Você está na página 1de 3
Outra grande expedigao como essa na essa néo volt Nesse ano também se relatou uma batalha entre vikings: hee pispo de Santiago de Compostela. Na época a cidade j era um local de peregrinagio crista. Novos ataques & peninsula, principal Novos principalmente Galiza devido a sua localizacio no norte, ocorreriam até : mas de forma esporddica, ‘No entanto se desconhece até onde outros navios se aventuraram pelo Mediterraneo, pois os arabes intensificaram a vigilancia do es- treito de Gibraltar apés a expedigdo de 859-862. Encontram-se men- g6es de que navios vikings foram avistados na Grécia e no Egito, mas rio ha provas que corroborem tais avistamentos. culo xt, Leandro Vilar Oliveira Ver também Era Viking; Viking; Vikings na Peninsula Ibérica, yaxwoop, John. Historical Atlas of Vikings. London: The Penguin Books, 1995, tocaN, F. Donald. The Vikings in History. London/New York: Rou- tledge, 1991. ikxeiseN, Egill. The Vikings and Islam. In: nrrvx, Stefan; Price, Neil(eds). The Viking World. London/New York: Routledge, 2008, pp. 543-549. rice, Neil. The vikings in Spain, North Africa and the Mediterranean. In; prank, Stefan; price, Neil (eds.). The Viking World. London/New York: Routledge, 2008, pp. 462-469. VIKINGS NA FRANCA A primeira incursao escandinava ao Reino Franco aconteceu em 199, na regio de Vendée. Até a década de 830, contudo, os reides vi- kings foram esporddicos, concentrados especialmente na Frisia, Flan- a € no estudrio do Sena. As principais regides do Império Caro- 'sio atingidas pelas invasdes foram a bacia do Sena, a Aquitania, a ’, a Néustria e a rea do Meuse, baixo Reno. Na perspectiva Ps de Simon Coupland, podemos dividir a expansio viking em tés fase, tanto na Franga quanto na Inglaterra: 1) 790-840: reides raros ede pe. queno porte as regiGes costeiras; 2) 841-875: aumento no mimero, es. copo ¢ escala das incursdes; 3) 876-911: estabelecimento no territirio ‘ocupado (colonizacéo). Neil Price, por sua vez, num estudo de caso sobre a Bretanha, se. parou as atividades vikings em cinco etapas: 1) 799-856, primeiros rei- des, 2) 856-892, agressio & Franca: 3) 892-907, paz de Alan, o Grande, 4) 907-939, conquista e ocupagio da Bretanha; 5) 939-1076, iltimos vi kkings. Para o autor, o ano de 856 é um marco fundamental, pois as- sinala 0 inicio de ofensivas mais intensas & Francia ocidental. Com feito, a chamada Grande Invasdo (856-862) ¢ o cerco de Paris (885- -886) distinguiam-se das investidas anteriores em virtude de sua meti- cculosa organizacéo, Tais balizas cronolégicas variam entre 0s historis- dores, visto que, evidentemente, so meras convengGes didaticas ~ na realidade, nunca existiu um plano viking (consciente e coletivo) que coordenasse as etapas, natureza e alcance da expansio na Europa, As invasdes e colonizagdes de partes da Francia eram feitas por grupos independentes, que, muitas vezes, guerreavam entre si. ‘As explicagdes para as frequentes vitérias escandinavas sobre os carolingios ja foram (e ainda so) muito debatidas pela historiografia. ‘Segundo Albert d’Haenens, as causas do sucesso viking foram a mé Jidade de suas tropas (tanto na terra quanto nos mares/rios) e as estra” tégias militares, como o ataque surpresa. Janet L, Nelson, por sua vez, aponta certos motivos, como a escolha do momento propicio para # ofensiva (A noite, p. ex.), a destreza naval e, talvez o mais importante, ‘a capacidade para construir boas fortificagées, Numa visio recente Coupland afirma que as razdes capitais foram as divisoes politicas en” tre 0s francos, bem como a titica dos vikings de erguer acampament*® em locais de dificil acesso (como em ills) eevitar uma batalhaaberts ce demorada para reagrupar, reorganizar e, depois, voltar alutar ~ 7" pre em ataques répidos. z Seja como for, esses triunfos vikings construiram ao longo dos oe culos ima imagem de “catistrofe” do mundo franco, em decor’nt de profundas e duradouras crises socioeconOmicas e politica’ riam ocorrido. Devemos, no entanto, salientar de ‘antemdo que a 76 de um “catastrofismo” deriva sob; retudo do ex daquelaEpoca,eseritas quase sempre pee gas es ote texts ‘mre por clérigos. De fato, elas apre- ‘omia