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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS

CENTRO POLITÉCNICO
ARQUITETURA E URBANISMO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
PROF. ANTÔNIO CARLOS PORTO JUNIOR

Andriel Evandro Fenner

Aquário Municipal de Rio Grande: Uma Proposta Sustentável de


Intervenção Ambiental, Educativa e Social

Pelotas, 23 de Junho
2014
ANDRIEL EVANDRO FENNER

Aquário Municipal de Rio Grande: Uma Proposta Sustentável de


Intervenção Ambiental, Educativa e Social

Trabalho de conclusão de curso (TCC),


apresentado o curso de Bacharelado em
Arquitetura e Urbanismo da Universidade Católica
de Pelotas, como requisito parcial à obtenção do
título de bacharel em Arquitetura e Urbanismo.

Orientadora: Roberta Mecking

PELOTAS
2014
ANDRIEL EVANDRO FENNER

Trabalho de conclusão de curso (TCC),


apresentado o curso de Bacharelado em
Arquitetura e Urbanismo da Universidade Católica
de Pelotas, como requisito parcial à obtenção do
título de bacharel em Arquitetura e Urbanismo.
Orientadora: Roberta Mecking

Área de concentração:

Arquitetura e Urbanismo

Data da entrega: 23 de junho de 2014

Resultado: _______________________

Banca examinadora:

Antônio Carlos Porto Junior Prof.________________________

Universidade Católica de Pelotas


“ A menos que modifiquemos a nossa maneira de
pensar, não seremos capazes de resolver os
problemas causados pela forma como nos
acostumamos a ver o mundo.”
Albert Einstein
Resumo

Este trabalho final de graduação em Arquitetura e Urbanismo tem como objetivo


principal o embasamento referencial para a etapa de projeto de um de um Aquário
Municipal para a cidade de Rio Grande. A partir de estudos e análises locais, percebeu-
se que a cidade citada é historicamente ligada às atividades marinhas porém, não
apresentava nenhum equipamento urbano público ou privado que expressasse esta
importante característica local. A cidade, colonizada principalmente por portugueses,
apresenta grande parte da renda anual voltada para a indústria naval e para a pesca, além
disso, apresenta a Universidade Federal do Rio Grande, no qual tem um dos 5 únicos
cursos de Oceanologia do Brasil e um dos melhores cursos de biologia. Todas estas
características tornam evidente a necessidade de implantação de um equipamento deste
porte, no qual exerça múltiplas funções na sociedade, abrangendo o campo da pesquisa
técnica-científica, exerça função social, integração e melhoramento urbano e atividades
de conscientização ambiental, principalmente referente à fauna aquática. Desta forma, o
trabalho apresenta um estudo referencial para a etapa de projeto, abrangendo um estudo
detalhado do tema, estudos referenciais, análises do terreno e condicionantes legais,
programa de necessidades e dimensionamentos, além da fases de conceituação do projeto.

Palavras-chave: Aquário municipal; arquitetura e urbanismo; trabalho final de


graduação; sustentabilidade.

Abstract

The main objective of this final graduation essay is elaborate a reference set for
a project stage of the Rio Grande’s Municipal Aquarium. The city is historically
connected with the marine activities however, does not have any public or private
equipment that express this major local characteristic. Additionally, has a high annual
income because of the great port and fishing activities. Rio Grande also has the Federal
University of Rio Grande, which contain one of five Oceanology course in Brazil and one
of the better biology course. Due to these facts, it is clearly that installing an aquarium in
Rio Grande will have innumerous advantages, such as improve technical and scientific
studies, to develop social function, to improve urban integration and environmental
awareness. Therefore, this essay contain a referential study that will be used to project the
Aquarium having a detailed study of the theme, referential studies, terrain and
surrounding analysis, legal constraints, needs program, sizing and conceptualization
stage.

Key-Word: municipal aquarium; architecture and urbanism; final graduation


essay; sustainability;
Figura 1- Localização do espaço de intervenção em relação à cidade de Rio Grande. .............. 14
Figura 2- Inserção do Museu de Arte Moderna na malha urbana .............................................. 21
Figura 3- Pequena praia protegida de ondas e do vento predominante ...................................... 22
Figura 4- Visão da grande escada de acesso ao átrio central ..................................................... 22
Figura 5- Fachada lateral do edifiício evidenciando a longa cobertura. .................................... 22
Figura 6- Planta baixa e situação com o entorno ....................................................................... 23
Figura 7- Planta Baixa setorizada .............................................................................................. 23
Figura 8-Corte A - Centro de Artes, Vista do edifício e relação com a praia ............................ 23
Figura 9- Corte B - Bloco de escritórios e Museu de Arte Moderna com exposições
permanentes................................................................................................................................. 24
Figura 10- Corte C - Vista do Centro de Arte e bloco com escritórios ...................................... 24
Figura 11- Interface de ligação entre blocos e canal aquático ................................................... 24
Figura 12- Prolongamento da cobertura com aparência de toldos. Tons de transparência do
vidro revestido com cerâmica branca .......................................................................................... 25
Figura 13-Interface de ligação entre blocos; Revestimento externo de madeira........................ 25
Figura 14- Volumetria do museu de tecnologia fazendo referência à história da cidade. .......... 26
Figura 15- Escadarias e praça pública sobre o telhado inclinado do museu. ............................. 27
Figura 16- Sala Search for live sem aberturas e sala Smart Techologies, uma das únicas que
possui aberturas. .......................................................................................................................... 27
Figura 17- Acesso pelo túnel e barcos, assim como acesso pela passarela para pedestres e
ciclistas. ....................................................................................................................................... 27
Figura 18- Área de exposições interativas para crianças. .......................................................... 28
Figura 19- Café Renzo Piano com áreas externas e internas. .................................................... 28
Figura 20- Espaço Board Room para eventos personalizados e exclusivos. .............................. 28
Figura 21- Moderno Foyer. ........................................................................................................ 29
Figura 22- Espaço Event Hall. ................................................................................................... 29
Figura 23- Auditório principal para eventos maiores. ................................................................ 29
Figura 24- Teatro de planta flexível para pequenos eventos. ..................................................... 30
Figura 25- Pequeno teatro para demonstrações do museu. ........................................................ 30
Figura 26- Terraço servindo como praça pública e podendo ser reservado para eventos. ......... 31
Figura 27- Situação e localização do projeto no sistema urbano de Amsterdã. ......................... 31
Figura 28- Mapa de conexão e inserção na malha urbana de Amsterdã. ................................... 32
Figura 29- Corte esquemático. Relação do edifício com o canal aquático, túnel rodoviário e
escadarias para o terraço. ............................................................................................................ 32
Figura 30- Fachada lateral demonstrando a volumetria parecida como um casco de barco. ..... 32
Figura 31- Pilares de concreto.................................................................................................... 33
Figura 32- Ampla utilização de vigas metálicas e lajes de concreto pré-fabricadas. ................. 33
Figura 33- Revestimento externo com placas de cobre pré-oxidadas. ....................................... 33
Figura 34- Oceanário isolado na água conectado apenas por passarelas. .................................. 34
Figura 35- Detalhes em relevo na fachada a qual representam a formação geológica do fundo
dos oceanos. ................................................................................................................................ 35
Figura 36- Distribuição dos tanques na planta de nível terrestre. .............................................. 35
Figura 37- Implantação com acessos e distribuição radial da planta. ........................................ 36
Figura 38- Planta Baixa- Piso Térreo de acesso técnico e laboratórios. .................................... 36
Figura 39- Planta Baixa- 2° Pavimento com quarentena e tanques. .......................................... 37
Figura 40- Planta baixa- 3° Pavimento; expositivo. ................................................................... 37
Figura 41- Planta Baixa- 4° Pavimento; expositivo. .................................................................. 38
Figura 42- Corte esquemático .................................................................................................... 38
Figura 43- Corte Esquemático ................................................................................................... 38
Figura 44- Detalhes de algumas aberturas com vidro na fachada, principalmente no último
pavimento. ................................................................................................................................... 39
Figura 45- Volumetria da edificação e visualização da cobertura. ............................................ 39
Figura 46- Grande painel de azulejos com tratamento computadorizado. ................................. 40
Figura 47- Localização da área de projeto. ................................................................................ 41
Figura 48- Informações de área e medidas do terreno de projeto. ............................................. 42
Figura 49- Incidência dos Ventos (Nordeste, sudeste e sudoeste) sobre o terreno .................... 43
Figura 50- Levantamento fotográfico no entorno do terreno de projeto. ................................... 43
Figura 51- Levantamento fotográfico na área de interface do terreno com a Lagoa dos Patos. 44
Figura 52- Levantamento fotográfico ao longo da orla da Lagoa dos Patos. ............................. 44
Figura 53- Principais pontos de referência e elementos importantes para a estruturação do
projeto. ........................................................................................................................................ 45
Figura 54- Mapa de usos e alturas das edificações do entorno. ................................................. 45
Figura 55- Fornecimento de energia e redes que contornam a área. .......................................... 46
Figura 56- Revestimento das vias que contornam a área. .......................................................... 46
Figura 57- Rede de abastecimento de água no entorno. ............................................................. 47
Figura 58- Indices urbanísticos da área de projeto segundo o Plano diretor municipal e Regime
Urbanístico. ................................................................................................................................. 48
Figura 59- Unidade de Planejamento em que a área de projeto se situa, conforme Plano Diretor
e Regime Urbanístico de Rio Grande/RS. ................................................................................... 48
Figura 60- Organograma das funções e organização das atividades para o programa. .............. 53
Figura 61- Distribuições formais de planta ................................................................................ 57
Figura 62- Intenção de projeto: modelo de funcionamento das passarelas de visitação e
manutenção dos tanques. ............................................................................................................. 60
Figura 63- Transição entre aquário de água doce com a área oceânica. .................................... 60
Figura 64- Croqui das passarelas de visitação. .......................................................................... 61
Figura 65- Estudo de zoneamento do projeto por setores e sentidos de circulação. .................. 61

Tabela 1- Aquários públicos com projetos antes e depois da primeira guerra mundial. (Sande e
Jouk, 2001)……………………………………………………………………………………...18

Tabela 2- Aquários públicos enquadrados na nova geração. (Sande e Jouk, 2001)……………19


ANEXO A – Tabelas do plano diretor e regime urbanístico....................................................... 62
ANEXO B- Saídas de Emergência- NBR 9077 .......................................................................... 65
ANEXO C- Saídas de emergência - Lei Complementar N° 14.376............................................ 67
ANEXO D – Código de Obras de Rio Grande ............................................................................ 69
1. Aspectos objetivos ............................................................. 12
1.1. Objetivo geral e tema ..................................................................................... 12
1.2. Justificativa ..................................................................................................... 12
1.3. Caracterização de público .............................................................................. 14
1.4. A cidade de Rio Grande ................................................................................. 14

2. Referencial teórico ............................................................. 16


2.1. Principais conceitos........................................................................................ 16
2.2. Aspectos históricos e evolução ...................................................................... 17
2.3. Estado atual da arte ....................................................................................... 19

3. Análise de precedentes ...................................................... 21


3.1. Nome: Museu De Arte Moderna Astrup Fearneley ........................................ 21
3.1.1. Informações Técnicas .......................................................................................... 21
3.1.2. Conceito, composição geral e entorno ............................................................... 21
3.1.3. Desenhos técnicos ............................................................................................... 23
3.1.4. Estrutura, técnica construtiva e materiais .......................................................... 25
3.2. Nome: National Center for Science and Technology – NEMO ...................... 26
3.2.1. Informações Técnicas .......................................................................................... 26
3.2.2. Conceito, composição geral e entorno ............................................................... 26
3.2.3. Desenhos técnicos ............................................................................................... 31
3.2.4. Estrutura, técnica construtiva e materiais .......................................................... 33
3.3. Nome: Oceanário de Lisboa........................................................................... 34
3.3.1. Informações Técnicas .......................................................................................... 34
3.3.2. Conceito, composição geral e entorno ............................................................... 34
3.3.3. Desenhos técnicos ............................................................................................... 35
3.3.4. Estrutura, técnica construtiva e materiais .......................................................... 39

