercícios respiratórios Mobilização do tecido conjuntivo
conjuntivo
Orientações de estimulação
Radiofrequência em caso de fibrose ou
TENS em casos de dor sensorial na área cirurgiada
flacidez cutânea tardia.
através de uma massagem
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suave proprioceptiva executada


pelo próprio paciente
Drenagem linfática manual na
Drenagem linfática manual na área
área cirurgiada e em membros
RA Godoy ou pressoterapia cirurgiada e em membros inferiores
inferiores associada ao RA
associada ao RA Godoy
Godoy
Orientações quanto à postura,
maneira correta de levantar e Estimulação elétrica neuromuscular após
deitar, melhor postura para 40 dias
dormir
Cinesioterapia em membros
Atividade física após 40 dias e
inferiores com objetivo de
alongamentos.
prevenção de tromboembolia
DLM em membros inferiores Endermoterapia/Radiofrequência (se
(região não tratada) necessário em caso de fibrose)
Tabela 01 – Protocolo de pós-operatório na lipoaspiração
Fonte: Meyer et al. (2011).

Apesar da evidente evolução, a grande preocupação em relação à lipoaspiração ainda reside


no volume total aspirado e sua repercussão clínica e hemodinâmica, assim como na qualidade
de recuperação no período pós-operatório (Macedo; Oliveira, 2010, p. 189). Por fim, salienta-
se que a lipoaspiração se for feita com os cuidados necessários torna-se um procedimento
seguro.
A fisioterapia Dermato-funcional tem sido amplamente recomendada pelos cirurgiões
plásticos como forma de procedimento de tratamento de cirurgias plásticas a fim de
minimizar e tratar sintomas do pós-operatório. Umas das maiores queixas do paciente no pós-
operatório é a recuperação no aspecto físico e nas atividades diárias (GUIRRO, 2002)

3 Metodologia

Para alcançar os objetivos proposto da pesquisa foi realizado um revisão bibliográfica sobre o
tema em dados SCIELO (Scientific Eletronic Library online) e em livros. A pesquisa teve
duração de 3 meses onde o artigo mas antigo e de Guirro 2002, e o mas atual Camargo 2012.

4 Resultados e discussão

O mercado brasileiro ocupa hoje uma posição privilegiada para um país ainda em
desenvolvimento que precisa competir com concorrentes economicamente superiores e que
detêm, principalmente, primazia tecnológica. O Brasil passou para o quarto lugar no ranking
de consumo da indústria mundial de cosméticos, higiene pessoal e perfumaria e já faz parte da
lista de gigantes como Estados Unidos, Japão, França e Alemanha.
Os paradigmas da beleza vêm se alterando no decorrer dos anos. O conceito de beleza hoje se
difere muito do que era considerado belo há alguns anos. A preocupação com a aparência faz
parte das culturas, as pessoas sentem necessidade de estar dentro do padrão de beleza ditado
como ideal pela sociedade para se sentirem parte dela (BORGES, 2011).
Dentro desse contexto salienta-se que a Dermatologia é uma das antigas especialidades
médica separada do ambiente hospitalar que se tornou, depois da II Guerra Mundial, uma
especialidade complexa pela velocidade na aquisição de novos e constantes conhecimentos
científicos. A Fisioterapia Dermato-funcional vem acabando com o dogmatismo de muitas
das formas de tratamentos estéticos, uma vez que vêm atuando na comprovação científica dos
métodos e técnicas utilizados para o tratamento de patologias como fibroedemagelóide,
lipodistofria localizada, flacidez tecidual, entre outras (BORGES, 2011).
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O fisioterapeuta poderá avaliar vários fatores que estejam relacionados à disfunção estética,
dentre eles retrações musculares, deformidades articulares, desvios posturais que levam a
alguma alteração estética e funcional. Devem-se avaliar as condições circulatórias dos
pacientes, estabelecendo presença de alteração como edemas/ linfedemas. De uma forma
geral, o pré-operatório fisioterapêutico funciona também como orientação para o paciente. É
nesse momento que é preparado o mesmo para a cirurgia, e onde se conhece suas limitações e
começa-se a tratar o plano de tratamento pós-cirúrgico (MACEDO; OLIVEIRA, 2010).
Ainda de acordo com autores, tem-se que:

O planejamento do trabalho fisioterapêutico no pós-operatório é amplamente


variável e depende das características apresentadas na avaliação, análise do
trofismo cutâneo e muscular, análise do edema, análise da cicatriz e análise
da dor e sensibilidade do tipo de cirurgia realizada, e do tempo de pós-
operatório. Os tópicos mais importantes para a realização da avaliação do
paciente pós operado é o reconhecimento dos problemas e cirurgia,
identificação do tipo e a profundidade dos tecidos envolvidos, a natureza da
patologia, o estágio da cicatrização, reconhecimento de quaisquer contra-
indicações ao uso das modalidades de tratamento (MACEDO, OLIVEIRA,
2010, p. 192).

