Você está na página 1de 7

Eletrobrás DIRETRIZES PARA PROJETOS DE PCH

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO
1-1
Eletrobrás DIRETRIZES PARA PROJETOS DE PCH

SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
Página

1.1 OBJETIVO 1-3

1.2 RETROSPECTO SOBRE OS ESTUDOS E PROJETOS DE PCH 1-5

1.3 ASPECTOS INSTITUCIONAIS E LEGAIS 1-6

1.4 ATUALIZAÇÃO PERIÓDICA DAS DIRETRIZES 1-6

INTRODUÇÃO – Sumário
CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

1.1 OBJETIVO Prevê-se que os principais usuários destas


Diretrizes sejam engenheiros e técnicos de nível
Este documento tem por objetivo consolidar as superior, com experiência no assunto, os quais terão
“Diretrizes para Estudos e Projetos Básicos de facilidade de entendimento e aplicação dos
Pequenas Centrais Hidrelétricas - PCH”, visando: conceitos e metodologias aqui apresentados. A
atuação destes profissionais é importante para
· sistematizar os conhecimentos sobre os garantir a perfeita orientação de outros profissionais
Estudos, Projetos e Construção de PCH, a fim de envolvidos, tais como topógrafos, hidrometristas,
possibilitar que equipes reduzidas de técnicos de projetistas e desenhistas que irão participar dos
nível superior, empreiteiros e estudos
fabricantes/fornecedores de equipamentos, de
qualquer porte, desenvolvam e implantem esses Alerta-se para o fato de que a forma simples,
empreendimentos; prática e objetiva que se procurou adotar não deve
ser entendida como estímulo ao excesso de
· reduzir os custos dos estudos, de projetos, simplificação, muito menos ao seu uso por leigos, e
das obras civis, dos equipamentos e de operação e sim como um esforço de obtenção de tecnologia que
manutenção dessas centrais; conduza a um custo baixo, compatível com a
realidade e as necessidades do país.
· consolidar a experiência e a tecnologia
nacional sobre os estudos, projetos e construção Admite-se que os possíveis interessados em
dessas centrais. implantar PCHs poderão consultar estas Diretrizes
para terem uma idéia do empreendimento que
Para a realização dos trabalhos, a
pretendam realizar, mas dele não deverão fazer uso
ELETROBRÁS contratou, como uma força tarefa, a
sem a assistência de engenheiro com experiência
COPPETEC, no âmbito do Contrato ECV 939-97 e
comprovada no desenvolvimento de estudos e
constituiu um Grupo de Trabalho para o devido
projetos de obras dessa natureza.
acompanhamento e orientação. Os trabalhos
desenvolvidos, de fev/1998 a fev/1999, foram Os tipos de PCH considerados neste
coordenados pela ELETROBRÁS, e contou, nas documento são apresentados no Capítulo 2.
atividades do GT, com a colaboração de técnicos da
ANEEL, CEMIG, CEMAT, CERJ, CHESF, COPEL, O empreendedor interessado em estudar e
DME – Poços de Caldas, ELETRONORTE, implantar uma PCH deverá conhecer:
ELETROSUL, FURNAS, IME, CERPCH e da SRH-
MMA, além da equipe técnica de outras áreas e do · a legislação sobre o assunto, listada no
CEPEL. Capítulo 8 e no Anexo 4 destas Diretrizes;

Estas "Diretrizes" fazem referência, sempre · o Plano Decenal de Expansão do Setor


que necessário, ao Manual de Inventário (Partição Elétrico, anualmente atualizado;
da Queda) e às Instruções para Estudos de
Viabilidade da ELETROBRÁS / ANEEL, como se · o mercado de energia e as
verá ao longo deste documento. regulamentações de comercialização do seu
produto;