4. Conclusão de análise ......................................................... 40


5. Sitio e implantação ............................................................ 41
5.1. Localização .................................................................................................... 41
5.2. Histórico da área ............................................................................................ 42
5.3. Estudo do entorno e agentes externos .......................................................... 42
5.3.1. Microclima-isolação e ventilação ........................................................................ 42
5.3.2. Levantamento Fotográfico .................................................................................. 43
5.3.3. Mapa de usos ...................................................................................................... 45
5.3.4. Sistemas Urbanos ................................................................................................ 46

6. Condicionantes legais ......................................................... 47


6.1. Plano diretor Municipal e Regime Urbanístico ............................................... 47
6.1.1. Em relação ao uso ............................................................................................... 47
6.1.2. Em relação ao espaço .......................................................................................... 48
6.2. Instrução normativa N°04 ............................................................................... 49
6.3. Lei N° 13.914 – Código Estadual do Meio Ambiente do Estado do Rio Grande
do Sul 50
6.4. NBR 9077 - Saída de emergência em edificações: ....................................... 51
6.5. Lei complementar N° 14.376 - Código de proteção contra incêndio .............. 51
6.6. Projeto elétrico, lógica e telefonia. ................................................................. 52

7. Definição do programa ...................................................... 53


7.1. Programa de necessidades............................................................................ 53
7.2. Pré-dimensionamento .................................................................................... 54
7.3. Sistema de suporte à vida dos aquários ........................................................ 56

8. Premissas de projeto .......................................................... 57


8.1. Possíveis distribuições formais conforme Ching ............................................ 57
8.2. Conceitos dominantes do projeto .................................................................. 58
8.3. Materiais e técnicas construtivas ................................................................... 59
8.4. Relação de projeto x espaço .......................................................................... 59
8.5. Acessos e zoneamento .................................................................................. 61

9. Anexos ................................................................................ 62
10. Referências ......................................................................... 72
12

O objetivo principal do projeto é requalificar a orla da Lagoa dos Patos, na faixa


compreendida pela Rua Comendador Henrique Pancada-Rio Grande (RS), a partir da inserção
de um Aquário Municipal.
A orla atualmente contem equipamentos de lazer ativo e passivo e um alto valor
turístico com uma visão espetacular da lagoa e do pôr-do-sol. Além disso, o espaço atua como
ligação bairro-centro pela área oeste da cidade e, após a instalação do Shopping Praça Rio
Grande, a orla se tornará um dos principais acessos para o estabelecimento comercial.
A proposta busca a valorização do espaço como área de convívio social, integração da
orla e do objeto arquitetônico na sociedade Rio-Grandina, atender as necessidades locais e a
conscientização comunitária em relação à conservação e preservação do ambiente aquático.

Uma das características principais da cidade de Rio Grande é sua ligação histórica com
as práticas marítimas. Durante o processo de colonização da região, o único atrativo que a
cidade apresentava era a possibilidade de construção de um porto que conseguia fazer a ligação
do mar com o interior do estado. Atualmente, com a sua posição privilegiada e demais fatores
naturais, a cidade detêm o único porto marítimo do estado e um dos principais do país, ligando
com o Mercosul e o mundo.
A formação geológica de Rio Grande proporciona também uma ampla rede de
ecossistemas e uma rica biodiversidade. Estes ambientes são protegidos por diversas estações
ecológicas, tais como:
 Reserva do Taim que serve de centro de estudos para aves migratórias, animais
terrestres e áreas de banhado e lacustres;
 Lagoa Verde e arroio Bolaxa/Senandes na qual apresentam uma variada
comunidade silvestre dentro do perímetro urbano;
 Eco-museu na Ilha da Polvora que abriga uma rica vegetação de banhado e serve
de ponto de referência para aves migratórias;
 Praia do Cassino, a maior praia do mundo em extensão, é ponto de referência
para estudos biológicos em aves migratórias ao mesmo tempo que, contém uma
variada gama de espécies de peixes;
 Faz parte da Costa Doce, o maior complexo lacustre do mundo, abrangendo
lagoas como a Mnagueira, Mirim e dos Patos.
Todos estes fatores favoreceram para que cursos de ensino superior ligados à
biodiversidade se tornassem referência nacional. A Universidade Federal do Rio Grande, por
exemplo, apresenta um dos melhores cursos de Oceanologia e Biologia do Brasil. (Estudante,
2012) Assim, a cidade se torna referência no setor ambiental e um dos pontos turísticos
principais na metade sul do estado.
Mesmo com todas estas entidades ligadas a conservação e preservação da natureza,
este setor ainda merece mais atenção na cidade. Dentre as movimentações econômicas do
município, a atividade pesqueira detém uma grande percentagem. Muitas vezes, esta atividade
se torna tão predatória que, caso não haja nenhuma medida protetora, poderá afetar o
ecossistema pesqueiro. Desta forma, se torna imprescindível a criação de algumas medidas de
conscientização ambiental.
13

Tomando estas informações como base, este projeto de graduação em arquitetura visa
a implantação de um aquário municipal na cidade de Rio Grande. Estes espaços, além de
exercer esta função ambiental e preservação do meio ambiente por meio de pesquisas e
conscientização social, são responsáveis por oferecer à comunidade um espaço de lazer e
cultura, valorizar o espaço urbano e aumentar o potencial turístico de determinada região.
Estes objetos arquitetônicos, por se tratarem de equipamentos privilegiados, são
considerados de grande importância científica e ambiental. Grande parte dos aquários ou
oceanários no mundo está vinculada a empresas, universidades ou instituições que desenvolvem
pesquisas e investigações científicas. Estas pesquisas normalmente estão relacionadas aos
hábitos, comportamentos, modo de crescimento e reprodução das diversas espécies aquáticas.
Estes estudos, por sua vez, podem ser utilizados para a criação de métodos menos danosos de
intervenção ao meio ambiente, como a pesca. Desta forma, os aquários são também
considerados como bancos da biodiversidade com a função de preservar a conservar a fauna e
a flora aquática. (Penning et al., 2009)
Além disso, estes equipamentos normalmente são utilizados em revitalizações
portuárias degradadas ou espaços esquecidos pela população, conferindo um caráter de
melhoramento do espaço urbano. Revitalizações urbanas foram realizadas em muitos países,
geralmente com intenção de retomar o uso em espaços históricos esquecidos. Essa retomada,
acompanhada da inserção de novos usos, visa contribuir para garantir o fluxo e a
sustentabilidade dos novos empreendimentos e resgatar o convívio da população, evitando a
degradação de espaços urbanos. Normalmente, para a eficácia destas propostas, busca-se
utilizar soluções catalizadores de desenvolvimento, como a implantação de centros comerciais
de grande impacto, conjuntos de referência arquitetônica e cultural, dentre outros. (Januzzi e
Razente, 2007)
Desta forma, o espaço escolhido para a implantação este projeto, localiza-se na Orla
da Lagoa dos Patos, ao longo da Rua Comendador Henrique Pancada. A localização justifica-
se pela proximidade com a água e as rotas marítimas, a fácil ligação com as instituições de
ensino superior, a existência de uma comunidade predominantemente pesqueira ao longo da
Lagoa dos Patos, um espaço de alto valor turístico ainda pouco utilizado pela população e pela
existência de um terreno que não cumpre com sua função social.
14

Figura 1- Localização do espaço de intervenção em relação à cidade de Rio Grande.


FONTE: Google imagens

O programa de atividades abrange todas as camadas etárias e segmentos sociais.


Serão ofertados diferentes programas acessíveis de conscientização e educação
ambiental para a comunidade local, contando com cursos e programas de preservação e pesca
consciente.
Além disso, a comunidade acadêmica será fortemente integrada no projeto, ao passo
que será incentivada a pesquisa científica e a necessidade de profissionais da área para
manutenção e cuidado das espécies.
Entretanto, a função principal do conjunto é referente à exposição dos animais. Assim,
as zonas de aquários, área recreacional, telões multimídia e informativos serão irrestritos e
acessíveis ao público adulto e infantil.
O projeto servirá de referência para toda a comunidade local, regional, nacional, e
possivelmente internacional e a sua viabilização será majoritariamente com recursos de parceria
público-privada.

A cidade do Rio Grande configura-se entre umas das mais ricas do estado e, é a mais
rica do Sul Rio-Grandense devido à grande movimentação da indústria, principalmente
marítima.
Está localizada na planície costeira do sul, ao extremo sul do estado do Rio Grande do
Sul e possui uma configuração topográfica de restinga costeira e terreno arenoso com, no
máximo, 2 metros acima do nível do mar. Está localizada a 317 kilometros da capital Porto
Alegre, sendo que a melhor rota é pela BR 116 e, após a cidade de Pelotas, a BR 392.
Atualmente, a cidade possui uma população aproximadamente de 200 mil habitantes. (Ibge,
2013)
Sua colonização principal foi de origem portuguesa e, posteriormente, houve
imigrações de italianos, alemães, poloneses e árabes. Hoje, a cidade apresenta uma grande
15

variedade étnica advinda da valorização do mercado do trabalho e suas instituições de ensino


federais, como a FURG e o IFRS.
Apresenta uma facilidade com a adaptabilidade em relação à infraestrutura. Ou seja, é
possível a integração modal de diversos sistemas de mobilidade, como rodovias, ferrovias,
hidrovias e aeroporto. No entanto, nenhuma delas é amplamente explorada.
A cidade, mesmo se tratado de um núcleo urbano de média dimensão, não apresenta
muitas opções de lazer e cultura. Uma das principais, é a praia do Cassino que abriga um grande
número de veranistas em determinadas épocas do ano. Além da praia, pode-se citar também o
Museu Oceanográfico, Museu Antártico, os Molhes da Barra, o Eco-Museu da Ilha da Pólvora
e a estação ecológica do Taim. No entanto, estes espaços não apresentam grandes índices de
visitação, explicado principalmente por seu difícil acesso e a falta de incentivos. (Fotos, 2013)
Internacionalmente, a cidade de Rio Grande é reconhecida pelo seu Porto e pelo evento
anual de indústria offshore – Navtec ou Feira do Pólo Naval.
16

Define-se como aquário público as instituições abertas ao público que tem a função de
praticar o aquarismo – prática de criar animais aquáticos para fins ornamentais ou de estudo,
diferentemente da piscicultura ou aquacultura, na qual tem aspectos de produção.
O aquário deve ser capaz de conter água estável para a sobrevivência de animais
aquáticos. Em um projeto completo, deve-se prever uma série de equipamentos mecânicos que
recriam as condições ideais para o conjunto de animais expostos no tanque. Fatores como
diferenças de temperatura, salinidade, ph, níveis de oxigênio e habitat natural que determinam
os grupos de animais que podem dividir o mesmo espaço. Assim, para abranger uma grande
quantidade de animais, se torna necessário a criação de diversos tanques e diferentes sistemas
aquáticos.
Classificam-se os tanques de acordo com a variedade de animais e a sua função. Desta
forma, é possível ter tanques comunitários, de espécies específicas, biótopo (animais de mesma
espécie), de reprodução, de criação, tanques holandeses (tipo especial de aquário com o cultivo
de plantas aquáticas), tanques nature (tipo japonês seguindo padrões estéticos e simbólicos
locais). (Wikipedia) Genericamente, pode-se classificar os aquários de acordo com a sua
temperatura em tanques de água fria (em torno de 18 °C a 22 °C) e tanques tropicais (em torno
de 23 °C a 28 °C), podendo ainda existir subclassificações conforme cada espécie. Ambos
tanques devem estar ligados a termostatos para a regulação da temperatura.
Para o correto funcionamento dos aquários é imprescindível a utilização de diversos
sistemas eletrônicos, como eficientes sistemas de filtração, sistemas de suporte à vida e o
constante monitoramento dos parâmetros da água.
A filtração tem a função de circulação da água, limpando as impurezas dos tanques.
Para este processo, pode-se utilizar o sistema de filtração biológica (bactérias aeróbias que
convertem a amônia em nitritos e estes em nitratos), mecânica (esponjas, mantas ou outros
elementos filtrantes que retém partículas sólidas da água), química (carvão ativado ou resinas
específicas que removem as substâncias tóxicas da água) ou ultravioleta (esterilização a água,
eliminando certos microrganismos). (Wikipedia)
A iluminação é outro elemento importante para um aquário. Esta tem a função de
assegurar um ritmo de vida natural e assegurar a fotossíntese de plantas. Atualmente, sabe-se
que a luz natural causa alguns danos aos animais, como a perda de cores e a noção de tempo.
Isto pode ser explicado pela dificuldade de controlar a intensidade da luz natural. Desta forma,
deve-se iluminar os aquários por lâmpadas fluorescentes hortícolas ou outras lâmpadas
especiais controlando os horários e intensidade da luminância.
Atualmente, a maior parte dos aquários públicos é de agua salgada. Desta forma, a sua
localização geralmente está vinculada à zonas costeiras para facilitar a captura de água salgada.
Mundialmente, Estados Unidos da América e o Japão se destacam em número de aquários,
sendo que o “Georgia Aquarium” em Atlanta (Geórgia/EUA) é considerado o maior do mundo.
Devido as práticas relacionadas aos animais, os aquários podem ser comparados aos
parques zoológico, precisando de uma licença para o seu funcionamento. Além disso, estes
equipamentos estão sempre vinculadas a outras instituições e a um corpo de especialistas que
cuidam e estudam as espécies. (Paiva, 2011)
17

