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Direitos Fundamentais

Lei de Defesa do Consumidor


Última actualização:
Lei n.º 10/2013, de 28 de Janeiro

verbo jurídico ®
VERBO JURÍDICO Lei de Defesa do Consumidor : 2

Lei de Defesa do Consumidor


Lei n.º 24/96 de 31 de Julho
Estabelece o regime legal aplicável à defesa dos consumidores

Com as alterações introduzidas pelos seguintes diplomas:


Declaração de Rectificação n.º 16/96, de 13 de Novembro;
Lei n.º 85/98, de 16 de Dezembro;
Decreto-Lei n.º 67/2003, de 8 de Abril, e
Lei n.º 10/2013, de 28 de Janeiro (entrada em vigor em 28-04-2013)

A Assembleia da República decreta, nos 2 - Consideram-se incluídos no âmbito da


termos dos artigos 164.º, alínea d), e 169.º, n.º 3, presente lei os bens, serviços e direitos
da Constituição, o seguinte: fornecidos, prestados e transmitidos pelos
organismos da Administração Pública, por
CAPÍTULO I pessoas colectivas públicas, por empresas de
Princípios gerais capitais públicos ou detidos maioritariamente
pelo Estado, pelas Regiões Autónomas ou pelas
Artigo 1.º autarquias locais e por empresas concessionárias
Dever geral de protecção de serviços públicos.

1 - Incumbe ao Estado, às Regiões CAPÍTULO II


Autónomas e às autarquias locais proteger o Direitos do Consumidor
consumidor, designadamente através do apoio à
constituição e funcionamento das associações de Artigo 3.º
consumidores e de cooperativas de consumo, Direitos do consumidor
bem como à execução do disposto na presente
lei. O consumidor tem direito:
2 - A incumbência geral do Estado na a) À qualidade dos bens e serviços;
protecção dos consumidores pressupõe a b) À protecção da saúde e da segurança
intervenção legislativa e regulamentar adequada física;
em todos os domínios envolvidos. c) À formação e à educação para o consumo;
d) À informação para o consumo;
Artigo 2.º e) À protecção dos interesses económicos;
Definição e âmbito f) À prevenção e à reparação dos danos
patrimoniais ou não patrimoniais que resultem
1 - Considera-se consumidor todo aquele a da ofensa de interesses ou direitos individuais
quem sejam fornecidos bens, prestados serviços homogéneos, colectivos ou difusos;
ou transmitidos quaisquer direitos, destinados a g) À protecção jurídica e a uma justiça
uso não profissional, por pessoa que exerça com acessível e pronta;
carácter profissional uma actividade económica h) À participação, por via representativa, na
que vise a obtenção de benefícios. definição legal ou administrativa dos seus
direitos e interesses.
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b) Apoio às iniciativas que neste domínio