INTRODUÇÃO – Objetivo
· o roteiro de atividades necessárias e Para se conhecer, em detalhes, a gama dos
obrigatórias para os estudos e projetos de PCH Estudos de Inventário existentes, recomenda-se, ao
(Capítulo 3), que incluem, evidentemente, a análise interessado, consultar o Relatório Anual do GTIB -
técnico-econômica e ambiental da viabilidade do ELETROBRÁS (Grupo de Trabalho de Informações
negócio. Um roteiro para a elaboração inicial dessa Básicas para o Planejamento da Expansão da
análise é apresentado no Capítulo 4. Caso o Geração) e o SIPOT – Sistema de Informação do
resultado seja positivo, os estudos e projetos devem Potencial Hidrelétrico Brasileiro. A ELETROBRÁS
ser desenvolvidos segundo as diretrizes mantém um "site" na Internet onde se pode
apresentadas nos demais Capítulos (5 ao 9). O encontrar e/ou solicitar todas as informações. O
Relatório Final deve ser elaborado segundo a endereço é http://www.eletrobras.gov.br, “Ações
itemização apresentada no Capítulo 10. Governamentais Relacionadas aos
Empreendimentos de Geração” de energia
É bastante importante, também, que o elétrica, o qual é atualizado periodicamente.
empreendedor tenha ciência da necessidade de
proceder a consultas aos Planos Diretores de Para os Estudos de Inventário Autorizados, em
Recursos Hídricos estaduais e municipais, prontos Andamento e Aprovados, recomenda-se consultar o
ou em elaboração, onde são estabelecidos os site da ANEEL (http://www.aneel.gov.br),
critérios de uso da água. Devem ser consultados, Recomenda-se, ainda, no que diz respeito à
para tal, os órgãos gestores estaduais ou nacional Legislação, que os usuários se mantenham
(Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do atualizados quanto às Portarias, Resoluções, etc.,
Meio Ambiente) ou os próprios Comitês de Bacias através da página da ANEEL.
Hidrográficas que já estiverem implantados.
Além disso, deverão ser considerados os
Observa-se que, para grande parte das bacias seguintes aspectos importantes, para o bom
brasileiras, existem Estudos de Inventário já entendimento destas Diretrizes:
realizados ou em realização pela ELETROBRÁS-
ANEEL e também por companhias privadas, os - não se deve querer adaptar a elas a tecnologia
quais devem ser rigorosamente analisados. usual das grandes usinas hidrelétricas. Uma PCH
não é uma usina grande em escala reduzida.
Em bacias não inventariadas não se deverá Quando determinado item de projeto assumir porte
inserir uma PCH sem antes realizar-se um Estudo significativo, ou uma complexidade acima da
de Inventário Hidrelétrico, que pode ser feito de prevista nestas Diretrizes, ou ainda quando as
forma simplificada em bacias cuja vocação características físicas do empreendimento
hidrenergética seja para aproveitamentos com até extrapolarem as das PCHs, definidas no Capítulo
50 MW de potência instalada(RES-393/ANEEL) 2, o responsável pelos estudos deverá se valer da
bibliografia especializada, relacionada ao final
destas Diretrizes. Em qualquer caso, repete-se,
será necessário consultar especialistas no
assunto;
- este documento foi previsto para estudos, projetos
e construção de novas PCHs. No entanto, pode e
deve ser usado para estudos de reativação,
recapacitação e/ou ampliação de PCHs existentes;
- evitaram-se as justificativas dos critérios e fórmulas
utilizadas. A consulta à bibliografia relacionada no
Anexo 7 esclarecerá as dúvidas suscitadas;