O conceito de manter animais aquáticos perto de habitações sempre fez parte da cultura
humana. Antes de Cristo, o desenvolvimento dos grandes canais e diques para irrigação dos
povos antigos permitiu o alojamento de pequenos seres aquáticos. Muitos deste, além de servir
como pescado, tinham função de oráculos e importância simbólica.
No Império Romano, além dos grandes lagos artificiais, muitos peixes eram cultivados
em tanques de mármore para decoração e representavam um símbolo de status social. O formato
de aquário na qual conhecemos hoje foi desenvolvido em Roma, na qual painéis de vidro eram
alocados na lateral de tanques, possibilitando a visualização lateral. No entanto, devido à falta
de técnica para o aquarismo, os peixes precisavam ser repostos constantemente. (Brunner,
2005)
A partir do século X os chineses começaram a aperfeiçoar a técnica, possibilitando a
reprodução e a criação de novas espécies em aquários, principalmente de peixes-dourados. Esta
técnica chegou na Europa aproximadamente no século XVII e nos EUA no ano de 1850.
Esta difusão do aquarismo permitiu que a técnica fosse melhorada. Na Europa, os
gabinetes de observação, na qual continham diversos tipos de plantas e peixes, principalmente
com as espécies marinhas descobertos no início das grandes navegações. Os gabinetes, no
entanto, não eram públicos e apenas poderiam ser visitados pela alta aristocracia e alguns
convidados. Assim, o ato de cultivar objetos aquáticos se tornou um símbolo de status e de
grandes somas de dinheiro para aventureiros e colecionadores. (Brunner, 2005)
No entanto, ainda era necessário a troca de água dos tanques para manter o ambiente
estável aos animais, o que causava um grande trabalho. Com isto, começou-se os estudos
relacionados à ecologia, como os ciclos de carbono, nitrogênio e oxigênio. Em 1846, cientistas
descobriram que a alocação de plantas no aquário e a movimentação da agua desenvolvia
oxigênio, tão vital para os animais. Este fato permitiu a construção de aquários maiores,
evitando a troca da agua.
Em 1849, a naturalista londrina Anna Thynne chamou a atenção de toda comunidade
científica quando criou o primeiro aquário marinho estável, conseguindo manter algas e animais
por 3 anos sem a troca de água. Assim, além de ter seu espaço entre a alta sociedade, os aquários
surgem como uma ferramenta científica, garantindo muitas pesquisas e publicações.
A partir de 1850, a prática do aquarismo começa a ser pensada como objeto para atrair
o público. Em 1853 é construído o primeiro aquário público do mundo em Londres contanto
com 14 tanques. Logo após, diversos países europeus começaram a lançar seus projetos numa
luta de melhores espaços, elaborando visuais com iluminação, decoração arrojada e recriação
de ambientes aquáticos, com a finalidade de permitir a melhor experiência para o visitante. Esta
fascinação pelo desconhecido despertou a atenção da população no século passado, tanto que
há relatos de cidades que elaboravam festas para a chegada de novas espécies, assim como a
morte de qualquer animal era tratado como uma tragédia. (Boulenger, 1925)
Enquanto os aquários continuam a se consolidar com papel educativo e de
entretenimento nos anos seguintes, no campo científico a prática já não havia muita utilidade.
Os aquários continuaram a auxiliar a pesquisa, mas os cientistas precisavam também observar
as características e comportamentos das espécies no seu ambiente natural. Com isto, houve um
grande aperfeiçoamento das técnicas de mergulho e uma grande ruptura entre aquários de fim
científico e os de entretenimento. A partir do século XX, percebe-se que os aquários
aproximaram-se da tendência educacional construtivista, baseada na pedagogia-crítica com
exposições e ações educativas.
Historicamente, pode-se dividir os projetos de aquários públicos em três grandes
grupos, com grandes diferenças nos métodos e técnicas empregadas.
18

 Antes da primeira guerra mundial: os tanques eram projetados com


dimensões limitadas; haviam um volume de água pequeno; técnicas de
suporte à vida eram simples; exposições com organização taxonômica;
poucas informações sobre as espécies; e a localização não tinha vínculo
com zonas costeiras. (Sande e Jouk, 2001)
 Depois das guerra mundiais: os tanques começam a receber um volume
maior; utilização de novas tecnologias e novas ideias como o primeiro
túnel criado em 1988 em La Rochelle; planos de visualização em
painéis de acrílico com possibilidade de novas formas, permitindo
maior envolvimento do púbico; preocupação com a recriação de
habitats naturais sem a separação taxonômica. (Sande e Jouk, 2001)

EUROPA AMÉRICA JAPÃO


Paris 1860 Boston 1859 Uozu 1913
Hamburg 1864 New York 1876 Shirahrma 1930
Crystal 1871 National Aqu. 1888 Katsurahama 1931
London Washington
Brighton 1872 São Francisco 1896 Kinosaki 1934
Trocadero 1878 Philadelphia 1900 Izo Mitu 1941
Paris
Vasco da 1889 Waikiki Aqu. 1905
Gama-Lisboa
Monaco Shedd Aqu. 1930
Chicago
Berlin 1913

Tabela 3- Aquários públicos com projetos antes e depois da primeira guerra mundial.(Sande e Jouk,
2001)

 Nova geração: grandes volumes e espaços; elevados investimentos;


tecnologia de ponta para suporte à vida; utilização da tecnologia para
instrumentos de educação; localização geralmente em zonas ribeirinhas
ou costeiras; preconização do conceito de imersão total, ou seja, o
mergulho do visitante no desconhecido; integração de habitat terrestre
e aquários; sistemas com ozônio, filtros biológicos e novos substratos.
(Sande e Jouk, 2001)
19

EUROPA AMÉRICA JAPÃO


Oceanopolis 1990 Monterrey 1984 Okinawa 1976
Brest Bay Aquarium
Nausiacaa 1991 Aq. Das 1990 Tokio Sea 1989
Boulongne Américas Life
Le Cruisic 1992 Texas State 1990 Nwe Toba 1990
Aquarium Aquarium
Genova 1993 New Jersey 1991 Port of 1992
Aquarium Nagoya Aq.
Kattegat 1993 Oregon Aq. 1992 Shimane Aq. 2000
Grenaa
Barcelona 1993 Tennessee Aq. 1992 Fukushima 2000
Zoo Madrid 1995 New York Aq. 1992 CHINA
Bermingham 1996 Florida Tampa 1995 Baiji 1980
Oceanário 1998 Aq. of Pacific 1998 Dalian 1995
Lisboa Ocean
Blijdorp Zoo 2000 South Carolina 2000 Shenzen Sea 1998
Ocean. 2000 Beijing 1999
Arnhem Aquarium
Tabela 4- Aquários públicos enquadrados na nova geração. (Sande e Jouk, 2001)

Conforme visto, os aquários são equipamentos públicos que concentram diversos


papéis.
A nível científico, os aquários se tornaram bases importantíssimas para os estudos
oceanográficos ou de qualquer sistema aquático. Estas investigações envolvem a visualização
da relação entre as espécies, os comportamentos predatórios, de defesa e acasalamento. Hoje,
sabe-se que os estudos permitiram marcos históricos, como por exemplo, a reprodução em
cativeiro da primeira manta no aquário Okinawa Churaumi Aquarium/Japão em 2007 e os
estudos comportamentais do tubarão-branco em Monterey Bay Aquarium/ EUA em 2004. Desta
forma, estes estudos auxiliam nos estudos biológicos e tem a possibilidade de combater a
extinção completa de algumas espécies. (Aquarium, 2004) (Aquarium, 2007) (Penning et al.,
2009)
Além disso, atualmente os aquários tem se destacado como instrumentos de
revitalização urbana. Diversos projetos, principalmente de áreas portuárias, foram
acompanhados pela inserção de um aquário. Pode-se citar como exemplo as áreas costeiras de
Baltimore, Barcelona, Cidade do Cabo, Hong Kong, Roterdã e recentemente o Rio de Janeiro,
o qual irá abrigar o AquaRio.
No entanto, estas transformações, além de agregar valor cultural e turístico ao espaço,
de alguma forma também buscam a valorização imobiliária. Estas intervenções, a longo prazo,
provocam um processo chamado de gentrificação. Para muitos estudiosos, este processo tem
20

caráter excludente e privatizador, na medida que atrai um grande capital e interesses


especulativos no setor imobiliário. Desta forma, a exemplo de outras cidades, é necessário que
se crie um planejamento urbano integrado a fim de impedir que este processo aconteça nas áreas
de intervenção. (Mendes, 2010)
Atualmente, os projetos de aquário ou oceanário estão intrinsicamente relacionados
com a tecnologia de ponta, uma vez que se torna absolutamente necessária a utilização de
modernos sistemas de computação para a manutenção dos ambientes de exposição. Todos estes
sistemas são utilizados para o monitoramento dos níveis ideais da água e manutenção dos
habits. (Wilson, 2005)
Além da sua função social e ambiental, estes espaços são palcos recreacionais e
educativos. Desta forma, sabe-se que é necessária a utilização de técnicas cativantes para o
público observador. Um dos grandes desafios para um projeto deste porte é a criação de
artifícios de design e expositivo que impeçam a monotonia durante a circulação sem, contudo,
prejudicar a ambiência das espécies marinhas. (Silva, 2003; Salgado, 2011)
21

Arquiteto: Renzo Piano Architects


Local: Oslo, Noruega
Data: 2006-2012
Metragem: 75,000-square-foot = 6967,7m²

O edifício é um centro cultural integrando arte e entretenimento na área sudoeste do


centro de Oslo. O complexo é constituído pelo Museu de arte, um espaço de exposições
permanentes e um parque público com esculturas, a qual faz a ligação entre a praia projetada e
o edifício central.
O edifício é constituído por 3 blocos divididos ao meio por um canal aquático, na qual
faz a separação dos espaços. Dois dos blocos são utilizados para o Museu de Arte com
exposições permanentes de Astrup Fearnley e o outro bloco contém exposições temporárias e
escritórios. A ligação entre eles é realizada por pontes, porém a grande cobertura que cobre os
blocos dá a sensação de unidade do partido.

Figura 2- Inserção do Museu de Arte Moderna na malha urbana


Fonte: National Geografic
O grande objetivo do projeto era integrar o museu com o entorno, criando espaços
públicos que cativassem a população a usá-lo. Desta forma, o grande parque de esculturas e a
criação da praia, que constituem o entorno, são ligados diretamente a uma promenade que
contorna o cais e dá acesso direto ao centro da cidade.
Uma pequena praia, protegida do vento e de ondas, foi criada para servir de espaço
público para adultos e crianças e estimular o contato com a água. Um grande café, que pode ser
22

aberto durante dias de tempo bom, faz a ligação com a praia se estendendo até uma pequena
área interna e protegida do edifício.