Artigo 4.º sejam promovidas pelas associações de
Direito à qualidade dos bens e serviços consumidores;
c) Promoção de acções de educação
Os bens e serviços destinados ao consumo permanente de formação e sensibilização para os
devem ser aptos a satisfazer os fins a que se consumidores em geral;
destinam e a produzir os efeitos que se lhes d) Promoção de uma política nacional de
atribuem, segundo as normas legalmente formação de formadores e de técnicos
estabelecidas, ou, na falta delas, de modo especializados na área do consumo.
adequado às legítimas expectativas do 3 - Os programas de carácter educativo
consumidor. difundidos no serviço público de rádio e de
televisão devem integrar espaços destinados à
educação e à formação do consumidor.
Artigo 5.º 4 - Na formação do consumidor devem
Direito à protecção da saúde e da igualmente ser utilizados meios telemáticos,
segurança física designadamente através de redes nacionais e
mundiais de informação, estimulando-se o
1 - É proibido o fornecimento de bens ou a recurso a tais meios pelo sector público e
prestação de serviços que, em condições de uso privado.
normal ou previsível, incluindo a duração,
impliquem riscos incompatíveis com a sua Artigo 7.º
utilização, não aceitáveis de acordo com um Direito à informação em geral
nível elevado de protecção da saúde e da
segurança física das pessoas. 1 - Incumbe ao Estado, às Regiões
2 - Os serviços da Administração Pública Autónomas e às autarquias locais desenvolver
que, no exercício das suas funções, tenham acções e adoptar medidas tendentes à
conhecimento da existência de bens ou serviços informação em geral do consumidor,
proibidos nos termos do número anterior devem designadamente através de:
notificar tal facto às entidades competentes para a) Apoio às acções de informação
a fiscalização do mercado. promovidas pelas associações de consumidores;
3 - Os organismos competentes da b) Criação de serviços municipais de
Administração Pública devem mandar apreender informação ao consumidor;
e retirar do mercado os bens e interditar as c) Constituição de conselhos municipais de
prestações de serviços que impliquem perigo consumo, com a representação, designadamente,
para a saúde ou segurança física dos de associações de interesses económicos e de
consumidores, quando utilizados em condições interesses dos consumidores;
normais ou razoavelmente previsíveis. d) Criação de bases de dados e arquivos
digitais acessíveis, de âmbito nacional, no
Artigo 6.º domínio do direito do consumo, destinados a
Direito à formação e à educação difundir informação geral e específica;
e) Criação de bases de dados e arquivos
1 - Incumbe ao Estado a promoção de uma digitais acessíveis em matéria de direitos do
política educativa para os consumidores, através consumidor, de acesso incondicionado.
da inserção nos programas e nas actividades 2 - O serviço público de rádio e de televisão
escolares, bem como nas acções de educação deve reservar espaços, em termos que a lei
permanente, de matérias relacionadas com o definirá, para a promoção dos interesses e
consumo e os direitos dos consumidores, direitos do consumidor.
usando, designadamente, os meios tecnológicos 3 - A informação ao consumidor é prestada
próprios numa sociedade de informação. em língua portuguesa.
2 - Incumbe ao Estado, às Regiões 4 - A publicidade deve ser lícita,
Autónomas e às autarquias locais desenvolver inequivocamente identificada e respeitar a
acções e adoptar medidas tendentes à formação verdade e os direitos dos consumidores.
e à educação do consumidor, designadamente 5 - As informações concretas e objectivas
através de: contidas nas mensagens publicitárias de
a) Concretização, no sistema educativo, em determinado bem, serviço ou direito
particular no ensino básico e secundário, de consideram-se integradas no conteúdo dos
programas e actividades de educação para o contratos que se venham a celebrar após a sua
consumo; emissão, tendo-se por não escritas as cláusulas
contratuais em contrário.
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Artigo 8.º (1) 7 - O incumprimento do dever de informação


