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TEORIA GERAL DO ESTADO I

PROF. MARCELO NEVES

SEMINÁRIO 02
CONCEPÇÕES DE CONSTITUIÇÃO

Introdução e considerações gerais

Além de uma sólida formação teórica é interessante que os alunos e alunas tenham uma
formação prática, treinando habilidades como a oratória, o debate, o exercício do convencimento, o trabalho
em equipe, a defesa de uma posição em debates concretos, a improvisação etc. Outra questão relevante é a
necessidade de o estudante universitário apreender a pesquisar, sozinho, temas de interesse acadêmico
(como, por exemplo, em bibliotecas, em revistas científicas impressas ou eletrônicas, em seminários e
debates etc.). É para incentivar o treinamento destas habilidades que os seminários foram pensados (como
atividades coletivas do bloco prático).

Eles funcionarão como “debates simulados” em que grupos adotam posições divergentes
sobre temas polêmicos, clássicos ou atuais, vinculados à teoria do Estado. Serão feitos quatro seminários,
sendo a sala será dividida em 04 grupos de 15 estudantes já no primeiro dia de aula. A presença de todos os
estudantes é obrigatória em todos os seminários, mesmo que como plateia. Isso é importante, pois os temas
e os debates dos seminários serão cobrados em prova.

Importante! A capacidade de auto-organização, de pesquisa extra e de aprofundamento autônomo dos


estudantes acerca dos temas trabalhados também será avaliada.

FDUSP – Teoria Geral do Estado I – Professor Marcelo Neves – Março de 2011


O Seminário.
Seminário 02. Data – 09 de Maio de 2011:

Tema: Concepções de Constituição. (República de Weimar)

O seminário consiste em um debate entre quatro posições teóricas sobre o conceito de constituição:
Carl Schmitt, Ferdinand Lassalle, Hans Kelsen e Hermann Heller. Qual é o conceito de
Constituição? O que define este instituto que está entre a política e o direito e é elemento
constitutivo do Estado? Este clássico debate trabalha concepções concorrentes não apenas de
constituição; mas de Estado e de direito.

A sala será dividida em (cinco) grupos que serão responsáveis por apresentar e defender a posição
teórica de um dos autores citados: quatro grupos defenderão as posições de cada um dos quatro
autores. O quinto grupo será o grupo dos juízes, que julgará, de forma justificada, qual grupo foi o
vencedor do debate, em termos de preparação, argumentação e defesa da posição. O restante da
classe será a plateia e poderá participar no caso de divergência ou complementação da justificativa
sobre o teórico vencedor.

Obs: a nota na atividade é completamente independente do voto do “grupo-juiz”.

O seminário ocorrerá da seguinte forma:

1 - Um grupo de 3 estudantes defenderá a posição de Ferdiand Lassalle


2 - Um grupo de 3 estudantes defenderá a posição de Carl Schmitt
3 - Um grupo de 3 estudantes defenderá a posição de Hans Kelsen
4 - Um grupo de 3 estudantes defenderá a posição de Hermann Heller
5 - Um grupo de 4 estudantes decidirá o debate, nos moldes acima mencionados.

Primeiramente, haverá uma exposição de até 9 minutos para a posição de cada teórico
Imediatamente após este momento, haverá outra rodada, denominada “réplica”, com até 6 minutos para os
mesmos grupos (1, 2 e 3) reforçarem seus pontos principais e rebaterem as críticas de outros grupos ou
atacarem suas argumentações.

Ao final, haverá uma pausa de 5 minutos para a reunião dos juízes, que terão, cada um,
individualmente, até 5 minutos para dar seu voto justificado, indicando o vencedor do debate (ou empate).

Os votos dos juízes não influirão na nota dos grupos. Os juízes devem apresentar um voto
fundamentado, dando razões para afirmar qual grupo se saiu melhor na argumentação. Para isso, eles (ou
elas) poderão apontar (i) pontos altos e positivos de todos os grupos; (ii) pontos teóricos que poderiam ter
sido mais bem explorados pelos grupos; (iii) momentos de debate que mais marcaram; (iv) razões pelas
quais foram convencidos do grupo que mais se destacou.