religiosa entre “pagaos”(vikinny mum discurso que vis os noe rE) ticas”, 0 “flagelo” enviado por Deus para pune dos carolingios. As testemunhas oculares também aren ros numéricos, muitos deles relacionados & ca 85, por commple ‘© monge Abbon Cern "aris foi atacada por “mais de mil v peti nfo faz sentido quando confrontada& denopena eae ey oe as possibilidades limitadas ri territério hostil. Ge transporte ¢ manuteneo da tropa em Em verdade, a partir da década de 1960, os historiadorese arqueé- logos iniciaram uma revisio historiogréfica que matizou a visio “ca- tastréfica” encontrada nas fontes cristis e aquelas que eram oriundas de uma interpretagio errénea (literal, p. ex) dos documentos. E claro que os textos medievais no foram abandonados, mas eles passaram a ser interpretados principalmente a luz das descobertas arqueolégi- cas, cada vez mais frequentes a partir da segunda metade do século xx. Com relagdo ao impacto dessas invasdes no mundo carolingio, obser- vamos a mesma reconsideracao nos historiadores contemporaneos. Pierre Bauduin, por exemplo, langou uma tese que minimiza 08 re- sultados das invasdes vikings na civilizagao. franca, Ele sustentaa ideia de uma “acomodagao” dos invasores, que, obviamente, nao estavam numa continua guerra com os carolingios. Na realidade, em varias re- sides a consequéncia da chegada dos nérdicos foi muito menor do que se imagina. As destruigbes e combates néo foram tio arrasadores ef quentes; muitas vezes, esses recém-chegados eram absorvidos ¢ seus assentamentos assimilados por concessbes ¢ negociagies.Houve Wt “aproximagao” entre vikings e carolingios, na qual variadas estat ¢ compromissos eram usados para atenuar os problemas abe £ nn ae durante a integragio e coexisténcia. Para o historadox © Bis TTT digmatico de “acomodagio” foi 0 estabelecimer oacio da Normat- na Néustria (séculos 1x-x), cujo resultado seria IOUS ag dia. Jé0 caso clissico da “integragao” concedide Pee! AI vikings seria o batismo dos chefes nérdicos em 5° ¢ “cristéos” (francos), num dis . 10 “amea- P ecados xém registravam exage- quantidade de inimigos — wus (. 850-923) arma que ni Existe uma antiga teoria de que os vikings eam motivados por um *paganismo militante”, que os fizeram conduzir uma guerra religisa contra as populagdes cristas da Francia. Essa proposicio foi retomada por John Michael Wallace-Hadrill (1975), que a defendeu com seis ar- gumentos principais: 1) a alta frequéncia do uso do termo “pagio” em referéncia aos nérdicos; 2) a destruicao de igrejas e mosteiros; 3) 0 ata- ‘que a altares, sacristias e relicérios; 4) a tortura de monges ¢ a morte deles sem uma razio clara; 5) a pratica de sacrificio ritual; 6) a apa- rente conversio de certos francos ao paganismo. Jé Lucien Musset ha- via afirmado que o “paganismo agressivo nao tinha inspirado muito 0s vikings", e coube a Coupland rebater cada um desses pontos. Para Coupland, 1) o termo “pagio” nem sempre é o mais citado nas fontes ~ na verdade, ele aparece como sinénimo de “barbaro’, inclu- sive em referéncia aos mugulmanos ¢ eslavos; 2) 0s edificios religiosos ceram atacados por guardarem riquezas e serem pouco protegidos; 3) a destruigdo de reliquias e outros itens era causada, quase sempre, para a obtengio de ouro e prata que eles continham; 4) néo esté claro que as torturas e mortes de cristdos foram causadas por uma “motivagio ‘pagi’, pois os vikings preferiam fazer prisioneiros, que poderiam es- cravizar ou vender (resgate); 5) no podemos generalizar,jé que prova~ velmente existe apenas uma evidéncia de sacrificio, que teria ocorrido ‘em 845 na regio do Sena; 6) nos casos de conversio ao paganism, no ha qualquer sinal de adoragio aos deuses ou mesmo uma obrige- fo para isso. ‘Apresenca dos vikings no mundo carolingio chamou a atencio da Igreja, que, juntamente com a monarquia, passou a atuar na conversio desses pagios. Algumas vezes, o batismo era precedido pela troca de reféns; na maioria dos casos, 0 “padrinho” (monarca) franco entregav@ presentes ao chefe viking batizado. O dinamarqués Haroldo Klak’ foi o rimeiro soberano escandinavo a ser convertido ao cristianismo, od¥® aconteceu em Mainz (826) por iniciativa do