Meyer et al. (2011, p. 565) complementa:

O tratamento fisioterapêutico planejado no pós-operatório é amplamente


variável e depende das características apresentadas na avaliação, do tipo de
cirurgia realizada e do tempo de pós-operatório. Protocolos de tratamento
com início mais precoce vêm sendo utilizados na tentativa de reduzir as
complicações citadas anteriormente. Dentre os recursos utilizados nestes
protocolos, podemos citar os recursos manuais (drenagem linfática manual -
DLM e massagem manual), cinesioterapia, ultrassom, endermologia, laser
terapêutico, os eletroterápicos como: estimulação elétrica nervosa
transcutânea (TENS), radiofrequência, entre outros. Porém, esses recursos
ainda necessitam de muitos estudos, já que poucos possuem comprovação
dos benefícios e eficácia nos tratamentos em Fisioterapia Dermato-Funcional.
Na atualidade existem inúmeras técnicas e tratamentos utilizados pela Fisioterapia Dermato-
Funcional, entre os quais se se podem descrever: massagem, drenagem linfática manual,
cinesioterapia, ultrassom, microcorrente, entre outros. Nesse estudo irar se enfatizar acerca do
tratamento com ultrassom, Silva (2007, p. 19) leciona em seus estudos que:

Há mais de trinta anos que o ULTRASSOM é amplamente usado por


profissionais da área médica (Lehmann and Krusen, 1958). Como o próprio
nome sugere, são ondas de som, são vibrações mecânicas num meio elástico.
Estas ondas longitudinais fazem com que a membrana do tímpano vibre. São
as vibrações sonoras. A faixa de freqüência que o ouvido humano consegue
“ouvir” está compreendida aproximadamente entre 20 Hz e 20.000Hz.
Frequências abaixo de 20 Hz são os sub-sons ou infra-sons e acima de
20.000Hz são os ultra-sons. Sendo assim podemos definir terapia por
ultrassom como sendo um tratamento médico por meio de vibrações
mecânicas com a freqüência acima de 20.000Hz (20 KHz).

O Ultrassom utiliza como meio de condução transdutor- paciente a água, gel, emulsão, óleos
ou medicamentos em forma de gel. A manipulação do cabeçote deve ser de maneira lenta,
com movimentos curtos e uniformes, circulares ou em formato de oito, sempre com cuidado
com as proeminências ósseas, pois o contato com as mesmas pode gerar forças de cavitação
que são a energia armazenada em uma cavidade, promovendo um estado de pressão,
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temperatura mais elevada, ou concentrando energia em zonas vizinhas. Observar um tempo


