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a cabo pelo Rei Valdemar I da Dinamarca e sey bis aca nhecidos como “ranos” ou “rugianog? ae « 0 cristianismo, Enrique Santos Maring IS A costa biltica da Alemanha, levado Absalio, no ano de 1168. Esses eslavos eram “ idos at serio os tiltimos povos eslavos a serem converti Cristianizacio da Germania; Cristianizacao da Trlanda. Ver também Cristianismo antigo; : i (religido); Igreja; Igreja irlandesa; Igreja Ort, Cristianizagao da Russia; Eslavos pré-cristaos ; doxa oriental; Jesus Cristo; Mitologia eslava; Vulgata (Bfblia). ALVAREZ-PEDROSA NUNEZ, J.A, (2009). Las respuestas del Papa Nicolds I a las consultas de I builgaros - Edicién critica, traduccién y comentario, Granada: Centro de Estudios Bizantinos, Neogriegos y Chipriotas. CURTA, F. (2006). Southeastern Europe in the Middle Ages, versity Press, DVORNIK, F. (1926). Les Slaves, Byzance et Rome au IX* siécle. Paris: Champion [reimpr. 1970}, VLASTO, A.P. (1970). The Entry of the Slavs into Christendom: An Introduction to the Medieval History of the Slavs. Cambridge: Cambridge University Press. 500-1250. Cambridge: Cambridge Uni. Cruzadas As Cruzadas constituem um dos temas classicos da historiografia, “uma das grandes forgas da nossa histéria’, como afirmou 0 historiador britanico Jonathan Riley-Smith. No senso comum, o fendmeno é frequentemente apresentado de forma descritiva, linear factual, sem maiores reflexes sobre a natureza, projecdes e debates que o envolvem. A titulo de exemplo, a prépria numeragao utilizada em livros didaticos e historiogréficos (Primeira, Segunda, Terceira Cruzadas...) é uma mera convencio estabelecida no século XVIII. Naquele periodo, certos representantes anticlericais do pensamento iluminista, ¢1- tre eles Voltaire, procuravam desqualificar o movimento, que seria o resultado da loucura e fanatismo da Cristandade. Em termos historiograficos, os principais trabalhos comegaram a aparecer No inido do século XX, com destaque para as produgées de Carl Erdmann, René Grousset e Steve" Runciman. A principal obra de Erdmann obteve inicialmente uma difusao muito limitada, j4 que foi escrita em alemao e publicada durante o governo nazista (1935). Com sua trade Gao para o inglés (1977), os estudos acerca da ideia de Cruzada foram renovados. Os lives Secon ee neem enheas omer Jangada entre 1951 e 1954, tornou-se i: a bra do inglés Runciman, History of the CHS A partir dessa primeira tradiga ve ‘i ahi Ps ” Antes dele, Pascoal II (1099-1118) havia proibidg a Frederico II como uma “Cruzada’. coe mele cristaos ibéricos a participacdo em projetos cruzadisticos na Palestina, jé que as indulgén. cias também seriam concedidas aqueles que ficassem na Hispania para combater os mou. ros. A equiparagao total entre a Cruzada jerosolimitana e a Reconquista seria realizada 6 I Concilio de Latrao (1123). Em meados do século XX, alguns historiadores, xismo ortodoxo, destacaram causas socioeconémicas para as Cruzadas. Eles enfatizaram fatores como os anseios materiais dos secundogénitos desprovidos de heranga, as ambj. ces dos mercadores italianos e 0 crescimento demografico. Desde o fim do século pas. isadores como Riley-Smith e Thomas Madden comeca. Todavia, com o IV Concilio muitos deles influenciados pelo mar. sado, contudo, importantes pesqui: , ram a ressaltar 0 componente religioso (espiritual e penitencial), considerado a esséncia do fenémeno. O americano Madden lembra dos recentes estudos computadorizados de documentos, cujos resultados indicam que os aristocratas que recrutavam e lideravam 0s exércitos j4 eram, em sua grande maioria, homens ricos, com relevante quantidade de feudos na Europa. Eles sabiam do risco que corriam e, mesmo assim, gastaram enormes somas para empreender essas perigosas jornadas. Dos que sobreviveram as viagens e aos - combates, poucos conseguiram angariar uma fortuna superior 4 que anteriormente dis- ~ punham. Com razio, Madden conclui que a principal motivacao das Cruzadas nao foram os ganhos