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DESENVOLVIMENTO DA LÍNGUA INGLESA NA EDUCAÇÃO BÁSICA:

DESAFIOS NO ENSINO E APRENDIZAGEM

Marcos Souto de Sena

RESUMO
O presente artigo tem como objetivo relatar as experiências e reflexões vividas em
sala de aula como professor de língua inglesa no decorrer de anos, além de relatar
alguns obstáculos enfrentados ao ensino da língua inglesa na educação básica no
estado do Amapá em escolas públicas. Devido à falta de recursos tecnológicos que
atendam tanto a necesidade dos tutor quanto dos discentes, e algumas vezes, falta
de interesse dos alunos por diversos fatores, o ensino da língua estrangeira se torna
mais dificil, esta, por sua vez faz parte do currículo básico das disciplinas do ensino
fundamental e médio, sendo, portanto, obrigatória.

Palavras-chave:Desafio, Língua inglesa, Educação básica.

1. INTRODUÇÃO

Estudar inglês é atualmente um fenômeno global. Inglês é o principal idioma


estudado em muitos países desenvolvidos e em desenvolvimento como é o caso do
Brasil e tantos outros que precisam do idioma em suas relações comerciais, para
fins turísticos e científicos. A língua Inglesa é um grande negócio no Brasil e isso
aumentou o interesse dos professores de inglês em melhorar seu desempenho em
sala de aula, não somente nos centros de idiomas, mas também nas escolas de
ensino regular, que trabalham com o ensino da base curricular nacional para a
educação básica. Tanto na rede pública como nas escolas particulares a cobrança
aumentou com relação ao que o aluno está efetivamente aprendendo em inglês
principalmente sua comunicação, seja de forma oral ou escrita.

A prática docente requer preparação e conhecimento metodológico para que


os alunos possam aprender o idioma. Contreras (2012) aponta que alguns
pesquisadores como Stenhouse e Schôn colocam o professor num papel central,
valorizando seu pensar, seu sentir, suas crenças e valores como aspectos
importantes do seu fazer, pois ele não se limita a executar currículos, mas também
os elabora, define e reinterpreta. Assim como define Silveira (1999), faz parte do
papel do professor além de seguir os passos determinados, ou seja, o dia a dia da
sala, ter uma atuação muito positiva em aula, que poderá fazer com que o aluno
tenha mais disposição para reagir aos estímulos e realizar as tarefas solicitadas.

Ensinar língua inglesa nas escolas públicas tem se tornado cada vez mais
um desafio para os profissionais que atuam nessa área, uma vez que, o ensino
dessa disciplina no âmbito educacional público passou e passa por diversas
dificuldades relativas à falta de material didático, alunos despreparados, ausência de
um ambiente propicio para aprendizagem da língua inglesa, carga horária
insuficiente. Cox e Assis-Peterson (2008), em um artigo sobre o drama do ensino de
inglês na escola pública brasileira, argumentam que a história brasileira de ensino
dessa língua é de fracasso, o que se deve aos 35 anos (de 1961 a 1996) de não
obrigatoriedade da língua estrangeira no ensino básico público brasileiro.

2. REFLEXÕES SOBRE O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA


LÍNGUA INGLESA NO ENSINO FUNDAMENTAL E NO ENSINO MÉDIO:
DESAFIOS E POSSIBILIDADES

No Brasil, o ensino de língua inglesa, como LE, tem se tornado cada vez
mais um desafio, uma vez que, o ensino dessa disciplina no âmbito educacional
público passou e passa por diversas dificuldades. De forma geral, como apontam
pesquisas como as de Davel (2011) e do British Council (2015) e, como percebemos
em nossa prática, há falta de material didático, ausência de ambiente propicio para
aprendizagem da língua, carga horaria suficiente e professores pouco preparados,
com até pouco conhecimento da LE. Essas questões tem implicado direta e
indiretamente na qualidade do ensino e aprendizagem.

Agrega-se a todo esse panorama o fato de muitos educadores ainda não


valorizarem a diversidade e as possibilidades de contato com outros falantes de
línguas estrangeiras, permitido pelas novas tecnologias de informação e
comunicação (TIC).
Outro ponto importante, apresentado no relatório do British Council, é que o
ensino da língua estrangeira pertence à parte diversificada, da Base Curricular
Comum, o que significa que pode ser adaptado regionalmente, com liberdade de
objetivos, de acordo com os diferentes contextos dos países. Assim, mostram que
algumas redes optam por não oferecer língua inglesa (escolhendo, ao invés disso, o
ensino de outras línguas ).

3. EXPERIÊNCIA EM SALA DE AULA COMO PROFESSOR DE LÍNGUA


INGLESA NA ZONA RURAL E URBANA.

Minha primeira experiência como professor de inglês foi bastante positivoa.


E em uma escola pública na zona rural em aulas de caráter temporário (modular).
Ser professor iniciante significa um enorme desafio a cada dia e exige uma nova
postura perante a sociedade. A prática docente requer grande esforço para se
concretizar de forma próspera, tanto pessoal quanto profissionalmente, mas estar à
frente da educação de um país é uma honra e ao mesmo tempo uma
responsabilidade gigante, a qual deve ser mais valorizada.