máximo de quinze minutos de aplicação da técnica (FREITAS, 2011)
As intenções da utilização do ultrassom na pós-cirurgia plástica é a aceleração da cicatrização,
alcançar força tênsil normal e até mesmo a prevenção de cicatrizes hipertróficas e quelóides.
O uso do ultrassom proporciona significante aumento no número de fibroblastos, alinhamento
ideal para contração da ferida e aceleração da fase inflamatória e contração da ferida. Para a
aceleração do reparo tecidual da pele recomenda-se o uso do ultrassom no modo pulsado
(Relação 1:5, 20%), utilizando uma freqüência 3 MHZ, com intensidade abaixo de 0,5 W/cm²,
na fase proliferativa (3 dias após a lesão), efeito térmico do ultra-som pulsado de intensidade
de 0,5 W/ cm2, com aumento de 30% da quantidade de colágeno (MACEDO; OLIVEIRA,
2010).
A penetração das frequências de 1 MHz, tem sido utilizado para aquecer estruturas a uma
profundidade igual ou maior que 2,5 cm, enquanto o ultrassom de 3 MHz tem sido utilizado
para aquecer estruturas a uma profundidade menor que 2,5 cm (ALENCAR).
Corrobando ainda dentro desse contexto Summer e Patrick (1964) apud Silva (2007)
destacam que o uso do ultrassom pulsado em vez de ultrassom contínuo resulta numa redução
média do aquecimento dos tecidos, porém, conservando o mesmo nível instantâneo da
estimulação mecânica no tecido. Isto permite o aumento dos efeitos não térmicos do
ultrassom nos tecidos. Na terapia por ultrassom contínuo a energia emitida pelo transdutor
produz um contínuo incremento no aquecimento dos tecidos e o tratamento pode tornar-se
intolerável para o paciente, principalmente nos casos de traumas mais agudos e recentes, onde
o ultrassom pode ser bastante eficaz. Na terapia por ultrassom pulsado são gerados pelo
transdutor pulsos de onda de determinados períodos, os quais emitem energia de forma
periódica, onde, através do tempo de repouso entre os pulsos permite-se que a circulação
sanguínea resfrie a área tratada, impedindo um excesso de aquecimento. Sendo assim, temos
efeitos fisiológicos resultantes de um processo não térmico.
Entre os principais efeitos causados pela terapia com ultrassom Silva (2007) elenca em seus
estudos:
I. Reações Químicas - Assim como um tubo de ensaio são agitadas no laboratório para
acentuar as reações químicas, as vibrações do ultrassom estimulam o tecido a aumentar as
reações e os processos químicos locais, e assegura a circulação dos elementos e radicais
necessários por recombinação.
II. Respostas Biológicas - A permeabilidade das membranas fica aumentada pelo ultrassom, o
que acentua a transferência dos fluídos e nutrientes aos tecidos. Essa qualidade é importante
no processo da fonoforese, onde moléculas são literalmente “empurradas” através da pele pela
onda sonora com finalidades terapêuticas.
III. Efeitos Mecânicos - Em consequência das vibrações longitudinais, um gradiente de
pressão é desenvolvido nas células individuais. Como resultado desta variação de pressão
positiva e negativa, elementos da célula são obrigados a se moverem, sentindo assim um
efeito de micro massagem. Este efeito aumenta o metabolismo celular, o fluxo sanguíneo e o
suprimento de oxigênio.
IV. Cavitação - Irradiar ultra-som em líquidos leva à formação de bolhas de 10 -6 m de
diâmetro. Sob a ação do campo ultra-sônico, essas bolhas aumentam e diminuem de tamanho
(Cavitação Estável), ou podem colapsar (Cavitação Transitória). Ambos os tipos de cavitação
produzem movimento nos líquidos ao redor da bolha. A cavitação estável pode ser terapêutica
e a transitória pode causar danos aos tecidos.
V. Efeitos Térmicos - Ao lado da micro massagem, ocorre uma elevação na temperatura
resultante da conversão de energia cinética em calor pelos tecidos. Este efeito pode produzir
um aumento na extensibilidade do colágeno e portanto é recomendado para a terapêutica de
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patologias causadas pela contração dos tendões, ligamentos e juntas capsulares. Onde há
limitações de movimento, o tratamento é muito recomendado.
VI. Ondas Estacionárias - Cuidado! Estas ondas são frutos da interação entre a onda refletida
e a onda incidente, o que cria áreas de alta densidade num ponto específico do tecido. Evita-se
a formação dessas ondas através do movimento contínuo e adequado do transdutor. Se
utilizada à técnica estacionária aplicar somente ultrassom pulsado.
O tratamento pós-operatório na lipoaspiração pode ser iniciado em um período de 72 horas a
15 dias após a cirurgia, pode-se evidenciar uma significativa força tênsil no tecido aspirado.
“Neste momento o trabalho fisioterapêutico apresenta-se importante para prevenção de
possíveis fibroses e/ou retrações” (Macedo; Oliveira, 2010, p. 196). Destaca ainda que de
acordo com Silva (2007, p. 22) para se determinar a intensidade, devemos fazer uma
avaliação do local afetado, levando em consideração que o ultrassom sofre uma perda de
energia no seu trajeto e, portanto a requerida intensidade deve, às vezes, ser maior nas
superfícies dos tecidos, especialmente na pele, conectivos subcutâneos e camadas musculares
superficiais.
O fato é que toda cirurgia de lipoaspiração produz, em maior ou menor grau, o hematoma,
que se não for devidamente tratado pode evoluir para graus variados de fibrose. Diversas são
as técnicas que auxiliam a reabsorção dos hematomas, como o ultrassom. Oliveira (2009)
doutrina que o inicio da terapia ultrassônica após um trauma agudo pode ser iniciada após
24hrs e é importante conhecer o comportamento físico e fisiológico do aparelho em cada uma
das fases de regeneração, conforme destaca a autora:
- Na fase inflamatória ocorre à formação de um coagulo, de um tampão de plaquetas e de
fibrose tecidual. Nesta fase a terapia ultrassônica tem que ser utilizada como aceleradora do
processo inflamatório. O ultrassom pulsado teria maior eficácia nesse efeito;
- Na fase proliferativa, que ocorre cerca de três dias após a lesão, ocorre proliferação de
fibroblastos para a produção de colágeno. Nesta fase o ultrassom proporciona a
potencialização da proliferação dos fibroblastos, além de aumentar a secreção de colágeno e
proteína, estimular a contração da ferida, diminuindo o tamanho da cicatriz; e,
- Na fase de remodelagem, que é a mais longa e podem durar meses e anos, ocorre à formação
da estrutura mais próxima possível do tecido original, nesta fase o ultrassom aumenta a
reorientação das fibras de colágeno. Logo, na cirurgia plástica ele auxilia na aceleração da
cicatrização e previne cicatrizes hipertróficas e queloides. Logo, deve ser utilizado na
frequência 3 MHz na fase inflamatória para reabsorção de hematomas e formação de fibrose
consequência da melhora da circulação sanguínea e linfática (OLIVERA, 2009).
Silva (2007) destaca ainda no seu estudo o seguinte esquema para o tratamento com a
utilização do ultrassom:
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Figura 01 – Esquema geral de tratamento por ultra-som


