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VANESSA – Introducao:

As instituições se transformam ao longo do tempo e são cada vez mais


desafiadas a mudar suas estratégias através da utilização de conhecimento e/ou
pelo ambiente competitivo, e por esta razão a situação mostra-se cada vez mais
complexa. O modo como a questão ambiental é tratada dentro da organização
depende de como ele é definida fora dela, e também por esta razão, entende-se
que ações públicas são o melhor caminho para a institucionalização das práticas
eco eficientes, ou seja, a sustentabilidade das empresas depende da
sustentabilidade das partes interessadas (stakeholders) com as quais se
relacionam. Assim, para promover a sustentabilidade, a empresa deve cuidar de
suas relações, buscando sistematicamente o equilíbrio no estabelecimento e
atendimento de compromissos com os stakeholders, seguindo princípios de
diálogo e transparência. A permanente sintonia entre mercados ágeis,
sociedades democráticas e preservação ambiental só pode ser alcançada pela
constante adequação às mudanças, proporcionada pela internalização de
questões surgidas no relacionamento balanceado com todas as partes
interessadas. Para responder de maneira adequada à regulação ambiental
vigente, não basta que o discurso da ecoeficiência seja disseminado apenas
dentro da organização, mas deve sim ser incorporado de maneira institucional.
A intenção é que as práticas ecoeficientes sejam transformadas em valor
permanente na cultura da empresa, para que assim seja alcançado o
desenvolvimento sustentável, e este também seja inerente ao crescimento da
organização. A idéia de sustentabilidade vem sendo representada pela elevação
de expectativas em relação ao desempenho social e ambiental. Sua definição
como habilidade de satisfazer as necessidades do presente sem comprometer a
habilidade das futuras gerações para satisfazerem suas necessidades. Uma
empresa sustentável, por conseguinte, é aquela que contribui para o
desenvolvimento sustentável ao gerar, simultaneamente, benefícios
econômicos, sociais e ambientais – conhecidos como os três pilares do
desenvolvimento sustentável.
Luciano/ Leonardo/ Rafael – Case “ O Boticário”

LUCIANO - Na empresa o Boticario em seu relatório de sustentabilidade 2009


mostra que a empresa busca através da ecoeficiência (modelo de gestão que
“ao substituir alterações pontuais e dispendiosas, permitiu significativa economia
de recursos, incrementou a produtividade e a eficiência, resultando em
vantagem de custo sobre os competidores), reduzir o consumo de insumos e
recursos naturais de maneira a preservar o meio ambiente para usufruto das
gerações futuras. O relatório trás dados dos investimentos realizados pela
empresa, onde apenas na área de gestão ambiental, foram investidos mais de
1,5 milhões de reais no ano de 2009. Foram criadas estações centrais de
operação de triagem de resíduos, além do tratamento de efluentes, campanhas
institucionais de bioconsciência, educação ambiental e monitoramento de
emissões. Segundo o relatório “A iniciativa faz parte de um plano de redução
dos impactos ambientais, que possui indicadores, metas e envolve mudanças
estruturais na empresa. Para citar algumas ações, foram adquiridos
equipamentos mais eficientes, instalados sensores de presença e lâmpadas com
menor consumo de energia. A fim de sensibilizar os colaboradores para a
importância de se cumprir as metas, o Boticário criou o Programa Ação, que
divulga as atividades realizadas, os resultados alcançados e pontos de melhoria.
Assim, os funcionários são incentivados a reduzir os impactos ambientais no
trabalho, em casa e em outros ambientes
LEONARDO - Em se tratando do principal insumo utilizado pela empresa, a sua
utilização é monitorada. A água é captada através da rede pública de
abastecimento de maneira preservar suas fontes hídricas. O monitoramento de
seu consumo fez a empresa reduzir a quantidade de água utilizada no processo
de produção, diminuindo o consumo relativo de água por unidade produzida em
mais de 15 % desde 2007, com metas de atingir redução de 22 % até 2013.
Segundo o relatório, “Entre as ações implantadas estão a instalação de
controles de abertura em torneiras e chuveiros, que também receberam
redutores de vazão. Equipamentos foram substituídos por outros mais eficientes,
e o Boticário passou a captar a água da chuva para atividades de jardinagem e
uso em alguns sanitários, além de aumentar o reuso interno desse recurso.”
Através da criação da estação de tratamento de efluentes a empresa passou a
reciclar parte da água que utiliza. Para se ter uma idéia, em 2008 a empresa
reciclou cerca de 1,7 mil metros cúbicos de água e em 2009 o volume chegou a
3,6 mil metros cúbicos, mais que o dobro.Ao todo foram tratados mais de 44 mil
metros cúbicos de efluentes, 100% do que foi produzido.
RAFAEL - E não é apenas com a água que O Boticário está preocupado. A
redução de energia elétrica também é prioridade na empresa. Os novos quadros
de horários de trabalho, a adequação ao uso do ar condicionado, a instalação de
lâmpadas econômicas e sensores de presença, além de substituição de
equipamentos obsoletos e ineficientes, levou a uma economia de energia
relativa. Apesar do aumento dos gastos com energia, devido a ampliações da
fabrica, a quantidade de energia utilizada para produção de uma unidade de
produto caiu cerca de 11 % de 2008 para 2009. Além disso, a empresa busca
aumentar a utilização de fontes de energia renovável. No ano de 2007 foram
consumidos 1857 GJ de Etanol, já em 2008 3125 GJ e em 2009 3446 GJ do
combustível. A empresa ainda investe maciçamente no monitoramento de
geração de resíduos sólidos como perigosos e não perigosos através do PGRS
(Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos) principalmente para atender
suas políticas de saúde, segurança e meio ambiente. Segundo o relatório, “Em
2009, o índice global de reciclagem do Boticário foi de 95%. Como houve
aumento de produção, a quantidade de resíduos gerados também foi maior, de
1.755,7 toneladas em 2009, contra 1.578,4 toneladas em 2008. Mas,
relativamente às unidades produzidas, a empresa reduziu a geração em 3%
comparada ao ano anterior.”