Direito à informação em particular sobre as consequências do não pagamento do
preço do bem ou serviço determina a
1 - O fornecedor de bens ou prestador de responsabilidade do fornecedor de bens ou
serviços deve, tanto na fase de negociações prestador de serviços pelo pagamento das custas
como na fase de celebração de um contrato, processuais devidas pela cobrança do crédito.
informar de forma clara, objetiva e adequada o
consumidor, nomeadamente sobre Artigo 9.º
características, composição e preço do bem ou Direito à protecção dos interesses
serviço, bem como sobre o período de vigência económicos
do contrato, garantias, prazos de entrega e
assistência após o negócio jurídico e 1 - O consumidor tem direito à protecção dos
consequências do não pagamento do preço do seus interesses económicos, impondo-se nas
bem ou serviço. relações jurídicas de consumo a igualdade
2 - A obrigação de informar impende material dos intervenientes, a lealdade e a boa
também sobre o produtor, o fabricante, o fé, nos preliminares, na formação e ainda na
importador, o distribuidor, o embalador e o vigência dos contratos.
armazenista, por forma que cada elo do ciclo 2 - Com vista à prevenção de abusos
produção-consumo possa encontrar-se habilitado resultantes de contratos pré-elaborados, o
a cumprir a sua obrigação de informar o elo fornecedor de bens e o prestador de serviços
imediato até ao consumidor, destinatário final da estão obrigados:
informação. a) À redacção clara e precisa, em caracteres
3 - Os riscos para a saúde e segurança dos facilmente legíveis, das cláusulas contratuais
consumidores que possam resultar da normal gerais, incluindo as inseridas em contratos
utilização de bens ou serviços perigosos devem singulares;
ser comunicados, de modo claro, completo e b) À não inclusão de cláusulas em contratos
adequado, pelo fornecedor ou prestador de singulares que originem significativo
serviços ao potencial consumidor. desequilíbrio em detrimento do consumidor.
4 - Quando se verifique falta de informação, 3 - A inobservância do disposto no número
informação insuficiente, ilegível ou ambígua anterior fica sujeita ao regime das cláusulas
que comprometa a utilização adequada do bem contratuais gerais.
ou do serviço, o consumidor goza do direito de 4 - O consumidor não fica obrigado ao
retractação do contrato relativo à sua aquisição pagamento de bens ou serviços que não tenha
ou prestação, no prazo de sete dias úteis a contar prévia e expressamente encomendado ou
da data de recepção do bem ou da data de solicitado, ou que não constitua cumprimento de
celebração do contrato de prestação de serviços. contrato válido, não lhe cabendo, do mesmo
5 - O fornecedor de bens ou o prestador de modo, o encargo da sua devolução ou
serviços que viole o dever de informar responde compensação, nem a responsabilidade pelo risco
pelos danos que causar ao consumidor, sendo de perecimento ou deterioração da coisa.
solidariamente responsáveis os demais 5 - O consumidor tem direito à assistência
intervenientes na cadeia da produção à após a venda, com incidência no fornecimento
distribuição que hajam igualmente violado o de peças e acessórios, pelo período de duração
dever de informação. média normal dos produtos fornecidos.
6 - O dever de informar não pode ser 6 - É vedado ao fornecedor ou prestador de
denegado ou condicionado por invocação de serviços fazer depender o fornecimento de um
segredo de fabrico não tutelado na lei, nem pode bem ou a prestação de um serviço da aquisição
prejudicar o regime jurídico das cláusulas ou da prestação de um outro ou outros.
contratuais gerais ou outra legislação mais 7 - Sem prejuízo de regimes mais favoráveis,
favorável para o consumidor. nos contratos que resultem da iniciativa do
fornecedor de bens ou do prestador de serviços
(1)
fora do estabelecimento comercial, por meio de
Redacção da Lei n.º 10/2013, de 28 de Janeiro, que alterou
o n.os 1 e aditou o n.º 7. A redacção anterior do n.º 1 era a
correspondência ou outros equivalentes, é
seguinte: assegurado ao consumidor o direito de
1 - O fornecedor de bens ou prestador de serviços deve, tanto retractação, no prazo de sete dias úteis a contar
nas negociações como na celebração de um contrato, informar
de forma clara, objectiva e adequada o consumidor,
da data da recepção do bem ou da conclusão do
nomeadamente, sobre características, composição e preço do contrato de prestação de serviços.
bem ou serviço, bem como sobre o período de vigência do 8 - Incumbe ao Governo adoptar medidas
contrato, garantias, prazos de entrega e assistência após o adequadas a assegurar o equilíbrio das relações
negócio jurídico
jurídicas que tenham por objecto bens e serviços
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essenciais, designadamente água, energia resultantes do fornecimento de bens ou