INTRODUÇÃO – Objetivo
- todas as fórmulas necessárias são fornecidas, bem - A WIRZ Ltda., Estrela (RS), funcionando desde a
como são devidamente explicadas suas grandezas década de 20, até 1981 já tinha fabricado mais de
e coeficientes; mil pequenas turbinas.
- foram adotadas as normas da ABNT, sempre que
existentes. - Da mesma forma, ocorreu com a JOMECA Ltda.,
de São Paulo, que iniciou suas atividades em
Estas Diretrizes se aplicam aos tipos de PCH 1925.
listados no Capítulo 2 - Tipos de Pequenas Centrais
Hidrelétricas. Outras limitações são ressaltadas ao Hoje, no SIPOT/ELETROBRÁS - Sistema de
longo do texto. Informação do Potencial Hidrelétrico Brasileiro,
existem registrados cerca de 286 aproveitamentos
1.2 RETROSPECTO SOBRE OS ESTUDOS E com potência menor que 10 MW.
PROJETOS DE PCHs
Atualmente, o interesse de investidores
A ELETROBRÁS, Centrais Elétricas Brasileiras privados por este tipo de empreendimento é grande.
S. A., em convênio com o DNAEE, Departamento Essa tendência decorre das mudanças institucionais
Nacional de Águas e Energia Elétrica, hoje ANEEL - que vêm ocorrendo no país, com a privatização das
Agência Nacional de Energia Elétrica, publicou em empresas do Setor Elétrico e, sobretudo, com as
1982 a primeira versão do Manual de Pequenas mudanças na legislação no que diz respeito à
Centrais Hidrelétricas do qual estas Diretrizes produção e comercialização de energia.
constituem uma revisão e atualização.
A Diretoria Executiva da ELETROBRÁS
Um dos objetivos destas "Diretrizes" é o de instituiu, em 1996, o Programa Nacional de
consolidar a experiência e a tecnologia nacional Pequenas Centrais Elétricas - PNCE, com o objetivo
mais atualizada sobre os estudos, projetos e de viabilizar a implantação de usinas de geração
construção dessas centrais. Essa tecnologia existe elétrica, de pequeno porte, de forma a suprir
no país há um século, aproximadamente, e foi carências de energia em todo o território nacional,
desenvolvida através da implantação de um grande com eficiência, relação custo/benefício otimizada e
número de PCHs. O Manual de 1982 cita as com tecnologia que permita o estudo, o projeto, a
informações relacionadas a seguir. construção/instalação, a operação e a manutenção
dessas centrais de forma segura e acessível.
- O Boletim no 2 do DNPM – Departamento Nacional
de Produção Mineral, intitulado “Utilização de Detalhes do PNCE (conceitos, definições,
Energia Elétrica no Brasil”, 1941, já registrava a escopo, objetivo, prioridades e diretrizes), bem como
existência de 888 PCHs e 1.128 pequenas os Aspectos Legais, Institucionais e Linhas de Ação
unidades geradoras, com até 1.000 kW de do Programa, podem ser obtidos junto a
potência. ELETROBRÁS. O Programa possui uma Política
Operacional para Financiamento de Projetos que
- A Companhia Federal de Fundição publicou, na
define questões tais como a origem e destinação
década de 40, uma relação de 727 pequenas
dos recursos, seleção e prioridade dos projetos,
turbinas hidráulicas, de fabricação própria e de
habilitação de empresas, condições financeiras e de
outras indústrias, fornecida pela empresa Herm
liberação de recursos.
Stoltz & Cia., para usinas com capacidade de até
200 kW. Finalmente, cabe fazer referência ao CERPCH
– Centro Nacional de Referência em Pequenos
- A Hidráulica Industrial S.A. - Indústria e Comércio -
Aproveitamentos Hidroenergétricos, criado sob os
HISA, Joaçaba (SC), tem fornecido pequenas
auspícios do Fórum Permanente de Energias
turbinas desde 1950.
Renováveis, do Ministério da Ciência e Tecnologia,
de maneira a atender a resolução do III Encontro

INTRODUÇÃO – Objetivo
para o Desenvolvimento das Energias Solar, Eólica, Informações mais detalhadas poderão ser obtidas na
Biomassa e Pequenas Centrais Hidrelétricas. O Secretaria Executiva do CERPCH que funciona na
CERPCH tem o objetivo de promover o uso dos EFEI – Escola Federal de Engenharia Industrial
pequenos potenciais hidráulicos, como fonte de (Itajubá – MG, e-mail : cerpch@cpd.efei.br; internet:
energia, para geração de eletricidade e outros usos. http://www.cerpch.efei.br).