Figura 3- Pequena praia protegida de ondas e do vento predominante


Fonte: Inhabital
Uma grande escada entre os blocos direciona o público para uma praça interna com
cafés, lojas comerciais e outros espaços que proporcionam uma ótima visão para o externo.

Figura 4- Visão da grande escada de acesso ao átrio central


Fonte: Inhabital
O grande elemento arquitetônico é o telhado curvo de vidro que engloba os edifícios,
proporcionando aos usuários uma excelente visão do céu e aproxima a relação entre o edifício
e a água do oceano. Além do vidro, o aço também é amplamente usado, fazendo referência às
características marinhas do local.

Figura 5- Fachada lateral do edifiício evidenciando a longa cobertura.


Fonte: Inhabital
23

Na situação é possível observar a ligação da ilha e Museu com a cidade. Esta ligação
é efetuada pelo prolongamento da promenade que circundava pela Orla ao longo do antigo porto
de Oslo. Além disso, há o acesso rodoviário e hidroviário.

Figura 6- Planta baixa e situação com o entorno


Fonte: Inhabital
O prolongamento da promenade exerce uma grande função neste projeto, uma vez que
unifica os espaços e todo o partido arquitetônico.

Figura 7- Planta Baixa setorizada


Fonte: Inhabital

Figura 8-Corte A < Centro de Artes, Vista do edifício e relação com a praia
Fonte: Inhabital
24

Figura 9- Corte B < Bloco de escritórios e Museu de Arte Moderna com exposições permanentes
Fonte: Inhabital

Figura 10- Corte C - Vista do Centro de Arte e bloco com escritórios


Fonte: Inhabital

A criação do canal aquático que divide o Museu é outro elemento arquitetônico


interessante. Tem a capacidade de proporcionar um novo modal de mobilidade urbana ao
mesmo tempo que aproxima o conceito do Museu com o entorno.

Figura 11- Interface de ligação entre blocos e canal aquático


Fonte: Inhabital
25

Os materiais foram escolhidos de forma a dar ênfase ao edifício e destacar o telhado


como elemento arquitetônico principal. Além disso, a grande utilização da madeira segue os
padrões arquitetônicos do país e relembra a madeira usada na fabricação dos barcos locais. Já
o aço faz referência aos mastros do porto de Oslo.
A grande estrutura curva que engloba os edifícios foi feita de vigas de madeira
laminada e vigas de aço, suportadas por colunas de aço. Para o revestimento, foi escolhido vidro
com um pequena camada de cerâmica branca, o qual reduz a transparência em até 40 %.

Figura 12- Prolongamento da cobertura com aparência de toldos. Tons de transparência do vidro
revestido com cerâmica branca
Fonte: Inhabital
Nas fachadas, as aberturas proporcionam uma visão deslumbrante para o externo. O
vidro utilizado na área de exposição, no lobby e no átrio central permite a infiltração total da
luz minimizando a descoloração desta. No entanto, para as áreas de escritórios, foi necessário
a utilização de revestimentos internos para controle da luminosidade.
A prolongação da cobertura tem aparência de toldos, a qual tornam o espaço mais
dinâmico e intensificam a cor da madeira, trazendo cor para a fachada monocromática.
Em espaços opacos da fachada, a madeira foi devidamente tratada para resistir aos
efeitos do clima. Com o tempo, esta madeira irá adquirir um tom de cinza-prata, porém sem
destonar a fachada.

Figura 13-Interface de ligação entre blocos; Revestimento externo de madeira


Fonte: Inhabital
26

3.2.1. nformações Técnicas

Arquiteto: Renzo Piano Architects


Local: Amsterdã, Holanda
Data: 1992-1997

O Centro Nacional de Ciência e Tecnologia (National Center for Science and


Technology – NEMO) está localizado em uma pequena faixa de terra na zona portuária de
Amsterdã, sinalizando a entrada de um túnel rodoviário. É considerado o maior centro de
ciência da Holanda e um dos mais visitados na Europa.
O edifício, devido a sua proximidade com um canal pluvial, é cercado por água e
absorve uma forma de casco de navio, fazendo referência à área e à história marítima de
Amsterdã.

Figura 14- Volumetria do museu de tecnologia fazendo referência à história da cidade.


Fonte: Renzo Piano Building Workshop

"Amsterdam é uma cidade unidimensional", foi assim que o arquiteto Renzo Piano
descreveu a cidade ao projetar o museu de tecnologia. O arquiteto percebeu que a cidade se
diferenciava de muitos centros urbanos pelo mundo por não haver algum equipamento de
contemplação da cidade. Desta forma, ao projetar o espaço, ele viu a oportunidade completar a
sua obra com um impressionante mirante no último pavimento, a 22 metros acima do nível da
agua. Uma rampa de pedestres tem a função de encaminhar o público para o telhado inclinado
que serve como praça pública para os visitantes e exerce um foco social para o bairro.
27

Figura 15- Escadarias e praça pública sobre o telhado inclinado do museu.


Fonte: Renzo Piano Builing Workshop e google imagens
Internamente, o centro apresenta exposições científicas e tecnológicas interativas. Para
evitar quaisquer distrações do público, o arquiteto optou por um design interno neutro, com
paredes cinzas e poucas janelas. A intenção era que o público mergulhasse nas maravilhas da
ciência e não perdesse a atenção nas exposições. O centro é distribuídos em 4 níveis com tópicos
que incluem o cérebro, DNA, eletricidade, fenômenos aquáticos, adolescência, combustível de
hidrogênio, computadores e as origens da vida.

Figura 16- Sala Search for live sem aberturas e sala Smart Techologies, uma das únicas que possui
aberturas.
Fonte: NEMO
O edifício possui uma interação muito grande com a cidade, sendo acessível por
diferentes meios de transporte, como carro, bicicleta, barcos e a pé.

Figura 17- Acesso pelo túnel e barcos, assim como acesso pela passarela para pedestres e ciclistas.
Fonte: Renzo Piano Builing Workshop
O grupo-alvo principal do centro são as crianças entre 6 e 14 anos de idade oriundas
de excursões escolares. Porém, não restringe que visitantes adultos acompanhem estas crianças.
Anualmente, 85 mil alunos visitam o espaço e participam dos eventos organizados pelo centro.
Através de projetos, eventos, concursos educativos e material didático, o NEMO pretende ser
a base para educação científica e tecnológica da cidade e país.
28

Figura 18- Área de exposições interativas para crianças.


Fonte: NEMO
Além das diferentes exposições, o edifício abriga outras funções, como:
 Cafe Renzo Piano: Localizado no térreo, o espaço é aberto ao público e
possui conexão com a loja comercial do centro.

Figura 19- Café Renzo Piano com áreas externas e internas.


Fonte: NEMO
 Board Room: A parte curva do edifício abriga uma exclusiva sala de
reuniões com uma bela vista para o canal aquático. Além disso, é possível
transformar a sala em espaços de jantar ou um pequeno auditório.

Figura 20- Espaço Board Room para eventos personalizados e exclusivos.


Fonte: NEMO
 Foyer: Moderno foyer do NEMO pode ser utilizado para festas de
recepção, almoços ou jantares, podendo ser personalizado para cada
cliente.
29

Figura 21- Moderno Foyer.


Fonte: NEMO

 Event Hall: espaço cercado por vidro onde oferece vistas deslumbrantes
sobre o canal da cidade e os veleiros históricos ancorados. Possui uma
grande pista que poderá ser utilizada para festas, seminários ou feiras de
negócio.

Figura 22- Espaço Event Hall.


Fonte: NEMO

 Auditório: espaço generoso para conferencias ou convenções.

Figura 23- Auditório principal para eventos maiores.


Fonte: NEMO
30

 Teatro: espaço flexível e com isolamento acústico, tem capacidade para


60 pessoas e é ideal para uma grande variedade de eventos, desde jantares
de oficinas e apresentações.

Figura 24- Teatro de planta flexível para pequenos eventos.


Fonte: NEMO
 Pequeno teatro: pequeno espaço que fornece as informações básicas para
o museu, além de poder se utilizado para pequenas apresentações,
demonstrações e workshops.

Figura 25- Pequeno teatro para demonstrações do museu.


Fonte: NEMO
 Café e terraço: café no último andar do NEMO que poderá ser alugado
para eventos e festas.
31

Figura 26- Terraço servindo como praça pública e podendo ser reservado para eventos.
Fonte: Google Imagens

O edifício está localizado na área portuária de Amsterdã, possuindo uma grande


ligação com o canal aquático de ligação direta para o Mar do Norte.

Figura 27- Situação e localização do projeto no sistema urbano de Amsterdã.


Fonte: Google imagens e montagem do autor

Além disso, o edifício exerce a função de demarcação do acesso do túnel rodoviário


que conecta dois lados opostos do canal. O acesso ao edifício é extremamente facilitado, uma
vez que pode ser feito por diversos sistemas de mobilidade, como veículos em geral, barcos,
bicicletas e acesso peatonal.
32

Figura 28- Mapa de conexão e inserção na malha urbana de Amsterdã.


Fonte: Renzo Piano Builing Workshop e montage do autor

Figura 29- Corte esquemático. Relação do edifício com o canal aquático, túnel rodoviário e escadarias
para o terraço.
Fonte: Renzo Piano Builing Workshop

Figura 30- Fachada lateral demonstrando a volumetria parecida como um casco de barco.
Fonte: Renzo Piano Builing Workshop
33

Toda a estrutura do edifício encontra-se sobre uma pequena faixa de terra e, repousa
sobre um grande túnel rodoviário. A curvatura do túnel pode ser utilizada como fundação, ao
mesmo tempo que, serviu de inspiração para o conceito e deu forma ao edifício. Também foi
necessária a utilização de estacas submarinas para auxiliar na estabilidade do museu.

Figura 31- Pilares de concreto.


Fonte: NEMO
Toda a estrutura interna foi feita com materiais leves, assim percebe-se a ampla
utilização de vigas de aço e lajes de concreto pré-fabricadas, a fim de minimizar os esforços.

Figura 32- Ampla utilização de vigas metálicas e lajes de concreto pré-fabricadas.


Fonte: NEMO
O museu é todo recoberto com painéis de cobre pré-oxidado em tons esverdeados.
Sobre a fachada é possível observar a presença de poucas aberturas metálicas localizadas em
espaços específicos e que permitem a visualização do externo.

Figura 33- Revestimento externo com placas de cobre pré-oxidadas.


Fonte: Renzo Piano Builing Workshop
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Arquiteto: Peter Chermayeff


Local: Parque das Nações, Lisboa- Portugal
Data: 1994 - 1998
Metragem: 16.585,85 m²

O edifício foi concebido inicialmente para abrigar uma exposição dos oceanos no
Parque das Nações em Lisboa durante a EXPO 98. Porém, logo após o evento, o espaço foi
aberto ao público. Atualmente, o oceanário é considerado o segundo maior do mundo e o maior
da Europa. São desenvolvidas atividades didáticas à população relacionadas à preservação do
ambiente marinho com a colaboração de instituições científicas que buscam a conservação da
biodiversidade oceânica.
O espaço foi referenciado em um barco porta aviões, representando um elo entre o
passado, a partir da história portuguesa em relação à navegação, e o futuro, por sua concepção
formal. O elemento arquitetônico está isolado na água e conectado à cidade por uma passarela,
como se fosse um barco ancorado.

Figura 34- Oceanário isolado na água conectado apenas por passarelas.


Fonte: Google imagens

A composição possui faces em relevo simulando a composição geográfica do fundo


dos oceanos, ao mesmo tempo em que, se adapta aos ambientes marinhos recriados em seu
interior. Há críticos que argumentam que, devido os traços retos e modernos, a edificação não
absorve a cultura local e que, apesar de ser uma bela arquitetura, não privilegia a rica história
portuguesa.
35

Figura 35- Detalhes em relevo na fachada a qual representam a formação geológica do fundo dos
oceanos.
Fonte: Google imagens

O distribuição formal segue um modelo radial com planta quadrada onde 4 tanques
estão envoltos por um grande tanque central que representa o “mar aberto”, conforme imagem
a seguir.

Figura 36- Distribuição dos tanques na planta de nível terrestre.


