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Analise do Acórdão nº 6115/15.3T8VIS.CI.

SI, do STJ

Introdução

No presente trabalho dedicarei atenção ao acórdão ( 6115/15.3T8VIS.C1. S1 )


19/04/2018 que foi proferido pelo STJ, cujo relatora é Maria do Rosário Morgado.

. Desta forma o meu trabalho irá ser desenvolvido de acordo com a seguinte estrutura:
- Objeto do acórdão em analise

- Alegacões e contra- alegacões expostas pelas partes presentes no caso em apreciação

- Doutrinas associadas as questões em analise no acórdão;

- Decisão final

- Análise critica

Breve enquadramento:

O acórdão em analise refere-se a uma sociedade “CC Caixilharia de alumínios, Lda.”


Constituída por três sócios (DD, EE e o R. BB) no dia 9-03-2004, com o capital social de
5.001,00 dividido e realizado em três quotas iguais. Entretanto no dia 5-08-2004 o Reu
celebrou um contrato com a IEFP de conceção de incentivos onde teve colaboração
dos outros dois sócios reconhecendo o direito de compropriedade destes. Depois
deste eles procederam a dissolução da sociedade onde declararam o fim da atividade
da mesma. DD e BB acordaram um novo projeto intitulado de “acordo de contrato-
promessa de constituição de sociedade” assumindo algumas funções respeitante a
este e acordaram também a indeminização por parte do Reu a entrega de 5000€ das
despesas judiciais e extrajudiciais devido ao incumprimento atempado do contrato.
Passando algum tempo DD começou a afastar DD do negócio não lhe prestando
quaisquer informações sobre empresa nem a comunicação seriam endereçadas pelo
DD por cartas registada, pelo que DD manifestou seu interesse na celebração do
negócio definitivo no prazo de 5 dias e os documentos necessários com data, hora e
local para sua outorga este não compareceu e o DD comunicou que perante a sua não
outorga/comparência considera-se definitivamente o incumprimento do contrato, o
que aconteceu. Nestes preceitos “AA.SA” intentou uma ação declarativa contra “BB”
pedindo que este seja condenado o pagamento da respetiva quantia mencionada e
uma indeminização relativamente as despesas (judiciais e extrajudiciais) devido ao
incumprimento atempado do contrato.

Objeto de acórdão em analise:

O acórdão em analise tem como objeto determinar se o contrato promessa de


constituição da sociedade é nulo, a ser assim se a invocação da nulidade do contrato,
pelo reu, consubstancia o abuso do Direito; se concluindo-se pela validade do
contrato, o reu incorreu em incumprimento definitivo, sendo responsável pelo
pagamento das quantias peticionadas.

O reu inconformado com a decisão do tribunal onde foi assistida razão a autora, o
tribunal julgou a ação parcialmente procedente e o reu foi condenado ao pagamento a
quantia de 58558€ acrescida a taxa de juros e uma quantia de 5000€ a título de
indeminização por despesas relativas a cobrança de crédito, interpôs o seu recurso em
que o TR absolveu o réu do pedido, indignada autora, veio interpor o recurso da revista.

Alegacões da Autora

Ela considerou a decisão do TR revogando em consequência a decisão do T. da 1ª


instância constitui uma violação da justiça fundamentando com artigo 674º CPC.
Afirmou que quanto as normas do direito substantivo não eram as aplicadas pelo TR,
mas sim as dos artigos 36º CSC dado que a sociedade já teria sido iniciada a atividade;
quanto a nulidade, esta fundamentou com artigos 42 CSC, 410º nº1, em conjugação com
artigo 9º nº1, que ao seu entender a decisão do TR foi no sentido da nulidade do
contrato promessa. Ainda ela considerou que aquele contrato celebrado integra no artigo
980º CC de modo em que este foi celebrado, não sendo exigida qualquer forma
especifica para a validade no termo do disposto no 981º CC, sendo assim concluiu que o
contrato celebrado é valido e eficaz e pela validade e eficácia do contrato dá-se pelo
incumprimento por parte do réu ao contrato acordado, ainda afirmou sobre a falta de
comparência do reu perante o cartório notarial para a realização do respetivo contrato,
ainda concluiu que o reu arguiu ilegitimamente a nulidade do contrato “ acordo
contrato-promessa de constituição da sociedade” e este consubstancia-se ao abuso do
direito nos temos do artigo 334º CC. Mediante estas conclusões consignou que o réu
deve ser condenado. Agora resta saber sobre as hipóteses acima mencionadas.