Fonte: Silva (2007).

Meyer et al. (2011) destaca ainda que a utilização do ultrassom de 3MHz no pós-operatório
imediato está vinculada diretamente ao processo de cicatrização, visto que sua eficácia já está
comprovada por inúmeros trabalhos, sendo os protocolos mais efetivos os iniciados
imediatamente após a ocorrência da lesão, isto é, durante a fase inflamatória. O objetivo da
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utilização precoce do ultrassom é promover uma melhora tanto na circulação sanguínea


quanto na linfática, possibilitando assim uma melhor nutrição celular. A diminuição da dor
também é requerida nesta fase. A reabsorção de hematoma é de vital importância nesta
primeira fase, já que a sua evolução pode concorrer para a formação de fibroses. Caso o
processo de reparo esteja concluído e existam aderências e fibroses instaladas, o ultrassom
pode ser utilizado como coadjuvante na diminuição dessas sequelas, aumento da elasticidade
do tecido conjuntivo.
Dentro desse cenário Oliveira (2009) destaca que o fisioterapeuta dermato-funcional vem
ganhando seu espaço no mercado sendo cada dia que passa mais reconhecido pelo cirurgião
plástico, pela sociedade e pelo paciente por mostrar tratamentos eficazes nos pós- operatórios
estéticos. O tratamento com o fisioterapeuta tornou-se indispensável e necessário fazendo
com que esta seja reconhecido. aparência dos tecidos após a intervenção desanima o paciente
que sente muita dor devido a grande quantidade de edema e inflamação que fazem parte do
processo de reparação. É quando entra a atuação da fisioterapia e dos recursos terapêuticos.

Conclusão

Com relação aos cuidados do pós-operatório relacionado ao procedimento cirúrgico da


lipoaspiração, esse estudo pontua que lipoaspiração é considerada uma das mais dolorosas
cirurgias plásticas e isso se devem ao fato de ser manipulada uma grande área do corpo;
todavia, a sensação dolorosa que existe quando o paciente se movimenta, costuma não ocorrer
quando ele está em repouso. Seu controle se faz através do uso de analgésicos.
Todavia este procedimento pode ser realizado com segurança, se forem observadas certas
características específicas desse tipo de procedimento cirúrgico. Nesse sentido, torna-se de
suma importância que os profissionais envolvidos no procedimento entendam, com
profundidade, as imensas diferenças fisiológicas e, consequentemente, as fisiopatológicas
entre a lipoaspiração de grandes volumes e a de pequenos volumes.
Com relação à resposta do problema norteador dessa pesquisa, salienta-se que o ultra-som
terapêutico apresenta evidências que demonstram a sua eficácia nas diferentes fases do reparo.
Verifica-se que em intensidades baixas, houve aumento significativo de colágeno depositado
na ferida num padrão cuja arquitetura tridimensional assemelha-se à pele, aumento da
resistência tênsil e estímulo à contração da lesão, levando a uma cicatriz significativamente
menor. Entretanto, aparentemente a terapia por ultrassom acelera o processo cicatricial, mas
não oferece interferência aos mecanismos de controle que limitam o desenvolvimento da
granulação.
De maneira geral, pontua-se que de acordo com a bibliografia analisada para a composição
dessa pesquisa tem-se que a Fisioterapia Dermato-Funcional uma área relativamente nova e
ainda pouco explorada, estudos científicos tendem a contribuir para a sua consolidação, visto
que a produção de conhecimento é essencial para segurança do dos métodos de tratamentos e
para obtenção de melhores resultados.

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