Fonte: Oceanário de Lisboa

Há dois acessos à edificação, sendo um técnico e outro do público em geral. O acesso


técnico é conectado ao pavimento térreo, enquanto que o acesso ao público se caracteriza por
uma sinuosa rampa chegando ao terceiro pavimento.
36

Figura 37- Implantação com acessos e distribuição radial da planta.


Fonte: Oceanário de Lisboa

A área técnica se desenvolve em dois pavimentos, onde é possível encontrar os


laboratórios de pesquisa e análise aos animais, salas de cirurgia, depósitos de alimentação e
equipamentos técnicos, reservatórios de água doce e salgada, departamentos de qualidade de
vida e reprodução, setores de limpeza e manutenção, recepção dos animais e os espaços de
quarentena, dentre outros equipamentos que permitem o funcionamento correto dos sistemas
aquáticos.

Figura 38- Planta Baixa- Piso Térreo de acesso técnico e laboratórios.


Fonte: Oceanário de Lisboa
37

Figura 39- Planta Baixa- 2° Pavimento com quarentena e tanques.


Fonte: Oceanário de Lisboa

A área expositiva desenrola-se em dois níveis classificados como terrestre e o


subaquático. Os visitantes passeiam pelos níveis em sentido circular, passando pelos tanques
que recriam áreas específicas do globo, como o habitat do Atlântico norte, do Índico tropical,
as orlas costeiras do oceano Antártico e pela floresta de algas gigantes de zonas temperadas do
oceano Pacífico, além de terem acesso ao grande tanque central recriando o mar aberto.

Figura 40- Planta baixa- 3° Pavimento; expositivo.


Fonte: Oceanário de Lisboa
38

Figura 41- Planta Baixa- 4° Pavimento; expositivo.


Fonte: Oceanário de Lisboa

Figura 42- Corte esquemático


Fonte: Oceanário de Lisboa

Figura 43- Corte Esquemático


Fonte: Oceanário de Lisboa
39

Os materiais mais presentes na construção do oceanário são o vidro, o metal e o


concreto. Normalmente, este tipo de programa restringe a entrada de luz, seja por motivos
estéticos para exposição, seja por necessidade de controlar a incidência da iluminação. Neste
projeto, algumas paisagens do espaço necessitam de iluminação diferenciada, principalmente
no último pavimento. Estes espaços são tratadas com uma fachada de vidro com uma película
que permite controlar a intensidade da luz solar.

Figura 44- Detalhes de algumas aberturas com vidro na fachada, principalmente no último pavimento.
Fonte: Google Imagens
A cobertura metálica encaixa-se sobre o cubo delimitando os acessos e a distribuição
arquitetônica da planta além de funcionar como um grande brise para vãos da fachada. Tirantes
metálicos dão suporte à estrutura. A cobertura metálica também possuí um índice de absorção
da luz solar.

Figura 45- Volumetria da edificação e visualização da cobertura.


Fonte: Oceanário de Lisboa

No acesso à visitação, feita no Parque das Nações, encontra-se a área administrativa


do oceanário. Neste espaço, um grande painel de azulejos, com a representação de animais
marinhos em azul e branco, recepciona os visitantes. O painel foi criado a partir de programas
de computação com nove tonalidades de azul dispostos a formar figuras ampliadas de estudos
fotográficos correspondendo cada um dos seus 55.000 azulejos a um pixel das imagens. As
formas marinhas só se tornam perceptíveis à distância, porém os elementos que as compõem,
de variados tons e desenhos geométricos, são percebidos com a aproximação. O grande painel
40

faz referência à tradição portuguesa, setoriza o espaço administrativo do hall de circulação e


disfarça as aberturas do espaço administrativo.

Figura 46- Grande painel de azulejos com tratamento computadorizado.


Fonte: Oceanário de Lisboa

As análises de precedentes analisadas anteriormente, apesar de trazer projetos com


funções distintas, permitem observar algumas características em comum. Entre elas, é
possível citar a forte ligação com o entorno costeiro e a busca por elementos que
simbolizam o local de implantação.
Na primeira análise, os materiais utilizados para a construção do edifício e a
implantação do museu sobre a perspectiva de ligação com o entorno merecem destaque. O
arquiteto faz uma leitura geral do espaço absorvendo as características locais e
transformando esta leitura em traços arquitetônicos que, acima de tudo, possuem uma
grande função social, permitindo que o público pudesse usufruir não só do edifício, mas
de todo o entorno.
Uma das principais características do Museu de tecnologia de Amsterdã é a sua
integração com o ambiente urbano. O edifício surge dentre a malha urbana para se tornar
parte da sociedade, abrangendo todos os públicos, idades e funções. Apesar da função
principal como museu, o edifício proporciona uma variedade de espaços que, ora podem
ser restritos para eventos, ora podem são abertos ao público. A grande praça sobre o telhado
é um dos destaques da obra, uma vez que, proporciona um espaço antes inexistente na
cidade.
O grande Oceanário de Lisboa foi de extrema importância para esta análise. Por
se tratar do mesmo tema, este projeto foi escolhido pelo fato de conseguir transferir ao
leitor uma análise simples da configuração de um aquário. Os diferentes acessos e níveis
são de fácil entendimento, uma vez que segregam as principais funções. Além disso, é
possível perceber as circulações sinuosas na área de exposições, transformando o caminho
em algo interessante e sem monotonia.
Em diferentes perspectivas, cada análise de precedentes será utilizada para a
formulação deste projeto arquitetônico. A utilização de materiais de referência ao local, o
trabalho de implantação e integração do espaço com a malha urbana e a função social de
integração serão características tão presentes neste projeto arquitetônico como nas análises
anteriores.
41

A escolha pelo terreno surgiu a partir da intenção de tornar o espaço mais presente na
vida dos cidadãos Rio-Grandinos, ao mesmo tempo em que visa criar uma consciência
ambiental em relação à fauna marinha.
O terreno escolhido para o desenvolvimento deste projeto de graduação localiza-se na
quadra entre as Ruas Comendador Henrique Pancada, Rua Castro Alves, Rua Visconde de
Mauá e Rua José de Alencar na cidade de Rio Grande- RS. Trata-se de uma quadra com apenas
uma edificação residencial centralizada na área, a qual será retirada. A escolha do local deve-
se principalmente pela proximidade com a Lagoa dos Patos e pela existência de um espaço que
não cumpre com sua função social, segundo o Estatuto das Cidades. Desta forma, o edifício
pode ser inserido em um local de fácil acesso à população sem prejudicar a comunidade.

Figura 47- Localização da área de projeto.


Fonte: Google maps e montagem do autor
42

Figura 48- Informações de área e medidas do terreno de projeto.


Fonte: Montagem do autor no programa Autocad

A respectiva área urbana encontrou-se estabilizada por um longo período de tempo,


enfrentando diversos problemas decorrentes da estagnação territorial das modernas cidades
mundiais.
Inicialmente, a ocupação se deu por pequenas vilas, na qual formaram uma espécie de
subúrbio da cidade de Rio Grande. Toda esta ocupação se estendeu descontroladamente e sem
a presença do setor público para introduzir a infraestrutura básica. Desta forma, durante muito
tempo, toda a área suburbana continha apenas a delimitação das ruas, a qual eram feitas de areia
batida.
Depois de muito tempo, este subúrbio começa a ser considerado como um
prolongamento da centralidade. Desta forma, projetos de infraestrutura urbana são implantados
e toda a área tem uma considerável ascendência no planejamento urbano municipal.
Atualmente, a orla da Lagoa dos Patos constitui um elo entre os bairros e o centro pela
face oeste da cidade e um dos espaços de contemplação mais utilizados da cidade. No entanto,
esta utilização ainda enfrenta empecilhos relacionados a falta de opções de lazer.
O espaço também é amplamente utilizado para a pesca de subsistência e comercial.
Esta atividade proporcionou a construção de passarelas de madeira, que são características
pesqueiras locais e se tornam os principais elementos arquitetônicos de contemplação da área.

O clima de Rio Grande é considerado como subtropical/temperado com forte


influência oceânica acarretando invernos relativamente frios e verões quentes. A temperatura
média anual da cidade é de 18,3 °C, sendo que a média normal de inverno é de 12,9ºC e no
verão é 23,6ºC. Porém, a aproximação com o mar e a forte incidência dos ventos, a sensação
43

térmica normalmente chega próximo dos 0 °C nos invernos. Além disso, a umidade relativa do
ar normalmente varia entre 77% e 90%. Os ventos predominantes são Nordeste, seguidos de
Sudeste a Sudoeste, com velocidade média de 7,0 nós.(Ibge, 2013)

Figura 49- Incidência dos Ventos (Nordeste, sudeste e sudoeste) sobre o terreno
Fonte: Google maps e montagem do autor
Para um projeto arquitetônico, em geral, a proximidade com a água é considerado um
aspecto favorável, uma vez que proporciona um bom conforto térmico. No entanto, para este
projeto, devido à forte influência dos ventos que passam pela lagoa aliados a umidade do ar e
as temperaturas médias, será necessário criar mecanismos de contenção e controle da ventilação
em determinados períodos do ano.

 Área 1: Em torno do terreno

Figura 50- Levantamento fotográfico no entorno do terreno de projeto.


Fonte: Google maps e montagem do autor
44

 Área 2: Área de interface

Figura 51- Levantamento fotográfico na área de interface do terreno com a Lagoa dos Patos.
Fonte: Google maps e montagem do autor

 Área 3: Restante da orla

Figura 52- Levantamento fotográfico ao longo da orla da Lagoa dos Patos.


Fonte: Google maps e montagem do autor
45

 Mapa de referências

Figura 53- Principais pontos de referência e elementos importantes para a estruturação do projeto.
Fonte: Google maps e montagem do autor

 Levantamento de usos e alturas

Figura 54- Mapa de usos e alturas das edificações do entorno.


Fonte: Google maps e montagem do autor
46

Em relação ao sistema de abastecimento de energia elétrica, a área está localizada em


uma posição privilegiada. Devido ao grande programa e as necessidades especiais em relação
à conservação dos animais, se faz necessário uma rede alta tensão. A área conta com redes de
alta e baixa tensão, além de estar localizada próxima da estação de fornecimento de energia
elétrica de Rio Grande.

Figura 55- Fornecimento de energia e redes que contornam a área.


Fonte: Montagem do autor
Em relação a situação dos revestimentos das vias que contornam a área, percebe-se que
apenas a Rua Henrique Pancada é asfaltada. Os perfis intermediários – Castro Alves e
Gonçalves Dias - não contam com acabamento, para tanto são de areia batida. As demais vias
são constituídas de blocos intertravados de concreto. Com exceção das vias intermediárias,
todos perfis possuem sistema de captação da água pluvial. Finalizando, nenhum perfil possui
passeios públicos com revestimento.

Figura 56- Revestimento das vias que contornam a área.


Fonte: Montagem do autor
47

Em relação à rede de abastecimento de água, todo o entorno é abastecido pela


concessionária local. No entanto, nada pode se afirmar em relação à rede de captação de
efluentes, uma vez que, não há mapas e informações concretas da sua existência. Porém,
acredita-se que possa existir uma rede pela Rua Henrique Pancada. Caso a informação seja
errônea, faz-se necessário a implantação de sistemas de esgoto próprio completo, como fossas
sépticas e sumidouro.

Figura 57- Rede de abastecimento de água no entorno.


