Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Erasmo de Roterdão criticou o Papa e o clero corrupto (no livro “Elogio da Loucura) ,
abrindo assim caminho á reforma. Mas reis, cortesões e mercadores, não escaparam á
sua indignação. Procurou recuperar os valores da humildade, caridade, fraternidade e
tolerância, propondo o regresso ao cristianismo primitivo.
A critica social conduziu a utopias. Alguns humanistas imaginam mundos
perfeitos onde os Homens viviam em paz e felizes; Aponta-se, como exemplo, o livro
“Utopia” de Thomas More, onde imaginou um mundo perfeito, onde existia igualdade,
fraternidade e tolerância;
More critica a intolerância, o abuso dos monarcas, o luxo do clero, e a corrupção da
sociedade.
A Pintura renascentista:
Comungou a paixão pelos clássicos. Fez-se sentir no gosto pela representação
da figura humana, quer se tratasse de temas profanos (Antiguidade clássica e
quotidiano) quer de assuntos religiosos (Antigo e Novo testamento).
A pintura refletia, também, a redescoberta do Homem e do indivíduo, o que foi uma
imagem de marca da cultura renascentista.
O que mais marca a pintura do Renascimento é a sua originalidade e criatividade.
Podemos falar na existência de um novo espaço pictórico. Para ele contribuíram
diversos progressos e inovações.
A pintura a óleo:
Realizada sobre madeira ou sobre uma tela, a pintura a óleo (criada na Flandres)
conheceu uma grande aceitação, dando liberdade aos artistas para explorarem todas
as suas capacidades. Não só pela durabilidade e possibilidade de retoque que conferia
ás obras de arte, mas também pela variedade de matrizes e de gradações de cor, que
garantiam pormenor e efeitos de sombra e de luz.
Permitiu novas técnicas como as de velatura (transparência), enpastes (grande
espessura de tinta) degradê e elaboração de modelados (ilusão de volume).
A terceira dimensão:
O campo de visão do observador (também chamado de pirâmide visual) é estruturado
por linhas que tendem a unificar-se no horizonte, confluindo no ponto de fuga,
processo chamado de perspetiva.
Perspetiva- processo de representar objetos com três dimensões numa
superfície plana.
Na perspetiva linear, as linhas do quadro ou do desenho convergem para o fundo,
para o chamado ponto de fuga, de modo a criar-se um espaço geométrico no qual as
figuras mais afastadas têm menos proporções.
Na perspetiva aérea, a perceção de afastamento é dada por uma atmosfera nebulosa
conseguida através de um esbatimento das cores que envolvem os objetos. É o
chamado sfumato.
A perspetiva iniciada pelos irmãos Giotto e mais tarde desenvolvidas por
Brunellesci e L.B. Alberti e do pintor Pierro della Francesca desenvolveram a perspetiva
linear e Leonardo Da Vinci mais tarde desenvolve a perspetiva aérea.
A geometrização:
Os pintores renascentistas adotaram formas geométricas, com preferências pela
piramidal. Perspetiva e Geometria foram os grandes fundamentos da composição
artística no renascimento.
A proporção:
O sentido de ordem e de equilíbrio já surgiu na Antiguidade Clássica, mas foi só no
Renascimento onde o espaço pictórico foi construído com um rigor matemático.
As representações naturalistas:
Enquadram-se no movimento de descoberta da Natureza e de Valorização do real,
numa época em que despontava uma nova conceção do Homem.
A grandeza dos retratos renascentistas residiu na sua capacidade de exprimir
sentimentos e estados de alma e de refletir os traços de personalidade. O corpo, de
humanos ou animais, foi pintado com verdadeiro rigor anatómico.
A Escultura renascentista:
A escultura recuperou a gradeza alcançada na Antiguidade Clássica. Para tal
contribuíram as campanhas arqueológicas, que deram a conhecer muitas das obras-
primas da estatuária greco-romana.
Os escultores do renascimento inspiraram-se para traçar os novos caminhos da sua
arte. A escultura ganhou autonomia e naturalidade. O corpo nu readquiriu a dignidade
perdida e a estátua equestre voltou a triunfar na praça pública. Túmulos tornam-se
local de exaltação dos feitos e da superioridade do Homem.
Humanismo e naturalismo são as grandes características da escultura do
renascimento. Os escultores renascentistas interessaram-se pela figura humana
(inspirados na bíblia ou na mitologia). Excelentes no rigor anatómico e na expressão
fisionómica. As formas rígidas da escultura medieval deram lugar á espontaneidade e á
ondulação das linhas.
O equilíbrio e a racionalidade marcaram as esculturas renascentistas. O elevado
aperfeiçoamento técnico de que os escultores do renascimento se mostram capazes.