Importante: a intenção do seminário é introduzir os estudantes ao formato de debate e de oposição,


muito presente no mundo jurídico, mas pouco vivenciado na vida acadêmica. A intenção é trazer um
momento diferente de debate, em outro formato que não apenas o acadêmico; visando inclusive, a um
momento de maior descontração. Não é o objetivo causar desafetos ou momentos de tensão, mas,
antes, uma atividade diferente que induza os estudantes a enfrentar situações de embate saudável de
opiniões e idéias; este cenário será muito presente na vida de jurista, como em audiências e em
processos judiciais, por exemplo. Além disso, a necessidade de fundamentar e justificar bem uma
decisão também visa a introduzir o (a) estudante a elementos da atividade de juiz.
Divisão das falas

Recomenda-se seriamente que todos os participantes falem e participem da exposição; pelo


menos uma vez, preferencialmente em divisão de tempo razoavelmente homogênea. É possível a divisão dos
integrantes em momentos argumentativos, como, por exemplo (não é necessário), um integrante faz uma
introdução geral; outro apresenta a primeira parte de argumentos do filósofo e outro a segunda; ficando o
último, com seu tempo para debater pontos de embate com outras teorias, apresentando críticas e contra-
argumentos.

O controle do tempo é de responsabilidade do grupo e é essencial para uma boa


apresentação. Este é um momento interessante também para vencer a timidez e falar em público na defesa
de uma opinião (que muitas vezes não é que o integrante concorda). Privilegia-se, aqui, o exercício da fala e
da argumentação.

Avaliação

A avaliação será feita pelo professor, em possível conjunto com os monitores auxiliares, e
levará em conta o fato de que estas são turmas de primeiro ano e é a primeira atividade deste tipo que vocês
estão enfrentando.

Avalia-se tanto o grupo quanto as participações individuais. Quesitos da avaliação (i)


conhecimento das teorias; (ii) capacidade de argumentação (“defensiva” e “ofensiva”) e desempenho,
incluindo-se argumentos de improviso; (iii) controle da apresentação e organização do grupo.

Bibliografia de apoio.

É interessante que todos leiam textos também das outras teorias para melhor se preparar. A
auto-organização do grupo é um elemento chave e cada grupo pode se preparar da melhor forma que
encontrar, inclusive com pesquisas extras.

Abaixo relacionamos as referências bibliográficas básicas de apoio para a teoria de cada


autor. Estes textos abaixo encontram-se no CTC. A escolha dos textos complementares e a pesquisa extra
ficará a cargo dos estudantes.

1) HELLER, Hermann. Teoria do Estado. São Paulo: Editora Mestre Jou, 1968, pp.318-327 (original:
Staatslehre. Org. Gerhart Niemeyer. Leiden: Sijthoff).

2) LASSALLE, Ferdinand. Que é uma Constituição? Porto Alegre: Editorial Villa Martha, 1980. 7-20
(original: “Über Verfassungswesen”. In: F. Lassalle. Reden und Schriften. Org. H. J. Friederici. Colônia:
Röderberg, pp. 120-147).

3) KELSEN, Hans. Teoria Pura do direito. São Paulo : Martins Fontes, 2003. (Especialmente Capíluo V –
Dinâmica jurídica). [ver tambémKELSEN, Hans. Teoría General del Estado. México: Editora Nacional,
1979, pp. Pp. 181-188 (original: Allgemeine Staatslehre, Viena: Österreichische Staatsdruckerei, 1993, –
reimpressão da 1ª ed., 1925 –, pp. 27-39).]

4) SCHMITT, Carl. Teoría de la Constitución. Madri: Alianza, 1982, pp. 45-57 (original: Verfassungslehre.
6ª ed. Berlim: Duncker & Humblot, 1993 [1ª ed. 1928], pp. 157-182)

Bibliografia de apoio

5) NEVES, Marcelo. A Constitucionalização Simbólica. 2ª ed. São Paulo: Martins: Fontes, 2007, pp. 56-64.
Grupos:

Turma 12

Ferdinand Lassalle:
Eduardo P. Pinheiro
Gabriel Augusto de Andrade
Gabriel Borges Martins

Carl Schmitt
Gabriel de Q. Chagas
Gabriel Furlan e Souza
Giovanna C e Orru

Hans Kelsen
Paula Zugaib Destruti *
Guilherme de Souza Meirelles
Haissa Vivi Zangali

Hermann Heller
João Carlos M. Pinter
João Vitor C. Gonçalves
João Vitor O. Kodama

Juízes
Julia A. G. Ferreira
Laodice Digolin de Assunção
Lara Lago Noronha
Laura B. Junqueira

Turma 13

Ferdinand Lassalle:
Fabio N. Gomes
Gabriel T. Alves
Gabriel T. Moreira

Carl Schmitt
Gabriela Cavazani
Gabriela de O. Junqueira
Heloise A. de Almeida

Hans Kelsen
Helton F. da Costa
Henrique A. de Castro
Henrique C. de G. Bueno

Hermann Heller
Julia B. de Castro
Julia B. Cardoso
Julia T. Dornelles

Juízes
Juliana M. N. de Menezes
Leandro Mateus Ferraz
Leila Andrade Curto
Leonardo T. Brado

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