Fonte: Montagem do autor

Embora não haja uma classificação específica para este uso, pode-se enquadrar o
Aquário como uma edificação de Interesse Sociocultural, conforme Art. 58 do Plano Diretor
local, uma vez que, que por seu valor arquitetônico, poderá marcar o processo de evolução
político-social, econômico, arquitetônico e urbano a cidade de Rio Grande.
Na política de desenvolvimento social e econômico da cidade é incentivada a alocação
de atividades com caráter turístico no qual desenvolvam a economia local e regional.
Adicionalmente, o plano promove programas de incentivo, avaliação e desenvolvimento
relacionados à pesca, na qual devem contar com programas específicos para alfabetização,
formação profissional, educação ambiental e inclusão social da pesca artesanal.
Perante as diretrizes da Política Ambiental Municipal deve-se recuperar e preservar a
paisagem urbana/natural desenvolvendo e orientando a utilização de tecnologias para a proteção
dos recursos naturais. Além disso, deve-se garantir a divulgação e produção de todo o
conhecimento em um sistema integrado com articulação de diversos setores.
Pode-se classificar o Aquário como um edifício de interesse público na qual são
implantados equipamentos urbanos que, por suas características, não são passíveis de
enquadramento no regime urbanístico, porém deverão estar compatíveis obrigatoriamente com
48

as áreas vizinhas. Assim como, é possível encaixar o edifício em um projeto de revitalização


da Orla Marítima e Estuarina, no qual prevê a implantação de ações ao longo das margens
valorizando a paisagem, explorando o potencial turístico e do lazer com a preocupação
ambiental.
Ainda segundo o plano, edificações acima de 5 mil m² deverão conter um Estudo de
Impacto de Vizinhança, na qual deve levar em conta os impactos sobre o sistema viário, os
impactos ambientais de ocupação do solo e valorização imobiliária, impactos econômicos e
sociais.
Devido a utilização de recursos naturais, faz-se necessária o Relatório de Impacto
Ambiental, na qual deve conter o diagnóstico ambiental da área, as descrições da proposta, a
identificação dos pontos positivos e negativos assim como, as ações mitigatórias para os
impactos negativos, conforme resolução da resolução CONAMA Nº 001, de 23 de janeiro de
1986. Porém, conforme a Lei Federal N° 6.938/81, no qual dispões as atividades de risco ao
meio ambiente, as edificações de lazer e cultura encontram-se classificadas como pequeno risco
ao meio ambiente, não havendo diretrizes de projeto.

Cálculo dos índices do terreno conforme plano diretor municipal


Identificação: Corredor 6-c
Área superficial: 7980,23 m²
Taxa de ocupação permitida 66% = 5266,95m²
Índice de aproveitamento permitido 1,2 = 9576,27 m²

Recuos 3 metros frontal


Volumetria Recuo depende da altura
Figura 58- Indices urbanísticos da área de projeto segundo o Plano diretor municipal e Regime Urbanístico.

A edificação poderá ser encaixado no Projeto Orla de Rio Grande, uma ação entre o
Ministério do Meio Ambiente, a Secretaria do Patrimônio da União e a Prefeitura municipal do
Rio Grande, que tem a finalidade de promover e disciplinar usos e ocupações ao longo da orla
do município, fazendo uso de instrumentos políticos, sociais, econômicos e ambientais. Este
projeto prevê a valorização da paisagem e aumento dos atrativos turísticos juntamente com a
possibilidade de desenvolvimento de diferentes setores sem gerar a degradação ambiental.
(Grande, Prefeitura Municipal De Rio, 2008)
Como um todo, o espaço está localizado na Área Urbana de Ocupação Intensiva do
município, ocupando a Zona Residencial 08 e o Corredor 6-C.

Figura 59- Unidade de Planejamento em que a área de projeto se situa, conforme Plano Diretor e Regime Urbanístico de
Rio Grande/RS.
Fonte: Prefeitura municipal de Rio Grande
49

Em caráter legal, o espaço adjacente à orla é considerado Área de Preservação


Permanente com função de preservar os recursos ambientais em uma faixa de 150 metros de
largura à contar do nível da água. No entanto, ao longo da Área Urbana de Ocupação Intensiva,
poderá ser admitido projetos que contribuam para a preservação e conservação ambiental.
Adotando-se o Corredor 6-C como acesso principal, pode-se verificar a aceitação do
uso na região escolhida. O tema Aquário não aparece diretamente na tabela do Plano Diretor
Municipal por se tratar de um uso muito específico, porém devido à combinação de atividades
à ele relacionados, percebe-se que todas parecem na listagem, como por exemplo auditórios,
instituições científicas e tecnológicas e centros culturais.
Em relação ao índice de aproveitamento, as edificações não residenciais não
necessitam contar as áreas de serviço, estacionamentos, áreas de recreação e circulação vertical
no cálculo do índice. No entanto, esta área não deve exceder a 50% da área computável.
Para a taxa de ocupação, não devem ser calculadas as áreas em balanço (exceção: áreas
em balanço sobre logradouros onde não haja exigência de recuo de ajardinamento) e marquises
nos polos/corredores de comércio e serviço.
Em relação à volumetria, o número de pavimentos fica de acordo com a altura entre
pavimentos. Assim, para edifícios não residências, térreo poderá contar com cota entre pisos de
4,5 metros. Quando a altura exceder 1,5 metros além do definido para o térreo, deverá ser
considerado outro pavimento. Para o cálculo da altura, não serão computados pavimento térreo
sobre pilotis (desde que mantida livre e aberta no mínimo 50% da área), pavimento térreo
destinado a estacionamento com 70% da área livre e aberta, construções recreativas em terraços
desde que não ultrapasse 50% da área do pavimento inferior e mantenha afastamento de 2
metros do limite deste mesmo pavimento, pavimento técnico.
No caso dos recuos de ajardinamento, fica vedada a construção sobre o espaço, exceto
quando se tratar de muros de alinhamento (até 1 metro); piscinas, espelhos de água, rampas,
chafarizes e outros elementos desde que não ultrapassem a altura de 1,80 metros e não
ultrapassem 50% do recuo de ajardinamento; construção de toldos, acessos cobertos, marquises
e beirais; guaritas com área inferior a 5m²; construção de medidores e abastecimento de energia.
Conforme o plano diretor municipal, estabelecimentos públicos ficam obrigados a ter
estacionamentos. No entanto, as áreas centrais e corredores de serviços e comércio podem
reduzir ou suprimir vagas para estacionamento com objetivo de impedir o agravamento da
circulação viária, desde que, comprovada a funcionalidade do estabelecimento com um
relatório de impacto de vizinhança. Os estacionamentos são proibidos na área de ajardinamento
e, como um todo, deverá ser reservada uma vaga de estacionamento (3,50mx5,00m) para
deficientes físicos na proporção de 1 para cada 50 vagas.

OBS: para maiores informações, visualizar anexo A.

Os recintos destinados a peixes e animais invertebrados aquáticos são classificados


em:
Sistema fechado – reciclagem total da água 4 vezes o volume total do recinto/dia, com
renovação de 20% do volume total/mês. O equipamentos deve efetuar a filtração mecânica,
biológica, e quando necessário química, iluminação, manutenção de temperatura e circulação
de água. Estes equipamentos poderão tratar a água de um recinto isolado ou um conjunto de
recintos. Neste último caso o sistema deverá apresentar mecanismos de esterilização da água
de retorno do sistema.
Sistema semi-aberto – reciclagem total da água, na ordem mínima de 4 vezes o volume
total do recinto por dia, com uma renovação constante mínima de 20% do volume total por
50

semana. Neste sistema, deverá atender as exigências do sistema fechado e apresentar sistema
de distribuição e drenagem de água.
Sistema aberto - quando ocorre um mínimo de 100% de renovação do volume de água
do recinto por dia, com o descarte da mesma. Este sistema deverá possuir equipamentos que
possibilitem a distribuição e drenagem contínua de água além de mecanismo que permita a
limpeza adequada e periódica dos detritos depositados no fundo do recinto. A fonte de
fornecimento de água, deverá apresentar padrões constantes de qualidade
Independentemente do sistema utilizado, o recinto não poderá ter um volume de água
inferior à 70 litros e uma área superficial inferior à 0,24 m². Qualquer recinto também deve
possuir equipamentos para controle das variáveis físico-químicas como temperatura, ph, dh,
amônia, nitrito, nitrato e densidade.
Todos aquários deverão possuir obrigatoriamente sistema de aeração de emergência
com capacidade mínima para manter os sistemas de circulação e ou aeração em funcionamento,
em caso de panes elétricas de forma a evitar mortalidade. O funcionamento e manutenção do
equipamento de emergência deverá ser verificado pelo IBAMA quando da realização das
vistorias.
O aquário deverá possuir instalações para quarentena e setor extra em quantidades de
recintos não inferior a 20% dos existentes para exibição, com tamanhos variados e compatíveis
com as espécies expostas. A qualidade da água dos tanques de quarentena e setor extra deverá
ser adequada para as espécies exibidas.
A densidade ocupacional para peixes deverá seguir os seguintes parâmetros:
Peixes com até 7cm de comprimento................5 litros de água/indivíduo
Peixes de 7 a 20cm de comprimento...............70 litros de água/indivíduo
Peixes de 20 a 60cm de comprimento ............500 litros de água/indivíduo
Peixes acima de 60cm de comprimento...........1000 litros de água/indivíduo

OBS: Para peixes com tamanho superior a 80 cm, o tanque deverá ter Comprimento do
Tanque (CT) > 2 X Comprimento do Peixe (CP); Largura do Tanque (LT) > 1,5 X
Comprimento do Peixe (CP); Altura do Tanque (HT) > Comprimento do Peixe (CP).

Segundo o Código Estadual do Meio Ambiente, o Estado deve promover a


conscientização ambiental através da educação formal, não-formal e informal com aliança entre
setores públicos e privados. Além disso, o Estado deve facilitar e promover o desenvolvimento
da pesquisa e tecnologia, estabelecer programas de ensino voltados ao meio ambiente,
identificar e monitorar a fauna (em espacial as espécies ameaçadas de extinção), manter um
banco de dados dos animais e manter amostras museológicas “in Vitro” dos animais
proporcionando a pesquisa e publicação.
No entanto, a coleta, transporte e o estudo de animais silvestres só serão permitidos
com fins exclusivamente científico e didático, necessitando ainda de licença especial pelas
autoridades competentes. Da mesma forma, o transporte, introdução ou posse de espécies
autóctone é proibidas pelo Estado, porém este animais podem ser criados em cativeiro quando
comprovada a responsabilidade legal. Em ambas circunstâncias, o manuseio genotípico de
espécies apenas será permitido para fins de pesquisa que venha trazer benefício de
sobrevivência da espécie em questão.
Em relação ás áreas de proteção natural, o Código Estadual delimita uma faixa
marginal de 50 metros ao longo da Planície Costeira. Usos e funções nesta faixa são aceitas
desde que, não ofereçam prejuízo para o meio ambiente e estarão sujeitas a estudo prévio.
51

A edificação pode ser classificada conforme sua ocupação no grupo "F- locais de
reunião de público" onde há objetos de valor inestimável (F-1). Já em relação ao número de
saídas de emergência e tipos de escada, ainda não é possível afirmar com exatidão tais
informações. Porém, segundo a análise do pré-dimensionamento e possíveis diretrizes de
projeto, estipula-se que a edificação seja de grande área, com média resistência ao fogo e
mediana altura. Com estas informações, é possível afirmar que deverão haver 2 saídas de
emergência contando com escadas à prova de fumaça. No entanto, tais informações estão
sujeitas à mudanças conforme a progressão do projeto, sem contudo, deixar de obedecer a
norma vigente.
Em relação à sinalização, toda alerta deve estar instalada em local visível a uma altura
de 1,80 metros. No caso de sinalização de proibição e alerta, as placas devem ter distâncias
entre elas de no máximo 15 metros. Para sinalização de orientação e salvamento, as placas deve
assinalar mudanças de direção, saídas e escadas posicionadas acima das portas de saída e não
ultrapassando 30 metros de distância entre placas.
Os sistemas de detecção e alarme de incêndio devem contar com duas fontes de
alimentação (rede de tensão e a auxiliar- “no break”). As centrais devem ter dispositivos de
teste dos indicadores luminosos e acionar o alarme automaticamente.
Para iluminação, os componentes de energia de alimentação devem estar localizadas
em locais não acessíveis, protegidas de incêndio e ventiladas. No caso de instalações aparentes,
estas deverão ser metálicas ou PVC rígido antichama. A distância entre pontos de iluminação
não deve ser maior que 15 metros.

OBS: para maiores informações, visualizar anexo B.