econémicos, mas, sim, as recompensas espirituais (remissao dos pecados, sal- vacao), alcangadas com atos de “peniténcia, de caridade e de amor”. Nas tiltimas décadas, a historiografia sobre as Cruzadas recebeu atualizacées signi- ficativas. Uma abordagem interessante é analis4-las pelo viés da alteridade (a questio do “outro”), cuja popularizacao, entre o grande puiblico, se deu apds a publicagao de Les Croi- sades vues par les Arabes (1983), de Amin Maalouf. O autor afirma que Saladino era “um dos soberanos mais prestigiosos da histéria” e apresenta textos muculmanos nos quais os cruzados (os franj) sio representados como barbaros invasores € incivilizados. Out renovado ponto de vista, mas dessa vez procedente da tradi¢io ocidental, é a obra God’ War: A New History of the Crusades (2006), do britanico Christopher Tyerman. Com est titulo, referéncia ao livro de Runciman, ‘Tyerman pretendia escrever uma histéria ghotal _ das Cruzadas e atualizar a obra de seu conterraneo, ‘ As Cruzadas sao efetivamente cercadas Por muitos debates e explicadas por inst gantes perspectivas historiograficas, Ninguém pode negar, nvooate? do Papa Urbano II no Concilio de Clerm marcharam ao Oriente e conse; culos depois, Jerusalém (1 entretanto, que a co 2 ‘ont (1095) angariou milhares de adeptos = rene guiram reconquistar Jerusalém (1099). Menos de dois a situacao era totalmente desfavoravel, com os cruzados sendo expuls : 248) e de Sao Jodo de Acre (1291). A partir do fim do século XI, nen™™ ~ 128 — Cruzada foi lancada, ainda que varios autores (como Raimundo Lullio), monarcas (como Henrique V da Inglaterra), papas (como Pio II) e aventureiros (como Cristévio Colombo) - tenham sonhado com a recuperagao da Cidade Santa. Guilherme Queiroz de Souza ver também Conflitos religiosos na Antiguidade; Cruzadas do Baltico; Guerra e religido na Escandindvia; Guerra e religiao no Medievo; Poder e religiio no Medievo. AYALA MARTINEZ, C. (2009). Definicién de cruzada: estado de la cuestién. Clio & Crimen: Re- vista del Centro de Historia del Crimen de Durango, n. 6, p. 216-242. BLASCO VALLES, A. (2010). Consideraciones sobre las Cruzadas, Mirabilia Journal - Electronic Journal of Antiquity, Middle & Modern Ages, vol. 10, p.I-XII. CONSTABLE, G. (2001). “The Historiography of the Crusades”. In: LAIOU, A.E. & MOTTA- HEDEH, R.P. (orgs.). The Crusades from the Perspective of Byzantium and the Muslim World. Washington: Dumbarton Oaks, p. 1-22. FLORI, J. (2013). Guerra santa - Formagio da ideia de Cruzada no Ocidente cristo. Campinas: Editora da Unicamp. MAALOUF, A. (1983). As Cruzadas vistas pelos drabes. Sao Paulo: Brasiliense. MADDEN, T.F. (2016). Las Cruzadas y la actualidad. Revista Chilena de Estudios Medievales, n. 9, p. 103-114. RILEY-SMITH, J. (2002). What were the Crusades? Sao Francisco: Ignatius. ROUSSET, P. (1980). Histéria das Cruzadas, Rio de Janeiro: Zahar. RUNCIMAN, S. (2002). Histdria das Cruzadas. 3 vols. Rio de Janeiro: Imago. TYERMAN, C. (2010). A Guerra de Deus: uma nova histéria das Cruzadas. 2 vols, Rio de Ja- neiro: Imago, Cruzadas do Baltico As Cruzadas na regido do Mar Baltico aconteceram durante a Segunda Cruzada (1147-1149) e continuaram até o século XV. Elas foram conduzidas principalmente por nobres daneses e germanicos e, em menor parte, por suecos que se aventuraram em terri- torio finlandés. Durante os séculos XIII e XVI varios reis, principes e outros nobres deten- tores de exércitos (ou entao meros cavaleiros com a disposicdo e o equipamento necessé- tios para se engajarem em batalhas) seguiram rumo ao Biltico. La, passaram a acumular indulgéncias ao se envolver em atividades bélicas que seus contemporaneos consideravam como parte das Cruzadas, investindo no que consideravam a protegao da Cristandade, combatendo, exterminando e tentando converter tribos pagas localizadas nos territérios das atuais Leténia, Lituania, Est6nia e Finlandia, bem como nas extintas Livénia e Prussia. -129-

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