No inicio tudo se torna mais difícil para o ensino de uma língua que requer
muita preparação e capacitação para um ensino de qualidade, passei por varias
etapas de ensino e aprendizagem da língua inglesa. Lecionar na zona rural não é
fácil para um público que estuda a língua como a única opção sem interesse algum
em usa-la, a motivação na aprendizagem de uma língua estrangeira é uma condição
que depende de fatores psicológicos e sociais. Depende muito do professor em levar
o ensino dessa língua de uma forma mais descontraída e lúdica para um público
humilde e carente de tecnologia e informações. Atualmente o público rural estão se
destacando muito nas informações devido ao grande avanço da internet em todo o
países

Na zona urbana o ensino da língua inglesa se torna mais prática devido o


acesso as novas tecnologias que algumas escolas oferecem ao professor, porém, se
torna mais cansativo devido o numero de alunos e trabalhos que o professor se
responsabiliza em cuidar. Considerando que a escola é um espaço de formação e
informação, onde exerce grande influência na vida do cotidiano adolescente, cujo
universo desse é recheado de curiosidades, percepções diversificadas e emoções
conflituosa, procurei estimular os alunos com as metodologias criadas por mim
mesmo através de músicas, vídeos, filmes, charges, e tudo para que as aulas de
inglês se tornasse interessante e prazerosa para os alunos.

Atualmente, o inglês é a língua nativa de mais de meio bilhão de pessoas


oriundas tanto no centro quanto da periferia do globo. É a língua mais falada do
mundo por não nativos e, provavelmente o único idioma que possui mais falantes
não-nativos que nativos. Para Lopes (2003) a língua inglesa é atualmente
responsável pela grande parte das informações disseminadas acerca dos fatos que
acontecem em todo o planeta.

Eu como professor de inglês vejo como um desafio lecionar essa língua


tanto na zona rural como na zona urbana as metodologias são diferentes na zona
rural devido a falta de recursos tecnológicos e na zona urbana o numero de alunos,
a super lotação da sala de aula, mas tudo isso faz com que o professor adquira mais
experiênciae preparação para os diversos e variados públicos da educação básica.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ser docente é muito mais do que ir à sala de aula e passar o conteúdo. É


tirar horas para estudar, ler, fazer planos de aula, pesquisar, estar atento ao mundo,
observar bastante, e mesmo na hora que está exercendo a profissão, raciocinar
freneticamente, pois estar atento a como e o que se fala, controlando os alunos e a
si mesmo a um só tempo é muito difícil. Sem contar que, fora ao que é intrínseco à
nossa profissão, temos que nos posicionar atentos longe da escola, em nossos atos
cotidianos, lutar por melhores salários, reconhecimento da escola e da docência,
evolução na carreira, visando sempre o bem máximo que é a educação, a cidadania,
o respeito dos nossos alunos e da classe trabalhadora.

Considerei positiva a minha primeira experiência, como professor de inglês.


Proporcionou-me reflexões próprias e comuns que muitos docentes enfrentaram ou
enfrentarão na hora de se deparar com a responsabilidade diante de uma sala de
aula. O carinho que recebemos dos alunos é gratificante e fruto de um bom trabalho.
Porém, as soluções para uma prática docente de qualidade não estão somente
encerradas em quem está à frente da sala de aula, mas depende de toda a escola e
da estrutura que sustenta a educação no Estado e no país. Cabe ao professor
escolher o que se encaixa melhor na sua disciplina língua inglesa, no cotidiano para
seus alunos em sala de aula. E que essa escolha possa trazer a todo o aprendizado
e conhecimento, tornando a sala de aula um mundo mais interativo e prático que
busca a relação entre o aprender e o ensinar.

Educar com novas tecnologias é um desafio, mas podemos fazer


adaptações, utilizando um simples celular como ferramenta, serve de alertapara nós
professores de inglês, precisamos aprender a gerenciar vários espaços integrados
de forma aberta, equilibrada e inovadora, pois só assim avançaremos de verdade e
poderemos falar de qualidade na educação, onde a tecnologia nas aulas de inglês
seja um apoio facilitador da aprendizagem humanizadora.

5. REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental.


Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino
fundamental. Língua estrangeira. Brasilia, 1998.

CAVICHIOLI, F. A estreita relação entre o estudo da língua e as concepções


teóricas de Bakhtin. Revista de Letras, Curitiba, v. 8, p. 1-9, 2007.

FIGUEIREDO, C.A. A organização textual e o ensino da leitura inglesa. In:


FIGUEIREDO et al. (Org.). Lingua(gem): reflexões e perspectivas. Uberlância:
EDUFU, 2003. P. 11-32.

FOGAÇA, F. C.: GIMENEZ, T. N. O ensino de línguas estrangeiras e a


sociedade. Revistas Brasileira de Linguística Aplicada, Belo Horizonte, v. 7, n. 1,
2007.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

JORDÃO, C.M. A postcolonial framework for Brazilian EFL teachers’ social


identities. RevevistaElectrónicaMatices en LenguasExtranjeras, Bogotá, n. 2,
Dic.2008

LEFFA, V. J. Metodologia do ensino de línguas.In: BOHN, H. I.; VANDRESEN, P.


Tópicos em línguistica aplicada: O ensino de Línguas estrangeiras. Florianópolis:
UFSC, 1988. p. 211-236.

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