No Código de Proteção Contra Incêndio aparece a classificação de “Espaços de


exposição de animais ou objetos”, no qual o Aquário pode ser classificada. Para tanto, o índice
de risco é classificado conforme a altura e estará sujeita a mudanças conforme o processo
projetual. No entanto, em questões gerais, será necessário cumprir algumas medidas como,
acesso de viatura, segurança estrutural, compartimentação horizontal ou vertical (dependendo
da altura), controle de materiais de acabamento, saídas de emergência, brigada de incêndio,
iluminação e sinalização de emergência, alarme de incêndio e extintores. Outras medidas
também podem ser requisitadas, conforme a variância da altura.
No cálculo da altura, não serão considerados subsolos destinados a veículos, vestiários,
instalações sanitárias ou técnicas, pavimentos superiores técnicos, mezaninos com área menor
a 250m².
Para o cálculo da área a ser protegida com as medidas de segurança, não serão
computados espaços para instalações externas com área menor que 10m², platibandas e beirais
com até 3 metros de projeção, passagens cobertas e abertas na lateral com largura de até 3
metros, escadas enclausuradas e antecâmaras, dutos de ventilação.

OBS: para maiores informações, visualizar anexo C.


52

Por recomendação da concessionária, a rede de eletrodutos utilizada para instalação


telefônica não deverá ser utilizada para nenhuma outra instalação por motivos de manutenção
e possíveis danos à instalação. As caixas centrais de telefonia não devem estar localizadas em
áreas sociais, de difícil acesso, embutidas em paredes à prova de fogo, atrás de portas ou escadas
enclausuradas.
A sala de entrada de telecomunicações (SET) deve ter área mínima de 6 m² para abrigar
equipamentos ópticos e outros da operadora de serviços de telecomunicações local, e receber o
cabo de entrada, bem como, acomodar equipamentos eletrônicos.
Na instalação elétrica geral, as caixas de distribuição geral, de distribuição e de
passagem devem ser instaladas a uma altura de 1,30 a 1,50 metros do piso acabado, ter espaço
para abrir a sua porta num ângulo de 90° e ter barramento para fases, neutro, terra comum
(luminárias) e barra de terra para informática.
A subestação deverá ser do tipo abrigada, de fácil acesso para manutenção e ter
potência nominal com capacidade superior em 50% a carga nominal demandada no prédio. A
ligação da subestação deverá ser feita usando como fonte a rede aérea existente, sendo que o
ramal de entrada deverá ser subterrâneo. Junto ao posto de transformação deverá ser instalado
um barramento geral de onde partirão os ramais centros de distribuição.
No projeto executivo, deverá ser previsto as cores para condutores fase (preta,
vermelha ou cinza), neutro (azul), retorno (branco) e terra (verde ou amarelo).
53

A definição do programa está condicionado ao desenvolvimento do projeto e a


adaptação do espaço com as necessidades detectadas pelo tema. Para facilitar o entendimento,
agrupa-se os espaços de acordo com as suas funções e atividades.
 Grupo 1: área pública: local de acesso público, contando com ambiente
de estar, cafés, lanchonetes, lojas, sanitários e recepção;
 Grupo 2: exposições: exposição dos tanques de água doce e salgada com
seus respectivos percursos e estares;
 Grupo 3: educação: salas de auditórios com telões; espaços de recreação
infantil e salas de aula para práticas de ações sociais;
 Grupo 4: infraestrutura: áreas de depósitos, central de gás,
transformadores, geradores, central de climatização, reservatórios,
medidores, estacionamento;
 Grupo 5: administração: área administrativa e financeira, setores de
relações humanas, secretarias, salas de reuniões, salas para funcionários,
almoxarifado e acervos gerais.
 Grupo 6: Manutenção/cuidados: salas para equipe especializada, espaço
para quarentena, tratamento e condicionamento dos animais e plantas,
estação de tratamento e armazenamento de aguas.
 Grupo 7: Pesquisa/ciência: espaço laboratorial e multifuncionais para o
desenvolvimento de pesquisas práticas.

Organograma

Figura 60- Organograma das funções e organização das atividades para o programa.
Fonte: Montagem do autor
54

GRUPO 1: AREA PÚBLICA


Compartimento População Mobiliários Área
Foyer/ Hall 150 225 m²
Recepção PF = 1
Sanitários -
Aqua Loja PF = 2 150 m²
Circulação -
Café PF = 2 300 m²
Guarda-volumes - 15 m²
Exposições - 100 m²
Bilheteria PF = 2 10 m²
TOTAL: 800 m²

GRUPO 2: EXPOSIÇÕES
Cenas Compartimento População tanques Volume
(m)
Circulação PV = 100
Cena Brasil Ala Rio Banhados do Taim 3 x 1,5 x 1 4,5 m³
Grande e Lagoa Mirim
Anfíbios 1 x 0,80 x 1 0,8 m³
Marismas e 3 x 1,5 x 1 4,5 m³
estuários
Lagoa dos Patos 3 x 1,5 x 1 4,5 m³
Praia do Rio 3 x 1,5 x 1 4,5 m³
Grande
Ala Mata Atlântica 3 x 1,5 x 1 4,5 m³
atlântica O Costão Rochoso 4 x 1,5 x 7,2 m³
1,2
Algas Marinhas 2 x 0,80 x 1 1,6 ³
A ressurgência 3 x 1,5 x 1 4,5 m³
Oceânica de Cabo
Frio
Plataforma 3 x 1,5 x 1 4,5 m³
litorânea
Ala do Tanque- 3 x 1,5 x 1 4,5m³
Centro- O mangue
Oeste Rio Bonito 3 x 1,5 x 1 4,5m³
A Bacia do Paraná 3 x 1,5 x 1 4,5m³
Tanque de 5x5x4 100m³
mergulho
Nossa Rio Negro 4 x 1,5 x 7,2 m³
Amazônia 1,2
Rio Solimões 4 x 1,5 x 7,2 m³
1,2
Rio Amazonas 4 x 1,5 x 9 m³
1,5
Deltas 3 x 1,5 x 1 4,5m³
Cena Tanque- 5x3x2 30 m³
Maravilhas O Atlântico
Tanque- 5x3x2 30 m³
55

das O Pacífico
profundezas Tanque- 5x3x2 30 m³
O Índico
Mar aberto 10 x 10 x 4 400m³
Tanques Tanque- 1,5 x 1 x 1,2 m³
específicos Peixes exóticos 0,80
Tanque do Caribe 1,5 x 1 x 1,2 m³
0,80
Tanque de corais 1,5 x 1 x 1,2 m³
0,80
Águas-vivas 1,5 x 1 x 1,2 m³
0,80
Cavalos Marinhos 0,50 x 0,50 0,20 m³
x 0,80
TOTAL: 293,65 m² 677,5 m³
677.500 litros de água doce e salgada em tanques
OBS: 1000 litros = 1m³
OBS: sujeito à mudanças

GRUPO 3: EDUCAÇÃO
Compartimento População Mobiliários Área
Salas de aula (2) PV = 2 x (25) Mesas, cadeiras 2 x 80m²
Auditório PV = 100 Poltronas, telão, 200 m²
bancada ecomputador
Recreação infantil PV = 10 Brinquedos
TOTAL: 360 m²

GRUPO 4: INFRAESTRUTURA
Compartimento População Mobiliários Área
Transformador - - 15m²
Gerador - - 15m²
Central de Climatização - - 80m²
Casa de bombas - - 4m²
Casa de máquinas - - 15m²
Central de gás - - 4m²
Depósito de lixo - - 10m²
Reservatórios de água - - 30m²
Medidores - - 4m²
Estacionamento 100 carros - 2250m²
Carga e descarga - - 110m²
Depósito geral - Armários, prateleiras 10m²
Segurança predial PF = 1 Bancada, armário, 10m²
monitores
Sanitários/Vestiários PV = 4 x 2 Lavatórios, sanitários, 2 x 12m²
chuveiros
TOTAL: 2581 m²

GRUPO 5: ADMINISTRAÇÃO
Compartimento População Mobiliários Área
Apoio
Direção/administração/financeiro PF = 4 Mesas/cadeiras/computadores/armá 40m²
geral rios
56

Direção/administração/financeiro PF = 4 Mesas/cadeiras/computadores/armá 40m²


pesquisa rios
Sanitários geral PV 20m²
Sanitários pesquisa PV 20m²
TOTAL: 120 m²

GRUPO 6: MANUTENÇÃO/CUIDADOS
Compartimento Obs: Mobiliários Área
Reservatórios de água 50% do volume de - 350 mil litros
doce água doce
Reservatórios de água 50% do volume de - 350 mil litros
salgada água salgada
Quarentena 20% do volume de - 13550 litros
tanques
Estação de tratamento de - - 200m²
água
Sala de tratamentos PF = 2 Mesas/cadeiras/armários 60m²
Sala de - - 50m²
alimentos/manutenção
TOTAL: 110 m²
OBS: sujeito à mudanças conforme mudanças nos tanques.

GRUPO 7: PESQUISA
Compartimento População Mobiliários Área
Laboratórios/sala de PF = 5 Bancadas/instrumentos/armários 100m²
análises
Apoio - armários 10m²
TOTAL: 110 m²

O sistema de suporte à vida é um processo que garante a saúde e a qualidade do


ambiente de cada indivíduo. Cada circuito é mantido por bombas, que asseguram a correta
circulação da água. Esta circulação é indispensável para garantir a homogeneização da água,
impedindo sua retenção em certos locais. A capacidade das bombas instaladas deve permitir a
renovação de todo o volume de cada aquário entre ½ hora para os aquários menores e 2 horas
para o tanque maior. O processo é constituído por:
Filtração mecânica: ao sair dos aquários a agua passa sob pressão, por um filtro de
areia pressurizado que retira as partículas orgânicas e inorgânicas em suspensão. Este filtro
mecânico encontra-se no início do sistema.
Esterilização: o tratamento implica a destruição física de organismos patogênicos,
garantindo a esterilização da água. Este tratamento é assegurando por lâmpadas de raio
ultravioletas nos aquários e por contato como ozono nas áreas de habitat.
Escumadores de proteínas: este tratamento consiste em retirar da água compostos
dissolvidos com carga elétrica, principalmente proteínas. Este equipamento parte do princípio
de que compostos carregados eletricamente aderem a bolha de ar, formando uma espuma na
superfície (tal como em dias de mar agitado).
Tratamento biológico: eliminação de restos de comida e excreções dos animais (grande
quantidade de azotados, principalmente amônia).
Regularização da temperatura: utilização de permutadores de calor
Controle de qualidade: amostras de água diárias para monitoramento.
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PLANTA CENTRAL PLANTA RADIAL


Características: Características:
Possui uma composição estável e Possui uma composição estável e
concentrada; concentrada;
Proporciona um espaço central grande; Combinação de elementos das
Delineamento de espaços pela organizações centralizadas e lineares;
presença de eixos lineares. Proporciona um espaço central grande;
Delineamento de espaços pela
presença de eixos lineares.

PLANTA LINEAR PLANTA AGLOMERADA


Características: Características:
Espaços repetitivos, semelhantes em Espaços próximos se relacionam;
tamanho, forma e função; Aceita crescimento e mudança;
Expressa direção; Espaços distintos, porém relacionados.
Sensação de movimento.