eléctrica, gás, telecomunicações e transportes prestações de serviços defeituosos.
públicos. 2 - O produtor é responsável,
9 - Incumbe ao Governo adoptar medidas independentemente de culpa, pelos danos
tendentes a prevenir a lesão dos interesses dos causados por defeitos de produtos que coloque
consumidores no domínio dos métodos de venda no mercado, nos termos da lei.
que prejudiquem a avaliação consciente das
cláusulas apostas em contratos singulares e a Artigo 13.º
formação livre, esclarecida e ponderada da Legitimidade activa
decisão de se vincularem.
Têm legitimidade para intentar as acções
Artigo 10.º previstas nos artigos anteriores:
Direito à prevenção e acção inibitória a) Os consumidores directamente lesados;
b) Os consumidores e as associações de
1 - É assegurado o direito de acção inibitória consumidores ainda que não directamente
destinada a prevenir, corrigir ou fazer cessar lesados, nos termos da Lei n.º 83/95, de 31 de
práticas lesivas dos direitos do consumidor Agosto;
consignados na presente lei, que, c) O Ministério Público e o Instituto do
nomeadamente: Consumidor quando estejam em causa interesses
a) Atentem contra a sua saúde e segurança individuais homogéneos, colectivos ou difusos.
física;
b) Se traduzam no uso de cláusulas gerais Artigo 14.º
proibidas; Direito à protecção jurídica e direito a
c) Consistam em práticas comerciais uma justiça acessível e pronta
expressamente proibidas por lei.
2 - A sentença proferida em acção inibitória 1 - Incumbe aos órgãos e departamentos da
pode ser acompanhada de sanção pecuniária Administração Pública promover a criação e
compulsória, prevista no artigo 829.º-A do apoiar centros de arbitragem com o objectivo de
Código Civil, sem prejuízo da indemnização a dirimir os conflitos de consumo.
que houver lugar. 2 - É assegurado ao consumidor o direito à
isenção de preparos nos processos em que
Artigo 11.º pretenda a protecção dos seus interesses ou
Forma de processo da acção inibitória direitos, a condenação por incumprimento do
fornecedor de bens ou prestador de serviços, ou
1 - A acção inibitória tem o valor equivalente a reparação de perdas e danos emergentes de
ao da alçada da Relação mais 1$00, segue os factos ilícitos ou da responsabilidade objectiva
termos do processo sumário e está isenta de definida nos termos da lei, desde que o valor da
custas. acção não exceda a alçada do tribunal judicial de
2 - A decisão especificará o âmbito da 1.ª instância.
abstenção ou correcção, designadamente através 3 - Os autores nos processos definidos no
da referência concreta do seu teor e a indicação número anterior ficam isentos do pagamento de
do tipo de situações a que se reporta. custas em caso de procedência parcial da
3 - Transitada em julgado, a decisão respectiva acção.
condenatória será publicitada a expensas do 4 - Em caso de decaimento total, o autor ou
infractor, nos termos fixados pelo juiz, e será autores intervenientes serão condenados em
registada em serviço a designar nos termos da montantes, a fixar pelo julgador, entre um
legislação regulamentar da presente lei. décimo e a totalidade das custas que
4 - Quando se tratar de cláusulas contratuais normalmente seriam devidas, tendo em conta a
gerais, aplicar-se-á ainda o disposto nos artigos sua situação económica e a razão formal ou
31.º e 32.º do Decreto-Lei n.º 446/85, de 25 de substantiva da improcedência.
Outubro, com a redacção que lhe foi dada pelo
Decreto-Lei n.º 220/95, de 31 de Agosto. Artigo 15.º
Direito de participação por via
Artigo 12.º representativa
Direito à reparação de danos
O direito de participação consiste,
1 - O consumidor tem direito à indemnização nomeadamente, na audição e consulta prévias,
dos danos patrimoniais e não patrimoniais em prazo razoável, das associações de
consumidores no tocante às medidas que
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afectem os direitos ou interesses legalmente Artigo 18.º