Ressalvando que anteriormente tinha alegado a autora: a constituição da sociedade “CC


Caixilharia de alumínios, Lda.” Constituída por três sócios, depois deste o R.BB
celebrou um contrato com IEFP sobre concessão de incentivos financeiros; depois deste
decidiram dissolver a sociedade em que resultou num início de um novo projeto
acordado pelo DD e BB em que o segundo recusou a cumprir o contrato promessa dai
que assiste o DD nas clausulas de contrato exigir o pagamento de 58558€. Salientando
que o reu também contextuou afirmando não ter sido celebrado qualquer contrato de
cedência do alegado crédito e os alegados por impugnação que não foram provados.

Decisão Final do STJ

Perante os argumentos de cada uma das partes, o STJ vem pronunciar-se a favor da
argumentação apresentada pela autora ao alegar que a decisão do tribunal se
consubstancia no abuso do direito, validade e eficácia do contrato celebrado e o
incumprimento do contrato. Posto isto o STJ afastou-se o fundamento de invalidade
dado que no caso em concreto o contrato promessa resulta o montante do CS da
sociedade que as partes obrigaram a constituir e as clausulas, ainda que assim não fosse
teríamos de levar em consideração o art.º. 9º nº 1 al. f) e nos termos do art 42º CSC,
concluindo nesta fase este enquadra-se no art 36º CSC e 980º e ss CC, por estas razoes
conclui-se a validade e eficácia do contrato. Do incumprimento definitivo as partes
clausularam a escritura e outorga do contrato, não obstante disso não foi outorgada a
escritura e nem compareceu perante o cartório notarial e não se entregou documentação
exigido reafirmou assim a sua intenção de não cumprir o contrato. Nestes termos,
concedendo provimento ao recurso, acorda-se em revogar o acórdão recorrido, e
em condenar o réu a pagar à autora:

- A quantia de 58.558€ acrescida de juros já vencidos, que se fixam em 1000€ bem


como os juros de mora á taxa legal, sobre 58558€ desde a citação até efetivo e
integral pagamento;
- A quantia de 5000€

Custas pelo requerido.

Doutrina relativamente a matéria presente no acórdão

Perante isto, cumpre, primeiramente realçar diferentes pontos de vista dos autores
referente ao incumprimento no contrato em específico a perda do interesse do credor:
quanto a Professor Galvão Telles ele considera que não basta o credor dizer que a
prestação já não lhe interessa, há que verificar se a perda de interessa corresponde a
realidade dos fatos .Na mesma medida referem os professores Pires de Lima e Antunes
Varela que a perda do interesse do credor deve ser apreciada objetivamente, isto é ao
valor objetivo da prestação não valor da prestação determinada pelo credor, mas a valia
da prestação determinado pelo sujeito. Ainda o professor Batista Machado e Almeida da
Costa realçaram que a perda de interesse tem de resultar da mora, isto é, de relevante
retardamento da prestação.

Opinião critica

A meu ver, o STJ decidiu bem a questão em causa, dado aos problemas
supramencionados (a validade do contrato, incumprimento definitivo). Começando pelo
incumprimento a partir do momento em que o reu começou a afastar o DD do negocio
não lhe apresentando as contas, nem quaisquer informações sobre a empresa, não
respondendo as comunicações entre outros aspetos relevantes manifestando o réu seu
interesse na celebração do neg definitivo mediante um prazo” por este estipulado e os
documentos necessários, o reu não compareceu perante o notário nem com a repetição
do pedido nada disse este já se considera um incumprimento do contrato ( 804º CC)

E quanto a validade do contrato:

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