Joao/Rogério – Case “ Nike”

JOAO - No final dos anos 1990, a Nike reavaliou suas práticas ambientais e de
trabalho devido às pressões sociais causadas pela sua própria maneira de
conduzir seu negócio: baixos salários na Indonésia, trabalho infantil no
Paquistão e no Camboja e péssimas condições de trabalho na China e no
Vietnã. Para recuperar sua imagem e mesmo o direito de operar em alguns
países reviu seu modelo de negócios monitorando as condições de trabalho
utilizadas na cadeia produtiva pelo mundo e se aproximou de organizações
internacionais e sem fins lucrativos como a Youth Foundation, a MacArthur
Foundation e o Banco Mundial para ajudar a fundar a Aliança Global Pró
Trabalhadores e Comunidades. Além disso, lançaram o Projeto Reutilize um
Calçado por meio de parcerias com fabricantes de superfícies esportivas
sintéticas. Os calçados passaram a ser concebidos de maneira que pudessem
ser desmontados e que a sola de borracha e a entressola de espuma servissem
de matéria-prima para a produção de superfícies atléticas esportivas. A
corporação, que um dia foi o anti-exemplo de responsabilidade social, esforça-se
para reelaborar princípios de design visando criar produtos inteiramente
desmontáveis na ponta final de seu ciclo de vida, com componentes reutilizáveis
e recicláveis

ROGERIO - Na análise deste caso, pudemos observar que quando os times


concentraram o seu olhar no quanto a inovação sustentável poderia impactar os
produtos da empresa “idéias e energia fluíram de maneira espantosa.” No caso
da Nike o resultado veio na forma de metas concretizadas antes do tempo. Além
de estabelecer padrões elevados em redução de desperdício e responsabilidade
coletiva na fabricação, a Nike, como parte da ação do seu quadro engajado de
colaboradores, criou peças de vestuário á base de algodão orgânico, repensou
componentes de borracha livres de toxinas químicas, retirou os solventes dos
processos de manufatura e ainda hoje evolui, sem perder o ritmo, no uso de
materiais ecológicos, alternativos ao PVC, em toda a sua linha de produtos.
Quando as empresas incorporam construtivamente a visão dos stakeholders
(principalmente) externos à organização, elas passam a gerenciar o produto
além de suas próprias fronteiras concebendo-o de maneira eco-eficiente. Desta
maneira, a administração do ciclo de vida do produto leva em conta não
somente a cadeia de valor da empresa, mas a rede de valor na qual ela se
insere desde o acesso à matéria-prima até seu uso e descarte. Neste sentido, o
gerenciamento do produto gera reputação e legitimidade para a empresa. A
conjugação destes dois fatores sofisticam ainda mais o modelo de inovação
frente à simples melhoria de processos da dimensão anterior. A pressão e
aliança dos stakeholders leva à mudança de postura e atitudes socioambientais
mais responsáveis. Com isso, cria-se reputação da empresa para operar, pois
diversos atores participam do negócio da empresa, legitimando-o.

MAURICIO – CONCLUSAO
Na verdade a grande maioria das empresas, ainda busca pela sustentabilidade
contínua a difícil missão em conciliar ao objetivo de aumentar o valor para o
acionista. De fato, algumas têm defendido que a criação de um mundo mais
sustentável irá exigir que as empresas sacrifiquem os lucros e o valor ao
acionista em nome do bem público. Considerando os argumentos legais ou
morais para a ação das empresas, os executivos inevitavelmente subestimam as
oportunidades estratégicas de negócios associadas a esse importante tema. A
fim de evitar esse problema, os executivos precisam fazer uma ligação direta
entre a sustentabilidade da empresa e a criação de valor para o acionista.
Considerando os aspectos apresentados, em especial os ganhos não apenas
financeiros com a maior eficiência na produção mas também com a
sustentabilidade da aquisição de matérias-primas, assim como o melhor
posicionamento da marca da empresa perante seus stakeholders após a
mudança para uma postura socioambiental correta, sustenta por mais tempo sua
sobrevivência e manutenção em seu mercado no futuro. Na realidade enquanto
a sustentabilidade for tratada como um conjunto de metas a alcançar, uma
obrigação conveniente para não perder negócio ou o mero objeto de um plano
com cuja essência as pessoas parecem não se identificar intimamente, então as
soluções encontradas serão sempre superficiais, utilitárias e de curtíssimo
espectro. Nunca é demais lembrar: sustentabilidade não representa um trabalho
a mais, um custo a mais ou uma função a mais com que se preocupar numa
corporação. Significa o modo mais humano—e portanto, o melhor — de pensar
e fazer negócios.

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