protegidos dos consumidores. Direitos das associações de consumidores

CAPÍTULO III 1 - As associações de consumidores gozam


Carácter injuntivo dos direitos dos dos seguintes direitos:
consumidores a) Ao estatuto de parceiro social em matérias
que digam respeito à política de consumidores,
Artigo 16.º nomeadamente traduzido na indicação de
Nulidade representantes para órgãos de consulta ou
concertação que se ocupem da matéria;
1 - Sem prejuízo do regime das cláusulas b) Direito de antena na rádio e na televisão,
contratuais gerais, qualquer convenção ou nos mesmos termos das associações com
disposição contratual que exclua ou restrinja os estatuto de parceiro social;
direitos atribuídos pela presente lei é nula. c) Direito a representar os consumidores no
2 - A nulidade referida no número anterior processo de consulta e audição públicas a
apenas pode ser invocada pelo consumidor ou realizar no decurso da tomada de decisões
seus representantes. susceptíveis de afectar os direitos e interesses
3 - O consumidor pode optar pela daqueles;
manutenção do contrato quando algumas das d) Direito a solicitar, junto das autoridades
suas cláusulas forem nulas nos termos do n.º 1. administrativas ou judiciais competentes, a
apreensão e retirada de bens do mercado ou a
CAPÍTULO IV interdição de serviços lesivos dos direitos e
Instituições de promoção e tutela dos interesses dos consumidores;
direitos do consumidor e) Direito a corrigir e a responder ao
conteúdo de mensagens publicitárias relativas a
bens e serviços postos no mercado, bem como a
Artigo 17.º (2) requerer, junto das autoridades competentes, que
Associações de consumidores seja retirada do mercado publicidade enganosa
ou abusiva;
1 - As associações de consumidores são f) Direito a consultar os processos e demais
associações dotadas de personalidade jurídica, elementos existentes nas repartições e serviços
sem fins lucrativos e com o objectivo principal públicos da administração central, regional ou
de proteger os direitos e os interesses dos local que contenham dados sobre as
consumidores em geral ou dos consumidores características de bens e serviços de consumo e
seus associados. de divulgar as informações necessárias à tutela
2 - As associações de consumidores podem dos interesses dos consumidores;
ser de âmbito nacional, regional ou local, g) Direito a serem esclarecidas sobre a
consoante a área a que circunscrevam a sua formação dos preços de bens e serviços, sempre
acção e tenham, pelo menos, 3000, 500 ou 100 que o solicitem;
associados, respectivamente. h) Direito de participar nos processos de
3 - As associações de consumidores podem regulação de preços de fornecimento de bens e
ser ainda de interesse genérico ou de interesse de prestações de serviços essenciais,
específico: nomeadamente nos domínios da água, energia,
a) São de interesse genérico as associações gás, transportes e telecomunicações, e a solicitar
de consumidores cujo fim estatutário seja a os esclarecimentos sobre as tarifas praticadas e a
tutela dos direitos dos consumidores em geral e qualidade dos serviços, por forma a poderem
cujos órgãos sejam livremente eleitos pelo voto pronunciar-se sobre elas;
universal e secreto de todos os seus associados; i) Direito a solicitar aos laboratórios oficiais
b) São de interesse específico as demais a realização de análises sobre a composição ou
associações de consumidores de bens e serviços sobre o estado de conservação e demais
determinados, cujos órgãos sejam livremente características dos bens destinados ao consumo
eleitos pelo voto universal e secreto de todos os público e de tornarem públicos os
seus associados. correspondentes resultados, devendo o serviço
ser prestado segundo tarifa que não ultrapasse o
preço de custo;
(2)
O n.º 4 deste preceito encontra-se revogado pela Lei nº j) Direito à presunção de boa fé das
85/98, de 16 de Dezembro, que aprovou o Estatuto Fiscal informações por elas prestadas;
Cooperativo, — cfr. artigo 21.º, n.º1, alínea d) — mas essa l) Direito à acção popular;
revogação está circunscrita à matéria regulada naquele diploma.
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m) Direito de queixa e denúncia, bem como 4 - Os acordos atrás referidos devem ser
direito de se constituírem como assistentes em objecto de divulgação, nomeadamente através
sede de processo penal e a acompanharem o da afixação nos estabelecimentos comerciais,
processo contra-ordenacional, quando o sem prejuízo da utilização de outros meios
requeiram, apresentando memoriais, pareceres informativos mais circunstanciados.
técnicos, sugestão de exames ou outras
diligências de prova até que o processo esteja Artigo 20.º
pronto para decisão final; Ministério Público
n) Direito à isenção do pagamento de custas,
preparos e de imposto do selo, nos termos da Lei Incumbe também ao Ministério Público a
n.º 83/95, de 31 de Agosto; defesa dos consumidores no âmbito da presente
o) Direito a receber apoio do Estado, através lei e no quadro das respectivas competências,
da administração central, regional e local, para a intervindo em acções administrativas e cíveis
prossecução dos seus fins, nomeadamente no tendentes à tutela dos interesses individuais
exercício da sua actividade no domínio da homogéneos, bem como de interesses colectivos
formação, informação e representação dos ou difusos dos consumidores.
consumidores;
p) Direito a benefícios fiscais idênticos aos Artigo 21.º
concedidos ou a conceder às instituições Instituto do Consumidor
particulares de solidariedade social. (3)
2 - Os direitos previstos nas alíneas a) e b) do 1 - O Instituto do Consumidor é o instituto
número anterior são exclusivamente conferidos público destinado a promover a política de
às associações de consumidores de âmbito salvaguarda dos direitos dos consumidores, bem
nacional e de interesse genérico. como a coordenar e executar as medidas
3 - O direito previsto na alínea h) do n.º 1 é tendentes à sua protecção, informação e
conferido às associações de interesse genérico educação e de apoio às organizações de
ou de interesse específico quando esse interesse consumidores.
esteja directamente relacionado com o bem ou 2 - Para a prossecução das suas atribuições, o
serviço que é objecto da regulação de preços e, Instituto do Consumidor é considerado
para os serviços de natureza não regional ou autoridade pública e goza dos seguintes poderes:
local, exclusivamente conferido a associações de a) Solicitar e obter dos fornecedores de bens
âmbito nacional. e prestadores de serviços, bem como das
entidades referidas no n.º 2 do artigo 2.º,
mediante pedido fundamentado, as informações,
Artigo 19.º os elementos e as diligências que entender
Acordos de boa conduta necessários à salvaguarda dos direitos e
interesses dos consumidores;
1 - As associações de consumidores podem b) Participar na definição do serviço público
negociar com os profissionais ou as suas de rádio e de televisão em matéria de
organizações representativas acordos de boa informação e educação dos consumidores;
conduta, destinados a reger as relações entre uns c) Representar em juízo os direitos e
e outros. interesses colectivos e difusos dos
2 - Os acordos referidos no número anterior consumidores;
não podem contrariar os preceitos imperativos d) Ordenar medidas cautelares de cessação,
da lei, designadamente os da lei da concorrência, suspensão ou interdição de fornecimentos de
nem conter disposições menos favoráveis aos bens ou prestações de serviços que,
consumidores do que as legalmente previstas. independentemente de prova de uma perda ou
3 - Os acordos de boa conduta celebrados um prejuízo real, pelo seu objecto, forma ou fim,
com associações de consumidores de interesse acarretem ou possam acarretar riscos para a
genérico obrigam os profissionais ou saúde, a segurança e os interesses económicos
representados em relação a todos os dos consumidores.
consumidores, sejam ou não membros das
associações intervenientes. Artigo 22.º
Conselho Nacional do Consumo
(3)
A alínea p), do n.º 1 deste preceito encontra-se revogado
pela Lei nº 85/98, de 16 de Dezembro, que aprovou o Estatuto 1 - O Conselho Nacional do Consumo é um
Fiscal Cooperativo, — cfr. artigo 21.º, n.º1, alínea d) — mas órgão independente de consulta e acção
essa revogação está circunscrita à matéria regulada naquele pedagógica e preventiva, exercendo a sua acção
diploma.
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em todas as matérias relacionadas com o Aprovada em 23 de Maio de 1996.