Figura 61- Distribuições formais de planta


Fonte: Ching, 1998.
58

Multifuncionalidade
MULTIFUNCIONALIDADE

INTEGRAÇÃO

SUSTENTABILIDADE

TRANSFORMAÇÃO

A MULTIFUNCIONALIDADE é destacada no conjunto de programas em que o


edifício abrange. Além da atração principal como museu de exposição de animais “in vitro”, o
espaço conta com outras atividades, como:
Auditório- espaço de planta livre podendo ser utilizado para diversos eventos,
havendo inclusive, hall e acessos exclusivos, além do acesso principal;
Espaço de educação: salas reservadas para a campanhas de preservação e
conscientização ambiental;
Laboratórios: espaço obrigatório para qualquer aquário público, porém com a
possibilidade de proporcionar atividades acadêmicas e produção científica.
No aspecto da INTEGRAÇÃO, busca-se a aliança entre os diversos setores da
sociedade, desde a execução da obra até a etapa final de permanência. Primeiramente, o edifício
será implantado com investimentos público-privado. O edifício será público, sem fins-
lucrativos, buscando abranger toda a sociedade em suas atividades.
Ensino: Pretende-se buscar a integração com instituições de ensino superior para
atividades ligadas ao aprendizado, manuseio de equipamentos, pesquisas e produção científica.
Além disso, pretende-se organizar atividades rotineiras com escolas de ensino fundamental e
médio do município e região.
Social: O programa oferece atividades de educação e conscientização ambiental,
principalmente ligadas à pesca industrial, de subsistência e artística. Além disso, pretende-se
envolver o entorno imediato da orla marinha a fim de controlar o ocupação irregular do solo,
proporcionando atividades variadas e de lazer passivo. Além disso, também serão ofertados
passeios pela orla, aumentando a atividade turística.
A SUSTENTABILIDADE é uma das palavras mais importantes do projeto. Além de
considerar a importância deste programa em relação ao meio ambiente, todo o conceito foi e
será pensado em torno da mesma.
Implantação: a escolha do lugar buscou dar uso a um terreno que não exercia sua
função social, assim como, tentar descentralizar as atividades de lazer de Rio Grande. Além
disso, buscou um espaço que conseguisse abranger a população alvo no desenvolvimento de
suas atividades. Todas estas necessidade foram ligadas ao fato de que o terreno tivesse ao seu
dispor a infraestrutura urbana necessária, não necessitando de um alto custo inicial para a
implantação e, não afetando o crescimento da cidade.
Projeto: todas as fase do projeto levarão em conta a sustentabilidade, abrangendo a
fase de desenho, construção, manutenção e manuseio e, caso for preciso, a demolição.
Materiais e tecnologia: os materiais utilizados serão de baixo impacto ambiental,
contando a produção, transporte e manutenção, além de pensar também na possibilidade de
reutilização dos mesmos no caso de demolição. O edifício também deverá ter sistemas que
proporcionam a eficiência energética, como racionalização da água e reuso de água pluvial,
métodos de conforto ambiental, dentre outros.
A sensação de TRANSFORMAÇÃO do visitante será um efeito no qual o edifício
busca a partir de sua estruturação. Esta sensação será expressa explicitamente nas atividades
59

exercidas para o desenvolvimento de uma política de conservação, preservação e


conscientização ambiental. Além disso, a transformação também poderá ocorrer ao visitante
desde o seu ingresso no local e durante o período de visita. A partir das técnicas construtivas e,
principalmente da tecnologia, pretende-se criar um ambiente impactante, promovendo a fuga
do visitante para um lugar desconhecido, forçando-o a mergulhar neste novo mundo.

ESTRUTURA METÁLICA

MADEIRA

TECNOLOGIA

Para este projeto, pretende-se usar uma linguagem contemporânea, utilizando


novas tecnologias e materiais, buscando sempre referências do local.
Neste sentido, o metal e a madeira serão destacados como elementos principais da
volumetria.
Devido ao grande porto de Rio Grande e a utilização em massa de containers
metálicos, o edifício absorve esta característica local e utiliza tal material em grande parte
de sua estrutura e fechamento.
A madeira tem sua importância ao passo que, toda região possui passarelas de
madeira que foram e são utilizadas pela pesca e por lazer. Desta forma, não só o material,
mas o elemento também é tratado com destaque.
Além dos materiais citados, percebe-se que é necessário a utilização de meios
tecnológicos, na qual poderão ser utilizados na concepção do edifício. A tecnologia é
apresentada através dos sistemas de conservação e manutenção da vida animal, e em
técnicas que proporcionem envolvimento do visitante no local, tornando o passeio
inesquecível como instrumentos para educação, iluminação das áreas de visitação e tanques
e um design tecnológico.
Além disso, pretende-se utilizar iluminação natural abundante em áreas comuns,
excetuando a área dos tanques. Para tanto, faz-se o uso de vidro e/ou placas de
policarbonato.

O uso da madeira e o conceito das passarelas poderá ser explorado na área de visitação
ao longo dos tanques. Além disso, as passarelas serão extremamente importantes para a área
técnica, onde pretende-se utilizar uma área técnica sobre a passarela de visitação.
60

Figura 62- Intenção de projeto: modelo de funcionamento das passarelas de visitação e manutenção dos tanques.
Fonte: Montagem do autor

Uma das sugestões para a transição entre o espaço marinho e de tanques de água doce,
poderá ser realizado através de um grande túnel. Além da função de direcionamento, este túnel
terá função de aproximar o visitante no mundo aquático, fazendo com que ele se sinta parte do
espaço.

Figura 63- Transição entre aquário de água doce com a área oceânica.
Fonte: Montagem do autor

A passarela de visitação tentará proporcionar o mínimo de impacto aos animais. Desta


forma, o caminho será extremamente escuro, apenas como a presença de grandes aberturas para
os vitrais de exposição. Além disso, o uso da tecnologia em painéis interativos será de extrema
importância.
61

Figura 64- Croqui das passarelas de visitação.


Fonte: Montagem do autor

Figura 65- Estudo de zoneamento do projeto por setores e sentidos de circulação.


Fonte: Montagem do autor
62

PLANO DIRETOR- LEI N° 6.585, DE 20 DE AGOSTO DE 2008.


REGIME URBANÍSTICO- LEI N° 6.588,
DE 20 DE AGOSTO DE 2008
63
64
65

Art. 93. São Áreas de Preservação Permanente, as instituídas legalmente na forma da


lei vigente, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade
geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem
estar das populações humanas
I - As áreas que se localizam ao longo das margens do Saco da Mangueira, da Lagoa
Saco do Martins, da Lagoa da Quinta, da Lagoa Mirim, Lagoa Verde, do Saco do Justino e Saco
do Arraial, as margens das ilhas, correspondendo a uma faixa limitada pela cota altimetria de +
1,00 m (um metro), referida ao Sistema Oficial de Referência de Nível adotado pelo Município,
e com a largura mínima de 150,00 metros.
§ 2º. Na orla ao longo da Área Urbana de Ocupação Intensiva, poderão ser mantidas
as áreas com ocupações consolidadas e as áreas de proteção ambiental existentes, sendo que
somente serão admitidas obras e alterações que estejam previstas no Projeto Orla do Município
do Rio Grande.

MEMORIAL DE PROJETO: NBR 9077 – SAÍDAS DE EMERGÊNCIA

A largura das saídas: N=P/C onde N é o número de passagens, P é população e C é


capacidade da unidade de passagem.
As larguras mínimas são de 1,10 metros para duas unidades de passagens;

Cálculo da população: 1 pessoa a cada 3 m² de área (excetuando sanitários)


66
67

NE = Escada não enclausurada (escada comum);


EP = Escada enclausurada protegida (escada protegida);
PF = Escada à prova de fumaça.

MEMORIAL DE PROJETO: LEI COMPLEMENTAR N° 14.376


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MEMORIAL DE PROJETO: CÓDIGO DE OBRAS DE RIO GRANDE

Secção V - MARQUISES
Art. 99 - Será permitida a construção de marquises nas testadas dos edifícios
construídos no alinhamento dos logradouros desde que:
1. tenham balanço máximo de três metros;
2. tenham todos os seus elementos estruturais ou decorativos, cotas iguais ou
superiores a três metros referidos ao nível do passeio.
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3. tenham todos os elementos estruturais ou decorativos, situados acima das marquises,


dimensão máxima de oitenta centímetros, no sentido vertical.

Secção VII - ESCADAS


Art. 93 - As escadas terão largura mínima de um metro e oferecerão passagens com
altura não inferior a dois metros.
Art. 95 - Sempre que a altura a vencer for superior a três metros e vinte centímetros,
será obrigatório intercalar um patamar com a extensão mínima de oitenta centímetros.

CAPÍTULO XI - VÃOS DE ILUMINAÇÃO E VENTILAÇÃO


Art. 120 - Salvo os casos expressos, todo o compartimento deve ter aberturas para o
exterior, satisfazendo as prescrições deste Código.
§ 1º - Estas aberturas deverão ser dotadas de dispositivos que permitam a renovação
de ar, com pelo menos cinquenta por cento (50%) da área mínima exigida.
Art. 121 - O total das superfícies dos vãos para o exterior em cada compartimento, não
poderá ser inferior a:
1. um sexto (1/6) da superfície do piso tratando-se de compartimento de permanência
prolongada noturna;
2. um oitavo (1/8) da superfície do piso tratando-se de compartimento de permanência
prolongada diurna;
3. um décimo (1/10) da superfície do piso tratando-se de compartimento de utilização
transitória.

Art. 126 - Poderá ser dispensada a abertura de vãos para o exterior em cinemas,
auditórios, teatros, salas de cirurgia e em estabelecimentos industriais e comerciais desde que:
1. sejam dotados de instalação central de ar condicionado, cujo projeto completo
deverá ser apresentado juntamente com o projeto arquitetônico;
2. tenham iluminação artificial conveniente;
4. possuam gerador elétrico próprio.

CAPÍTULO XXII - AUDITÓRIOS


Art. 191 - As edificações destinadas a auditórios, além das disposições do presente
Código, que lhe forem aplicáveis, deverão:
2. ter vão de iluminação e ventilação efetiva cuja superfície não seja inferior a um
décimo (1/10) da área do piso;
3. ter instalações sanitárias para uso de ambos os sexos, devidamente separados, com
fácil acesso, obedecendo às seguintes proporções, nas quais "L" representa a metade da lotação:
HOMENS:
Vasos L/300
Lavatórios L/150
Mictórios L/150
MULHERES:
Vasos L/250
Lavatórios L/250

Art. 193 - Os corredores serão dimensionados em função da lotação máxima e


obedecendo ao seguinte:
1. as circulações de acessos e escoamento devem ter completa independência às
economias contíguas ou superpostas ao auditório.
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2. os corredores de escoamento devem possuir largura mínima de um metro e


cinquenta centímetros (1,50m) para até cento e cinquenta pessoas, largura que será aumentada
na razão de um (1) centímetro por pessoa excedente. Quando o escoamento se fizer para dois
logradouros, este acréscimos poderá ser reduzido para cinquenta por cento (50%);

Art. 194 - As escadas serão dimensionadas em função da lotação máxima obedecendo


ao seguinte:
1. quando de escoamento, devem ter largura mínima; de um metro e cinquenta
centímetros para até cem pessoas largura que será aumentada na razão de um centímetro por
pessoa excedente;
2. sempre que a altura a vencer for superior a dois metros e cinquenta centímetros
devem ter patamares, os quais terão profundidade de um metro e vinte centímetros;
3. não poderão ser desenvolvidas em leque ou caracol;
5. quando a largura ultrapassar de dois metros e sessenta centímetros deverão ser
subdivididas por corrimãos;

Art. 196 - As poltronas deverão ser distribuídas em setores, separados por corredores,
observando o seguinte:
1. o número de poltronas em cada setor não poderá ultrapassar a duzentos e cinquenta;
2. as filas dos setores centrais terão no máximo dezesseis poltronas;
3. quando estes setores ficarem junto às paredes laterais será de oito o número de
poltronas no máximo;
4. o espaçamento mínimo entre as filas de poltronas deverá ser:
a) quando situadas na plateia, noventa centímetros para as poltronas fixas e oitenta e
cinco centímetros para as móveis;

CAPÍTULO XXVII - ASSOCIAÇÕES RECREATIVAS, CULTURAIS E


CONGÊNERES
2. ter sanitários separados por sexo, nas seguintes proporções nas quais "L" representa
a metade da lotação:
HOMENS:
Vasos L/200
Lavatórios L/150
Mictórios L/100
MULHERES:
Vasos L/100
Lavatórios L/150

SECÇÃO II - INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS


4. nas edificações com mais de três pavimentos serão obrigatórios instalados
reservatórios superior e inferior e bombas de recalque
b) para edifícios comerciais será adotada uma reserva mínima correspondente ao
consumo de um dia, estimado tal consumo admitindo-se uma pessoa para cada sete metros
quadrados de área de sala e cinquenta litros por pessoa;
6. o reservatório superior terá, no mínimo, quarenta por cento (40%) do volume
calculado;
7. o reservatório inferior terá seu volume de (60%) da reserva total calculada.
72

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução normativa N° 04. RENOVÁVEIS. IBAMA- INSTITUTO


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