Dominaram com perícias: o mármore, pedra, bronze, madeira ou terracota, e criaram
novos processos na projeção e na execução das suas obras. Salientam-se os estudos de
perspetiva, que permitiam a proporção e o naturalismo da escultura.
Lorenzo Ghiberti, Donatello, Bernardo Rossellino foram alguns grandes
escultores do Renascimento.
A Arquitetura:
Foi na Itália (primeiro na Flandres) que a arquitetura renascentista se afirmou e
definiu as suas principais características.
A racionalidade no urbanismo:
Os intelectuais e artistas do Renascimento (adeptos da harmonia e proporção)
conceberam projetos de mundos e cidades ideais e racionalizados (Utopias).
Um urbanismo regular e racionalizado nasceu do génio de artistas e arquitetos do
Renascimento, a quem repugnava a ideia de desordem e assimetria da cidade
medieval. Projetaram assim planos urbanísticos retilíneos, submetidos a regras de
higiene, funcionalidade e beleza.
Alberti defendeu que as ruas principais deviam ser amplas, edifícios da mesma
altura de ambos os lados.
Porém, os projetos urbanísticos do artista do Renascimento quase nunca saíram do
papel. Ficaram.se pela abertura de Ruas novas (mais largas e retilíneas) e de praças de
traçado geométrico.
A arquitetura renascentista:
Manifestada no reinado de D. João III, o austero espírito do monarca e a contração de
despesas régias levaram ao abandono da exuberância manuelina, substituída pela
maior simplicidade das linhas clássicas.
Podemos considerar manifestações do Classicismo na arquitetura portuguesa:
o A simplificação das nervuras das abóbodas de cruzaria;
o utilização de abóbodas de berço redondo e das cobertas planas de madeira;
o a substituição de contrafortes por pilastras laterias;
o a substituição de contrafortes por pilastras laterias
o a delimitação das naves por arcadas redondas, assentes em colunas toscanas;
o a multiplicação dos frontões, das colunas e dos capitéis clássicos, assim como
dos respetivos entablamentos;
o a expansão do modelo de igreja-salão;
João de Castilho, seu irmão Diogo de Castilho, Miguel de Arruda e Diogo de Torralva
foram entre os arquitetos que mais se esforçam por aplicar o classicismo entre nós. No
que se refere á arquitetura civil, destacamos a Casa dos bicos, em Lisboa; e o palácio
da Quinta da Bacalhoa, em Azeitão.
A escultura em Portugal:
A persistência do Gótico e a sua renovação decorativa explicaram que a
escultura continuasse fortemente ligada ao enquadramento arquitetónico, impedindo-
a da emancipação e monumentalidade verificadas na “Itália”.
Todavia, entre os fins do séc. XV e a primeira metade do séc. XVI, podemos falar de um
surto escultórico, seja na decoração, seja na estatuária de túmulos portais e altares. A
artistas nacionais e estrangeiros devemos uma obra multifacetada, onde o gótico, o
manuelino e o classicismo se fundem harmoniosamente.
Diogo Pires, o Moço; João Castilho e Diogo de Arruda; Nicolau Chanterenne, João de
Ruão e Filipe Hodarte; são nomes de alguns escultores famosos.
A pintura:
Entre os fins do séc. XV e a primeira metade do séc. XVI, verifica-se uma
renovação na pintura portuguesa, que se aproxima do Renascimento Europeu.
Nuno Gonçalves e a sua oficina destacaram-se, pela aplicação dos valores
renascentistas na pintura portuguesa. Os famoso Painéis de S. Vicente que lhes são
atribuídos, testemunham a abertura da nossa pintura á inovação pictórica do tempo.
No panorama da pintura portuguesa, sobressaíram várias escolas ou oficinas das quais
destacamos:
o Em Coimbra, a oficina do Mestre do Sardoal (pintura com forte sentido
decorativo, vinculada aos cânones góticos)
o Em Lisboa, as oficinas de Lourinhã, que fez da paisagem um elemento
fundamental da composição pictórica) e de Jorge Afonso. Entre os seus
discípulos mais famosos contam-se Gregório Lopes e Cristóvão Figueiredo.
o Em Évora, a oficina de Francisco Henriques, onde Frei Carlos (fortemente
ligado á estética flamenga, foi relevante.
o Em Viseu, a oficina de Vasco Fernandes (revela uma curiosa trajetória, onde se
fudem as influências flamengas com a arte de Dürer e, até, o maneirismo
Italiano.
Em síntese, o ambiente cultural da corte régia revelou-se favorável ao surto das letras
e das artes. A erudição humanista fez-se sentir no ensino e na produção de notáveis
obras literárias. Quanto á arte, apesar de força do Gótico, que se renovou na
exuberância do Manuelino, haveria também de registar ao Classicismo.