interesse dos consumidores. O Presidente da Assembleia da República, António de
2 - São, nomeadamente, funções do Almeida Santos.
Conselho:
Promulgada em 4 de Julho de 1996.
a) Pronunciar-se sobre todas as questões
relacionadas com o consumo que sejam Publique-se.
submetidas à sua apreciação pelo Governo, pelo
O Presidente da República, JORGE SAMPAIO.
Instituto do Consumidor, pelas associações de
consumidores ou por outras entidades nele Referendada em 7 de Julho de 1996.
representadas;
b) Emitir parecer prévio sobre iniciativas O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira
Guterres.
legislativas relevantes em matéria de consumo;
c) Estudar e propor ao Governo a definição
das grandes linhas políticas e estratégicas gerais
e sectoriais de acção na área do consumo;
d) Dar parecer sobre o relatório e o plano de
actividades anuais do Instituto do Consumidor;
e) Aprovar recomendações a entidades
públicas ou privadas ou aos consumidores sobre
temas, actuações ou situações de interesse para a
tutela dos direitos do consumidor.
3 - O Governo, através do Instituto do
Consumidor, presta ao Conselho o apoio
administrativo, técnico e logístico necessário.
4 - Incumbe ao Governo, mediante diploma
próprio, regulamentar o funcionamento, a
composição e o modo de designação dos
membros do Conselho Nacional do Consumo,
devendo em todo o caso ser assegurada uma
representação dos consumidores não inferior a
50% da totalidade dos membros do Conselho.

CAPÍTULO V
Disposições finais

Artigo 23.º
Profissões liberais

O regime de responsabilidade por serviços


prestados por profissionais liberais será regulado
em leis próprias.

Artigo 24.º
Norma revogatória

1 - É revogada a Lei n.º 29/81, de 22 de


Agosto.
2 - Consideram-se feitas à presente lei as
referências à Lei n.º 29/81, de 22 de Agosto.

Artigo 25.º
Vigência

Os regulamentos necessários à execução da


presente lei serão publicados no prazo de 180
dias após a sua entrada em vigor.

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