O Projeto Básico deve ser elaborado de acordo


com as Normas da ANEEL e atender como escopo
1.3 ASPECTOS INSTITUCIONAIS E mínimo aos procedimentos indicados nestas
LEGAIS “Diretrizes”.

Os aspectos institucionais e legais, de O Relatório Final do Projeto Básico deve ser


interesse à realização do Projeto Básico deverão ser submetido à aprovação da ANEEL para obtenção da
considerados, desde o registro até a “aprovação do autorização/concessão para exploração do
estudo” pela ANEEL e abrangem uma faixa ampla aproveitamento hidrelétrico.
da legislação vigente, tendo como linhas mestras a
“Constituição da República Federativa do Brasil”, de Os procedimentos recomendados nestas
1998, o “Código de Águas” – Decreto no 24.263, de Diretrizes têm caráter geral, não dependem do tipo
10 de julho de 1934, Lei 8.987 de 13 de fevereiro de de pessoa jurídica (empresa estatal, privada, etc.)
1995, Lei 9.427 de 26 de dezembro de 1996 que que vai realizar o empreendimento hidrelétrico, e
instituiu a ANEEL e a legislação complementar. independem da destinação da energia a ser gerada
pelo potencial (autoprodução, produção
De acordo com a Constituição Federal, os independente e serviço público).
potenciais de energia hidráulica constituem bens da
União (Capítulo II, art. 20, inciso VIII). No caso de impedimento de acesso aos locais
dos levantamentos de campo, o interessado poderá
De acordo, ainda, com a Constituição, compete obter, de acordo com a Lei 9427 de 26/12/96,
à União explorar diretamente ou mediante autorização específica da ANEEL para elaboração
autorização, concessão ou permissão, o destes serviços, sendo fixados os seguintes valores
aproveitamento energético dos cursos d’água, em de caução:
articulação com os Estados onde se situam os
potenciais hidroenergéticos (Capítulo II, art. 21, - 5% do valor dos dispêndios com os Estudos de
inciso XII, alínea b). Inventário Hidrelétrico (Resolução 393/1998);

Do ponto de vista legal e dentro do escopo - 2% do valor dos dispêndios com os Estudos de
destas Diretrizes, que contempla usinas hidrelétricas Viabilidade (Resolução 395/1998).
com potência instalada entre 1 MW e 30 MW e com
reservatório igual ou inferior a 3 km 2 (Resolução O artigo 30 do Decreto 2003, de 10/09/96,
ANEEL 394/98), o Projeto Básico representa a prevê o requerimento justificado do interessado, a
condição para a obtenção da autorização/concessão declaração de utilidade pública para fins de
para exploração do aproveitamento hidrelétrico. desapropriação ou instituição de servidão
administrativa de terreno e benfeitorias, de modo a
Para o desenvolvimento do Projeto Básico possibilitar a realização de obras e serviços de
desse aproveitamento, o interessado deve implantação do aproveitamento hidráulico.
encaminhar à ANEEL os documentos necessários
ao registro dos estudos em conformidade com a Estas Diretrizes foram elaboradas
Resolução ANEEL no 395 de 04 de dezembro de considerando o ambiente institucional vigente no
1998. início do ano de 1999.

INTRODUÇÃO – Objetivo
1.4 ATUALIZAÇÃO PERIÓDICA DAS DIRETRIZES

A ELETROBRÁS pretende realizar uma


atualização periódica destas Diretrizes. A partir de
sua utilização, no desenvolvimento de projetos de
PCH, importantes críticas e sugestões de
complementação deste documento serão
extremamente benvindas, devendo as mesmas
serem encaminhadas à Diretoria de Engenharia
da ELETROBRÁS, situada na Av. Presidente Vargas,
409 - 12º andar - Centro - CEP:20071-003, Rio de
Janeiro -RJ. Durante o primeiro ano de divulgação
destas Diretrizes, o apoio a usuários pode ser
solicitado também à equipe da COPPETEC, através
de Rui@pec.coppe.ufrj.br ,
fernando@cbf.lahc.ufrj.br ou
campelo@esquadro.com.br

INTRODUÇÃO – Objetivo

Você também pode gostar