imperador Luis, o Piedoso As converses em territério franco continuaram nas décadas seguin'®® como o batismo de Weland (862) por Carlos, 0 Calvo, além daqueles de Godfrid (882) e Hundeus (897), ambos por Carlos, o Simples. © claro que nem todas as converses tiveram éxito, como foi o caso do cone viking Rodulf, que, mesmo jé sendo batizado, terminou “sua Vid 8 cdo com uma morte apropriada” em 873, pelo afirma oe fon carlingia. Derardo cit, dttars Corie Tee seguida metade do século 1x, os governantesfrancospraticaeon ese ‘atismos, em primeiro lugar, para conterasinvasOes vikings e proteger greino ~ 0 sentido “missionsrio” era secundério, . Com a “fundacao” da Normandia e sua progressiva cristic “40, os alaques vikings diminulram. “Houve, cntudo, una tentative de conquista da Bretanha, onde os nérdicos conseguiram estabelecer um prineipado em Nantes (921). Esse dominio, porém, nao durou muito tempo: em 939, chefe breto Alan 1 conseguiu expulsé-los da regia 0 medo dos escandinavos ainda assombraria o terrtério francés por muitas décadas, como quando a cidade breta de Dol foi queimada pe- Jos vikings em 1014. Também no inicio do século x1, Emma de Ségur, esposa do visconde de Limojes, foi raptada pelos nérdicos e libertada_ penas mediante a intervengio do duque normando. Guile Qurr de Sowa ‘Ver também Franca na Era Viking; Normandia; Rollo. navpumn, Pierre. Le monde franc et les Vikings: vine-xe siéele. Paris: Albin Michel, 2009. covrLanp, Simon. The Rod of God’s Wrath or the People of God's Wrath? The Carolingian Theology of the Viking Invasions. The Journal of Ecclesiastical History, vol. 42, 199% PP. 535°554- courtanp, Simon. ‘The Vikings in Francia and Anglo-Saxon England to ou1. In: acxrrrERIcK, Rosamond (ed). The New Cambridge Medi- eval History (¢. 7o0-c. 900). Cambridge: Cambridge University Press, 2008, vol. 2, pp. 190-201. couPLaNp, Simon, The Carolingian Army and the Struggle against the Vikings. Viator, vol. 35, 2004, PP- 49°70 covtaux, Stéphane, Baptéme et conversion des chefs scandinaves du 1%e au xtesidcle. In: BAUDUIN, Pierre (dir). Les fondations scandinaves n Occident et les débuts du duché de Normandie. Caen: Publications du crasint, 2005, pp. 67-80. ro p'uaswens, Albert. As Invasées Normandas: Uma Catistrofe? sag Paulo: Perspectiva, 1997- usser, Lucien. Las invasiones: el segundo asalto contra la Europa cris. tiana, siglos vur-x1. Barcelona: Labor, 1982. ‘wetson, Janet L. The Frankish Empire. In: sawyer, Peter (ed). The Oxford Illustrated History of the Vikings. Oxford-New York: Oxford University Press, 1997, pp. 19°47- NIsseN JauBERT, Anne, Some aspects of Viking research in France ‘Acta Archaeologica, vol. 71, 2000, pp. 159-169. price, Neil. The Vikings in Brittany. London: Viking Society for Northern Research, University College London, 1989. ‘VIKINGS NA ITALIA ‘Apresenca dos vikings na Italia é um bastante dificil de ser encon- trado nas documentagées. Encontramos poucos relatos referidos a al- guns momentos histéricos que descrevem as formas como os vikings cestiveram na peninsula Itélica. Isso aconteceu, seja enfrentando via- gens navegando pelo oceano Atlantico e pelo mar Mediterréneo, ou provindo pelas vias terrestres. Assim, nos deparamos com narrativas que descrevem fatos supos- tamente ocorridos no periodo entre 859 ¢ 862 d.C., nos quais os vikings, durante uma expedigao marinha, depois de saquear varias cidades do Portugal e da Espanha, chegaram A regio sul da Franga onde se es tabeleceram por um tempo. Em seguida, tornando a navegat, sairam em diregio & peninsula Itélica, beirando as costas da Ligiria e da Tos cana, chegaram ao estuario do rio Arno, navegando até alcangarem 3° cidades de Pisa ¢ Fiesole que, naquele periodo, eram abastadas e desen- volvidas, Por essa raz, conta-se que foram depredadas pelos vikings em procura de fortuna. Em outra narrativa encontramos relatos sobre uma outra cade localizada na costa da Toscana, que foi saqueada pelos vikings. T° se de Luni, uma antiga localidade etrusca que, mais tarde, tomours® tima famosa coldnia romana. Dudo de Sto Quentin, em um tex do século x1, conta que, depois de terem saqueados as cidades de PS 730

Você também pode gostar